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FACULDADE DE DIREITO
Albino Jorge
Código
FACULDADE DE DIREITO
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Índice
Introdução..........................................................................................................................4
Conclusão........................................................................................................................12
Bibliografia......................................................................................................................13
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Introdução
Neste trabalho queremos discutir exatamente essas normas jurídicas que oferecem a
autonomia, assim como uma natureza jurídica. Para tal, pautaremos em separar em duas
partes na abordagem, primeiramente iremos discutir a questão da autonomia jurídica do
direito financeiro e depois falaremos da natureza do mesmo.
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1. Autonomia e natureza jurídica do direito financeiro
Sendo assim, podemos deduzir em concordância com Celso (1995, p. 73), que “as
normas de Direito Financeiro, possuem o Poder de conceder as entidades publicas a
possibilidade de terem orçamentos próprios, e de os gerir de acordo com as respectivas
despesas e receitas, decidindo apenas sobre elas, natureza orçamental”.
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Até hoje, ainda há muita discussão quanto a questão da autonomia do Direito
Financeiro, não existe posições homogéneas, na medida em que há autores que
consideram que “o Direito Financeiro não é um ramo de direito autónomo por incluir
normas de direito privado como por exemplo nas receitas patrimoniais, pois a obtenção
destas receitas é disciplinada por direito privado tais como direito das obrigações”
(Teodoro, 2011, p. 56).
Enquanto isso, outros autores partilham a ideia de que o Direito Financeiro goza de
plena autonomia perante o Direito Administrativo, devido às feições da actividade
financeira, ao conteúdo próprio das normas e do seu método.
A autonomia de qualquer ramo de conhecimento pode nos levar a pensar numa ideia de
isolamento, de independência, relativamente a qualquer outro ramo, só que tal
isolamento tal independência não, não pode ser levado ao extremo ou seja tida em
termos absolutos porque não existe ramos de direito que prescindem dos conhecimentos
ou ligações e dependências, porque o Direito é uno e incidível, pelo que autonomia de
qualquer dos seus ramos será sempre relativa e um tanto convencional se não teórica.
É nesse ponto que a sua função própria, decorrem conteúdos normativos próprios e
regimes específicos de Direito Financeiro e conjunto de regras e princípios do Estado
moderno, constitucional, Liberal e democrático, não há dúvidas de que o Direito
Financeiro é autónomo, porque tem leis próprias e um sistema de fontes próprias, é uma
disciplina científica no plano curricular dos estudos e tem alguns dos seus regimes
importantes, por exemplo, a vigência anual dos orçamentos de receita e de despesa; o
carácter da legalidade da despesa; inexistência de privilégio de execução prévia; a
decisão parlamentar sobre as receitas e despesas o sistema de controlo e fiscalização.
Nessa ordem de ideia, concordando com Timbe (2014), terá uma autonomia legislativa
por conta dessas leis próprias; uma autonomia didática e científica por conta de ser uma
disciplina nas universidades. Na medida em que, algumas entidades públicas poderão
decidir sobre as suas próprias receitas, autonomia de receitas, e do seu património,
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autonomia patrimonial, que consistirá no poder das entidades públicas possuirem o seu
património, e deterem poderes de gestão sobre o mesmo.
Na prespectiva grega, ter autonomia era o poder de governar a sociedade (que era
composta apenas dos cidadãos, conforme concebidos à época, excluídos, por exemplo,
escravose mulheres) segundo as leis de regência. Pode-se perceber também autonomia
como a “capacidade que um ser tem para deliberar, istoé, calcular os meios necessários
para atingir um fim, e para escolher” (Ricardo, 2004, p. 72).
Sendo assim, podemos tomar o exemplo das autarquias, que em função da legislação
autárquica moçambicana, o que foi concedido aos municípios é mesmo autonomia, o
que faculta-lhes elaborar, aprovar e executar os respectivos planos de actividadese
orçamentos dentro dos limites que a lei lhes atribui.
Porém, não são independentes aos órgãos centrais do Estado, visto que, ainda que
elaborado e aprovado localmente, os orçamentos,devem ser ractificados pelo ministério
de tutela, nos termos do artigo 11 da Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro. Os actos
administrativos das autarquias locais estão também sujeitos averificação da legalidade
nos termos da lei, conforme estabelece o nº 2 do artigo 277 da Constituição da
República de Moçambique.
Obviamente que este termo “Autonomia”, em seu significado mais sucinto e objectivo,
podeser aplicado a qualquer instituto ou instituição com relativa autonomia. Nos nossos
dias, o conceito de autonomia passa, a aplicar-se às instituições com atribuições legais
para gerar receitas e delas aplicar ou financiar actividades próprias ou de interesse, isto
é, “agir livremente de acordo com um plano escolhido por ele mesmo, da mesma forma
que umgoverno independente administra seu território e define suas políticas” (Celso,
1995, p. 110).
É neste entendimento que as autarquias locais, são pessoas colectivas de direito público
com autonomia, entre outras, a financeira. Pelo que, elas escolhem as suas actividades,
estabelecem as respectivas receitas e aplicam nas despesas que julgam pertinentes, em
observância aos preceitos legais que a lei lhes impõe. Este poder de estabelecer receitas
subentende-se como sendo o ponto fulcral da autonomia financeira que se concretiza na
sua aplicação em serviços demandados pelos munícipes.Atendendo que as autarquias
sobrevivem de receitas provenientes de suas cobranças através de taxas e tarifas, então a
exigibilidade e eficiência de seus serviços devem ser ofertados com a devida qualidade.
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3. Autonomia financeira como ponto de descentralização económica
Portanto, não há que se falar em autonomia local plena sem recursos financeiros
apropriados. A autonomia financeira é a que advém fundamentalmente de receitas
fiscais próprias que possibilitam uma menor dependência das verbas da Administração
Central. Entretanto, esta dependência não se mostra ser em menor escala, visto que, ela
é quase total na maioria dos municípios do país, exceptuando os de nível A e B, que
conseguem pagar salários de funcionários, remunerações dos Titulares e Membros dos
Órgãos das Autarquias Locais dentro dos limites fixados por lei e ainda financiar seus
programas.
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administradas, aplicadas eremanejadas pela unidade orçamentária a que
forem destinadas (Pereira, 2005, p. 63).
Um dos paradoxos que se vive no nosso país a nível das autarquias são as colectas que
não cobrem nem um terço das necessidades orçamentadas para um dado exercício, outro
paradoxo reside na iniciativa decriação de impostos (receitas fiscais), quer gerais, quer
autárquicos, só a lei se reserva ao Parlamento, conforme consta da Constituição.
De acordo com Tembe (2014), há uma relaçao nítida com as outras areas do Direito,
razao pela qual apresenta a relaçao que a baixo transcrevemos. Para este autor, a ordem
jurídica é um todo unitário e não existem compartimentos estaques, mas uma
interdependência, quer de princípios e soluções dogmáticas, assim, o Direito Financeiro
tem influencia com os seguintes ramos de Direito:
Direito Penal – é onde o Direito Financeiro vai buscar contributo sobre normas
punitivas relativo à violação das leis financeiras em especial as tributárias.
Direito Processual – é onde vai buscar contributo para o processo através do qual se
aplicam as sanções por violação as leis financeiras e se realiza a cobrança coerciva das
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dividas do Estado bem como os mecanismos de o contribuinte opor-se validamente aos
actos ilegais da Administração Financeira do Estado.
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Conclusão
Igualmente, a intervenção do Estado nas finanças locais nao deve ameaçar a liberdade
dos municipios se desdobrarem, mas devem estimular o seu crescimento e auto
sustentabilidade. Portanto, o Estado passa a atuar em prol da justiça social por meio de
uma distribuição justa de renda, e finalmente, passa a atuar na actividade econômica
como empresárial, tendo como intuito conseguir mais prontamente metas que
demandariam maior tempo pelos particulares.
Contudo, tal atuação deve acontecer apenas dentro das limitadas hipóteses
constitucional. De tal modo, o Estado só atua nas situações em que há interesse coletivo
relevante ou pela manutenção da soberania nacional.
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Bibliografia
António, S. F. (2010). Finanças Públicas e Direito Financeiro, Volume I e II. (4ª ed.).
Coimbra: Editora Almedina.
José, J. T. R. (2011). Lições de Finanças Públicas. (5ª ed.). Combra: Coimbra Editora.
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