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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

LICENCIATURA EM DIREITO.

Modulo: Direito Financeiro.

Autonomia e Natureza Jurídica do Direito Financeiro.

2º Ano

Clara José Samussene Mutondo

Maxixe, Setembro de 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

LICENCIATURA EM DIREITO.

Autonomia e Natureza Jurídica do Direito Financeiro.

Trabalho a ser submetido ao Departamento de


Ciências Sociais e Humanas em cumprimento dos
requisitos exigidos pelo UnISCED para ser
submetida a avaliação 3 de Direito Financeiro no
curso de Direito.
Orientado por: Msc.

Clara José Samussene Mutondo

Maxixe, Setembro de 2022


INDICE
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4
1.1. Objectivos ............................................................................................................................... 4
1.1.1. Geral................................................................................................................................ 4
1.1.2. Específicos ...................................................................................................................... 4
1.1.3. Metodologias................................................................................................................... 4
2. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................ 5
2.1. Autonomia do Direito Financeiro ........................................................................................... 5
2.1.1. Princípios Orçamentários dos Direitos Financeiros ........................................................ 5
2.1.2. Participação na receita orçamentária ............................................................................... 5
2.2. Natureza Jurídica do Direito Financeiro ................................................................................. 6
2.2.1. Mecanismos de garantia da autonomia financeira .......................................................... 6
2.3. Competência Legislativa do Estado ........................................................................................ 8
2.4. Pricinpais fontes do Direito Financeiro .................................................................................. 9
2.4.1. Princípio do Direito financeiro ....................................................................................... 9
3. CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 11
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ......................................................................................... 12
1. INTRODUÇÃO

O estudo do direito financeiro perpassa pela análise do fenômeno financeiro, tomado esse
no sentido de observar gradativamente a razão da obtenção de ingressos de recursos, que
está atrelada ao “tamanho” desse Estado, a ponto de justificar uma maior ou menor
tributação. Este trabalho vem fazer um estudo e apresentação dos princípios e regras que
regem a actividade do Estado com o fim de satisfazer as necessidades que lhe estão
confiadas.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Contextualizar a Autonomia do Direito Financeiro.
1.1.2. Específicos
 Falar da Natureza Jurídica do Direito Financeiro;
 Fundamentar a Competência Legislativa do Estado;
 Apresentar as pricinpais fontes do Direito Financeiro.

1.1.3. Metodologias

Para a realização do trabalho recorreu-se aos métodos investigativos, “internet” manuais e


apostilas que falam sobre os direitos financeiros.

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2. CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA
2.1. Autonomia do Direito Financeiro

Uma lei sempre é feita apenas para um período ou um regime determinado. Adapta-se às
circunstâncias que a motivaram e não pode ir além. Ela só se concebe em função de sua
necessidade ou de sua utilidade; assim, uma boa lei não deve ser intangível pois vale apenas
para o tempo que quis reger.
Segundo “Aliomar Baleeiro” Direito Financeiro, portanto, organiza toda a atividade
financeira do Estado, que consiste em obter, criar, gerir e despender o dinheiro público,
essencial para que o Estado cumpra o seu papel de satisfazer as necessidades públicas.
A atividade financeira consiste, em síntese, na criação, obtenção, gestão e dispêndio do
dinheiro público para a execução de serviços afetos ao Estado. É considerada por alguns
como o exercício de uma função meramente instrumental, ou de natureza adjetiva (atividade-
meio), distinta das atividades substantivas do Estado, que visam diretamente a satisfação de
certas necessidades sociais, tais como educação, saúde, construção de obras públicas.

2.1.1. Princípios Orçamentários dos Direitos Financeiros


O Direito financeiro trabalha em conjunto com a chamada ciência das finanças, dando-lhe um
norte jurídico. Além de reger toda a atividade financeira do estado, é também tarefa do direito
financeiro estudar os controlos da atividade financeira do estado.

É possível encontrar questões sobre princípios orçamentários nas mais diversas provas de
carreiras jurídicas e é fácil observar, também, que é um dos assuntos que aparece em todos os
anos. Elencaremos aqui os princípios orçamentários mais importantes e com maior incidência
nas provas. Alguns deles, importados do Direito Tributário e do Direito Administrativo,
servirão também como base.

2.1.2. Participação na receita orçamentária

Estabelecer uma participação fixa, ou mínima, na receita orçamentária, é mecanismo que


pode ser eficiente para assegurar autonomia financeira ao Poder Judiciário.

De acordo com “Geraldo Ataliba”, ao discorrer sobre o assunto, o faz com clareza e concisão
ímpares, não deixando dúvidas sobre a viabilidade de se adotar este instrumento para dar ao
Judiciário a autonomia e a independência previstas na Constituição. É relevante destacar,

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ainda, que suas palavras são anteriores à Constituição de 1988, quando se consagrou a
autonomia financeira do Poder Judiciário de forma expressa.

2.2. Natureza Jurídica do Direito Financeiro

Segundo “Machado” O fenómeno financeiro demonstra que a satisfação das necessidades


colectivas depende de certas medidas e opções políticas, desde a determinação dos meios
financeiros a que se deve recorrer.

O Poder Judiciário não tem autonomia política, uma vez que não lhe é dada competência
para legislar, mas apenas para editar normas relativas a assuntos de sua competência,
conforme atribuição da Constituição e legislação infraconstitucional. Também não participa
da elaboração das leis em geral, não havendo mecanismos que prevejam a participação
institucional do Poder Judiciário nesse processo, excetuando-se a iniciativa legislativa
privativa em alguns casos de seu interesse.

A autonomia administrativa manifesta-se pela capacidade de que é dotado o ente de se auto-


organizar, ou seja, de estabelecer os órgãos, os meios e as formas pelos quais se encarregará
de cumprir as tarefas que lhe foram atribuídas pela Constituição. A autonomia administrativa
confere poderes ao ente para estabelecer.

O Poder Judiciário tem autonomia administrativa, ainda que não em seu grau máximo, uma
vez que existem limitações quanto à contratação de servidores, que dependem de cargos
fixados por lei, bem como restrições no que se refere à sua organização interna. A autonomia
financeira existe quando o ente dispõe de recursos suficientes para as suas necessidades, sem
depender de terceiros.

2.2.1. Mecanismos de garantia da autonomia financeira

O sistema de transferências de recursos tornou-se mecanismo importante na alocação das


receitas públicas governamentais, na maior parte dos países, sendo instrumento fundamental
para assegurar a autonomia financeira das entidades subnacionais nos Estados Federais

Portanto, a independência financeira a uma unidade a que se queira atribuir efetiva autonomia
político-administrativa, seria negar-lhe o elemento substancial dessa própria autonomia,

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assim como o procedimento inverso importaria em outorgar-lhe condições de vida própria,
extensivas ou remarcantes desse seu atributo. Esta simples reflexão põe em destaque a íntima
conexão existente entre o regime discriminatório e a respectiva organização estatal,
denunciando as consequências que a natureza daquele regime pode trazer à conceituação do
Estado e demonstrando, num sentido inverso, a força imperativa que a fixação desse último
tem na conformação do sistema distributivo de rendas entre as suas unidades políticas.

A autonomia financeira prevista na Constituição não é um conceito vazio, devendo-se


interpretá-lo a fim de extrair o seu conteúdo e as implicações que essa garantia constitucional
promove na realidade fática.
Há de se reconhecer, outrossim, que a autonomia financeira, bem como as demais formas de
autonomia, não será um conceito preciso, de modo a existirem regras rígidas que permitam
reconhecer uma linha divisória nítida que distinga as situações “com autonomia” e “sem

autonomia.

No que tange aos mecanismos de garantia, a autonomia financeira pela existência de recursos
suficientes e compatíveis com as necessidades do ente considerado, há de se identificar e
analisar os meios pelos quais esta autonomia consolida-se.
Entre as várias formas existentes para garantir autonomia financeira de entes governamentais,
cabe destaque às seguintes:

 Fontes próprias de recursos;

 Transferências de recursos constitucionalmente asseguradas;

 Vinculações de receitas;

 Participação na receita orçamentária;

 Administração de fundos especiais.

A autonomia financeira pode ser alcançada com a obtenção de receitas que não tenham
origem em tributos ou contribuições, tais como as receitas patrimoniais, de serviços,
alienações de bens, operações de crédito, transferências diversas e outras. Este mecanismo
tem sido utilizado nos Estados Federais para dar autonomia financeira às unidades da
Federação, que passam a ter direito de instituir, cobrar e apropriar-se das receitas de tributos.

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2.3. Competência Legislativa do Estado

A forma de organização adotada prevê o Estado como única entidade arrecadadora de


tributos, o que é feito por meio do sistema tributário, em que a cobrança é promovida pelo
Poder Executivo para uso das receitas em todo o Estado, com repartição eventual desse poder
entre as unidades federadas, quando adotado o sistema federativo de Governo.

Fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das


entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controlo externo, e pelo sistema de controle interno de cada
Poder.
A existência autônoma do Direito Financeiro se justifica por ser um sistema próprio de
normas, com objetivos bem definidos. O ramo mantém sua autonomia no direito mesmo
diante do direito tributário, um ramo tão próximo que são diversos os “Tratados De Direito
Financeiro e Tributário” que encontramos nas livrarias.
Apesar das receitas tributárias serem uma parcela significativa das receitas públicas, o Direito
financeiro preocupa-se ainda com as demais receitas, como as receitas provenientes da
atividade econômica do Estado; bem como as despesas, a autorização de gastos e a
fiscalização do dinheiro público. A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação
planeada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o
equilíbrio das contas púbicas.
Mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a
limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da
seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive
por antecipação de receita, concessão de garantias e inscrição em Restos a Pagar.

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2.4. Pricinpais fontes do Direito Financeiro

Ter fontes próprias de recursos é o mecanismo ideal para se alcançar autonomia financeira,
embora não seja uma garantia de que se consiga atingi-la, uma vez que, como mencionado, a
autonomia financeira dar-se-á quando houver compatibilidade entre os recursos obtidos e os
que se mostrarem necessários para suprir as necessidades do ente. O simples fato de ter fontes
próprias de recursos não garante autonomia financeira, pois não assegura a suficiência dos
recursos oriundos dessas fontes próprias.

A Constituição Financeira é rígida por ser de difícil reforma somente por meio de emendas
constitucionais e de acordo com os pressupostos e formalidades estabelecidas.
É aberta porque não expressa um conjunto completo, sem lacunas, deixando espaços a serem
completados pelas leis e estatutos normativos.
A abertura da Constituição Financeira é proposital, para que haja espaço também para a
interpretação jurídica e pelo trabalho criativo da jurisprudência. A Constituição Financeira é
plural, pois relaciona-se com todas as outras Subconstituições Política, Econômica, Social,
etc. e desdobra-se em uma pluralidade de sistemas, como o sistema tributário e o
orçamentário.
Todos os gestores públicos devem se adequar a tais normas, com graves penas a serem
enfrentadas pelo seu descumprimento. No caso das chamadas “pedaladas fiscais” no ano de
2014, apontadas em parecer opinativo do Tribunal de Contas da União, comprovou-se que
muitos pagamentos foram feitos por bancos federais para cobertura de despesas para
programas do âmbito federal, como Bolsa Família e Segundo Desemprego, sem que
recebessem os devidos repasses dos recursos pelo Tesouro.

2.4.1. Princípio do Direito financeiro

 Principio de economicidade:
A Constituição Federal traz o princípio da Economicidade, vinculando toda a
administração pública. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas,
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controlo externo, e pelo sistema de
controlo interno de cada Poder.

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 Princípio da Unidade de Tesouraria (ou Unidade de Caixa)

O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio de unidade de


tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.
Isso significa que todos os recursos são destinados a uma conta única, com a finalidade de
facilitar sua gestão. Esta conta está prevista no art. 164, §3º da Constituição Federal, que
descreve a Conta Única do Tesouro.

 Princípio da Diferenciação das Fontes de Financiamento


Para finalizar os princípios orçamentários, trazemos o princípio da diferenciação das fontes
de financiamento. Esse princípio traz a ideia de sistema e organicidade da Constituição, em
que devemos observar as fontes de financiamento para cada finalidade específica. Alguns
exemplos importantes são observados por: “Harrison Leite“.

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3. CONCLUSÃO

O Poder Judiciário não tem autonomia política, uma vez que não lhe é dada competência para
legislar, mas apenas para editar normas relativas a assuntos de sua competência, conforme
atribuição da Constituição e legislação infraconstitucional.
Realizado o trabalho conclui-se que Estado não visa a proteção das necessidades individuais
ou coletivas do homem, mas, sim, a satisfação de suas necessidades públicas.
A economicidade traz a ideia de eficiência na gerência financeira e orçamentária, observando
princípios como a maximização da receita e da arrecadação, bem como o melhor
custo/benefício no dispêndio de recursos públicos.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
1. Baleeiro, Aliomar. Uma introdução à Ciência das Finanças. 19ª ed. Revista e atualizada
por Hugo de
2. Brito Machado Segundo. Rio de Janeiro: Forense, 2015. BORGES, José Souto Maior.
Introdução ao Direito Financeiro. São Paulo: Max Limonad, 1998.
3. LEITE, Harrison. Manual de Direito Financeiro. 8.ed. ver. ampl. E atual. Salvador:
JUSPODIVM, 2019. p.158.
4. TORRES, Ricardo Lobo. Curso de Direito Financeiro e Tributário. 19ª Edição. Ed.
Renovar. 2013

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