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ESCOLA SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO

DELEGAÇÃO DE PEMBA

Fontes do Direito Financeiro Moçambicano

Nome do Estudante: Mário Agostinho

Pemba, Outubro de 2022


ESCOLA SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO

DELEGAÇÃO DE PEMBA

Fontes do Direito Financeiro Moçambicano

Trabalho de carácter avaliativo Cadeira de


Finanças Públicas, a ser submetido na Escola
Superior de Economia e Gestão.

Ano: Iº Ano, Iº Semestre,

Período Pós-Laboral

Dr. Neto Francisco

Pemba, Outubro de 2022


Índice

Introdução...................................................................................................................................1
1.1. Objectivo Geral....................................................................................................................1
1.1.2. Objectivos Específicos......................................................................................................1
1.2. Metodologia.........................................................................................................................1
1. Fontes do Direito Financeiro Moçambicano...........................................................................2
1.1. Conceito de direito financeiro..............................................................................................2
1.1.1. Objecto do direito financeiro............................................................................................2
1.2. A diferença entre o Direito Financeiro da Ciência das Finanças e dos outros Ramos........3
1.3. Fontes de Direito Financeiro................................................................................................3
1.3.1. Fontes secundárias do Direito Financeiro.........................................................................4
1.4. Relações do Direito Financeiro com outros Ramos de Direito............................................5
1.5. Interpretação e integração das normas do direito financeiro...............................................6
1.6. Os Princípios Gerais são Aplicáveis ao Direito Financeiro.................................................6
1.6.1. Outros princípios gerais....................................................................................................7
1.7. Aplicação no tempo e no espaço das normas do direito financeiro.....................................8
Conclusão..................................................................................................................................10
Referências Bibliográficas........................................................................................................11
Introdução

O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Finanças Públicas, que tem por abordar
diversos conteúdos acerca de direito financeiro. Assim, o Direito Financeiro é o ramo do
direito público formado pelo plexo de normas e princípios que, directa e indirectamente,
disciplinam o orçamento público e o seu respectivo controlo interno e externo.

No entanto, o direito financeiro tem por objecto uma parcela da actividade financeira do
Estado, no caso o orçamento público, compreendendo, pois, sua composição por meio das
respectivas receitas e despesas, bem assim o competente controlo interno e externo. Deste
modo, a principal fonte do Direito Financeiro é a Constituição da República, sendo que se
nomeia Constituição Financeira, tendo em vista o tamanho de sua importância. Nela estão os
valores, princípios e regras fundamentais do Direito Financeiro, sendo, destarte, fonte por
excelência. A Fonte do direito é o conjunto de normas que se relacionam na Constituição que
permite dizer sobre um sistema constitucional de Direito Financeiro.

Ainda, será destacada a cerca da interpretação o direito financeiro opera a arbitragem concreta
entre património público e património privado. Concreta no sentido de definição das relações
patrimoniais entre Estado e a colectividade num momento peculiar o orçamento. Relação que
implica retirar o património da colectividade através da receita, incrementando o do Estado.

1.1. Objectivo Geral


 Descrever e compreender as fontes do direito financeiro Moçambicano.

1.1.2. Objectivos Específicos


 Identificar a interpretação e integração das normas do direito financeiro;
 Explicar a aplicação no tempo e no espaço das normas do direito financeiro;
 Apresentar os princípios do direito financeiro;
 Relacionar o Direito Financeiro com outros Ramos de Direito.
1.2. Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho foi necessário a consulta de obras bibliográficas acima
referidos e a consulta electrónica internet, que fundamentam teoricamente os pontos aqui
referenciados, Este presente trabalho encontra-se estruturado por seguinte forma: Introdução,
Desenvolvimento, conclusão e Referência bibliográfica.

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1. Fontes do Direito Financeiro Moçambicano

1.1. Conceito de direito financeiro


Para Torres (1998) define “o Direito Financeiro como: o conjunto de normas e princípios que
regulam a actividade financeira, incumbindo-lhe disciplinar a constituição e a gestão da
fazenda pública, estabelecendo as regras e os procedimentos para a obtenção da receita
pública e a realização dos gastos necessários à consecução dos objectivos do Estado” (p. 25).

Com a definição do autor pode se concluir que, o Direito Financeiro é o ramo do direito
público formado pelo plexo de normas e princípios que, directa e indirectamente, disciplinam
o orçamento público e o seu respectivo controlo interno e externo.

De outra parte, é de mister assinalar que, a exemplo de qualquer ramo do direito, o financeiro
pode ser visto sob o prisma da ciência do direito e sob o ângulo do direito positivo. De
conseguinte, à ciência do direito financeiro compete estudar as normas disciplinadoras do
orçamento público e do seu controle, ao passo que ao direito positivo cumpre normatizar o
orçamento público e o seu controle, tanto interno quanto externo.

1.1.1. Objecto do direito financeiro


Quanto ao objecto do direito financeiro, o seu centro se encontra na actividade financeira do
Estado, conforme entendimento de que consistiria na disciplina e nomeação da actividade
financeira do Estado ou no estudo da actividade financeira do Estado e, consequentemente, no
das relações jurídicas advindas dessas actividades.

Em suma, o objecto do direito financeiro é a disciplina jurídica específica das técnicas de


obtenção, aplicação e controle dos meios económicos, ou seja, opera os meios económicos do
Estado (da receita e da despesa).

“Os meios económicos, pois, constituem o conteúdo da actividade financeira do Estado, sendo
exprimidos por meio da conta que, para fins jurídicos, tem por função representar um
património de uma determinada pessoa. Particularmente no direito financeiro, destina-se a
expressar a património do Estado, o qual é formado pelos bens, direitos e obrigações, típicos e
decorrentes de sua actividade, desde que possuam expressão económica” (Nascimento, 1999,
p. 73).

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1.2. A diferença entre o Direito Financeiro da Ciência das Finanças e dos outros Ramos
do Direito

“A primeira distinção se refere à Ciência das Finanças, que é uma actividade anterior à norma,
de carácter especulativo e que aborda os fenómenos financeiros sobre aspectos teóricos
diversos: sociológico, político e económico” (Nascimento, 1999, p. 63).

Em outras palavras, seu objectivo consiste em estudar os elementos que influenciam a


obtenção de recursos, sendo orientada por três vertentes:

 Economia financeira: estuda factores da riqueza e recursos que podem ser obtidos pelo
estado por meio da exploração de seu património ou do particular.
 Política financeira: estabelece as finalidades do estado e os meios financeiros para
supri-las
 Técnica financeira: estabelece a actuação do estado a partir das conclusões fornecidas
pelas duas anteriores.

No entanto, já o Direito Financeiro preocupa-se com os fenómenos financeiros pós


normativos, positivados, e abarca justamente as normas jurídicas que disciplinam a actividade
financeira do estado, como já vimos anteriormente.

Portanto, tanto na Ciência das Finanças quanto no Direito Financeiro o objecto de estudo é a
actividade financeira do estado, entretanto, o que as diferencia é a forma de estudo e análise:
especulativa e teórica x normativa e prática, respectivamente.

1.3. Fontes de Direito Financeiro


Ao se fazer uma concepção ou abordagem ampla da definição de Direito Financeiro, pode
entende-lo como sendo todo o Direito, conjunto de normas jurídicas (coercivas) que regulam
as finanças públicas.

Desta análise, bastante simples e quiçá vaga, do conceito ora em análise, conclui-se que “a
actividade financeira do Estado não se desenvolverá somente pelas normas que a regerão,
pois, a especificidade das mesmas ditarão a sua juridicidade” (Ferreira, 1979, p. 25).

Assim, a principal fonte do Direito Financeiro é a Constituição da República, sendo que se


nomeia Constituição Financeira, tendo em vista o tamanho de sua importância. Nela estão os
valores, princípios e regras fundamentais do Direito Financeiro, sendo, destarte, fonte por
excelência.

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Portanto, Fonte do direito é o conjunto de normas que se relacionam na Constituição que
permite dizer sobre um sistema constitucional de Direito Financeiro. Assim, teremos como
fontes de Direito Financeiro:

1. A Constituição

No que tange ao domínio das normas de organização, bem como das normas de percepção,
pragmatismo, percepção e orientação, dos princípios do Direito Financeiro.

Assim será em matéria orçamental concernente aos impostos, empréstimos e de limitação de


outras fontes de Direito (Financeiro).

A Constituição deverá ser bastante específica e clara quanto às matérias relacionadas as fontes
de Direito Financeiro, principalmente no respeitante à responsabilização e controlo financeiro,
e à autonomia financeira (das autarquias).

2. Tratados e Acordos Internacionais.

Os Tratados e Acordos Internacionais, dado o seu pendor político, e peso jurídico, e


representatividade, nas relações entre Estados, possuem uma importância especial, pois, são
constitucionalmente reconhecidos.

3. Leis e Decretos -Leis.

As Leis e os Decretos – Leis são as principais fontes de Direito Financeiro. Assim, a lei
Formal reservará à Constituição determinadas matérias (específicas), tais como a criação de
impostos, autorização de empréstimos, bem como outras operações de crédito, delimitando as
condições gerais, a aprovação do OGE, estabelecendo-se as infracções fiscais e financeiras, e
suas sanções jurídicas.

4. Regulamentos Financeiros.

Os Regulamentos Financeiros poderão assumir diversas formas, tais como: Despachos


Ministeriais; Resoluções de Conselhos de Ministros; Portarias; Decretos Regulamentares; ou
mesmo as Instruções dos Responsáveis Administrativos.

Costume; Doutrina e a Jurisprudência – quando a Lei assim o determinar.

1.3.1. Fontes secundárias do Direito Financeiro

1.2 Instrumentos Secundário: demais diplomas regradores da conduta humana, não


apresentam a força vinculante.
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1. Decretos – decretos são baixados pelo Poder executivo para dar fiel execução às leis.
Assim, aplicam-se decretos para fiel execução das leis em matéria de direito financeiro,
não podendo esse inovar ou criar questões que a norma não estabeleceu.

2. Resoluções – entende-se por resoluções as deliberações tomadas pelo Congresso


Nacional, ou por uma de suas casas, apartadas das elaborações das leis. O presidente da
república não precisa sancioná-las, podendo sua promulgação ser feita pela mesa
legislativa que a produzir.

Em matéria de direito financeiros, as resoluções têm grande importância, ainda mais


quando se analisa.

3. Actos Normativos – são actos que complementam a lei ou decreto, produzido por
autoridades administrativas, com o objectivo de tornar aqueles aplicáveis ao caso
concreto.

4. Decisões Administrativas – decisões administrativas que podem orientar situações


concretas. Ex: Decisões do Tribunal de Contas.

5. Decisões Judiciais – com o fenómeno já judicialização das políticas públicas, há nas


sentenças judiciais grande fonte para o direito financeiro.

1.4. Relações do Direito Financeiro com outros Ramos de Direito.


As normas do Direito Financeiro contêm princípios pertencentes à outros Ramos do Direito.

Assim, e no que tange ao Direito Constitucional, o Direito Financeiro, pese embora se situe
num nível infra-constitucional, possui normas fundamentais, de carácter constitucional,
relativamente a aprovação parlamentar dos Orçamentos de Estado, uma vez que envolvem
poderes jurídico-políticos considerados Direitos Fundamentais.

Por outro lado, “o Direito Financeiro também mantém ou possui relações com o Direito
Administrativo, na medida em que a actividade financeira do Estado, disciplinada pelo Direito
Financeiro, deverá estar enquadrada no âmbito do Direito Administrativo” (Ferreira, 1979, p.
34).

Ou seja, o Direito Financeiro possuirá normas que organizam a Administração Financeira do


Estado. Quanto ao Direito Patrimonial, o mesmo será um conjunto de normas que regerão a
gestão do património do Estado.

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Por sua vez, o Direito Orçamental será o conjunto de princípios e normas que orientam a
elaboração, a execução e o controlo do Orçamento Geral de Estado.

Assim, relativamente ao Direito das Receitas, nele enquadraremos os preceitos normativos


legais intrinsecamente fundidos com o Direito Fiscal e o Direito de Crédito Público.

Finalmente, e no âmbito das Relações do Direito Financeiro com outros Ramos de Direito, o
Direito Processual Financeiro, será o conjunto de normas que regulam a organização e
funcionamento dos tribunais financeiros.

1.5. Interpretação e integração das normas do direito financeiro


Pela interpretação o direito financeiro opera a arbitragem concreta entre património público e
património privado. Concreta no sentido de definição das relações patrimoniais entre Estado e
a colectividade num momento peculiar - o orçamento. Relação que implica retirar o
património da colectividade através da receita, incrementando o do Estado.

Trata-se, portanto, de uma actividade concreta, pois é uma regulação prática, específica, já
que assevera quanto o Estado pode retirar da colectividade e de quanto pode despender, sendo
imprescindível a existência de limites, no ordenamento jurídico, ao avanço do Estado no
património da população. Isso se destina a evitar que o Estado acabe desfalcando o património
privado por meio, por exemplo, de excessiva tributação.

Segundo Ferreira (1979) entende que “o direito financeiro opera a disciplina de uma relação
geral constante entre o Estado e a colectividade na qual aquele acresce seu património
mediante retirada do património desta” (p.56).

Entretanto, o direito financeiro não possui completa autonomia científica, urna vez que opera
em outras do direito e utiliza-se também de conceitos das mesmas. Em contrapartida, o direito
financeiro tem autonomia legislativa, havendo disposição constitucional expressa da
elaboração de um direito financeiro.

De acordo com Campos (1995) diz que: “o Estado elabora permanentemente toda uma
normatividade de direito financeiro. Tem, ainda, esse ramo jurídico autonomia didáctica, já
que se trata de estudo específico do direito público, cuja definição advém da elaboração
legislativa específica” (p. 34).

1.6. Os Princípios Gerais são Aplicáveis ao Direito Financeiro

1. Legalidade

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O princípio da legalidade toma forma em duas situações distintas: quando impede que as
despesas públicas sejam realizadas sem autorização da lei e também quando determina regras
a serem observadas na aprovação do orçamento.

Na primeira situação, o dispêndio do dinheiro público exige prévia autorização legislativa.


Assim, os valores que são arrecadados e os valores que saem dos cofres públicos devem
originar de um acto normativo primário oriundo do Poder Legislativo.

A necessidade da observância do princípio da legalidade na realização de despesas também é


reconhecida pelo Código Penal, ao dispor que será considerado crime contra as finanças
públicas a despesa que for ordenada sem autorização legal.

2. Transparência

Esse princípio visa operacionalizar a publicidade e possibilitar um maior controlo dos gástos
públicos.

3. Responsabilidade fiscal

O princípio da responsabilidade na gestão fiscal, como vimos, pressupõe que o gasto público
seja realizado com a observância de limites e regras legais, envolvendo uma acção planejada e
transparente, zelando sempre pelo equilíbrio das contas públicas. Nesse sentido, a lei de
Responsabilidade Fiscal prevê a responsabilidade fiscal e estabelece a necessidade de
cumprimento de metas de resultado e obediência a limites relativos às renúncias de receitas e
às despesas públicas.

4. Economicidade

Esse princípio é de fácil compreensão, basta recordar da necessidade de se buscar sempre o


melhor custo benefício na realização das necessidades públicas e na alocação dos recursos
públicos.

5. Especialidade dos incentivos fiscais

Esse princípio se aplica à concessão de incentivos fiscais, buscando evitar abusos e


ilegalidades e conferir maior transparência à gestão dos recursos públicos.

1.6.1. Outros princípios gerais


Alguns princípios estudados de forma mais específica em outras matérias também são
aplicáveis ao Direito Financeiro, a exemplo da impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. Aqui são desnecessárias maiores considerações no âmbito da nossa disciplina.
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1.7. Aplicação no tempo e no espaço das normas do direito financeiro
Assim, em harmonia com as reflexões prefaladas, as Normas Gerais de Direito Financeiro são
aquelas objectivadas a informar e a presidir a elaboração e a realização do orçamento público
e o seu competente controlo interno e externo. São, com efeito, as regras submersas em
legislação nacional a serem observadas pela legislação orçamentária do Estado, do Distrito, e
dos Municípios.

Realmente, é da maior importância essa reflexão como forma de deixar claro que a legislação
nacional, mais do que isso, mercê de seu conteúdo, gravita altaneira acima da legislação,
distrital e municipal.

Ademais, a lei é dotada de poderes para submeter ao seu espectro eficacial não só as pessoas
jurídicas de direito público ou privado, mas também as pessoas jurídicas de direito público
interno. É o caso, por exemplo, do Código de Processo Civil, que subordina as pessoas
constitucionais a sua obediência, o mesmo ocorrendo com o Código Civil, cujas regras não
podem ser infirmadas pelo legislador nacional ou local e assim avante.

De acordo com Torres (1998) diz que: “as Normas Gerais de Direito Financeiro de carácter
nacional habitam o patamar constitucional e o legal” (p. 48).

Conforme exposto anteriormente, o direito financeiro é conceituado como disciplina jurídica


da actividade financeira do Estado com vistas ao levantamento de recursos, sua guarda e o seu
dispêndio.

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Para Ataliba (1999) argumenta que seriam “elementos das direito financeiras as disciplinas
jurídicas do orçamento, fiscalização e controle orçamentário, da contabilidade pública e do
crédito público, acrescentando também, o renomado jurista, o direito tributário, como meio de
obtenção de recursos de modo coactivo (direito público) ” (p. 45-80).

“O direito financeiro tem, no orçamento, sua categoria mais expressiva. Esse ramo do direito
público trabalha no campo orçamentário, o qual está necessariamente relacionado ao
planeamento, pois nele não se verifica simplesmente a aplicação de recursos de forma neutra,
sem preocupação com o resultado” (Cretella, 1993, p. 03).

Com o orçamento, o Estado procurará desenvolver actividades de modo que a aplicação de


recursos atinja, além da realização de determinado projecto ou programa, um resultado
económico que possibilite a geração de benefícios sociais. Porém o orçamento é antecedido
pelo planeamento, o qual não é urna actividade própria da Administração Pública, visto que
seu surgimento se destinou a servir como técnica de administração de recursos militares,
tendo, posteriormente, sido aplicado pela iniciativa privada para, então, ter sido adoptada pelo
aparelho estatal.

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Conclusão
O trabalho desenvolveu o tema de direito financeiro, de onde destacou sobre as fontes do
mesmo, a sua interpretação, e a sua aplicação. Portanto, abordou-se ainda a relação que o
direito financeiro tem com as ciências financeiras, e outros que foram desenvolvidos no
mesmo. Assim, o Direito Financeiro preocupa-se com os fenómenos financeiros pós
normativos, positivados, e abarca justamente as normas jurídicas que disciplinam a actividade
financeira do estado, como já vimos anteriormente. Portanto, tanto na Ciência das Finanças
quanto no Direito Financeiro o objecto de estudo é a actividade financeira do estado,
entretanto, o que as diferencia é a forma de estudo e análise: especulativa e teórica x
normativa e prática, respectivamente.

No entanto, Dessas normas gerais de direito financeiro, constata-se a importância da


legislação concorrente em decorrência da crescente interacção das finanças na federação.
Demandam, por conseguinte, obediência às normas gerais, para a estruturação das contas e
das leis orçamentárias, para os registos de contabilidade e para o controle de execução dos
orçamentos. O direito financeiro tem, no orçamento, sua categoria mais expressiva. Esse ramo
do direito público trabalha no campo orçamentário, o qual está necessariamente relacionado
ao planeamento, pois nele não se verifica simplesmente a aplicação de recursos de forma
neutra, sem preocupação com o resultado. Com o orçamento, o Estado procurará desenvolver
actividades de modo que a aplicação de recursos atinja, além da realização de determinado
projecto ou programa, um resultado económico que possibilite a geração de benefícios
sociais.

Por fim, a principal fonte do Direito Financeiro é a Constituição da República, sendo que se
nomeia Constituição Financeira, tendo em vista o tamanho de sua importância. Nela estão os
valores, princípios e regras fundamentais do Direito Financeiro, sendo, destarte, fonte por
excelência. o direito financeiro não possui completa autonomia científica, urna vez que opera
em outras do direito e utiliza-se também de conceitos das mesmas. Em contrapartida, o direito
financeiro tem autonomia legislativa, havendo disposição constitucional expressa da
elaboração de um direito financeiro.

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Referências Bibliográficas

Ataliba, G. (1999). Normas gerais de direito financeiro e tributário e autonomia dos estados
e municípios. In: Revista de Direito Público, São Paulo: Revista dos Tribunais, v. 10, p.
45-80.

Campos, D. (1995). Curso de direito financeiro e orçamentário. São Paulo: Atlas. p. 34.

Cretella , J. (1993). Curso de direito tributário. Rio de Janeiro: Forense. p. 03

Ferreira, J. R. G. (1979). Curso de direito financeiro. São Paulo: Saraiva.

Nascimento, C. V. (1999). Curso de direito financeiro. Rio de Janeiro: Forense.

Torres, R. L. (1998). Direito financeiro e tributário. Rio de Janeiro: Renovar. p. 12

https://lusoacademia.org/2018/12/08/fontes-de-direito-financeiro/

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