Você está na página 1de 16

ÉTICA

Profª Leticia Loureiro


Ética
Profª Leticia Loureiro
Edital

ÉTICA: Decreto Nº 1.171, de 22 de Junho De 1994; Decreto Nº 6.029, de 1º de Fevereiro de


2007.

BANCA: CESPE
CARGO: Técnico do Seguro Social
Ética

DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

Aprova o Código de Ética Profissional do Servi- ANEXO


dor Público Civil do Poder Executivo Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atri-
Código de Ética Profissional do
buições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, Servidor Público Civil do Poder
e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da Executivo Federal
Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei
nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts.
10, 11 e 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992,
CAPÍTULO I
DECRETA:
Seção I
Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética Profis- DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS
sional do Servidor Público Civil do Poder Execu-
tivo Federal, que com este baixa. I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia
e a consciência dos princípios morais são
Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração
primados maiores que devem nortear o
Pública Federal direta e indireta implementarão,
servidor público, seja no exercício do car-
em sessenta dias, as providências necessárias à
go ou função, ou fora dele, já que refletirá
plena vigência do Código de Ética, inclusive me-
o exercício da vocação do próprio poder es-
diante a Constituição da respectiva Comissão de
tatal. Seus atos, comportamentos e atitudes
Ética, integrada por três servidores ou emprega-
serão direcionados para a preservação da
dos titulares de cargo efetivo ou emprego per-
honra e da tradição dos serviços públicos.
manente.
II – O servidor público não poderá jamais des-
Parágrafo único. A constituição da Comis-
prezar o elemento ético de sua conduta. As-
são de Ética será comunicada à Secretaria
sim, não terá que decidir somente entre o le-
da Administração Federal da Presidência da
gal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente
República, com a indicação dos respectivos
e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno,
membros titulares e suplentes.
mas principalmente entre o honesto e o deso-
Art. 3º Este decreto entra em vigor na data de nesto, consoante as regras contidas no art. 37,
sua publicação. caput, e § 4º, da Constituição Federal.
Brasília, 22 de junho de 1994, 173º da Independência e III – A moralidade da Administração Públi-
106º da República. ca não se limita à distinção entre o bem e o
mal, devendo ser acrescida da idéia de que
ITAMAR FRANCO o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio
Romildo Canhim entre a legalidade e a finalidade, na condu-
Este texto não substitui o publicado no DOU de ta do servidor público, é que poderá conso-
23.6.1994. lidar a moralidade do ato administrativo.

concurseiro.vip 7
IV – A remuneração do servidor público é reta ou indiretamente significa causar-lhe
custeada pelos tributos pagos direta ou in- dano moral. Da mesma forma, causar dano
diretamente por todos, até por ele próprio, a qualquer bem pertencente ao patrimô-
e por isso se exige, como contrapartida, que nio público, deteriorando-o, por descuido
a moralidade administrativa se integre no ou má vontade, não constitui apenas uma
Direito, como elemento indissociável de sua ofensa ao equipamento e às instalações ou
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, ao Estado, mas a todos os homens de boa
como conseqüência, em fator de legalidade. vontade que dedicaram sua inteligência,
seu tempo, suas esperanças e seus esforços
V – O trabalho desenvolvido pelo servidor para construí-los.
público perante a comunidade deve ser
entendido como acréscimo ao seu próprio X – Deixar o servidor público qualquer pes-
bem-estar, já que, como cidadão, integrante soa à espera de solução que compete ao se-
da sociedade, o êxito desse trabalho pode tor em que exerça suas funções, permitindo
ser considerado como seu maior patrimô- a formação de longas filas, ou qualquer ou-
nio. tra espécie de atraso na prestação do ser-
viço, não caracteriza apenas atitude contra
VI – A função pública deve ser tida como a ética ou ato de desumanidade, mas prin-
exercício profissional e, portanto, se integra cipalmente grave dano moral aos usuários
na vida particular de cada servidor público. dos serviços públicos.
Assim, os fatos e atos verificados na condu-
ta do dia-a-dia em sua vida privada poderão XI – O servidor deve prestar toda a sua aten-
acrescer ou diminuir o seu bom conceito na ção às ordens legais de seus superiores, ve-
vida funcional. lando atentamente por seu cumprimento,
e, assim, evitando a conduta negligente. Os
VII – Salvo os casos de segurança nacional, repetidos erros, o descaso e o acúmulo de
investigações policiais ou interesse superior desvios tornam-se, às vezes, difíceis de cor-
do Estado e da Administração Pública, a se- rigir e caracterizam até mesmo imprudência
rem preservados em processo previamente no desempenho da função pública.
declarado sigiloso, nos termos da lei, a pu-
blicidade de qualquer ato administrativo XII – Toda ausência injustificada do servidor
constitui requisito de eficácia e moralidade, de seu local de trabalho é fator de desmorali-
ensejando sua omissão comprometimen- zação do serviço público, o que quase sempre
to ético contra o bem comum, imputável a conduz à desordem nas relações humanas.
quem a negar.
XIII – O servidor que trabalha em harmonia
VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O com a estrutura organizacional, respeitando
servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ain- seus colegas e cada concidadão, colabora
da que contrária aos interesses da própria e de todos pode receber colaboração, pois
pessoa interessada ou da Administração sua atividade pública é a grande oportuni-
Pública. Nenhum Estado pode crescer ou dade para o crescimento e o engrandeci-
estabilizar-se sobre o poder corruptivo do mento da Nação.
hábito do erro, da opressão ou da mentira,
que sempre aniquilam até mesmo a digni- Seção II
dade humana quanto mais a de uma Nação. DOS PRINCIPAIS DEVERES DO
IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado e SERVIDOR PÚBLICO
o tempo dedicados ao serviço público ca-
XIV – São deveres fundamentais do servidor
racterizam o esforço pela disciplina. Tratar
público:
mal uma pessoa que paga seus tributos di-

8 concurseiro.vip
INSS VIP (Técnico do Seguro Social) – Ética – Profª Leticia Loureiro

a) desempenhar, a tempo, as atribuições do j) zelar, no exercício do direito de greve, pe-


cargo, função ou emprego público de que las exigências específicas da defesa da vida
seja titular; e da segurança coletiva;
b) exercer suas atribuições com rapidez, l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na
perfeição e rendimento, pondo fim ou pro- certeza de que sua ausência provoca danos
curando prioritariamente resolver situações ao trabalho ordenado, refletindo negativa-
procrastinatórias, principalmente diante de mente em todo o sistema;
filas ou de qualquer outra espécie de atra-
so na prestação dos serviços pelo setor em m) comunicar imediatamente a seus supe-
que exerça suas atribuições, com o fim de riores todo e qualquer ato ou fato contrário
evitar dano moral ao usuário; ao interesse público, exigindo as providên-
cias cabíveis;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstran-
do toda a integridade do seu caráter, esco- n) manter limpo e em perfeita ordem o lo-
lhendo sempre, quando estiver diante de cal de trabalho, seguindo os métodos mais
duas opções, a melhor e a mais vantajosa adequados à sua organização e distribuição;
para o bem comum; o) participar dos movimentos e estudos que
d) jamais retardar qualquer prestação de con- se relacionem com a melhoria do exercício
tas, condição essencial da gestão dos bens, di- de suas funções, tendo por escopo a realiza-
reitos e serviços da coletividade a seu cargo; ção do bem comum;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos p) apresentar-se ao trabalho com vestimen-


serviços aperfeiçoando o processo de co- tas adequadas ao exercício da função;
municação e contato com o público; q) manter-se atualizado com as instruções,
f) ter consciência de que seu trabalho é regido as normas de serviço e a legislação perti-
por princípios éticos que se materializam na nentes ao órgão onde exerce suas funções;
adequada prestação dos serviços públicos; r) cumprir, de acordo com as normas do ser-
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilida- viço e as instruções superiores, as tarefas de
de e atenção, respeitando a capacidade e as seu cargo ou função, tanto quanto possível,
limitações individuais de todos os usuários com critério, segurança e rapidez, manten-
do serviço público, sem qualquer espécie do tudo sempre em boa ordem.
de preconceito ou distinção de raça, sexo, s) facilitar a fiscalização de todos atos ou
nacionalidade, cor, idade, religião, cunho serviços por quem de direito;
político e posição social, abstendo-se, dessa
forma, de causar-lhes dano moral; t) exercer com estrita moderação as prerro-
gativas funcionais que lhe sejam atribuídas,
h) ter respeito à hierarquia, porém sem ne- abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos
nhum temor de representar contra qual- legítimos interesses dos usuários do serviço
quer comprometimento indevido da estru- público e dos jurisdicionados administrati-
tura em que se funda o Poder Estatal; vos;
i) resistir a todas as pressões de superiores u) abster-se, de forma absoluta, de exercer
hierárquicos, de contratantes, interessados sua função, poder ou autoridade com finali-
e outros que visem obter quaisquer favores, dade estranha ao interesse público, mesmo
benesses ou vantagens indevidas em decor- que observando as formalidades legais e
rência de ações imorais, ilegais ou aéticas e não cometendo qualquer violação expressa
denunciá-las; à lei;

concurseiro.vip 9
v) divulgar e informar a todos os integrantes i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que
da sua classe sobre a existência deste Códi- necessite do atendimento em serviços pú-
go de Ética, estimulando o seu integral cum- blicos;
primento.
j) desviar servidor público para atendimen-
Seção III to a interesse particular;
DAS VEDAÇÕES AO l) retirar da repartição pública, sem estar le-
SERVIDOR PÚBLICO galmente autorizado, qualquer documento,
livro ou bem pertencente ao patrimônio pú-
XV – E vedado ao servidor público; blico;
a) o uso do cargo ou função, facilidades, m) fazer uso de informações privilegiadas
amizades, tempo, posição e influências, obtidas no âmbito interno de seu serviço,
para obter qualquer favorecimento, para si em benefício próprio, de parentes, de ami-
ou para outrem; gos ou de terceiros;
b) prejudicar deliberadamente a reputação n) apresentar-se embriagado no serviço ou
de outros servidores ou de cidadãos que fora dele habitualmente;
deles dependam;
o) dar o seu concurso a qualquer instituição
c) ser, em função de seu espírito de solida- que atente contra a moral, a honestidade
riedade, conivente com erro ou infração a ou a dignidade da pessoa humana;
este Código de Ética ou ao Código de Ética
de sua profissão; p) exercer atividade profissional aética ou
ligar o seu nome a empreendimentos de
d) usar de artifícios para procrastinar ou cunho duvidoso.
dificultar o exercício regular de direito por
qualquer pessoa, causando-lhe dano moral
ou material;
CAPÍTULO II
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e
científicos ao seu alcance ou do seu conhe- DAS COMISSÕES DE ÉTICA
cimento para atendimento do seu mister; XVI – Em todos os órgãos e entidades da
f) permitir que perseguições, simpatias, an- Administração Pública Federal direta, indi-
tipatias, caprichos, paixões ou interesses reta autárquica e fundacional, ou em qual-
de ordem pessoal interfiram no trato com quer órgão ou entidade que exerça atribui-
o público, com os jurisdicionados adminis- ções delegadas pelo poder público, deverá
trativos ou com colegas hierarquicamente ser criada uma Comissão de Ética, encarre-
superiores ou inferiores; gada de orientar e aconselhar sobre a éti-
ca profissional do servidor, no tratamento
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou com as pessoas e com o patrimônio público,
receber qualquer tipo de ajuda financeira, competindo-lhe conhecer concretamente
gratificação, prêmio, comissão, doação ou de imputação ou de procedimento suscep-
vantagem de qualquer espécie, para si, fa- tível de censura.
miliares ou qualquer pessoa, para o cum-
primento da sua missão ou para influenciar XVIII – À Comissão de Ética incumbe forne-
outro servidor para o mesmo fim; cer, aos organismos encarregados da execu-
ção do quadro de carreira dos servidores,
h) alterar ou deturpar o teor de documen- os registros sobre sua conduta ética, para o
tos que deva encaminhar para providências; efeito de instruir e fundamentar promoções

10 concurseiro.vip
INSS VIP (Técnico do Seguro Social) – Ética – Profª Leticia Loureiro

e para todos os demais procedimentos pró-


prios da carreira do servidor público.
XXII – A pena aplicável ao servidor público
pela Comissão de Ética é a de censura e sua
fundamentação constará do respectivo pa-
recer, assinado por todos os seus integran-
tes, com ciência do faltoso.
XXIV – Para fins de apuração do compro-
metimento ético, entende-se por servidor
público todo aquele que, por força de lei,
contrato ou de qualquer ato jurídico, preste
serviços de natureza permanente, temporá-
ria ou excepcional, ainda que sem retribui-
ção financeira, desde que ligado direta ou
indiretamente a qualquer órgão do poder
estatal, como as autarquias, as fundações
públicas, as entidades paraestatais, as em-
presas públicas e as sociedades de econo-
mia mista, ou em qualquer setor onde pre-
valeça o interesse do Estado.

concurseiro.vip 11
DECRETO Nº 6.029, DE 1º DE FEVEREIRO DE 2007

Vide Resolução nº 10, de 29 de setembro de Art. 3º A CEP será integrada por sete brasilei-
2008 ros que preencham os requisitos de idoneidade
moral, reputação ilibada e notória experiên-
Institui Sistema de Gestão da Ética do Poder cia em administração pública, designados pelo
Executivo Federal, e dá outras providências. Presidente da República, para mandatos de três
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atri- anos, não coincidentes, permitida uma única re-
buição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea condução.
“a”, da Constituição, § 1º A atuação no âmbito da CEP não enseja
DECRETA: qualquer remuneração para seus membros
e os trabalhos nela desenvolvidos são con-
Art. 1º Fica instituído o Sistema de Gestão da siderados prestação de relevante serviço
Ética do Poder Executivo Federal com a finalida- público.
de de promover atividades que dispõem sobre
a conduta ética no âmbito do Executivo Federal, § 2º O Presidente terá o voto de qualidade
competindo-lhe: nas deliberações da Comissão.

I – integrar os órgãos, programas e ações re- § 3º Os mandatos dos primeiros membros


lacionadas com a ética pública; serão de um, dois e três anos, estabelecidos
no decreto de designação.
II – contribuir para a implementação de
políticas públicas tendo a transparência e Art. 4º À CEP compete:
o acesso à informação como instrumentos I – atuar como instância consultiva do Pre-
fundamentais para o exercício de gestão da sidente da República e Ministros de Estado
ética pública; em matéria de ética pública;
III – promover, com apoio dos segmentos II – administrar a aplicação do Código de
pertinentes, a compatibilização e interação Conduta da Alta Administração Federal, de-
de normas, procedimentos técnicos e de vendo:
gestão relativos à ética pública;
a) submeter ao Presidente da República
IV – articular ações com vistas a estabelecer medidas para seu aprimoramento;
e efetivar procedimentos de incentivo e in-
cremento ao desempenho institucional na b) dirimir dúvidas a respeito de interpreta-
gestão da ética pública do Estado brasileiro. ção de suas normas, deliberando sobre ca-
sos omissos;
Art. 2º Integram o Sistema de Gestão da Ética
do Poder Executivo Federal: c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício,
condutas em desacordo com as normas
I – a Comissão de Ética Pública – CEP, insti- nele previstas, quando praticadas pelas au-
tuída pelo Decreto de 26 de maio de 1999; toridades a ele submetidas;
II – as Comissões de Ética de que trata o De- III – dirimir dúvidas de interpretação sobre
creto nº 1.171, de 22 de junho de 1994; e as normas do Código de Ética Profissional
III – as demais Comissões de Ética e equiva- do Servidor Público Civil do Poder Executivo
lentes nas entidades e órgãos do Poder Exe- Federal de que trata o Decreto nº 1.171, de
cutivo Federal. 1994;

12 concurseiro.vip
INSS VIP (Técnico do Seguro Social) – Ética – Profª Leticia Loureiro

IV – coordenar, avaliar e supervisionar o Sis- b) dirimir dúvidas a respeito da interpreta-


tema de Gestão da Ética Pública do Poder ção de suas normas e deliberar sobre casos
Executivo Federal; omissos;
V – aprovar o seu regimento interno; e c) apurar, mediante denúncia ou de ofício,
conduta em desacordo com as normas éti-
VI – escolher o seu Presidente. cas pertinentes; e
Parágrafo único. A CEP contará com uma d) recomendar, acompanhar e avaliar, no
Secretaria-Executiva, vinculada à Casa Civil âmbito do órgão ou entidade a que esti-
da Presidência da República, à qual compe- ver vinculada, o desenvolvimento de ações
tirá prestar o apoio técnico e administrativo objetivando a disseminação, capacitação e
aos trabalhos da Comissão. treinamento sobre as normas de ética e dis-
Art. 5º Cada Comissão de Ética de que trata o ciplina;
Decreto nº 1171, de 1994, será integrada por III – representar a respectiva entidade ou
três membros titulares e três suplentes, escolhi- órgão na Rede de Ética do Poder Executivo
dos entre servidores e empregados do seu qua- Federal a que se refere o art. 9º; e
dro permanente, e designados pelo dirigente
máximo da respectiva entidade ou órgão, para IV – supervisionar a observância do Código
mandatos não coincidentes de três anos. de Conduta da Alta Administração Federal e
comunicar à CEP situações que possam con-
Art. 6º É dever do titular de entidade ou órgão figurar descumprimento de suas normas.
da Administração Pública Federal, direta e indi-
reta: § 1º Cada Comissão de Ética contará com
uma Secretaria-Executiva, vinculada ad-
I – assegurar as condições de trabalho para ministrativamente à instância máxima da
que as Comissões de Ética cumpram suas entidade ou órgão, para cumprir plano de
funções, inclusive para que do exercício das trabalho por ela aprovado e prover o apoio
atribuições de seus integrantes não lhes re- técnico e material necessário ao cumpri-
sulte qualquer prejuízo ou dano; mento das suas atribuições.
II – conduzir em seu âmbito a avaliação da § 2º As Secretarias-Executivas das Comis-
gestão da ética conforme processo coorde- sões de Ética serão chefiadas por servidor
nado pela Comissão de Ética Pública. ou empregado do quadro permanente da
Art. 7º Compete às Comissões de Ética de que entidade ou órgão, ocupante de cargo de
tratam os incisos II e III do art. 2º: direção compatível com sua estrutura, alo-
cado sem aumento de despesas.
I – atuar como instância consultiva de diri-
gentes e servidores no âmbito de seu res- Art. 8º Compete às instâncias superiores dos
pectivo órgão ou entidade; órgãos e entidades do Poder Executivo Federal,
abrangendo a administração direta e indireta:
II – aplicar o Código de Ética Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Executivo I – observar e fazer observar as normas de
Federal, aprovado pelo Decreto 1.171, de ética e disciplina;
1994, devendo: II – constituir Comissão de Ética;
a) submeter à Comissão de Ética Pública III – garantir os recursos humanos, materiais
propostas para seu aperfeiçoamento; e financeiros para que a Comissão cumpra
com suas atribuições; e

concurseiro.vip 13
IV – atender com prioridade às solicitações Código de Ética Profissional do Servidor Público
da CEP. Civil do Poder Executivo Federal será instaura-
do, de ofício ou em razão de denúncia funda-
Art. 9º Fica constituída a Rede de Ética do Poder mentada, respeitando-se, sempre, as garantias
Executivo Federal, integrada pelos representan- do contraditório e da ampla defesa, pela Comis-
tes das Comissões de Ética de que tratam os in- são de Ética Pública ou Comissões de Ética de
cisos I, II e III do art. 2º, com o objetivo de pro- que tratam o incisos II e III do art. 2º, conforme
mover a cooperação técnica e a avaliação em o caso, que notificará o investigado para mani-
gestão da ética. festar-se, por escrito, no prazo de dez dias.
Parágrafo único. Os integrantes da Rede § 1º O investigado poderá produzir prova
de Ética se reunirão sob a coordenação da documental necessária à sua defesa.
Comissão de Ética Pública, pelo menos uma
vez por ano, em fórum específico, para ava- § 2º As Comissões de Ética poderão requi-
liar o programa e as ações para a promoção sitar os documentos que entenderem ne-
da ética na administração pública. cessários à instrução probatória e, também,
promover diligências e solicitar parecer de
Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Co- especialista.
missões de Ética devem ser desenvolvidos com
celeridade e observância dos seguintes princí- § 3º Na hipótese de serem juntados aos au-
pios: tos da investigação, após a manifestação re-
ferida no caput deste artigo, novos elemen-
I – proteção à honra e à imagem da pessoa tos de prova, o investigado será notificado
investigada; para nova manifestação, no prazo de dez
II – proteção à identidade do denunciante, dias.
que deverá ser mantida sob reserva, se este § 4º Concluída a instrução processual, as
assim o desejar; e Comissões de Ética proferirão decisão con-
III – independência e imparcialidade dos clusiva e fundamentada.
seus membros na apuração dos fatos, com § 5º Se a conclusão for pela existência de
as garantias asseguradas neste Decreto. falta ética, além das providências previstas
Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pes- no Código de Conduta da Alta Administra-
soa jurídica de direito privado, associação ou ção Federal e no Código de Ética Profissional
entidade de classe poderá provocar a atuação do Servidor Público Civil do Poder Executivo
da CEP ou de Comissão de Ética, visando à apu- Federal, as Comissões de Ética tomarão as
ração de infração ética imputada a agente pú- seguintes providências, no que couber:
blico, órgão ou setor específico de ente estatal. I – encaminhamento de sugestão de exo-
Parágrafo único. Entende-se por agente neração de cargo ou função de confiança à
público, para os fins deste Decreto, todo autoridade hierarquicamente superior ou
aquele que, por força de lei, contrato ou devolução ao órgão de origem, conforme o
qualquer ato jurídico, preste serviços de na- caso;
tureza permanente, temporária, excepcio- II – encaminhamento, conforme o caso,
nal ou eventual, ainda que sem retribuição para a Controladoria-Geral da União ou uni-
financeira, a órgão ou entidade da adminis- dade específica do Sistema de Correição
tração pública federal, direta e indireta. do Poder Executivo Federal de que trata o
Art. 12. O processo de apuração de prática de Decreto n o 5.480, de 30 de junho de 2005,
ato em desrespeito ao preceituado no Código para exame de eventuais transgressões dis-
de Conduta da Alta Administração Federal e no ciplinares; e

14 concurseiro.vip
INSS VIP (Técnico do Seguro Social) – Ética – Profª Leticia Loureiro

III – recomendação de abertura de proce- Parágrafo único . A posse em cargo ou fun-


dimento administrativo, se a gravidade da ção pública que submeta a autoridade às
conduta assim o exigir. normas do Código de Conduta da Alta Ad-
ministração Federal deve ser precedida de
Art. 13. Será mantido com a chancela de “reser- consulta da autoridade à Comissão de Ética
vado”, até que esteja concluído, qualquer pro- Pública, acerca de situação que possa susci-
cedimento instaurado para apuração de prática tar conflito de interesses.
em desrespeito às normas éticas.
Art. 16. As Comissões de Ética não poderão es-
§ 1º Concluída a investigação e após a de- cusar-se de proferir decisão sobre matéria de
liberação da CEP ou da Comissão de Ética sua competência alegando omissão do Código
do órgão ou entidade, os autos do procedi- de Conduta da Alta Administração Federal, do
mento deixarão de ser reservados. Código de Ética Profissional do Servidor Público
§ 2º Na hipótese de os autos estarem instru- Civil do Poder Executivo Federal ou do Código
ídos com documento acobertado por sigilo de Ética do órgão ou entidade, que, se existen-
legal, o acesso a esse tipo de documento so- te, será suprida pela analogia e invocação aos
mente será permitido a quem detiver igual princípios da legalidade, impessoalidade, mora-
direito perante o órgão ou entidade origina- lidade, publicidade e eficiência.
riamente encarregado da sua guarda. § 1º Havendo dúvida quanto à legalidade, a
§ 3º Para resguardar o sigilo de documentos Comissão de Ética competente deverá ouvir
que assim devam ser mantidos, as Comis- previamente a área jurídica do órgão ou en-
sões de Ética, depois de concluído o proces- tidade.
so de investigação, providenciarão para que § 2º Cumpre à CEP responder a consultas
tais documentos sejam desentranhados dos sobre aspectos éticos que lhe forem dirigi-
autos, lacrados e acautelados. das pelas demais Comissões de Ética e pe-
Art. 14. A qualquer pessoa que esteja sendo in- los órgãos e entidades que integram o Exe-
vestigada é assegurado o direito de saber o que cutivo Federal, bem como pelos cidadãos e
lhe está sendo imputado, de conhecer o teor servidores que venham a ser indicados para
da acusação e de ter vista dos autos, no recinto ocupar cargo ou função abrangida pelo Có-
das Comissões de Ética, mesmo que ainda não digo de Conduta da Alta Administração Fe-
tenha sido notificada da existência do procedi- deral.
mento investigatório. Art. 17. As Comissões de Ética, sempre que
Parágrafo único. O direito assegurado neste constatarem a possível ocorrência de ilícitos pe-
artigo inclui o de obter cópia dos autos e de nais, civis, de improbidade administrativa ou de
certidão do seu teor. infração disciplinar, encaminharão cópia dos au-
tos às autoridades competentes para apuração
Art. 15. Todo ato de posse, investidura em fun- de tais fatos, sem prejuízo das medidas de sua
ção pública ou celebração de contrato de traba- competência.
lho, dos agentes públicos referidos no parágrafo
único do art. 11, deverá ser acompanhado da Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na
prestação de compromisso solene de acatamen- análise de qualquer fato ou ato submetido à sua
to e observância das regras estabelecidas pelo apreciação ou por ela levantado, serão resumi-
Código de Conduta da Alta Administração Fede- das em ementa e, com a omissão dos nomes
ral, pelo Código de Ética Profissional do Servidor dos investigados, divulgadas no sítio do próprio
Público Civil do Poder Executivo Federal e pelo órgão, bem como remetidas à Comissão de Éti-
Código de Ética do órgão ou entidade, conforme ca Pública.
o caso.

concurseiro.vip 15
Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de Ética de Profissional do Servidor Público Civil do Poder
que tratam os incisos II e III do art. 2º são con- Executivo Federal e do Código de Ética do órgão
siderados relevantes e têm prioridade sobre as ou entidade aplicam-se, no que couber, às auto-
atribuições próprias dos cargos dos seus mem- ridades e agentes públicos neles referidos, mes-
bros, quando estes não atuarem com exclusivi- mo quando em gozo de licença.
dade na Comissão.
Art. 25. Ficam revogados os incisos XVII, XIX, XX,
Art. 20. Os órgãos e entidades da Administração XXI, XXIII e XXV do Código de Ética Profissional
Pública Federal darão tratamento prioritário às do Servidor Público Civil do Poder Executivo Fe-
solicitações de documentos necessários à ins- deral, aprovado pelo Decreto nº 1.171, de 22 de
trução dos procedimentos de investigação ins- junho de 1994, os arts. 2º e 3º do Decreto de 26
taurados pelas Comissões de Ética . de maio de 1999, que cria a Comissão de Ética
Pública, e os Decretos de 30 de agosto de 2000
§ 1º Na hipótese de haver inobservância do e de 18 de maio de 2001, que dispõem sobre a
dever funcional previsto no caput, a Comis- Comissão de Ética Pública.
são de Ética adotará as providências previs-
tas no inciso III do § 5º do art. 12. Art. 26. Este Decreto entra em vigor na data da
sua publicação.
§ 2º As autoridades competentes não pode-
rão alegar sigilo para deixar de prestar infor- Brasília, 1º de fevereiro de 2007; 186o da Indepen-
mação solicitada pelas Comissões de Ética. dência e 119o da República.

Art. 21. A infração de natureza ética cometida LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
por membro de Comissão de Ética de que tra-
Dilma Rousseff
tam os incisos II e III do art. 2º será apurada pela
Comissão de Ética Pública. Este texto não substitui o publicado no DOU
de 2.2.2007
Art. 22. A Comissão de Ética Pública manterá
banco de dados de sanções aplicadas pelas Co-
missões de Ética de que tratam os incisos II e III
do art. 2º e de suas próprias sanções, para fins
de consulta pelos órgãos ou entidades da admi-
nistração pública federal, em casos de nomea-
ção para cargo em comissão ou de alta relevân-
cia pública.
Parágrafo único. O banco de dados referido
neste artigo engloba as sanções aplicadas
a qualquer dos agentes públicos mencio-
nados no parágrafo único do art. 11 deste
Decreto.
Art. 23. Os representantes das Comissões de
Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2º
atuarão como elementos de ligação com a CEP,
que disporá em Resolução própria sobre as ati-
vidades que deverão desenvolver para o cum-
primento desse mister.
Art. 24. As normas do Código de Conduta da
Alta Administração Federal, do Código de Ética

16 concurseiro.vip

Você também pode gostar