Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CRATO – CEARÁ
O presente artigo se originou de uma investigação cujo objetivo era identificar como
Coronelismo esteve presente na nossa cidade através da figura histórica que é o padre
Cícero, chefe político e religioso da cidade já mencionada. Parte-se do pressuposto de que
Padre Cícero após o milagre ocorrido em 1889, época em que se dava a proclamação da
República (1), tornou-se “celebridade” e acabou aliando-se aos políticos do Cariri e até a
oligarquia Acciolina (2), tornando-se um poderoso coronel de batinas. O foco principal da
aná-
lise incide sobre a quastão do coronelismo ligado à crença religiosa e a política que serviu
como objeto de estudo, sobretudo porque permite a observação de relações que se estabele-
cem entre romeiros e a produção de discursos sobre coronelismo e religião.
Ainda sobre a primeira República, é conhecida também como a República dos
Coronéis, pois teve no coronelismo uma das suas marcas principais, onde vemos que este
(o coronelismo) chegou ao apogeu justamente na época do presidente Campos Sales quan-
mais seca e aspera a medida que se avança pelo imenso bolsão sertanejo. Suas casas
am-
plas, alpendradas, eram simples, escassamente mobiliadas, não raro
surpreendentemente
rústicas. Nelas, eles levaram uma vida mais modesta, em nada ostentatória,
pois sua com-
dição econômica não condizia com o luxo e esbanjamento. Uma vida de
fazenda, a mesa
farta, mas simples, salvo nos dias, raros, das grandes festas. Não tinham
muitas letras,
nem hábitos refinados. (Vilaça, 1939).
Toda via, é comum apresentarem o coronel como um fazendeiro rústico, autoritário,
brutal, ignorante, dispondo da vida dos demais habitantes do lugarejo em que reside.
Todo o esteriótipo é as vezes, consagrado, ou até ridicularizado. Mas todo esteriótipo é res-
tritivo, empobrecedor, embora contenha um fundo de verdade.
Mas o que se observa é a força eleitoral que o coronel possuía que era emprestada pe-
lo prestígio político, natural coroamento de sua privilegiada situação econômica e social de
donos de terras, pois comandava discricionariamente um loto considerável de votos de ca-
bestro, (6). Em todas essas tramóias pairavam a aprovação da política de dominação do
governo, aliado ao poder econômico, fomentado inclusive, pelo sistema latifundiário.
Fatores de tal ordem conduziram homem geralmente rudes, sem
qualquer instrução,
a deterem um tipo de poder político tão forte, que influenciavam eles até
em relevantes
decisões na área federal. (Macedo 1990).
Essa figura do coronel está presente na região do Cariri cearense em particular na ci-
dade de Juazeiro do Norte na figura do Padre Cícero. De acordo com Joaryvar Macêdo apon-
tam-se como causas, que concorreram, no Cariri para maior itensidade do fenômeno em
deposição de Franco Rabelo, ato cujo o principal acusado era Padre Cícero. A demais,
ele
era político, proprietário de sitos e de fazendas espalhados pelo Nordeste,
amigo de co-
neis, de Lampião e de outros cangaceiros. Porque no Ceará, para o povo, a
idéia de san-
tidade dependia, de sacrifícios e desprendimentos dos bens materiais.
(Galeno, 1988).
Contudo, deixando-se de lado a idéia de santidade, o Padre gozava, inegavelmente,
de prestígio entre a população Caririense, sobretudo os coronéis latifundiários, alguns dos
quais – como era o caso do coronel Zé Barrego, de Lavras da Mangabeira – que antes de
tomar qualquer decisão importante ia aconselhar-se com o patriarca.
Foram muitos os autores que pesquisaram e escreveram sobre Padre Cícero alguns
fazendo serias acusações e incubindo-se da tarefa de negar os fatos ocorrido em Juazeiro
e desmistificar as crenças no poder miraculoso deste, como é o caso Padre Antônio Feitosa
que lançou um livro intitulado: “Falta um defensor para o Padre Cícero”, no qual argumenta
que as provas cujos detratores se apóiam para acusar o fundador de Juazeiro são mais con-
tundentes do que os que os defendem.
Feitosa (1983) Também declara que o Padre Cícero alimentava as crenças em seus
“poderes sobrenaturais”, sentindo-se vaidoso em ser adorado como um “Deus”, neste senti-
do. Segundo seu entendimento o Padre Cícero não era amante da pobreza, não
possuía
nenhum poder de cura, não conhecia o sentimento da humildade, ao
contrário possuía
Para trabalharmos o Padre Cícero como coronel podemos relembrar antes como se
deu sua entrada na política. O ano em que ocorre esse momento foi 1910 e em torno dessa
opção do antigo capelão de Juazeiro, observam-se pontos – de – vista de estudiosos dos
episódios, nos quais ele foi envolvido ou figurou como protagonista principal. Há os que inter-
pretam essas decisão do sacerdote, baseados na questão religiosa de Juazeiro, pois suspen-
so do uso de suas ordens, sem vez, portanto, na Igreja, o Padre Cícero teria escolhido novo
caminho: a política.
Entretanto, poderia, necessitar de fundamento essa opinião, de acordo com Joaryvar