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1 - Eulália Jacinta André

2. Conceitos do Direito Bancário

Antes porem de avançar sobre o direito bancário institucional, importa numa primeira fase em
procurar entender o que é direito bancário, num contexto geral. No âmbito dos conceitos,
Fernando Conceição (1990),1 Conceitua o direito bancário sendo como, um ramo de direito
privado composto por regras e princípios que visam regular a actividade bancaria e as demais
instituições financeiras.2

Santiago (2013), Direito bancário é ramo de direito privado especializado no tratamento de


dinheiro, das instituições vocacionadas a trabalhar com ele assim como das relações que
nascem do contacto entre estes com o individuo.

E por sua vez para Leandro Malini, o Direito Bancário é composto por um conjunto de
princípio se normas jurídicas que regulam a actividade bancária, a constituição e
funcionamento das instituições financeiras, podendo também ser aplicados à recepção de
depósitos, o empréstimo de fundos, e uma série de outro tipo de operações activas e passivas.
Nisso, importa dizer que Podemos compreender a actividade bancária como o conjunto de
práticas, actos ou contratos executados por instituições bancárias, ou seja aquilo que
conhecemos como operações bancárias.

Portanto no âmbito da definição de vários autores acima citados, pode ainda compreender-se
que Direito Bancário abrange normas e princípios jurídicos que são ligados com a banca, a
qual abrange o universo relativo aos bancos, às instituições de crédito, às sociedades
financeiras e, em geral, à actividade desenvolvida por essas entidades, com os seus clientes.

Assim sendo, frisa dizer que diante dos estudos do direito bancário, temos, as instituições de
crédito e as sociedades financeiras as quais submetem-se a regras de densidade crescente.
Fala-se, a tal propósito, num sistema financeiro. Portanto o direito bancário regula e estuda
duas grandes áreas.

A de organização do sistema financeiro, o dito Direito Bancário institucional: cujo debruça-se


sobre os bancos e demais instituições, as condições de acesso à sua actividade, a suspensão e
a fiscalização e as diversas regras conexas; e, as actividades das instituições de crédito e
sociedades financeiras a qual se designa direito bancário material que tem a ver com as
relações interbancárias e com as relações que se estabeleçam entre a banca e os particulares.
1
Fernando Conceição Nunes. (1990). Direito Bancário, Vol. I., LISBOA.
2
António Menezes Cordeiro. (2001). Manual de Direito bancário. 2 Edição, Almedina Coimbra, pag 18.
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2 - Alex Rui Carlos Colombo

3. Direito bancário institucional

3.1. Conceito do Direito bancário institucional

Portanto, designa-se direito financeiro institucional uma área de direito bancário que estuda
sobre os bancos e demais instituições, as quais de acesso a sua actividade, a regulação ou
supervisão, fiscalização e os demais regras. Portanto, esta área despõe de uma grande
delimitação, neste caso o direito Públio, que tem a ver com a actuação financeira de estado.

Isto é, no direito bancário institucional, A organização bancaria ou o direito bancário


institucional é a parte do direito bancário que cuida da disciplina jurídica da organização do
distem bancário ou seja cuida das instituições especializados no tratamento do dinheiro.
Direito Bancário institucional congrega as normas da organização e funcionamento do banco
de Moçambique, o regime geral das instituições de crédito e sociedade financeira3 e toda a
legislação complementar que se mantem em vigor. O direito bancário este dividido em duas
partes concretamente. Direito bancário material e Direito bancário institucional.

3 - Soares Adriano Almoço Cuecue

3.2. Importância do Direito Bancário Institucional

O Direito Bancário Institucional é fundamental para garantir a estabilidade e segurança do


sistema financeiro. Ele estabelece regras e princípios que protegem os consumidores e
investidores, e promove a concorrência leal entre as instituições financeiras.4

Do mesmo autor explica-nos que suas normas e regulamentos visam proteger os interesses dos
depositantes, investidores e demais participantes do mercado financeiro, promovendo a
confiança e o bom funcionamento das operações bancárias. Além disso, o Direito Bancário
Institucional contribui para o desenvolvimento económico ao estabelecer regras que estimulam
o crédito, o investimento e a circulação de recursos, fomentando assim o crescimento e a
prosperidade da economia como um todo. Em um cenário de constante evolução tecnológica e
financeira, a importância do Direito Bancário Institucional se torna ainda mais evidente na
promoção de um ambiente seguro e eficiente para as actividades bancárias.

3
Aprovado pela lei 15/99 de 1 de Novembro, seno que as sociedades financeiras este pelo cuidado da sua
produção e aprovação, complexidade e introdução de soluções acertadas 10 e é classificada como um verdadeiro
código de direito bancário institucional
4
António Menezes Cordeiro. (2001). Manual de Direito bancário. 2 Edição, Almedina Coimbra.
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4 - Beatriz Alves Litoto

4. Sistema Financeiro Moçambicano

4.1. Conceitos

As instituições financeiras são o motor do sistema financeiro, ao intermediarem as relações


entre os demais agentes do sistema, elas garantem o funcionamento dos sistemas de
pagamentos e liquidação, permitindo ainda o desenvolvimento de uma variedade de produtos
financeiros que facilitam as transacções (Dos Santos, 2022).

Conforme Governo de Moçambique (2013)5 Define o sistema financeiro como conjunto de


instituições financeiras que operam em Moçambique. Incluem instituições de crédito,
sociedades financeiras e operadores de micro finanças, que estão sob a supervisão do Banco
de Moçambique (BM), as empresas de seguros, que estão sob a supervisão do Instituto de
Supervisão de Seguros de Moçambique ou Ministério das Finanças, os operadores da Bolsa
de Valores, que estão sob supervisão conjunta do BM e da Bolsa de Valores de Moçambique
e os fundos de pensões.

Segundo Giurco (2011), o sistema financeiro é composto pela banca, pela bolsa e pelos
seguros e o seu objectivo é a adequada alocação dos recursos com a criação de capital
financeiro e na sua canalização para os investimentos social e economicamente produtivos,
ainda que não se explicitem os meios para o alcançar.

Para Cardim et all (2007).6 O sistema financeiro é constituído por instituições e mercados
voltados para a viabilização de transacções com promessas de pagamento a ser realizado no
futuro, feitas por agentes, que se tornam assim devedores; e aceitas por outros agentes, como
direitos a serem exercidos na mesma data, tornando-se com isto credor dos primeiros.

Assim sendo podemos entender que sistema o financeiro, trata-se de conjunto de instituições,
meiose mercados que permitem que as poupanças de alguns agentes económicos sejam
canalizadas para os demandantes de crédito. Ou seja Sistema Financeiro podemos definir
como conjunto de mercados financeiros presentes numa determinada economia (que por sua
vez são definidos em função de classes de activos transaccionados), as instituições financeiras
e os restantes agentes económicos que interagem nesses mercados, estando sujeitos a
controles regulatórios de instituições específicas.

5
Governo da República de Moçambique (2013). Estratégia de Desenvolvimento do Sector Financeiro 2013-
2022.Acesso no site:
6
Cardim et alli (2007). Economia Monetária e Financeira. Rio de Janeiro: Campos.
4

Conforme no disposto dos autores acima citados, O sistema financeiro tem como funções
principais a intermediação de agentes superavitários e deficitários, a prestação de serviços
financeiros e servir como mecanismo de pagamentos. Por meio da alocação de fundos, o
sistema financeiro cumpre o papel primordial de alocar os recursos monetários para as
empresas, famílias e governos e reduzira quantidade de capital ocioso e a promoção do lucro,
promovendo deste modo o desenvolvimento social e económico das sociedades.

De forma geral no sistema financeiro moçambicano encontramos dois sistemas que são
sistema monista clássica, a qua pode se designar de sistema anglo-saxónico e Sistema
Dualista (Two-tier Board) que também designa-se de Modelo Alemão.

5 - Ali Muhamade

4.2. A reforma de sector financeiro

O ano de 1984 foi de início das reformas da política económica em Moçambique através da
introdução de uma nova legislação que permitiu: Entrada de novos actores, Privatização dos
bancos do Estado, e Reforço do papel do Banco de Moçambique (BdM) como banco central.

Portanto, Em 1992, foi criado o Banco Comercial de Moçambique (BCM), tendo o BdM
deixado de exercer as funções de banco comercial.

Após a Reforma do sector financeiro ocorrida nos anos noventa, houve uma separação nas
funções a serem desempenhadas pelo Banco de Moçambique (B.M), passando somente a
exercer a função de Banco Central. Paralelamente a isso, mediante os processos de
privatizações dos Bancos Estatais que ocorreram durante a década de noventa (caso do Banco
Popular de Desenvolvimento - BPD, que se converteu em Banco Austral e o Banco Comercial
de Moçambique - BCM, sendo privatizado em 1995 pelo BCP- Banco Comercial de
Portugal), apareceram novos operadores no sistema bancário, tornando-se mais segmentado
no cumprir de suas tarefas (vide anexo 1 – as instituições bancárias e não bancárias,
actualmente). Não obstante, notou-se que algumas instituições continuaram exercendo
funções de banco universal, sendo o caso do Banco Internacional de Moçambique (BIM), que
actua como Banco Comercial e Banco de Investimentos, lidando com activos de curto e de
longo prazo.

Em 2003, o sistema financeiro moçambicano deixou de ser dominado pelo Estado passando
para um sistema baseado no mercado aberto dominado por bancos privados que
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representavam cerca de 95 por cento do total de activos do sistema financeiro do Pais. Antes
de 2003, a concessão do crédito era limitada devido à existência de elevados níveis de crédito
não reembolsado (NPLs) no sistema bancário, elevadas e voláteis taxas de juro impulsionadas
pela falta de concorrência no sistema bancário, bem como pela existência de um ambiente de
crédito pouco atractivo. As elevadas e voláteis taxas de juro de crédito em Meticais também
desafiaram a estabilidade e o desenvolvimento do sector financeiro estimulando a dolarização
da economia e o aumento do custo da dívida pública interna.

Ao expor a capacidade de pagamento dos devedores a riscos cambiais (e portanto, à solvência


dos próprios bancos) a dolarização da economia aumentou a vulnerabilidade do sistema
financeiro aos choques da taxa de câmbio. Para colmatar problemas do sector bancário, entre
2005 e 2012, importantes reformas macroeconómicas e no sector financeiro foram realizadas
pelo Governo. Este, em colaboração com os doadores e a sociedade civil, desenvolveu e
implementou reformas no sector financeiro suportado pelo projecto de Assistência Técnica ao
Sector Financeiro (FSTAP). As referidas reformas consistiram:

(i) Na alteração e/ou adopção de novas leis e regulamentos no quadro regulatório do sistema
financeiro;

(ii) Criação de novos mecanismos institucionais para supervisão bancária e resolução de


litígios comerciais;

(iii) Na introdução das Normas Internacionais de Relato Financeiro (NIRF);

(iv) Na criação do Gabinete de Informação Financeira de Moçambique (GIFiM;

(v) Introdução do subsistema de transferência electrónica de fundos, e;

(vi) No aumento da transparência no reporte financeiro e no uso de instrumentos de mercado


na implementação da política monetária e cambial. Como resultados destes esforços, registou-
se: O aumento de activos totais no sistema financeiro, fixados em pouco menos de 2 biliões
de dólares norte-americanos em 2003;

(vii) Diminuição da intervenção do Estado no sector bancário, e;

(viii) Redução de crédito não reembolsado no sistema bancário.

Até 2010 os Bancos detinham quase todos os activos do sector financeiro em Moçambique, e
os três maiores bancos com capitais maioritariamente estrangeiros (Banco Internacional de
Moçambique, Banco Comercial e de Investimento, e o Standard Bank) respondiam por 85
porcento do total de activos do sector bancário.
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As Instituições de micro finanças (IMFs) e micro bancos que são pequenas instituições sem
importância sistemática, embora tenham-se expandido rapidamente nos últimos anos, partindo
de19 IMFs em 2003 para as actuais 202 IMFs registadas junto do BM acreditando-se ainda
que exista um número maior operando sem licença. O sector das pensões é dominado pelo
regime compulsório do sector público, segundo sistema de repartição (PAYGO). Entretanto,
existe um número reduzido de empresas privadas que oferecem fundos de pensão. O sector de
seguros também é pequeno (com contribuições inferiores a 1 por cento no produto interno
bruto-PIB), passando para 1,4% em 2011 e consiste em cinco empresas privadas em 2003 e
13 empresas em2011 dos quais uma de capital maioritariamente detida pelo Estado. O
mercado de capitais encontra-se num estágio de crescimento, registando actualmente 16
títulos listados, dos quais dois são acções corporativas e o restante são obrigações.

6 - Chabane Sofiano

5. Instituição de crédito e as sociedades financeiras

As instituições de crédito são empresas cuja actividade consiste em receber do público


depósitos ou outros fundos reembolsáveis para os aplicarem por conta própria através da
concessão de crédito.

Tratam-se de bancos, caixas económicas, Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, caixas de
crédito agrícola mútuo, sociedades de investimento, sociedades de locação financeira,
sociedades de factoring, sociedades financeiras para aquisição a crédito, sociedades de
garantia mútua, instituições de moeda electrónica e outras empresas qualificadas como tal
pela lei.

Porem, no seu contexto legal, as instituições de crédito estão reguladas nos termos do artigo
31 da lei 11/2001 de 20 de Março e as sociedades financeiras são regulados nos termos do art.
35 de lei supracitada.

Conforme Ccertorio (2005), Instituição financeira é uma entidade responsável por captar
recurso se concessão de crédito na sociedade. Além disso, atuam na intermediação da compra
e venda de valores mobiliários. A instituição financeira contribui de forma relevante ao
Sistema Financeiro Nacional, assim como para o desenvolvimento da economia nacional. Em
resumo, elas possuem como principal objectivo a captação de recursos dos agentes
superavitários visando emprestá-los aos agentes deficitários.
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As funções de uma instituição financeira são diversas, indo desde a concessão de empréstimos
e financiamentos, até a realização de transacções bancárias. Além disso, as instituições
financeiras também podem gerenciar recursos de seus próprios clientes, assim como servir
como intermediador nos investimentos.

A escolha de uma instituição financeira deve ir de encontro a necessidade do cliente. É


preciso seleccionar as que melhor se adequam ao seu perfil e demanda. Como cada uma delas
apresentam funções diferentes, pode ser necessário ter mais de uma.

7 - Lucinda José Jaime Ribeiro

5.1. Instituições de intermediação financeira não monetária

Antes porem de falar das instituições de intermediação financeira não monetária, há


necessidade de saber o que e a intermediação financeira. Portanto, conforme A Intermediação
Financeira é uma operação que diz respeito à captação de recursos pelas instituições
financeiras, transferindo dinheiro de agentes económicos superavitários para os agentes
deficitários. Por sua vez considera-se instituições financeiras aquelas que atuam no sector
financeiro de maneira abrangente. Ou seja vai muito além dos bancos comerciais envolvendo
corretoras de valores, bancos de investimentos, entre outros.

Portanto, as instituições financeiras actuam como intermediárias entre aqueles que precisam
de dinheiro (ou seja, tomadores de crédito) e entre aqueles que desejam investir o seu dinheiro
(ou seja, aqueles que desejam conceder crédito).

Sendo assim, um investidor aloca capital em um produto financeiro nessa instituição, que
pode ser um activo de renda variável ou fixa, e o tomador de crédito pegar aquele valor para
suas operações.

Pois, frisa dizer que nos sistemas financeiros encontram-se Instituições Financeiras Bancárias
(monetárias) e não Bancárias (não monetária). As Instituições Financeiras Bancárias
(monetárias),captam recursos através de depósitos, ao passo que as instituições financeiras
não-monetárias efectuam a mesma operação via colocação de títulos em mercado de capitais.
Fazem parte das Instituições Financeiras monetárias, os bancos comerciais, os bancos de
investimento, as cooperativas de crédito e os bancos de poupança.

Portanto, os Bancos Comerciais actuam como intermediários entre depositantes e tomadores


de crédito e geralmente manuseiam activos e passivos de curto prazo. Este tipo de instituição
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bancária, capta recursos através de depósitos à vista junto da clientela. Com a captação de
depósitos à vista, os bancos comerciais tornam-se capazes de aumentar os meios de
pagamentos da economia via efeito multiplicador. Este efeito multiplicador é gerado na
medida em que nem todo o valor depositado pelos agentes económicos nos bancos comerciais
é resgatado pelos mesmos de uma só vez.

No entanto os saques dos clientes costumam ser feitos periodicamente. Daí, parte desse valor
que se encontra nos caixas dos bancos, será destinado à concessão de novos empréstimos a
entidades jurídicas e físicas. Assim se expande o volume de papel-moeda em circulação na
economia. Entretanto, devido aos riscos que estas instituições estão sujeitas a passar, as
autoridades monetárias (Bancos Centrais) exigem que os bancos comerciais tenham contas de
reservas monetárias junto a eles (bancos centrais). Isso serve para evitar possíveis crises de
insolvência por parte destes bancos.

8 - Anube Manuel Salimo

6. Características Instituições financeiras intermediarias não monetárias

Caracterizam-se por afectar a velocidade de circulação da moeda, mas não podem receber
depósitos à vista do público e, assim, não criam meios de pagamento. Assim, pode-se
considerar das instituições intermediárias não monetárias as seguintes:

1. Bancos de investimentos: têm a função de operar em financiamento de médio e longo


prazos, para capital de giro e investimentos fixos nas empresas. Os seus recursos basicamente
são oriundos dos depósitos a prazo fixos e repasses.

2. Bancos de desenvolvimento: visam dar apoio financeiro às iniciativas económicas dos


Governos Federal e Estadual (também apoiando o capital de giro e investimentos fixos nas
empresas). Seus recursos são provenientes de depósitos a prazo e repasses (BACEN, BNDES,
FINAME).

3. Sociedades de crédito, financiamento e investimento: têm o objectivo de atender o crédito


directo ao consumidor. Isto é, prover recursos para financiar a aquisição de bens de consumo
durável através da emissão e do aceite de letras de câmbio.

4. Sociedades de crédito imobiliário: têm por finalidade o financiamento da habitação,


construção e aquisição de moradias. Captam recursos via colocação de letras imobiliárias e
depósitos de poupança. Cabe lembrar que os bancos de desenvolvimento, sociedades de
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crédito, financiamento e investimento, bem como as sociedades de crédito imobiliário,


compõem um segmento do sistema não considerado nesta dissertação.

Objectivos Finais de Intermediários é estimar o efeito do planeamento estratégico no


desempenho financeiro de bancos. Para que esse objectivo principal da pesquisa possa ser
atingido, há necessidade de definir outros objectivos intermediários:

 Buscar na revisão da literatura as contribuições dos pesquisadores sobre planeamento


estratégico e desempenho financeiro;
 Definir conceitualmente e operacionalmente o constructo planeamento estratégico;
 Definir conceitualmente e operacionalmente o constructo desempenho organizacional;
 Seleccionar o domínio conceitual do constructo planeamento estratégico apropriado
para o presente estudo;
 Seleccionar o domínio conceitual do constructo desempenho organizacional
apropriado para o presente estudo;
 Identificar na literatura a relação entre planeamento e desempenho.

9 - Helton Alexandre de Sousa Nhanpulo

7. Intervenção pública no sistema financeira

Para a preservação da estabilidade do sistema financeiro, o BM dispõe de mecanismos e


instrumentos legais7 que lhe permitem actuar preventivamente sobre instituições consideradas
inviáveis, em risco de inviabilidade ou de insolvência, destacando-se as medidas de
intervenção correctiva e os poderes e instrumentos de resolução.

Em caso de liquidação de uma instituição financeira, a preservação da estabilidade financeira


é assegurada pela prevenção da corrida ao depósito através do reembolso (em tempo útil) dos
depósitos segurados pelo Fundo de Garantia de Depósitos. Portanto, as medidas de
intervenção correctiva servem para salvaguardar a estabilidade do sistema financeiro, o Banco
de Moçambique dispõe, nos termos da Lei das Instituições de Crédito e Sociedades
Financeiras (LICSF)8, de um conjunto de medidas que pode adoptar quando as instituições
não cumprem ou estejam em risco de não cumprir as normas que disciplinam a sua actividade.
Trata-se de medidas de intervenção correctiva.

7
Lei 1/92 de 3 de Janeiro.
8
Lei 20/2020 de 31 de Dezembro, Lei das instituições de crédito e sociedades financeiras
10

A adopção das medidas correctivas tem por objectivo garantir, essencialmente, a recuperação
da instituição em dificuldades, de modo a assegurar a continuação do exercício da sua
actividade, uma vez sanadas as dificuldades que a tenham acometido.

Nos termos da LICSF, verificando-se que as medidas de intervenção correctiva aplicadas não
permitiram recuperar a situação ou considerando-se que as mesmas seriam insuficientes, pode
o BM, alternativamente:

Aplicar uma ou mais medidas de resolução; ou revogar a autorização para o exercício da


respectiva actividade, seguindo-se o regime de liquidação.

A resolução bancária pode ser entendida como sendo o processo de reestruturação de uma
instituição por uma autoridade de resolução, no caso, o BM, mediante a aplicação de um
conjunto de poderes e instrumentos (de resolução) previstos na lei, quando estejam
preenchidos os requisitos (legais) para o efeito, visando o alcance de determinadas
finalidades.

O BM pode aplicar medidas de resolução baseadas nos seguintes instrumentos de resolução:

 Alienação parcial ou total da actividade;


 Transferência parcial ou total da actividade para uma instituição de transição;
 Segregação de activos;
 Redução ou conversão de instrumentos dos fundos próprios.

Portanto, A resolução de uma instituição financeira ocorre quando estejam preenchidos os


seguintes requisitos: O BM, no exercício das suas funções de autoridade de resolução, ter
declarado que uma instituição se encontra em risco de inviabilidade ou de insolvência;

Não ser previsível que a situação de insolvência seja evitada num prazo razoável através do
recurso a medidas executadas pela própria instituição ou da aplicação de medidas de
intervenção correctiva; As medidas de resolução serem necessárias para a defesa do interesse
público; A entrada em liquidação da instituição, por força da revogação da autorização para o
exercício da sua actividade, não permitir atingir com maior eficácia as finalidades
prosseguidas com a aplicação das medidas de resolução. Nisso Banco de Moçambique tem
em vista as seguintes finalidades, na aplicação de medidas de resolução: Assegurar a
continuidade da prestação dos serviços financeiros essenciais para a economia;

Prevenir a ocorrência de consequências graves para a estabilidade financeira, nomeadamente


evitar o contágio entre entidades, incluindo as infra-estruturas de mercado, e manter a
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disciplina de mercado; Salvaguardar os interesses dos contribuintes e do erário público,


minimizando o recurso ao apoio financeiro público; Proteger os fundos dos depositantes cujos
depósitos sejam garantidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos;

Proteger os fundos e os activos detidos pelas instituições em nome e por conta dos seus
clientes, e a prestação dos serviços de investimento relacionados. Quando uma instituição não
seja considerada passível de resolução, fica sujeita ao regime de liquidação nos termos da lei
aplicável.

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