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Antes porem de avançar sobre o direito bancário institucional, importa numa primeira fase em
procurar entender o que é direito bancário, num contexto geral. No âmbito dos conceitos,
Fernando Conceição (1990),1 Conceitua o direito bancário sendo como, um ramo de direito
privado composto por regras e princípios que visam regular a actividade bancaria e as demais
instituições financeiras.2
E por sua vez para Leandro Malini, o Direito Bancário é composto por um conjunto de
princípio se normas jurídicas que regulam a actividade bancária, a constituição e
funcionamento das instituições financeiras, podendo também ser aplicados à recepção de
depósitos, o empréstimo de fundos, e uma série de outro tipo de operações activas e passivas.
Nisso, importa dizer que Podemos compreender a actividade bancária como o conjunto de
práticas, actos ou contratos executados por instituições bancárias, ou seja aquilo que
conhecemos como operações bancárias.
Portanto no âmbito da definição de vários autores acima citados, pode ainda compreender-se
que Direito Bancário abrange normas e princípios jurídicos que são ligados com a banca, a
qual abrange o universo relativo aos bancos, às instituições de crédito, às sociedades
financeiras e, em geral, à actividade desenvolvida por essas entidades, com os seus clientes.
Assim sendo, frisa dizer que diante dos estudos do direito bancário, temos, as instituições de
crédito e as sociedades financeiras as quais submetem-se a regras de densidade crescente.
Fala-se, a tal propósito, num sistema financeiro. Portanto o direito bancário regula e estuda
duas grandes áreas.
Portanto, designa-se direito financeiro institucional uma área de direito bancário que estuda
sobre os bancos e demais instituições, as quais de acesso a sua actividade, a regulação ou
supervisão, fiscalização e os demais regras. Portanto, esta área despõe de uma grande
delimitação, neste caso o direito Públio, que tem a ver com a actuação financeira de estado.
Do mesmo autor explica-nos que suas normas e regulamentos visam proteger os interesses dos
depositantes, investidores e demais participantes do mercado financeiro, promovendo a
confiança e o bom funcionamento das operações bancárias. Além disso, o Direito Bancário
Institucional contribui para o desenvolvimento económico ao estabelecer regras que estimulam
o crédito, o investimento e a circulação de recursos, fomentando assim o crescimento e a
prosperidade da economia como um todo. Em um cenário de constante evolução tecnológica e
financeira, a importância do Direito Bancário Institucional se torna ainda mais evidente na
promoção de um ambiente seguro e eficiente para as actividades bancárias.
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Aprovado pela lei 15/99 de 1 de Novembro, seno que as sociedades financeiras este pelo cuidado da sua
produção e aprovação, complexidade e introdução de soluções acertadas 10 e é classificada como um verdadeiro
código de direito bancário institucional
4
António Menezes Cordeiro. (2001). Manual de Direito bancário. 2 Edição, Almedina Coimbra.
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4.1. Conceitos
Segundo Giurco (2011), o sistema financeiro é composto pela banca, pela bolsa e pelos
seguros e o seu objectivo é a adequada alocação dos recursos com a criação de capital
financeiro e na sua canalização para os investimentos social e economicamente produtivos,
ainda que não se explicitem os meios para o alcançar.
Para Cardim et all (2007).6 O sistema financeiro é constituído por instituições e mercados
voltados para a viabilização de transacções com promessas de pagamento a ser realizado no
futuro, feitas por agentes, que se tornam assim devedores; e aceitas por outros agentes, como
direitos a serem exercidos na mesma data, tornando-se com isto credor dos primeiros.
Assim sendo podemos entender que sistema o financeiro, trata-se de conjunto de instituições,
meiose mercados que permitem que as poupanças de alguns agentes económicos sejam
canalizadas para os demandantes de crédito. Ou seja Sistema Financeiro podemos definir
como conjunto de mercados financeiros presentes numa determinada economia (que por sua
vez são definidos em função de classes de activos transaccionados), as instituições financeiras
e os restantes agentes económicos que interagem nesses mercados, estando sujeitos a
controles regulatórios de instituições específicas.
5
Governo da República de Moçambique (2013). Estratégia de Desenvolvimento do Sector Financeiro 2013-
2022.Acesso no site:
6
Cardim et alli (2007). Economia Monetária e Financeira. Rio de Janeiro: Campos.
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Conforme no disposto dos autores acima citados, O sistema financeiro tem como funções
principais a intermediação de agentes superavitários e deficitários, a prestação de serviços
financeiros e servir como mecanismo de pagamentos. Por meio da alocação de fundos, o
sistema financeiro cumpre o papel primordial de alocar os recursos monetários para as
empresas, famílias e governos e reduzira quantidade de capital ocioso e a promoção do lucro,
promovendo deste modo o desenvolvimento social e económico das sociedades.
De forma geral no sistema financeiro moçambicano encontramos dois sistemas que são
sistema monista clássica, a qua pode se designar de sistema anglo-saxónico e Sistema
Dualista (Two-tier Board) que também designa-se de Modelo Alemão.
5 - Ali Muhamade
O ano de 1984 foi de início das reformas da política económica em Moçambique através da
introdução de uma nova legislação que permitiu: Entrada de novos actores, Privatização dos
bancos do Estado, e Reforço do papel do Banco de Moçambique (BdM) como banco central.
Portanto, Em 1992, foi criado o Banco Comercial de Moçambique (BCM), tendo o BdM
deixado de exercer as funções de banco comercial.
Após a Reforma do sector financeiro ocorrida nos anos noventa, houve uma separação nas
funções a serem desempenhadas pelo Banco de Moçambique (B.M), passando somente a
exercer a função de Banco Central. Paralelamente a isso, mediante os processos de
privatizações dos Bancos Estatais que ocorreram durante a década de noventa (caso do Banco
Popular de Desenvolvimento - BPD, que se converteu em Banco Austral e o Banco Comercial
de Moçambique - BCM, sendo privatizado em 1995 pelo BCP- Banco Comercial de
Portugal), apareceram novos operadores no sistema bancário, tornando-se mais segmentado
no cumprir de suas tarefas (vide anexo 1 – as instituições bancárias e não bancárias,
actualmente). Não obstante, notou-se que algumas instituições continuaram exercendo
funções de banco universal, sendo o caso do Banco Internacional de Moçambique (BIM), que
actua como Banco Comercial e Banco de Investimentos, lidando com activos de curto e de
longo prazo.
Em 2003, o sistema financeiro moçambicano deixou de ser dominado pelo Estado passando
para um sistema baseado no mercado aberto dominado por bancos privados que
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representavam cerca de 95 por cento do total de activos do sistema financeiro do Pais. Antes
de 2003, a concessão do crédito era limitada devido à existência de elevados níveis de crédito
não reembolsado (NPLs) no sistema bancário, elevadas e voláteis taxas de juro impulsionadas
pela falta de concorrência no sistema bancário, bem como pela existência de um ambiente de
crédito pouco atractivo. As elevadas e voláteis taxas de juro de crédito em Meticais também
desafiaram a estabilidade e o desenvolvimento do sector financeiro estimulando a dolarização
da economia e o aumento do custo da dívida pública interna.
(i) Na alteração e/ou adopção de novas leis e regulamentos no quadro regulatório do sistema
financeiro;
Até 2010 os Bancos detinham quase todos os activos do sector financeiro em Moçambique, e
os três maiores bancos com capitais maioritariamente estrangeiros (Banco Internacional de
Moçambique, Banco Comercial e de Investimento, e o Standard Bank) respondiam por 85
porcento do total de activos do sector bancário.
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As Instituições de micro finanças (IMFs) e micro bancos que são pequenas instituições sem
importância sistemática, embora tenham-se expandido rapidamente nos últimos anos, partindo
de19 IMFs em 2003 para as actuais 202 IMFs registadas junto do BM acreditando-se ainda
que exista um número maior operando sem licença. O sector das pensões é dominado pelo
regime compulsório do sector público, segundo sistema de repartição (PAYGO). Entretanto,
existe um número reduzido de empresas privadas que oferecem fundos de pensão. O sector de
seguros também é pequeno (com contribuições inferiores a 1 por cento no produto interno
bruto-PIB), passando para 1,4% em 2011 e consiste em cinco empresas privadas em 2003 e
13 empresas em2011 dos quais uma de capital maioritariamente detida pelo Estado. O
mercado de capitais encontra-se num estágio de crescimento, registando actualmente 16
títulos listados, dos quais dois são acções corporativas e o restante são obrigações.
6 - Chabane Sofiano
Tratam-se de bancos, caixas económicas, Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, caixas de
crédito agrícola mútuo, sociedades de investimento, sociedades de locação financeira,
sociedades de factoring, sociedades financeiras para aquisição a crédito, sociedades de
garantia mútua, instituições de moeda electrónica e outras empresas qualificadas como tal
pela lei.
Porem, no seu contexto legal, as instituições de crédito estão reguladas nos termos do artigo
31 da lei 11/2001 de 20 de Março e as sociedades financeiras são regulados nos termos do art.
35 de lei supracitada.
Conforme Ccertorio (2005), Instituição financeira é uma entidade responsável por captar
recurso se concessão de crédito na sociedade. Além disso, atuam na intermediação da compra
e venda de valores mobiliários. A instituição financeira contribui de forma relevante ao
Sistema Financeiro Nacional, assim como para o desenvolvimento da economia nacional. Em
resumo, elas possuem como principal objectivo a captação de recursos dos agentes
superavitários visando emprestá-los aos agentes deficitários.
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As funções de uma instituição financeira são diversas, indo desde a concessão de empréstimos
e financiamentos, até a realização de transacções bancárias. Além disso, as instituições
financeiras também podem gerenciar recursos de seus próprios clientes, assim como servir
como intermediador nos investimentos.
Portanto, as instituições financeiras actuam como intermediárias entre aqueles que precisam
de dinheiro (ou seja, tomadores de crédito) e entre aqueles que desejam investir o seu dinheiro
(ou seja, aqueles que desejam conceder crédito).
Sendo assim, um investidor aloca capital em um produto financeiro nessa instituição, que
pode ser um activo de renda variável ou fixa, e o tomador de crédito pegar aquele valor para
suas operações.
Pois, frisa dizer que nos sistemas financeiros encontram-se Instituições Financeiras Bancárias
(monetárias) e não Bancárias (não monetária). As Instituições Financeiras Bancárias
(monetárias),captam recursos através de depósitos, ao passo que as instituições financeiras
não-monetárias efectuam a mesma operação via colocação de títulos em mercado de capitais.
Fazem parte das Instituições Financeiras monetárias, os bancos comerciais, os bancos de
investimento, as cooperativas de crédito e os bancos de poupança.
bancária, capta recursos através de depósitos à vista junto da clientela. Com a captação de
depósitos à vista, os bancos comerciais tornam-se capazes de aumentar os meios de
pagamentos da economia via efeito multiplicador. Este efeito multiplicador é gerado na
medida em que nem todo o valor depositado pelos agentes económicos nos bancos comerciais
é resgatado pelos mesmos de uma só vez.
No entanto os saques dos clientes costumam ser feitos periodicamente. Daí, parte desse valor
que se encontra nos caixas dos bancos, será destinado à concessão de novos empréstimos a
entidades jurídicas e físicas. Assim se expande o volume de papel-moeda em circulação na
economia. Entretanto, devido aos riscos que estas instituições estão sujeitas a passar, as
autoridades monetárias (Bancos Centrais) exigem que os bancos comerciais tenham contas de
reservas monetárias junto a eles (bancos centrais). Isso serve para evitar possíveis crises de
insolvência por parte destes bancos.
Caracterizam-se por afectar a velocidade de circulação da moeda, mas não podem receber
depósitos à vista do público e, assim, não criam meios de pagamento. Assim, pode-se
considerar das instituições intermediárias não monetárias as seguintes:
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Lei 1/92 de 3 de Janeiro.
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Lei 20/2020 de 31 de Dezembro, Lei das instituições de crédito e sociedades financeiras
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A adopção das medidas correctivas tem por objectivo garantir, essencialmente, a recuperação
da instituição em dificuldades, de modo a assegurar a continuação do exercício da sua
actividade, uma vez sanadas as dificuldades que a tenham acometido.
Nos termos da LICSF, verificando-se que as medidas de intervenção correctiva aplicadas não
permitiram recuperar a situação ou considerando-se que as mesmas seriam insuficientes, pode
o BM, alternativamente:
A resolução bancária pode ser entendida como sendo o processo de reestruturação de uma
instituição por uma autoridade de resolução, no caso, o BM, mediante a aplicação de um
conjunto de poderes e instrumentos (de resolução) previstos na lei, quando estejam
preenchidos os requisitos (legais) para o efeito, visando o alcance de determinadas
finalidades.
Não ser previsível que a situação de insolvência seja evitada num prazo razoável através do
recurso a medidas executadas pela própria instituição ou da aplicação de medidas de
intervenção correctiva; As medidas de resolução serem necessárias para a defesa do interesse
público; A entrada em liquidação da instituição, por força da revogação da autorização para o
exercício da sua actividade, não permitir atingir com maior eficácia as finalidades
prosseguidas com a aplicação das medidas de resolução. Nisso Banco de Moçambique tem
em vista as seguintes finalidades, na aplicação de medidas de resolução: Assegurar a
continuidade da prestação dos serviços financeiros essenciais para a economia;
Proteger os fundos e os activos detidos pelas instituições em nome e por conta dos seus
clientes, e a prestação dos serviços de investimento relacionados. Quando uma instituição não
seja considerada passível de resolução, fica sujeita ao regime de liquidação nos termos da lei
aplicável.