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Índice

Introdução ....................................................................................................................................... 4

1.2. Objectivos Gerais ............................................................................................................. 4

1.3. Objectivos específicos ...................................................................................................... 4

2. A Política e Estratégia do Desenvolvimento de Floresta e Fauna Bravia ............................... 5

2.1. Conceito ........................................................................................................................... 5

2.2. Finalidade ......................................................................................................................... 5

2.3. Política de Florestas e Fauna Bravia ................................................................................ 5

2.4. Contribuição das Florestas e Fauna Bravia na Economia Nacional................................. 6

2.5. Emprego no Sector de Florestas e Fauna Bravia.............................................................. 6

2.6. O objectivo relativo ao envolvimento das Comunidades maneio e conservação dos


Recursos Faunísticos ................................................................................................................... 7

2.7. Populações Dependentes das Florestas ............................................................................ 8

2.8. A Estratégia Nacional de Reflorestamento ...................................................................... 8

2.9. Princípios e Fundamentos .............................................................................................. 10

2.9.1. Lei de Florestas e Fauna Bravia (Lei 10/99) ........................................................... 11

Conclusão...................................................................................................................................... 12

Bibliografia ................................................................................................................................... 13
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Introdução

O trabalho tem como objecto de estudo “A Política e Estratégia do Desenvolvimento de Floresta


e Fauna Bravia”, este sector de Florestas e Fauna Bravia estabeleceu uma política de
desenvolvimento que tem objectivos ecológicos, económicos e sociais. Estes objectivos estão em
linha com os objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Para além da contribuição do sector de
florestas e fauna bravia na economia nacional, o sector contribui de uma maneira significativa no
emprego, tanto na indústria como no auto-emprego.

1.2. Objectivos Gerais

 Conhecer Profundamente a política e estratégia de desenvolvimento das florestas e fauna


bravia;

1.3. Objectivos específicos

 Identificar as estratégias do desenvolvimento de floresta e fauna bravia;


 Analisar a sua finalidade.
 Compreender quais são os impactos da política e estratégia de desenvolvimento das
florestas e fauna bravia nas diferentes áreas;
 Caracterizar qual é importância desse documento nas comunidades locais.
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2. A Política e Estratégia do Desenvolvimento de Floresta e Fauna Bravia

2.1. Conceito

De acordo com Matakala (2004), “a política e estratégia do desenvolvimento de florestas e fauna


bravia é um documento que apresenta como um dos objectivos a necessidade de aumento da
participação da população rural e comunidades como agentes directos no maneio integrado,
protecção contra as queimadas, uso e conservação dos recursos florestais e faunísticos”1.

2.2. Finalidade

Para (Matakala), a política e estratégia do desenvolvimento de florestas e fauna bravia tem o


objectivo de criar mecanismos para o desenvolvimento nas seguintes áreas:

 Sociais;
 Económicos;
 Culturais;
 Político;
 Ambiental; e
 Ecológicos.

2.3. Política de Florestas e Fauna Bravia

A política e estratégia de desenvolvimento de florestas e Fauna Bravia enquadra-se no Programa


do Governo estabelecido pela resolução n. 4/95, de 9 de Maio, da Assembleia da República, e na
Política Agrária e Estratégia de Implementação aprovada pelo Conselho de Ministros em
Outubro de 1995. O objectivo de longo prazo de desenvolvimento de Florestas e Fauna Bravia é
formulado nos seguintes termos: “ proteger, conservar, desenvolver e utilizar de forma racional
e sustentável os recurso florestais e faunísticos para o benefício económico, social e ecológico
da actual e futura geração dos moçambicanos”

1
Matakala, PW. (2004). Gestão Participativa dos Recursos Naturais-Modelos de Parceria Em Maneio Comunitário
dos Recursos Naturais. Maputo, Moçambique In: Nhantumbo I, FolomaM , e Puná N (Editores). Memórias da III
Conferência Nacional sobre o maneio Comunitário dos Recursos Naturais. Junho.
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Objectivo económico – visa a promoção do papel e da intervenção do sector privado no maneio


e uso dos recursos florestais e faunísticos, contribuindo para o aumento do Produto Nacional
Bruto. (nº. 55. I, 4. PEDFFB.).

2.4. Contribuição das Florestas e Fauna Bravia na Economia Nacional

O inventário florestal nacional estimou as áreas cobertas por florestas e outras formações
lenhosas em cerca de 62 milhões de hectares dos quais 25% são considerados como sendo de alta
produtividade (abundância de espécies madeireiras com alto valor comercial). Recursos naturais
tais como os florestais, faunísticos, marinhos e costeiros têm contribuído significativamente para
o Produto Interno Bruto (PIB) e para a economia de várias famílias rurais.

Entre 1996-2001 estimou-se que o sector de florestas e fauna bravia contribuiu com cerca de 4%
para o PIB. Entre 1996-2005, os produtos florestais mais exportados no país foram os toros,
madeira serrada, réguas de paquetes e painéis. O crescente aumento das exportações, que chegou
a 65 milhões de dólares em 2005 contribuiu para a economia do país assim como para a melhoria
de vida de algumas comunidades locais envolvidas em programas de gestão sustentável dos
recursos naturais. A maioria das exportações madeireiras realizadas nessa época foram feitas
para, Hong Kong, China, Alemanha e África do Sul.

2.5. Emprego no Sector de Florestas e Fauna Bravia

De acordo com Dista e Nhancale (2009), “em Moçambique, a agricultura é o sector que emprega
cerca de 15% do número total de funcionários existentes (sem contar o sector familiar) ”2. Daí
que, os recursos naturais como a terra, água, floresta e fauna bravia, são vistos como sendo o
centro do desenvolvimento rural, pois, constituem as fontes de rendimento da maioria da
população.

Entretanto, a exploração Madureira é tida como um motor de desenvolvimento das indústrias nas
áreas rurais pela capacidade que esta actividade tem de criar bases económicas e estruturais para

2
Dista, Nazira e Nhancale, Bruno A. (2009). Maneio Comunitários dos Recursos Naturais e Desenvolvimento de
Pequenas e Médias Empresas Florestais, Maputo.
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as indústrias de pequena escala e oportunidades de emprego. Um levantamento feito em 2001


demonstrou existirem no país, cerca de 147 unidades industriais, sendo 122 serrações, 24
carpintarias e 3 outras industriais. Estas unidades industriais empregam em média de 60
trabalhadores incluindo os trabalhadores de exploração florestal. Hoje, o número de
trabalhadores aumentou como consequência do aumento do número de unidades industriais
florestais, que quase duplicou, e o restabelecimento das coutadas, parques nacionais e fazendas
do bravio.

Para além do emprego formal na indústria florestal e faunística, uma grande percentagem da
população está envolvida no fabrico e comercialização de carvão, estacas, extracção e venda de
plantas medicinais, garantindo assim, o sustento das suas famílias.

2.6. O objectivo relativo ao envolvimento das Comunidades maneio e conservação dos


Recursos Faunísticos

De acordo com Dista e Nhancale (2009), a gestão dos recursos naturais pelas comunidades
locais é uma estratégia adoptada pelo governo para a implementação do objectivo social da
política e estratégia de florestas e fauna bravia para simultaneamente melhorar as condições da
vida da comunidade rural, assegurar a gestão participativa e sustentável dos recursos naturais,
com vista à redução da pobreza.

Entre 1995 e 2009, cerca de 70 projectos foram iniciados pelas diferentes províncias e
presentemente encontram-se espalhados pelo país e em diferentes estágios de evolução.

O quadro legal de suporte a gestão dos recursos naturais pelas comunidades locais melhorou
muito desde o início da implementação de iniciativas de maneio comunitário com a aprovação
da: Lei do Ambiente (Lei n.º 20/97, de 1 de Outubro), Lei de Florestas e Fauna Bravia (Lei n.º
10/99, de 7 de Julho) e o seu regulamento, Diploma Ministerial 93/2005 (mecanismos de
canalização dos 20% das taxas de exploração florestal e faunística as comunidades locais); etc.

A organização da comunidade em grupos de interesse para exploração de alternativas de geração


de rendimentos baseados nos recursos naturais tem se mostrando uma das novas tendências da
gestão dos recursos naturais pelas comunidades locais. Uma vez que o capital inicial envolvido
nestas iniciativas de geração de rendimento serem reduzidos/baixos, estas tendem a ser viáveis.
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Ao contrário das primeiras iniciativas do maneio Comunitário dos Recursos Naturais em que
eram financiadas maioritariamente por organizações não governamentais com objectivo primário
de preservar a natureza.

Adicionado a isto, a dependência directa dos recursos florestais e faunísticos pelas comunidades
rurais para o suporte das suas necessidades básicas de subsistência e melhoria dos rendimentos
familiares faz do maneio Comunitário dos Recursos Naturais que produz benefícios tangíveis,
uma alternativa viável para promover a gestão sustentável dos recursos naturais e permitir uma
melhoria na qualidade de vida das famílias abrangidas pelas mesmas.

2.7. Populações Dependentes das Florestas

No mundo, mais de 1.6 biliões de pessoas sobrevive à base de diferentes recursos florestais.
Destas, cerca de 60 milhões de pessoas indígenas/nativas vivem exclusivamente a base da
floresta e 350 milhões de pessoas que vivem na zona rural dependem das florestas para a sua
subsistência e obtenção de rendimentos. Cerca de 1 bilião de pessoas dependem de produtos
medicinais provenientes de várias plantas florestais. Particularmente, nos países em
desenvolvimento, a prática de sistemas agro-florestais tem contribuído para sustentar a
produtividade agrícola e gerar rendimentos. Todavia, nos países em vias de desenvolvimento, as
indústrias florestais têm fornecido emprego para mais de 60 milhões de pessoas. Estima-se que
no continente Africano, entre 20-25 milhões de hectares ocupadas para pastagem usem árvores e
arbustos como a principal fonte de alimento para os animais, especialmente os camelos e
cabritos. A população moçambicana é predominantemente rural, e estima-se que cerca de 80%,
mais de 14 milhões de habitantes, residem nas zonas rurais e dependem da agricultura de
subsistência e da exploração dos recursos naturais como principal actividade. (DISTA, 2009).

2.8. A Estratégia Nacional de Reflorestamento

A Estratégia Nacional de Reflorestamento é uma das prioridades do Programa Nacional de


Florestas e Fauna Bravia (PNFFB) com vista ao aproveitamento das condições agro-ecológicas,
facilidades de mercado para produtos madeireiros, disponibilidade de terra e a necessidade de
impulsionar o desenvolvimento florestal do país estimulando o plantio de árvores florestais no
país com envolvimento dos diferentes actores do sector florestal.
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A estratégia é estabelecida no quadro de vários princípios e na harmonização da política e


legislação relevante ao sector agrário como é o caso do PARPA, PROAGR II, Programa
Nacional do Governo para 2005-2009 e na Agenda 2025: “Visão e estratégia da Nação”.

A Estratégia Nacional de Reflorestamento baseia-se principalmente, mas não exclusivamente nos


seguintes instrumentos legais:

 Constituição da República de Moçambique, Lei 1/2018, de 12 Julho, BR I Serie nº 115.

 Agenda 2025; Visão e Estratégia da Nação, Maputo, 2003

 Política Nacional do Ambiente, No. 5/95, 3 de Agosto 1995.

 Política Nacional de Água, No. 7/95, 8 de Agosto 1995. (Em processo de revisão)

 Política Nacional sobre Agricultura e Terras, No. 10/95, 17 de Outubro 1995.

 E nº.11/95 31 de Outubro 1995, Programa Nacional de Desenvolvimento agrário


(PROAGRI I & II)

 Política Nacional do Sector Industrial, No. 23/97, 19 de Agosto de 1997.

 Política e Estratégia Nacional do Comércio, No. 25/98, 7 de Julho 1998.

 E Estratégia de Desenvolvimento de Florestas e Fauna Bravia, No. 8/97, 1 de Abril


1997.

 Política Nacional de Energia, No. 5/98, 3 de Maio 1998.

 Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA), 2001-2005, Abril 2000.

 Programa Nacional do Governo para 2005-2009, Moçambique, Março 2005.

 Instruções gerais para o Desenvolvimento Rural, no.3/98, 24 de Fevereiro 1998: Plano


de Acção.

 Fórum da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), 1995.


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 Lei de Investimento No. 3/93, 24 de Junho de 1993.

 Lei de Terras, No. 19/97, 1 Outubro de 1997.

 Lei de Florestas e Fauna Bravia, 7 de Julho 1999

 Política e Estratégia de Desenvolvimento de Florestas e Fauna Bravia, 1995.

 Lei do Ambiente, 28 Julho 1997.

 Relatório de Moçambique no Seminário Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável


(WSSD), Maio 2002, Conselho Nacional para Desenvolvimento Sustentável. (MINAG,
2006)

2.9. Princípios e Fundamentos

A estratégia nacional de reflorestamento baseia-se nos princípios das seguintes convenções já


ratificadas por Moçambique que são:

 Convenção sobre Mudanças Climáticas, Resolução 1/94;

 Convenção sobre a Biodiversidade, Resolução 2/94;

 Convenção sobre Protecção e Gestão de Recursos Marinhos para África Oriental,


Resolução 17/96;

 Convenção sobre o Combate à Desertificação, Resolução 20/96.

Moçambique adoptou a, Agenda 21, e a Convenção sobre a Biodiversidade, que incorpora o


objectivo do “Maneio Sustentável dos Recursos Florestais”. Moçambique, tornou-se signatário
desta convenção em Outubro de 1998.

Na intervenção de Moçambique durante o Seminário Mundial sobre o Desenvolvimento


Sustentável 2002, elucida a necessidade da criação de instrumentos legais a nível nacional, sub-
regional e regional, para a integração das preocupações sobre o ambiente na planificação
económica e programas de maneio sustentável.
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2.9.1. Lei de Florestas e Fauna Bravia (Lei 10/99)

Reconhece formalmente os seguintes aspectos chaves:

a) O maneio comunitário pode ser aplicado em qualquer tipo, classe, qualidade de florestas e
produtos, isto é, o maneio comunitário não é legalmente restringido a áreas degradadas, com
menor interesse madeireiro, turístico ou de biodiversidade, cobrindo todas as classes de florestas
(de protecção e de produção), produtos (madeireiros e/ou não madeireiros), tipos (florestas
naturais ou plantadas) e qualidade (áreas tampão, áreas degradadas e não degradadas).

b) O estado reconhece a partilha de benefícios derivados do maneio comunitário dos recursos,


através da reversão à comunidade de uma percentagem das taxas de exploração florestal.

c) O estado reconhece as comunidades locais como uma autoridade no maneio florestal e por
conseguinte, a necessidade de defesa dos interesses destas obrigando a sua auscultação quando se
pretende efectuar a exploração ou declarar áreas de protecção que abrangem as áreas de
influência da comunidade.
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Conclusão

Paralelamente aos objectivos planificados nesta pesquisa, Chegou-se a conclusão de que, a


gestão dos recursos naturais pelas comunidades locais é uma estratégia adoptada pelo governo
para a implementação do objectivo social da política e estratégia de florestas e fauna bravia para
simultaneamente melhorar as condições da vida da comunidade rural, assegurar a gestão
participativa e sustentável dos recursos naturais, com vista à redução da pobreza.
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Referencias Bibliografia

Matakala, PW. Gestão Participativa dos Recursos Naturais-Modelos de Parceria Em Maneio


Comunitário dos Recursos Naturais.In: Nhantumbo I, FolomaM , e Puná N (Editores). Memórias
da III Conferência Nacional sobre o maneio Comunitário dos Recursos Naturais. Maputo,
Moçambique Junho de 2004.

Policy Briefing, Florestas e Fauna Bravia na Segurança Alimentar, Nutrição e Alivio à Pobreza,
Maputo, Novembro de 2007.

DNFFB.1997. Regulamento de Florestas e Fauna Bravia. Ministério de Agricultura e Pescas.


Maputo, Moçambique, 1997.

Dista, Nazira e NHANCALE Bruno A. Maneio Comunitários dos Recursos Naturais e


Desenvolvimento de Pequenas e Médias Empresas Florestais, Maputo, 2009.

MICOA - Ministério para Coordenação da Acção Ambiental. Estratégia de Desenvolvimento de


Florestas e Fauna Bravia, Maputo, 2005.

MINAG. (2006). Estratégia National de Reflorestamento, (Por um Desenvolvimento de


Plantações Florestais Sustentáveis), Maputo, Maio.

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