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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E PESCAS

MEMORANDO SOBRE O SECTOR


FLORESTAL NACIONAL

LUANDA, ABRIL/2022

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1.0 INTRODUÇÃO

O presente documento aborda a situação actual do sector florestal


nacional face à conjuntura económica, social e ambiental do país.

O documento visa dar cumprimento à directiva de Sua Excelência


Presidente da República e Titular do Poder Executivo, transmitida no
encontro realizado no dia 15 de Março de 2022 no Centro de
Documentação e Imprensa (CDI), por Sua Excelência Ministro de
Estado para Coordenação Económica, concernente à eventual pressão
que a exploração e a exportação de madeira estariam a exercer sobre
as florestas nacionais.

Neste contexto, o mesmo documento traz uma abordagem transversal


ao sector florestal, destacando aspectos relacionados com os principais
eixos de actuação, nomeadamente: o potencial florestal nacional e o
modelo de gestão, compreendendo: instituições de tutela, quadro
político e legal, recursos humanos e financeiros e patrimoniais,
exploração florestal, fiscalização, circulação e comercialização de
produtos florestais, bem como a sua evolução ao longo dos últimos
anos.

Aborda ainda a contribuição económica do sector florestal no PIB e


social, na criação de empregos e bem-estar das populações no meio
rural.

Finalmente e visando melhorar o desempenho do sector, o documento


propõe medidas de curto, médio e longo prazo, com objectivo de
reforçar as acções que estão em curso em sede do Plano de Medidas
para Melhorar a Gestão dos Recursos Florestais aprovado na II
Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, realizada aos 09 de Março
de 2017.

2.0 ENQUADRAMENTO
2.1 A importância das florestas

As florestas constituem um factor importante de estabilidade


ambiental, pois abrigam grande parte da biodiversidade terrestre e
desempenham funções ecológicas imprescindíveis para a manutenção
da vida.

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Igualmente, as florestas assumem particular importância para o ser
humano ao fornecerem diversos benefícios económicos, sociais,
culturais e científicos tais como, a madeira e os seus derivados, plantas
medicinais, produtos não lenhosos destinados à alimentação humana,
recursos genéticos e oportunidades para pesquisa, turismo e lazer.

O Estado angolano reconhece a importância do sector florestal como


um dos factores preponderantes no desenvolvimento económico,
social e ambiental do País, em particular no processo de diversificação
da economia, garantia da segurança alimentar e desenvolvimento rural
integrado.

De acordo com a Política Nacional de Florestas, Fauna Selvagem e


Áreas de Conservação (Resolução n.º 1/10, de 24 de Janeiro), a
exploração e comercialização da madeira em toro, tanto das florestas
naturais como plantadas, em condições de sustentabilidade, poderia
aportar à economia nacional uma contribuição anual de
aproximadamente 150 milhões de Dólares Americanos, o que elevaria
a contribuição do sector florestal no PIB dos actuais 0.1 para 4%.

Dada a sua característica multidisciplinar, capacidade de produção de


bens e serviços diversos destinados à satisfação das necessidades
sociais básicas, bem como alta capacidade de absorção de mão-de-
obra, as florestas contribuem para a segurança alimentar das
populações rurais, e não só, pois que:

✓ Cerca de 37,6% da população (cerca de 10 milhões de pessoas,


Censo 2014) vive no meio rural e tem na lenha, no carvão, na
carne de caça, no mel, nos insectos, nos frutos silvestres e no
peixe das águas interiores as suas principais fontes de
subsistência e renda. Os produtos derivados das florestas são
ainda a principal matéria-prima de construção, para a maioria
da população rural.

✓ Segundo a matriz energética nacional, o consumo doméstico de


lenha e carvão representa um percentual maior em relação às
outras fontes de energia, tais como o petróleo iluminante,
electricidade e gás natural.
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2.2 Potencial Florestal Nacional

De acordo com os resultados preliminares do primeiro Inventário


Florestal Nacional, publicados em Janeiro de 2017, Angola tem uma
cobertura florestal de 69,3 milhões de hectares, dos quais 61.000
hectares de floresta plantada, o que corresponde a cerca de 55,6% da
sua superfície territorial.

A reserva estimada de volume da madeira em pé é de 2.649.916.000


m3, sendo:

✓ Floresta natural – 2.435.691.000 m3


✓ Floresta plantada – 214.225.000 m3

A capacidade admissível de corte anual agregando a floresta natural e a


floresta plantada é de 1.600.000 m3 de madeira em toro, respeitando
os princípios de gestão sustentável das florestas e os imperativos de
protecção ambiental, sendo:

✓ Floresta natural – 600.000 m3


✓ Floresta plantada – 1.000.000 m3 (volume anual, num
horizonte temporal de 20 anos)

Em termos económicos, o volume de madeira em toro passível de corte


anualmente é estimado em 106 mil milhões de Kwanzas a preços de
mercado nacional, sendo:

✓ Floresta natural- 66 mil milhões de Kwanzas;


✓ Floresta plantada-40 mil milhões de Kwanzas.

3.0 CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR FLORESTAL

3.1 Modelo de gestão dos recursos

O actual modelo de gestão dos recursos florestais alicerçado nos


instrumentos legais e políticos vigentes, baseia-se em instituições de
tutela, quadro político e legal, recursos humanos, financeiros e
patrimoniais, exploração florestal e fiscalização.

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3.1.1 Instituições de tutela

Dentro da estrutura governativa do Executivo Angolano, a gestão das


florestas e da fauna selvagem recai sob a tutela do Ministério de
Agricultura e Pescas e do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente.

Ao Ministério da Agricultura e Pescas (MINAGRIP) compete o


ordenamento, protecção e fomento florestal e faunístico fora das áreas
de conservação através da Direcção Nacional de Florestas (DNF) e do
Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF).

Ao Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente (MCTA) compete a


gestão das áreas de conservação (parques nacionais e reservas
naturais) de espécies de fauna selvagem protegidas e incluídas na lista
vermelha de Angola bem como nos anexos I e II da Convenção
Internacional Sobre o Comercio de Espécies de Flora e Fauna
Ameaçadas de Extinção (CITES) através do Instituto Nacional da
Biodiversidade e Conservação (INBC).

Para além dos órgãos de gestão directa, o Ministério da Agricultura e


Pescas tutela em parceria com o Ministério das Finanças a Empresa
Florestal Pública Madeiras de Angola, MADANG-EP, de interesse
estratégico, que se ocupa da gestão de participações financeiras do
Estado nas actividades de exploração florestal.

No que diz respeito à fiscalização florestal e faunística no quadro do


dever de colaboração, participam os Ministérios da Defesa, do Interior,
autoridades administrativas locais, autoridade aduaneira, autoridades
tradicionais e comunidades locais.

3.1.2 Quadro político e legal

O quadro político e legal que orienta a actividade do sector florestal


nacional é moderno, de formulação recente e integra os seguintes
diplomas:

✓ Resolução n.º 1/10, de 24 de Janeiro (Política Nacional de


Florestas, Fauna Selvagem e Áreas de Conservação): que descreve
a visão de longo prazo, os objectivos, as metas e as estratégias a
adoptar para o uso sustentável e a conservação dos recursos
florestais e faunísticos da República de Angola;

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✓ Lei n.º 6/17, de 24 de Janeiro (Lei de Bases de Florestas e Fauna
Selvagem): que estabelece as normas que visam garantir a
conservação e o uso racional das florestas e fauna selvagem;

✓ Decreto Presidencial n.º 171/18, de 23 de Julho (Regulamento


Florestal): instrumento que concretiza as normas sobre o uso
racional e o acesso aos recursos florestais e faunísticos, tomando
em consideração a sua dimensão ambiental, social, económica e
cultural;

✓ Decreto Presidencial n.º 149/19, de 15 de Maio, que cria os


Entrepostos de Produtos Florestais nas províncias de Bengo,
Benguela, Cabinda, Cuando Cubango, Luanda e Moxico;

✓ Decreto Presidencial n.º 220/18, de 25 de Setembro, que aprova


as medidas para melhorar o controlo das exportações e seus
proventos;

✓ Decreto Executivo n.º 24/22, de 18 de Janeiro, que aprova o


cronograma de procedimentos para o processo de emissão de
licenças de exploração florestal;

✓ Decreto Executivo n.º 57/21, de 3 de Março, que prorroga por


mais 2 anos, a interdição, em todo o território nacional o corte da
madeira da espécie Mussive;

✓ Decreto Executivo Conjunto n.º 200/16, de 26 de Abril, que


aprova as tabelas de taxas e emolumentos devidos à exploração de
produtos florestais;

✓ Decreto Executivo Conjunto n.º 201/16, de 22 de Abril, que


estabelece os requisitos de segurança para o transporte intra-
provincial de madeira em toro e inter-provincial de madeira
serrada;

✓ Lei de sanidade vegetal, Lei n.º5/21, de 3 de Fevereiro;

✓ Lei de Terras, Lei n.º 9/04, de 9 de Novembro;

✓ Lei de Base do Ambiente, Lei n.º 5/98, de 19 de Junho;

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✓ Decreto Presidencial n.º 311/18, de 19 de Dezembro, que aprova
o Regulamento sobre a Importação e Exportação de Espécies de
Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção;

✓ Lei do Ordenamento do Território e do Urbanismo, Lei n.º 3/ 04,


de 25 de Junho;

✓ Lei de Águas, Lei n.º 6/02, de 21 de Junho;

✓ Lei dos Recursos Biológicos Aquáticos, Lei n.º 6-A/04, de 8 de


Outubro;

✓ Lei n.º 3/14 de 10 de Fevereiro, sobre a Criminalização das


Infracções Subjacentes ao Branqueamento de Capitais, no que toca
aos crimes contra o ambiente;

✓ Lei n.º 1/07 de 14 de Maio das Actividades Comerciais;

✓ Lei n.º 5/04 de 7 de Setembro, das Actividades Industriais;

✓ Decreto Presidencial n.º 80/05 de 6 de Julho que aprova o


Regulamento das Actividades Industriais;

✓ Convenções internacionais e protocolos regionais de que Angola é


parte.

3.1.3 Recursos Humanos

As tabelas abaixo retratam a evolução dos recursos humanos no sector


florestal representado pela Direcção Nacional de Florestas e Instituto
de Desenvolvimento Florestal ao longo do período de 2010 a 2021.

É de registar um decréscimo de número de técnicos, tanto superiores


como médios, bem como dos agentes de fiscalização florestal e
faunístico, já de si em número insuficiente e maioritariamente em
idade de reforma, facto que evidencia um dos principais
constrangimentos do sector.

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3.1.4 Recursos Financeiros

Os recursos financeiros de suporte às actividades do sector florestal


público são provenientes do ROT-OGE e destinam-se
fundamentalmente para fazer face às despesas relacionadas com o
pessoal, bens e serviços, gastos correntes.

Categoria Orçamental 2019 2020 2021 Média Anual

Total das Despesas 788 581 903,92 781 819 722,73 874 556 338,20 814 985 988,28
DESPESAS CORRENTES 788 581 903,92 781 819 722,73 874 556 338,20 814 985 988,28
DESPESAS COM O PESSOAL 693 552 635,66 718 594 867,30 788 050 617,60 733 399 373,52
Contribuições do Empregador 54 727 959,12 49 256 043,40 46 505 720,60 50 163 241,04
Receitas consignadas (40%) 179.692.730,00 123.089.263,00 815.565.878,00 372.782.623,67
DESPESAS EM BENS E 40 301 309,14 13 968 812,03 40 000 000,00 31 423 373,72
SERVIÇOS
Despesas de Capital 0,00 0,00 0,00 0,00

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4.0 EVOLUÇÃO RECENTE NA ACTIVIDADE DE EXPLORAÇÃO
FLORESTAL

4.1 Situação Actual

Angola enfrenta, desde 2014, uma profunda crise económica e


financeira, derivada do agravamento da conjuntura económica e
financeira mundial e do surgimento da pandemia da Covid 19.

Como consequência directa, no período de 2015 a 2017, o País viu-se


mergulhado numa exploração desenfreada dos recursos florestais, em
particular da madeira, protagonizada por empresas de direito
angolano, algumas delas detidas por cidadãos estrangeiros e
provenientes, maioritariamente, do sector da construção e obras
públicas, na busca de soluções alternativas para os seus negócios
através do corte e exportação da madeira para obtenção fácil de divisas
e exportação de capital.

O aumento inesperado de empresas operadoras no sector, sobretudo


nas províncias do Moxico, Cuando Cubango e da Lunda Sul, provocou a
exploração desordenada de algumas espécies, em especial do Mussivi
(Guibourtia coleosperma), em razão do seu alto valor e grande procura
no mercado asiático, onde chega a ser comercializada por valores
próximos ou superiores a USD 1.000,00/m3.

Os órgãos competentes do Estado vocacionados à gestão dos recursos


florestais não estavam preparados para fazer face a situação acima
referida, em função das limitações de ordem institucional, das quais se
destacam, entre outras, a fraca capacidade de fiscalização florestal e
faunística, devido ao reduzido número de agentes e ao baixo nível de
financiamento do OGE ao sector florestal.

Para contornar este complexo quadro que se instalara na exploração


dos recursos florestais, o Governo realizou várias intervenções,
destacando-se, nomeadamente, a tomada das seguintes medidas:

✓ Aprovação e implementação do novo quadro legal, encabeçado


pela Lei n.º 6/17, de 24 de Janeiro, Lei de Bases de Florestas e
Fauna Selvagem, complementado pelo Decreto Presidencial n.º
171/18, de 23 de Julho, Regulamento florestal, (substituindo o
anterior quadro legal herdado do período colonial);

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✓ Aprovação e implementação do Plano de Medidas Para Melhorar
a Gestão dos Recursos Florestais, contendo medidas de políticas
e acções orientadas para a estabilidade da actividade florestal,
nos domínios da fiscalização e controlo do corte, circulação,
comercialização interna e externa da madeira, incluindo o
controlo e repatriamento das receitas cambiais;

✓ Publicação do Decreto Presidencial n.º 274/17, de 10 de


Novembro, que suspendeu a Campanha Florestal de 2017, para
permitir a apreensão da madeira explorada ilegalmente nos anos
anteriores;

✓ Publicação do Decreto Presidencial n.º 148/19, de 15 de Maio,


que cria os entrepostos de produtos florestais nas províncias do
Bengo, Benguela, Cabinda, Cuando Cubango, Luanda e Moxico e
aprova o seu Regulamento. Estas infra-estruturas foram
concebidas como locais estratégicos para facilitar o trabalho de
fiscalização e controlo da circulação da madeira proveniente das
áreas de corte e destinada à comercialização interna e externa;

✓ Publicação do Decreto Executivo n.º 278/18, de 7 de Agosto, que


interdita em todo território nacional, o corte da espécie Mussivi,
por um período de 2 anos, para permitir a realização de estudos
sobre o estado de conservação desta espécie e a viabilidade
técnica e ecológica da continuação da sua exploração;

✓ Publicação do Decreto Executivo n.º 57/21, de 3 de Março, que


prorroga até Março de 2023 a interdição do corte da madeira da
espécie Mussivi para permitir a conclusão dos estudos sobre o
estado de conservação desta espécie e a viabilidade técnica e
ecológica da continuação da sua exploração.

Actualmente, fruto da implementação do conjunto de medidas acima


referidas, é possível constatar uma melhoria substancial na actividade
florestal, apesar de ainda persistirem vários problemas, alguns dos
quais herdados do contexto anterior, havendo outros, entretanto, que
são de ordem estrutural e estão ligados directamente à fraca
capacidade institucional do órgão reitor desta actividade.

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4.2 Modelo de Exploração Florestal

O modelo actual de exploração florestal baseia-se nos regimes de


Licença Anual para quantidades limitadas e de Contrato de Concessão
Florestal a que se habilitam os operadores que reúnem os requisitos
estabelecidos no Regulamento Florestal aprovado pelo Decreto
Presidencial nº. 171/18 de 23 de Julho.

✓ As licenças anuais são emitidas para volumes não superiores a


500 metros cúbicos e áreas de exploração não superior a 1000
hectares, válidas para cada campanha florestal que decorre de 01
de Maio a 31 de Outubro, com carácter sazonal.

As licenças anuais apesar de estarem consagradas na legislação


vigente, contudo, apresentam desvantagens tais como: a) não
obrigatoriedade de reflorestação, b) proliferação de operadores
florestais, c) trespasse de licenças, d) incentivo ao garimpo e a
consequente desflorestação, e) dificuldade no controlo por parte
dos agentes da fiscalização florestal e faunística, entre outras.

✓ Os contratos de concessão florestal são cessionados para áreas


superiores a 1000 hectares e volumes superiores a 500 metros
cúbicos, têm a validade de 25 a 45 anos e baseiam-se na
apresentação do Plano de Gestão Sustentável da Concessão
Florestal (PGSF) que inclui a exploração por blocos de rotação e
a obrigatoriedade de florestação e reflorestação.

Dadas as vantagens que o regime de concessão florestal


apresenta em termos de garantia de sustentabilidade dos
recursos e para o processo de certificação florestal e inserção da
madeira de Angola no mercado internacional em condições de
competitividade, os contratos de concessão florestal são a posta
do sector.

Cada campanha de exploração florestal obedece aos seguintes


pressupostos:
✓ Estabelecimento, por Decreto Executivo do Titular do
Departamento Ministerial que superintende o sector florestal,
de quotas de exploração por volume, espécie e por Província;
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✓ Avaliação prévia da idoneidade administrativa, técnica e
financeira das empresas candidatas.

5.0 INFORMAÇÕES SOBRE A EXPLORAÇÃO FLORESTAL

No contexto actual, a exploração dos recursos florestais baseia-se na


exploração da madeira, carvão vegetal e lenha.

A exploração de madeira em toro ocorre em quase todo o pais e com


particular incidência nas províncias de Cabinda, Bengo, Uíge, Cuanza
Norte, Moxico, Cuando Cubango e, em menor escala, em Malanje, Zaire,
Lunda Sul, Cuanza Sul, Bié, Huambo e Benguela, sendo que nas duas
últimas províncias esta actividade incide nas plantações florestais.

Quanto ao carvão vegetal e à lenha, apesar de a sua exploração


encontrar-se oficialmente suspensa desde o ano de 2019, contudo, o
País continua a registar altos índices de comercialização destes
produtos no mercado informal, em particular do carvão vegetal, factor
que contribui para a devastação dos recursos florestais, sobretudo nas
províncias do Bengo, Cuanza Sul, Malanje, Lundas Norte e Sul, Huambo,
Bié, Benguela, Namibe e Huila onde os ecossistemas florestais são
particularmente frágeis. A título exemplificativo cita-se aqui o
problema actual em torno da Serra da Leba.

5.1 Empresas envolvidas na exploração de madeira

O número de empresas envolvidas na exploração de madeira em toro


varia de uma campanha a outra consoante os resultados da avaliação
prévia e da disponibilidade da quota anual de exploração florestal.
No geral, o sector florestal conta com um total de 180 empresas
florestais ociosas e no activo, das quais 120 estão filiadas na
Associação Nacional dos Industriais e Madeireiros de Angola (ANIMA).

As tabelas abaixo ilustram o número de empresas licenciadas e o


volume total licenciado nas campanhas de exploração de 2019 a 2021.

Tabela – Número de empresas licenciadas e o volume total licenciado nas campanhas de


exploração florestal de 2019 a 2021.
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Nº Ano Empresas Volume Licenciado Arrecadação de receitas
em metros cúbicos para o OGE
1 2019 132 126.690,00 357.826.118,00
2 2020 71 98.177,70 211.863.025,00
3 2021 149 154.200,00 488.700.519,00
Total 352 379.067,70 1.058.389.662,00

5.2 Produção da Madeira em Toro

A média de produção nacional de madeira em toro, nos últimos 10


anos, tem-se situado torno de 100 mil metros cúbicos, sendo que a
necessidade nacional de consumo está avaliada em cerca de 500.000
metros cúbicos, incorporando todas as utilizações da madeira, e tendo
como base um consumo per capita avaliado em 0,03 – 0,05
m3/pessoa/ano.
As tabelas abaixo ilustram a evolução da produção da madeira em toro no período
de 2019 a 2021.

Nº Ano Empresas Volume produzido em metros


cúbicos
1 2019 132 93.766,97
2 2020 71 66.760,83
3 2021 149 123.360,00
Total 352 283.887,80

Entre as províncias mais produtoras e com excedente para exportação,


mencionam-se as seguintes: Cabinda, Uíge, Cuanza Norte, Bengo,
Moxico e Cuando Cubango.

Na visão do sector florestal as plantações florestais existentes e a


expansão das respectivas áreas deverão constituir-se numa alternativa
viável para compensar o eventual déficit de madeira no mercado
nacional e incrementar significativamente as exportações de madeira e
seus derivados, deixando a madeira da floresta nativa para usos nobres
ou de interesse estratégico do Estado.

5.3 Transformação da madeira

Com a publicação do Decreto Executivo Conjunto n.º 201/16, de 22 de


Abril, que estabeleceu os requisitos de segurança para o transporte
intra-provincial de madeira em toro e inter-provincial de madeira
serrada, a transformação da medeira passou a ser feita localmente, o
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que incentivou o surgimento de mais indústrias e a criação de
empregos.

O parque industrial de madeira conta com 120 unidades de semi


transformação ativas, algumas delas com carpintaria acoplada cuja
capacidade total instalada, entretanto, é superior a quantidade de
madeira disponível no mercado, pelo facto de a sua implantação não
ter obedecido à realização de um estudo de mercado.

Subsiste falta de informação estatística sobre a produção de madeira


serrada na medida em que estas unidades industriais são tuteladas
pelo Ministério do Comércio e Indústria, sendo imperioso a criação de
mecanismos de concertação e partilha de informação entre este
Departamento Ministerial e o MINAGRIP.

5.4 Exportação

Relativamente à exportação de madeira, esta conheceu o seu auge a


partir de 2016, sobretudo para a madeira em toro.

Com a publicação do Regulamento Florestal (Decreto Presidencial n.º


171/18, de 23 de Julho) e da Pauta Aduaneira (Decreto Legislativo
Presidencial n.º 03/18 de 09 de Maio), a exportação da madeira, desde
2018, passou a ser feita em forma transformada sobretudo em blocos.

A criação dos Entrepostos de Produtos Florestais, (Decreto


Presidencial n.º 149/19 de 15 de Maio) acabou com as irregularidades
que prevaleciam nesta actividade e que contribuíam para a fuga de
capitais e sonegação de informação, bem como, o não retorno dos
cambiais ao país.

Deste modo, começaram a registar-se os seguintes impactos:

✓ Melhoria no controlo da madeira exportada;

✓ Maior fluidez da informação entre as diversas instituições


públicas e privadas envolvidas no processo de exportação
(Ministérios da Agricultura e Pesca, do Comércio e Indústria, das
Finanças, do Interior e a Banca e estas com os operadores);

✓ Melhoria no retorno e controlo dos cambiais resultantes da


exportação da madeira no exterior;

✓ Melhoria do desempenho da Fiscalização florestal e faunística.


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As tabelas abaixo ilustram a evolução da exportação da madeira e os
seus proventos em termos de captação de divisas no período de 2018 a
2021.
Nº Ano Empresas Volume Cambiais
(m3) EURO USD
1 2018 49 45.642,45 7.649.007,68 12.130.433,85
2 2019 56 49.626,42 6.606.209,02 13.925.260,90
3 2020 64 53.076,83 9.385.196,58 17.553.622,60
4 2021 67 81.322,70 17.100.726,07 22.896.274,11
Total 229.668,40 40.741.139,35 66.505.591,46
Fonte: Relatório IDF/MINAGRIP
NB: Os dados de 2018 e 2019 só se referem às exportações realizadas a partir dos Entrepostos de Produtos
Florestais de Luanda e Bengo.

As informações referentes aos cambiais confirmam a importância das


medidas tomadas no sentido de controlar e assegurar o retorno ao país
dos proventos da exportação da madeira, o que não acontecia antes de
Outubro de 2018.

Ainda em relação à exportação, é importante sublinhar que o total da


madeira exportada representa cerca de 70% da produção nacional.

Quanto aos principais destinos da madeira exportada a partir de


Angola, menciona-se os seguintes países: China, Vietname, Portugal,
França, Marrocos, Emirados Árabes Unidos, África do Sul, Turquia,
Estados Unidos da América, entre outros.

5.5 Empregos

No actual contexto, a cadeia de produção florestal, compreendendo as


actividades de corte, transporte, transformação e comercialização
interna e externa da madeira é responsável pela criação de cerca de 8
mil empregos directos e mais de 24 mil indirectos, sem contar com a
produção e comercialização do mel, incluindo a profissionalização que
é oferecida à juventude rural, essencialmente, para desempenhar
funções relacionadas com as operações de exploração.

Adicionalmente, a cadeia de produção do mel oferece ocupação e renda


para mais de 15 mil pessoas.

O número de empregos gerados pelas actividades florestais poderá


conhecer no futuro um forte conhecimento com o desenvolvimento de
plantações florestais industriais.

15
5.6 Responsabilidade Social no segmento da exploração florestal

Da exploração dos recursos florestais advém outros benefícios


decorrentes das obrigações sociais dos operadores para com as
comunidades traduzidos na construção e manutenção das vias de
acesso, pontes e pontecas, postos de saúde, escolas, e em alguns casos
fornecimento de serviços de electricidade.

6.0 FISCALIZAÇÃO FLORESTAL E FAUNÍSTICA

O actual modelo de fiscalização florestal e faunística compreende um


corpo de agentes, postos de fiscalização fixos e móveis, incluindo meios
e equipamentos para a fiscalização, com a tarefa de assegurar e apoiar
a aplicação da legislação florestal e faunística, no que concerne ao
controlo e protecção dos recursos florestais e faunísticos, prevenindo e
punindo os actos lesivos à sua integridade.

O pessoal que actualmente exerce a função de fiscalização florestal e


faunística é constituído basicamente por funcionários administrativos
e está estimado em cerca de 227 efectivos (dados do ano de 2022). Na
ausência de uma carreira específica, este pessoal foi convertido na
carreira administrativa, sem perspectivas de progressão profissional e
com salários não compatíveis com as exigências da actividade.

As infraestruturas de apoio a fiscalização herdadas no período colonial,


muitas delas foram ocupadas por outras instituições públicas e as
poucas restantes encontram-se em estado avançado de degradação,
dificultando a fixação dos agentes de fiscalização nos municípios e
comunas.

Tabela – Evolução do efectivo do pessoal de fiscalização florestal e


faunística no período 2016 a 2021.
Ano 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Efectivos 247 247 239 236 234 227

16
7.0 PRINCIPAIS CONSTRANGIMENTOS QUE AFECTAM A GESTÃO
DOS RECURSOS FLORESTAIS

Os principais constrangimentos que afectam a gestão dos recursos


florestais prendem-se com:

✓ Insuficiência de recursos humanos em termos de técnicos


superiores, médios e básicos tanto no sector público como no
privado;

✓ Número reduzido de agentes de fiscalização florestal, faunística e


apícola, para a cobertura nacional desejada, o que cria espaços
para proliferação de actividades ilícitas de exploração dos
recursos florestais e faunística;

✓ Inexistência da carreira técnica e profissional específica para o


pessoal da fiscalização florestal e faunística e o respectivo
estatuto remuneratório;

✓ Exiguidade de recursos financeiros para cobrir as despesas de


capital e para apoio a projectos de desenvolvimento florestal,
faunístico e apícola;

✓ Insuficiência de infraestruturas de apoio às actividades de


administração, fomento, extensão e fiscalização florestal,
faunística e apícola, tais como postos de fiscalização, casas de
função, sedes administrativas do IDF, centros de formação e
treinamento profissional;

✓ Falta de modernização do sistema de emissão e controlo das


licenças de exploração e exportação de produtos florestais;

✓ Fraca capacidade de intervenção técnica dos operadores


florestais, devido à: a) dificuldade de acesso ao crédito bancário,
b) altos custos dos equipamentos de corte e de transformação
da madeira, c) mau estado das vias de acesso às áreas de
exploração e d) altos custos das operações portuárias;

✓ Falta de demarcação, nos termos da Lei, dos terrenos rurais para


o desenvolvimento não só das actividades agrícolas e pecuárias,
sobretudo, as florestais relacionadas com a exploração dos
recursos e estabelecimento de plantações florestais.

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8.0 ACÇÕES EM CURSO

As seguintes acções estão em curso no âmbito do Programa Geral do


MINAGRIP:

✓ Controlo da Exportação de Produtos Florestais e Faunísticos


através dos Entrepostos de Produtos Florestais;

O processo de exportação dos produtos florestais e faunísticos tem


início no Ministério da Agricultura e Pescas (Instituto de
Desenvolvimento Florestal- IDF) com a emissão dos Certificados de
Exportação de Produtos Florestais e Fitossanitário e segue os seus
trâmites nos Ministérios do Comércio e Indústria e das Finanças
(Administração Geral Tributária -AGT).

✓ Continuação do processo de implementação do regime de


exploração por contrato de concessão florestal;

✓ Processo de pagamento das obras de construção dos Entrepostos


de Produtos Florestais de Luanda, Bengo e Cuando Cubango,
bem como preparação de concurso público para adjudicação das
obras de construção dos Entrepostos de Cabinda, Benguela e
Moxico;

✓ Continuação do processo de regulamentação da Lei n.º 06/17, de


24 de Janeiro, Lei de Bases de Florestas e Fauna Selvagem, no
concernente à Fiscalização, Caça e Apicultura.

9.0 PROPOSTA DE MEDIDAS

As medidas propostas abaixo, baseiam-se na directiva de Sua


Excelência Presidente da República e Titular do Poder Executivo e
visam a apresentação de um conjunto de soluções de curto, médio e
longo prazo com o objectivo de se contornar a eventual pressão que a
exploração e a exportação de madeira estarão a exercer sobre as
florestas nacionais;

Na visão do sector, a gestão dos recursos florestais devia passar por


uma abordagem holística assente em conceitos de sustentabilidade de
modo a criar as bases e premissas fundamentais para a
18
industrialização e modernização equilibrados do sector, aumentar a
sua competitividade, torná-lo mais atraente ao investidor, e, por esta
via, aumentar os níveis de empregabilidade da mão-de-obra, fazendo
com que a sua contribuição seja mais efectiva e expressiva no processo
de diversificação da economia e no PIB nacional.

Este modo de perspectivar o sector florestal, implica a implementação


de um conjunto de acções de natureza política, legislativa, técnica-
económica dirigidas para consolidação das realizações já conseguidas e
para a superação dos constrangimentos identificados.

9.1 Medidas de Curto Prazo (2022 a 2023)

✓ Manter a proibição da exportação de madeira em toro;

✓ Continuar com a exportação da madeira serrada, produtos semi-


acabados e seus derivados;

✓ Enquanto vigorar o Decreto Executivo n.º 57/21, de 3 de Março,


que suspende o corte da madeira de espécie mussive reforçar
para o efeito as medidas de fiscalização e de controlo;

✓ Proibição da exportação da madeira em blocos através da


revisão da Pauta Aduaneira, de modo a incentivar a sua
transformação local com a criação de valor agregado e de mais
postos de trabalho;

✓ Actualização do Regime de taxas e emolumentos devidos pela


exploração de produtos florestais faunísticos e apícolas e os
preços dos serviços prestados nos entrepostos de produtos
florestais bem como os preços mínimos de referências;

✓ Revisão e actualização da Política Nacional de Florestas, Fauna


Selvagem e Áreas de Conservação, considerando o longo tempo
já transcorrido desde a sua aprovação e publicação (Janeiro
2010);

✓ Realização do 2.º Inventário Florestal Nacional;

✓ Aprovação da proposta do Regime Especial da Carreira de


Fiscalização Florestal, Faunística e Apícola e Respectivo Estatuto
Remuneratório, de modo a valorizar este pessoal;

19
✓ Abertura de concurso público excepcional de ingresso para:

a) 150 Técnicos superiores;

b) 400 Técnicos médios;

c) 1.500 Agentes de Fiscalização Florestal e Faunística;

Ainda em relação à fiscalização florestal e faunística propõe-se o


seguinte:

✓ Potenciar o corpo de fiscalização florestal e faunística interna do


MINAGRIP com adequados equipamentos e apetrechos para o
acompanhamento técnico e específico de toda cadeia de
produção florestal;

✓ Criação de Serviço Nacional de Guarda-Florestal e Faunística,


adstrito ao Ministério do Interior, com dependência
metodológica aos Ministérios da Agricultura e Pescas e da
Cultura, Turismo e Ambiente para proteger a floresta e a fauna
selvagem e controlar a circulação e comercialização dos
produtos florestais, faunísticos e apícolas.

✓ Modernização da base de dados do sector florestal e


informatização do sistema de emissão e controlo das licenças de
exploração e exportação de produtos florestais;

✓ Criação de mecanismos de concertação e partilha de informação


estatística entre o MINAGRIP, Ministério do Comércio e
Indústria, MCTA, MINFIN (AGT), MAT e o MININT para suprir a
falta de dados sobre a produção e exportação de madeira
serrada;

✓ Criação de um grupo técnico multissectorial com os respectivos


responsáveis pelos serviços técnicos e jurídicos para trabalhar
na harmonização da legislação atinente à gestão e conservação
dos recursos florestais, conversão mecânica da madeira e
comercialização dos produtos de base florestal.

9.2 Medida de médio a longo prazos (2022 a 2027)

✓ Aprovação do Programa Nacional Integrado para a Gestão do


Ecossistema Florestal do Miombo (berço da maior bacia hídrica

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do País, floresta mais vulnerável), baseado nas comunidades
rurais residentes, em função da sua reconhecida importância, em
termos de extensão territorial e densidade populacional rural,
biodiversidade e produção de madeira, lenha e carvão, mel,
medicamentos e outros produtos florestais não lenhosos;

✓ Revisão e actualização da Estratégia Nacional de Povoamento e


Repovoamento Florestal, visando a extensão e o estabelecimento
de novas plantações florestais de carácter comercial, industrial e
energético;

✓ Institucionalização do Fundo de Fomento Florestal, previsto na


Lei n.º 6/17, de 24 de Janeiro, como instrumento de apoio à
gestão dos recursos florestais, faunísticos e apícolas e ao
estabelecimento de plantações florestais a ser alimentado com
dotações provenientes do OGE, licenciamento florestal,
faunístico, apícola, multas, doações e outras fontes;

✓ Promover a implementação dos mecanismos de certificação


florestal e apícola de modo a tornar competitivos e valorizados a
madeira e o mel de produção nacional e assim, facilitar a sua
inserção no mercado internacional;

✓ Incentivo à criação de associações e cooperativas de produtores


de carvão vegetal, de modo a permitir a introdução de medidas
de gestão sustentável dos recursos florestais e o controlo desta
actividade, por contribuir na segurança alimentar.

✓ Desenvolver fontes alternativas de rendimento para as


comunidades rurais baseadas na agrosivilcultura, apicultura e
fungicultura, entre outras, como forma de desencorajar a
exploração anárquica de florestas para a produção do carvão
vegetal.

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10.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os actuais níveis de produção e exportação de madeira são inferiores à


capacidade admissível de corte anual da floresta nacional.

Atendendo que a exploração florestal é feita de forma selectiva, com


respeito ao diâmetro mínimo de abate, priorizando só e somente o
aproveitamento das árvores que já tenham atingido a idade de corte
recomendada, é mister concluir que, as actividades de exploração e de
exportação da madeira por si só, não devem ser consideradas como
factor causador de uma eventual pressão sobre as florestas e que
resultem na sua destruição.

A natureza biológica das plantas a semelhança dos animais confere-


lhes os atributos de nascimento, crescimento, maturidade e de morte,
pelo que o ideal é o seu aproveitamento ecológico na fase útil do seu
crescimento e agregar valor económico na fase do seu declínio antes de
consumar-se a morte natural, contribuindo igualmente ao crescimento
e desenvolvimento da regeneração natural das espécies.

Outrossim, face à dinâmica natural das florestas como entidade


biológica, é de admitir a existência de um incremento natural de
biomassa em termos de expansão territorial e volumétrica, o que por si
só constitui um factor de renovação natural contínua.

Esta realidade, aliada ao facto da maior parte das florestas nacionais


terem permanecido intactas durante os longos anos de guerra, terá
contribuído para sua conservação e crescimento, gerando reservas de
madeira acumuladas durante o referido período.

Segundo dados da FAO, os principais factores que contribuem para a


degradação e devastação das florestas tropicais prendem-se com a
agricultura e pecuária, mineração, queimadas e incêndios florestais,
abertura de redes viárias, redes elétricas de alta tensão e
assentamentos populacionais, entre outros, que em conjunto
participam com cerca de 93,6% neste processo, sendo a exploração
florestal responsável apenas por cerca de 6,4%.

A evolução recente do sector florestal, em termos de ganhos


económicos e sociais para o País registados nos últimos tempos
aconselha uma abordagem diferenciada deste sector compatível com a
sua importância estratégica no processo de diversificação da economia
22
nacional, na garantia da segurança alimentar e desenvolvimento rural
sustentável.

Esta abordagem diferenciada implica a realização de uma reforma


profunda no sector, no âmbito do processo da reforma dos órgãos da
administração central do Estado, que culmine no seu crescimento
estrutural que permite tratar com maior autonomia e responsabilidade
os assuntos do sector.

Finalmente, não é demais apelar que a interdição da exportação da


madeira na sua totalidade, abriria as nossas fronteiras ao contrabando
da madeira de Angola e, consequentemente, a fuga de receitas fiscais e
de capitais.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E PESCAS, em Luanda, aos 06 de


Abril de 2022.

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