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Políticas

Públicas no
Agronegócio

Profº Me. Jeferson Morais


Políticas de Proteção ao Meio Ambiente

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, trata da preservação e da proteção ambiental,
definindo que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Isso significa que o meio ambiente equilibrado é considerado por lei um direito fundamental dos
cidadãos, cabendo tanto ao Estado (poder público) a sua proteção, por meio de políticas públicas ambientais,
e à sociedade civil (coletividade) o dever de preservar os bens ambientais. Isso serve não só para quem está
vivo nos dias de hoje (gerações atuais), como também para aqueles que virão (futuras gerações).
Políticas de Proteção ao Meio Ambiente

Ainda segundo a Constituição, é dever do poder público:

 preservar e restaurar os processos ecológicos;


 preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país;
 definir, em todas as unidades da federação, espaços territoriais a serem especialmente protegidos;
 exigir estudo prévio de impacto ambiental para obras ou atividades causadoras de significativa
degradação do meio ambiente;
 controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas que comportem risco ao meio
ambiente;
 promover a educação ambiental e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
 proteger a fauna e a flora brasileiras.
Políticas de Proteção ao Meio Ambiente

A Lei nº 8.171, que estabelece as diretrizes para a política agropecuária, determina as regras para
a formulação de políticas agrícolas de proteção ao meio ambiente e de conservação dos recursos
naturais. De acordo com essa lei, o poder público deve:
 integrar todos os entes federativos na preservação do meio ambiente;
 disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da água, da fauna e da flora;
 realizar zoneamentos agroecológicos que permitam estabelecer critérios para a ocupação espacial
das diversas atividades produtivas e novas hidrelétricas;
 promover e estimular a recuperação das áreas em processo de desertificação;
 desenvolver programas de educação ambiental;
 fomentar a produção de sementes e mudas nativas;
 coordenar programas de estímulo e incentivo à preservação das nascentes dos cursos d’agua e do
meio ambiente, bem como o aproveitamento de dejetos animais para a
 conversão em fertilizantes.
Políticas de Proteção ao Meio Ambiente

Essa lei determina, ainda, que a fiscalização e o uso racional dos recursos naturais do meio ambiente
são também de responsabilidade dos proprietários, dos beneficiários da reforma agrária e dos ocupantes
temporários dos imóveis rurais.
Novo código florestal

Além da Constituição, o outro marco legal ambiental para a agropecuária é o novo código florestal (Lei
nº 12.651/2012) promulgado em 2012. Esse código, que estabelece as normas de ocupação do solo e
proteção da vegetação, define que a proteção ao meio ambiente natural continua sendo obrigação do
proprietário rural mediante a manutenção de espaços protegidos na propriedade privada, chamados de Área
de Preservação Permanente – APP e Reserva Legal – RL, que estão assim definidos:

 Área de Preservação Permanente: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade,
facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;
 Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do
art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do
imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação
da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.
Novo código florestal

Em termos de APPs, não houve grandes alterações referentes aos conceitos e às regras do antigo
código florestal, no entanto houve maior clareza nos textos que poderiam gerar dúvidas. Consideraram-se
APP as faixas marginais de qualquer curso d’água natural, perene e intermitente, excluídos os efêmeros,
desde a borda da calha do leito regular.
Assim, quando em seu texto determinou “curso d’água natural perene” e “borda da calha do leito
regular”, eliminaram-se as dúvidas existentes quanto à proteção dos regos (curso d’água não perene) e dos
canais artificiais, e à dificuldade de delimitação da APP pelo nível mais alto da margem do curso d’água.
Outras áreas de proteção foram mantidas como APPs, como é o caso da proteção das encostas, dos topos
de morros, das restingas, dos manguezais, das bordas de tabuleiros e das chapadas.
Novo código florestal

De acordo com o novo código florestal, as áreas de Reserva Legal – RL continuam sendo entendidas
por uma obrigação legal do proprietário de preservar uma área de vegetação nativa equivalente a um
percentual da sua área total. Esse percentual depende da localização e do bioma onde a propriedade está
inserida, sendo de:

 80% nas áreas de floresta da Amazônia Legal;


 35% nas áreas de cerrado da Amazônia Legal;
 20% nas áreas de campos gerais da Amazônia Legal e dos demais biomas do país.
Novo código florestal

Uma das grandes novidades do novo código florestal é a permissão para o uso das APPs no cálculo
da Reserva Legal. No entanto, a APP que será computada deve estar conservada ou em processo de
recuperação, e o proprietário deve ter requerido essa inclusão no Cadastro Ambiental Rural – CAR.

Para a implementação de suas normas e a fiscalização dos seus cumprimentos, o novo código
florestal criou o Cadastro Ambiental Rural – CAR, registro público eletrônico (via internet) de âmbito nacional,
de dados ambientais das propriedades rurais, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de
integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para
controle, monitoramento, planejamentos ambiental e econômico, e combate ao desmatamento. Ficou
estabelecido que o mês de maio de 2016 será o prazo limite para que todos os imóveis rurais do país estejam
cadastrados do CAR.
Plano ABC

Entre os programas de governo de grande visibilidade nas políticas agrícolas de proteção ao meio
ambiente está também o Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a
Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC).

Segundo o Ministério da Agricultura, o Plano ABC tem por finalidade a organização e o planejamento
das ações de políticas ambientais a serem realizadas para a adoção das tecnologias de produção
sustentáveis, selecionadas com o objetivo de responder aos compromissos de redução de emissão de gases
causadores de efeito estufa – GEE no setor agropecuário assumidos pelo país.
Plano ABC

Cuidado para não confundir Plano ABC com Programa ABC!

 Plano ABC: organização e planejamento das ações governamentais a serem realizadas para a adoção
das tecnologias de produção com baixa emissão de gases causadores do efeito estufa.
 Programa ABC: tem por objetivo incentivar, por meio do crédito rural ofertado em condições especiais,
práticas que envolvam a produção e resultem em menores emissões de gases de efeito estufa oriundas
das atividades agropecuárias.
Objetivos específicos do Plano ABC

 contribuir para o alcance dos compromissos de redução da emissão de GEE assumidos voluntariamente
pelo Brasil no âmbito dos acordos climáticos internacionais e previstos na legislação;

 garantir o aperfeiçoamento contínuo e sustentado das práticas de manejo nos diversos setores da
agricultura brasileira que possam vir a reduzir a emissão dos GEE e, adicionalmente, aumentar a fixação
atmosférica de gás carbônico (CO2) na vegetação e no solo;

 incentivar a adoção de sistemas de produção sustentáveis que assegurem a redução de emissões de


GEE e elevem simultaneamente a renda dos produtores, sobretudo com a expansão das seguintes
tecnologias: recuperação de pastagens degradadas; integração lavoura-pecuária-floresta – iLPF e
sistemas agroflorestais – SAFs; sistema plantio direto – SPD; fixação biológica do nitrogênio – FBN; e
florestas plantadas;
Objetivos específicos do Plano ABC

 incentivar o uso de tratamento de dejetos animais para a geração de biogás e de composto orgânico;

 incentivar os estudos e a aplicação de técnicas de adaptação de plantas, de sistemas produtivos e de


comunidades rurais aos novos cenários de aquecimento atmosférico;

 promover esforços para reduzir o desmatamento de florestas decorrente dos avanços da pecuária e de
outros fatores.
Sete programas específicos compõem o Plano ABC

 recuperação de pastagens degradadas;


 integração lavoura-pecuária-floresta – iLPF e sistemas agroflorestais – SAFs;
 sistema plantio direto – SPD;
 fixação biológica de nitrogênio – FBN;
 florestas plantadas;
 tratamento de dejetos animais;
 adaptação às mudanças climáticas.

Para o alcance dos objetivos traçados pelo Plano ABC, serão necessários recursos
disponibilizados via crédito rural oriundos de diversas fontes para financiar as atividades necessárias ao
alcance das metas de cada programa.
Atividade de Frequência
 No Educ@ você encontrará um exercício para ser respondido até a próxima aula, este exercício
contabilizará sua presença nesta aula. Pg 55.

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