Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Abstract
From the moment that the society noticed that the economical value of the environmental damage is
beyond the income obtained from deforestation, a new market opportunity was born: now the basis
of the economy can be changed for a new situation, with a special focus on environmental services
detaching the mitigation of Greenhouse Gases emission.
The discussions regarding the carbon stock maintaining as a tool for climate regulation were
initiated a few years ago. Now this concept is named Reduced Emission from Deforestation and
Forest Degradation – REDD in the international market, a initiative that can be supported by direct
payments for those projects that can contribute to avoid future deforestations. Part of the money can
also be applied to improve political ad economical instruments for the conservation of native areas.
In Brazil, REDD discussions and are growing up together with the firsts projects. The State of
Amazonas was the first national State to create the necessary legal basis to promote the
development of this kind of project. The result is the implementation of the Juma Project, with
about 300.000 hectares, the first brazilian National REDD project.
Besides the initiative of Amazonas State and other isolated initiatives there is a need to solve some
technical and legal questions to really promote the massive development of REDD projects and the
recognized national capacity to suply climate services trough forest consefvation.
Introdução
O desmatamento de florestas tropicais é responsável por pelo menos 20% das emissões antrópicas
dos gases de efeito estufa em todo o mundo. No Brasil, 70% das emissões dos gases de efeito estufa
são provenientes do desmatamento na região Amazônica e, de acordo com informações oficiais do
Governo Nacional (Ministério de Ciências e Tecnologia – MCT, 2004), 75% das emissões de
dióxido de carbono do Brasil são oriundas da mudança no uso da terra, onde o desmatamento é o
principal agente catalisador. Este cenário é justificado, além de outros fatores, pelo preço da área
preparada para pastagens que aumenta em 10 vezes o valor da terra comparativamente à terra
coberta por floresta.
Porém, a partir do momento em que se percebe que o valor econômico do dano ambiental excede os
lucros percebidos com o desmatamento cria-se uma nova oportunidade de mercado, capaz de mudar
a base da economia para uma nova situação, focada no fornecimento de serviços ambientais, onde
se destaca a mitigação da emissão de gases de efeito estufa causadores do aquecimento global
(FEARNSIDE, P. M. 2001).
Para FEARNSIDE (2008), os serviços ambientais são agrupados em três categorias: biodiversidade,
água, e aqueles que evitam o aquecimento global, ou seja, a manutenção do estoque de carbono
armazenado, sobretudo, na forma de biomassa arbórea.
As discussões envolvendo a manutenção do estoque de carbono como ferramenta de regulação
climática tiveram início em 2003, a partir do conceito de “reduções compensadas”, apresentado em
uma proposta brasileira pra a valoração econômica desse estoque durante a nona Conferência das
Partes do Protocolo de Quioto, realizada em Milão, Itália.
A partir de então, a discussão a respeito da valoração econômica do desmatamento evitado tem
crescido de forma bastante significativa no meio científico internacional. Atualmente discute-se sua
inserção como um dos principais mecanismos de redução de emissões de gases de efeito estufa a
figurar no novo acordo climático de Quioto, que vigorará a partir de 2013.
Paralelamente, alguns países detentores de florestas tropicais iniciaram o processo de internalização
desse novo conceito, onde as primeiras regulamentações políticas e técnicas começam a,
timidamente, serem esboçadas, e alguns projetos piloto a serem implementados.
Embora o Protocolo de Quioto, principal acordo mundial para mitigação dos efeitos do aquecimento
global, não inclua a manutenção de florestas e iniciativas para evitar a degradação florestal como
atividade elegível à geração de créditos de carbono, a participação do carbono fixado em florestas
nativas está sendo discutida como medidas para mitigação da emissão de gases de efeito estufa,
dentro do conceito chamado de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal
(Reduced Emission from Deforestation and Forest Degradation - REDD). Recursos internacionais
que viabilizam o REDD podem financiar pagamentos diretos aos projetos, mas uma grande parte
pode ser aplicada pelos governos para reforçar os instrumentos políticos e econômicos, de forma a
assegurar a conservação dos serviços prestados pela natureza (BÁRCENA, A. 2002).
Políticas públicas nacionais relacionadas ao Pagamento por Serviços Ambientais e à valoração
do estoque de carbono
O Brasil apresenta um caso bastante avançado de construção de uma política pública que possibilite
o desenvolvimento de projetos REDD, materializada no estabelecimento da Reserva de
Desenvolvimento Sustentável do Juma, Unidade de Conservação de Uso Sustentável de cerca de
600 mil hectares, localizada no Estado do Amazonas, em uma região caracterizada pelo intenso
ritmo de desmatamento e degradação florestal.
A criação e implementação do projeto só foi possível graças à perspectiva do Governo Estadual em
criar um mecanismo para geração de compensação financeira para atividades de redução da emissão
do desmatamento. O recurso obtido pela venda dos créditos do projeto possibilitará o governo
estadual a implantar as medidas necessárias à conservação e monitoramento do desmatamento na
área do projeto.
O mecanismo de geração de compensação financeira pela redução de emissão do desmatamento e
toda base legal necessária à implementação do projeto está inserido dentro da Lei da Política
Estadual de Mudanças Climáticas, PEMC-AM e do Sistema Estadual de Unidades de Conservação,
SEUC-AM.
Como resultado do arcabouço político criado pelo Estado do Governo do Amazonas, o projeto Juma
e outros projetos similares serão responsáveis pela geração de uma série de benefícios sociais e
ambientais (ver Box 1), atendendo desse modo a prerrogativa de contribuição ao desenvolvimento
sustentável de todo projeto REDD.
Box 01. Benefícios gerados por políticas públicas de incentivo ao REDD, a exemplo o Estado
do Amazonas
Bibliografia
AVIS, K. BENZIE, M.; FISHER, P.; HARLEY, M.; HODGSON, N.; HORROCKS, L.; MONEO,
M; WEBB, J. Adaptation to Climate Change in the Agricultural Sector. AEA Energy &
Environment. União Européia, 2007.
BAUMOL & OATES (1988) citados por RIVA, A. M.; FONSECA, L. L.; HASENCLEVER, L.
Instrumentos Econômicos Financeiros para a Conservação Ambiental no Brasil. Instituto
Socioambiental. São Paulo, 2007.
BITTAR, R. Programa destinará recursos para quem preservar florestas. Agência da Câmara
dos Deputados, 10 de julho de 2008. Disponível
em:<http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=124838&pesq=serviços%
20ambientais>. Acesso em: 04/06/2009.
BURSTEIN, J.; MENDONZA, G.; AGUILAR, J;, ROSA, H.; KANDEL, S.; LEÓN, E. Informe
sobre la Propuesta de Pago por Servicios Ambientales en México. Proyecto “Pago por Servicios
Ambientales en Las Américas” realizado pela Fundação FORD e executado pela Fundação
PRISMA. México, 2002.
BRASIL. Projeto de Lei nº 792 de 12 de setembro de 2007. Dispõe sobre a definição de serviços
ambientais e dá outras providências. Brasília, DF.
ECHAVARRIA, M. Algunas lecciones sobre la aplicación de pagos por la protección del agua
con base en experiencias en Colombia y Ecuador. Foro Regional sobre Pago de Servicios
Ambientales. Quito, 2003.
ESPINOZA, N., GATICA, J. SMYLE, J. El pago de servicios ambientales y el desarrollo
sostenible en el medio rural. RUTA e IICA. Costa Rica, 1999.
FEARNSIDE, P. M. Salvar florestas tropicais como uma medida de mitigação do efeito estufa: o
assunto que mais divide o movimento ambientalista. Palestra apresentada no III Congresso
Brasileiro de Sistemas Agroflorestais, Manaus, 2001.
FEARNSIDE, P. M. Amazon Forest maintenance as a source of environmental services. Anais
Acadadêmia Brasileira de Ciências [online]. vol.80, n.1, pp. 101-114. Rio de Janeiro, 2008.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0001-
37652008000100006&script=sci_abstract&tlng=pt> Acesso em:08/06/2009.
IPAM. Estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia avalia que as terras indígenas
e reservas possuem 30% do carbono estocado na Amazônia. Disponível em:
<http://www.hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=pagamento-servicos-
ambientais.htm&url=http://www.ipam.org.br/web/index.php>. Acesso em: 03/06/2009.
LOUREIRO, W. A contribuição do ICMS Ecológico para a biodiversidade do Paraná. Curitiba,
2002. Disponível em: < http://www.floresta.ufpr.br/pos-
graduacao/seminarios/wilson/contribuicao_do_icms.pdf> Acesso em: 10/06/2009.
NEGRET, F. Compensação dos Serviços Ambientais aos Agricultores Familiares no Brasil.
Disponível em: <http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=28063. Acesso em:
05\06/2009.
NEPSTAD, D.; FILHO, S. B; MERRY, F; MOUTINHO, P; RODRIGUES, O. H.; BROWMAN,
M.; SCHWARTZMAN, S.; ALMEIDA, O.; RIVERO, S. Custos e Benefícios da Redução das
emissões de carbono do desmatamento e da degradação (REDD) na Amazônia Brasileira.
Disponível
em:<http://www.frenteambientalista.com/downloads/relatorio_custos_desmatamento.pdf>.
Acesso em: 05/10/09.
PRISMA. Programa Salvadoreño de Investigación sobre el desarrollo y el medio ambiente -
Aportes y limitaciones de la valoración económica en la implementación de esquemas de pago
por servicios ambientales. Doribel Herrador y Leopoldo Dimas. 2000.
SCHMID, Marcelo L. A Manutenção de Florestas Nativas como Forma de Geração de
Renda,Revista da Madeira, no 117, Novembro de 2008.
SCHMID, Marcelo L.; DE ALMEIDA, R. O desmatamento evitado em áreas remanescentes de
Mata Atlântica no Paraná como forma de controle climático e promoção do desenvolvimento
socioeconômico, Revista Referência, Junho de 2009;
SUKHDEV, P. The Economics of Ecosystems and Biodiversity – TEBB. Federal Ministery for the
Environment, Nature Conservation an Nuclear Safety. 2008.
WUNDER, S.; BORNES, J.; TITO, R. M.; PEREIRA, L. Pagamentos por serviços Ambientais –
Perspectivas para a Amazônia Legal. Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2008.