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Política Ambiental é um conjunto de ações ordenadas e práticas tomadas por

empresas e governos com o propósito de preservar o meio ambiente e garantir


o desenvolvimento sustentável do planeta. Esta política ambiental deve ser
norteada por princípios e valores ambientais que levem em consideração a
sustentabilidade.
Política Ambiental

Política Ambiental é um conjunto de ações políticas governamentais que visam a preservação do


meio ambiente.

O que é (conceito)

Política Ambiental é um conjunto de ações ordenadas e práticas tomadas por empresas e governos
com o propósito de preservar o meio ambiente e garantir o desenvolvimento sustentável do planeta.
Esta política ambiental deve ser norteada por princípios e valores ambientais que levem em
consideração a sustentabilidade.

Importância

Atualmente, quase todos os governos e grandes empresas possuem políticas ambientais. Além de
mostrar para os cidadãos e consumidores quais são os princípios ambientais seguidos, as políticas
ambientais servem para minimizar os impactos ambientais gerados pelo crescimento econômico e
urbano.

Estas políticas são, portanto, importantes instrumentos para a garantia de um futuro com
desenvolvimento e preservação ambiental. São também fundamentais para o combate ao
aquecimento global do planeta (verificado nas últimas décadas), redução significativa da poluição
ambiental (ar, rios, solo e oceanos) e melhoria na qualidade de vida das pessoas (principalmente
dos grandes centros urbanos).

Ações práticas de uma política ambiental (exemplos):

- Adoção de processos de reciclagem.

- Ações que visem à redução do consumo de energia.

- Ações práticas para evitar o desperdício de água, incentivando o seu consumo racional.

- Planejamento urbano adequado por parte dos governos. Nestas ações são importantes a
preservação de áreas verdes e projetos de arborização urbana.

- Uso, sempre que possível, de fontes de energia limpa como, por exemplo, eólica e solar.

- As empresas que geram qualquer tipo de poluição em seu processo produtivo devem adotar
medidas eficazes para que estes poluentes não sejam despejados no meio ambiente (ar, rios,
lagos, oceanos e solo).

- As empresas devem criar produtos com baixo consumo de energia e, sempre que possível, usar
materiais recicláveis.

- Criação de projetos governamentais voltados para a educação ambiental, principalmente em


escolas.
- Implantação das normas do ISO 14000 e obtenção do certificado.

Dica importante:

- Acessando o site de grandes empresas é possível conhecer suas políticas ambientais. Esta ação
é importante, pois o consumidor poderá saber de que forma a empresa trata o meio ambiente.
Serve, portanto, de mais uma informação voltada para a definição do consumo consciente .

Uso de energias eólica e solar: fontes limpas, renováveis e de acordo com as boas práticas de
política ambiental.

Principais leis de proteção ambiental no Brasil

- Novo Código Florestal Brasileiro - Lei nº 4771/65 (ano 1965)


- promulgada durante o segundo ano do governo militar, estabeleceu que as florestas existentes
no território nacional e as demais formas de vegetação, ...são bens de interesse comum a todos os
habitantes do País.

- Política Nacional do Meio Ambiente - Lei nº 6938/81 (ano 1981)


- tornou obrigatório o licenciamento ambiental para atividades ou empreendimentos que possam
degradar o meio ambiente. Aumentou a fiscalização e criou regras mais rígidas para atividades de
mineração, construção de rodovias, exploração de madeira e construção de hidrelétricas.

- Lei de Crimes Ambientais - Decreto nº 3179/99 (ano 1999)


- instituiu punições administrativas e penais para pessoas ou empresas que agem de forma a
degradar a natureza. Atos como poluição da água, corte ilegal de árvores, morte de animais
silvestres tornaram-se crimes ambientais.

- Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SUNC) - Lei nº 9985/2000 (ano


2000)
- definiu critérios e normas para a criação e funcionamento das Unidades de Conservação
Ambiental.

- Medida Provisória nº 2186-16 (ano 2001)


- deliberou sobre o acesso ao patrimônio genético, acesso e proteção ao conhecimento genético e
ambiental, assim como a repartição dos benefícios provenientes.

- Lei de Biossegurança - Lei nº 11105 (ano 2005)


- estabeleceu sistemas de fiscalização sobre as diversas atividades que envolvem organismos
modificados geneticamente.

- Lei de Gestão de Florestas Públicas - Lei nº 11284/2006 (ano 2006)


- normatizou o sistema de gestão florestal em áreas públicas e criou um órgão regulador (Serviço
Florestal Brasileiro). Esta lei criou também o Fundo de Desenvolvimento Florestal.

- Medida Provisória nº 458/2009 (ano 2009)


- estabeleceu novas normas para a regularização de terras públicas na região da Amazônia
Políticas para o meio ambiente: o movimento ambientalista e as principais decisões desde
a redemocratização
Apesar do desenvolvimento sustentável ser objetivo essencial do Século 21, a implementação da
agenda ambiental brasileira foi marcada por conflitos, em particular no que diz respeito à
preservação da Amazônia e outros biomas, ao uso do solo para agricultura, pecuária e mineração
e ao represamento de rios para geração de energia elétrica. O Estado brasileiro teve dificuldade de
fazer respeitar a lei em regiões remotas do país e a política ambiental dividiu tanto a sociedade
como os próprios governos.
Ascensão dos movimentos ambientalistas
No período coberto por essa linha do tempo, a preocupação com o desenvolvimento
ambientalmente sustentável cresceu tanto no Brasil como no mundo. A redemocratização do Brasil
coincidiu com a ascensão dos movimentos ambientalistas na Europa e nos Estados Unidos e a
incorporação de políticas para o meio ambiente na agenda internacional.
Mesmo dando apenas os primeiros passos no Brasil, o movimento ambientalista atuou na
Assembleia Nacional Constituinte e deixou sua marca na Constituição de 1988, a primeira no país
a incluir a proteção do meio ambiente entre as obrigações do Estado. Considerada um direito, a
proteção do meio ambiente se tornou objeto da ação do Ministério Público. Com a nova
Constituição, esse órgão ganhou autonomia para defender os direitos da sociedade.
A riqueza da biodiversidade brasileira e os novos instrumentos de atuação do Estado e da
sociedade estimularam várias ONGs ligadas ao meio ambiente a se instalar no Brasil. Já outras
surgiram aqui.
Criação de estrutura e recursos de proteção do meio ambiente
O Brasil passou a assumir um protagonismo cada vez maior na área ambiental a partir da
Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em
1992. Depois desse evento, leis e órgãos voltados à proteção do meio ambiente foram criados e o
Brasil começou a participar em negociações globais em torno da agenda ambiental, com destaque
para a questão da mudança do clima.
Ao mesmo tempo que o movimento ambientalista se fortalecia na sociedade civil, criou-se uma
estrutura institucional voltada à implementação dos dispositivos constitucionais:

em 1989: o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e o Fundo Nacional do Meio Ambiente;
em 1992, o Ministério do Meio Ambiente;
em 1998, a Lei dos Crimes Ambientais;
entre outros órgãos e leis estabelecidos ao longo do período em foco.
Entre conflitos, pressões e compromissos
Ao longo do período, a sociedade e os governos passaram a entender melhor o significado e as
implicações práticas do conceito de desenvolvimento sustentável. Nem por isso a implementação
da legislação ambiental se deu sem conflitos constantes, sobretudo em torno da implantação de
grandes projetos de infraestrutura. Conflitos esses que, muitas vezes, foram geradores de violência
nas regiões mais remotas do país, onde o Estado tem dificuldade de fazer valer a letra da lei. Os
conflitos em torno da implementação da legislação ambiental dividiram não apenas a sociedade,
mas os próprios governos internamente.
Apesar disso, tanto a quantidade quanto a eficiência de instrumentos de proteção ao meio ambiente
aumentaram na maior parte do período em foco. Um exemplo foi o novo Código Florestal, aprovado
em 2012: de um lado, legalizou áreas que haviam sido desmatadas ilegalmente, mas, de outro,
criou o Cadastramento Ambiental Rural (CAR), instrumento-chave para o cumprimento da
legislação ambiental no campo a partir de então.
Com a chegada do século 21, os conflitos internos passaram a ter repercussão internacional cada
vez maior. O Brasil desponta como grande e competitivo produtor e exportador de commodities
agroindustriais e minerais e se projeta como potência ambiental, dono da maior parte da maior
floresta tropical do planeta. Além disso, os conhecimentos científicos sobre a floresta amazônica
são aprofundados e disseminados. Os estudos demonstram a importância da Amazônia para a
regulação do clima e do regime de chuvas, incluindo não só as principais áreas de agricultura e
pecuária no Brasil, mas também áreas além de nossas fronteiras.
Nesse contexto, a parte mais moderna do agronegócio brasileiro percebe o quanto o desmatamento
compromete o futuro de suas atividades. Assim, passa a atuar não mais apenas em conflitos, mas
também em cooperação com ONGs ambientais.
A combinação de pressões externas e internas levou o Brasil a assinar o Acordo de Paris, em
dezembro de 2015, e a definir e se comprometer com metas ousadas para reduzir suas emissões
de gases de efeito estufa. O cumprimento dessas metas é do interesse do Brasil e dependerá de
modo crítico da gestão responsável e inteligente da Amazônia. Nessa região, as políticas para o
meio ambiente se sobrepõem à proteção das terras e culturas indígenas.
1985 • 1990
O governo Sarney foi marcado pelo processo da Assembleia Nacional Constituinte (ANC). Os
movimentos ambientalistas se organizaram de diferentes maneiras para participar da Constituinte.
Além de criarem o Partido Verde, formaram “listas verdes” com candidatos que apoiavam pontos
mínimos da agenda ambiental. Na ANC, estabeleceram uma frente acima dos interesses e
ideologias dos partidos políticos (suprapartidária).
Na Constituição, ficou estabelecida a obrigação do Poder Público de preservar os processos
ecológicos essenciais, o patrimônio genético, a fauna e a flora.
Governo Collor

1990 • 1992
No governo Collor se destacaram duas ações na política ambiental: a criação do Ministério do Meio
Ambiente, demonstrando maior prioridade do tema na agenda nacional; e a obtenção de
financiamento internacional para reduzir o desmatamento na Amazônia e promover o
desenvolvimento sustentável (Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais (PPG7)).
Importantes reuniões e tratados internacionais foram estabelecidos nesse período, como a
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio 92). Três
convenções internacionais resultaram dessa Conferência: a Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima, estabelecendo responsabilidades diferenciadas para países
desenvolvidos e em desenvolvimento para estabilizar a emissão de gases do efeito estufa; a
Convenção sobre Diversidade Biológica, com o objetivo de proteger a biodiversidade e cuidar da
distribuição justa dos seus benefícios; e a Convenção das Nações Unidas de Combate à
Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca. Na Rio 92 também foi criada a Agenda 21, com
um plano de ação dos países participantes para redução do impacto ambiental causado pelo
desenvolvimento.
Ainda nesse período, a Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio e o Protocolo
de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio estabeleceram metas
progressivas para a produção e o consumo de substâncias destruidoras da camada de ozônio.
Nesse período duas importantes estruturas foram criadas: o Ibama, voltado à gestão da política
ambiental; e o Fundo Nacional do Meio Ambiente, para cuidar do financiamento de projetos
socioambientais.
Fundado na década anterior, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) criou o Programa
de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (Prodes), um programa de monitoramento por
satélites, importante para a fiscalização do desmatamento.
No plano internacional, criou-se em 1988 o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
(mais conhecido como IPCC, da sigla em inglês). O primeiro relatório do IPCC seria publicado em
1990, dando conta da relação entre a acumulação de gases de efeito estufa e a mudança do clima
no planeta.
1992 • 1995
O Congresso Nacional aprovou e o Executivo ratificou a adesão do Brasil a duas das Convenções
das Nações Unidas decorrentes da Rio 92: a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
Mudança do Clima e a Convenção sobre Diversidade Biológica.
1995 • 2003
No início do primeiro governo do presidente Fernando Henrique Cardoso aumentou o
desmatamento na Amazônia.
Em 1995, o Prodes/Inpe registrou o maior índice desde 1988, com 29.059 quilômetros quadrados
de área desmatada. Em resposta, o governo elevou a área de reserva legal dos imóveis rurais na
Amazônia de 50% para 80% e proibiu o corte de mogno e virola por dois anos, limitando a
exploração madeireira, uma das atividades responsáveis pelo desmatamento na região.
Em 1998, houve grandes e extensas queimadas no Estado de Roraima. Esse episódio levou ao
lançamento do Programa de Prevenção e Controle às Queimadas e Incêndios Florestais no Arco
do Desenvolvimento (Proarco), visando diminuir a prática das queimadas para abertura de novas
áreas para pastos e plantações.
No campo legal, os principais destaques nesse período foram:
Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH): foi instituída pela chamada Lei das Águas, de 1997,
com a criação, no segundo mandato, de uma agência regulatória independente (Agência Nacional
de Águas – ANA). Essa política estabeleceu um sistema nacional de gerenciamento de recursos
hídricos e comitês de bacias hidrográficas. Além disso, a Lei definiu a água como bem público e
recurso escasso cujo uso deve ser cobrado dos particulares;
Lei de Crimes Ambientais: estabeleceu sanções que possibilitaram a implementação e fiscalização
efetiva de toda a estrutura de leis relacionadas ao meio ambiente;
Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação: definiu 12 categorias de Unidades de
Conservação, com diferentes graus de preservação e uso sustentável, para melhorar seu
planejamento integrado.
No âmbito internacional, o Brasil teve participação ativa na construção do Protocolo de Kyoto,
acordo firmado entre os países signatários da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do
Clima visando reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Esse acordo definiu metas de redução
das emissões de gases de efeito estufa aplicáveis exclusivamente aos países desenvolvidos,
considerados os principais responsáveis pela acumulação desses gases na atmosfera desde a
Segunda Revolução Industrial. Os países desenvolvidos também se comprometeram a financiar a
adoção de tecnologias “limpas” pelos países em desenvolvimento. A delegação brasileira teve
destaque na criação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, base para a criação de um
mercado de carbono global com o objetivo de estimular o financiamento de projetos de redução da
emissão de gases de efeito estufa.
Internamente, o governo criou o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas para realizar estudos,
orientar o presidente e mobilizar a atenção da sociedade, diante do agravamento do fenômeno
identificado em sucessivos relatórios do IPCC.
2003 • 2011
O primeiro governo do presidente Lula foi marcado especialmente por políticas para as florestas. A
Lei de Gestão das Florestas Públicas possibilitou o uso sustentável de florestas via concessões, já
a Lei da Mata Atlântica ampliou a proteção a mais formações florestais do bioma.
Também ocorreu a moratória da soja, uma iniciativa privada em que produtores pactuaram não
comercializar ou financiar soja originária de regiões de desmatamento na Amazônia.
A regulamentação da produção e comercialização de transgênicos foi um marco no período, em
meio à polêmica da liberação da produção e comercialização da soja transgênica no país. A nova
lei reduziu a judicialização dos casos levados à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança
(CTNBio), pois até então havia uma sobreposição de competências quanto à liberação dos
transgênicos. A CTNBio passou a ter plenos poderes sobre as implicações socioambientais dos
transgênicos sem sobreposição de outros órgãos, como o Ibama. Tal modificação também gerou
incômodos para parte da sociedade civil, que defendia menos imparcialidade da CTNBio na
aprovação dos transgênicos.
O desenvolvimento dos carros flex impulsionou a indústria do etanol e o Brasil chegou a esboçar
uma iniciativa internacional para criar um mercado global dessa commodity.
No segundo mandato do governo Lula, duas instituições foram criadas para promover a
conservação das vegetações nativas:
Fundo Amazônia, para arrecadar dinheiro para sua conservação;
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, para gerir as diferentes Unidades de
Conservação e estimular o desenvolvimento sustentável através da pesquisa e da educação
ambiental.
No plano internacional, o Brasil se destacou na Conferência de Copenhague (COP-15) com o
anúncio de metas para a redução de gases de efeito estufa. Isso marcou uma mudança importante
em relação à postura contrária à definição de metas até então assumida pelo país. O Itamaraty, em
especial, era contra a adoção de metas pelos países em desenvolvimento em geral e pelo Brasil
em particular, sob o argumento das “responsabilidades diferenciadas” pela emissão dos gases de
efeito estufa. A mudança de postura se refletiu na Política Nacional sobre Mudança do Clima e na
criação do Fundo Clima. O Brasil continuou a rejeitar, porém, submeteu-se a metas determinadas
de fora para dentro, em acordos internacionais.
Nesse período foi iniciada a transposição do rio São Francisco, uma obra de infraestrutura que
causou muito debate devido ao seu impacto socioambiental.
Governo Dilma
2011 • 2016
O primeiro governo Dilma deu maior ênfase à implantação de grandes projetos de infraestrutura do
que à agenda ambiental, como o caso de Belo Monte e outras hidrelétricas na Amazônia. A
aprovação do novo Código Florestal, em discussão no Congresso por 13 anos também gerou
discussão sobre a flexibilização de regras e novos recursos de gestão ambiental para propriedades
rurais. Além disso, ao longo dos dois mandatos, o congelamento dos preços da gasolina, a redução
do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e a exploração do pré-sal
incentivaram a compra de carros, o uso de combustíveis fósseis e a crise da indústria do etanol.
No segundo mandato de Dilma, o plano internacional se destacou com a definição da Agenda 2030,
um plano de ação para erradicar a pobreza e promover desenvolvimento sustentável. Também foi
definido o Acordo de Paris, em que os países se comprometeram a agir para a manutenção dos
níveis de aquecimento global a 2 °C dos níveis pré-industriais, a partir das Contribuições
Nacionalmente Determinadas (NDC), metas definidas por cada país de acordo com suas
especificidades. O Brasil fez sua lição de casa: propôs uma NDC de redução de 37% da emissão
de gases de efeito estufa até 2025.
Em âmbito nacional, ocorreu o rompimento da barragem de rejeitos de mineração da Samarco, em
Mariana, colocando novamente no debate os impactos ambientais de tais empreendimentos.

2016 • 2019
No governo Temer, foram criadas as Unidades de Conservação Marinhas e a Política Nacional de
Biocombustíveis (RenovaBio). A RenovaBio foi uma tentativa de diversificar a matriz energética a
partir da introdução dos Créditos de Descarbonização por Biocombustíveis, ativos financeiros a
serem negociados em bolsa entre produtores e distribuidores de combustíveis. O valor desses
ativos era definido pela capacidade de gerar energia mais limpa e atingir metas de redução de
emissão de gás carbônico. A medida visou cumprir os compromissos firmados pelo Brasil no Acordo
de Paris.
No campo legal, houve a aprovação da Lei da Grilagem, que facilitou a regularização de terras na
Amazônia, provocando debates sobre o incentivo ao desmatamento e à grilagem de terras na
região. A lei ampliou as terras que poderiam ser regularizadas nessa região, permitindo a inclusão
de terras com áreas maiores e ocupadas a menos tempo, até 2011.
2019 .2023
A Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana é uma das prioridades do Governo Federal.
Entre as medidas dessa agenda está o Programa Nacional Lixão Zero, que já encerrou 645 lixões
em todo o país, o que representa uma queda de 20% das áreas irregulares de disposição de
resíduos em relação a janeiro de 2019.

A iniciativa conta com apoio federal, que já enviou 79 veículos, além de máquinas e equipamentos
para melhorar a coleta seletiva, a reciclagem e a gestão de resíduos sólidos de 57 municípios e
consórcios públicos.

Já a logística reversa permite que produtos e embalagens descartados pelo consumidor retornem
ao processo produtivo. O sistema de logística reversa de eletroeletrônicos, instituído em 2020,
registrou avanços, em 2021, com a instalação de 3.152 pontos de descarte adequado, em 1.216
municípios. Centrais de consolidação foram instaladas em dez capitais. Também foram
implantados mais de três mil pontos de descarte adequado de medicamentos vencidos. Um termo
de compromisso assinado com a União resultou em investimento privado de R$ 750 milhões na
ampliação da capacidade de reciclagem de latas de alumínio, com criação de 2.500 postos de
trabalho durante as obras, que foram concluídas e inauguradas em 2021.

Outra iniciativa, o Programa Nacional Ar Puro, lançado em 2021, busca melhorar a qualidade do ar
nos centros urbanos, o que está diretamente relacionado à saúde e qualidade de vida da população.

Com a criação do Sistema Nacional de Gestão da Qualidade do Ar (MonitorAr), os dados gerados


pelas redes estaduais e distrital de monitoramento são disponibilizadas informações, em tempo real
pela internet, sobre a qualidade do ar. Atualmente, abrange 126 estações e atende 45% da
população.

Por fim, o Programa Nacional Cidades +Verdes, voltado para a gestão, ampliação, manutenção e
recuperação de áreas verdes nas cidades, ajudam na prevenção de enchentes, regulação dos
microclimas, além da valorização da biodiversidade e das paisagens urbanas. As ações envolvem
também trabalho de recuperação de áreas contaminadas.

Em 2022, ações da Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana serão ampliadas nas cinco
regiões do país.

Conservação e recuperação de biomas

Na mensagem, o Governo Federal destaca que o Brasil detém a maior biodiversidade mundial, com
cerca de 20% de todas as espécies do planeta, e que a agenda governamental tem diversas ações
para conservação, uso sustentável e recuperação de biomas e ecossistemas terrestres e aquáticos.

As medidas contemplam a Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal. O


Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia, por exemplo, vai investir R$ 278 milhões até 2026
em grandes áreas dos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Pará. Já o Projeto Biodiversidade
e Mudanças Climáticas na Mata Atlântica disponibiliza mais de R$ 38 milhões até 2023 para a
recuperação de 3.100 hectares de áreas degradadas em Unidades de Conservação (UC) e seu
entorno.

Outra medida considerada estruturante para a preservação ambiental foi a aprovação da Lei que
institui a Política Nacional e o Programa Federal de Pagamento por Serviços Ambientais. Com a
lei, quem realiza atividades para cuidar da sua reserva legal, da sua área de proteção permanente
e outras áreas de vegetação nativa, poderá ser reconhecido e remunerado.

O Programa Floresta+ é o principal instrumento para remunerar quem cuida de florestas.


Bioeconomia

Segundo o documento enviado ao Congresso Nacional pelo Presidente Jair Bolsonaro, na pauta
de bioeconomia, ligada ao patrimônio genético da biodiversidade brasileira, o Governo Federal
zerou a fila de análise dos termos de compromisso de empresas e universidades que precisavam
regularizar suas atividades realizadas em desacordo com a antiga legislação sobre biodiversidade.
Essa fila somava mais de 1.600 termos e se estendia desde 2017.

Outra medida foi a promulgação de um novo decreto que simplificou as exigências necessárias
para o cadastro eletrônico de atividades de acesso ao Patrimônio Genético ou ao Conhecimento
Tradicional Associado, com objetivo de estimular o desenvolvimento científico, tecnológico e de
inovação no uso sustentável da biodiversidade brasileira.

Para 2022, estão previstas ações para os projetos de cooperação internacional, que visam a
alavancar a bioeconomia no país.

Parque e florestas nacionais

Uma das prioridades do Governo Federal é a concessão dos parques e das florestas nacionais
para, por meio do turismo, levar o desenvolvimento social de diversas regiões do país.

Entre os parques já qualificados no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), os Parques


Nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral, na divisa dos Estados do Rio Grande do Sul e
de Santa Catarina, e as Florestas Nacionais de Canela e São Francisco de Paula, no Rio Grande
do Sul, já tiveram sucesso em seus leilões. Já o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, teve edital
de licitação para a nova concessão publicado em 17 de dezembro. Estudos especializados para 10
Unidades de Conservação foram contratados, totalizando 22 Unidades de Conservação no
Programa de Concessão.

Além da agenda de concessões, o Governo Federal instituiu o Programa Parque+, que busca
aumentar o ecoturismo em Unidades de Conservação e seu entorno.

Entre as medidas estão o Projeto Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso, composto por trilhas
que ligam diferentes biomas de norte a sul do país; Projeto Conectividade, que leva internet gratuita
a parques e unidades de conservação; e o Projeto de Acessibilidade, para melhorar a infraestrutura
dos parques com equipamentos e instalações acessíveis a pessoas com deficiência.

O Governo Federal também lançou o programa Adote um Parque, com a estratégia de estabelecer
parcerias entre o poder público e o setor privado para a preservação de 132 Unidades de
Conservação da Amazônia.

Mudanças climáticas

Na questão climática, o Governo Federal destacou os compromissos assumidos pelo Brasil na


Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26). Entre os
anúncios feitos destacam-se os compromissos do país em reduzir as emissões de gases do efeito
estufa pela metade até 2030, com neutralidade climática em 2050, e de zerar o desmatamento
ilegal dois anos antes do prazo anterior, em 2028. Além disso, houve a assinatura da declaração
das florestas e do pacto global para a redução de emissões de metano.

Outra iniciativa foi o lançamento do Programa Nacional de Crescimento Verde, que busca aliar o
crescimento econômico ao desenvolvimento com iniciativas sustentáveis. O novo programa é
responsável por articular, por meio de parcerias públicas e privadas, investimentos que contemplem
áreas de conservação e restauração florestal, saneamento, gestão de resíduos, ecoturismo,
agricultura, energia renovável, mobilidade urbana, entre outras.
Proteção ambiental

No documento, o Governo Federal afirmou que o combate ao desmatamento ilegal e a prevenção


e controle de incêndios são prioridades. Para isso, foi firmado Acordo de Cooperação Técnica com
o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) para atuação da Força Nacional no bioma
Amazônia.

Em 2021, o Plano Nacional para o Controle de Desmatamento Ilegal e Recuperação da Vegetação


Nativa foi revisado para somar os esforços e as ações de diferentes ministérios que contribuem
para a redução do desmatamento e dos incêndios. Esse plano conta com cinco eixos: tolerância
zero ao desmatamento ilegal; regularização fundiária; ordenamento territorial; pagamentos por
serviços ambientais; e bioeconomia.

Para a implementação do Plano, o Governo Federal dobrou os recursos para o Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), totalizando cerca de R$ 500 milhões. Além disso, foi autorizada a abertura
de concurso para a contratação de 739 novos agentes ambientais, um aumento de 18% sobre o
efetivo atual. Estão previstos ainda cerca de R$ 70 milhões em investimentos para priorizar o
número de fiscais em campo para controle do desmatamento e dos incêndios em todos os biomas.

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