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Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentávels

Aula 1: História dos problemas ambientais e da gestão do meio


ambiente

Apresentação
A gestão ambiental pode ser de nida como a relação do ser humano com o meio ambiente e tem o objetivo de diminuir os
impactos causados pelo homem e suas atividades.

O gestor ambiental tem como função gerenciar o uso dos recursos naturais, encontrando formas para reduzir os impactos
ambientais.

Em nossa primeira aula, vamos começar a discutir a evolução da problemática ambiental, as transformações nas
organizações e as novas tecnologias de gestão.

Objetivos
Descrever os períodos em que ocorreram grandes mudanças ambientais;

Identi car as transformações na problemática ambiental;

Reconhecer a importância da gestão ambiental tanto na vida pro ssional como na formação da cidadania.

Origem dos problemas ambientais


Os problemas ambientais são um dos grandes dilemas da sociedade nos dias de hoje. Por isso, sentimos a necessidade
de buscar em suas origens quais os seus fundamentos e razões históricas. Assim, podemos fazer uma análise crítica
desse movimento.

O homem vivia no interior das cavernas que habitava, com os restos de animais com os quais se alimentava. Ao construir
seus primeiros aldeamentos, passou a jogar o lixo em sua periferia, começando, assim, a poluir o seu meio ambiente.

No entanto, a maioria dos autores, indica que os problemas ambientais tiveram seu início com a Revolução Industrial
inglesa.
 Fonte: Wikipedia

Na Revolução Industrial, houve a transição da manufatura para a indústria mecânica, e, com isso, ocorreu a transformação
completa das indústrias com relação à rapidez na produção e à otimização dos processos produtivos.

As fábricas começaram a demandar mais recursos naturais para produzir bens de consumo, o que trouxe grandes
desvantagens ao meio ambiente, alterando totalmente a relação homem-ambiente existente até então.

A busca pelo desenvolvimento econômico em um ritmo muito acelerado


ocasionou, também, a carência de vários recursos naturais.

Grandes desastres ambientais


As relações do homem com o meio ambiente acarretaram, ao longo dos anos, impactos e consequências que geraram
grandes desastres ambientais.

O principal exemplo com consequências na saúde populacional é o Desastre de Minamata, que aconteceu em 1956.

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Nesse episódio, houve o envenenamento de centenas de
pessoas por mercúrio, em virtude da contaminação da
água, na cidade de Minamata, no Japão.

 metaispesadospbi.blogspot.com

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Veja outros desastres importantes


O caso do Vale de Meuse, na Bélgica, em 1930, em que uma grossa camada de poluição permaneceu no ar por 5
dias deixando 63 mortos e inúmeras pessoas doentes.

O caso na cidade de Donora, Pensilvânia, nos Estados


Unidos, em 1948, em que a poluição deixou 30 pessoas
mortas e quase metade da população (6000 pessoas)
com problemas respiratórios.

 Cidade de Danora, Pensilvânia. Fonte: Allegheny Front

O mais grave, conhecido como “A Névoa Matadora”, ocorreu em Londres, em 1952, em que mais de 4 mil
pessoas morreram por causa da poluição do ar. Este evento foi o primeiro a promover a movimentação das
autoridades de saúde quanto à qualidade do ar.

Saiba mais

Para saber mais detalhes sobre esses importantes acidentes ambientais leia a matéria:
• Saiba o que provocou o nevoeiro que matou milhares de pessoas em 1952

Assista também aos vídeos:

• Grande impacto ambiental (Bélgica 1930)

• O Grande Nevoeiro-Big Smok-1952

Principais mudanças

1960
Somente no nal da década de 1960, a questão ambiental começou a ser abordada, pois, anteriormente, os episódios
que mostravam a relação existente entre a saúde da população e o meio ambiente eram ignorados, já que os efeitos
da poluição eram tidos como um mal necessário para a existência do progresso.

Porém, começaram a surgir os primeiros movimentos ambientalistas motivados pela preocupação com
contaminação das águas e do ar nos países industrializados.

1970
Uma grande preocupação com a natureza e a exploração dos seus recursos surgiu na década de 1970, quando
eclodiu no mundo um conjunto de manifestações, incluindo a liberação feminina e a revolução estudantil de maio de
1968 na França.

Além disso, houve o endurecimento das condições políticas na América Latina e a instituição de governos autoritários,
em resposta às exigências de organização democrática dos povos em busca de seu direito à liberdade, ao trabalho, à
educação, à saúde, ao lazer e à de nição participativa de seus destinos nos países desenvolvidos.

Isso fez com que os governos impusessem às empresas que zessem melhorias em relação ao meio ambiente.

Ainda nessa década, foi escrito o “Manifesto para a Sobrevivência” por uma entidade relacionada à revista britânica
The Ecologist, em que foi dito que um aumento inde nido da demanda não pode ser sustentado por recursos nitos.

Nessa época, não existia uma política voltada para a conservação e para a preservação dos recursos naturais por
parte dos governos. Contudo, estes se conscientizaram de que não poderiam continuar produzindo bens sem se
preocupar com as consequências negativas para o meio ambiente.

Além disso, a sociedade civil movimentava-se no mundo todo, buscando sensibilizar os governos e a população
mundial quanto à necessidade de um consumo sustentável.

Então, as organizações civis começaram a fazer vários manifestos e eventos com objetivo de chamar a atenção para
os problemas ambientais e buscar soluções para minimizá-los e/ou resolvê-los.
1980
Já na década de 1980, ocorreu um crescimento do movimento ambientalista, que passou a ter um papel muito importante na
escolha de estratégias ambientais corporativas.

Floresta Amazônica. Fonte: Shutterstock.


Mudanças no Brasil
No Brasil, a luta pelas questões ambientais começou na década de 1980 e início da de 1990.

Na Constituição Federal de 1988 há um capítulo especí co sobre o tema meio ambiente e temos também o Decreto
n°99.274, de 06 de junho de 1990, que regulamenta a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA).

A partir disso, muitas empresas começaram a utilizar o meio


ambiente como uma forma de estratégia de marketing, visando os
objetivos da empresa e os anseios sociais.

Nessa época, os consumidores se tornaram mais críticos e engajados com causas ambientais e passaram a ter
consciência sobre a qualidade e o impacto que os produtos consumidos podem gerar no meio ambiente.
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Marketing verde
Empresas que não respeitam e valorizam o meio ambiente são vistas negativamente pela sociedade, inclusive, perdendo
potenciais clientes.

Já uma reputação positiva em relação à questão ambiental tem o poder de atrair novos consumidores e fornecer mais
valor à empresa diante da sociedade.

Isso signi ca que a forma como as empresas produzem, divulgam e


disponibilizam seus produtos ou serviços precisou assumir uma
nova postura sustentável e cidadã.

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Marketing verde
O marketing verde pode ser de nido como um movimento das empresas para criarem e colocarem no mercado
produtos ambientalmente responsáveis.

É uma estratégia de vinculação da marca, produto ou serviço a uma imagem ecologicamente consciente.

Quando uma empresa realiza ações sustentáveis, essa postura pode ser divulgada e incentivada por meio do
marketing verde.

Ainda existem empresários que atacam o conceito de empresas sustentáveis argumentando que não competem
aos líderes de negócios envolverem-se com temas ambientais ou sociais.

Por isso mesmo o marketing verde não pode ser somente o ato de projetar e comercializar produtos que não
prejudiquem o meio ambiente, pois toda a empresa deve estar consciente da importância da preservação do meio
ambiente.

Assim, o empresário e o investidor, que antes viam a gestão ambiental como mais um fator de aumento de
custos do processo produtivo, se deparam com vantagens competitivas e oportunidades econômicas de uma
gestão responsável dos recursos naturais. O mercado prefere empresas conscientes.

Princípios da administração com consciência ecológica


De forma corrente, diz-se que existem seis razões pelas quais toda organização deve implantar os princípios da
administração com consciência ecológica em sua companhia:

Sobrevivência humana;

Consenso público;

Oportunidades de mercado;

Redução de riscos de danos ambientais;

Redução de custos;

Integridade pessoal.
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Como resultado surge a gestão ambiental, vista como um


importante instrumento gerencial para capacitação e criação da
competitividade nas organizações, já que é capaz de reduzir custos
e manter uma posição diferenciada da empresa perante a
sociedade.

Sistema de gestão ambiental e sustentabilidade


O Sistema de gestão ambiental permite que a organização atinja o nível de desempenho ambiental por ela determinado e
promova sua melhoria contínua ao longo do tempo.

Consiste, essencialmente, no planejamento de suas atividades, visando à eliminação ou minimização dos impactos ao
meio ambiente, por meio de ações preventivas ou medidas mitigadoras.

O contexto de sustentabilidade social surgiu nas empresas a partir do século XXI, em função das necessidades da
sociedade em relação aos problemas sociais, ambientais e econômicos. Desde então, as empresas passaram a associar
suas marcas a projetos que adotem boas práticas para combater e reduzir estes problemas.
Para que a sustentabilidade empresarial seja e caz, é necessário
que a organização tome atitudes éticas e práticas que estimulem o
seu crescimento econômico, de modo a reduzir os danos sociais,
econômicos e ambientais causados indiretamente pela venda de
um produto ou serviço.

Isso implica na realização da sustentabilidade social, de forma que a organização proporcione aos seus funcionários
salários justos e atendimento às suas necessidades físicas e psicológicas.

Para aperfeiçoar a prática da sustentabilidade, a empresa pode desenvolver projetos ambientais externos voltados para o
desenvolvimento socioambiental. Outras práticas, como a adoção de medidas éticas que superem as obrigações da lei,
também devem ser adotadas.

 Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)

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Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)


Você conhece a ferramenta que pode ajudar as organizações com a
sustentabilidade empresarial?
Trata-se do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), criado pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Trata-se de uma importante ferramenta de análise e comparação das empresas que mantêm ações na Bolsa de
Valores, tendo como objetivo demonstrar aos investidores sobre as práticas de desenvolvimento sustentável que
essas corporações estão realizando.

Existem várias atitudes que podem ser tomadas por organizações que estejam preocupadas em adotar ou
aperfeiçoar a sustentabilidade empresarial. Dessa forma, os adeptos da sustentabilidade empresarial acreditam
que as empresas, em conjunto com os governos, podem alcançar o desenvolvimento sustentável.
 Fonte: Todamateria.com.br

Atividade
1. Uma visão socioambiental da natureza, incluindo a espécie humana como parte integrada dessa natureza, exige:

a) Que o meio ambiente seja preservado o mais intocado possível, possibilitando a sobrevivência das espécies existentes, inclusive a
humana.
b) A interpretação do meio ambiente como um campo de interações entre a cultura, a sociedade e as bases física e biológica dos
processos vitais.
c) O reconhecimento da separação entre aspectos culturais e sociais daqueles ditos naturais para possibilitar a manutenção da vida
na Terra.
d) Interpretações das intervenções humanas no ambiente, baseadas mais em valores socioculturais e menos nos aspectos
ecológicos.
e) Que o papel da espécie humana no ambiente seja considerado de maneira distinta frente às outras espécies.
2. É possível a rmar que o conceito de sustentabilidade:

a) Ainda está sob discussão, sendo observadas diversas definições.


b) É uma preocupação dos governos mundiais, haja vista a necessidade de contenção ou reestruturação econômica.
c) Relaciona-se com a responsabilidade, individual e coletiva, sobre o meio ambiente.
d) Ainda algo utópico, sonhado pelos ecologistas, mas que já precisa ser refletido por todos.
e) É um conceito ligado apenas à ideia da redução da temperatura global.

3. Sobre a atitude das empresas diante da proposta de sustentabilidade, é CORRETO a rmar:

a) O foco dos projetos ainda é muito mais social do que mesmo ambiental.
b) Há ações que, embora espaçadas, não denotam preocupação com o tema.
c) As empresas denotam certo preconceito social quando se preocupam apenas com a educação ambiental de crianças de baixa
renda.
d) Não há uma preocupação de reeducar as pessoas e, principalmente, criar uma nova cultura social e ecológica nas crianças.
e) O foco dos projetos ainda é muito mais ambiental do que social.

4. O homem construiu sua história por meio do constante processo de ocupação e transformação do espaço natural. Na
verdade, o que variou, nos diversos momentos da experiência humana, foi a intensidade dessa exploração.

Uma das consequências que pode ser atribuída à crescente intensi cação da exploração de recursos naturais, facilitada
pelo desenvolvimento tecnológico ao longo da história, é:

a) A diminuição do comércio entre países e regiões, que se tornaram autossuficientes na produção de bens e serviços.
b) A ocorrência de desastres ambientais de grandes proporções, como no caso de derramamento de óleo por navios petroleiros.
c) A melhora generalizada das condições de vida da população mundial, a partir da eliminação das desigualdades econômicas na
atualidade.
d) O desmatamento, que eliminou grandes extensões de diversos biomas improdutivos, cujas áreas passaram a ser ocupadas por
centros industriais modernos.
e) O aumento demográfico mundial, sobretudo nos países mais desenvolvidos, que apresentam altas taxas de crescimento
vegetativo.
5. No presente, observa-se crescente atenção aos efeitos da atividade humana, em diferentes áreas, sobre o meio
ambiente. É constante, nos fóruns internacionais e nas instâncias nacionais, a referência à sustentabilidade como
princípio orientador de ações e propostas que deles emanam. A sustentabilidade explica-se pela:

a) Incapacidade de se manter uma atividade econômica ao longo do tempo sem causar danos ao meio ambiente.
b) Incompatibilidade entre crescimento econômico acelerado e preservação de recursos naturais e de fontes não renováveis de
energia.
c) Interação de todas as dimensões do bem-estar humano com o crescimento econômico, sem a preocupação com a conservação
dos recursos naturais que estivera presente desde a Antiguidade.
d) Proteção da biodiversidade em face das ameaças de destruição que sofrem as florestas tropicais devido ao avanço de atividades
como a mineração, a monocultura, o tráfico de madeira e de espécies selvagens.
e) Necessidade de se satisfazer as demandas atuais colocadas pelo desenvolvimento sem comprometer a capacidade de as gerações
futuras atenderem suas próprias necessidades nos campos econômico, social e ambiental.

Notas
Referências

PHILIPPI, A. Jr.; Roméro, M de A., Collet, G. B. Curso de gestão ambiental. 2. ed. Barueri: Manole; 2014.

DIAS, R. Sustentabilidade: origem e fundamentos; educação e governança global; modelo de desenvolvimento. São Paulo:
Atlas, 2015.

Próxima aula

Surgimento da problemática ambiental no nal do século XX;

Como essa problemática tornou-se uma crise de civilização;

Gestão dos recursos como consequência da preocupação com o meio ambiente.

Explore mais

Leia os seguintes textos:

"Histórico do Movimento Ambientalista <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/historico-do-


movimento-ambientalista/20106> ."

"Um breve histórico sobre a evolução da gestão ambiental <https://administradores.com.br/artigos/um-breve-historico-


sobre-a-evolucao-da-gestao-ambiental> ."

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