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DOCUMENTO ORIENTADOR
(VERSÃO PRELIMINAR)
Porto Alegre
2023
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 4
INTRODUÇÃO 5
EIXOS FORMATIVOS 26
Formação Acadêmica de Excelência 26
Formação para a Vida 27
Formação de Competências para o Século XXI 28
ESPAÇOS EDUCATIVOS 49
Salas Temáticas no EMGTI 49
O MODELO DE GESTÃO 50
2
Princípios: 54
Ciclo Virtuoso: 54
Comunicação: 55
Educação pelo trabalho: 55
PLANEJAMENTO E OPERACIONALIZAÇÃO 58
A fase de planejamento 58
A busca pelo alinhamento da equipe escolar: as reuniões de fluxo 60
REFERÊNCIAS 70
3
APRESENTAÇÃO
Prezados Educadores Gaúchos,
4
INTRODUÇÃO
O Brasil tem enfrentado desafios para assegurar uma educação pública universal e
de qualidade. Nesse sentido, como forma de alavancar a melhoria da educação brasileira,
no ano de 2004, deu-se início ao processo de implantação da Educação Integral. Por
educação integral entendemos o modelo de educação que busca garantir o desenvolvimento
do estudante para além de apenas a dimensão intelectual, considerando também as
dimensões física, afetiva, social e cultural. Trata-se de formar um ser humano e cidadão
pronto para enfrentar os desafios que encontrará ao término da jornada escolar e capaz de
pôr em prática seu projeto de vida.
No plano federal, o estabelecimento da Política Nacional de Educação (PNE), em
2014, colocou a Educação Integral como agenda prioritária para o desenvolvimento de
políticas públicas para educação em todo o Brasil. Conforme descreve a meta 6, o Ministério
da Educação traçou, à época, o objetivo da oferta de educação em tempo integral em, pelo
menos, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas brasileiras, contemplando a
totalidade mínima de 25% (vinte e cinco por cento) dos estudantes matriculados na
educação básica no período de dez anos.
Em consonância com a política federal, o estado do Rio Grande do Sul estabeleceu,
no ano seguinte, seu Plano Estadual de Educação (PEE), no qual absorvia a meta do PNE
também para um período de implementação de dez anos. Esse movimento já havia sido
iniciado em 2012 quando da adesão ao Programa Ensino Médio Inovador (PROEMI) por
parte da Secretaria de Estado da Educação do RS.
Lançado pelo Governo Federal, o PROEMI surgiu como um indutor de políticas
públicas para repensar o desenho curricular do Ensino Médio, tornando-o mais flexível e
dinâmico, de modo a alinhá-lo ao projeto de vida dos estudantes, assim como atender aos
desafios do século XXI. Nesse sentido, o PROEMI já abordava o tema da ampliação da
jornada escolar como forma de aprofundar a diversidade de conhecimentos e fortalecer o
processo de aprendizagem dos estudantes integralmente.
O PROEMI funcionou como preparação para a criação de um programa próprio e
mais específico de Educação em Tempo Integral, capaz de operar um currículo plenamente
integrado entre as Diretrizes e Parâmetros Curriculares Nacionais e as competências para o
século XXI. Igualmente, o Programa Ensino Médio Inovador propôs a ampliação da carga
5
horária do Ensino Médio, e o RS, à época, definiu em 1.000 horas, um primeiro avanço
fundamental para a internalização da concepção da Educação Integral, na medida em que
permitiu a abertura de um leque de possibilidades na perspectiva de integralização do
processo educativo.
Assim, em 2016, o Decreto Estadual nº 53.012/2016, instituiu a Escola em Tempo
Integral no Estado do Rio Grande do Sul, abrangendo no referido ano, um total de 104
escolas tanto de Ensino Fundamental como de Ensino Médio. No âmbito do Ensino Médio, a
Seduc RS, enquanto responsável pela oferta da etapa no Estado, vem trabalhando para
fomentar a implantação e a expansão do Programa Ensino Médio Gaúcho em Tempo
Integral, o qual compreende hoje um total de 111 escolas, distribuídas em 70 municípios.
Abrangendo 28 das 30 Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) do estado , o
programa alcançou esse número de escolas em sua primeira etapa de expansão, iniciada
em 2022, cuja meta era a adesão de 72 unidades escolares para início do ano letivo em
2023.
O processo, que começou em setembro de 2022 e envolveu todas as
Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), onde foram analisadas um total de 234
escolas da rede com potencial para adesão ao programa, a partir de uma série de critérios,
os quais tinham como premissa priorizar escolas com o menor número de adaptações
físicas necessárias para esse primeiro momento.
Sendo assim, os critérios elencados foram os seguintes: (i) ofertar Ensino Médio
diurno; (ii) não ser a única oferta de Ensino Médio do município - a fim de garantir a
alternativa de Ensino Médio regular para estudantes que optem pela não-adesão; (iii) não
apresentar especificidades de oferta (indígenas, quilombolas, educação especial, dentre
outras); (iv) não ser necessário remanejamento de estudantes, apresentando quantitativo de
salas suficientes; (v) possuir cozinha e refeitório, garantindo espaço adequado para as
refeições; e, por fim, (vi) ser prédio principal da escola.
Das 234 escolas, 200 foram listadas como potenciais pela própria Secretaria da
Educação em atuação com seus parceiros institucionais, Instituto Sonho Grande e Instituto
Natura. As demais escolas, foram indicação das próprias Coordenadorias Regionais de
Educação seguindo os mesmo critérios de indicação da Secretaria. Dividido em duas fases,
o processo levou três meses para ser concluído, alcançando o total de 111 escolas
integradas ao programa, como citado anteriormente.
Importante destacar estas 111 escolas contemplam a diversidade presente no Ensino
Médio, a saber: 86 Escolas Propedêuticas, 8 Colégios Tiradentes (vinculadas à Brigada
Militar), 18 Escolas Técnicas Agrícolas em regime de internato (que se subdivide em
6
especificidades que carecem respeito quando da implantação do EMGTI) e a 01 Escola
Estadual de Ensino Médio para Surdos.
O compromisso do Governo do Estado, firmado pela Secretaria de Estado da
Educação do Rio Grande do Sul, em implantar e expandir o Ensino Médio Gaúcho em
Tempo Integral surgiu da necessidade de melhorar índices educacionais e socioeconômicos
do estado. Afinal, o ensino integral em tempo integral, nos estados em que é amplamente
implementado, aponta progresso não apenas nos índices de aprendizagem dos estudantes,
como também diminuição de desigualdades sociais.
Em relação aos indicadores de aprendizagem, segundo estudos1 do Centre for Public
Impact2 e do Instituto Natura3, as escolas de tempo integral apresentam (i) aumento no
IDEB, devido aos (ii) maiores índices de proficiência, além da (iii) diminuição da distorção
idade-série, (iv) diminuição da evasão e do abandono escolar e (v) menores taxas de
reprovação.
Já acerca dos indicadores socioeconômicos e de redução de desigualdades sociais,
o Instituto Sonho Grande e o Instituto Natura realizaram levantamentos que apontam que o
ensino em tempo integral contribui diretamente para (i) redução dos índices de homicídios
entre jovens em idade escolar (INSTITUTO NATURA)4, (ii) redução nos índices de violência
no ambiente escolar (INSTITUTO SONHO GRANDE, 2020)5, (iii) maior probabilidade de
ingresso no ensino superior, assim como (iv) maior acesso a faixas salariais superiores.
Além disso, o ensino em tempo integral se apresenta com fator potencial para (v) promover
a equidade racial, capaz de reduzir o gap salarial entre egressos brancos, pretos e pardos, e
(vi) acelerar o bônus de gênero, contribuindo para aumentar a participação de mulheres no
mercado de trabalho (INSTITUTO SONHO GRANDE, 2019)6.
1
Ambos os relatórios podem ser acessados em www.institutonatura.org/artigos.
2
CENTRE FOR PUBLIC IMPACT. A política de educação em tempo integral no Estado brasileiro de
Pernambuco. Disponível em:
<https://www.institutonatura.org/wp-content/uploads/2020/08/A-poli%CC%81tica-de-Educac%CC%A7a%CC%83
o-em-Tempo-Integral-no-Estado-brasileiro-de-Pernambuco..pdf. Acesso em 12 jan 2023.
3
INSTITUTO NATURA. Análise dos modelos de Escola em Tempo Integral em Pernambuco. Disponível em:
<https://www.institutonatura.org/wp-content/uploads/2020/08/Estudo-Escola-em-Tempo-Integral-1.pdf>. Acesso
em 12 jan 2023.
4
INSTITUTO NATURA. Efeitos da Escola em Tempo Integral em Homicídios: o caso do Programa de Ensino
Médio Integral em Pernambuco. Disponível em:
<https://www.institutonatura.org/wp-content/uploads/2022/06/Estudo_Homici%CC%81dios_e_EMI_Resumo_Exe
cutivo.pdf>. Acesso em 12 jan 2023.
5
INSTITUTO SONHO GRANDE, 2020. Percepções e Satisfação dos Professores em Pernambuco: um estudo
comparativo com mais de 800 profissionais que atuam em escolas integrais e regulares de Ensino Médio da rede
estadual. Disponível em:
<https://www.sonhogrande.org/storage/pesquisa-em-educacao-percepcoes-e-satisfacaodos-professores-em-pern
ambuco.pdf>. Acesso em 12 jan 2023.
6
INSTITUTO SONHO GRANDE, 2019. Mais integral, mais oportunidades: um estudo sobre a trajetória dos
egressos da rede estadual de ensino de Pernambuco. Disponível em:
<https://www.sonhogrande.org/storage/sonho-grande-producao-de-evidencias-mais-integral-mais-oportunidade.p
df>. Acesso em 12 jan 2023.
7
Associado à concepção já estabelecida nas escolas do RS, a partir das modificações
de matriz curricular e carga horária e contando com a implementação de novas tecnologias
de gestão educacional, fez-se necessário assegurar o ganho de qualidade através da
integração de tecnologias específicas com o ambiente escolar em sua totalidade. Uma vez
que educar pessoas significa criar um ambiente escolar no qual gestores e educadores
sintam-se estimulados a aprender e a pôr em prática seus conhecimentos a serviço do
estudante e de seu Projeto de Vida.
O Modelo Pedagógico e o Modelo de Gestão propostos para o EMGTI com base nos
saberes da Escola da Escolha se apresentam, assim, como indissociáveis e constituem o
organismo que torna possível transformar a visão e a missão da escola em efetiva e
cotidiana ação. São eles que geram o movimento e o respectivo trabalho que transformará o
que cada escola traz enquanto “intenção”, efetiva e concretamente, em “ação”. A missão
primordial da escola é garantir uma aprendizagem de qualidade, por meio da qual o
estudante atribui sentido e significado ao conhecimento de modo que esta (a escola)
promova seu pleno desenvolvimento em todas as dimensões humanas (corpo, intelecto,
espírito e emoção).
Contudo, a ampliação da carga horária de estudos, por si, não garante que o ensino
seja integral. Faz-se, portanto, necessário que a escola trabalhe na perspectiva de garantir
a formação integral dos estudantes que nela estudam.
No Rio Grande do Sul, para alcançar esse objetivo, o compromisso com a formação
integral dos estudantes nos leva a refletir que o tempo há de ser uma estratégia para que
esse compromisso seja atingido. Ou seja, é preciso garantir tempo para que a escola
ofereça os elementos, aqui traduzidos como componentes curriculares da Formação Geral
Básica (FGB) e da Formação Diversificada (FD), os quais são articulados e mediados pelos
processos de Gestão Escolar e de Gestão do Ensino e da Aprendizagem sejam
intencionalmente movimentados na busca por garantir as melhores entregas possíveis.
O trabalho articulado entre Modelo Pedagógico e Modelo de Gestão7, atuando para a
da formação integral do jovem, será objeto a ser discutido neste documento ao longo de sua
leitura.
Nesse sentido, e conforme já dito anteriormente, é necessário que a escola tenha
tempo suficiente para trabalhar um currículo que crie as condições para que o estudante se
7
Ao longo do documento veremos muito a referência a estes dois termos. Estes são provenientes de uma
metodologia desenvolvida pelo Instituto de Corresponsabilidade Social pela Educação (ICE Brasil) com sede em
Recife - PE. O ICE implementou há quase duas décadas uma nova forma de ver, sentir e cuidar da Educação e
dos Jovens brasileiros. Ainda que elementos e autores presentes em seu trabalho possam ser encontrados em
outras bases é justamente da combinação e articulação única destes componentes que nasce esta proposta de
escola que tanto tem impactado a educação e, consequentemente, a sociedade brasileira desde então.
8
configure como alguém autônomo, solidário e competente, assim, o tempo ampliado se
configura como oportunidade para a formação integral dos estudantes8.
Para trabalhar nesta perspectiva faz-se necessário tomar cada estudante como fonte
de liberdade, fonte de iniciativa e fonte de compromisso. Fonte de liberdade porque este
deverá ter diante de si cursos alternativos de ação e de escolha como parte do seu processo
de crescimento como pessoa e como cidadão. Fonte de iniciativa, por sua vez, porque é
capaz de agir, não sendo apenas um espectador do processo pedagógico. E, por fim, fonte
de compromisso porque responderá pelos seus atos, sendo consequente nas suas ações,
assumindo a responsabilidade tanto pelo que faz quanto pelo que deixa de fazer9.
Tal forma de conceber o estudante para caminhar na direção de sua autonomia, do
exercício da solidariedade e da competência pede que os educadores, por sua vez,
considerem que as expectativas de sucesso dos estudantes seja o ponto de honra da
existência de sua escola. Ou seja, todos que atuam na escola se dedicam e conjugam
esforços em todas as direções para que os estudantes se realizem em todas as dimensões.
E, por fim, mas não menos importante, os professores recebem reconhecimento e respeito
da sociedade pelo trabalho que realizam e sentem orgulho e satisfação de ensinar porque
se reconhecem como imprescindíveis na vida dos seus estudantes10.
Esse movimento impele que os educadores, que atuam na Escola de Ensino Médio
Gaúcho em Tempo Integral, trabalhem na perspectiva de considerar a participação dos
estudantes em todo seu processo educacional como elemento indissociável de sua prática
pedagógica.
A frase, retirada do documentário “Nunca me sonharam” e que abre este tópico, foi
dita por uma jovem como tantas e tantos que se encontram nas nossas escolas. Carregada
de emoção e simbolismo, pode, em muito, traduzir a forma como se sente boa parte dos
estudantes nas escolas onde estudam.
8
INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO – ICE. Memória e Concepção do Modelo.
Conceitos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
9
INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO – ICE. Memória e Concepção do Modelo.
Conceitos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
10
Ver, Cuidar e Sentir são elementos fundamentais com os quais a Escola da Escolha trabalha na busca por
garantir a formação integral dos estudantes.
11
Fala de Mel no documentário “ Nunca me sonharam” - (RCGEM p.26)
9
Mas… como ouvi-los? Como falar de sonhos na escola? Como oferecer escuta e
acompanhamento no processo de formação integral de cada jovem estudante considerando
seus sonhos e suas identidades?
O RCGEM, como bem sabemos, é um documento que define “o que” as Escolas de
Ensino Médio do Estado do Rio Grande do Sul devem fazer.
Este documento orientador que, ressalta-se, encontra-se em sua versāo preliminar e,
portanto, será ainda aprofundado ao longo do primeiro semestre de 2023 com a participação
dos profissionais da rede e de estudantes das escolas, propõe-se a trazer uma amostra de
“como” o RCGEM deve ser praticado considerando o âmbito das Escolas de Ensino Médio
Gaúcho em Tempo Integral.
O mesmo documento, anteriormente citado, versa que os jovens protagonistas
gaúchos “desejam percorrer um caminho novo, de construção e desconstrução de saberes,
práticas e ideologias; no entanto, querem ter ao seu lado um auxílio ou mentoria, que lhes
dê segurança, assertividade e dinamicidade” (p.30). Ainda considerando o RCGEM, estes
mesmos jovens seguem expressando o desejo de serem melhor conhecidos e
compreendidos pelos professores de modo que o encontro com o aprender possa ter
melhor resultado em seu processo de aprendizagem (p.30).
No Ensino Médio Gaúcho em Tempo Integral, sonhos são o combustível para a
movimentação do fazer pedagógico da escola. Para tanto, conhecer quem são os
estudantes e seus arranjos familiares através da aplicação do questionário de expectativas
para estes dois públicos, agregado ao trabalho com os sonhos desenhados e trabalhados no
Acolhimento Inicial12 proporcionarão que cada equipe escolar possa se organizar em torno
do estudante e de seu Projeto de Vida, ou seja, criar-se-á as condições para que os jovens
sonhem, pensem, vivenciem e saibam que sempre terão, em sua jornada pelo Ensino
Médio, com quem contar.
12
Acolhimento Inicial é uma Prática Educativa desenvolvida pela Escola da Escolha e que será melhor
apresentada mais à frente neste mesmo documento.
10
FUNDAMENTOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO
GAÚCHO EM TEMPO INTEGRAL
11
forma a contribuir para a construção de soluções de problemas específicos da
sociedade (BRASIL, 2018).
Trilhas de Aprofundamento
12
conhecimentos básicos para compreender como o ser humano se constitui como sujeito e
como age no mundo social em interações mediadas por palavras, imagens, sons, gestos e
movimentos. Está dividida em 2 Temáticas: Expressão Corporal e Expressões Culturais.
A área de Matemática e suas Tecnologias, que integra a formação geral básica, é
composta pelo componente curricular de Matemática. Objetiva-se desenvolver dentro das
trilhas os conhecimentos matemáticos para que os estudantes sejam capazes de ler,
compreender e transformar a realidade a partir do raciocínio lógico e resolução de
problemas em relação ao seu contexto social e suas singularidades. Está dividida em 2
temáticas: Educação Financeira e Tecnologia.
A área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, que integra a formação geral
básica, é composta pelos componentes curriculares de Química, Física e Biologia.
Objetiva-se aprofundar dentro das trilhas conhecimentos que permitam aos estudantes
compreender fenômenos e processos sobre o mundo natural, social e tecnológico, bem
como as relações que se estabelecem entre eles em seus aspectos físicos, químicos e
biológicos entre seres vivos e do meio ambiente. Está dividida em 2 temáticas:
Sustentabilidade e Saúde.
A área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, que integra a formação geral
básica, é composta pelos componentes curriculares de História, Geografia, Sociologia,
Filosofia e Ensino Religioso. Objetiva-se oportunizar, dentro das trilhas, que os estudantes
desenvolvam o conhecimento referente às complexidades e peculiaridades da sociedade
humana, procurando compreender suas relações, suas criações, noções de tempo e espaço
e os fenômenos sociais, históricos e culturais que a compõem, além de refletirem sobre a
própria existência, o valor dos direitos humanos, autonomia e a responsabilidade coletiva
sobre o mundo atual e das próximas gerações. Está dividida em 2 temáticas: Cidadania e
Relações Interpessoais e Empreendedorismo. Abaixo, na figura 1, temos a divisão dos
Itinerários Formativos.
13
Figura 1: Os Itinerários Formativos
13
Os Princípios Educativos serão apresentados mais à frente neste trabalho. Sua organização e trama de
execução remete, mais uma vez, à expertise do trabalho desenvolvido pela Escola da Escolha e, muito,
impactam nos resultados que as escolas alcançam nesta modelagem.
14
Desta forma o Ensino Médio Gaúcho em Tempo Integral tem o compromisso de
promover a formação integral e a inclusão social dos adolescentes e jovens,
propiciando-lhes oportunidades de desenvolvimento humano e de exercício efetivo da
cidadania. Trata-se da concretização do que o RCGEM (p.21) traz como pressuposto e que
alimenta a ideia de possibilitar que, efetivamente, a escola seja promotora de
aprendizagens e de conhecimentos significativos para os estudantes.
Nessa perspectiva, o EMGTI aprende com Paulo Freire (1996, p. 47) que “[...]
ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção”. Nessa concepção, ao entrar na sala de aula, o professor
deve estar sempre aberto às indagações, às curiosidades, às perguntas e, inclusive, aos
silenciamentos dos estudantes.
O EMGTI, no Rio Grande do Sul, possui como centralidade o estudante e seu
Projeto de Vida14. Isso significa que todo o currículo, todos os processos pedagógicos e
todas as ações da escola devem ser movimentados para garantir que o estudante tenha
condições de concretizar seu Projeto de Vida e de se tornar um sujeito autônomo, solidário e
competente15. Visa então a formação integral dos estudantes, a partir de uma proposta
pedagógica multidimensional, conectada à realidade dos jovens ao desenvolvimento de
suas competências cognitivas e socioemocionais.
O projeto escolar fundamenta-se nos Princípios Educativos e é operacionalizado pelo
Modelo Pedagógico (que se dá via articulação dos componentes da Formação Geral Básica
(FGB) com os componentes da Formação Diversificada (FD) do currículo) e sustentado pelo
Modelo de Gestão que atuará na conversão das intenções pedagógicas em ação e, assim,
contribuindo para que os sonhos dos estudantes possam, realmente, se configurar em
Projetos de Vida.
Nesta direção, a prática pedagógica se reorienta no sentido de atuar
16
intencionalmente orientada por três Eixos Formativos : (i) Formação Acadêmica de
Excelência, (ii) Formação para a Vida e (iii) Formação de Competências para o Século XXI.
14
Projeto de Vida é o tema central da Escola da Escolha. É em torno deste conceito que toda a proposta escolar
se desenvolve. O conceito de Projeto de Vida (PV) como centralidade das decisões pedagógicas da escola e
como metodologia de êxito será abordado mais à frente neste documento e profundamente explorado ao longo
das etapas formativas e dos Ciclos de Acompanhamento Formativo.
15
A tríade autônomo, solidário e competente está baseada na LDB 9494/04 em seu artigo 2º e é trabalhada ao
longo de todo o processo formativo do Jovem por meio do movimento dos Princípios Educativos e das
Metodologias de Êxito desenvolvidas pela Escola da Escolha.
16
Os 3 Três Eixos Formativos, constituem-se em importantes fundamentais para a formação integral dos
estudantes. Foram propostos pela Escola da Escolha como a camada que “ envolve” o movimento do jovem em
busca de seu Projeto de Vida. Estes, também, serão apresentados ao longo deste documento.
15
Na figura 2 abaixo, temos a operacionalização do modelo de gestão e pedagógico na escola
da escolha e como o jovem e seu Projeto de Vida são vistos na centralidade dessa escola.
Por fim, criar condições para a construção do Projeto de Vida dos estudantes
envolve todos que participam do processo educativo dos mesmos e deve-se considerar a
perspectiva de uma formação que permitirá ao estudante desenvolver uma visão do seu
próprio futuro, sendo capaz de transformá-la em realidade para atuar nas três dimensões da
sua vida: pessoal, social e produtiva.
16
OS PRINCÍPIOS EDUCATIVOS NO ENSINO
MÉDIO GAÚCHO DE TEMPO INTEGRAL
Pedagogia da presença
17
Para a Escola da Escolha os Princípios Educativos orientam o Projeto Escolar e, por consequência a prática
pedagógica aqui entendida como ações e atitudes de todos na escola. Os elementos que compõem os Princípios
estão disponíveis em várias literaturas, mas é a forma e a articulação que a Escola da Escolha lhes confere que
permite que estes entreguem um repertório capaz de sustentar o caminhar dos jovens em busca de seu Projeto
de Vida.
18
O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
17
estabelecida entre educador e estudantes, tendo como base a influência construtiva, criativa
e solidária favorável ao desenvolvimento pessoal e social das crianças, adolescentes e
jovens.
Na prática, o fazer pedagógico se transpassa no compartilhamento de tempo,
experiências e vivências entre professor e estudante. No ato de educar, estudante e
professor se tornam visíveis, perceptíveis, e se fazem presentes em seu meio, em seu
tempo, em suas histórias e trajetórias futuras. O que torna isso possível para o estudante é a
percepção de que “alguém compreendeu e acolheu suas vivências, sentimentos e
aspirações, filtrou-os, a partir de sua própria experiência, e comunicou-lhe com clareza a
solidariedade e a força para agir.” (COSTA, 2002). Na figura 3 abaixo, observamos os
requisitos importantes para uma presença pedagógica efetiva, que demanda abertura,
reciprocidade, respeito e compromisso:
18
comunicação e as trocas sejam efetivas e feitas de maneira respeitosa.
Atuar com base na Pedagogia da Presença é uma tarefa que envolve todas as
pessoas que estão no espaço escolar, sendo um compromisso com a corresponsabilidade
de apoiar na formação integral dos estudantes, na perspectiva de que tipo de pessoa se
quer formar, o tipo de sociedade para cuja construção se espera que essa pessoa contribua
e a utilidade e o valor do conhecimento na vida das pessoas. Se fazer presente na vida
do outro, independente das circunstâncias é base para o desenvolvimento deste Princípio
Educativo e exige escuta atenta e cuidadosa, abertura, reciprocidade e compromisso.
Protagonismo19
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O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
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diferentes segmentos da comunidade escolar. Somando-se esses grupos os percentuais de
resposta, foram 31,5% de alunos do 8º e 9º Anos do Ensino Fundamental, 49,5% de alunos
do Ensino Médio, 9,5% de professores, 7% de familiares e 2,4% da comunidade, que
participaram da escuta. Esta pesquisa corrobora com a intencionalidade da Secretaria em
promover uma maior participação dos estudantes da rede, anunciando uma atuação efetiva
e emancipatória na educação do Rio Grande do Sul (SEDUC, RS 2019)
Um dos destaques das juventudes multiformes que o Rio Grande do Sul comporta, é
a predileção que a grande maioria dos jovens que participaram da pesquisa afirmam ter
pelas aulas expositivo-dialogadas, já que eles podem participar efetivamente destas e,
consequentemente, asseguram ter melhor rendimento e aprendizagem. Isso evidencia que
as singularidades estão sendo substituídas pelos saberes plurais, deixando explícito que
seus saberes também são importantes no processo da construção do conhecimento.
Neste processo, o jovem se torna o elemento central da prática educativa e participa
ativamente de todo o procedimento, desde a elaboração, a execução até a avaliação das
ações propostas. Com isso, a ideia é fazer com que o jovem tenha uma legítima participação
social, contribuindo não somente com a escola, como também com a comunidade em que
está inserido. Assim, o Protagonismo Juvenil atua na formação de Jovens autônomos,
solidários e competentes e que estejam cada vez mais comprometidos socialmente. Nesse
sentido, a atuação dos adolescentes, seja de maneira individual ou em grupo, para buscar
fazer parte das soluções de problemas reais, com participação autêntica no contexto escolar
ou mesmo na sociedade e na comunidade, não deve ser interpretada somente de maneira
simbólica, mas, sim, de maneira a compreender que esse processo envolve seu projeto de
vida, suas aspirações e desejos, sendo o elemento central dessa participação.
O jovem protagonista deve ser visto como fonte de iniciativa (ação), liberdade
(opção) e compromisso (responsabilidade) para fazer escolhas, atuando de maneira
autônoma, solidária e competente sobre os contextos e desafios, limites e possibilidades
deste século20.
Os estudantes que participam das ações de protagonismo acabam desenvolvendo
um papel importante de liderança, mobilizando outros colegas a reconhecerem os
problemas enfrentados e fazendo parte da busca por soluções de melhoria. Outro benefício
é a facilitação do processo de inserção dos jovens no mundo adulto, por meio do exercício
de participação social dentro dos espaços em que eles pertencem.
O protagonismo juvenil:
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O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
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● Reforça o compromisso das escolas com a formação integral dos estudantes;
● Promove o engajamento dos estudantes com o conteúdo e a prática
pedagógica;
● Desenvolve a autonomia, a capacidade de tomar decisões e a
responsabilidade dos jovens;
● Contribui para o desenho do Projeto de Vida e na preparação do estudante
para o futuro;
● Estimula a participação dos jovens na esfera política, social, econômica e
cultural.
Educação Interdimensional21
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O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
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transcendência/transcendentalidade (Mythos).
A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa – espírito, corpo,
inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal e espiritualidade. Todo
ser humano deve ser preparado, em especial pela educação que recebe na juventude, para
elaborar pensamentos autônomos e críticos, bem como para formular seus próprios juízos
de valor, de modo que possa decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias
da vida, sempre em consonância com seu Projeto de Vida.
A proposta da Educação Interdimensional é integrar as 4 dimensões (racionalidade,
afetividade, impulsividade/corporeidade e transcendência/transcendentalidade), contribuindo
para o desenvolvimento pleno do estudante e valorizando, no processo formativo, aspectos
como a sociabilidade, a responsabilidade social, a afetividade, a sensibilidade, a criatividade
e a subjetividade, ou seja, o desenvolvimento das competências propostas nos Quatro
Pilares da Educação, o próximo princípio a ser conceitualizado.
O Art. 2º da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), uma das
referências desse marco da educação interdimensional, traz que “A Educação (...) tem por
finalidade o pleno desenvolvimento do estudante, seu preparo para o exercício da cidadania
e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 2017).
Todos nascem com um potencial e têm o direito de desenvolvê-lo, mas, para tanto,
há que se assegurar oportunidades para além daquelas consideradas primárias como
saúde, segurança, moradia e alimentação – básicas, mas não suficientes para desenvolver
potencialidades. As oportunidades educativas desenvolvem o potencial do ser humano e,
nesse sentido, falamos de uma educação que transcende o domínio da racionalidade.
Nesse sentido, educar é assegurar uma formação para além da dimensão cognitiva, levando
em consideração que os desafios presentes no século XXI exigem especial atenção ao
desenvolvimento de outras habilidades e competências, para além das cognitivas, portanto,
ao se falar de Educação Integral, é preciso considerar o Jovem e sua integralidade, incluindo
as suas circunstâncias.
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O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
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descobrir”, de 1996 escrito por Jacques Dellors, trouxe com força a reflexão e discussão em
torno da busca contínua “de uma concepção e de uma prática educacional que revelem a
todos o valor do aprendizado ao longo da vida e possibilitem a emergência de todos os
nossos talentos, individuais e coletivos”. Ele busca pensar na educação ao longo da vida
como uma forma de lidar com o mundo marcado por mudanças e transformações
constantes, auxiliando a refletir sobre as diversas informações recebidas e atuar de maneira
crítica para criar novas oportunidades para o presente e o futuro.
É importante salientar que nenhum pilar se sobrepõe a outro, e todos devem ser
objeto de igual atenção durante o processo estruturado de educação. Só assim ela será uma
experiência a ser concretizada ao longo da vida, em todas as suas dimensões, tanto no
plano pessoal como no social. Uma nova e ampla concepção de educação passa a ser uma
condição essencial para responder aos desafios do novo século, na qual se supere a visão
instrumental de educação e se passe a considerá-la como o meio para a realização da
pessoa em toda a sua plenitude.
A seguir, na figura 4, uma síntese dos Quatro Pilares para a educação no século XXI:
Aprender a conhecer23
23
O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
23
É o Pilar da Educação voltado para o domínio do conhecimento, que vai além da
aquisição de saberes. É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir,
construir e reconstruir o conhecimento para que não seja transitório, para que se mantenha
ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção
permanentemente. Para que os professores consigam ampliar o repertório dos estudantes
em termos de promoção de habilidades e competências, é preciso que se reconheça como
educador e mediador no processo de ensino e aprendizagem.
A maneira como se dará este aprofundamento é que traz a importância deste pilar. A
prática das habilidades que dele decorrem.
O ideal é que o professor possibilite aos estudantes, entre outras possibilidades, a
vivência da pesquisa e dos conteúdos propostos, garantindo que as experiências dos
estudantes sejam levadas em conta durante a construção dos saberes.
Estão contidas no Pilar do Aprender a Conhecer os três domínios da metacognição:
(i) aprender a aprender - desenvolvimento do autodidatismo; (ii) ensinar o ensinar - prática
do didatismo; e (iii) conhecer o conhecer - prática do construtivismo.
Aprender a fazer24
Este Pilar envolve uma série de competências produtivas que devem ser
desenvolvidas pelo domínio de habilidades básicas, específicas e de gestão, que
possibilitarão a inserção das pessoas no mundo do trabalho.
Nesse saber, busca-se envolver os estudantes nos processos de aprendizagem a
partir da prática cooperativa em busca de resultados, conclusões e/ou compromissos, com
base na capacidade e iniciativa de se comunicar, interpretar e selecionar informações, uma
vez que não basta preparar-se com cuidados para se inserir no mundo do trabalho. A rápida
evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas
situações de emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e de
humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo.
Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber comunicar-se,
resolver conflitos e ser flexível.
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Parte deste conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela
Educação – ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
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Aprender a conviver25
Aprender a ser26
Este importante pilar da educação nos conduz às duas reflexões: tanto para tratar do
“ser” humano como para entender o que somos. Reconhecer nossa individualidade e sua
incompletude que se molda e se constrói todos os dias. E também o que somos diante do
mundo e de nossos semelhantes.
Nossa condição humana e nossa capacidade de aprender e nos transformar ao
longo da vida nos diferenciam dos outros seres. Não é, como no reino animal, o instinto que
nos guia em nossas ações cotidianas. Precisamos e devemos nos reconstruir e nos moldar
às transformações que o mundo nos apresenta, especialmente pelo fato de sermos seres
sociais, cujo convívio não é apenas uma obrigação, é uma necessidade.
Assim, essa construção não se resume aos ensinamentos escolares e pedagógicos.
Ela deve avançar para todas as áreas: pessoais, interpessoais, profissionais, relacionais,
espirituais, etc. Nossa preparação precisa ser integral, sem prejuízo de nenhuma de nossas
habilidades.
Dessa forma, os Quatro Pilares da Educação são aprendizagens fundamentais para
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Parte deste conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela
Educação – ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
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Parte deste conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela
Educação – ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
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que uma pessoa possa se desenvolver plenamente, considerando a progressão das suas
potencialidades, ou seja, a capacidade de cada um de fazer crescer algo que traz consigo
ou mesmo que adquire ao longo da vida. Faz-se necessário que toda a equipe escolar atue
de forma intencional no acompanhamento do desenvolvimento dos estudantes quando se
trata, também, dos Quatro Pilares.
Ainda que os Princípios Educativos orientem as ações e as atitudes de todos na
escola e, para além disso, são fortalecidos pelo exercício das metodologias de êxito do
programa, sozinhos eles não respondem pela formação integral dos jovens. É preciso ir
além, acompanhar mais de perto os sonhos, os acertos e os erros destes jovens. É
fundamental, como escreveu Antonio Carlos Gomes da Costa, "celebrar os pequenos nadas
do caminho”. Nesta jornada, os Eixos Formativos cumprem papel preponderante.
26
EIXOS FORMATIVOS27
27
Os três Eixos formativos também foram desenvolvidos pela Escola da Escolha e compõem sua expertise na
formação do Jovem autônomo, solidário e competente.
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Parte deste conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do INSTITUTO DE
CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO – ICE. Modelo Pedagógico. Os Eixos Formativos. Novo Ensino
Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
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conhecimento de maneira prática. O professor atua sabendo que o protagonista do processo
educativo caminha em etapas que evoluem em linha com as suas capacidades intelectuais,
afetivas e emocionais. A verificação das distintas formas de pensamento que o estudante
dispõe em cada fase de desenvolvimento e dos conhecimentos que já construiu é
fundamental. É ideal que sejam pensadas diferentes formas de refletir e desenvolver as
competências e habilidades, levando em conta suas experiências e saberes.
Nessa perspectiva, a atuação docente precisa desafiar os estudantes a refletirem,
elaborarem hipóteses, buscar soluções e validarem os resultados, tudo isso a partir de
situações didáticas diversificadas e organizadas. Deve-se também encarar a avaliação como
o principal instrumento de gestão e ensino da aprendizagem, sendo ela processual, ou seja,
contínua ao longo desse processo.
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Parte deste conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do INSTITUTO DE
CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO – ICE. Modelo Pedagógico. Os Eixos Formativos. Novo Ensino
Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
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Formação de Competências para o Século XXI30
Formar os jovens para contribuir e atuar no mundo, por meio do trabalho e da vida
social, tornou-se um dos nossos maiores desafios neste século, trabalhar então a
capacidade de pensar criticamente, de resolver problemas complexos, de agir com
persistência, de desenvolver um espírito colaborativo e curioso, de se comunicar
eficazmente com pessoas de variadas e diferentes culturas usando técnicas diferentes, de
usar de maneira competente os recursos tecnológicos, de se adaptar às mudanças de
ambientes rapidamente, bem como às condições para a execução de tarefas, de gerir
eficazmente o seu trabalho, de adquirir novos conhecimentos e informações por sua própria
iniciativa ao longo da vida se faz necessário para desenvolver as competências para o
Século XXI.
Este eixo busca olhar para o desenvolvimento cognitivo, motor, emocional, social,
moral e afetivo dos estudantes, toda construção humana que o levará à condição de um
sujeito que, num futuro bem próximo, se encontrará na elaboração do seu projeto de Vida,
fazendo escolhas e executando-as.
Pensar criticamente, resolver problemas complexos, desenvolver espírito
colaborativo, se comunicar com diferentes pessoas e diferentes culturas de forma eficaz e
executar tarefas são habilidades necessárias para esse momento, é preciso que se leve em
conta nas formações e no dia a dia da escola.
Além dessa formação, precisamos entender que estamos em um momento com
muitas transformações, como a rápida evolução do conhecimento global com profundos
efeitos no mundo produtivo; a repentina e dramática velocidade na geração, modificação e
divulgação da informação, antes limitada em termos de quantidade e disponibilidade; o
impacto crescente dos recursos tecnológicos na forma como os estudantes aprendem, se
relacionam entre si, com o conhecimento e com o mundo. No EMGTI, é preciso que o
professor estimule os estudantes a refletirem que são capazes, bem como a concluírem o
que iniciaram, fortalecendo essa construção e desenvolvimento de seu Projeto de Vida.
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Parte deste conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do INSTITUTO DE
CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO – ICE. Modelo Pedagógico. Os Eixos Formativos. Novo Ensino
Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
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METODOLOGIAS DE ÊXITO (em transição)
Projeto de Vida32
31
As Metodologias de Êxito propostas para o trabalho com o EMGTI fazem parte do conjunto de referências
teóricas, filosóficas e práticas que compõem o Programa Escola da Escolha.
32
Temos, na atualidade, várias correntes de discussão sobre o conceito de Projeto de Vida, a que empregamos
aqui está baseada em Antônio Carlos Gomes da Costa e outros autores, foi proposta e desenvolvida pelo ICE
por meio da difusão da Escola da Escolha.
30
As aulas de Projeto de Vida fazem parte dessa estratégia quando também
apresentam para discussão e reflexão, a importância de construir um processo decisório
orientado por critérios.
Projeto de Vida é, ainda, um componente curricular do Novo Ensino Médio, de
acordo com a Lei nº 13.415/2017, que estabelece as diretrizes e as bases da educação
nacional, e define no artigo 3º § 7º que:
Um Projeto de Vida parte da percepção de onde se está para onde se quer chegar.
Isso envolve uma reflexão cuidadosa da bagagem que é preciso levar e como adquiri-la: os
valores que serão fundamentais nessa travessia permeada de escolhas e conhecimentos
necessários para a tomada de decisões nas três dimensões da vida humana (pessoal, social
e produtiva) e, finalmente, o sentido da própria existência quando se pensa na
autorrealização.
Projeto de Vida não é um “projeto de carreira” ou o resultado de um teste de
vocações, menos ainda no Ensino Médio. E esse não é o enfoque do Projeto de Vida no
Novo Ensino Médio da Escola da Escolha. Projeto de Vida é transformar sonho em
realidade.
O Projeto de Vida não deve ser confundido com escolha profissional, tão pouco está
desatrelado do mundo produtivo, uma vez que auxilia o jovem a se conhecer, entender sua
relação com o mundo e desenhar o que espera para si no futuro. Ele traz sentido para a
escola, uma vez que o jovem passa a ver o ambiente escolar como um impulsionador dos
seus sonhos e desejos. Além de ser esse impulsionador, ele é um potente recurso para lidar
com o futuro, construir sua identidade, expandir possibilidades, ética, cidadania e bem estar,
bem como o mundo do trabalho.
31
A escola deve auxiliar os estudantes a se reconhecerem como sujeitos,
considerando suas potencialidades e a relevância dos modos de participação e intervenção
social na concretização de seu Projeto de Vida, assim como preconiza o RCGEM (p.21)
quando diz que “ressalta-se a necessidade profícua de que os professores desenvolvam
atividades contextualizadas, multidisciplinares e transversais, que façam sentido para o
mundo do estudante, para o mundo da vida e para o campo social”, é oportunizar novas
experiências com o mundo e crescimento para seu presente e futuro, valorizando a
diversidade.
A compreensão de quem se é, das relações construídas ao longo da vida e os
sentidos que a ela atribui são fatores essenciais na busca da realização humana. É um
trabalho sob a ótica de uma proposta educacional interdimensional, capaz de aliar aspectos
cognitivos e não cognitivos na busca por um projeto escolar que traga significado para a
educação ao mesmo tempo que contribui para uma formação integral do indivíduo.
Projeto de Vida é a Metodologia de Êxito responsável por estimular o estudante a
construir uma visão de si próprio no futuro e como transformar essa visão em um plano a ser
executado, aprendendo a definir os seus objetivos, metas, estratégias e ações para
realizá-lo.
Para isso, são oferecidas aulas que criam condições para intenso processo
autorreflexivo e o desenvolvimento de um amplo conjunto de competências e habilidades
socioemocionais imprescindíveis para a construção do seu Projeto de Vida – centralidade do
Modelo da Escola da Escolha. É imprescindível o acompanhamento do desempenho do
estudante quanto à aquisição e desenvolvimento dessas competências e habilidades. Além
de ser a centralidade das discussões pedagógicas da escola, no EMGTI desenvolve-se
aulas de Projeto de Vida.
Com as aulas de Projeto de Vida, buscamos que os estudantes consigam:
● Enriquecer as vivências culturais, artísticas, científicas, esportivas, estéticas,
linguísticas, entre outras;
● Estimular o desejo de aprender por meio da diversidade de temas;
● Ampliar conhecimentos e desenvolver habilidades das diversas áreas de interesse
dos estudantes ou de relevância para a realidade local;
● Acolher a diversidade e a singularidade;
● Incentivar a convivência e a troca de experiências.
32
Unidades Curriculares Eletivas (Em transição)33
33
próprio empreendedor dessa busca.
O professor contribui para o desenvolvimento dos estudantes de forma deliberada,
compartilhando conhecimentos, valores, atitudes e habilidades que lhes permitam
transformar o seu “querer ser” em “ser”. Espera-se que o professor apresente as
características abaixo:
● É curioso, idealista, criativo, pró-ativo, apaixonado pela construção do conhecimento
e anseia por novidades;
● Gosta de inovações, de pesquisa, de colocar em prática ideias diferentes.
Profissionalmente está sempre aberto a novas perspectivas e novas experiências,
enxergando-se como um permanente aprendiz;
● É capaz de estimular a curiosidade dos estudantes, cria oportunidades de
aprendizagem variadas, possibilitando descobertas e novas experiências;
● Entende que seu papel é de educar o estudante como um todo, em todas as suas
dimensões, estimulando o conhecimento teórico e prático, o pensamento crítico,
analítico e propositivo, a iniciativa, o foco no futuro e desenvolvendo inclusive as
habilidades socioemocionais;
● É sensível às necessidades variadas dos estudantes e suas diferentes bagagens e
está comprometido com o sucesso de todos;
● Acredita que a troca de conhecimento entre professores, professores e estudantes e
entre estudantes é fundamental para o enriquecimento do processo de
aprendizagem.
34
contribuir para que os alunos tenham experiências cada vez mais exitosas e significativas,
apoiadas em diversos instrumentos de trabalho que o acompanhem ao longo de sua
trajetória escolar. Quando o estudante estuda, está criando outras oportunidades de
aprender, desenvolvendo novas habilidades e praticando o exercício do “aprender a
aprender”,
O espaço destinado ao Estudo Orientado, como preconiza o Programa, deve ser
constituído por um conjunto de práticas didático-pedagógicas com foco no desenvolvimento
de competências e habilidades que formam um jovem capaz de, ao final da 1ª série do
Ensino Médio, escolher e decidir pelo Itinerário Formativo que deseja cursar a partir da 2ª
série e, na sequência, ser capaz de analisar e refletir sobre os impactos e consequências
das suas escolhas, no sentido de confirmar (ou não) as suas ambições e expectativas
quanto ao seu Projeto de Vida.
Por óbvio, o Estudo Orientado deverá apoiar o estudante para se organizar e assumir
as responsabilidades inerentes à sua condição de jovem, praticando o que foi aprendido por
meio da adequada utilização dos tempos planejados para a realização dos seus estudos.
O trabalho realizado nos Estudos Orientados precisa ser definido a partir de suas
características que é de assegurar momentos específicos onde aprender a estudar ganhe
centralidade nas práticas de ensino. Dessa forma, é necessário ter clareza dos objetivos
desta atividade complementar e a partir deles planejar previamente quais os procedimentos
que serão trabalhados em cada trimestre do ano letivo. Um ambiente favorável e que faça
sentido para que os Estudos Orientados ocorram é onde tenha estímulos para o QUERER
estudar (ter uma atitude positiva para o estudo); PODER estudar (desenvolver habilidades e
utilizar-se delas); e SABER estudar (utilizar estratégias que favoreçam sua aprendizagem.
O início do ano letivo é um bom momento para realização deste plano de trabalho
que pode inclusive ser elaborado com a participação dos professores das demais áreas do
conhecimento, haja vista, que as orientações de estudo desenvolvidas nesta atividade
complementar repercutirão favoravelmente em todos os componentes curriculares. Assim,
garante-se uma progressão no ensino desses procedimentos que poderão ser retomados
e/ou aprofundados nos anos subsequentes.
A importância dos Estudos Orientados se dão a partir de:
● Reconhecer a importância do desenvolvimento de hábitos e de rotinas de estudo;
● Reconhecer os elementos essenciais para o ato de estudar;
● Compreender a diferença entre intensidade e qualidade de estudo;
● Desenvolver a capacidade de se organizar para estudar;
● Compreender e aplicar técnicas de estudo na rotina diária;
35
● Consolidar hábitos e rotinas de estudo.
Todos esses pontos estão em consonância com o RCGEM (p.20) que dialoga em
relação a construção de um currículo estruturado pela participação ativa dos estudantes
(participação essa nos momentos de condução e formas de estudar), pois um processo de
ensino eficaz implica pensar numa construção curricular que coloque o estudante como ator
principal, ou seja, protagonista de sua aprendizagem.
É uma oportunidade para estimular uma das mais genuínas práticas do jovem
solidário e do jovem protagonista: as atividades de monitoria. Quando um estudante é
estimulado e coloca à disposição de um colega aquilo que sabe, aliado ao seu tempo e
talento, está se dispondo a fazer parte (com o que sabe) da solução do problema do seu
colega (que ainda não sabe). Portanto, são desenvolvidas não apenas habilidades
cognitivas, mas também habilidades socioemocionais.
As metodologias utilizadas nos momentos de Estudo Orientado devem promover e
estimular o desenvolvimento de competências cognitivas, que para Antonio Carlos Gomes
da Costa visa o desenvolvimento intelectual, a gestão do conhecimento, a exemplo da
capacidade de compreensão, análise e síntese, e pode ser ilustrada nas aprendizagens do
pilar do Aprender a Conhecer e suas respectivas habilidades metacognitivas:
● Aprender a aprender (autodidatismo) - diz respeito à busca permanente e insaciável
de conhecimento pelo homem. Aprender como aprender resulta em atitudes como a
curiosidade e o gosto por ter contato com o novo em todos os espaços, seja na
escola, no tempo livre, no lazer, nos relacionamentos;
● Ensinar o ensinar (didatismo) – relaciona-se com as habilidades didáticas. É quando
alguém motiva o outro a conhecer, a querer conhecer e ser capaz de construir
conhecimentos com os outros e transmitir-lhes o que sabe, apoiando no
desenvolvimento e nas descobertas;
● Conhecer o conhecer (construtivismo) – trata-se de preparar o ser humano para
produzir conhecimentos, não apenas assimilá-los, tirá-lo da reduzida e fragmentada
dimensão de aplicador de conhecimentos, convidando-o a dar um salto qualitativo
para produtor de conhecimentos.
Consolidar o entendimento dos Estudos Orientados é um passo importante em
busca da garantia de uma melhor aprendizagem, do desenvolvimento do protagonismo
juvenil e na tomada de decisões por parte dos estudantes, refletindo sobre o que sabem e o
que precisam saber para seguir em busca de seu Projeto de Vida.
36
Práticas Experimentais (Em transição)35
Assim como as demais Metodologias de Êxito, as Práticas Experimentais não são
práticas desarticuladas dos elementos teóricos e conceituais das aulas de Matemática,
Física, Química e Biologia, mas, parte indissociável deste trabalho.
As Ciências da Natureza e a Matemática podem ser ferramentas de transformação,
iniciando no mundo da escola e expandindo-se mundo afora, uma vez que na sua essência
a ciência demanda protagonismo e não há cientista que não seja protagonista e não há
protagonista que não se utilize de algum dos meios da ciência para realizar seu Projeto de
Vida.
Considerando os Quatro Pilares da Educação – um dos Princípios Educativos do
Modelo da Escola da Escolha – as ciências da natureza e a matemática podem atuar como
catalisadores das ações de autonomia, responsabilidade e superação de limites (“aprender a
ser”), da aprendizagem e construção do conhecimento em uma perspectiva também de
produção do conhecimento (“aprender a conhecer”), na construção de soluções por meio da
aplicação do conhecimentos, da construção de modelos, ensaios, protótipos e metodologias
adequadas a cada objetivo (“aprender a fazer”) e na construção coletiva de soluções que
aprimoram a convivência e a colaboração, essencial na ciência (“aprender a conviver”).
Práticas Experimentais é um componente que integra os Itinerários Formativos das
escolas EMGTI e são constituídas de atividades voltadas para todos os componentes
curriculares, com base em suas áreas, com o objetivo de fortalecer o letramento científico
dos estudantes, bem como garantir a diversidade nas áreas do conhecimento, com formas
diferenciadas para o ensino e aprendizagem.
Em conformidade com as possibilidades existentes na escola, as aulas podem
ocorrer nos laboratórios (caso disponível) ou em outros espaços formativos da escola e
devem estar voltadas para o estudo investigativo, ou seja, devem proporcionar aos
estudantes o desenvolvimento de habilidades cognitivas e a compreensão do trabalho
científico, do movimento, do corpo, dos contexto históricos e demais conceitos pertinentes. É
possibilitar aos estudantes compreender a relação entre teoria e prática.
Contudo, para o ano letivo de 2023 as escolas EMGTI terão o componente curricular
Práticas Experimentais nas 4 áreas de conhecimento, essa proposta se deu pela
necessidade de reforçar e diversificar o conhecimento nessas áreas, propondo novos
métodos de trabalho e fortalecendo a aprendizagem desses componentes. Recomendamos
35
A concepção desta metodologia da forma que se apresenta neste documento traz fortemente as referências
da Escola da Escolha. Esta proposta, originalmente, se restringe ao trabalho com os componentes de
matemática e de Ciências da Natureza.
37
também que sejam os professores da FGB (de cada área do conhecimento) que lecionam
as aulas de práticas experimentais, de modo que as competências e habilidades estejam
alinhadas. Caso não seja possível, um alinhamento entre os professores se faz necessário.
38
As práticas experimentais de Ciências Humanas farão uma trajetória progressiva
durante os três anos do Ensino Médio. Propõe-se que se realizem diálogos e consultas junto
à escola e comunidade local para definição de temas de pesquisas, elaboração de projetos
e realização de práticas e experimentos.
No Primeiro Ano, a ênfase dar-se-á como imersão na realidade buscando
problemáticas a serem estudadas em primeiros ensaios. O Segundo Ano enfatiza a
continuidade do aprofundamento, do conhecimento e ampliação de práticas, consolidando a
pesquisa como principal ferramenta. No Terceiro Ano, a ênfase se dá no aprofundamento
das práticas de pesquisas e na comunicação de seus resultados, propiciando debates e
maiores interações com a comunidade.
Promove também o desenvolvimento da argumentação científica, levando os
estudantes a ampliar, diversificar e aprofundar conceitos, construindo procedimentos a partir
das temáticas dos componentes curriculares.
39
Componentes Curriculares Obrigatórios dos Itinerários
Formativos
40
Cultura e Tecnologias Digitais
37
A concepção desta metodologia da forma que se apresenta neste documento traz fortemente as referências
da Escola da Escolha. Protagonismo, para a Escola da Escolha, caminha de mãos dadas com o Projeto de Vida
dos jovens.
41
veremos mais à frente.
O Protagonismo Juvenil, quando intencionalmente trabalhado, fortalece os vínculos
entre juventude e escola, além de contribuir para a formação integral do indivíduo,
desenvolvendo habilidades não cognitivas fundamentais para o exercício cidadão. O
estudante protagonista é autônomo em seu processo de aprendizagem, ele aplica e
desenvolve a solidariedade consigo e com seus colegas, ele entende a importância da
competência para a construção do seu projeto de vida e através de suas práticas torna-se
empático e responsável.
É preciso compreender que o Protagonismo Juvenil deve existir enquanto princípio
no ambiente escolar de modo a orientar a ação de toda a equipe, e não apenas em
determinada aula ou espaço. A abertura para a participação juvenil deve ser constante e
exige, fundamentalmente, uma mudança no olhar docente a respeito da juventude. Nesse
sentido, entender o jovem como fonte de liberdade (capaz de decidir e fazer escolhas),
iniciativa (capaz de tomar decisões com base no conjunto de valores que possui) e
compromisso (responsável pelas suas ações) é essencial para que tenhamos êxito.
Faz parte do trabalho com as práticas de Protagonismo na escola: a formação dos
Clubes Juvenis, a implementação da Liderança de Turma, o Movimento com o Conselho de
Classe, entre outras possibilidades.
Iniciação Científica
43
ROTINAS E PRÁTICAS EDUCATIVAS38
Faz-se necessário estabelecer uma rotina escolar para que seja possível gerenciar o
tempo e elencar prioridades, melhorar o desempenho escolar, organizar e planejar as
atividades diárias e fomentar o desenvolvimento integral, por conta disso, estabelecer essas
práticas de rotina contribuem imensamente para o entendimento e desenvolvimento por
parte de toda comunidade escolar. Abaixo, elencamos as rotinas e práticas educativas das
escolas EMGTI:
Acolhimento
38
A concepção das Práticas e Rotinas como aqui se apresentam traz fortemente as referências da Escola da
Escolha.
44
Acolhimento dos Pais e Responsáveis:
Acolhimento Inicial:
Acolhimento Diário:
45
É executado de modo intencional e diário junto aos estudantes de todas as turmas.
Os conceitos presentes no Acolhimento realizado no início do ano se estendem para o
cotidiano escolar por meio do Acolhimento diário e deve ser entendido como algo muito além
do ato de receber os estudantes na porta de entrada da escola porque deve ser realizado de
forma planejada, intencional e fundamentado nos princípios da Pedagogia da Presença.
O Acolhimento é a primeira oportunidade da escola começar a fazer sentido e de ser
o lugar onde finalmente o estudante é reconhecido, visto, ouvido, respeitado e acolhido. Ele
é realizado como oportunidade para comunicar aos estudantes que são bem-vindos para
aquele dia na escola, e o fazem por intermédio da troca de pequenos gestos, porém
fundamentais, tais como:
● O sorriso que acolhe;
● O bom dia verdadeiro;
● O olhar atento;
● A busca pela compreensão de possíveis problemas;
● A percepção de que algum estudante chegou de maneira diferente do usual para a
jornada escolar.
Todos os estudantes são acolhidos por meio de atividades planejadas e executadas
pela equipe escolar, nas escolas EMGTI é o vice-diretor quem cuidará dessa rotina. Estas
atividades também podem ser planejadas e executadas pelos próprios estudantes por meio
dos Líderes de Turma ou pelos Clubes Juvenis. É parte fundamental da rotina escolar e da
valorização do protagonismo juvenil.
46
caminho novo, de construção e desconstrução de saberes, práticas e ideologias; no entanto,
querem ter ao seu lado um auxílio ou mentoria, que lhes dê segurança, assertividade e
dinamicidade”. A tutoria precisa ser autêntica para a construção do Projeto de Vida do
estudante.
Na prática, a Tutoria, como preconiza o modelo da Escola da Escolha - a ser
trabalhado junto ao EMGTI -, é um método para realizar uma interação pedagógica em que
o Professor Tutor acompanha e se comunica com os estudantes de forma sistemática,
planejando seu desenvolvimento e avaliando a eficiência de suas orientações de modo a
resolver problemas que possam ocorrer durante o processo educativo com vistas ao
desenvolvimento do Projeto de Vida nos âmbitos:
● Orientação pessoal: para proporcionar uma formação integral e facilitar seu
autoconhecimento, sua adaptação e a tomada de decisões, apoiar e orientar as
mudanças advindas da evolução do seu Projeto de Vida;
● Orientação escolar ou acadêmica: para apoiar a superar as dificuldades quanto a
hábitos e métodos de estudo inadequados ou ineficientes, necessidade de
integração com o grupo, mediação junto aos professores etc.;
● Orientação profissional: para apoiar no processo de autoconhecimento diante das
opções de estudos e oportunidades existentes no âmbito profissional; favorecer
escolhas acadêmicas e profissionais coerentes com sua personalidade, suas
aptidões e seus interesses.
47
PRÁTICAS E VIVÊNCIAS EM PROTAGONISMO
Clubes de Protagonismo
Liderança de Turma
49
liderados, bem como dos critérios que definem o perfil desejado e indicado para
representá-los como líderes.
A proposta de atuação do Líder de Turma como protagonista está no entendimento
do papel e responsabilidades que deve assumir em busca do bem-estar coletivo. Assim,
todos os Líderes de Turma devem participar das reuniões com a Gestão da escola e de
reuniões entre Líderes que fazem parte de uma agenda coletiva.
Na figura 5 abaixo, compartilhamos algumas diferenças entre um estudante líder e
um estudante protagonista:
Fonte: Imagem criada pelo professor Marcos, da escola ETI Prefeito João Lyra Filho em Caruaru/PE para formação da equipe
50
ESPAÇOS EDUCATIVOS39
39
A concepção de como se pensa o uso e a funcionalidade dos Espaços Educativos descritos neste documento
traz fortemente as referências da Escola da Escolha. É sabido que outros já o fizeram de forma próxima, por
isso, evidenciamos que sua leitura deve ser feita de modo correlato com os demais elementos do Programa.
51
escolar e deverão, sempre que possível, ser equipadas com recursos tecnológicos e
ambientadas de acordo com o componente curricular que abrigarão. Seu funcionamento é
aquele em que o estudante é quem muda de sala conforme a aula, o que o impele a ter
senso de corresponsabilidade, a autorregulação, o movimento de importantes competências
socioemocionais e protagonismo com a sua aprendizagem.
A organização das Salas Temáticas, assim como dos demais ambientes da escola,
deve considerar a diversidade dos estudantes sempre tendo presente que estes espaços
devem ser inclusivos e acessíveis.
Com as Salas Temáticas e a adequada utilização dos recursos, os estudantes terão
mais estímulos por meio de um ambiente mais funcional, ajustado ao desenvolvimento das
aulas e atrativo ao aprendizado. Para os professores, as Salas Temáticas possibilitam:
● A organização do próprio espaço alinhado aos conteúdos;
● A liberdade e diversificação de metodologias de ensino;
● A otimização do tempo pedagógico;
● A criação de um ambiente mais funcional, que dialoga por meio de recursos variados
com o componente curricular e/ou área de conhecimento que acomoda;
● A potencialização do tempo previsto de aula;
● A observação de determinados comportamentos socioemocionais que estão sendo
mobilizados nos estudantes frente às demandas de autogestão e autorregulação.
A implantação das Salas Temáticas deve ser feita no início do ano letivo, desde o
primeiro dia de aula. É importante assegurar boa comunicação visual na escola, garantindo
que os estudantes aprendam a circular adequadamente entre os ambientes, sempre
reforçando o respeito para com o espaço e o protagonismo de cada um no cuidado e
organização das salas.
52
O MODELO DE GESTÃO40
40
O Modelo de Gestão aqui apresentado refere-se ao trabalho empreendido pela Escola da Escolha. Trata-se
de algo de extremo valor e necessidade na concretização dos Projetos de Vida dos estudantes bem como nas
entregas que a escola se propõe a fazer no movimento do Ciclo Virtuoso.
53
Para Paiva (2018), é preciso considerar que a gestão escolar no paradigma
democrático se realiza em projetos, e que estes colaboram com a organização em que o
administrador se atenta para o trabalho feito na coletividade. Constitui-se então, como papel
do diretor, promover a participação da comunidade nas decisões, ao mesmo tempo em que
é legalmente autônomo para organizar os trabalhos da comunidade escolar, assim como
outras atribuições pedagógicas (RODRIGUES, 2016).
Os diretores devem atuar contribuindo e apoiando os projetos escolares, buscando a
melhoria na qualidade da educação, levando em consideração a opinião da comunidade
escolar, uma vez que se apresenta como mecanismo importante para o sucesso dos
processos. A fim de desenvolver a autonomia das escolas públicas, é necessário que a
gestão torne a participação da comunidade escolar efetiva, além de ter a necessidade de
dominar os processos administrativos e financeiros exigidos por lei para evitar o uso
indevido dos recursos e permitir a atuação de todos os envolvidos com qualidade. O Modelo
de Gestão das EMGTI vem contribuir, através de seus Princípios, Conceitos e Instrumentos,
para que este processo se efetive e se consolide em cada escola.
O Modelo de Gestão atua juntamente com o Modelo Pedagógico possibilitando que
as intenções sejam convertidas em ação e, assim, possa conferir integralidade à ação
educativa.
Para converter sonhos em Projetos de Vida, e assim avançar para que muitos
sonhos possam ser efetivados no ambiente de cada escola, o EMGTI introduz inovações em
conteúdo, método e gestão.
Para que estas inovações se concretizem lança-se mão do Modelo de Gestão
(traduzido pelos conceitos, princípios e instrumentos trazidos pela Tecnologia de Gestão
Educacional - TGE) que se coloca como base para que as intenções pedagógicas sejam
convertidas em ação.
A missão primordial da escola é garantir que a educação seja de qualidade para
todos e, na perspectiva que aqui apresentamos, atue de forma integral junto aos estudantes.
Muitos são os que participam deste processo: estudantes e seus familiares,
professores, equipe gestora, manipuladoras de alimentos, pessoal da secretaria escolar, ou
seja, todos aqueles que “fazem a escola acontecer”.
Além de serem muitos os envolvidos é de fundamental importância que cada um
saiba qual é o seu papel nesse processo e como suas ações e atitudes impactam nas ações
e nas atitudes dos outros atores da escola, ou seja, é fundamental que cada um saiba o que
fazer (definição de papéis) e com quem fazer (alinhamentos verticais e horizontais).
54
O modelo de gestão do EMGTI, promove, assim, o alinhamento do planejamento
com a prática dos professores e com as expectativas dos resultados educacionais, além de
uma abertura para o novo, uma nova forma de ver, sentir e fazer a escola.
O diretor tem papel fundamental neste processo, seja na gestão dos processos e
recursos, bem como na gestão das pessoas que compõem sua equipe. Como veremos mais
a frente, é ele quem conduz, de forma servidora e educando pelo trabalho, os processos
inerentes à escola, tal qual o capitão ao seu navio. E, como dito anteriormente, é esperado
que a escola atue pautada nos Princípios Educativos do Modelo, para tanto, é
imprescindível que o diretor conheça as condições essenciais41 para o funcionamento da
escola. Quando nos referimos às condições de funcionamento estamos nos referindo a:
1) Ter os estudantes presentes, permanentes, motivados e conscientes na
escola;
2) Ter uma equipe escolar alinhada, preparada, comprometida e motivada;
3) Ter uma comunidade envolvida e responsável;
4) Que os parceiros da escola sejam participativos;
5) Que a Secretaria de Educação se coloque de modo apoiador, presente e
atuante no planejamento, execução e revisão de seus processos e
instrumentos.
Sabe-se que nem sempre todas estas condições estarão dadas, assim, será
necessário criar caminhos para alcançá-las. Nesta direção a TGE apresenta-se de modo
muito eficaz por se mostrar capaz de adaptar-se a cada realidade considerando as
singularidades dos que fazem a escola ao mesmo tempo em que orienta as demandas
administrativas e pedagógicas desta.
41
O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
55
Figura 6: Exemplo do desdobramento do Plano de Ação da Secretaria para as
escolas
56
PRINCÍPIOS E CONCEITOS DA TGE 42
Princípios:
Ciclo Virtuoso:
Evidencia as relações existentes entre gestão pública, escola/estudante, investidores
sociais e comunidade, e como estas se retroalimentam por meio de um sistema de
comunicação pautado na confiança e na parceria.
Comunicação:
O Diretor deve ter a comunicação como foco de seu trabalho. Perdendo o foco, põe
em risco a sinergia da equipe.
Educação pelo trabalho:
Alicerçada na Pedagogia da Presença exerce influência construtiva e deliberada na
formação e no desenvolvimento das pessoas. Para tanto, todos e cada um devem se
colocar como um exemplo a ser seguido tanto entre os adultos como destes para com os
jovens.
42
O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
57
OS CONCEITOS DO MODELO DE GESTĀO43
43
O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
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Figura 7: O Ciclo de Melhoria Contínua (PDCA)
O quarto conceito com o qual o Modelo de Gestāo atua diz respeito aos NÍVEIS DE
RESULTADOS da escola. Este importante conceito reflete sobre a identidade local de cada
escola, formada pelo conjunto de pessoas que nela atua.
Ao ser implantado, o EMGTI viverá níveis distintos de seu ciclo de vida e cada nível
se conecta ao próximo, conferindo a cada unidade elementos de seu processo único de
vivência.
O primeiro nível, que nomeamos como SOBREVIVÊNCIA, corresponde à chegada
da nova forma de pensar e fazer educação que vem com o EMGTI. Trata-se do período de
implantação do Programa e traz consigo descobertas, erros, acertos e avaliações.
O segundo nível trabalha com a ideia de CRESCIMENTO, ou seja, a partir da
compreensão e da vivência cotidiana das bases e fundamentos do Programa as ações
práticas da escola passam a ser consolidadas a partir de uma nova forma de fazer
educação, isso impele a equipe escolar a estar cada vez mais em busca de
autodesenvolvimento e do aperfeiçoamento pessoal e profissional.
No terceiro nível encontra-se a SUSTENTABILIDADE, ou seja, o tempo em que a
escola se torna um centro difusor de boas práticas que são reflexos dos seus resultados
alcançados ou seja, ela gera valor entregando os resultados que dela se espera.
Importante destacar que, em condições normais, espera-se que a escola transite
pelos dois primeiros níveis em seus primeiros 3 anos de implantação e daí caminhe para a
sustentabilidade.
59
As formas de implantação do programa também interferem neste tempo, a saber:
Numa implantação GRADUAL são oferecidas apenas matrículas para estudantes da
série inicial da respectiva etapa de ensino (1ª série dos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental, do 6º ano do Ensino Fundamental ou do 1º ano do Ensino Médio). Já numa
implantação SIMULTÂNEA são oferecidas matrículas para todas as séries das várias etapas
de ensino. Numa implantação Gradual espera-se que os níveis de resultados sejam
alcançados em até cinco anos ao invés de três.
Outro conceito importante é o de PARCERIA, traduzida no âmbito do EMGTI como
compromisso e responsabilidade com um objetivo comum, assim, em sua relação com a
comunidade a escola pode e deve firmar parcerias locais que contribuam para que os
objetivos descritos no seu Plano de Ação e que contribuirão para que os estudantes
alcancem seus Projetos de Vida sejam concretizados.
Para movimentar os Princípios (tanto Educativos como de Gestão) e os Conceitos de
Gestão nas escolas que atuam no EMGTI faz-se necessário que a liderança escolar, ou
seja, o diretor em primeira ordem, alinhe a todos da escola para que esta alcance um futuro
de excelência.
Quando, no entanto, falamos de liderança estamos nos referindo a uma forma
específica de liderar. Falamos de Liderança Servidora que prevê um líder que influencia
pessoas a partir de uma autoridade conquistada pelo serviço e pela referência pessoal e
profissional. Este Líder compreende que o seu papel não o coloca como alguém mais
importante que os demais, mas sim como alguém com maior responsabilidade sobre os
processos da escola.
A Liderança Servidora caminha de forma paralela com o trabalho com o
Protagonismo nos espaços escolares já que este está na essência da Liderança Servidora.
A Motivação, por sua vez, faz com que a equipe atue na obtenção de um bem
comum, que, neste caso, pode ser tido como o alcance de seus jovens aos seus Projetos de
Vida.
60
PLANEJAMENTO E OPERACIONALIZAÇÃO
A fase de planejamento
Será no planejamento que a equipe, liderada pelo seu diretor, dedicará tempo a
pensar o agir que será empreendido durante o ano escolar. Juntos, a equipe deverá planejar
como a visão estabelecida pela Secretaria Estadual de Educação se desdobrará em ações
em cada unidade escolar. Refletir sobre as expectativas, delimitar prazos, definir
responsáveis para as ações, são etapas e partes do planejamento.
As informações levantadas subsidiarão o trabalho com os instrumentos de gestão, a
saber:
● Plano de Ação - instrumento estratégico de gestão, norteia a equipe escolar
na busca pelos mesmos resultados sempre liderados pelo diretor escolar. O
Plano de Ação caminha das Premissas de trabalho da escola às estratégias
para a consecução dos trabalhos.
● Programa de Ação - instrumento individual de cada membro da equipe,
contribui para que cada um saiba o que fazer na escola considerando, por
exemplo, suas fortalezas e desafios neste processo.
● Agenda - Define o “ quando” as ações decorrentes do Plano de Ação serão
empreendidas.
● PDCA - como já apresentado, instrumento que apoia os processos de
melhoria contínua da escola.
61
● Guia de Ensino e de Aprendizagem - instrumento de planejamento e gestão
de aprendizagem que atende a professores, estudantes e suas famílias.
Estes instrumentos são operacionalizados de forma orgânica no cotidiano da escola:
dialogam entre si e se retroalimentam sempre considerando a identidade e as
especificidades de cada escola, como já dito anteriormente.
Os instrumentos permitem, também, que todo o processo de trabalho da escola seja
acompanhado pela própria escola, pela Regional de Ensino e pela Secretaria de Educação
possibilitando, assim, que as vitórias do caminho possam ser celebradas e que, quando
necessário, os ajustes sejam feitos no tempo mais curto possível.
Destacamos, agora, um ponto importante do Plano de Ação em torno do qual os
fazeres da equipe (registrados nos instrumentos anteriormente citados) deverão orbitar: as
Premissas44.
As Premissas são o ponto de partida para a definição dos objetivos, das prioridades
e das metas de cada escola, desta forma, no Plano de Ação, representam como estes
elementos se conectam e, assim, não devem ser alterados.
44
Referenciar Escola da Escolha
62
A busca pelo alinhamento da equipe escolar: as reuniões de
fluxo
45
O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
63
GESTÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM
46
O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
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compromete com a melhoria contínua dos processos de aprendizagem e dos resultados.
Requer a elaboração cuidadosa do seu planejamento e implementação para apoiar o
controle e a revisão do Plano de Ação da escola e respectivos Programas de Ação da
Equipe Escolar.
Elemento integrante do processo de ensino e aprendizagem, fornece informações
importantes, apoia e orienta as ações do professor, do jovem e da própria escola. Oferece
às Equipes Escolares ferramentas gerenciais que permitem não apenas agir sobre os
resultados medidos (indicadores de resultado), mas sobre os processos (indicadores de
processo), assegurando uma previsibilidade com alto grau de acerto do resultado esperado.
65
Cada uma dessas avaliações tem seu lugar e seu papel e a não realização de uma das
formas não invalida o trabalho com as demais. É necessário, no entanto, converter seus
resultados em indicadores que possibilitem a análise do percurso vivido e iluminem a
tomada de decisão, ou, de forma mais direta, como discutimos no modelo de Gestão
converter intenção em ação que, neste caso, pode ser tomado como o alcance dos
melhores resultados por cada estudante.
Os resultados das avaliações são produtos potentes para o movimento de
Protagonismo nas escolas, seja no acompanhamento dos estudantes via Tutoria, no
trabalho com as Lideranças de Turma ou até mesmo com o fomento de Clubes de estudo
com vistas a melhorar os resultados de um grupo ou de uma turma de estudantes.
Outro trabalho decorrente do resultado das avaliações diz respeito ao
Acompanhamento das metas previstas no Plano de Ação da escola e suas possibilidades
de revisão e/ou ajustes.
Se este processo caber para os componentes da FGB, como ficariam os
componentes da FD?
Como em todo processo educativo, as Metodologias de Êxito devem considerar a
avaliação como parte inerente ao seu desenvolvimento e aqui, destacamos a importância de
diferenciar atribuição de notas ou conceitos e avaliação. Para cada componente da PD
existe um conjunto significativo de orientações sobre como avaliar cada uma das
Metodologias de Êxito tendo em vista que elas requerem tratamentos distintos porque
diferentes são as suas relações com os objetos de estudo avaliados. Seu estudo será
absolutamente imprescindível para a continuidade dos trabalhos no âmbito das escolas.
Prosseguindo com a discussão sobre a Gestão do Ensino e da Aprendizagem
torna-se fundamental o acompanhamento pedagógico e a observação da sala de aula. Estes
dois processos não devem ser feitos de forma arbitrária, mas construídos de forma
participativa por todos aqueles que fazem a escola acontecer. Para isso é fundamental que
os espaços das reuniões de fluxo existam e que sejam usados como esperado pelo
Programa. São elementos e instrumentos deste trabalho: a própria avaliação inicial - como
ponto de partida -, a autoavaliação do estudante, a ficha de acompanhamento do estudante,
os registros semanais e a observação da sala de aula.
Todo esse movimento com os processos de Gestão do Ensino e da Aprendizagem
deve ocorrer fundamentado nos Princípios Educativos e de Gestão e, também, nos
conceitos de Gestão. Tais movimentos promovem que o trabalho com os Eixos Formativos
seja fortalecido e que, assim, os jovens caminhem na direção de seus Projeto de Vida e,
66
consequentemente, a escola no alcance dos resultados que se propôs a alcançar em seu
Plano de Ação.
Um dos principais instrumentos que possibilita todo o movimento deste tópico aqui
descrito é o Guia de Ensino e de Aprendizagem, documento já apresentado e que
aprofundaremos mais um pouco a seguir.
67
recomposição da aprendizagem de Língua Portuguesa e de Matemática de todos os
estudantes da escola, aproximando-os do currículo que devem cursar no ano em que estão
matriculados.
Diferentemente de outras ações de recuperaçāo, o processo de Nivelamento segue
Premissas básicas para sua realizaçāo: 1) avaliar para saber as potências e fragilidades dos
estudantes; 2) ajustar as práticas pedagógicas frente ao estudo dos resultados encontrados;
3) organizar a escola para que as ações de Nivelamento possam ser executadas; 4)
corresponsabilizar todos os envolvidos no Projeto de Vida dos estudantes, ou seja, todos da
escola para que o trabalho aconteça.
Ainda considerando os esforços que uma ação como o Nivelamento empreende em
toda a equipe escolar, a depender do resultado da análise dos indicadores as Metodologias
de Êxito podem, sem perder seus objetivos iniciais, contribuir para que as defasagens sejam
superadas. Destaca-se neste sentido as Eletivas da Base, o Estudo Orientado, as Práticas
Experimentais, os Roteiros de Estudos Auto-Orientados.
Fora essa ligação mais explícita com os componentes da BNCC, o processo de
Nivelamento também dialoga com as Práticas de Protagonismo via Clubes de Protagonismo
via Clubes de Jornais, Clubes de Matemática, Clubes de revisão das questões do ENEM.
Importante que as iniciativas partam dos próprios estudantes.
Outra prática de Protagonismo capaz de contribuir com o Nivelamento é a Monitoria
Acadêmica atendendo tanto a via do ensino como da aprendizagem. Outra ação
imprescindível quando falamos de Gestão do Ensino e da Aprendizagem diz respeito ao
monitoramento do que se tem de expectativa para ensinar (o currículo local), quanto deste
currículo foi efetivamente ensinado e deste ensinado quanto cada estudante aprendeu.
Todos esses movimentos, alinhados com o Plano De Ação da Escola, são
fundamentais, pois não há Projeto de Vida sem excelência acadêmica.
Conselho de Classe
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● Elemento fundamental de gestão para o processo de melhoria contínua dos
resultados da escola;
● Instância privilegiada de reflexão e avaliação sobre o trabalho pedagógico e
desempenho dos sujeitos avaliados – estudante e professor;
● Oportunidade para o exercício do estudante Líder de Turma como protagonista;
● Prática contributiva para o permanente aperfeiçoamento do professor na perspectiva
da sua formação continuada e autodesenvolvimento;
● Oportunidade para o exercício do protagonismo autêntico e da corresponsabilidade
pelos estudantes que se mobilizam para se autoavaliarem, analisarem os elementos
que contribuíram ou não para o desempenho da turma, bem como elaborar
proposições para melhoria dos pontos necessários e fortalecimento de outros.
69
MATRIZ CURRICULAR (Em transição)
A matriz curricular que se apresenta, e está em vigor, se encontra em processo de
transição para adoção de uma matriz condizente com o modelo que estamos propondo.
70
ATRIBUIÇÕES NO EMGTI (Em transição)
Diretor
● Assegurar a qualificação do rendimento escolar nas avaliações institucionais
determinadas pela mantenedora e exigidas pelo Programa;
● Sistematizar e documentar as experiências e as práticas educacionais e de gestão
específicas, com vistas a apoiar a Secretaria de Estado da Educação na expansão
do programa/modelo das escolas EMGTI;
● Deliberar, no âmbito de sua competência, sobre casos omissos;
● Cumprir as determinações da CRE / SEDUC;
● Participar das reuniões/formações da CRE / SEDUC quando convocado;
● Receber e comunicar a equipe escolar as orientações constantes nos Relatórios de
Devolutiva do Acompanhamento Técnico Pedagógico, realizados pela equipe do
EMGTI SEDUC, através da CRE, bem como garantir o cumprimento das mesmas;
● Garantir que as informações, bem como o material orientador sejam
disponibilizados e socializados com toda equipe escolar;
● Promover as reuniões de pais, seguindo calendário pré-estabelecido, com o apoio
da coordenação pedagógica;
● Acompanhar junto ao secretário (a) a escrituração escolar e a manutenção do ISE e
demais documentações;
● Acompanhar junto à coordenação pedagógica os índices de rendimento escolar e a
atuação da equipe pedagógica;
● Acompanhar junto ao departamento financeiro a execução financeira das verbas
destinadas à escola e as devidas prestações de contas;
● Estabelecer parcerias;
● Promover a comunicação das ações realizadas pela unidade escolar junto à
comunidade.
Vice
● Coordenar o funcionamento geral do turno;
● Manter-se informado de todas as atividades desenvolvidas e de todos os assuntos
relativos ao EMGTI;
● Auxiliar o diretor no desempenho de suas funções;
● Substituir o diretor em sua ausência e impedimentos eventuais;
71
● Auxiliar no planejamento dos acolhimentos diários.
Financeiro
● Auxiliar o Diretor Escolar na coordenação da elaboração do Plano de Ação;
● Auxiliar o Conselho Escolar nas demandas financeiras da escola, mediando a
administração financeira;
● Apoiar o Diretor na gestão dos recursos humanos e materiais da escola, zelando
pelo bom funcionamento da unidade de ensino;
● Administrar, juntamente com a gestão, as despesas e o planejamento financeiro do
EMGTI;
● Distribuir as atividades inerentes à parte administrativa-financeira para os auxiliares
com especificações de atribuições a cada um;
● Verificar as condições da estrutura física da escola e repassar ao diretor casos em
que houver necessidade de intervenção;
● Articular com o diretor e com a comunidade escolar a elaboração do PDDE
interativo do EMGTI e verificar sua inserção no sistema de acompanhamento;
● Realizar, sob a supervisão do gestor/Conselho Escolar, a cotação e a compra de
materiais, seguindo as diretrizes da SEDUC e legislação vigente;
● Contratar prestadores de serviços de acordo com cada recurso recebido, seguindo
as diretrizes da SEDUC e legislação vigente;
● Prestar contas dos recursos financeiros recebidos pela unidade escolar;
● Divulgar, na unidade escolar, por meio de reuniões e de forma escrita, todas as
orientações pertinentes à área administrativo-financeira, enviados pela SEDUC;
● Providenciar o tombamento dos bens, prestando informações ao Departamento de
Material e Patrimônio;
● Participar das formações propostas pela SEDUC/CRE e repassar as informações
para o gestor e auxiliares;
● Garantir a transparência e pontualidade das prestações de contas para a SEDUC e
Comunidade escolar.
72
● Organizar as atividades de natureza interdisciplinar e multidisciplinar, de acordo
com o plano de ação;
● Auxiliar na produção didático-pedagógica, em conjunto com os professores da
escola;
● Avaliar a produção didático-pedagógica;
● Coordenar o trabalho dos coordenadores das Áreas do Conhecimento;
● Contribuir para o desenvolvimento profissional da equipe pedagógica do EMGTI,
fortalecendo os diversos momentos de planejamento e a execução dos mesmos;
● Elaborar, juntamente com a equipe escolar, o Projeto Político Pedagógico no início
do ano letivo, com base nas orientações da SEDUC, bem como revisá-lo,
garantindo sua execução;
● Adequar juntamente com a equipe escolar o Regimento Escolar, quando
necessário;
● Incentivar práticas curriculares inovadoras.
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REFERÊNCIAS
ALARCÃO, Isabel. Escola reflexiva e nova racionalidade. P Alegre: Artmed Editora, 2001
BRASIL - 2018 - A Base Nacional Comum Curricular e suas Competências Gerais para a
Educação Básica na etapa Ensino Médio, bem como as Diretrizes Curriculares Nacionais
para o Ensino Médio (BRASIL, 2018), atualizada pela a Resolução nº 3/2018
COSTA, Antonio Carlos G. Tempo de servir: o protagonismo juvenil passo a passo, um guia
para o educador. Belo Horizonte: Universidade, 120 p., 2002.
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INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO – ICE. Modelo
Pedagógico: Concepção do Modelo Pedagógico. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife,
2022.
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MENDONÇA, R. R. S. de. Processos. 2. ed. reimp. Florianópolis : Departamento de
Ciências da Administração/UFSC; [Brasília]:CAPES:UAB, 2012.
76