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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL

SUBSECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

ENSINO MÉDIO GAÚCHO EM TEMPO INTEGRAL

DOCUMENTO ORIENTADOR
(VERSÃO PRELIMINAR)

Porto Alegre
2023
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 4

INTRODUÇÃO 5

FUNDAMENTOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO GAÚCHO EM TEMPO INTEGRAL 10

OS PRINCÍPIOS EDUCATIVOS NO ENSINO MÉDIO GAÚCHO DE TEMPO INTEGRAL 16


Pedagogia da presença 17
Protagonismo 19
Educação Interdimensional 21
Os quatro pilares da educação para o Século XXI 22

EIXOS FORMATIVOS 26
Formação Acadêmica de Excelência 26
Formação para a Vida 27
Formação de Competências para o Século XXI 28

METODOLOGIAS DE ÊXITO (em transição) 29


Projeto de Vida 29
Unidades Curriculares Eletivas (Em transição) 32
Estudos Orientados (em transição) 33
Práticas Experimentais (Em transição) 36
Mundo do Trabalho (em transição) 39
Cultura e Tecnologias Digitais 40
Protagonismo Juvenil (Em Transição) 40
Iniciação Científica 41

ROTINAS E PRÁTICAS EDUCATIVAS 42


Acolhimento 42
Acolhimento da Equipe Escolar: 42
Acolhimento dos Pais e Responsáveis: 43
Acolhimento Inicial: 43
Acolhimento Diário: 44
Tutoria (Em transição) 44

PRÁTICAS E VIVÊNCIAS EM PROTAGONISMO 46


Clubes de Protagonismo 46
Liderança de Turma 47

ESPAÇOS EDUCATIVOS 49
Salas Temáticas no EMGTI 49

O MODELO DE GESTÃO 50

PRINCÍPIOS E CONCEITOS DA TGE 54

2
Princípios: 54
Ciclo Virtuoso: 54
Comunicação: 55
Educação pelo trabalho: 55

OS CONCEITOS DO MODELO DE GESTĀO 55

PLANEJAMENTO E OPERACIONALIZAÇÃO 58
A fase de planejamento 58
A busca pelo alinhamento da equipe escolar: as reuniões de fluxo 60

GESTÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM 60


Mecanismos de avaliação, acompanhamento e observação 61
O que a avaliação requer: 62
O que considera a avaliação: 62
Guia de ensino e de aprendizagem 64
O nivelamento das aprendizagens 64
Conselho de Classe 65

MATRIZ CURRICULAR (Em transição) 66

ATRIBUIÇÕES NO EMGTI (Em transição) 67

REFERÊNCIAS 70

3
APRESENTAÇÃO
Prezados Educadores Gaúchos,

O documento que trazemos a seguir tem como objetivo introduzi-los ao programa


Ensino Médio Gaúcho em Tempo Integral, o EMGTI. O programa, criado em 2022, propõe a
nossa rede um novo modelo pedagógico e de gestão escolar para o Ensino Médio que
coloca nossos jovens no centro da escola. Dessa forma, trabalhar o projeto de vida de
nossos estudantes torna-se nosso objetivo principal, e as ferramentas pedagógicas e de
gestão que aqui apresentamos foram pensadas para ajudá-los nesse processo.
Ao longo do documento, será possível conhecer e entender melhor a proposta que
está aqui posta. Contudo, por tratar-se de um modelo novo para todos nós, a versão que
aqui se apresenta ainda se encontra em fase preliminar. Por esse motivo, algumas seções
do documento estão sinalizadas como elementos de transição. Durante o ano, iremos
trabalhar juntos em um cronograma de formações continuadas com o objetivo de conhecer e
aperfeiçoar as novas ferramentas que chegam para enriquecer ainda mais nossas salas de
aula e o processo de aprendizagem de nossos estudantes.
Desejamos a todos uma ótima leitura.
Equipe de Implantação EMGTI

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INTRODUÇÃO

O Brasil tem enfrentado desafios para assegurar uma educação pública universal e
de qualidade. Nesse sentido, como forma de alavancar a melhoria da educação brasileira,
no ano de 2004, deu-se início ao processo de implantação da Educação Integral. Por
educação integral entendemos o modelo de educação que busca garantir o desenvolvimento
do estudante para além de apenas a dimensão intelectual, considerando também as
dimensões física, afetiva, social e cultural. Trata-se de formar um ser humano e cidadão
pronto para enfrentar os desafios que encontrará ao término da jornada escolar e capaz de
pôr em prática seu projeto de vida.
No plano federal, o estabelecimento da Política Nacional de Educação (PNE), em
2014, colocou a Educação Integral como agenda prioritária para o desenvolvimento de
políticas públicas para educação em todo o Brasil. Conforme descreve a meta 6, o Ministério
da Educação traçou, à época, o objetivo da oferta de educação em tempo integral em, pelo
menos, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas brasileiras, contemplando a
totalidade mínima de 25% (vinte e cinco por cento) dos estudantes matriculados na
educação básica no período de dez anos.
Em consonância com a política federal, o estado do Rio Grande do Sul estabeleceu,
no ano seguinte, seu Plano Estadual de Educação (PEE), no qual absorvia a meta do PNE
também para um período de implementação de dez anos. Esse movimento já havia sido
iniciado em 2012 quando da adesão ao Programa Ensino Médio Inovador (PROEMI) por
parte da Secretaria de Estado da Educação do RS.
Lançado pelo Governo Federal, o PROEMI surgiu como um indutor de políticas
públicas para repensar o desenho curricular do Ensino Médio, tornando-o mais flexível e
dinâmico, de modo a alinhá-lo ao projeto de vida dos estudantes, assim como atender aos
desafios do século XXI. Nesse sentido, o PROEMI já abordava o tema da ampliação da
jornada escolar como forma de aprofundar a diversidade de conhecimentos e fortalecer o
processo de aprendizagem dos estudantes integralmente.
O PROEMI funcionou como preparação para a criação de um programa próprio e
mais específico de Educação em Tempo Integral, capaz de operar um currículo plenamente
integrado entre as Diretrizes e Parâmetros Curriculares Nacionais e as competências para o
século XXI. Igualmente, o Programa Ensino Médio Inovador propôs a ampliação da carga

5
horária do Ensino Médio, e o RS, à época, definiu em 1.000 horas, um primeiro avanço
fundamental para a internalização da concepção da Educação Integral, na medida em que
permitiu a abertura de um leque de possibilidades na perspectiva de integralização do
processo educativo.
Assim, em 2016, o Decreto Estadual nº 53.012/2016, instituiu a Escola em Tempo
Integral no Estado do Rio Grande do Sul, abrangendo no referido ano, um total de 104
escolas tanto de Ensino Fundamental como de Ensino Médio. No âmbito do Ensino Médio, a
Seduc RS, enquanto responsável pela oferta da etapa no Estado, vem trabalhando para
fomentar a implantação e a expansão do Programa Ensino Médio Gaúcho em Tempo
Integral, o qual compreende hoje um total de 111 escolas, distribuídas em 70 municípios.
Abrangendo 28 das 30 Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) do estado , o
programa alcançou esse número de escolas em sua primeira etapa de expansão, iniciada
em 2022, cuja meta era a adesão de 72 unidades escolares para início do ano letivo em
2023.
O processo, que começou em setembro de 2022 e envolveu todas as
Coordenadorias Regionais de Educação (CREs), onde foram analisadas um total de 234
escolas da rede com potencial para adesão ao programa, a partir de uma série de critérios,
os quais tinham como premissa priorizar escolas com o menor número de adaptações
físicas necessárias para esse primeiro momento.
Sendo assim, os critérios elencados foram os seguintes: (i) ofertar Ensino Médio
diurno; (ii) não ser a única oferta de Ensino Médio do município - a fim de garantir a
alternativa de Ensino Médio regular para estudantes que optem pela não-adesão; (iii) não
apresentar especificidades de oferta (indígenas, quilombolas, educação especial, dentre
outras); (iv) não ser necessário remanejamento de estudantes, apresentando quantitativo de
salas suficientes; (v) possuir cozinha e refeitório, garantindo espaço adequado para as
refeições; e, por fim, (vi) ser prédio principal da escola.
Das 234 escolas, 200 foram listadas como potenciais pela própria Secretaria da
Educação em atuação com seus parceiros institucionais, Instituto Sonho Grande e Instituto
Natura. As demais escolas, foram indicação das próprias Coordenadorias Regionais de
Educação seguindo os mesmo critérios de indicação da Secretaria. Dividido em duas fases,
o processo levou três meses para ser concluído, alcançando o total de 111 escolas
integradas ao programa, como citado anteriormente.
Importante destacar estas 111 escolas contemplam a diversidade presente no Ensino
Médio, a saber: 86 Escolas Propedêuticas, 8 Colégios Tiradentes (vinculadas à Brigada
Militar), 18 Escolas Técnicas Agrícolas em regime de internato (que se subdivide em

6
especificidades que carecem respeito quando da implantação do EMGTI) e a 01 Escola
Estadual de Ensino Médio para Surdos.
O compromisso do Governo do Estado, firmado pela Secretaria de Estado da
Educação do Rio Grande do Sul, em implantar e expandir o Ensino Médio Gaúcho em
Tempo Integral surgiu da necessidade de melhorar índices educacionais e socioeconômicos
do estado. Afinal, o ensino integral em tempo integral, nos estados em que é amplamente
implementado, aponta progresso não apenas nos índices de aprendizagem dos estudantes,
como também diminuição de desigualdades sociais.
Em relação aos indicadores de aprendizagem, segundo estudos1 do Centre for Public
Impact2 e do Instituto Natura3, as escolas de tempo integral apresentam (i) aumento no
IDEB, devido aos (ii) maiores índices de proficiência, além da (iii) diminuição da distorção
idade-série, (iv) diminuição da evasão e do abandono escolar e (v) menores taxas de
reprovação.
Já acerca dos indicadores socioeconômicos e de redução de desigualdades sociais,
o Instituto Sonho Grande e o Instituto Natura realizaram levantamentos que apontam que o
ensino em tempo integral contribui diretamente para (i) redução dos índices de homicídios
entre jovens em idade escolar (INSTITUTO NATURA)4, (ii) redução nos índices de violência
no ambiente escolar (INSTITUTO SONHO GRANDE, 2020)5, (iii) maior probabilidade de
ingresso no ensino superior, assim como (iv) maior acesso a faixas salariais superiores.
Além disso, o ensino em tempo integral se apresenta com fator potencial para (v) promover
a equidade racial, capaz de reduzir o gap salarial entre egressos brancos, pretos e pardos, e
(vi) acelerar o bônus de gênero, contribuindo para aumentar a participação de mulheres no
mercado de trabalho (INSTITUTO SONHO GRANDE, 2019)6.
1
Ambos os relatórios podem ser acessados em www.institutonatura.org/artigos.
2
CENTRE FOR PUBLIC IMPACT. A política de educação em tempo integral no Estado brasileiro de
Pernambuco. Disponível em:
<https://www.institutonatura.org/wp-content/uploads/2020/08/A-poli%CC%81tica-de-Educac%CC%A7a%CC%83
o-em-Tempo-Integral-no-Estado-brasileiro-de-Pernambuco..pdf. Acesso em 12 jan 2023.
3
INSTITUTO NATURA. Análise dos modelos de Escola em Tempo Integral em Pernambuco. Disponível em:
<https://www.institutonatura.org/wp-content/uploads/2020/08/Estudo-Escola-em-Tempo-Integral-1.pdf>. Acesso
em 12 jan 2023.
4
INSTITUTO NATURA. Efeitos da Escola em Tempo Integral em Homicídios: o caso do Programa de Ensino
Médio Integral em Pernambuco. Disponível em:
<https://www.institutonatura.org/wp-content/uploads/2022/06/Estudo_Homici%CC%81dios_e_EMI_Resumo_Exe
cutivo.pdf>. Acesso em 12 jan 2023.
5
INSTITUTO SONHO GRANDE, 2020. Percepções e Satisfação dos Professores em Pernambuco: um estudo
comparativo com mais de 800 profissionais que atuam em escolas integrais e regulares de Ensino Médio da rede
estadual. Disponível em:
<https://www.sonhogrande.org/storage/pesquisa-em-educacao-percepcoes-e-satisfacaodos-professores-em-pern
ambuco.pdf>. Acesso em 12 jan 2023.
6
INSTITUTO SONHO GRANDE, 2019. Mais integral, mais oportunidades: um estudo sobre a trajetória dos
egressos da rede estadual de ensino de Pernambuco. Disponível em:
<https://www.sonhogrande.org/storage/sonho-grande-producao-de-evidencias-mais-integral-mais-oportunidade.p
df>. Acesso em 12 jan 2023.

7
Associado à concepção já estabelecida nas escolas do RS, a partir das modificações
de matriz curricular e carga horária e contando com a implementação de novas tecnologias
de gestão educacional, fez-se necessário assegurar o ganho de qualidade através da
integração de tecnologias específicas com o ambiente escolar em sua totalidade. Uma vez
que educar pessoas significa criar um ambiente escolar no qual gestores e educadores
sintam-se estimulados a aprender e a pôr em prática seus conhecimentos a serviço do
estudante e de seu Projeto de Vida.
O Modelo Pedagógico e o Modelo de Gestão propostos para o EMGTI com base nos
saberes da Escola da Escolha se apresentam, assim, como indissociáveis e constituem o
organismo que torna possível transformar a visão e a missão da escola em efetiva e
cotidiana ação. São eles que geram o movimento e o respectivo trabalho que transformará o
que cada escola traz enquanto “intenção”, efetiva e concretamente, em “ação”. A missão
primordial da escola é garantir uma aprendizagem de qualidade, por meio da qual o
estudante atribui sentido e significado ao conhecimento de modo que esta (a escola)
promova seu pleno desenvolvimento em todas as dimensões humanas (corpo, intelecto,
espírito e emoção).
Contudo, a ampliação da carga horária de estudos, por si, não garante que o ensino
seja integral. Faz-se, portanto, necessário que a escola trabalhe na perspectiva de garantir
a formação integral dos estudantes que nela estudam.
No Rio Grande do Sul, para alcançar esse objetivo, o compromisso com a formação
integral dos estudantes nos leva a refletir que o tempo há de ser uma estratégia para que
esse compromisso seja atingido. Ou seja, é preciso garantir tempo para que a escola
ofereça os elementos, aqui traduzidos como componentes curriculares da Formação Geral
Básica (FGB) e da Formação Diversificada (FD), os quais são articulados e mediados pelos
processos de Gestão Escolar e de Gestão do Ensino e da Aprendizagem sejam
intencionalmente movimentados na busca por garantir as melhores entregas possíveis.
O trabalho articulado entre Modelo Pedagógico e Modelo de Gestão7, atuando para a
da formação integral do jovem, será objeto a ser discutido neste documento ao longo de sua
leitura.
Nesse sentido, e conforme já dito anteriormente, é necessário que a escola tenha
tempo suficiente para trabalhar um currículo que crie as condições para que o estudante se

7
Ao longo do documento veremos muito a referência a estes dois termos. Estes são provenientes de uma
metodologia desenvolvida pelo Instituto de Corresponsabilidade Social pela Educação (ICE Brasil) com sede em
Recife - PE. O ICE implementou há quase duas décadas uma nova forma de ver, sentir e cuidar da Educação e
dos Jovens brasileiros. Ainda que elementos e autores presentes em seu trabalho possam ser encontrados em
outras bases é justamente da combinação e articulação única destes componentes que nasce esta proposta de
escola que tanto tem impactado a educação e, consequentemente, a sociedade brasileira desde então.

8
configure como alguém autônomo, solidário e competente, assim, o tempo ampliado se
configura como oportunidade para a formação integral dos estudantes8.
Para trabalhar nesta perspectiva faz-se necessário tomar cada estudante como fonte
de liberdade, fonte de iniciativa e fonte de compromisso. Fonte de liberdade porque este
deverá ter diante de si cursos alternativos de ação e de escolha como parte do seu processo
de crescimento como pessoa e como cidadão. Fonte de iniciativa, por sua vez, porque é
capaz de agir, não sendo apenas um espectador do processo pedagógico. E, por fim, fonte
de compromisso porque responderá pelos seus atos, sendo consequente nas suas ações,
assumindo a responsabilidade tanto pelo que faz quanto pelo que deixa de fazer9.
Tal forma de conceber o estudante para caminhar na direção de sua autonomia, do
exercício da solidariedade e da competência pede que os educadores, por sua vez,
considerem que as expectativas de sucesso dos estudantes seja o ponto de honra da
existência de sua escola. Ou seja, todos que atuam na escola se dedicam e conjugam
esforços em todas as direções para que os estudantes se realizem em todas as dimensões.
E, por fim, mas não menos importante, os professores recebem reconhecimento e respeito
da sociedade pelo trabalho que realizam e sentem orgulho e satisfação de ensinar porque
se reconhecem como imprescindíveis na vida dos seus estudantes10.
Esse movimento impele que os educadores, que atuam na Escola de Ensino Médio
Gaúcho em Tempo Integral, trabalhem na perspectiva de considerar a participação dos
estudantes em todo seu processo educacional como elemento indissociável de sua prática
pedagógica.

“MUITO SONHO, MUITA IDEIA E NINGUÉM PARA ESCUTAR 11”

A frase, retirada do documentário “Nunca me sonharam” e que abre este tópico, foi
dita por uma jovem como tantas e tantos que se encontram nas nossas escolas. Carregada
de emoção e simbolismo, pode, em muito, traduzir a forma como se sente boa parte dos
estudantes nas escolas onde estudam.

8
INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO – ICE. Memória e Concepção do Modelo.
Conceitos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
9
INSTITUTO DE CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO – ICE. Memória e Concepção do Modelo.
Conceitos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
10
Ver, Cuidar e Sentir são elementos fundamentais com os quais a Escola da Escolha trabalha na busca por
garantir a formação integral dos estudantes.
11
Fala de Mel no documentário “ Nunca me sonharam” - (RCGEM p.26)

9
Mas… como ouvi-los? Como falar de sonhos na escola? Como oferecer escuta e
acompanhamento no processo de formação integral de cada jovem estudante considerando
seus sonhos e suas identidades?
O RCGEM, como bem sabemos, é um documento que define “o que” as Escolas de
Ensino Médio do Estado do Rio Grande do Sul devem fazer.
Este documento orientador que, ressalta-se, encontra-se em sua versāo preliminar e,
portanto, será ainda aprofundado ao longo do primeiro semestre de 2023 com a participação
dos profissionais da rede e de estudantes das escolas, propõe-se a trazer uma amostra de
“como” o RCGEM deve ser praticado considerando o âmbito das Escolas de Ensino Médio
Gaúcho em Tempo Integral.
O mesmo documento, anteriormente citado, versa que os jovens protagonistas
gaúchos “desejam percorrer um caminho novo, de construção e desconstrução de saberes,
práticas e ideologias; no entanto, querem ter ao seu lado um auxílio ou mentoria, que lhes
dê segurança, assertividade e dinamicidade” (p.30). Ainda considerando o RCGEM, estes
mesmos jovens seguem expressando o desejo de serem melhor conhecidos e
compreendidos pelos professores de modo que o encontro com o aprender possa ter
melhor resultado em seu processo de aprendizagem (p.30).
No Ensino Médio Gaúcho em Tempo Integral, sonhos são o combustível para a
movimentação do fazer pedagógico da escola. Para tanto, conhecer quem são os
estudantes e seus arranjos familiares através da aplicação do questionário de expectativas
para estes dois públicos, agregado ao trabalho com os sonhos desenhados e trabalhados no
Acolhimento Inicial12 proporcionarão que cada equipe escolar possa se organizar em torno
do estudante e de seu Projeto de Vida, ou seja, criar-se-á as condições para que os jovens
sonhem, pensem, vivenciem e saibam que sempre terão, em sua jornada pelo Ensino
Médio, com quem contar.

12
Acolhimento Inicial é uma Prática Educativa desenvolvida pela Escola da Escolha e que será melhor
apresentada mais à frente neste mesmo documento.

10
FUNDAMENTOS BÁSICOS DO ENSINO MÉDIO
GAÚCHO EM TEMPO INTEGRAL

Seguindo no cerne desta discussão, o Ministério da Educação tem empreendido


esforços em todo o território nacional para a implementação do Novo Ensino Médio. Este é
um tema ainda sensível considerando, por exemplo, que os jovens que finalizaram a etapa
do ensino fundamental de forma não presencial, chegaram em suas escolas e encontraram
uma realidade totalmente diferente daquelas que estavam em suas representações sociais
sobre o Ensino Médio. Coincidentemente, com o auge do período pandêmico, tudo mudou
na escola também e esta etapa da formação básica se configurou como um novo desafio a
ser alcançado.
Foram e têm sido muitas as novidades com as quais os jovens têm que lidar nesta
retomada de vida pós-pandemia. Uma delas diz respeito aos chamados Itinerários
Formativos. Toda a construção dos Itinerários Formativos foi estruturada pensando na
participação ativa dos estudantes, pois um processo de aprendizagem eficaz implica pensar
numa construção curricular que coloque o estudante como ator principal, ou seja,
protagonista da sua aprendizagem.
Essa é uma lição que, segundo Costa (2001), remete ao protagonismo juvenil como
uma ação pedagógica voltada para o crescimento pessoal e social do adolescente e
totalmente compatível com o paradigma do desenvolvimento humano. Isso significa, entre
outras possibilidades, que os estudantes sejam agentes e desenvolvam maior autonomia,
responsabilidades e compromissos conscientes dos papéis que desempenham na própria
aprendizagem e na sociedade.
A Base Nacional Comum Curricular e suas Competências Gerais para a Educação
Básica na etapa Ensino Médio, bem como as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
Ensino Médio (BRASIL, 2018), atualizada pela a Resolução nº 3/2018, em seus artigos 5º e
6º, são marcos principais que definem e orientam os Itinerários Formativos e asseguram o
direito de escolha de estudantes do Ensino Médio.
A Resolução nº. 3, no artigo 6º, inciso III, define os Itinerários Formativos como:

[...] conjunto de unidades curriculares ofertadas pelas instituições e redes de


ensino [que] possibilitam ao estudante aprofundar seus conhecimentos e se
preparar para o prosseguimento de estudos ou para o mundo do trabalho de

11
forma a contribuir para a construção de soluções de problemas específicos da
sociedade (BRASIL, 2018).

Nesses itinerários é necessário que os professores desenvolvam atividades


contextualizadas, multidisciplinares e transversais, que façam sentido para o mundo do
estudante, para o mundo da vida e para o campo social. Métodos e propostas
pedagógico-educativas com forças para gestar conhecimento vivencial, respeito às
individualidades e inserções em processos focados na conscientização e na reconstrução da
realidade.

Trilhas de Aprofundamento

Além dos Componentes Curriculares da Formação Geral Básica, os estudantes


poderão escolher aprofundar aprendizagens através dos Itinerários Formativos, a partir de
temáticas afins aos seus objetivos e interesses. Os Itinerários Formativos são compostos
por 28 Trilhas de Aprofundamento, que resultam das 4 Áreas do Conhecimento, e cada área
possui 2 temáticas, totalizando 8 temáticas mais a Formação Técnica e Profissional. Os
estudantes terão em cada Trilha de Aprofundamento a possibilidade de serem os
protagonistas de suas aprendizagens, escolhendo a trilha que mais desperta o seu
interesse, ampliando assim os modos de olhar e sentir o mundo e a vida.
As 4 Áreas do Conhecimento e a Educação Técnica e Profissional trazem um
conjunto de competências e habilidades que norteiam o Ensino Médio, e possibilitam aos
estudantes a consolidação, aprofundamento e ampliação do conhecimento no seu percurso
formativo, a fim de que possam construir e concretizar seus projetos de vida. As áreas
dentro das trilhas de aprofundamento, são pensadas para o desenvolvimento de habilidades
e competências que serão inter-relacionadas na proposta de um trabalho interdisciplinar.
● Linguagens e suas Tecnologias;
● Matemática e suas Tecnologias;
● Ciências da Natureza e suas Tecnologias;
● Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
● Formação Técnica e Profissional

A área de Linguagens e suas Tecnologias, que compõe a Formação Geral Básica,


reúne 5 componentes curriculares: Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Arte,
Educação Física e Literatura Brasileira. Objetiva-se aprofundar, dentro das trilhas, os

12
conhecimentos básicos para compreender como o ser humano se constitui como sujeito e
como age no mundo social em interações mediadas por palavras, imagens, sons, gestos e
movimentos. Está dividida em 2 Temáticas: Expressão Corporal e Expressões Culturais.
A área de Matemática e suas Tecnologias, que integra a formação geral básica, é
composta pelo componente curricular de Matemática. Objetiva-se desenvolver dentro das
trilhas os conhecimentos matemáticos para que os estudantes sejam capazes de ler,
compreender e transformar a realidade a partir do raciocínio lógico e resolução de
problemas em relação ao seu contexto social e suas singularidades. Está dividida em 2
temáticas: Educação Financeira e Tecnologia.
A área de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, que integra a formação geral
básica, é composta pelos componentes curriculares de Química, Física e Biologia.
Objetiva-se aprofundar dentro das trilhas conhecimentos que permitam aos estudantes
compreender fenômenos e processos sobre o mundo natural, social e tecnológico, bem
como as relações que se estabelecem entre eles em seus aspectos físicos, químicos e
biológicos entre seres vivos e do meio ambiente. Está dividida em 2 temáticas:
Sustentabilidade e Saúde.
A área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, que integra a formação geral
básica, é composta pelos componentes curriculares de História, Geografia, Sociologia,
Filosofia e Ensino Religioso. Objetiva-se oportunizar, dentro das trilhas, que os estudantes
desenvolvam o conhecimento referente às complexidades e peculiaridades da sociedade
humana, procurando compreender suas relações, suas criações, noções de tempo e espaço
e os fenômenos sociais, históricos e culturais que a compõem, além de refletirem sobre a
própria existência, o valor dos direitos humanos, autonomia e a responsabilidade coletiva
sobre o mundo atual e das próximas gerações. Está dividida em 2 temáticas: Cidadania e
Relações Interpessoais e Empreendedorismo. Abaixo, na figura 1, temos a divisão dos
Itinerários Formativos.

13
Figura 1: Os Itinerários Formativos

Fonte: Rio Grande do Sul, SEDUC, 2023.

A etapa do Ensino Médio precisa subsidiar o desenvolvimento de habilidades e


competências que possibilitem a entrada, de forma ativa e responsável, dos jovens no
mundo do trabalho, na vida em sociedade e em seu desenvolvimento como cidadão ativo.
Nesse sentido, as práticas pedagógicas devem oportunizar a construção de aspirações e
metas de formação e inserção profissional presentes e futuras, além de formar sujeitos
flexíveis frente às transformações sociais e tecnológicas, capazes de respeitar a
diversidade, compreendendo valores sociais e morais em níveis local e global.
Outra finalidade do Ensino Médio perpassa o “aprimoramento do educando como
pessoa humana” (BRASIL, 1996). Esse propósito sinaliza que a escola deve se constituir em
um ambiente de valorização do diálogo e da construção de soluções não violentas, por meio
do respeito e da aceitação de si e do outro, entendendo a escola como uma extensão da
sua realidade social, mas, sobretudo, com um olhar de respeito às diferentes realidades
vividas e à diversidade social apresentada.
A vivência de Princípios Educativos13, que trataremos mais à frente neste
documento, torna-se caminho e esteio para alinhar as ações e as atitudes de toda a equipe
escolar no sentido de garantir os pontos apresentados no parágrafo anterior, uma vez que
se entende o Ensino Médio como uma fase de construção do pensamento crítico, no qual os
jovens possam dialogar com base em conceitos científicos, valorizando as diferenças e
respeitando o outro a partir de seu local de fala.

13
Os Princípios Educativos serão apresentados mais à frente neste trabalho. Sua organização e trama de
execução remete, mais uma vez, à expertise do trabalho desenvolvido pela Escola da Escolha e, muito,
impactam nos resultados que as escolas alcançam nesta modelagem.

14
Desta forma o Ensino Médio Gaúcho em Tempo Integral tem o compromisso de
promover a formação integral e a inclusão social dos adolescentes e jovens,
propiciando-lhes oportunidades de desenvolvimento humano e de exercício efetivo da
cidadania. Trata-se da concretização do que o RCGEM (p.21) traz como pressuposto e que
alimenta a ideia de possibilitar que, efetivamente, a escola seja promotora de
aprendizagens e de conhecimentos significativos para os estudantes.
Nessa perspectiva, o EMGTI aprende com Paulo Freire (1996, p. 47) que “[...]
ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção”. Nessa concepção, ao entrar na sala de aula, o professor
deve estar sempre aberto às indagações, às curiosidades, às perguntas e, inclusive, aos
silenciamentos dos estudantes.
O EMGTI, no Rio Grande do Sul, possui como centralidade o estudante e seu
Projeto de Vida14. Isso significa que todo o currículo, todos os processos pedagógicos e
todas as ações da escola devem ser movimentados para garantir que o estudante tenha
condições de concretizar seu Projeto de Vida e de se tornar um sujeito autônomo, solidário e
competente15. Visa então a formação integral dos estudantes, a partir de uma proposta
pedagógica multidimensional, conectada à realidade dos jovens ao desenvolvimento de
suas competências cognitivas e socioemocionais.
O projeto escolar fundamenta-se nos Princípios Educativos e é operacionalizado pelo
Modelo Pedagógico (que se dá via articulação dos componentes da Formação Geral Básica
(FGB) com os componentes da Formação Diversificada (FD) do currículo) e sustentado pelo
Modelo de Gestão que atuará na conversão das intenções pedagógicas em ação e, assim,
contribuindo para que os sonhos dos estudantes possam, realmente, se configurar em
Projetos de Vida.
Nesta direção, a prática pedagógica se reorienta no sentido de atuar
16
intencionalmente orientada por três Eixos Formativos : (i) Formação Acadêmica de
Excelência, (ii) Formação para a Vida e (iii) Formação de Competências para o Século XXI.

14
Projeto de Vida é o tema central da Escola da Escolha. É em torno deste conceito que toda a proposta escolar
se desenvolve. O conceito de Projeto de Vida (PV) como centralidade das decisões pedagógicas da escola e
como metodologia de êxito será abordado mais à frente neste documento e profundamente explorado ao longo
das etapas formativas e dos Ciclos de Acompanhamento Formativo.
15
A tríade autônomo, solidário e competente está baseada na LDB 9494/04 em seu artigo 2º e é trabalhada ao
longo de todo o processo formativo do Jovem por meio do movimento dos Princípios Educativos e das
Metodologias de Êxito desenvolvidas pela Escola da Escolha.
16
Os 3 Três Eixos Formativos, constituem-se em importantes fundamentais para a formação integral dos
estudantes. Foram propostos pela Escola da Escolha como a camada que “ envolve” o movimento do jovem em
busca de seu Projeto de Vida. Estes, também, serão apresentados ao longo deste documento.

15
Na figura 2 abaixo, temos a operacionalização do modelo de gestão e pedagógico na escola
da escolha e como o jovem e seu Projeto de Vida são vistos na centralidade dessa escola.

Figura 2: A centralidade do Jovem e seu Projeto de Vida

Fonte: ICE - Caderno 4 - Concepções do Modelo Pedagógico, p.38.

Por fim, criar condições para a construção do Projeto de Vida dos estudantes
envolve todos que participam do processo educativo dos mesmos e deve-se considerar a
perspectiva de uma formação que permitirá ao estudante desenvolver uma visão do seu
próprio futuro, sendo capaz de transformá-la em realidade para atuar nas três dimensões da
sua vida: pessoal, social e produtiva.

16
OS PRINCÍPIOS EDUCATIVOS NO ENSINO
MÉDIO GAÚCHO DE TEMPO INTEGRAL

O Modelo Pedagógico do EMGTI fundamenta-se em quatro Princípios Educativos17,


quais sejam: (i) Pedagogia da Presença, (ii) Protagonismo, (iii) Educação Interdimensional, e
(iv) os quatro pilares da educação para o século XXI. Eles foram eleitos por serem
reconhecidos como aqueles que se alinham à grande missão de formar, desde a criança
dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ao jovem que concluirá a Educação Básica.
Os princípios fundamentam o Projeto Escolar e se materializam no exercício das
Metodologias de Êxito18 do Modelo Pedagógico e na ação intencional de todos os atores da
escola do portão da entrada à sala de aula, passando por espaços de alimentação,
biblioteca, espaço de convivência e outros, ou seja, eles servem aos estudantes, o centro
desse processo.

Pedagogia da presença

A essência da Pedagogia da Presença é a reciprocidade. O objetivo central é a


mudança da forma com a qual o estudante se relaciona consigo mesmo e com os outros, no
processo de Aprender a Ser, Aprender a Conviver, Aprender a Conhecer e Aprender a
Fazer, conforme norteiam os Quatro Pilares da Educação.
É um princípio mobilizador de forças afirmativas e impulsionadoras, de atenção e de
diálogo com intensa escuta do outro e de si próprio. Orientador das ações e das atitudes de
toda a Equipe Escolar, em todos os espaços educativos, ele traduz a capacidade do
educador de se fazer presente na vida do estudante para apoiá-lo no processo de
desenvolvimento das competências e habilidades no âmbito pessoal, social, produtivo e
cognitivo, bem como das suas potencialidades.
Segundo COSTA (2002), a Pedagogia da Presença representa um passo na direção
do grande esforço, que se faz necessário, para a melhoria da qualidade da relação

17
Para a Escola da Escolha os Princípios Educativos orientam o Projeto Escolar e, por consequência a prática
pedagógica aqui entendida como ações e atitudes de todos na escola. Os elementos que compõem os Princípios
estão disponíveis em várias literaturas, mas é a forma e a articulação que a Escola da Escolha lhes confere que
permite que estes entreguem um repertório capaz de sustentar o caminhar dos jovens em busca de seu Projeto
de Vida.
18
O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

17
estabelecida entre educador e estudantes, tendo como base a influência construtiva, criativa
e solidária favorável ao desenvolvimento pessoal e social das crianças, adolescentes e
jovens.
Na prática, o fazer pedagógico se transpassa no compartilhamento de tempo,
experiências e vivências entre professor e estudante. No ato de educar, estudante e
professor se tornam visíveis, perceptíveis, e se fazem presentes em seu meio, em seu
tempo, em suas histórias e trajetórias futuras. O que torna isso possível para o estudante é a
percepção de que “alguém compreendeu e acolheu suas vivências, sentimentos e
aspirações, filtrou-os, a partir de sua própria experiência, e comunicou-lhe com clareza a
solidariedade e a força para agir.” (COSTA, 2002). Na figura 3 abaixo, observamos os
requisitos importantes para uma presença pedagógica efetiva, que demanda abertura,
reciprocidade, respeito e compromisso:

Figura 3: Requisitos da Presença Pedagógica

Fonte: ICE - Caderno 5 - Princípios Educativos, p.35.

A Pedagogia da Presença é se fazer presente no dia a dia dos estudantes, no apoio


e no compartilhamento de anseios, angústias e aprendizados. É dar o exemplo para que a

18
comunicação e as trocas sejam efetivas e feitas de maneira respeitosa.
Atuar com base na Pedagogia da Presença é uma tarefa que envolve todas as
pessoas que estão no espaço escolar, sendo um compromisso com a corresponsabilidade
de apoiar na formação integral dos estudantes, na perspectiva de que tipo de pessoa se
quer formar, o tipo de sociedade para cuja construção se espera que essa pessoa contribua
e a utilidade e o valor do conhecimento na vida das pessoas. Se fazer presente na vida
do outro, independente das circunstâncias é base para o desenvolvimento deste Princípio
Educativo e exige escuta atenta e cuidadosa, abertura, reciprocidade e compromisso.

Protagonismo19

Diante da perspectiva gaúcha para o desenvolvimento de uma educação significativa


para os estudantes, atuar com base no Princípio do Protagonismo é condição fundante para
garantir que, entre outras possibilidades, os estudantes sejam agentes e desenvolvam maior
autonomia, responsabilidade e compromisso, sendo conscientes dos papéis que
desempenham na própria aprendizagem e na sociedade. Para que possam,
fundamentalmente, ter ideias, sonhar e ter quem os acompanhe nesta jornada.

“O protagonismo juvenil parte do pressuposto de que o que os adolescentes


pensam, dizem e fazem pode transcender os limites do seu entorno pessoal e
familiar e influir no curso dos acontecimentos da vida comunitária e social mais
ampla. Em outras palavras, o protagonismo juvenil é uma forma de reconhecer
que a participação dos adolescentes pode gerar mudanças decisivas na
realidade social, ambiental, cultural e política onde estão inseridos. Nesse
sentido, participar para o adolescente é envolver-se em processos de discussão,
decisão, desenho e execução de ações, visando, através do seu envolvimento
na solução de problemas reais, desenvolver o seu potencial criativo e a sua força
transformadora.” (Costa, 1996).

Justifica-se a atenção especial a essas juventudes que emergem de contextos


múltiplos e heterogêneos, e, nesse sentido, são nomeadas no plural, neste documento, para
ressaltar a diversidade.
Levando em consideração a importância que o desenvolvimento do Protagonismo
possui na rede, foi realizada uma consulta pública online no site oficial da SEDUC-RS, entre
10 de junho a 10 de julho de 2019 para a construção do Referencial Curricular Gaúcho do
Ensino Médio, que contou com a participação de estudantes, educadores, entidades do
território gaúcho e comunidade escolar. A pesquisa teve 62.747 contribuições entre os

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O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

19
diferentes segmentos da comunidade escolar. Somando-se esses grupos os percentuais de
resposta, foram 31,5% de alunos do 8º e 9º Anos do Ensino Fundamental, 49,5% de alunos
do Ensino Médio, 9,5% de professores, 7% de familiares e 2,4% da comunidade, que
participaram da escuta. Esta pesquisa corrobora com a intencionalidade da Secretaria em
promover uma maior participação dos estudantes da rede, anunciando uma atuação efetiva
e emancipatória na educação do Rio Grande do Sul (SEDUC, RS 2019)
Um dos destaques das juventudes multiformes que o Rio Grande do Sul comporta, é
a predileção que a grande maioria dos jovens que participaram da pesquisa afirmam ter
pelas aulas expositivo-dialogadas, já que eles podem participar efetivamente destas e,
consequentemente, asseguram ter melhor rendimento e aprendizagem. Isso evidencia que
as singularidades estão sendo substituídas pelos saberes plurais, deixando explícito que
seus saberes também são importantes no processo da construção do conhecimento.
Neste processo, o jovem se torna o elemento central da prática educativa e participa
ativamente de todo o procedimento, desde a elaboração, a execução até a avaliação das
ações propostas. Com isso, a ideia é fazer com que o jovem tenha uma legítima participação
social, contribuindo não somente com a escola, como também com a comunidade em que
está inserido. Assim, o Protagonismo Juvenil atua na formação de Jovens autônomos,
solidários e competentes e que estejam cada vez mais comprometidos socialmente. Nesse
sentido, a atuação dos adolescentes, seja de maneira individual ou em grupo, para buscar
fazer parte das soluções de problemas reais, com participação autêntica no contexto escolar
ou mesmo na sociedade e na comunidade, não deve ser interpretada somente de maneira
simbólica, mas, sim, de maneira a compreender que esse processo envolve seu projeto de
vida, suas aspirações e desejos, sendo o elemento central dessa participação.
O jovem protagonista deve ser visto como fonte de iniciativa (ação), liberdade
(opção) e compromisso (responsabilidade) para fazer escolhas, atuando de maneira
autônoma, solidária e competente sobre os contextos e desafios, limites e possibilidades
deste século20.
Os estudantes que participam das ações de protagonismo acabam desenvolvendo
um papel importante de liderança, mobilizando outros colegas a reconhecerem os
problemas enfrentados e fazendo parte da busca por soluções de melhoria. Outro benefício
é a facilitação do processo de inserção dos jovens no mundo adulto, por meio do exercício
de participação social dentro dos espaços em que eles pertencem.
O protagonismo juvenil:

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ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

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● Reforça o compromisso das escolas com a formação integral dos estudantes;
● Promove o engajamento dos estudantes com o conteúdo e a prática
pedagógica;
● Desenvolve a autonomia, a capacidade de tomar decisões e a
responsabilidade dos jovens;
● Contribui para o desenho do Projeto de Vida e na preparação do estudante
para o futuro;
● Estimula a participação dos jovens na esfera política, social, econômica e
cultural.

É necessário salientar que o desenvolvimento do Protagonismo se dá na relação


direta entre os educadores e os estudantes. Para que os estudantes compreendam o
conceito do Protagonismo, os adultos devem estar conscientes de suas responsabilidades e
compreenderem que:
● É preciso conceber os estudantes como fonte de iniciativa e não
simplesmente como receptores ou porta-vozes daquilo que os adultos dizem
ou fazem com relação a eles;
● Assegurar a criação de espaços e de mecanismos de escuta e participação;
● Não conceber Protagonismo enquanto projeto ou ações isoladas, mas como
participação autêntica dos estudantes.

Educação Interdimensional21

A Educação Interdimensional é um dos Princípios Educativos considerados no


Modelo da Escola da Escolha porque está alinhada ao conceito de que a educação deve
contribuir para o desenvolvimento pleno da pessoa e a formá-la de modo a constituir-se
como alguém a atuar no mundo capaz de elaborar pensamentos e a agir de maneira
autônoma, crítica e propositiva em todas as dimensões de sua vida.
Este Princípio parte do pressuposto de que não há preponderância de uma dimensão
sobre a outra, buscando, assim, a integração entre as diferentes dimensões constitutivas do
indivíduo durante o processo formativo. As dimensões são: racionalidade (Logos),
afetividade (Pathos), impulsividade/corporeidade (Eros) e

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transcendência/transcendentalidade (Mythos).
A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa – espírito, corpo,
inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal e espiritualidade. Todo
ser humano deve ser preparado, em especial pela educação que recebe na juventude, para
elaborar pensamentos autônomos e críticos, bem como para formular seus próprios juízos
de valor, de modo que possa decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias
da vida, sempre em consonância com seu Projeto de Vida.
A proposta da Educação Interdimensional é integrar as 4 dimensões (racionalidade,
afetividade, impulsividade/corporeidade e transcendência/transcendentalidade), contribuindo
para o desenvolvimento pleno do estudante e valorizando, no processo formativo, aspectos
como a sociabilidade, a responsabilidade social, a afetividade, a sensibilidade, a criatividade
e a subjetividade, ou seja, o desenvolvimento das competências propostas nos Quatro
Pilares da Educação, o próximo princípio a ser conceitualizado.
O Art. 2º da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), uma das
referências desse marco da educação interdimensional, traz que “A Educação (...) tem por
finalidade o pleno desenvolvimento do estudante, seu preparo para o exercício da cidadania
e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 2017).
Todos nascem com um potencial e têm o direito de desenvolvê-lo, mas, para tanto,
há que se assegurar oportunidades para além daquelas consideradas primárias como
saúde, segurança, moradia e alimentação – básicas, mas não suficientes para desenvolver
potencialidades. As oportunidades educativas desenvolvem o potencial do ser humano e,
nesse sentido, falamos de uma educação que transcende o domínio da racionalidade.
Nesse sentido, educar é assegurar uma formação para além da dimensão cognitiva, levando
em consideração que os desafios presentes no século XXI exigem especial atenção ao
desenvolvimento de outras habilidades e competências, para além das cognitivas, portanto,
ao se falar de Educação Integral, é preciso considerar o Jovem e sua integralidade, incluindo
as suas circunstâncias.

Os quatro pilares da educação para o Século XXI22

Uma das bases educacionais que fundamentam o Modelo Pedagógico do EMGTI


são Os Quatro Pilares da Educação para o século XXI. O relatório “Educação: um tesouro a

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ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

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descobrir”, de 1996 escrito por Jacques Dellors, trouxe com força a reflexão e discussão em
torno da busca contínua “de uma concepção e de uma prática educacional que revelem a
todos o valor do aprendizado ao longo da vida e possibilitem a emergência de todos os
nossos talentos, individuais e coletivos”. Ele busca pensar na educação ao longo da vida
como uma forma de lidar com o mundo marcado por mudanças e transformações
constantes, auxiliando a refletir sobre as diversas informações recebidas e atuar de maneira
crítica para criar novas oportunidades para o presente e o futuro.
É importante salientar que nenhum pilar se sobrepõe a outro, e todos devem ser
objeto de igual atenção durante o processo estruturado de educação. Só assim ela será uma
experiência a ser concretizada ao longo da vida, em todas as suas dimensões, tanto no
plano pessoal como no social. Uma nova e ampla concepção de educação passa a ser uma
condição essencial para responder aos desafios do novo século, na qual se supere a visão
instrumental de educação e se passe a considerá-la como o meio para a realização da
pessoa em toda a sua plenitude.
A seguir, na figura 4, uma síntese dos Quatro Pilares para a educação no século XXI:

Figura 4: Os Quatro Pilares da Educação

Fonte ICE: Caderno 5 - Princípios Educativos, p.14.

Aprender a conhecer23

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ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

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É o Pilar da Educação voltado para o domínio do conhecimento, que vai além da
aquisição de saberes. É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir,
construir e reconstruir o conhecimento para que não seja transitório, para que se mantenha
ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção
permanentemente. Para que os professores consigam ampliar o repertório dos estudantes
em termos de promoção de habilidades e competências, é preciso que se reconheça como
educador e mediador no processo de ensino e aprendizagem.
A maneira como se dará este aprofundamento é que traz a importância deste pilar. A
prática das habilidades que dele decorrem.
O ideal é que o professor possibilite aos estudantes, entre outras possibilidades, a
vivência da pesquisa e dos conteúdos propostos, garantindo que as experiências dos
estudantes sejam levadas em conta durante a construção dos saberes.
Estão contidas no Pilar do Aprender a Conhecer os três domínios da metacognição:
(i) aprender a aprender - desenvolvimento do autodidatismo; (ii) ensinar o ensinar - prática
do didatismo; e (iii) conhecer o conhecer - prática do construtivismo.

Aprender a fazer24

Este Pilar envolve uma série de competências produtivas que devem ser
desenvolvidas pelo domínio de habilidades básicas, específicas e de gestão, que
possibilitarão a inserção das pessoas no mundo do trabalho.
Nesse saber, busca-se envolver os estudantes nos processos de aprendizagem a
partir da prática cooperativa em busca de resultados, conclusões e/ou compromissos, com
base na capacidade e iniciativa de se comunicar, interpretar e selecionar informações, uma
vez que não basta preparar-se com cuidados para se inserir no mundo do trabalho. A rápida
evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas
situações de emprego e a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e de
humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo.
Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber comunicar-se,
resolver conflitos e ser flexível.

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Educação – ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

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Aprender a conviver25

Este Pilar está voltado para o desenvolvimento da compreensão e aceitação de si


próprio e do outro. Provavelmente nunca foi tão importante o aprendizado do convívio com
os outros em harmonia e respeito. A apresentação de propostas a serem desenvolvidas em
cooperação é uma excelente forma de introduzir uma boa convivência.
Não apenas o educador deve reconhecer e respeitar as capacidades e
potencialidades individuais. É preciso que isso seja disseminado entre os jovens, para que
reconheçam em seus pares suas habilidades pessoais e a respeitem, para que façam o
melhor uso disso.
As sociedades se constituem a partir de muitas diversidades e isso deve ser
incorporado ao nosso cotidiano com respeito e cordialidade para que no futuro estejamos
mais ligados aos nossos interesses comuns, e menos às nossas diferenças. Se faz
necessário um ambiente que trate a diversidade como valor, que não evite o conflito, mas o
enfrente a partir de diálogo entre os envolvidos e na solidariedade das relações.

Aprender a ser26

Este importante pilar da educação nos conduz às duas reflexões: tanto para tratar do
“ser” humano como para entender o que somos. Reconhecer nossa individualidade e sua
incompletude que se molda e se constrói todos os dias. E também o que somos diante do
mundo e de nossos semelhantes.
Nossa condição humana e nossa capacidade de aprender e nos transformar ao
longo da vida nos diferenciam dos outros seres. Não é, como no reino animal, o instinto que
nos guia em nossas ações cotidianas. Precisamos e devemos nos reconstruir e nos moldar
às transformações que o mundo nos apresenta, especialmente pelo fato de sermos seres
sociais, cujo convívio não é apenas uma obrigação, é uma necessidade.
Assim, essa construção não se resume aos ensinamentos escolares e pedagógicos.
Ela deve avançar para todas as áreas: pessoais, interpessoais, profissionais, relacionais,
espirituais, etc. Nossa preparação precisa ser integral, sem prejuízo de nenhuma de nossas
habilidades.
Dessa forma, os Quatro Pilares da Educação são aprendizagens fundamentais para

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Educação – ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.
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Parte deste conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela
Educação – ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

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que uma pessoa possa se desenvolver plenamente, considerando a progressão das suas
potencialidades, ou seja, a capacidade de cada um de fazer crescer algo que traz consigo
ou mesmo que adquire ao longo da vida. Faz-se necessário que toda a equipe escolar atue
de forma intencional no acompanhamento do desenvolvimento dos estudantes quando se
trata, também, dos Quatro Pilares.
Ainda que os Princípios Educativos orientem as ações e as atitudes de todos na
escola e, para além disso, são fortalecidos pelo exercício das metodologias de êxito do
programa, sozinhos eles não respondem pela formação integral dos jovens. É preciso ir
além, acompanhar mais de perto os sonhos, os acertos e os erros destes jovens. É
fundamental, como escreveu Antonio Carlos Gomes da Costa, "celebrar os pequenos nadas
do caminho”. Nesta jornada, os Eixos Formativos cumprem papel preponderante.

26
EIXOS FORMATIVOS27

Os Eixos Formativos estão alinhados aos Princípios Educativos com o intuito de


orientar a prática pedagógica tanto no âmbito do currículo quanto dos componentes
curriculares, do planejamento das aulas, da seleção das habilidades e competências, temas,
atividades, estratégias, recursos e/ou procedimentos didáticos, não é à toa que seu âmbito
de atuação é o espaço da sala de aula, aqui compreendido de forma mais ampliada como
qualquer espaço onde se dê a relação de ensinar e aprender entre estudantes e seus
professores.
Quando consideramos o EMGTI, encontramos sinergia e alinhamento entre o que
preconiza o RCGEM (p.20) quando este “evoca uma perspectiva de Educação
Emancipatória, pois estimula professores e estudantes a transformar o ambiente da
sala de aula, de acordo com as suas escolhas ou opções pessoais alinhadas aos seus
desejos e anseios mais genuínos e ao seu projeto de vida, em interação social e
conscientes da sua condição de atores e atrizes, protagonistas, na edificação individual e
social” e a atuação com os referidos eixos. Eles coexistem porque são imprescindíveis para
a formação dos estudantes e seu projeto de vida e não há um que seja melhor ou mais
importante que o outro. São eles:

Formação Acadêmica de Excelência 28

Uma formação acadêmica de excelência é a que se realiza por meio de práticas


eficazes de ensino e de processos verificáveis de aprendizagem e que asseguram o pleno
domínio, por parte do estudante, do conhecimento a ser desenvolvido também no Ensino
Médio. Ela se organiza por meio de um currículo configurado pela BNCC, pelo RCGEM e
pelos Itinerários Formativos sendo vital para assegurar o seu enriquecimento,
aprofundamento e diversificação.
A Formação para a Excelência Acadêmica trata assim de assegurar as condições
ideais de aprendizagem para que os estudantes em todas as etapas de ensino desenvolvam
as habilidades e atitudes nas diversas áreas do conhecimento, também aplicando esse

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Os três Eixos formativos também foram desenvolvidos pela Escola da Escolha e compõem sua expertise na
formação do Jovem autônomo, solidário e competente.
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Parte deste conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do INSTITUTO DE
CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO – ICE. Modelo Pedagógico. Os Eixos Formativos. Novo Ensino
Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

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conhecimento de maneira prática. O professor atua sabendo que o protagonista do processo
educativo caminha em etapas que evoluem em linha com as suas capacidades intelectuais,
afetivas e emocionais. A verificação das distintas formas de pensamento que o estudante
dispõe em cada fase de desenvolvimento e dos conhecimentos que já construiu é
fundamental. É ideal que sejam pensadas diferentes formas de refletir e desenvolver as
competências e habilidades, levando em conta suas experiências e saberes.
Nessa perspectiva, a atuação docente precisa desafiar os estudantes a refletirem,
elaborarem hipóteses, buscar soluções e validarem os resultados, tudo isso a partir de
situações didáticas diversificadas e organizadas. Deve-se também encarar a avaliação como
o principal instrumento de gestão e ensino da aprendizagem, sendo ela processual, ou seja,
contínua ao longo desse processo.

Formação para a Vida29

A Formação para a Vida é sobre a aquisição, o fortalecimento e a consolidação de


valores, ideais e a capacidade de fazer escolhas sensatas para uma vida equilibrada na
construção de uma sociedade próspera, fraterna, justa e solidária.
A atitude solidária, que implica na capacidade de envolver-se como parte da solução
de problemas reais, nasce do comportamento pró-social da infância que, posteriormente, se
consolida na figura do protagonista. Portanto, estimular a atuação protagonista no cotidiano
escolar é fundamental. Todos os aspectos do desenvolvimento humano: social, emocional,
cognitivo e biológico, estão relacionados e existem simultaneamente.
No EMGTI, é necessário estimular e criar condições para a constituição de uma
autêntica “sociedade” de valores na medida em que estes são elementos imprescindíveis
para a formação dos estudantes, valores esses que são pessoais e subjetivos, sendo eles
que ampliam a nossa capacidade de discernir entre o que é aceitável ou não em nossas
relações.
Com isso, espera-se uma escola onde ocorra atitude solidária da atuação do
protagonista e autonomia, da qual requer a capacidade de aprender a tomar decisões
baseadas nas crenças, valores e interesses, bem como a fazer escolhas e a responder por
elas.

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Parte deste conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do INSTITUTO DE
CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO – ICE. Modelo Pedagógico. Os Eixos Formativos. Novo Ensino
Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

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Formação de Competências para o Século XXI30

Formar os jovens para contribuir e atuar no mundo, por meio do trabalho e da vida
social, tornou-se um dos nossos maiores desafios neste século, trabalhar então a
capacidade de pensar criticamente, de resolver problemas complexos, de agir com
persistência, de desenvolver um espírito colaborativo e curioso, de se comunicar
eficazmente com pessoas de variadas e diferentes culturas usando técnicas diferentes, de
usar de maneira competente os recursos tecnológicos, de se adaptar às mudanças de
ambientes rapidamente, bem como às condições para a execução de tarefas, de gerir
eficazmente o seu trabalho, de adquirir novos conhecimentos e informações por sua própria
iniciativa ao longo da vida se faz necessário para desenvolver as competências para o
Século XXI.
Este eixo busca olhar para o desenvolvimento cognitivo, motor, emocional, social,
moral e afetivo dos estudantes, toda construção humana que o levará à condição de um
sujeito que, num futuro bem próximo, se encontrará na elaboração do seu projeto de Vida,
fazendo escolhas e executando-as.
Pensar criticamente, resolver problemas complexos, desenvolver espírito
colaborativo, se comunicar com diferentes pessoas e diferentes culturas de forma eficaz e
executar tarefas são habilidades necessárias para esse momento, é preciso que se leve em
conta nas formações e no dia a dia da escola.
Além dessa formação, precisamos entender que estamos em um momento com
muitas transformações, como a rápida evolução do conhecimento global com profundos
efeitos no mundo produtivo; a repentina e dramática velocidade na geração, modificação e
divulgação da informação, antes limitada em termos de quantidade e disponibilidade; o
impacto crescente dos recursos tecnológicos na forma como os estudantes aprendem, se
relacionam entre si, com o conhecimento e com o mundo. No EMGTI, é preciso que o
professor estimule os estudantes a refletirem que são capazes, bem como a concluírem o
que iniciaram, fortalecendo essa construção e desenvolvimento de seu Projeto de Vida.

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Parte deste conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do INSTITUTO DE
CORRESPONSABILIDADE PELA EDUCAÇÃO – ICE. Modelo Pedagógico. Os Eixos Formativos. Novo Ensino
Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

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METODOLOGIAS DE ÊXITO (em transição)

O Novo Ensino Médio preconiza a formação de jovens protagonistas, conectados


com seu tempo e toma a escola como campo de criação de possibilidades nesta direção.
Para tanto, o direcionamento da BNCC, para esse segmento da Educação Básica, propõe o
trabalho com componentes da Formação Geral Básica e com a Formação da Parte
Diversificada. O trabalho com a FD pressupõe o enriquecimento do trabalho com a FGB.
Nesta direção, as Metodologias de Êxito31 a serem empreendidas pelo EMGTI
configuram-se como de fundamental importância na formação dos jovens estudantes
gaúchos ao fazerem a conexão entre o mundo acadêmico e as práticas sociais.
As Metodologias de Êxito devem sempre serem desenvolvidas articuladas com os temas
e/ou conteúdos da BNCC, ou seja, não são processos soltos ou desarticulados do fazer e do
construir conhecimento. A seguir, explicamos os componentes curriculares que integram as
metodologias de êxito.

Projeto de Vida32

O Projeto de Vida ocupa a centralidade do Modelo da Escola da Escolha porque é


para ele que convergem todas as energias, dedicação, talento e foco da Equipe Escolar. Ao
Projeto Escolar cabe prover as condições para a sua elaboração e aos estudantes a sua
execução em virtude da excelente formação acadêmica recebida, da base de valores
constituída e consolidada pelas experiências vividas e pelo desenvolvimento de um conjunto
de competências e habilidades que permitirão ao estudante viver, se posicionar e enfrentar
os desafios e oportunidades deste século.
É na 1ª série que os estudantes enfrentarão a importante decisão sobre o Itinerário
Formativo a seguir. A Metodologia de Êxito “Projeto de Vida” contribuirá, entäo, para que os
jovens desenvolvam melhor conhecimento sobre si próprios, suas qualidades, forças e
limitações, talentos e potencialidades, de modo a ampliar seu repertório de conhecimentos,
experiências e valores, competências e habilidades necessárias para apoiá-los nesse
processo.

31
As Metodologias de Êxito propostas para o trabalho com o EMGTI fazem parte do conjunto de referências
teóricas, filosóficas e práticas que compõem o Programa Escola da Escolha.
32
Temos, na atualidade, várias correntes de discussão sobre o conceito de Projeto de Vida, a que empregamos
aqui está baseada em Antônio Carlos Gomes da Costa e outros autores, foi proposta e desenvolvida pelo ICE
por meio da difusão da Escola da Escolha.

30
As aulas de Projeto de Vida fazem parte dessa estratégia quando também
apresentam para discussão e reflexão, a importância de construir um processo decisório
orientado por critérios.
Projeto de Vida é, ainda, um componente curricular do Novo Ensino Médio, de
acordo com a Lei nº 13.415/2017, que estabelece as diretrizes e as bases da educação
nacional, e define no artigo 3º § 7º que:

“Os currículos do ensino médio deverão considerar a formação integral do aluno,


de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu Projeto de
Vida e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais”.

A BNCC também contempla o Projeto de Vida entre as suas 10 competências gerais,


que devem ser trabalhadas em todas as etapas da educação, até o Ensino Médio. A
competência de número 6, “Trabalho e Projeto de Vida”, prega:

“Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, apropriar-se de


conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias
do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao
seu Projeto de Vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade”.

Um Projeto de Vida parte da percepção de onde se está para onde se quer chegar.
Isso envolve uma reflexão cuidadosa da bagagem que é preciso levar e como adquiri-la: os
valores que serão fundamentais nessa travessia permeada de escolhas e conhecimentos
necessários para a tomada de decisões nas três dimensões da vida humana (pessoal, social
e produtiva) e, finalmente, o sentido da própria existência quando se pensa na
autorrealização.
Projeto de Vida não é um “projeto de carreira” ou o resultado de um teste de
vocações, menos ainda no Ensino Médio. E esse não é o enfoque do Projeto de Vida no
Novo Ensino Médio da Escola da Escolha. Projeto de Vida é transformar sonho em
realidade.
O Projeto de Vida não deve ser confundido com escolha profissional, tão pouco está
desatrelado do mundo produtivo, uma vez que auxilia o jovem a se conhecer, entender sua
relação com o mundo e desenhar o que espera para si no futuro. Ele traz sentido para a
escola, uma vez que o jovem passa a ver o ambiente escolar como um impulsionador dos
seus sonhos e desejos. Além de ser esse impulsionador, ele é um potente recurso para lidar
com o futuro, construir sua identidade, expandir possibilidades, ética, cidadania e bem estar,
bem como o mundo do trabalho.

31
A escola deve auxiliar os estudantes a se reconhecerem como sujeitos,
considerando suas potencialidades e a relevância dos modos de participação e intervenção
social na concretização de seu Projeto de Vida, assim como preconiza o RCGEM (p.21)
quando diz que “ressalta-se a necessidade profícua de que os professores desenvolvam
atividades contextualizadas, multidisciplinares e transversais, que façam sentido para o
mundo do estudante, para o mundo da vida e para o campo social”, é oportunizar novas
experiências com o mundo e crescimento para seu presente e futuro, valorizando a
diversidade.
A compreensão de quem se é, das relações construídas ao longo da vida e os
sentidos que a ela atribui são fatores essenciais na busca da realização humana. É um
trabalho sob a ótica de uma proposta educacional interdimensional, capaz de aliar aspectos
cognitivos e não cognitivos na busca por um projeto escolar que traga significado para a
educação ao mesmo tempo que contribui para uma formação integral do indivíduo.
Projeto de Vida é a Metodologia de Êxito responsável por estimular o estudante a
construir uma visão de si próprio no futuro e como transformar essa visão em um plano a ser
executado, aprendendo a definir os seus objetivos, metas, estratégias e ações para
realizá-lo.
Para isso, são oferecidas aulas que criam condições para intenso processo
autorreflexivo e o desenvolvimento de um amplo conjunto de competências e habilidades
socioemocionais imprescindíveis para a construção do seu Projeto de Vida – centralidade do
Modelo da Escola da Escolha. É imprescindível o acompanhamento do desempenho do
estudante quanto à aquisição e desenvolvimento dessas competências e habilidades. Além
de ser a centralidade das discussões pedagógicas da escola, no EMGTI desenvolve-se
aulas de Projeto de Vida.
Com as aulas de Projeto de Vida, buscamos que os estudantes consigam:
● Enriquecer as vivências culturais, artísticas, científicas, esportivas, estéticas,
linguísticas, entre outras;
● Estimular o desejo de aprender por meio da diversidade de temas;
● Ampliar conhecimentos e desenvolver habilidades das diversas áreas de interesse
dos estudantes ou de relevância para a realidade local;
● Acolher a diversidade e a singularidade;
● Incentivar a convivência e a troca de experiências.

Sugerimos que as aulas de Projeto de Vida sejam ofertadas em sequência,


garantindo um maior tempo de reflexões, diálogo e construção.

32
Unidades Curriculares Eletivas (Em transição)33

As Unidades Curriculares Eletivas - UCEs - serão ofertadas, a princípio, a partir de


um catálogo construído por professores da rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul,
oferecendo então a oportunidade dos estudantes escolherem as eletivas que mais se
identificam e podem auxiliar na aprendizagem. As escolas das redes de ensino devem
ofertar UCEs alinhadas aos seus contextos regionais e às suas condições de infraestrutura e
almejam, simultaneamente, a qualificação dos espaços pedagógicos que impactem na
ampliação da oferta para atender as demandas.
As UCEs exercem um papel importante na aprendizagem e no Projeto de Vida do/a
estudante já que é possível escolher, entre as ofertadas, aquelas que são do seu interesse
pessoal, visando aprofundar a sua formação na área focal do seu itinerário ou diversificar as
aprendizagens dentro de temas de outras Áreas do Conhecimento e possibilitam ao
estudante a construção de parte do seu próprio currículo, atendendo a natureza da
flexibilização presente no Novo Ensino Médio, contribuindo também para o aumento de seu
repertório. Desta forma a metodologia atua na perspectiva de que os estudantes exercitem a
possibilidade de fazer boas escolhas frente às oportunidades que tiverem.
As UCEs serão ofertadas trimestralmente, neste primeiro ano de implementação. A
partir daí as UCEs poderão ter seus temas propostos pelos professores ou pelos próprios
estudantes e poderão estar organizadas em Eletivas da Base (a partir do último trimestre de
2023), Eletivas Pré Itinerário Formativo e Eletivas do Itinerário Formativo. Esta organização
contribui sobremaneira com o fortalecimento dos processos de escolha e de tomada de
decisão dos jovens estudantes.
As Eletivas da Base visam aprofundar, diversificar e enriquecer conteúdos e
habilidades da Base Nacional Comum Curricular. Apresentam grande relevância na
perspectiva do enriquecimento do conhecimento característico das suas inovações.
Cumprem seu objetivo, por meio da exploração de temas e conteúdos, presentes nas
ciências, nas artes, nas linguagens e na cultura corporal, por meio de metodologias
dinâmicas e atividades diversificadas.
O papel do professor nas aulas das UCEs é desafiar e estimular os estudantes, logo
planejar a aula significa buscar formas criativas e estimulantes de criar novas estruturas
conceituais. A metodologia deve ter como foco gerar questionamentos, dúvidas e certezas
temporárias, criar, nos estudantes, a necessidade da busca de respostas, sendo ele o
33
A concepção desta metodologia da forma que se apresenta neste documento traz fortemente as referências da
Escola da Escolha.

33
próprio empreendedor dessa busca.
O professor contribui para o desenvolvimento dos estudantes de forma deliberada,
compartilhando conhecimentos, valores, atitudes e habilidades que lhes permitam
transformar o seu “querer ser” em “ser”. Espera-se que o professor apresente as
características abaixo:
● É curioso, idealista, criativo, pró-ativo, apaixonado pela construção do conhecimento
e anseia por novidades;
● Gosta de inovações, de pesquisa, de colocar em prática ideias diferentes.
Profissionalmente está sempre aberto a novas perspectivas e novas experiências,
enxergando-se como um permanente aprendiz;
● É capaz de estimular a curiosidade dos estudantes, cria oportunidades de
aprendizagem variadas, possibilitando descobertas e novas experiências;
● Entende que seu papel é de educar o estudante como um todo, em todas as suas
dimensões, estimulando o conhecimento teórico e prático, o pensamento crítico,
analítico e propositivo, a iniciativa, o foco no futuro e desenvolvendo inclusive as
habilidades socioemocionais;
● É sensível às necessidades variadas dos estudantes e suas diferentes bagagens e
está comprometido com o sucesso de todos;
● Acredita que a troca de conhecimento entre professores, professores e estudantes e
entre estudantes é fundamental para o enriquecimento do processo de
aprendizagem.

Estudos Orientados (em transição)34

É uma Metodologia de Êxito oferecida ao estudante para que usufrua de condições


(tempo, ambiente e recursos) e desenvolva habilidades que o apoiarão a aprender sobre o
que é estudar, por que estudar e como estudar, priorizando e direcionando a sua
aprendizagem de acordo com os seus interesses e necessidades, é condição primordial
para o desenvolvimento da autonomia de nossos estudantes. Parte-se da percepção de que,
em geral, o que ocorre nas escolas é que os procedimentos de estudo exigem uma
abordagem adequada ao conteúdo do ensino. Tais procedimentos como a elaboração de
resumos, fichamentos, resenhas e esquemas são mais efetivos quando utilizados segundo
metodologia própria nas orientações dos diversos professores. Portanto, faz-se necessário
34
A concepção desta metodologia da forma que se apresenta neste documento traz fortemente as referências
da Escola da Escolha.

34
contribuir para que os alunos tenham experiências cada vez mais exitosas e significativas,
apoiadas em diversos instrumentos de trabalho que o acompanhem ao longo de sua
trajetória escolar. Quando o estudante estuda, está criando outras oportunidades de
aprender, desenvolvendo novas habilidades e praticando o exercício do “aprender a
aprender”,
O espaço destinado ao Estudo Orientado, como preconiza o Programa, deve ser
constituído por um conjunto de práticas didático-pedagógicas com foco no desenvolvimento
de competências e habilidades que formam um jovem capaz de, ao final da 1ª série do
Ensino Médio, escolher e decidir pelo Itinerário Formativo que deseja cursar a partir da 2ª
série e, na sequência, ser capaz de analisar e refletir sobre os impactos e consequências
das suas escolhas, no sentido de confirmar (ou não) as suas ambições e expectativas
quanto ao seu Projeto de Vida.
Por óbvio, o Estudo Orientado deverá apoiar o estudante para se organizar e assumir
as responsabilidades inerentes à sua condição de jovem, praticando o que foi aprendido por
meio da adequada utilização dos tempos planejados para a realização dos seus estudos.
O trabalho realizado nos Estudos Orientados precisa ser definido a partir de suas
características que é de assegurar momentos específicos onde aprender a estudar ganhe
centralidade nas práticas de ensino. Dessa forma, é necessário ter clareza dos objetivos
desta atividade complementar e a partir deles planejar previamente quais os procedimentos
que serão trabalhados em cada trimestre do ano letivo. Um ambiente favorável e que faça
sentido para que os Estudos Orientados ocorram é onde tenha estímulos para o QUERER
estudar (ter uma atitude positiva para o estudo); PODER estudar (desenvolver habilidades e
utilizar-se delas); e SABER estudar (utilizar estratégias que favoreçam sua aprendizagem.
O início do ano letivo é um bom momento para realização deste plano de trabalho
que pode inclusive ser elaborado com a participação dos professores das demais áreas do
conhecimento, haja vista, que as orientações de estudo desenvolvidas nesta atividade
complementar repercutirão favoravelmente em todos os componentes curriculares. Assim,
garante-se uma progressão no ensino desses procedimentos que poderão ser retomados
e/ou aprofundados nos anos subsequentes.
A importância dos Estudos Orientados se dão a partir de:
● Reconhecer a importância do desenvolvimento de hábitos e de rotinas de estudo;
● Reconhecer os elementos essenciais para o ato de estudar;
● Compreender a diferença entre intensidade e qualidade de estudo;
● Desenvolver a capacidade de se organizar para estudar;
● Compreender e aplicar técnicas de estudo na rotina diária;

35
● Consolidar hábitos e rotinas de estudo.
Todos esses pontos estão em consonância com o RCGEM (p.20) que dialoga em
relação a construção de um currículo estruturado pela participação ativa dos estudantes
(participação essa nos momentos de condução e formas de estudar), pois um processo de
ensino eficaz implica pensar numa construção curricular que coloque o estudante como ator
principal, ou seja, protagonista de sua aprendizagem.
É uma oportunidade para estimular uma das mais genuínas práticas do jovem
solidário e do jovem protagonista: as atividades de monitoria. Quando um estudante é
estimulado e coloca à disposição de um colega aquilo que sabe, aliado ao seu tempo e
talento, está se dispondo a fazer parte (com o que sabe) da solução do problema do seu
colega (que ainda não sabe). Portanto, são desenvolvidas não apenas habilidades
cognitivas, mas também habilidades socioemocionais.
As metodologias utilizadas nos momentos de Estudo Orientado devem promover e
estimular o desenvolvimento de competências cognitivas, que para Antonio Carlos Gomes
da Costa visa o desenvolvimento intelectual, a gestão do conhecimento, a exemplo da
capacidade de compreensão, análise e síntese, e pode ser ilustrada nas aprendizagens do
pilar do Aprender a Conhecer e suas respectivas habilidades metacognitivas:
● Aprender a aprender (autodidatismo) - diz respeito à busca permanente e insaciável
de conhecimento pelo homem. Aprender como aprender resulta em atitudes como a
curiosidade e o gosto por ter contato com o novo em todos os espaços, seja na
escola, no tempo livre, no lazer, nos relacionamentos;
● Ensinar o ensinar (didatismo) – relaciona-se com as habilidades didáticas. É quando
alguém motiva o outro a conhecer, a querer conhecer e ser capaz de construir
conhecimentos com os outros e transmitir-lhes o que sabe, apoiando no
desenvolvimento e nas descobertas;
● Conhecer o conhecer (construtivismo) – trata-se de preparar o ser humano para
produzir conhecimentos, não apenas assimilá-los, tirá-lo da reduzida e fragmentada
dimensão de aplicador de conhecimentos, convidando-o a dar um salto qualitativo
para produtor de conhecimentos.
Consolidar o entendimento dos Estudos Orientados é um passo importante em
busca da garantia de uma melhor aprendizagem, do desenvolvimento do protagonismo
juvenil e na tomada de decisões por parte dos estudantes, refletindo sobre o que sabem e o
que precisam saber para seguir em busca de seu Projeto de Vida.

36
Práticas Experimentais (Em transição)35
Assim como as demais Metodologias de Êxito, as Práticas Experimentais não são
práticas desarticuladas dos elementos teóricos e conceituais das aulas de Matemática,
Física, Química e Biologia, mas, parte indissociável deste trabalho.
As Ciências da Natureza e a Matemática podem ser ferramentas de transformação,
iniciando no mundo da escola e expandindo-se mundo afora, uma vez que na sua essência
a ciência demanda protagonismo e não há cientista que não seja protagonista e não há
protagonista que não se utilize de algum dos meios da ciência para realizar seu Projeto de
Vida.
Considerando os Quatro Pilares da Educação – um dos Princípios Educativos do
Modelo da Escola da Escolha – as ciências da natureza e a matemática podem atuar como
catalisadores das ações de autonomia, responsabilidade e superação de limites (“aprender a
ser”), da aprendizagem e construção do conhecimento em uma perspectiva também de
produção do conhecimento (“aprender a conhecer”), na construção de soluções por meio da
aplicação do conhecimentos, da construção de modelos, ensaios, protótipos e metodologias
adequadas a cada objetivo (“aprender a fazer”) e na construção coletiva de soluções que
aprimoram a convivência e a colaboração, essencial na ciência (“aprender a conviver”).
Práticas Experimentais é um componente que integra os Itinerários Formativos das
escolas EMGTI e são constituídas de atividades voltadas para todos os componentes
curriculares, com base em suas áreas, com o objetivo de fortalecer o letramento científico
dos estudantes, bem como garantir a diversidade nas áreas do conhecimento, com formas
diferenciadas para o ensino e aprendizagem.
Em conformidade com as possibilidades existentes na escola, as aulas podem
ocorrer nos laboratórios (caso disponível) ou em outros espaços formativos da escola e
devem estar voltadas para o estudo investigativo, ou seja, devem proporcionar aos
estudantes o desenvolvimento de habilidades cognitivas e a compreensão do trabalho
científico, do movimento, do corpo, dos contexto históricos e demais conceitos pertinentes. É
possibilitar aos estudantes compreender a relação entre teoria e prática.
Contudo, para o ano letivo de 2023 as escolas EMGTI terão o componente curricular
Práticas Experimentais nas 4 áreas de conhecimento, essa proposta se deu pela
necessidade de reforçar e diversificar o conhecimento nessas áreas, propondo novos
métodos de trabalho e fortalecendo a aprendizagem desses componentes. Recomendamos

35
A concepção desta metodologia da forma que se apresenta neste documento traz fortemente as referências
da Escola da Escolha. Esta proposta, originalmente, se restringe ao trabalho com os componentes de
matemática e de Ciências da Natureza.

37
também que sejam os professores da FGB (de cada área do conhecimento) que lecionam
as aulas de práticas experimentais, de modo que as competências e habilidades estejam
alinhadas. Caso não seja possível, um alinhamento entre os professores se faz necessário.

Práticas Experimentais de Matemática

O componente curricular de Práticas Experimentais de Matemática tem como


objetivo o desenvolvimento de habilidades interdisciplinares, fazendo-se o uso de
situações-problema, formulação de hipóteses e análise de resultados. As atividades
desenvolvidas no presente componente, buscam contextualizar as vivências e práticas dos
estudantes, oportunizando a reflexão, análise, levantamento de dados e solução de
problemas. Busca-se desenvolver habilidades relacionadas à Matemática e suas aplicações,
priorizando pela transversalidade e interdisciplinaridade.

Práticas Experimentais de Linguagens e suas Tecnologias

O Componente Curricular Práticas Experimentais de Linguagens e suas Tecnologias


tem como objetivo desenvolver habilidades que visem o uso de diversas práticas de
linguagem, uma síntese entre o conhecimento teórico abordado na FGB e o aprofundamento
prático dos mesmos. As propostas podem surgir na solução de problemas, identificados
através do levantamento de hipóteses e análise da realidade a partir da interpretação de
textos verbais (leia-se textos impressos, discursos orais, mídias) e não verbais (leia-se
vestimentas, imagens, paisagens, fotografias, jogos, movimentos, danças e outros),
enquanto elementos de atuação dos diversos usos da linguagem (cultura digital,
multiletramentos e letramentos, entre outras denominações que procuram designar novas
práticas sociais de linguagem). Assim este componente preza por garantir que as juventudes
se reconheçam em suas pertenças culturais, com a valorização das práticas locais, do
projeto de vida dos/das jovens e acesso às práticas dos letramentos valorizados. Nesse
sentido, é por meio da experimentação, isto é, nos usos pragmáticos e nos diversos gêneros
do discurso (seus contextos de aplicação) que compõem a linguagem que este
componente espera ampliar a visão de mundo e propor soluções a partir da realidade
(problemas, demandas e situações), na qual a comunidade escolar está inserida.

Práticas Experimentais das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

38
As práticas experimentais de Ciências Humanas farão uma trajetória progressiva
durante os três anos do Ensino Médio. Propõe-se que se realizem diálogos e consultas junto
à escola e comunidade local para definição de temas de pesquisas, elaboração de projetos
e realização de práticas e experimentos.
No Primeiro Ano, a ênfase dar-se-á como imersão na realidade buscando
problemáticas a serem estudadas em primeiros ensaios. O Segundo Ano enfatiza a
continuidade do aprofundamento, do conhecimento e ampliação de práticas, consolidando a
pesquisa como principal ferramenta. No Terceiro Ano, a ênfase se dá no aprofundamento
das práticas de pesquisas e na comunicação de seus resultados, propiciando debates e
maiores interações com a comunidade.
Promove também o desenvolvimento da argumentação científica, levando os
estudantes a ampliar, diversificar e aprofundar conceitos, construindo procedimentos a partir
das temáticas dos componentes curriculares.

Práticas Experimentais das Ciências da Natureza

Nas Ciências da Natureza as práticas experimentais propõem-se a desenvolver


durante os três anos do ensino médio, projetos investigativos, práticas laboratoriais, saídas
de campo, através de atividades complementares nas disciplinas de Biologia, Física e
Química. Tendo como principal objetivo promover o conhecimento científico, a fim de
desenvolver no/na estudante a capacidade de interpretar o mundo, suas transformações e
os fenômenos naturais cotidianos, através da análise de fatores, das relações e conexões
existentes entre eles. O conhecimento científico torna o indivíduo consciente de sua
responsabilidade socioambiental, desenvolvendo nele a tão necessária consciência
ecológica.
Referindo-se ainda a importância da experimentação Santos (2005) enfatiza que:
O ensino por meio da experimentação é quase uma necessidade no âmbito das
ciências naturais. Ocorre que podemos perder o sentido da construção científica
se não relacionarmos experimentação, construção de teorias e realidade
socioeconômica e se não valorizarmos a relação entre teoria e experimentação,
pois ela é o próprio cerne do processo científico. (SANTOS, 2005, p.61).

Para além disso, busca despertar no indivíduo o sentimento de pertencimento e a


valorização de sua cultura.

39
Componentes Curriculares Obrigatórios dos Itinerários
Formativos

Mundo do Trabalho (em transição)36

O componente Mundo do Trabalho tem o objetivo de suscitar discussões acerca da


formação dos estudantes no que se refere à inserção social no mundo produtivo através do
trabalho e renda.
O Ensino Médio tem o compromisso de orientar os jovens estudantes nas definições
do seu futuro pessoal e profissional, visando ao sucesso do seu projeto de vida. Atitudes e
comportamentos saudáveis e éticos são importantes para projetar cenários favoráveis à
inserção no mundo do trabalho, do aperfeiçoamento da formação pessoal, técnica e/ou
universitária. Desse modo, estudar as diferentes modalidades e cursos que habilitam
profissões, pesquisar vocações econômicas e campos de atuação profissional, conhecer as
demandas de qualificação e de trabalho em diferentes escalas, são imprescindíveis para
escolha de Itinerários Formativos que conjuguem seus desejos com as possibilidades reais
de inserção social e profissional. Compreender o mundo do trabalho se coloca para além da
profissionalização juvenil precoce porque objetiva envolver e acompanhar as características,
evoluções, transformações, surgimento e diálogo com as novas ocupações e com as novas
potencialidades profissionais, oportunizando a realização das escolhas na dinâmica
sócio-histórica, ética-política, científico-cultural e econômico-financeira.
O componente curricular Mundo do Trabalho convida os estudantes a refletirem, de
forma mais estruturada, sobre seus interesses profissionais, afinal de contas, antever uma
trajetória profissional pode ser um passo desafiador. Além da falta de informação sobre o
mundo do trabalho, muitas vezes, nesse processo, eles vivenciam conflitos internos, como o
medo de fazer escolhas das quais se arrependerão. Há casos em que, por razões como
dificuldades financeiras ou pressão familiar, os estudantes não têm a percepção de que
podem fazer escolhas sobre o seu futuro profissional, planejar rotas e caminhos em direção
ao que desejam ou mesmo construir um repertório de práticas profissionais para embasar
suas escolhas. Além de objetivar o reconhecimento das profissões, o componente deve
oportunizar conhecimentos acerca de conceitos relevantes para a formação cidadã com
metodologia dinâmica e integral das juventudes.
36
A concepção desta metodologia da forma que se apresenta neste documento traz fortemente as referências
da Escola da Escolha.

40
Cultura e Tecnologias Digitais

O componente curricular de Cultura e Tecnologias Digitais aborda os diversos


sentidos e conceitos de tecnologia, seus contextos, implicações e impactos no mundo
cotidiano, bem como, as potencialidades e perspectivas de qualificação social da vida
humana. Por meio das tecnologias digitais, os professores podem diferenciar, personalizar a
experiência de aprendizagem e obter dados que ajudem a conhecer o processo de
aprendizagem de seus estudantes, oferecendo experiências de acordo com ritmo, com
tempo, com espaço e com desejo de cada um, incentiva ainda um aprendizado mais
colaborativo e ao mesmo tempo autônomo, em que o estudante seja protagonista na
produção do próprio conhecimento. Além da compreensão para resolução de problemas, no
desenvolvimento da criticidade e da participação social, entendendo o impacto das
tecnologias tanto na sociedade como na vida das pessoas.
As tecnologias digitais possibilitam que o estudante continue seu processo de
aprendizagem para além das atividades da sala de aula e para a vida. Mais do que apenas
ensinar essa disciplina, a cultura digital deve ter foco dentro das escolas e proporcionar aos
estudantes conhecimentos úteis, não somente para eles, mas para a sociedade como um
todo. Pensar de forma crítica e reflexiva as circunstâncias desencadeadas com o advento
das tecnologias digitais e a instituição de uma cultura digital como ferramenta criativa e
cultural, implica uma práxis interdisciplinar que permeia as áreas do conhecimento da
Formação Geral Básica e instrumentaliza o estudante para os desafios do século XXI

Protagonismo Juvenil (Em Transição)37

O trabalho em torno do Protagonismo Juvenil deve ser capaz de situar o jovem na


centralidade da prática educativa, garantindo participação ativa no processo de
aprendizagem.
Para isso é preciso que o jovem seja submetido a discussões teóricas de conceitos
como responsabilidade, autonomia, compromisso, representação e participação e também
que haja espaços e situações para que possa agir e colocar em prática o que aprendeu.
Nesta perspectiva, nas escolas que compõem o EMGTI Protagonismo é Princípio Educativo,
como já visto neste documento, é prática pedagógica e é Premissa de Gestão como

37
A concepção desta metodologia da forma que se apresenta neste documento traz fortemente as referências
da Escola da Escolha. Protagonismo, para a Escola da Escolha, caminha de mãos dadas com o Projeto de Vida
dos jovens.

41
veremos mais à frente.
O Protagonismo Juvenil, quando intencionalmente trabalhado, fortalece os vínculos
entre juventude e escola, além de contribuir para a formação integral do indivíduo,
desenvolvendo habilidades não cognitivas fundamentais para o exercício cidadão. O
estudante protagonista é autônomo em seu processo de aprendizagem, ele aplica e
desenvolve a solidariedade consigo e com seus colegas, ele entende a importância da
competência para a construção do seu projeto de vida e através de suas práticas torna-se
empático e responsável.
É preciso compreender que o Protagonismo Juvenil deve existir enquanto princípio
no ambiente escolar de modo a orientar a ação de toda a equipe, e não apenas em
determinada aula ou espaço. A abertura para a participação juvenil deve ser constante e
exige, fundamentalmente, uma mudança no olhar docente a respeito da juventude. Nesse
sentido, entender o jovem como fonte de liberdade (capaz de decidir e fazer escolhas),
iniciativa (capaz de tomar decisões com base no conjunto de valores que possui) e
compromisso (responsável pelas suas ações) é essencial para que tenhamos êxito.
Faz parte do trabalho com as práticas de Protagonismo na escola: a formação dos
Clubes Juvenis, a implementação da Liderança de Turma, o Movimento com o Conselho de
Classe, entre outras possibilidades.

Iniciação Científica

Entende-se “iniciação científica” como um processo inicial da formação do


pesquisador em sua fase preliminar da busca pela informação de forma sistemática, bem
como na elaboração de métodos e apresentação de suas pesquisas. Segundo o Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), “para desenvolver um país é
necessário desenvolver pessoas: elevar o patamar de informação disponível e prover à
população os conhecimentos básicos de ciência e tecnologia...”. “Além disso, é necessário
estimular os jovens a se tornarem profissionais da ciência e da tecnologia, para avançarmos
no conhecimento existente. Assim, é preciso que desde os primeiros anos da educação
formal os(as) estudantes sejam postos em contato com a cultura científica...”.
As atividades científicas buscam incentivar o interesse pela pesquisa, fomentando a
leitura, a escrita e a oralidade, e promovendo a criatividade, o espírito inovador, o uso de
novas tecnologias, o comportamento sustentável, o empreendedorismo e o conhecimento,
por meio da alfabetização e da iniciação científica. Por ter esse direcionamento, sugerimos
que essas aulas tenham um enfoque e conexão maior com o componente de Língua
42
Portuguesa, oferecendo subsídios, reflexões e ideias para o fortalecimento de conceitos já
trabalhados, bem como a importância da oralidade, do controle de tempo, da pesquisa
científica e técnicas para desenvolvimento.
Por ter uma carga horária elevada nas 2ª e 3ª séries, sugerimos que elas aconteçam
em dias separados, 2 aulas em um dia, 2 em outro, evitando que aconteça as 4 aulas no
mesmo dia.

43
ROTINAS E PRÁTICAS EDUCATIVAS38

Faz-se necessário estabelecer uma rotina escolar para que seja possível gerenciar o
tempo e elencar prioridades, melhorar o desempenho escolar, organizar e planejar as
atividades diárias e fomentar o desenvolvimento integral, por conta disso, estabelecer essas
práticas de rotina contribuem imensamente para o entendimento e desenvolvimento por
parte de toda comunidade escolar. Abaixo, elencamos as rotinas e práticas educativas das
escolas EMGTI:

Acolhimento

É uma Prática Educativa que objetiva consolidar, por intermédio de um conjunto de


atividades, a mensagem de que acolher, receber e aceitar as pessoas, sejam elas os
estudantes, a Equipe Escolar ou os Pais e Responsáveis, é parte indissociável do Projeto
Escolar e é elemento fundamental para o seu desenvolvimento de todo o processo
educativo, é uma ação deliberada e intencional.
O Acolhimento é a “porta de entrada” de conceber a educação e transformar a escola
criando condições para a realização de sua tarefa e de sua função social mais importante: o
Projeto de Vida dos estudantes.

Acolhimento da Equipe Escolar:

Realiza-se na abertura do ano letivo, durante um dia, na própria escola, contando


com a presença de toda equipe escolar (equipe gestora, professores e demais
profissionais). É um momento valioso de integração da equipe que atuará ao longo do ano
em busca de alcançar os objetivos estabelecidos. É um momento de reflexão sobre a
importância de estarem presentes, envolvidas e comprometidas em atuarem em busca do
Projeto de Vida dos estudantes e dos próprios.
É no Acolhimento que as expectativas e desafios do Modelo da Escola da Escolha
são compartilhados, um momento de assumir a corresponsabilidade pela sua construção e
execução, de repensar posturas e reafirmar a sua intenção em trabalhar em prol do Projeto
de Vida dos estudantes.

38
A concepção das Práticas e Rotinas como aqui se apresentam traz fortemente as referências da Escola da
Escolha.

44
Acolhimento dos Pais e Responsáveis:

Objetiva-se com esse acolhimento apresentar as bases do projeto escolar, a visão e


missão da escola, estabelecer vínculos e estimular o desejo de fazer parte da comunidade,
é o entendimento de que todos fazem parte e são fundamentais na Escola da Escolha.
Nesse momento é compartilhado a importância dos mecanismos de apoio e
acompanhamento do desenvolvimento do ensino e aprendizagem dos estudantes, bem
como as ações e estratégias que contribuam para formação em todas suas dimensões

Acolhimento Inicial:

O Acolhimento demonstra, desde os primeiros dias do ano letivo, a importância de


cada pessoa no processo de construção, autodesenvolvimento e de realização do seu
Projeto de Vida, garantindo a troca de experiências e integração na escola. É marcado pela
chegada de todos os estudantes na escola e pela sua introdução em uma nova realidade
que será permanentemente alimentada pela sua presença como sendo a razão pela qual
toda a Equipe Escolar trabalhará. É o momento de sonhar e os produtos da reflexão sobre
os sonhos comporão um rico material que auxiliará a equipe escolar a trabalhar e dar forma
ao Projeto de Vida de cada estudante.
O Acolhimento é uma excelente oportunidade para estimular os estudantes a
identificarem o ambiente como a “Escola dos Sonhos” da qual todos fazem parte e a
constroem juntos. Por isso, é realizado de forma planejada, intencional e fundamentada no
princípio da Pedagogia da Presença. Um acolhimento prazeroso e humano, motiva os
estudantes na nova escola.
É necessário estimular o estudante a pensar sobre:
● O seu papel como protagonista de sua própria vida;
● O seu papel como agente ativo de transformação e renovação na sociedade;
● Como deixar de ser um mero espectador da sua vida e se tornar promotor de suas
próprias ações;
● Como se identificar como fonte inspiradora de transformação.

Acolhimento Diário:

45
É executado de modo intencional e diário junto aos estudantes de todas as turmas.
Os conceitos presentes no Acolhimento realizado no início do ano se estendem para o
cotidiano escolar por meio do Acolhimento diário e deve ser entendido como algo muito além
do ato de receber os estudantes na porta de entrada da escola porque deve ser realizado de
forma planejada, intencional e fundamentado nos princípios da Pedagogia da Presença.
O Acolhimento é a primeira oportunidade da escola começar a fazer sentido e de ser
o lugar onde finalmente o estudante é reconhecido, visto, ouvido, respeitado e acolhido. Ele
é realizado como oportunidade para comunicar aos estudantes que são bem-vindos para
aquele dia na escola, e o fazem por intermédio da troca de pequenos gestos, porém
fundamentais, tais como:
● O sorriso que acolhe;
● O bom dia verdadeiro;
● O olhar atento;
● A busca pela compreensão de possíveis problemas;
● A percepção de que algum estudante chegou de maneira diferente do usual para a
jornada escolar.
Todos os estudantes são acolhidos por meio de atividades planejadas e executadas
pela equipe escolar, nas escolas EMGTI é o vice-diretor quem cuidará dessa rotina. Estas
atividades também podem ser planejadas e executadas pelos próprios estudantes por meio
dos Líderes de Turma ou pelos Clubes Juvenis. É parte fundamental da rotina escolar e da
valorização do protagonismo juvenil.

Tutoria (Em transição)

Tutoria é uma situação de interação, de presença na vida do outro, em que uma


pessoa dá apoio para tornar possível que ela desenvolva e/ou ponha em ação algum direito,
dever, conhecimento, competência ou habilidade. A Tutoria tem por finalidade atender os
estudantes nas suas diferentes necessidades e expectativas e promover o
acompanhamento integrado das demais metodologias desenvolvidas na escola. A
Pedagogia da Presença deve ser o princípio norteador para o professor na prática da tutoria,
pois é essencial que o tutor seja uma referência e se faça presente na vida do estudante em
todos os espaços e tempos escolares.
O RCGEM traz também essa perspectiva de apoio e interação entre estudantes e
educadores quando, na página 30 diz “Os protagonistas juvenis desejam percorrer um

46
caminho novo, de construção e desconstrução de saberes, práticas e ideologias; no entanto,
querem ter ao seu lado um auxílio ou mentoria, que lhes dê segurança, assertividade e
dinamicidade”. A tutoria precisa ser autêntica para a construção do Projeto de Vida do
estudante.
Na prática, a Tutoria, como preconiza o modelo da Escola da Escolha - a ser
trabalhado junto ao EMGTI -, é um método para realizar uma interação pedagógica em que
o Professor Tutor acompanha e se comunica com os estudantes de forma sistemática,
planejando seu desenvolvimento e avaliando a eficiência de suas orientações de modo a
resolver problemas que possam ocorrer durante o processo educativo com vistas ao
desenvolvimento do Projeto de Vida nos âmbitos:
● Orientação pessoal: para proporcionar uma formação integral e facilitar seu
autoconhecimento, sua adaptação e a tomada de decisões, apoiar e orientar as
mudanças advindas da evolução do seu Projeto de Vida;
● Orientação escolar ou acadêmica: para apoiar a superar as dificuldades quanto a
hábitos e métodos de estudo inadequados ou ineficientes, necessidade de
integração com o grupo, mediação junto aos professores etc.;
● Orientação profissional: para apoiar no processo de autoconhecimento diante das
opções de estudos e oportunidades existentes no âmbito profissional; favorecer
escolhas acadêmicas e profissionais coerentes com sua personalidade, suas
aptidões e seus interesses.

O professor tutor cria relações de confiança, respeito e afinidade mútuas para as


pessoas com quem interage, ele caminha ao lado dos estudantes, apoiando e respeitando
suas decisões. É alguém que tem disponibilidade para servir e tem genuíno interesse em ver
o próximo atingir seus objetivos.
Nas escolas EMGTI temos a situação onde muitos de nossos professores não têm
carga horária integral na escola, mas isso não impede que a tutoria ocorra. O interesse
genuíno na aprendizagem e desenvolvimento do estudante deve estar presente em todos os
profissionais da escola e os momentos de tutoria podem ser desenvolvidos nas salas de
aula, no 1x1, em qualquer momento onde possa ocorrer essa interação, o “fazer-se
presente” por parte do professor para com seu estudante.

47
PRÁTICAS E VIVÊNCIAS EM PROTAGONISMO

São ações concretas e intencionais empreendidas por toda Equipe Escolar,


considerando a presença dos estudantes no espaço escolar e no seu entorno social. É por
meio das Práticas Educativas de Vivências em Protagonismo que o estudante tem a
possibilidade de novas experiências, de crescer como sujeito mais competente e seguro de
si mesmo, de intensificar suas relações com a escola e seu entorno e de desenvolver uma
autonomia mais responsável, deixando de ser um receptor passivo para ser uma fonte
autêntica de iniciativa, compromisso e liberdade. Ou seja, a partir de algumas experiências,
os estudantes criam novas necessidades de aprendizagem essenciais para a construção do
seu Projeto de Vida. A partir do momento em que o estudante interfere e atua nas questões
da escola, ele adquire o compromisso para com esse local, desenvolvendo seu
protagonismo.

Clubes de Protagonismo

Os Clubes de Protagonismo, são espaços destinados à prática do Protagonismo


Juvenil, principalmente quanto à autonomia e à capacidade de organização e gestão, são
concebidos para se constituírem a partir dos interesses dos estudantes, havendo, porém, a
ressalva de que eles devam sempre atender a exigências de relevância para a formação
escolar. Para que um Clubes de Protagonismo possa ser formado é preciso que os alunos
interessados proponham uma forma de organização para o clube e objetivos a serem
atingidos. Eles são mais do que espaços de criação ou de lazer, pois objetivam que os
jovens, norteados por um documento orientador e práticas próprias de gestão, exercitem o
convívio e as práticas de organização.
É importante observar que os Clubes de Protagonismo podem existir concomitante
ao Grêmio Escolar que segundo a Lei nº 7.398 de 4 de novembro de 1985 assegura a sua
existência e os define como entidades autônomas representativas dos interesses dos
estudantes secundaristas com finalidades educacionais, culturais, cívicas, esportivas e
sociais.
A formação de Clubes de Protagonismo deve ser estimulada e apoiada pelos
professores e pela equipe gestora. No entanto, o grau de interferência dos adultos nas
48
ações do Clube depende do nível de maturidade dos estudantes e do grau de complexidade
que possa demandar. Sugerimos que esse assunto seja trabalhado nas aulas de
protagonismo juvenil, fornecendo aos estudantes apoio do professor para a criação e gestão
de seus clubes.
Os Clubes de Protagonismo não entram como carga na matriz curricular, mas
acontecem em momentos ao longo do dia, como em intervalos e almoços, sendo uma
proposta para usar esse tempo na escola para que os estudantes possam desenvolver
diferentes habilidades.

Liderança de Turma

Nesta prática, os jovens têm a possibilidade de exercer a sua capacidade de


liderança a serviço do desenvolvimento de sua turma, servindo de exemplo e referência para
os seus colegas, inspirando-os e contribuindo para a mudança de suas posturas,
apoiando-os no envolvimento das soluções que dizem respeito a tudo aquilo pelo qual ele
desenvolve uma atitude de não indiferença seja em relação à escola, à sua comunidade, às
pessoas, etc
A rotina escolar é organizada de modo a comportar reuniões periódicas desses
líderes com a equipe gestora da escola, de modo a viabilizar sua participação sem
comprometimento das demais atividades. Por meio da atuação dos líderes de turma, as
escolas de EMGTI pretendem, por um lado, ampliar os espaços de manifestação do
Protagonismo Juvenil e, por outro, aprimorar sua gestão escolar, garantindo a participação
de seus estudantes.
A base da liderança de turma está ancorada no desenvolvimento de uma prática
reflexiva que envolve todos os estudantes no exercício da confiança requerida para liderar e
ser liderado. A liderança é algo a ser estimulado, aprendido, experimentado e vivenciado
pelos estudantes com o apoio dos adultos que o enxergam como seres capazes de atuar a
partir de situações reais.
A liderança caracteriza-se pela assunção de responsabilidades junto aos colegas e
aos professores para favorecer a criação de um ambiente colaborativo, participativo e
responsável que beneficie toda a turma. Todas as turmas precisam ter seu Líder, que a
represente perante a Equipe Gestora e com quem se reúne periodicamente.
Para a indicação dos Líderes de Turma, recomendamos a realização de uma eleição,
precedida de discussões com os estudantes sobre o significado do papel do líder e dos

49
liderados, bem como dos critérios que definem o perfil desejado e indicado para
representá-los como líderes.
A proposta de atuação do Líder de Turma como protagonista está no entendimento
do papel e responsabilidades que deve assumir em busca do bem-estar coletivo. Assim,
todos os Líderes de Turma devem participar das reuniões com a Gestão da escola e de
reuniões entre Líderes que fazem parte de uma agenda coletiva.
Na figura 5 abaixo, compartilhamos algumas diferenças entre um estudante líder e
um estudante protagonista:

Figura 5: Diferenças entre um estudante líder e um estudante protagonista

Fonte: Imagem criada pelo professor Marcos, da escola ETI Prefeito João Lyra Filho em Caruaru/PE para formação da equipe

50
ESPAÇOS EDUCATIVOS39

A escola é espaço público, local de encontro e interação social. Nela os estudantes


aprendem e conhecem o mundo pela exploração permanente e descobertas provisórias.
Seu espaço físico não pode ser concebido como um simples lugar “cheio de estudantes”.
Ele é mais que isso. Esse lugar deve promover relacionamentos, encontros, tanto entre os
adolescentes e os jovens, como entre eles e os adultos que fazem parte de suas vidas. Por
isso, os ambientes não podem representar ou ter fronteiras definidas, sejam elas como
físicas (muros, divisórias, grades) imaginárias, fruto de uma condução pedagógica
segmentada, ou ainda, atitudinais, que separam, ainda que simbolicamente, os
considerados “diferentes” no espaço escolar. Tudo deve permanentemente convidar e atrair
os olhos e os corpos de um espaço para o outro. Todos os dias, todas as pessoas, em todos
os momentos.
Assim, esse espaço é, em essência, o lugar onde se processa o desenvolvimento do
ensino e das muitas aprendizagens, e por isso, deve ser analisado como resultado da
expressão cultural de uma comunidade: porque reflete e comunica aspectos que vão muito
além de sua concretude e dos seus elementos construtivos.
Os espaços precisam ser flexíveis de maneira a permitir modificações, tanto por
parte dos professores, como dos estudantes, sensíveis às necessidades e possibilidades
dos processos de ensino e aprendizagem, são espaços em que a ideia central é a de que
todos convivem, ensinam e aprendem permanentemente nesses locais.

Salas Temáticas no EMGTI

A sala de aula é um dos locais onde se processa o ensino e a aprendizagem e, por


consequência, de estabelecimento de relações de troca, de reciprocidade entre o educador
e o educando.
Nesse ambiente, todos estão juntos e são expostos igualmente aos mesmos
estímulos educativos, seja pelas trocas realizadas ou pelos recursos disponíveis em seu
ambiente. Esta forma de organização representa uma ruptura no tradicional aproveitamento
do espaço da sala de aula. São ambientes onde se realizam as aulas previstas no currículo

39
A concepção de como se pensa o uso e a funcionalidade dos Espaços Educativos descritos neste documento
traz fortemente as referências da Escola da Escolha. É sabido que outros já o fizeram de forma próxima, por
isso, evidenciamos que sua leitura deve ser feita de modo correlato com os demais elementos do Programa.

51
escolar e deverão, sempre que possível, ser equipadas com recursos tecnológicos e
ambientadas de acordo com o componente curricular que abrigarão. Seu funcionamento é
aquele em que o estudante é quem muda de sala conforme a aula, o que o impele a ter
senso de corresponsabilidade, a autorregulação, o movimento de importantes competências
socioemocionais e protagonismo com a sua aprendizagem.
A organização das Salas Temáticas, assim como dos demais ambientes da escola,
deve considerar a diversidade dos estudantes sempre tendo presente que estes espaços
devem ser inclusivos e acessíveis.
Com as Salas Temáticas e a adequada utilização dos recursos, os estudantes terão
mais estímulos por meio de um ambiente mais funcional, ajustado ao desenvolvimento das
aulas e atrativo ao aprendizado. Para os professores, as Salas Temáticas possibilitam:
● A organização do próprio espaço alinhado aos conteúdos;
● A liberdade e diversificação de metodologias de ensino;
● A otimização do tempo pedagógico;
● A criação de um ambiente mais funcional, que dialoga por meio de recursos variados
com o componente curricular e/ou área de conhecimento que acomoda;
● A potencialização do tempo previsto de aula;
● A observação de determinados comportamentos socioemocionais que estão sendo
mobilizados nos estudantes frente às demandas de autogestão e autorregulação.
A implantação das Salas Temáticas deve ser feita no início do ano letivo, desde o
primeiro dia de aula. É importante assegurar boa comunicação visual na escola, garantindo
que os estudantes aprendam a circular adequadamente entre os ambientes, sempre
reforçando o respeito para com o espaço e o protagonismo de cada um no cuidado e
organização das salas.

52
O MODELO DE GESTÃO40

O desenvolvimento dos processos nas escolas EMGTI pressupõe o bom


desempenho dos diretores e sua compreensão democrática, dentro de cada especificidade
da escola, estimulando sua efetivação. A sua atuação, conforme determina o inciso VIII do
art. 3º da LDB, destaca:
Art. 3º (...)
VIII - gestão democrática do ensino público na forma desta Lei e da legislação dos
sistemas de ensino.
Art. 14º Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino
público na Educação Básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os
seguintes princípios:
I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico
da escola;
II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes.

Na direção de uma gestão escolar democrática, em que o diretor escolar exerce a


atividade fim, que é a pedagógica, podemos vislumbrar tal gestão como um espaço repleto
de aprendizagens e formação cidadã dos estudantes, em que se exerce a
corresponsabilidade por dirigir a escola. Assim, na organização da prática pedagógica da
escola, o diretor é o mediador entre a coletividade da escola e seus sujeitos sociais, ou seja,
aqueles a quem se destina a educação.
De acordo com Sposito (2005, p. 55) “a gestão democrática deve ser um instrumento
de transformação das práticas escolares, não a sua reiteração. Este é o seu maior desafio,
pois envolverá, necessariamente, a formulação de um novo projeto pedagógico.”
O diretor escolar, na perspectiva democrática é, portanto, aquele que propicia as
condições para que a comunidade escolar participe do processo de organização
pedagógica. Ao trabalhar no coletivo, ele descentraliza decisões, torna-se o articulador
democrático da instituição, pois uma gestão que se considere democrática, compromete-se
com toda a comunidade escolar.

40
O Modelo de Gestão aqui apresentado refere-se ao trabalho empreendido pela Escola da Escolha. Trata-se
de algo de extremo valor e necessidade na concretização dos Projetos de Vida dos estudantes bem como nas
entregas que a escola se propõe a fazer no movimento do Ciclo Virtuoso.

53
Para Paiva (2018), é preciso considerar que a gestão escolar no paradigma
democrático se realiza em projetos, e que estes colaboram com a organização em que o
administrador se atenta para o trabalho feito na coletividade. Constitui-se então, como papel
do diretor, promover a participação da comunidade nas decisões, ao mesmo tempo em que
é legalmente autônomo para organizar os trabalhos da comunidade escolar, assim como
outras atribuições pedagógicas (RODRIGUES, 2016).
Os diretores devem atuar contribuindo e apoiando os projetos escolares, buscando a
melhoria na qualidade da educação, levando em consideração a opinião da comunidade
escolar, uma vez que se apresenta como mecanismo importante para o sucesso dos
processos. A fim de desenvolver a autonomia das escolas públicas, é necessário que a
gestão torne a participação da comunidade escolar efetiva, além de ter a necessidade de
dominar os processos administrativos e financeiros exigidos por lei para evitar o uso
indevido dos recursos e permitir a atuação de todos os envolvidos com qualidade. O Modelo
de Gestão das EMGTI vem contribuir, através de seus Princípios, Conceitos e Instrumentos,
para que este processo se efetive e se consolide em cada escola.
O Modelo de Gestão atua juntamente com o Modelo Pedagógico possibilitando que
as intenções sejam convertidas em ação e, assim, possa conferir integralidade à ação
educativa.
Para converter sonhos em Projetos de Vida, e assim avançar para que muitos
sonhos possam ser efetivados no ambiente de cada escola, o EMGTI introduz inovações em
conteúdo, método e gestão.
Para que estas inovações se concretizem lança-se mão do Modelo de Gestão
(traduzido pelos conceitos, princípios e instrumentos trazidos pela Tecnologia de Gestão
Educacional - TGE) que se coloca como base para que as intenções pedagógicas sejam
convertidas em ação.
A missão primordial da escola é garantir que a educação seja de qualidade para
todos e, na perspectiva que aqui apresentamos, atue de forma integral junto aos estudantes.
Muitos são os que participam deste processo: estudantes e seus familiares,
professores, equipe gestora, manipuladoras de alimentos, pessoal da secretaria escolar, ou
seja, todos aqueles que “fazem a escola acontecer”.
Além de serem muitos os envolvidos é de fundamental importância que cada um
saiba qual é o seu papel nesse processo e como suas ações e atitudes impactam nas ações
e nas atitudes dos outros atores da escola, ou seja, é fundamental que cada um saiba o que
fazer (definição de papéis) e com quem fazer (alinhamentos verticais e horizontais).

54
O modelo de gestão do EMGTI, promove, assim, o alinhamento do planejamento
com a prática dos professores e com as expectativas dos resultados educacionais, além de
uma abertura para o novo, uma nova forma de ver, sentir e fazer a escola.
O diretor tem papel fundamental neste processo, seja na gestão dos processos e
recursos, bem como na gestão das pessoas que compõem sua equipe. Como veremos mais
a frente, é ele quem conduz, de forma servidora e educando pelo trabalho, os processos
inerentes à escola, tal qual o capitão ao seu navio. E, como dito anteriormente, é esperado
que a escola atue pautada nos Princípios Educativos do Modelo, para tanto, é
imprescindível que o diretor conheça as condições essenciais41 para o funcionamento da
escola. Quando nos referimos às condições de funcionamento estamos nos referindo a:
1) Ter os estudantes presentes, permanentes, motivados e conscientes na
escola;
2) Ter uma equipe escolar alinhada, preparada, comprometida e motivada;
3) Ter uma comunidade envolvida e responsável;
4) Que os parceiros da escola sejam participativos;
5) Que a Secretaria de Educação se coloque de modo apoiador, presente e
atuante no planejamento, execução e revisão de seus processos e
instrumentos.

Sabe-se que nem sempre todas estas condições estarão dadas, assim, será
necessário criar caminhos para alcançá-las. Nesta direção a TGE apresenta-se de modo
muito eficaz por se mostrar capaz de adaptar-se a cada realidade considerando as
singularidades dos que fazem a escola ao mesmo tempo em que orienta as demandas
administrativas e pedagógicas desta.

Se cada estudante tem um sonho a ser convertido em Projeto de Vida a Escola


precisa materializar seu sonho na forma de um Plano de Ação que traduza os anseios de
sua comunidade.
O Plano de Ação (a materialização do sonho que aquele coletivo tem para sua
comunidade) de cada escola precisa ser acompanhado pela sua regional e, em última
instância, pela SEDUC via seu próprio Plano de Ação, que indica para onde o conjunto de
escolas que compõem o EMGTI vem caminhar, como elencado na figura 6.

41
O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

55
Figura 6: Exemplo do desdobramento do Plano de Ação da Secretaria para as
escolas

Fonte: Imagem dos autores.

56
PRINCÍPIOS E CONCEITOS DA TGE 42

O Modelo de Gestão, ou seja a TGE - Tecnologia de Gestão Educacional - , é mais


postura do que método de Gestão, desta forma atua com a tomada de consciência
integrando as diversas áreas do conhecimento, com diferentes saberes com vistas a educar
as pessoas.
Para que este movimento se efetive, assim como no Modelo Pedagógico, o Modelo
de Gestão é constituído por Princípios e Conceitos.

Princípios:
Ciclo Virtuoso:
Evidencia as relações existentes entre gestão pública, escola/estudante, investidores
sociais e comunidade, e como estas se retroalimentam por meio de um sistema de
comunicação pautado na confiança e na parceria.
Comunicação:
O Diretor deve ter a comunicação como foco de seu trabalho. Perdendo o foco, põe
em risco a sinergia da equipe.
Educação pelo trabalho:
Alicerçada na Pedagogia da Presença exerce influência construtiva e deliberada na
formação e no desenvolvimento das pessoas. Para tanto, todos e cada um devem se
colocar como um exemplo a ser seguido tanto entre os adultos como destes para com os
jovens.

42
O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

57
OS CONCEITOS DO MODELO DE GESTĀO43

Para ser operacionalizado no cotidiano o Modelo de Gestāo ancora-se, juntamente


com os Princípios já apresentados, em cinco conceitos:
O conceito de DESCENTRALIZAÇĀO preza para que as decisões e as
responsabilidades sejam distribuídas entre os protagonistas da ação, ou seja, os objetivos
da escola devem ser claros para gestores, coordenadores pedagógicos, professores,
pessoal da cozinha, da limpeza, da secretaria escolar e estudantes. Descentralizar significa
atuar no ambiente onde prevalece o respeito, a confiança e a disciplina, aqui tida como
envolvimento de todos para a realização de uma tarefa. Para tanto, o respeito mútuo se
torna algo imprescindível no cotidiano de trabalho, juntamente com o respeito mútuo a
confiança conquistada no dia a dia e balizada por valores como probidade e retidão.
O segundo conceito que o Modelo de Gestão traz é o de DELEGAÇĀO
PLANEJADA, que pressupõe que a liderança deva ser praticada embasada no potencial do
outro. Esse potencial necessita, obviamente, ser trabalhado, delegar, significa, então,
exercitar esta ação de forma gradual, sempre considerando as questões de ordem
filosóficas que alinha a todos na escola. Assim, cada qual que estiver envolvido em uma
tarefa delegada, seja da equipe escolar ao estudante, atuará com um nível crescente de
complexidade da ação.
O CICLO DE MELHORIA CONTÍNUA (Plan, Do, Check, Act - PDCA) trabalha com
as diferentes etapas de uma ação: planejar, executar, avaliar e ajustar. O Ciclo de Melhoria
Contínua, possibilita que as ações empreendidas, seja pelo Projeto escolas ou pelo Projeto
de Vida dos estudantes, possam ser acompanhadas e ajustadas ao longo do seu processo
de execução. O conceito aplica-se tanto nas ações pedagógicas (seja numa aula tanto da
FGB como da FD) como nas ações organizacionais e administrativas da escola. Contribui
sobremaneira para a gestão do tempo e a busca por melhores resultados pela equipe
escolar.

43
O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

58
Figura 7: O Ciclo de Melhoria Contínua (PDCA)

Caderno 11 - Tecnologia de Gestão Educacional. p. 28

O quarto conceito com o qual o Modelo de Gestāo atua diz respeito aos NÍVEIS DE
RESULTADOS da escola. Este importante conceito reflete sobre a identidade local de cada
escola, formada pelo conjunto de pessoas que nela atua.
Ao ser implantado, o EMGTI viverá níveis distintos de seu ciclo de vida e cada nível
se conecta ao próximo, conferindo a cada unidade elementos de seu processo único de
vivência.
O primeiro nível, que nomeamos como SOBREVIVÊNCIA, corresponde à chegada
da nova forma de pensar e fazer educação que vem com o EMGTI. Trata-se do período de
implantação do Programa e traz consigo descobertas, erros, acertos e avaliações.
O segundo nível trabalha com a ideia de CRESCIMENTO, ou seja, a partir da
compreensão e da vivência cotidiana das bases e fundamentos do Programa as ações
práticas da escola passam a ser consolidadas a partir de uma nova forma de fazer
educação, isso impele a equipe escolar a estar cada vez mais em busca de
autodesenvolvimento e do aperfeiçoamento pessoal e profissional.
No terceiro nível encontra-se a SUSTENTABILIDADE, ou seja, o tempo em que a
escola se torna um centro difusor de boas práticas que são reflexos dos seus resultados
alcançados ou seja, ela gera valor entregando os resultados que dela se espera.
Importante destacar que, em condições normais, espera-se que a escola transite
pelos dois primeiros níveis em seus primeiros 3 anos de implantação e daí caminhe para a
sustentabilidade.

59
As formas de implantação do programa também interferem neste tempo, a saber:
Numa implantação GRADUAL são oferecidas apenas matrículas para estudantes da
série inicial da respectiva etapa de ensino (1ª série dos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental, do 6º ano do Ensino Fundamental ou do 1º ano do Ensino Médio). Já numa
implantação SIMULTÂNEA são oferecidas matrículas para todas as séries das várias etapas
de ensino. Numa implantação Gradual espera-se que os níveis de resultados sejam
alcançados em até cinco anos ao invés de três.
Outro conceito importante é o de PARCERIA, traduzida no âmbito do EMGTI como
compromisso e responsabilidade com um objetivo comum, assim, em sua relação com a
comunidade a escola pode e deve firmar parcerias locais que contribuam para que os
objetivos descritos no seu Plano de Ação e que contribuirão para que os estudantes
alcancem seus Projetos de Vida sejam concretizados.
Para movimentar os Princípios (tanto Educativos como de Gestão) e os Conceitos de
Gestão nas escolas que atuam no EMGTI faz-se necessário que a liderança escolar, ou
seja, o diretor em primeira ordem, alinhe a todos da escola para que esta alcance um futuro
de excelência.
Quando, no entanto, falamos de liderança estamos nos referindo a uma forma
específica de liderar. Falamos de Liderança Servidora que prevê um líder que influencia
pessoas a partir de uma autoridade conquistada pelo serviço e pela referência pessoal e
profissional. Este Líder compreende que o seu papel não o coloca como alguém mais
importante que os demais, mas sim como alguém com maior responsabilidade sobre os
processos da escola.
A Liderança Servidora caminha de forma paralela com o trabalho com o
Protagonismo nos espaços escolares já que este está na essência da Liderança Servidora.
A Motivação, por sua vez, faz com que a equipe atue na obtenção de um bem
comum, que, neste caso, pode ser tido como o alcance de seus jovens aos seus Projetos de
Vida.

60
PLANEJAMENTO E OPERACIONALIZAÇÃO

Quando falamos do EMGTI, estamos falando da formação integral dos jovens


gaúchos, para tanto, cada escola deve coordenar seus recursos (sejam estes humanos,
materiais ou estruturais) em prol de sua atividade maior. Estes jovens, formados em sua
integralidade, são parte da sociedade do conhecimento e nela atuarão movimentando,
assim, as diversas dimensões de suas vidas.
Para alcançar este objetivo é necessário que se saiba qual rumo seguir, e em que
direção caminhar. Todos os elementos até aqui apresentados devem estar a serviço da
formação integral dos jovens que, para o EMGTI, ancoram-se na ideia de que os jovens e
seus Projetos de Vida se constituem como o centro das decisões pedagógicas da escola.
Para que esta prática realmente aconteça no cotidiano das escolas, é fundamental que as
ideias sejam convertidas em ações.

A fase de planejamento
Será no planejamento que a equipe, liderada pelo seu diretor, dedicará tempo a
pensar o agir que será empreendido durante o ano escolar. Juntos, a equipe deverá planejar
como a visão estabelecida pela Secretaria Estadual de Educação se desdobrará em ações
em cada unidade escolar. Refletir sobre as expectativas, delimitar prazos, definir
responsáveis para as ações, são etapas e partes do planejamento.
As informações levantadas subsidiarão o trabalho com os instrumentos de gestão, a
saber:
● Plano de Ação - instrumento estratégico de gestão, norteia a equipe escolar
na busca pelos mesmos resultados sempre liderados pelo diretor escolar. O
Plano de Ação caminha das Premissas de trabalho da escola às estratégias
para a consecução dos trabalhos.
● Programa de Ação - instrumento individual de cada membro da equipe,
contribui para que cada um saiba o que fazer na escola considerando, por
exemplo, suas fortalezas e desafios neste processo.
● Agenda - Define o “ quando” as ações decorrentes do Plano de Ação serão
empreendidas.
● PDCA - como já apresentado, instrumento que apoia os processos de
melhoria contínua da escola.

61
● Guia de Ensino e de Aprendizagem - instrumento de planejamento e gestão
de aprendizagem que atende a professores, estudantes e suas famílias.
Estes instrumentos são operacionalizados de forma orgânica no cotidiano da escola:
dialogam entre si e se retroalimentam sempre considerando a identidade e as
especificidades de cada escola, como já dito anteriormente.
Os instrumentos permitem, também, que todo o processo de trabalho da escola seja
acompanhado pela própria escola, pela Regional de Ensino e pela Secretaria de Educação
possibilitando, assim, que as vitórias do caminho possam ser celebradas e que, quando
necessário, os ajustes sejam feitos no tempo mais curto possível.
Destacamos, agora, um ponto importante do Plano de Ação em torno do qual os
fazeres da equipe (registrados nos instrumentos anteriormente citados) deverão orbitar: as
Premissas44.
As Premissas são o ponto de partida para a definição dos objetivos, das prioridades
e das metas de cada escola, desta forma, no Plano de Ação, representam como estes
elementos se conectam e, assim, não devem ser alterados.

As cinco Premissas do Modelo da Escola da Escolha são:


1. Protagonismo: Premissa ligada ao estudante; posiciona o estudante como
partícipe em todas as ações (problemas e soluções) na escola;
2. Formação continuada: Premissa ligada aos educadores; educadores
comprometidos com os processos de autodesenvolvimento permanente;
3. Excelência em gestão: Premissa ligada aos Diretores; escola com foco nos
objetivos e resultados pactuados que utiliza as ferramentas de gestão e
fortemente orientada pela Pedagogia da Presença e pela Formação em
Serviço;
4. Corresponsabilidade: Premissa ligada à comunidade; todas as entidades,
organizações ou pessoas comprometidas com a melhoria da qualidade do
Ensino;
5. Replicabilidade: Premissa ligada à continuidade (poder público); todas as
ações planejadas e desenvolvidas na Escola devem se mostrar viáveis sob o
ponto de vista pedagógico, temporal e econômico. É condição fundamental
para um experimento ganhar escala.

44
Referenciar Escola da Escolha

62
A busca pelo alinhamento da equipe escolar: as reuniões de
fluxo

As reuniões de fluxo fazem parte da rotina da escola, garantindo que ocorra


alinhamento (vertical e horizontal45) entre, os membros da equipe escolar e destes com os
estudantes, são imprescindíveis no cotidiano da escola, para tanto, devem estar no
planejamento de toda equipe. As reuniões possuem pauta própria que devem chegar
antecipadamente para cada participante de modo que estes possam se preparar para este
importante momento da rotina escolar. Abaixo, exemplos de reuniões na escola:
• Reuniāo Geral: tem como público toda a equipe - para estudo, diálogo e
alinhamentos das ações
• Reunião de Área: tem como público os membros de cada área
• Reunião entre Coordenador Pedagógico, Supervisor Educacional e professores de
Projeto de Vida e Protagonismo;
• Reunião do diretor escolar com os líderes de turma e presidentes de clubes;
• Reunião entre Coordenador Pedagógico, Supervisor Educacional e professores dos
itinerários formativos, podendo ser em horários separados
• Reunião entre equipe gestora

É de conhecimento que nem todas as escolas já possuem todos os cargos aqui


elencados, portanto, nem sempre será possível realizar algumas dessas reuniões, mas
trazemos a importância de ter essa agenda e realizar com as funções presentes na escola,
garantindo esse alinhamento, a colaboração e discussões para o bem maior.

45
O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

63
GESTÃO DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM

Quando falamos em Gestão do Ensino e da Aprendizagem é fundamental falarmos


sobre avaliação. A Avaliação corresponde a um dos mais importantes aspectos da relação
entre o ensinar e o aprender.
A Avaliação, ainda é tratada pela maioria dos professores e dos estudantes como
elemento vinculante do aprovar ou reprovar, ou seja, uma prática somativa com foco nos
resultados finais do processo (geralmente resultados finais a longo prazo). Este não é um
processo novo e está consolidado no âmbito da educação brasileira como um todo.
As Escolas que compõem o EMGTI, tomam a aprendizagem como o principal alvo da
escola e a avaliação deita-se no coração deste processo46. É a avaliação que oferece
elementos para o redimensionamento e redirecionamento do trabalho pedagógico junto ao
estudante, assim, considerando o Ciclo de Melhoria Contínua, a avaliação oferece uma
oportunidade para que se aja sobre dos processos a serem consolidados e/ou revistos com
vistas a um novo ciclo de ação, sempre tendo o estudante como centro deste processo.
Alinhado às expectativas de formação para atuar neste século, o EMGTI busca
responder às mudanças sociais inserindo inovações em conteúdo, método e gestão no Novo
Ensino Médio. Nessa perspectiva, a avaliação, tal como apresentada, é um processo que
não ocorre em um vazio conceitual, mas sob parâmetros de um modelo teórico numa
percepção de mundo e, consequentemente, de educação, traduzida em prática pedagógica.
A avaliação é prática processual que se põe a serviço da aprendizagem dos
estudantes a partir da identificação dos seus avanços e retenções, e deve estar
comprometida com o seu processo de formação nas várias dimensões humanas,
assegurando que o estudante compreenda o mundo em que vive para que dele possa
usufruir e nele esteja preparado para atuar.

Mecanismos de avaliação, acompanhamento e observação

A avaliação é concebida como um instrumento de gestão do ensino e da


aprendizagem e deve demonstrar até que ponto as intenções educativas e os objetivos dos
professores, em todos os níveis, foram alcançados. Ela possibilita o ajuste do apoio
pedagógico adequado às características e necessidades de cada um dos estudantes e se

46
O conteúdo deste tópico é parte integrante do Material do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação –
ICE. Modelo Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

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compromete com a melhoria contínua dos processos de aprendizagem e dos resultados.
Requer a elaboração cuidadosa do seu planejamento e implementação para apoiar o
controle e a revisão do Plano de Ação da escola e respectivos Programas de Ação da
Equipe Escolar.
Elemento integrante do processo de ensino e aprendizagem, fornece informações
importantes, apoia e orienta as ações do professor, do jovem e da própria escola. Oferece
às Equipes Escolares ferramentas gerenciais que permitem não apenas agir sobre os
resultados medidos (indicadores de resultado), mas sobre os processos (indicadores de
processo), assegurando uma previsibilidade com alto grau de acerto do resultado esperado.

O que a avaliação requer:

● Que todas as dimensões do trabalho escolar sejam avaliadas estudante e professor


com o objetivo de identificar as lacunas e dificuldades a serem superadas;
● Uma ação mediadora, emancipatória, dialógica, integradora e participativa;
● A comunicação enquanto eixo norteador para a reorientação dos trabalhos do
professor e do estudante;
● O exercício da corresponsabilidade, na medida em que estudante e professor se
comprometem com o que fazem, ou seja, com o desenvolvimento da aprendizagem.

O que considera a avaliação:

● O progresso individual que tem como referência a posição em que o estudante se


encontra em seu processo de aprendizagem, em termos de conteúdos,
competências e habilidades;
● O esforço do estudante na condução de seu desenvolvimento e outros aspectos não
especificados no currículo;
● Os vários momentos e situações em que certas capacidades e ideias são usadas e
que poderiam ser classificadas como “erros”, mas que fornecem informações
diagnósticas;
● Todas as dimensões da aprendizagem: cognitiva, afetiva, psicomotora, social.

Para tanto, pode-se considerar um conjunto de processos avaliativos coordenados


entre si, a saber: a avaliação inicial, formativa ou processual, somatória, diagnóstica externa.

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Cada uma dessas avaliações tem seu lugar e seu papel e a não realização de uma das
formas não invalida o trabalho com as demais. É necessário, no entanto, converter seus
resultados em indicadores que possibilitem a análise do percurso vivido e iluminem a
tomada de decisão, ou, de forma mais direta, como discutimos no modelo de Gestão
converter intenção em ação que, neste caso, pode ser tomado como o alcance dos
melhores resultados por cada estudante.
Os resultados das avaliações são produtos potentes para o movimento de
Protagonismo nas escolas, seja no acompanhamento dos estudantes via Tutoria, no
trabalho com as Lideranças de Turma ou até mesmo com o fomento de Clubes de estudo
com vistas a melhorar os resultados de um grupo ou de uma turma de estudantes.
Outro trabalho decorrente do resultado das avaliações diz respeito ao
Acompanhamento das metas previstas no Plano de Ação da escola e suas possibilidades
de revisão e/ou ajustes.
Se este processo caber para os componentes da FGB, como ficariam os
componentes da FD?
Como em todo processo educativo, as Metodologias de Êxito devem considerar a
avaliação como parte inerente ao seu desenvolvimento e aqui, destacamos a importância de
diferenciar atribuição de notas ou conceitos e avaliação. Para cada componente da PD
existe um conjunto significativo de orientações sobre como avaliar cada uma das
Metodologias de Êxito tendo em vista que elas requerem tratamentos distintos porque
diferentes são as suas relações com os objetos de estudo avaliados. Seu estudo será
absolutamente imprescindível para a continuidade dos trabalhos no âmbito das escolas.
Prosseguindo com a discussão sobre a Gestão do Ensino e da Aprendizagem
torna-se fundamental o acompanhamento pedagógico e a observação da sala de aula. Estes
dois processos não devem ser feitos de forma arbitrária, mas construídos de forma
participativa por todos aqueles que fazem a escola acontecer. Para isso é fundamental que
os espaços das reuniões de fluxo existam e que sejam usados como esperado pelo
Programa. São elementos e instrumentos deste trabalho: a própria avaliação inicial - como
ponto de partida -, a autoavaliação do estudante, a ficha de acompanhamento do estudante,
os registros semanais e a observação da sala de aula.
Todo esse movimento com os processos de Gestão do Ensino e da Aprendizagem
deve ocorrer fundamentado nos Princípios Educativos e de Gestão e, também, nos
conceitos de Gestão. Tais movimentos promovem que o trabalho com os Eixos Formativos
seja fortalecido e que, assim, os jovens caminhem na direção de seus Projeto de Vida e,

66
consequentemente, a escola no alcance dos resultados que se propôs a alcançar em seu
Plano de Ação.
Um dos principais instrumentos que possibilita todo o movimento deste tópico aqui
descrito é o Guia de Ensino e de Aprendizagem, documento já apresentado e que
aprofundaremos mais um pouco a seguir.

Guia de ensino e de aprendizagem

É um recurso de gestão utilizado por professores, estudantes e familiares que orienta


a eficácia do planejamento e acompanhamento pedagógico, assegurando a obtenção de
resultados relacionados à formação dos estudantes. Desta forma é criado condições para
construção do Projeto de Vida dos mesmos. Quebra a ideia de que apenas o professor sabe
o que vai ser ensinado e incorpora o interesse dos jovens e suas famílias na trajetória
escolar. O Guia não substitui o plano de aula do professor e nem é um planejamento anual.
Eles estimulam o desenvolvimento de habilidades relativas a:
● Competência pessoal (Aprender a Ser), como a autorregulação, a
corresponsabilidade, a responsabilidade pessoal etc;
● Competência cognitiva (Aprender a Conhecer), como o didatismo e o autodidatismo;
● Competência social (Aprender a Conviver), como as atividades de didática
cooperativa, entre outras;
● Competência produtiva (Aprender a Fazer), como as atividades que estimulem a
participação, criatividade e práticas que gerem resultado.

É um documento que deve ser elaborado a cada trimestre pelos professores.

O nivelamento das aprendizagens

Infelizmente é de conhecimento de todos os educadores que os estudantes


vivenciam um processo de imenso distanciamento entre o que é esperado que aprendam,
não poucas vezes sobre o que lhe é ofertado e no final quanto disso tudo terminaram por
aprender.
O Nivelamento da Aprendizagem é uma prática emergencial que, em última
instância, deve envolver todos os professores da escola - apoiados pelos Professores
Coordenadores de Área, Coordenadores Pedagógicos e Gestor, para atuarem na

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recomposição da aprendizagem de Língua Portuguesa e de Matemática de todos os
estudantes da escola, aproximando-os do currículo que devem cursar no ano em que estão
matriculados.
Diferentemente de outras ações de recuperaçāo, o processo de Nivelamento segue
Premissas básicas para sua realizaçāo: 1) avaliar para saber as potências e fragilidades dos
estudantes; 2) ajustar as práticas pedagógicas frente ao estudo dos resultados encontrados;
3) organizar a escola para que as ações de Nivelamento possam ser executadas; 4)
corresponsabilizar todos os envolvidos no Projeto de Vida dos estudantes, ou seja, todos da
escola para que o trabalho aconteça.
Ainda considerando os esforços que uma ação como o Nivelamento empreende em
toda a equipe escolar, a depender do resultado da análise dos indicadores as Metodologias
de Êxito podem, sem perder seus objetivos iniciais, contribuir para que as defasagens sejam
superadas. Destaca-se neste sentido as Eletivas da Base, o Estudo Orientado, as Práticas
Experimentais, os Roteiros de Estudos Auto-Orientados.
Fora essa ligação mais explícita com os componentes da BNCC, o processo de
Nivelamento também dialoga com as Práticas de Protagonismo via Clubes de Protagonismo
via Clubes de Jornais, Clubes de Matemática, Clubes de revisão das questões do ENEM.
Importante que as iniciativas partam dos próprios estudantes.
Outra prática de Protagonismo capaz de contribuir com o Nivelamento é a Monitoria
Acadêmica atendendo tanto a via do ensino como da aprendizagem. Outra ação
imprescindível quando falamos de Gestão do Ensino e da Aprendizagem diz respeito ao
monitoramento do que se tem de expectativa para ensinar (o currículo local), quanto deste
currículo foi efetivamente ensinado e deste ensinado quanto cada estudante aprendeu.
Todos esses movimentos, alinhados com o Plano De Ação da Escola, são
fundamentais, pois não há Projeto de Vida sem excelência acadêmica.

Conselho de Classe

É um órgão colegiado, institucionalizado e representativo, responsável pelo estudo e


planejamento, debate e deliberação, acompanhamento, controle e avaliação periódica do
desempenho dos estudantes. Na Escola da Escolha busca-se uma prática pedagógica
coerente e alinhada aos Princípios Educativos e Conceitos que fundamentam o modelo ele
se constitui como:

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● Elemento fundamental de gestão para o processo de melhoria contínua dos
resultados da escola;
● Instância privilegiada de reflexão e avaliação sobre o trabalho pedagógico e
desempenho dos sujeitos avaliados – estudante e professor;
● Oportunidade para o exercício do estudante Líder de Turma como protagonista;
● Prática contributiva para o permanente aperfeiçoamento do professor na perspectiva
da sua formação continuada e autodesenvolvimento;
● Oportunidade para o exercício do protagonismo autêntico e da corresponsabilidade
pelos estudantes que se mobilizam para se autoavaliarem, analisarem os elementos
que contribuíram ou não para o desempenho da turma, bem como elaborar
proposições para melhoria dos pontos necessários e fortalecimento de outros.

O Conselho de Classe na Escola da Escolha se estrutura a partir dos seguintes


parâmetros:
● Estudante e professor têm participação direta, efetiva e consequente (têm caráter
representativo e deliberativo);
● A centralidade da avaliação é o foco do trabalho e não as características dos
estudantes;
● É reflexo de um comportamento investigativo contínuo e dinâmico do professor sobre
toda a relação pedagógica instalada e construída na sala de aula, tanto do seu
próprio trabalho no ensino quanto do estudante no seu processo de aprendizagem;
● Tem perspectiva formativa porque considera as aquisições qualitativas construídas e
efetivadas durante o processo, não apenas os resultados finais;
● É um espaço de protagonismo autêntico porque mobiliza os estudantes em torno da
criação de soluções para os problemas encontrados no processo de aprendizagem;
● Tem função diagnóstica, de acompanhamento e de promoção, e não para
constatação do sucesso ou insucesso do estudante.

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MATRIZ CURRICULAR (Em transição)
A matriz curricular que se apresenta, e está em vigor, se encontra em processo de
transição para adoção de uma matriz condizente com o modelo que estamos propondo.

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ATRIBUIÇÕES NO EMGTI (Em transição)

Diretor
● Assegurar a qualificação do rendimento escolar nas avaliações institucionais
determinadas pela mantenedora e exigidas pelo Programa;
● Sistematizar e documentar as experiências e as práticas educacionais e de gestão
específicas, com vistas a apoiar a Secretaria de Estado da Educação na expansão
do programa/modelo das escolas EMGTI;
● Deliberar, no âmbito de sua competência, sobre casos omissos;
● Cumprir as determinações da CRE / SEDUC;
● Participar das reuniões/formações da CRE / SEDUC quando convocado;
● Receber e comunicar a equipe escolar as orientações constantes nos Relatórios de
Devolutiva do Acompanhamento Técnico Pedagógico, realizados pela equipe do
EMGTI SEDUC, através da CRE, bem como garantir o cumprimento das mesmas;
● Garantir que as informações, bem como o material orientador sejam
disponibilizados e socializados com toda equipe escolar;
● Promover as reuniões de pais, seguindo calendário pré-estabelecido, com o apoio
da coordenação pedagógica;
● Acompanhar junto ao secretário (a) a escrituração escolar e a manutenção do ISE e
demais documentações;
● Acompanhar junto à coordenação pedagógica os índices de rendimento escolar e a
atuação da equipe pedagógica;
● Acompanhar junto ao departamento financeiro a execução financeira das verbas
destinadas à escola e as devidas prestações de contas;
● Estabelecer parcerias;
● Promover a comunicação das ações realizadas pela unidade escolar junto à
comunidade.

Vice
● Coordenar o funcionamento geral do turno;
● Manter-se informado de todas as atividades desenvolvidas e de todos os assuntos
relativos ao EMGTI;
● Auxiliar o diretor no desempenho de suas funções;
● Substituir o diretor em sua ausência e impedimentos eventuais;

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● Auxiliar no planejamento dos acolhimentos diários.

Financeiro
● Auxiliar o Diretor Escolar na coordenação da elaboração do Plano de Ação;
● Auxiliar o Conselho Escolar nas demandas financeiras da escola, mediando a
administração financeira;
● Apoiar o Diretor na gestão dos recursos humanos e materiais da escola, zelando
pelo bom funcionamento da unidade de ensino;
● Administrar, juntamente com a gestão, as despesas e o planejamento financeiro do
EMGTI;
● Distribuir as atividades inerentes à parte administrativa-financeira para os auxiliares
com especificações de atribuições a cada um;
● Verificar as condições da estrutura física da escola e repassar ao diretor casos em
que houver necessidade de intervenção;
● Articular com o diretor e com a comunidade escolar a elaboração do PDDE
interativo do EMGTI e verificar sua inserção no sistema de acompanhamento;
● Realizar, sob a supervisão do gestor/Conselho Escolar, a cotação e a compra de
materiais, seguindo as diretrizes da SEDUC e legislação vigente;
● Contratar prestadores de serviços de acordo com cada recurso recebido, seguindo
as diretrizes da SEDUC e legislação vigente;
● Prestar contas dos recursos financeiros recebidos pela unidade escolar;
● Divulgar, na unidade escolar, por meio de reuniões e de forma escrita, todas as
orientações pertinentes à área administrativo-financeira, enviados pela SEDUC;
● Providenciar o tombamento dos bens, prestando informações ao Departamento de
Material e Patrimônio;
● Participar das formações propostas pela SEDUC/CRE e repassar as informações
para o gestor e auxiliares;
● Garantir a transparência e pontualidade das prestações de contas para a SEDUC e
Comunidade escolar.

Supervisor Educacional/Coordenador Pedagógico no EMGTI


● Orientar as atividades pedagógicas desenvolvidas pelos professores sejam elas
coletivas ou individuais;
● Orientar os professores na elaboração de material didático de apoio à
aprendizagem;

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● Organizar as atividades de natureza interdisciplinar e multidisciplinar, de acordo
com o plano de ação;
● Auxiliar na produção didático-pedagógica, em conjunto com os professores da
escola;
● Avaliar a produção didático-pedagógica;
● Coordenar o trabalho dos coordenadores das Áreas do Conhecimento;
● Contribuir para o desenvolvimento profissional da equipe pedagógica do EMGTI,
fortalecendo os diversos momentos de planejamento e a execução dos mesmos;
● Elaborar, juntamente com a equipe escolar, o Projeto Político Pedagógico no início
do ano letivo, com base nas orientações da SEDUC, bem como revisá-lo,
garantindo sua execução;
● Adequar juntamente com a equipe escolar o Regimento Escolar, quando
necessário;
● Incentivar práticas curriculares inovadoras.

Orientador Educacional no EMGTI


● Desenvolver o projeto pedagógico de acordo com o currículo, os programas de
ação e material didático de apoio à aprendizagem;
● Auxiliar a gestão escolar no diálogo com a comunidade escolar, pais/responsáveis e
alunos mediante necessidade e demanda existente;
● Acompanhar os resultados acadêmicos e a formação socioemocional dos
estudantes.

Professores Coordenadores de Área no EMGTI


● Atuar, junto aos professores, na orientação, no acompanhamento e assessoramento
do ensino (professores) relacionado aos componentes curriculares abaixo
especificados:
➢ Coordenação da Área de Linguagens: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física e
Língua Estrangeira;
➢ Coordenação da Área de Ciências da Natureza e Matemática: Matemática, Física,
Química, Biologia e Ciências;
➢ Coordenação da Área de Ciências Humanas: História, Geografia, Sociologia,
Filosofia e Ensino Religioso.

73
REFERÊNCIAS

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Pedagógico: Concepção do Modelo Pedagógico. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife,
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Pedagógico. Princípios Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife, 2022.

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Conteúdo, Método e Gestāo. Rotinas e Práticas Educativas. Novo Ensino Médio. 5a. ed.
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Conteúdo, Método e Gestāo. Espaços Educativos. Novo Ensino Médio. 5a. ed. Recife,
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