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QUALIDADE E COMPROMISSO COM A EDUCAÇÃO

PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as


possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção”.
Paulo Freire

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2020
EQUIPE

GESTÃO

DIRETORA: Josilene Sousa Santos de Almeida

COORDENAÇÃO

COORDENADORA: Eliana Peixoto Silva

PROFESSORES

Ednelma de Oliveira Moreira de Queiroz Almeida

Elielma Silva Freitas Conceição

Elizabeth Nazaré da Silva Reis

Gilmara da Silva Santos Medeiros

Josiane Sousa Santos

Jocieni Teixeira Soares Pereira

Karla Rafaella dos Reis Leite

Maria José Silva da Costa

Roberta da Silva Ferreira Santos

Taynah Nattary Leão de Sousa

Yromar Willian de Oliveira Azevedo Conceição

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO 04
2. INTRODUÇÃO 05
3. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA 06
4. HISTÓRICO DA ESCOLA ALEGRIA DO SABER 08
5. OBJETIVOS DA ESCOLA 09
6. DIRETRIZES ESTRATÉGICAS 10
7. FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS - CONCEPÇÕES TEÓRICAS QUE 12
SUSTENTAM A PRÁTICA PEDAGÓGICA
7.1 CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA 16
7.2 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO 19
7.3 CONCEPÇÃO DE ESCOLA 21
7.4 CONCEPÇÃO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO 22
7.5 CONCEPÇÃO DE APRENDIZAGEM E ENSINO 22
7.6 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO 23
7.7 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE 24
7.8 CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO 26
7.9 CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO 27
8.PERFIL DOCENTE 29
9.PERFIL DISCENTE 32
10. OBJETIVOS 32
10.1 EDUCAÇÃO INFANTIL – GERAL E ESPECIFÍCOS 33
10.2 ABORDAGEM CURRICULAR 33
10.3 ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS INICIAIS - GERAL E ESPECIFÍCOS 33
10.4 ABORDAGEM CURRICULAR 29
10. METODOLOGIA 36
11. SISTEMA DE AVALIAÇÃO 36
11.1 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL 38
11.2 AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM 39
11.3 EDUCAÇÃO INFANTIL 40
11.4 ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS: 1º AO 5º ANO 42
11.5 DIRETRIZES DE AVALIAÇÃO NO 1º, 2º E 3º CICLO. 43
12. CONSELHO DE CLASSE 44
13. PARCERIA ESCOLA E FAMÍLIA 45
14. REGIME CURRICULAR ESPECIAL 46
15. AVALIAÇÃO DO PROJETO 48
16. PPLANO DE AÇÃO 49
17. CONSIDERAÇÕES FINAIS 51
18. REFERÊNCIAS 52

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1 – APRESENTAÇÃO

O Projeto Político-Pedagógico (PPP) da Escola Alegria do Saber


revisitado em 2020, aprovado pelo NTE ...., é um documento norteador,
construído com o envolvimento dos professores, de especialista e da equipe
diretiva, que fundamenta todas as ações pedagógicas dessa Instituição.
A proposta está em conformidade com a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) e com o Documento Curricular Referencial da Bahia para
Educação Básica (DCRB,2020). Diante das projeções ligadas às incertezas
da modernidade, cabe à escola ensinar crianças e jovens de tal forma que
os conhecimentos apreendidos orientem suas escolhas e sejam o aporte
para as decisões perante os desafios da vida.
Diante disso, o Projeto Político Pedagógico representa esse
compromisso com a sociedade contemporânea e a proposta educacional,
aqui apresentada, enfatiza a formação de um sujeito autônomo, criativo,
ético, crítico e comprometido com a sociedade em permanente
transformação. Destaca-se, ainda, que a proposta pedagógica deve ser
vivenciada por todos os sujeitos, diariamente, retratando assim a função
cultural, sociopolítica da Escola Alegria do Saber.
A função, portanto, deste Projeto é delinear o horizonte da
caminhada, por meio de um diálogo constante entre a teoria e a prática,
promovendo uma educação voltada para a formação humanística que
investe no desenvolvimento das competências cognitivas e
socioemocionais.
Além disso, o Projeto Político Pedagógico como um todo deve ser
compreendido numa perspectiva dinâmica, mediada pela constante reflexão
de todos os sujeitos envolvidos e sintonizados com os avanços da Ciência
da Educação e que, por isso, ousam inovar e modificar as relações
pedagógicas.

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2 – INTRODUÇÃO
A construção do Projeto Político Pedagógico é o caminho para
formarmos o alicerce da nossa Instituição. Mais do que um instrumento
legal, esse estudo visa organizar o universo escolar para melhores
resultados no processo de ensino e aprendizagem e nas relações escolares
desde a Educação Infantil até o final do Ensino Fundamental anos iniciais.
Nesse contexto, todo o planejamento e a gestão escolar devem
acontecer para que as práticas pedagógicas sejam executadas, de forma
coerente, com o objetivo de aprimorar a reflexão e o amadurecimento
acerca das ações do corpo docente e discente. Para tanto, o PPP deverá ser
o fio condutor numa trajetória democrática e educacional, estando de
acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Documento
Curricular Referencial da Bahia para Educação Básica (DCRB).
A escola é pautada por legislações, métodos, conteúdos, clima
organizacional e currículos. Ocorre que nenhum desses elementos fará
sentido se não deixarmos óbvio os objetivos propostos, os hábitos e valores,
as competências e habilidades que desenvolveremos em todos os níveis de
forma transdisciplinar, as formas de ação e estrutura de ensino, repensando
e ressignificando constantemente a nossa cultura, seja na questão escolar
ou social.
É, portanto, fundamental que se conheça a realidade social na qual a
escola se insere, as famílias e a comunidade envolvidas no processo, e os
aspectos culturais, visto que esse conjunto de fatores afeta diretamente o
modo como alunos e pais se relacionam com a escola e influência na
aprendizagem.
A excelência em ensino da Escola Alegria do Saber é refletida na
formação de cidadãos críticos, comunicativos, solidários e responsáveis.
Salienta-se ainda que os alunos são orientados para o compromisso com
sua aprendizagem e com as mudanças sociais em favor de maior equidade
e justiça.

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Assim, essa Instituição forma egressos autônomos e capazes de
seguir com confiança o novo caminho a ser trilhado. Diante dessa realidade,
o PPP deve ser visto tal qual um ecossistema, onde as ações são
coordenadas e no qual todos os indivíduos da comunidade escolar estão
interligados, atualizando diariamente todo o ciclo da vida escolar, com o
objetivo de evitar a estagnação e de promover o desenvolvimento coletivo.

3 – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA

A Escola Alegria do Saber é um estabelecimento constituído de


Educação Infantil e Ensino Fundamental – Anos Iniciais, ofertados nos dois
turnos: matutino e vespertino. Está localizada em um bairro de classe
média baixa e os alunos atendidos são oriundos do Bairro Parque Ipê e
suas adjacências: João Paulo, Cidade Nova, Papagaio, Mangabeira, Sabiá.

A Escola Alegria do Saber ocupa atualmente um espaço físico próprio,


sendo este constituído de:

✓ Nove (9) salas de aula;


✓ Uma (1) quadra para a realização de atividades extraclasse e eventos
da escola.
✓ Um (1) pátio para recreação e atividades da educação infantil;
✓ Secretaria;
✓ Sala da direção
✓ Sala da coordenação pedagógica;
✓ Sala de Apoio a Aprendizagem
✓ Sala do setor financeiro
✓ Cozinha que funciona como Cantina;
✓ 2 (dois) almoxarifados onde são guardados além de materiais
diversos os arquivos inativos;
✓ 07 banheiros, sendo que um (01) é destinado ao uso dos professores
e demais funcionários e seis (06) são destinados ao uso exclusivo dos
alunos – três (03) femininos e três (03) masculinos.

No que diz respeito ao quadro de funcionários, A Escola Alegria do


Saber conta atualmente com:

Nove ( 9 ) professores regentes, titulares de turmas, sendo que dois


(2) deles trabalham na instituição durante os dois turnos e dois (2)
professores especialistas. 100% dos docentes possui ensino superior
completo ou em curso e 60% possui especialização já concluída ou em
curso. Conforme ilustrado na tabela abaixo:

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NOME CARGO SUPERIOR ESPECIALIZAÇÃO
Professor atividade X X
Ednelma de Oliveira Específica
Moreira de Queiroz
Almeida
Elielma Silva Freitas Professor Regente X X
Conceição
Elizabeth Nazaré da Professor Regente
Silva Reis
Gilmara da Silva Santos Professor Regente X X
Medeiros
Josiane Sousa Santos Professor Regente X
Jocieni Teixeira Soares Professor Regente X (em curso)
Pereira

Karla Rafaella dos Reis Professor Regente X (em curso)


Leite
Maria José Silva da Professor Regente X X
Costa
Roberta da Silva Professor Regente X
Ferreira Santos
Taynah Nattary Leão de Professor Regente X X
Sousa
Yromar Willian de Professor atividade X X
Oliveira Azevedo Específica
Conceição

A Equipe Gestora integra também a equipe pedagógica, sendo representada


pela direção e pela coordenadora pedagógica.

NOME CARGO SUPERIOR ESPECIALIZAÇÃO


Josilene Sousa Direção
Santos de Almeida
Eliana Peixoto Silva Coordenaçãõ Pedagógica X X

A Equipe Administrativa é constituída por cinco profissionais, os quais


se responsabilizam pelas áreas de recursos humanos, almoxarifado,
secretaria, contas a receber, e biblioteca.

NOME CARGO MÉDIO SUPERIOR ESPECIALIZAÇÃO


Lívia Lopes de Secretária X
Oliveira Reis
Larissa Carvalho Assistente X (em curso)
Borges financeiro
Orione Ximenes Assistente X
de Almeida Financeiro
Santos
Liliane Miranda Auxiliar de X (em curso)
de Jesus classe

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Evellyn Auxiliar de X
Rodrigues Santos classe
Visando concentrar esforços e manter o foco na sua atividade
principal, a Escola Alegria do Saber terceiriza as áreas de contabilidade,
tecnologia da informação, jurídico e segurança patrimonial.

O organograma a seguir representa graficamente a estrutura


organizacional da Escola Alegria do Saber.

DIREÇÃO

Portaria e Aux. Serv. Contabilidade


Gerais (Trecerizado)

Jurídico Tecnologia da informação


(terceirizado) (Tercerizado)

Segurança Patrimonial
(Tercerizado)

Coordenador Recursos umanos Secretaria


Pedagógico (Educação Contas a Receber Almoxarifado
infantil e Ensino Fund.
– Anos Iniciais

Professores
Regentes Auxiliares
de Classe

Professores
Especialistas

Professores auxiliares
Estagiários

Por ser uma representação da organização em determinado


momento, o organograma pode vir a sofrer modificações, devendo ser,
assim, flexível e de fácil interpretação.

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4 – HISTÓRICO DA ESCOLA ALEGRIA DO SABER
A Escola Alegria do saber, vem construindo uma história que se
consolida a cada dia que passa, conforme apontam os aspectos ora
apresentados sobre sua história, o contexto em que se encontra inserida e
seus objetivos.

Em 05 de março de 1995, surge do esforço e do sonho da sua


fundadora e idealizadora Josilene Sousa Santos de Almeida, a Escola Alegria
do Saber. Ela acreditava em uma escola onde educadores e educandos
pudessem construir a esperança num projeto de vida, em que a alegria
fosse a tônica do viver. Por isso, o nome Alegria do Saber. Um ambiente
colorido cheio de alegria, com uma educação dinâmica, prazerosa, pautada,
no afeto, aconchego e no amor.
No inicio a preocupação era com a Educação Infantil. Mas com o
passar dos anos, dado o aumento da demanda, o reconhecimento da
comunidade diante do resultado do trabalho realizado, em 2014 a Escola
com um prédio novo passou a ofertar o Ensino Fundamental I.
Hoje a Escola Alegria do Saber, nos seus vinte e cinco anos de história,
tem a grande responsabilidade na intervenção pedagógica e educativa das
crianças deste bairro.
Portanto, é com grande prazer, dedicação e responsabilidade que
procuramos desenvolver um processo de educação integral dos alunos. Para
nós, educar é muito mais do que transmitir informações, é estimular a
maturidade, desenvolver competências, habilidades e, acima de tudo,
cultivar valores.
Nossa filosofia de trabalho vem atualizando-se permanentemente no
tempo e estimula a liberdade consciente e responsável, através da prática
educativa dos valores cristãos.

OBJETIVOS DA ESCOLA
Na Escola Alegria do Saber, os objetivos cumprem importante papel na
definição de ações e propósitos mais amplos que, por sua vez, respondem
às expectativas e às exigências da comunidade escolar. Assim, a Escola se
propõe a:
➢ Oferecer à comunidade ensino de qualidade que contribua para o
desenvolvimento da autonomia responsável, do senso crítico e da
criatividade para o exercício da cidadania.
➢ Oportunizar e dar condições, nas diferentes etapas da Educação
Infantil e Ensino Fundamental anos inicais, para que todos os sujeitos
desenvolvam suas capacidades para a formação plena.
➢ Educar para a transformação da realidade social, valorizando a vida
e a dignidade humana, orientada pelo conhecimento e pela ética.
➢ Ensinar com vistas à aprendizagem e aos conhecimentos
historicamente produzidos e socialmente válidos.

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➢ Proporcionar aos estudantes instrumentos para a aprendizagem de
valores e conhecimentos por meio de estimulação frequente.

Tais objetivos encontram-se amparados em concepções


epistemológicas e filosóficas que balizam a proposta pedagógica da Escola
em sua materialização sistemática.

5 –DIRETRIZES ESTRATÉGICAS

VISÃO
Ser reconhecida em Feira de Santana garantindo uma prática
pedagógica com princípios humanos, social e espiritual que assegure um
processo de ensino e aprendizagem com ampliação de suas capacidades
cognitivas, afetivas e sociais, tendo em vista o desenvolvimento de algumas
competências exigidas pela sociedade moderna, nos campos cultural,
político e profissional.

MISSÃO
Proporcionar as nossas crianças um ambiente educacional e cultural
que contribua para formação do seu caráter, através do processo de ensino
e aprendizagem desenvolvendo suas habilidades num espaço cercado de
todo amor, carinho, proteção e respeito.

VALORES
- Ética

- Respeito

- Solidariedade

- Honestidade

-Responsabilidade

- Compromisso

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CRENÇAS
Cremos que nada exista por si só, tudo é interdependente. A grande obra
revolucionária da humanidade passa pela valorização da solidariedade, da
paz e da vida em todas as suas manifestações

METAS DE APRENDIZAGEM
Na tabela abaixo, apresentamos as nossas metas de aprendizagem,
considerando tanto a Educação Infantil quanto o Ensino Fundamental.

METAS MEDIDAS
1. Ler, escrever e interpretar texto, Avaliação interna: instrumentos de
a partir do letramento. avaliação aplicados em cada ciclo.

2. Expressar-se oralmente com Avaliação interna: instrumentos de


clareza adequando a fala às avaliação aplicados em cada ciclo.
diversas situações de uso.
3. Resolver situações-problema Avaliação interna: instrumentos de
utilizando o raciocínio lógico. avaliação aplicados em cada ciclo

4. Saber conviver de forma Avaliação interna: instrumentos


harmoniosa respeitando as de avaliação aplicados em cada
diferenças para desenvolvimento de ciclo
valores e atitudes. Atividades permanentes através de
projetos e ou sequência didáticas.

5. Conhecer-se, compreender-se na Atividades permanentes através de


diversidade humana e apreciar-se. projetos e ou sequência didáticas.

6. Exercitar empatia, o diálogo, a Atividades permanentes através de


resolução de conflitos e a projetos e ou sequência didáticas.
cooperação.
7. Agir pessoal e coletivamente com Atividades permanentes através de
autonomia, responsabilidade, projetos e ou sequência didáticas.
flexibilidade, resiliência e
determinação.
8. Trabalhar as necessidades do Avaliação interna: instrumentos de
aluno de inclusão avaliação aplicados em cada ciclo.

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METAS OPERACIONAIS - ADMINISTRATIVAS
Apresentamos abaixo nossas metas operacionais no campo administrativo.

METAS MEDIDAS
1. Implantar ações do Planejamento - Nº de ações implantadas
Estratégico e do PPP. - Ficha de monitoramento

2. Oferecer formação aos - Nº de formações


funcionários para garantia do bom - Ficha de monitoramento
funcionamento dos setores
3. Dar continuidade a uma política Ficha de monitoramento das ações
de formação continuada em serviço. da formação continuada que os
professores participam.

4. Garantir todas as aulas e dias - Nº de aulas dadas por dia.


letivos para as crianças - Diário escolar e cumprimento do
diariamente. calendário escolar.
5. Assegurar a frequência dos - Controle de professores presentes
docentes conforme Estatuto do e ausentes no mês.
magistério. - Livro de ponto para
monitoramento do setor.
6. Garantir a presença de um - Escalonamento
representante da Equipe Gestora - Nº de presenças diárias
em cada turno de funcionamento.
7. Estabelecer ações de segurança Número de ações pontuais.
para melhor circulação das crianças
em todo o prédio escolar

7 – FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS - CONCEPÇÕES


TEÓRICAS QUE SUSTENTAM A PRÁTICA PEDAGÓGICA

A sociedade contemporânea exige um redimensionamento do olhar


para as práticas educativas. Nesse cenário, não se enquadra a educação
fragmentada, o momento é de promover o diálogo e a ação transdisciplinar.
Logo, é preciso perceber e proporcionar a interligação dos saberes, produzir
e disseminar conhecimentos, conscientizando os sujeitos da necessidade de
serem os protagonistas da sociedade.
Além disso, é necessário redesenhar nossa educação para ir ao
encontro das necessidades do futuro, a fim de prover aos alunos as
competências para uma ação responsável, comprometida numa atmosfera
solidária e colaborativa no universo social. Conforme Morin (2000, p.76)

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[...] cabe à educação do futuro cuidar para que a ideia de unidade
da espécie humana não apague a ideia de diversidade e que a da
sua diversidade não apague a da unidade. Há uma unidade humana.
Há uma diversidade humana. A unidade não está apenas nos traços
biológicos da espécie Homo Sapiens. A diversidade não está apenas
nos traços psicológicos, culturais, sociais do ser humano. Existe
também diversidade propriamente biológica no seio da unidade
humana; não apenas existe unidade cerebral, mas mental, psíquica,
afetiva, intelectual; além disso, as mais diversas culturas e
sociedades têm princípios geradores ou organizacionais comuns. É
a unidade humana que traz em si os princípios de suas múltiplas
diversidades. Compreender o humano é compreender sua unidade
na diversidade, sua diversidade na unidade. É preciso conceber a
unidade do múltiplo, a multiplicidade do uno. A educação deverá
ilustrar este princípio de unidade/diversidade em todas as esferas.

Morin apresenta um desafio à educação quando fala em necessidades


do futuro, cabendo à escola formar sujeitos capazes de saber viver num
futuro incerto, com profissões ainda desconhecidas e com necessidades e
interesses que se modificam constantemente.
Nesse cenário, precisamos formar sujeitos capazes de lidar com a
fluidez da atual sociedade. Mudanças serão constantes, por isso a
necessidade de investir na capacitação de um sujeito crítico, criativo e
consciente que saiba lidar com as emoções e com as pessoas, conforme o
documento da Base Nacional Comum Curricular que enfatiza as habilidades
socioemocionais, entre as cognitivas e de cunho comunicativo.
Almeja-se que os estudantes vivenciem momentos nos quais serão
provocados para lidar com as mudanças, aprenda a conviver, a fazer
parcerias, a desenvolver a sua inteligência cognitiva como também a social
e emocional, favorecendo a sua capacidade de trabalhar bem com as
competências socioemocionais, como prevê a BNCC.
“De acordo com a Organização para a Cooperação com o
Desenvolvimento Econômico, as competências socioemocionais são as
habilidades que cada pessoa tem para alcançar seus objetivos, para se
relacionar, trabalhar em grupo, administrar e controlar as emoções. Entre
elas estão o foco, a disciplina, a proatividade, a sociabilidade, o
autocontrole, a empatia e a curiosidade.” (FRAIMAN, 2019, p. 36.)

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Assim, como instituição, estamos diante do desafio de integrar a
didática à tecnologia no ensino. As tecnologias nos permitem novas relações
com o conhecimento e afetam nossos modos de interagir e de nos
relacionar, de modo que cada aluno possa se apropriar dos conceitos
científicos significativos que lhe possibilitem lidar bem com sua realidade
sócio-histórica e lhe possibilite o acesso às riquezas historicamente
produzidas pela humanidade. Dessa forma, o aluno é considerado um ser
histórico, sujeito do processo social, capaz de problematizar e sistematizar
coletivamente. O centro do processo está na práxis social, possibilitando a
formação de um aluno ativo e interativo; e o professor, um constante
pesquisador e mediador do processo de ensino e aprendizagem. Neste
contexto, os alunos assumem maior nível de protagonismo nas aulas e os
docentes transformam-se em mediadores e adotam práticas mais
inovadoras de ensino-aprendizagem, proposta que permeia as diretrizes
dadas pela BNCC.
Vygotsky (1994), pensador pioneiro do conceito de que o
desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações
sociais, afirma que o desenvolvimento humano é compreendido não como
decorrência de fatores isolados que amadurecem, tampouco de fatores
ambientais, que agem sobre o organismo, controlando seu comportamento,
mas sim por meio de trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a
vida entre o indivíduo e o meio, cada aspecto influindo sobre o outro.
A partir dessa perspectiva, os saberes advindos da vivência de cada
aluno devem ser contemplados e integrados ao cotidiano, transformando-
os num conhecimento coletivo. Para que esse processo ocorra, é necessário
considerar elementos como a afetividade, as emoções e o movimento
corpóreo que contribuirão para humanizar a inteligência. A valorização das
competências socioemocionais levará ao aprimoramento das competências
cognitivas. Nesse sentido, Lent afirma que,

A capacidade de aprender não é determinada só pela anatomia, o


cérebro não nasce pronto, mas é uma obra construída pelas
experiências vividas na infância e ao longo da vida. A memória se
dá pelo fortalecimento das conexões em rede e das sinapses entre
os neurônios, isso acontece porque quanto mais variados forem os
estímulos (visual, auditivo, motor, emocional…), mais redes de

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neurônios trabalharão juntas, fortalecendo as conexões. (apud
ANNUNCIATO, 2018)

Cabe à escola ajudar nesse processo, desenvolvendo habilidades que


permitam formar sujeitos que atuem no mundo e se relacionem com ele,
por meio da comunicação, conhecimento, autoconhecimento e empatia.
As contribuições do teórico francês da pedagogia, Henri Wallon,
chamam a atenção no que diz respeito ao desenvolvimento intelectual que
envolve corpo e emoções. Ele já enfatizava que os temas e os componentes
curriculares não se restringem a trabalhar os objetos do conhecimento, mas
a descobrir o eu no outro. Essa relação dialética ajuda a desenvolver a
criança em sintonia com o meio e com os outros, o que levará à formação
de um sujeito autônomo que saberá do seu compromisso como cidadão. Na
BNCC é enfatizada a educação que visa “à formação e ao desenvolvimento
humano global, o que implica compreender a complexidade e a não
linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas
que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão
afetiva.” (BRASIL, 2017, p.15)
Deve-se dar ao estudante condições de aprender bem, o que significa
uma aprendizagem inspirada na pesquisa, na elaboração própria de
conhecimentos que se transformará em uma habilidade para solucionar
problemas do cotidiano. A compreensão da ideia do protagonismo do aluno
é auxiliada pelas palavras do filósofo e educador catarinense Pedro Demo (
2012, p. 12) :
Pode-se entender bem a ideia do aprender a aprender como
habilidade, quando associada à aprendizagem permanente e ao
manejo de conteúdos não restrito à memorização, mas implicando
igualmente a capacidade de manter-se aprendendo sempre
(renovar conteúdos).

A partir dos conhecimentos que, aqui, se tece, o egresso poderá se


considerar o protagonista da sua vida. Alguém que se reconhece como
constante aprendente, em todo e qualquer lugar, conhecedor das suas
potencialidades e limitações, assim como do seu ritmo, respeitando e
valorizando o modo de ser e de viver dos diferentes sujeitos em

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comunidade, cientes de que devem agir e interagir criticamente em prol da
sociedade, visando à dignidade humana. Com isso, o cidadão consciente e
crítico percebe a sociedade em movimento e colabora para a sua
transformação, intervindo de forma consequente, responsável, colaborativa
e proativa.

A Proposta Pedagógica da Escola alegria do Saber é pautada nos


seguintes fundamentos:

7.1CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA

Durante muito tempo a criança foi vista como um adulto em


miniatura. Não tinha portanto, vestimentas apropriadas, tratamento
diferenciado, assumia afazeres de adultos, muitas vezes não condizente
com suas capacidades físicas e intelectuais muito menos uma educação que
levasse em consideração o seu desenvolvimento nas diferentes fases da
infância.
Foi somente com a Revolução Industrial que essa concepção começou
a ser repensada, ganha destaque neste momento o historiador francês
Ariès. Em seus estudos, Ariès analisa diferentes significados atribuído à
infância, em especial nos séculos XVII e XVIII. Segundo este autor, até o
fim da Idade Média não existia um sentimento de infância como etapa
específica da vida humana, portanto com características e necessidades
próprias.
Ariès afirma que é no fim da Idade Média que se inicia um processo
de mudança, pois a infância passa a ser encarada como sinônimo de
fragilidade e ingenuidade, sendo alvo de atenção dos adultos. Já no século
XVIII, a concepção sobre a infância passa pelo disciplinamento e pela moral,
exercidas especialmente por um processo educacional impulsionado pela
Igreja e pelo Estado. Esta concepção marca a educação das crianças,
particularmente no período do capitalismo industrial, no século XIX. Embora

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com ressalvas, sua pesquisa é considerada relevante pelo fato de que
contribuiu para a compreensão da infância como um conceito construído
historicamente.
Diante disso, na atualidade a criança é vista como um ser completo
que apresenta características próprias. Ela possui uma natureza singular,
que a caracteriza como um indivíduo que pensa o mundo de um jeito próprio
e por meio das relações que estabelece com outras pessoas, se esforça para
compreender o mundo em que vive e através de atividades lúdicas revela
seus anseios e desejos. Assim, aprende muitas coisas brincando, por
exemplo: regras, limites, cooperação, competição, valores, noções de
topologia, de lateralidade, de esquema corporal, expressão, canto, dança,
aspectos culturais, movimentos motores finos, manipulação de objetos,
trabalhos em grupo, mediação de conflitos, cuidados, enfim, muitos
aprendizados dos elementos que a inserem gradativamente no mundo
adulto, vêm do brincar.
Portanto, “brincar não é uma dinâmica interna do indivíduo, mas uma
atividade dotada de uma significação social precisa que, como outras,
necessitam de aprendizagem” (BROUGÈRE, 2002, p. 20).
Para KRAMER (1995) o conceito de infância se diferencia conforme a
posição da criança e de sua família na estrutura socioeconômica em que se
inserem. Portanto, não há uma concepção infantil homogênea, uma vez que
as crianças e suas famílias estão submetidas a processos desiguais de
socialização e de condições objetivas de vida.
Nesse sentido, cabe à escola, reconhecer estes sujeitos como capazes
de aprender os diferentes conhecimentos acumulados pela humanidade e
sistematizados como conteúdos pela escola, respeitando a singularidade da
infância. Algumas singularidades que marcam esta fase da vida explicitam
as formas que as crianças desenvolvem, na interação social, para aprender
e relacionar-se com o mundo: a grande capacidade de aprender; a
dependência em relação ao adulto, o que exige proteção e cuidados; o
desenvolvimento da autonomia e autocuidados; o intenso desenvolvimento

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físico-motor; a ação simbólica sobre o mundo e o desenvolvimento de
múltiplas linguagens; o brincar como forma privilegiada de apropriar-se da
cultura; a construção da identidade, por meio do estabelecimento de laços
sociais e afetivos (FARIA& SALLES, 2007).
Portanto, é preciso pensar em espaços para que ela possa viver sua
curiosidade, sentir e estar no mundo. Dessa forma, a criança aprende a
respeito do mundo em que está inserida, conhece seus valores, suas
culturas. Esses valores sociais são frutos de experiências que a criança
desenvolve junto com aprendizados e significados culturais que a rodeiam
ao longo de sua vida. Para Freire (2006, P. 39) “é fundamental, partirmos
de que o homem, ser de relações e não só de contatos, não está no mundo,
mas com o mundo. Estar com o mundo resulta de sua abertura à realidade,
que o faz ser o ente de relações que é.”.
É através do contato com o ambiente que esse ser humano vai
desenvolvendo a capacidade cognitiva, afetiva, autoestima, raciocínio
lógico, o pensamento e a linguagem. Linguagem esta permeada tanto para
as crianças, como para os adolescentes pelas mídias digitais, não excluindo
a necessidade da convivência presencial. As novas tecnologias criaram
novos espaços do conhecimento. Além da casa, a escola e o espaço social
são educativos.
O ciberespaço rompeu a ideia de tempo próprio para aprender. O
tempo de aprender é hoje e sempre. E só se aprende com o que faz sentido.
Para a criança, o brincar é o aprender. (GADOTTI, 2009, p.106).
Sabemos que é essencial para a formação do ser humano, de acordo
com a Neurociência, que ambos hemisférios cerebrais sejam estimulados,
de forma simultânea e integrada. Para o neurocientista português António
Rosa Damásio (2006), que trabalha no estudo do cérebro e das emoções
humanas, os sentimentos e as emoções são uma percepção direta de
nossos estados corporais e constituem um elo essencial entre o corpo e a
consciência. [...] Ao tirar o espírito de seu pedestal e colocá-lo dentro do
organismo que possui cérebro e corpo totalmente integrados, o autor

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sublinha a complexidade, a finitude e a singularidade que caracterizam o
ser humano.
Assim, a formação do ser humano, hoje, deve estar ligada à
consciência do humano melhor, de um cidadão altruísta, cujo olhar seja
sensível para as necessidades do mundo, que saiba lidar com as
dificuldades, que pense antes de suas decisões, que seja capaz de aprender
a aprender e de lidar com firmeza diante dos avanços tecnológicos, como
um cidadão competente, solidário e prestativo
Nesta perspectiva, nossa Escola Alegria Saber apresenta preocupação
em respeitar os tempos de aprender, a partir do que as crianças estão
preparadas a assimilar, conforme demonstrou Jean Piaget. Para o educador
suíço, “o homem melhor é aquele que chegará a ser Sujeito por meio de
uma consciência e de uma reflexão sobre a sua situação, o seu meio
concreto, plenamente consciente, prestes a intervir no real para
transformá-lo.” (PIAGET,1970, p. 35).
Nesse contexto, o homem melhor é aquele que terá a
responsabilidade frente ao mundo social, independentemente de sua
condição, classe, etnia, gênero e nível de desenvolvimento, pra isso, a
Escola Alegria do Saber propõe estratégicas pedagógicas voltadas para que
as crianças da Educação infantil e Fundamental – anos iniciais, possa
crescer e desenvolver-se integralmente como cidadã.

7.2.CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO

As exigências impostas ao ser humano e à sociedade pelo processo


econômico e pelo decorrente apelo de desenvolvimento tecnológico
determinam a necessidade de estender a ação educativa por todo o curso
da vida, tornando a educação um processo permanente e continuado.
A educação possui referencial e legislação específicos nos âmbitos
federal, estadual e municipal. Aqui, se destaca a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação, Lei nº 9.394, de 20 de novembro de 1996, de âmbito federal,
especialmente seu Capítulo III, Dos princípios e Fins da Educação Nacional,

Escola Alegria do Saber Página 19


Art. 2º, o qual determina que a educação é “[...] dever da família e do
Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana”, tendo “por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”
(BRASIL, 1996).
Convergente a essa determinação, a Escola Alegria do Saber
toma a educação como uma dinâmica organizativa dos saberes e das
formas de interação das pessoas com o meio social no qual atuam.
Cabe destacar que, educar é promover a capacidade de interpretar o
mundo e agir para transformá-lo. É um processo materializado em uma
série de habilidades e valores, ocasionando mudança intelectual, emocional
e social. A educação, portanto, deve contribuir com a formação do ser
humano integral, sendo o veículo que conduz o homem à mudança e à
transformação.
Ao reconhecer o ser humano como sujeito de possibilidades, a
educação contribuirá para a formação de pessoas criativas, capazes de
libertar o potencial da mente para conceber novas ideias, desenvolvendo a
sua autonomia que se relaciona às experiências de vida.
Para ampliarmos a visão de educação, precisamos recorrer a
dois conceitos relevantes na contemporaneidade: criatividade e inovação.
A criatividade dialoga com neurociências, estética, filosofia e psicologia e
remete aos cinco sentidos: ver, ouvir, cheirar, tocar e sentir, ou seja, ela
necessita das experiências para dar significado à educação.
A inovação apropria-se destas experiências para criar algo novo e leva
à transformação, exigindo do sujeito uma visão crítica e consciente das
mutações constantes da sociedade. Já a criação e inovação devem ser
compreendidas dentro de um pensamento sistêmico, em que todas as
coisas e fatos estão interligados e - para haver a compreensão e o respeito
- a educação deve desenvolver nos alunos o pensamento crítico e reflexivo.
Em síntese, a educação consiste em ensinar a viver e deve determinar
as mudanças na sociedade, deve possibilitar o desenvolvimento amplo,

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como resultado de uma interação na qual o sujeito é o elemento ativo, que
procura compreender o mundo que o cerca e busca resolver com autonomia
os questionamentos que esse mundo provoca.

7.3.CONCEPÇÃO DE ESCOLA

A Escola configura-se como a instância que, erigida pela sociedade,


se incumbe de garantir que as novas gerações tenham acesso ao legado
cultural da humanidade. É um espaço geográfico e histórico onde a
educação se dá de forma intencional, estruturada, sistematizada e explícita.
Nela, o conhecimento é assimilado, apropriado e construído ativamente,
revestindo-se de criticidade e inovação, colaborando para o avanço cultural
e atendendo às novas necessidades do ser humano.
Nesse contexto, todos os integrantes e também a própria
Escola Alegria do Saber se transformam conforme as inquietações, as
percepções, as mediações e as superações que ocorrem a todo o momento.
A Escola, como entidade educativa, tem, como papel principal, a
ampliação do repertório cultural, artístico e intelectual das suas crianças e
de seus estudantes, motivo pelo qual se faz e se torna importante e
significativa dentro da sociedade, contribuindo para a sua formação.
Além disso, a instituição escolar não pode estar desconectada do
mundo afetivo da criança e do estudante, já que esse é um todo indivisível.
A construção do conhecimento significativo se dá com envolvimento e
disposição. Ninguém se entrega a uma atividade com alegria e prazer sem
que esteja a ela integrado e envolvido por inúmeros aspectos e interesses.
A Escola, portanto, deve estar atenta aos aspectos afetivos das crianças e
dos estudantes, visto que esses aspectos são condições fundamentais para
a participação, tanto no processo de aprendizagem como na formação do
espírito de solidariedade e colaboração.
A Escola Alegria do Saber, tem como compromisso o desenvolvimento
do ser humano, colaborando, de forma sistematizada e direcionada, para

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sua formação por meio da veiculação e produção de conhecimentos
socialmente válidos.

7.4.CONCEPÇÃO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

Todas as crianças, estudantes, professores e colaboradores da Escola


Alegria do Saber são considerados sujeitos singulares, possuidores de uma
história e de uma cultura. A trajetória dos sujeitos constitui o
desenvolvimento humano como algo que acontece por conta das
aprendizagens que ocorrem na escola e fora dela, caracterizando-se pelas
transformações biológicas, emocionais, sociais, psicológicas e culturais que
ocorrem ao longo da vida.
A escola se organiza pedagogicamente para atender às necessidades
do desenvolvimento humano em cada etapa de ensino. Por isso, o
planejamento de todas as ações tem como foco principal “[...] os sujeitos
que dão vida ao currículo e à escola” (BRASIL, 2010a, p. 02). Atendendo a
diferentes grupos etários, a Escola Alegria do Saber entende que tais grupos
precisam se reconhecer como tais.
A infância e a juventude não podem ser reduzidas a um recorte etário,
uma vez que sua dimensão transcende a idade dos sujeitos, estando,
porém, relacionada com suas experiências vividas. Assim, a Escola
considera o princípio da dignificação do ser humano, que é constituído pelo
respeito e pela individualidade do sujeito.

7.5.CONCEPÇÃO DE APRENDIZAGEM E ENSINO

A Escola Alegria do Saber prioriza a aprendizagem dos conceitos


científicos, éticos e tecnológicos que não poderiam ser apropriados fora
dela. Para tanto, se alicerça na perspectiva da mediação daquele que
conhece e domina o objeto do conhecimento. No entanto, os saberes que

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cada criança, estudante e professor trazem para a escola, fruto de suas
experiências como sujeitos, são reconhecidos, levando em consideração os
tempos e os ritmos. No processo de construção do conhecimento,
valorizam-se a tradição, o saber elaborado no decorrer da história da
humanidade, a memória histórica, além de incentivar a elaboração de novos
conhecimentos, estabelecendo sentido e significação para a ação humana.
O ensino requer planejamento, organização e sistematização dos
conhecimentos, buscando atingir, em cada etapa de ensino, as expectativas
de aprendizagem. Por isso, a Escola Alegria do Saber defende o ensino não
apenas de conteúdos, mas também de valores, conceitos, atitudes e
competências, que, certamente, contribuirão com a formação de cada
indivíduo.
A centralidade do processo pedagógico é a aprendizagem. A
Escola Alegria do Saber se organiza a partir das necessidades da criança e
do estudante, a fim de garantir um percurso formativo fundamentado na
inseparabilidade do educar e do cuidar, de modo que as etapas da Educação
Básica sejam respeitadas em suas especificidades, atentando para a
articulação das dimensões orgânica e sequencial. (BRASIL, 2010a).

7.6.CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO

Aristóteles afirmou: “Todos os homens por natureza desejam


conhecer” (apud PIRES, 2006, p. 256). Em outras palavras, podemos dizer
que é da natureza humana a tendência de querer conhecer as coisas que o
circundam. Esse desejo vai do simples conhecimento de coisas banais,
como saber quem é alguém que passa do outro lado da rua, a coisas mais
complexas como a origem do Universo e as propriedades do ser. Ou seja,
é pelo ato de conhecer que se dá o conhecimento. Logo, conhecer
pressupõe familiarizar-se com um objeto de estudo, explorando minúcias e
formando juízos.

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A forma de explicar e entender o conhecimento passa por várias
vertentes como: conhecimento empírico (senso comum), conhecimento
filosófico, conhecimento teológico e conhecimento científico.
Nesse contexto, a escola tem um papel fundamental de respeitar toda
forma de conhecimento, mas também de ampliar os horizontes de seus
educandos. É muito importante que eles saibam diferenciar as vertentes de
conhecimento, identificando o uso adequado em cada situação. Além disso,
cabe à escola transformar a informação trazida para que possa ser operada
e transformada em conhecimento.
A construção do conhecimento ocorre quando acontecem ações físicas
e mentais sobre os objetos, sendo de forma espontânea, mediado e
adquirido por outros recursos como a mídia e em um processo de troca e
de interações. Isto é, quanto mais a escola promover a ocorrência desses
passos, de modo dinâmico e cooperativo, mais efetivo será o
desenvolvimento de competências.
Cabe destacar ainda: o papel da tecnologia nesse processo, conforme
a BNCC orienta em uma das suas 10 competências: “Utilizar tecnologias
digitais de comunicação e informação de forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas práticas do cotidiano (incluindo as escolares)
ao se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos e resolver problemas.” O documento encara a Tecnologia
como uma competência que deve atravessar todo o currículo de uma escola.

7.7. CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE

Segundo Han, as pessoas acreditam que devam alcançar o sucesso,


mesmo às custas de si mesmo, e ficam seriamente angustiadas se não
triunfam. A sociedade do séc. XXI não se caracteriza mais pela disciplina,
mas trata-se de uma sociedade de desempenho, e seus habitantes não se
chamam mais “sujeitos de obediência”, mas sujeitos de desempenho e
produção. São empresários de si mesmos. Em relação ao desempenho, o
excesso de positividade se manifesta também com excesso de estímulos,

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informações e impulsos. Esses impulsos e a exigência de desempenho
levam a sociedade à pura inquietação, não gerando nada de novo. Ou seja.
reproduz e acelera o que já existe e, com o desaparecimento do descanso,
teriam se perdido, os dons de escutar. (HAN, 2017, p. 32)
Esse novo tipo de vida, que instiga a uma constante produção, sem
tempo disponível para ócio e o relaxamento, pautado na incerteza, provoca
nas pessoas a necessidade de tranquilidade e criação de vínculos afetivos.
É preciso, então, lembrar que a vida humana em sua integralidade torna-
se sem sentido quando não se tem uma perspectiva de pertencimento, de
interação e de convívio com outros em temporalidades longas.
Neste contexto, necessita-se resgatar uma postura de comunidade
nas relações, aprendendo a respeitar, a acolher e a celebrar a diversidade
dos demais, a sair da visão exclusiva do seu universo pessoal, assim como
ver o mundo a partir do olhar do outro e da compreensão de outros mundos
sociais, ideia enfatizada no texto da BNCC pela proposta do trabalho com
as habilidades socioemocionais a serem desenvolvidas com discentes e
docentes.
Sob essa perspectiva, cabe à escola, em parceria com a família, zelar
pelo resgate de valores sólidos que nortearão a trajetória de vida dos
jovens, conscientizando-os do seu protagonismo para a sustentabilidade do
Planeta e da necessidade de eles terem uma conduta baseada em princípios
éticos, não se rendendo a modismos ou a ideologias impostas pelo
consumismo.
Essas ações serão permeadas pela esperança de construir uma
sociedade melhor, na qual os sonhos individuais ganham significado quando
se unem aos sonhos coletivos, com a certeza de que o que importa
realmente é a caminhada realizada e os sonhos que nos movem, não o
destino em si.
Por isso, queremos ajudar a construir:
• Uma sociedade justa, solidária que respeite as diferenças e valorize mais
o Ser e não o Ter;

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• Que reconheça toda pessoa humana como um ser em processo, dotada
de capacidades que precisam ser desenvolvidas;
• Que assuma a educação como um processo de libertação, de apropriação
e construção do conhecimento a serviço de contínua transformação
social;
• Que crie espaços e mecanismos para garantir uma vida mais digna a
todas as pessoas;
• Que valorize e defenda o valor da família como célula básica, fator de
crescimento e renovação salutar de toda a humanidade.

7.8.CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO

A educação inclusiva nos mostra um conceito amplo de diversidade


onde garante o direito de todos à educação. Diante disso a escola Alegria
do Saber defende a igualdade de oportunidades, valorizando as diferenças,
afim de contemplar as diversidades sociais, culturais, físicas, intelectuais e
étnicas. Para isso foi necessário uma reflexão sobre as práticas e as políticas
vigentes em nossa escola para garantir a participação, o acesso e
aprendizagem de todos.
Neste sentido o nosso compromisso de educar está aliado à
responsabilidade do estudante, da família e dos profissionais que o
acompanham ao compartilhamento de informações e recursos que
beneficiam o desenvolvimento do estudante e ao fornecimento de um
diagnóstico formal a respeito de suas dificuldades, necessidades e
deficiências apresentadas.
Considerar as diferentes características, interesses, habilidades e
necessidades de aprendizagem são de fundamental importância, sendo,
porém, preciso verificar as condições de aprendizagem que a Escola pode
oferecer. A Escola Alegria do Saber prioriza o bem-estar dos estudantes,
compreendendo que são únicos e diferentes, mesmo naquilo em que se
assemelham. Em decorrência, estabelece critérios que visam beneficiar a
aprendizagem e o desenvolvimento de todos, bem como colaborar para que
ambos ocorram. Pensando nisso, a Escola conduz, de forma específica, os

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casos de Deficiência Intelectual Grave, Múltipla Deficiência e Transtorno
Global do Desenvolvimento e Altas habilidades ou Super Dotação.
Avaliar cada situação de acordo com a necessidade do estudante
conduz a Escola a estratégias de intervenção no que se refere às
necessidades educacionais específicas, seja por meio das orientações
recebidas por profissionais especializados e/ou pelo conhecimento e prática
adquiridos na relação diária entre Escola e estudante. A partir disso, são
apresentados os possíveis encaminhamentos para os casos que a Escola se
dispõe a atender tendo como base a lei 13.146 de 6 de julho de 2015.

Possibilitar ao aluno com necessidades especiais o desenvolvimento


de suas habilidades oferecendo um currículo adequado e adaptado;
✓ Estimular o desenvolvimento nas áreas cognitiva, psicomotora e
social afetiva;
✓ Proporcionar a participação efetiva das crianças com deficiência na
escola, elaborar e executar o plano de ação específico, orientar
professores e demais profissionais, articular a participação das
famílias , gestão e da coordenação pedagógica no plano de inclusão
da unidade escolar.
✓ Formação docente
✓ Processo de inclusão mais digno e mais respeitoso
✓ Mediação curricular
✓ Sensibilizar para a diferença e a resolução de conflitos.

7.9. CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO

Entendemos o currículo como um plano que preside as atividades


educativas escolares, define suas intenções e proporciona guias de ações
adequadas e úteis para os professores, que são diretamente responsáveis
por sua execução.
Para isso, o currículo proporciona informações concretas sobre que
ensinar, quando ensinar, como ensinar e que, como e quando avaliar"
(Psicologia e currículo, São Paulo, Ática, 1996, p. 43-5).
De forma ampla ou restrita, o currículo escolar abrange as atividades
desenvolvidas dentro da escola. E, segundo César Coll, "as atividades

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educativas escolares correspondem à ideia de que existem certos aspectos
do crescimento pessoal, considerados importantes no âmbito da cultura do
grupo, que não poderão ser realizados satisfatoriamente ou que não
ocorrerão de forma alguma, a menos que seja fornecida uma ajuda
específica, que sejam exercidas atividades de ensino especialmente
pensadas para esse fim.
São atividades que correspondem a uma finalidade e são executadas
de acordo com um plano de ação determinado, isto é, estão a serviço de
um plano educacional. A função do currículo, sua razão de ser, é a de
explicitar as intenções e o plano de ação que preside as atividades
educativas escolares.
O currículo é um guia para os encarregados de seu desenvolvimento,
um instrumento útil para orientar a prática pedagógica, uma ajuda para o
professor. Por esta função, não pode limitar-se a enunciar uma série de
intenções, princípios e orientações gerais que, por excessivamente
distantes da realidade das salas de aula, sejam de escassa ou nula ajuda
para os professores.
O currículo deve levar em conta as condições reais do espaço onde
será aplicado, situando-se justamente entre as intenções, princípio se
orientações gerais e a prática pedagógica. O currículo não é algo pronto e
acabado, mas de algo a ser construído permanentemente no dia-a-dia da
escola, com a participação ativa de todos os interessados na atividade
educacional, particularmente daqueles que atuam diretamente no
estabelecimento escolar, como educadores e educandos, mas também dos
membros da comunidade em que se situa a escola.
O currículo é abrangente, não compreende apenas os componentes
curriculares ou os objetos do conhecimento, mas também sua organização
e seqüência adequadas, bem como os métodos que permitem um melhor
desenvolvimento dos mesmos e o próprio processo de avaliação, incluindo
questões como o que, como e quando avaliar.

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Para que o currículo cumpra suas funções, deve-se levar em conta as
reais condições nas quais vai se concretizar: as condições do professor, as
condições dos alunos, as condições do ambiente escolar, as condições da
comunidade, as características dos materiais didáticos disponíveis, etc.
O currículo não substitui o professor, mas é um instrumento a seu
serviço. Cabe ao professor orientar e dirigir o processo de ensino-
aprendizagem, inclusive modificando opróprio currículo de acordo com as
aptidões, os interesses e as características culturais dos educandos.
Assim, para Escola Alegria do Saber é fundamental
implantar um currículo inserido reflexiva e criticamente nas intensas,
enlarguecidas e dinâmicas culturais da contemporaneidade. Currículo
contemporâneo que se configure pela vivência e apropriação de saberes
e atividades que se complementam, que vive reflexiva e intensamente
a experiência e o acontecimento e que, no presente, se apresente com
potencialidades para qualificação da formação.
Nesse sentido, consideramos o currículo um organismo vivo,
composto por ações que farão parte do cotidiano das crianças e
contribuirão diretamente para a formação delas.

8 – PERFIL DOCENTE

O corpo docente da Escola Aleria do Saber é constituído por profissionais


habilitados, qualificados e experientes na docência e no mercado de
trabalho. Nessa perspectiva, essa Instituição tem a expectativa de que o
PERFIL DOCENTE seja de um sujeito:
Mediador - Valoriza os conhecimentos prévios dos alunos, favorecendo e
estimulando a ampliação da rede de saberes numa dimensão cooperativa e
coletiva.
Conhecedor - do mundo, da sua escola, do processo de ensino e
aprendizagem, tendo domínio dos conteúdos ligados à sua área do
conhecimento e com uma visão interdisciplinar.
Comprometido - Engaja-se na proposta pedagógica da Instituição, ajuda
a (re)pensar os diferentes processos, sente-se corresponsável pelo ensino.
Ciente do seu protagonismo, compromete-se com sua formação
continuada.
Responsável - Cumpre prazos. Participa das reuniões e dos eventos da
Escola. É pontual e assíduo.

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Pesquisador - Está conectado com o mundo, atento às discussões,
descobertas e inovações, contextualizando esses elementos para
ressignificar sua prática através de estratégias metodológicas.
Reflexivo - Pensa sobre sua práxis, (re)avalia-a constantemente,
baseando-se nos processos de aprendizagem dos alunos.
Colaborador - Compartilha ideias e experiências de forma proativa,
envolve-se na criação de projetos institucionais, age e interage com o meio
para o bem comum, abre-se para o diálogo e, assim, trabalha em equipe.
Acolhedor - Respeita as emoções e as necessidades, a diversidade, as
habilidades individuais por meio de um olhar cuidadoso. Conhece seu aluno,
compreende-o e mantém os limites, utilizando-se da afetividade. Não é
permissivo. Exercita constantemente um olhar e a escuta sensível.
Ético - Age conforme um conjunto de princípios e valores. Reflete
especialmente a respeito da essência das normas que norteiam a conduta
humana na sociedade, contribuindo para o equilíbrio e o convívio social.
Provocador/ estimulador - Percebe as potencialidades e as fragilidades
dos alunos, encoraja para o enfrentamento das dificuldades, utiliza-se de
histórias de vida para evidenciar situações do cotidiano. Lança palavras e
frases de estímulo.
Autor - Produz saberes pedagógicos e científicos, contextualiza sua própria
prática e dissemina seus conhecimentos na sociedade.
Inovador - A partir do olhar de pesquisador, cria alternativas
metodológicas, provocando a curiosidade e o interesse dos alunos pelo
conhecimento. Além disso, utiliza-se das novas tecnologias da comunicação
e da informação para dinamizar suas práticas.

9 – PERFIL DISCENTE

A Escola Alegria do Saber entende que o estudante é um sujeito em


processo de formação e desenvolvimento. Nesse sentido, pretende
capacitar seus educandos de maneira que estes adquiram um perfil com
as seguintes características:
Autônomo - Compreende um sujeito ativo, responsável por sua própria
aprendizagem, com capacidade de analisar criticamente as informações e
de construir seus próprios conceitos e opiniões a partir de conhecimentos
prévios. Trabalha em equipe, compartilha conhecimentos e interage com
outros.
Criativo - Ousa e descobre vários caminhos para as situações-problema do
cotidiano de forma ética. É capaz de adaptar-se às mudanças e limitações
inerentes a qualquer situação, contribui para as transformações da
sociedade.
Cooperativo - Assume o papel de facilitador no processo de aprendizagem
interativa, compartilha ideias, objetivos e age para o bem comum.
Comunicativo - Experimenta diversas formas de se comunicar com
responsabilidade. Sabe organizar seus pensamentos e está disposto a

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expressar suas ideias, seus sentimentos, sua opinião e seu conhecimento,
compreendendo a importância de agir, interagir e saber ouvir no meio em
que se relaciona.
Conhecedor de mundo - (Re)elabora uma visão da realidade por meio
dos conhecimentos e conceitos, princípios, fatos, proposições e teorias
provocadas pelo progresso científico. Cultiva, simultaneamente, uma
atitude de investigação e de organização do conhecimento numa visão
global e contextualizada.
Resiliente - Enfrenta as diversidades com serenidade e equilíbrio, ciente
das situações paradoxais do contexto contemporâneo, evoluindo
positivamente.
Ético - Age conforme um conjunto de princípios e valores institucionais.
Reflete a respeito da essência das normas que norteiam a conduta humana
na sociedade, contribuindo para o equilíbrio e o convívio social.
Ousado - Estimulado pela coragem, age com autonomia e respeito para
investigar e conhecer a realidade que o cerca. É arrojado na busca de
competências para enfrentar novas situações, mantendo o olhar
cooperativo.
Pesquisador - Observa, questiona, investiga e interage com o meio de
forma crítica. Vai além da mera reprodução de conteúdos, atitude que o
leva à busca constante de respostas e à elaboração de novas perguntas.
Socializa e amplia conhecimento com autonomia e responsabilidade, por
meio de uma postura interdisciplinar, relacionando as ciências com o
cotidiano.
Reflexivo - Utiliza o próprio pensar e agir como atribuidores de sentido.
Produz mudanças pelas suas ações, posicionamentos e atitudes, de forma
responsável e comprometida com o contexto social.
Comprometido - Assume o compromisso com a sua aprendizagem,
buscando competências para enfrentar novas situações. Igualmente,
compromete-se com a aprendizagem em comunidade, o que diz respeito à
postura, à pontualidade e à responsabilidade com o outro e no contexto em
que está inserido. Destaca-se também o compromisso com a
sustentabilidade do Planeta.
Tolerante - Respeita às diferenças de pensamento, de formas de viver, de
maneiras de ser, raciais, sexuais, religiosas, entre outras, e sabe lidar com
elas. Compreende-se como sujeito inconcluso que sempre tem algo a
aprender e, assim, da mesma forma, é condescendente perante dificuldades
ou erros dos outros. Contribui para uma convivência respeitosa e de
colaboração entre os colegas.

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10 – OBJETIVOS

10.1.EDUCAÇÃO INFANTIL

OBJETIVO GERAL
Viabilizar o processo de desenvolvimento e de aprendizagem das
crianças, considerando as capacidades cognitivas, afetivas, motoras, os
interesses e as necessidades; o que implica o conhecimento e a atenção às
suas singularidades, levando em consideração a faixa etária, as
características socioemocionais e psicológicas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Proporcionar vivências e aprendizagens, assim como habilidades
socioemocionais e conhecimentos que conduzam ao desenvolvimento nos
diversos campos de experiências;
• Possibilitar o brincar, a partir das interações, num contexto de
intencionalidades; oportunizar atitudes de curiosidade, questionamentos,
criatividade e encantamento para proporcionar experiências inovadoras;
• Instigar para observação do mundo à volta, para elaboração de
perguntas, levantamento de hipóteses, investigação e descoberta de
soluções, usando diferentes ferramentas inclusive digitais;
• Constituir um ambiente acolhedor, no qual cuidados e convívios propiciem
a socialização, o estabelecimento de vínculos afetivos e de confiança;
• Desenvolver nas crianças o senso de empatia, percebendo que as pessoas
têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e de agir.

ABORDAGEM CURRICULAR

A proposta curricular busca a interação entre os diversos campos de


experiências e os aspectos do universo infantil como conteúdos básicos para
a construção de conhecimentos, atitudes, procedimentos e valores.
A Educação Infantil tem como eixos estruturantes a interação e a
brincadeira. Dessa maneira, o ambiente deverá ser estimulador para que a
criança possa ter papel ativo nesse processo. As experienciações e
atividades que serão desenvolvidas propiciam aprendizagem,
desenvolvimento e socialização, através da busca da garantia dos direitos
de aprendizagem, previstos na BNCC – de acordo as 10 competências, que
asseguram as condições para que as crianças aprendam.

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AS 10 COMPETÊNCIAS DA BNCC
Conhecimento Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre
o mundo físico, social e cultural para entender e explicar a realidade
(fatos, informações, fenômenos e processos linguísticos, culturais,
sociais, econômicos, científicos, tecnológicos e naturais), colaborando
para a construção de uma sociedade solidária.
Pensamento Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das
científico, crítico e ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
criativo. imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar
hipóteses, formular e resolver problemas e inventar soluções com base
nos conhecimentos das diferentes áreas.
Repertório cultural Desenvolver o senso estético para reconhecer, valorizar e fruir as
diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais,
e também para participar de práticas diversificadas da produção
artístico-cultural.
Comunicação Utilizar conhecimentos das linguagens verbal (oral e escrita) e/ ou
verbo-visual (como Libras), corporal, multimodal, artística,
matemática, científica, tecnológica e digital para expressar-se e
partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em
diferentes contextos e, com eles, produzir sentidos que levem ao
entendimento mútuo.
Cultura digital Utilizar tecnologias digitais de comunicação e informação de forma
crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas do
cotidiano (incluindo as escolares) ao se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver
problemas.
Trabalho e projeto Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se
de vida de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as
relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao
seu projeto de vida pessoal, profissional e social, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
Argumentação Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para
formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões
comuns que respeitem e promovam os direitos humanos e a
consciência socioambiental em âmbito local, regional e global, com
posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros
e do planeta.
Autoconhecimento Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
e autocuidado reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas e com a pressão do grupo.
Empatia e Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,
cooperação fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro, com
acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos
sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem
preconceitos de origem, etnia, gênero, orientação sexual, idade,
habilidade/necessidade, convicção religiosa ou de qualquer outra
natureza, reconhecendo-se como parte de uma coletividade com a qual
deve se comprometer.
Responsabilidade e Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
cidadania flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões, com base
nos conhecimentos construídos na escola, segundo princípios éticos
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

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Nesse sentido, o planejamento deve ocorrer a partir dos
direitos de aprendizagem propostos nos diferentes campos de
experiências, sendo estes:

Os campos de experiências contemplam a formação da identidade,


interação com o meio, ampliação de possibilidades psicomotoras,
linguagem corporal, representação simbólica, diferentes formas de
expressão artística, desenvolvimento da linguagem oral e escrita, noções
matemáticas e construção de conhecimentos em variados domínios do
pensamento, senso crítico, autonomia e coletividade.

ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS INICIAIS

OBJETIVO GERAL
Viabilizar o processo sistemático de construção do conhecimento,
envolvendo as diversas áreas do saber, reconhecendo a individualidade de
cada um e, também, valorizando o coletivo, por meio do processo de
socialização, na busca do desenvolvimento de competências, habilidades e
aprendizagens necessárias à vida em sociedade, ao estabelecer o equilíbrio
entre as diferentes dimensões da formação do ser humano:
biopsicossocioemocional e espiritual.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Possibilitar a dialogicidade aberta, curiosa, indagadora e reflexiva.


• Provocar para observação de situações do cotidiano, para elaboração de
perguntas, seleção e construção de argumentos com base em evidências,
investigação, levantamento de hipóteses e propostas de possíveis soluções,
usando diferentes ferramentas inclusive digitais.

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• Estimular o conhecimento sobre o patrimônio cultural da humanidade e
instigar para sua valorização e preservação.
• Estimular o uso e o domínio das diferentes linguagens: verbal, escrita,
matemática, gráfica, plástica, digital, corporal para que essas levem à
expressão de emoções, ideias e valores, transformando e dando novos
significados à realidade.
• Promover a vivência da transculturalidade que pressupõe a análise de
questões globais, de diferentes perspectivas, promovendo o respeito e a
valorização dos diferentes jeitos de ser e de viver.
• Promover a vivência de habilidades socioemocionais para desenvolver o
autoconhecimento e reconhecer no outro suas necessidades e interesses,
respeitando as diferenças com empatia e solidariedade.

ABORDAGEM CURRICULAR

Nessa faixa, os alunos encontram-se na fase das operações concretas


e formais. Assim, respeita-se o aspecto socioafetivo e as habilidades
cognitivas próprias do momento evolutivo do aluno ao se fazer abordagens
cognitivas significativas, traçando uma linha de continuidade e pontes entre
o concreto e o abstrato, o cotidiano e o científico, o racional e o afetivo, o
primário e o tecnológico, o público e o privado, o individual e o coletivo.
Na BNCC, o Ensino Fundamental está organizado em cinco
áreas do conhecimento. Essas áreas, como bem aponta o Parecer
CNE/CEB nº 11/2010, “favorecem a comunicação entre os
conhecimentos e saberes dos diferentes componentes curriculares”
(BRASIL, 2010). Elas se intersectam na formação dos alunos,
embora se preservem as especificidades e os saberes próprios
construídos e sistematizados nos diversos componentes.

ÁREAS DO CONHECIMENTO COMPONENTES CURRICULARES


➢ LÍNGUA PORTUGUESA
LINGUAGENS ➢ ARTE
➢ EDUCAÇÃO FÍSICA
➢ LÍNGUA INGLESA
MATEMÁTICA MATEMÁTICA
CIÊNCIAS DA NATUREZA CIÊNCIAS
CIÊNCIAS HUMANAS ➢ GEOGRAFIA
➢ HISTÓRIA
ENSINO RELIGIOSO ENSINO RELIGIOSO

Para garantir o desenvolvimento das competências específicas,


cada componente curricular apresenta um conjunto de habilidades.
Essas habilidades estão relacionadas a diferentes objetos de
conhecimento, entendidos como conteúdos, conceitos e processos,
que, por sua vez, são organizados em unidades temáticas.
Escola Alegria do Saber Página 35
Taremos tudo mais detalhadamente em nosso organizador
curricular.

METODOLOGIA

A Escola Aleria do Saber visa à educação que promove a


aprendizagem ativa e a participação do aluno na construção de
conhecimentos. Considera que o importante não são somente as diversas
estratégias metodológicas, mas o olhar docente para a aprendizagem do
aluno.
A metodologia promoverá o protagonismo estudantil, favorecendo a
estruturação e expansão do conhecimento, tendo o professor como função
principal, a mediação. Esse deve pesquisar para compreender como o aluno
constrói o conhecimento, como aprende, estuda, tece sua teia de saberes
para que a aprendizagem se consolide e seja significativa.
O objetivo é, portanto, desenvolver nos alunos habilidades e competências
que serão o suporte para criações em áreas diversas e para a resolução de
situações-problema pessoais ou coletivos ao longo da sua vida. Segundo a
BNCC:
competência é a mobilização de conhecimentos (conceitos e
procedimentos), habilidades (práticas cognitivas e socioemocionais),
atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida
cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
(BRASIL, 2017, p.8).
É necessário elucidar que as estratégias metodológicas que serão
descritas a seguir estão em conformidade com as 10 competências gerais
da BNCC: “conhecimento; pensamento científico crítico e criativo;
repertório cultural; comunicação; cultura digital; trabalho e projeto de vida;
argumentação; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação;
responsabilidade e cidadania” e igualmente, com as indicações
metodológicas, para cada componente curricular e nível de ensino, referidas
no Documento Curricular Referencial da Bahia para Educaçao Básica
(DCRB), que afirma “a necessidade de que as aprendizagens construídas e
conquistadas pelas competências se consolidem a partir da qualificação
integral da formação sociotecnica, cientifica, tecnológica, ética, política,
estética, cultural, emocional e espiritual.”(DCRB, 2020, p.33)
Todas as competências convergem para o delineamento do projeto de
vida dos estudantes, estabelecendo uma articulação dos seus anseios em
relação à construção do futuro. “Esse processo de reflexão sobre o que cada
jovem quer ser no futuro e de planejamento de ações para construir este
futuro, pode representar mais uma possibilidade de desenvolvimento
pessoal e social” (BRASIL, 2017, p.62).
A seguir, algumas estratégias metodológicas de ensino, alhiadas as
10 Competências, que devem permear a ação pedagógica do professor:

Escola Alegria do Saber Página 36


1. ARGUMENTAÇÃO
Essa habilidade deve ser estimulada pelo professor, desde a Educação
Infantil ao final do Ensino fudamental. Temas do cotidiano e da atualidade
serão pontos de partida para a troca de ideias, a pesquisa, a formação do
senso crítico, o exercício da alteridade pelo ato de colocar-se no lugar do
outro, compreendendo situações de diferentes perspectivas.
O professor deve, ainda, ensinar formas de organizar e estruturar as
ideias, de sintetizar as ideias-chave de assuntos pesquisados, provocar os
alunos para que se manifestem. Exercitar momentos de exposição dos
temas pesquisados e oportunizar momentos de diálogo e produção de
textos na qual essa habilidade se torna imprescindível. Dessa forma,
contribuirá para a formação de um aluno crítico reflexivo capaz de analisar
fatos e informações, distinguindo fake news de verdades e posicionando-se
eticamente.
A partir do exercício da argumentação criteriosa, propicia-se ao aluno
o desenvolvimento de habilidades de pesquisa acadêmica, melhoria em sua
comunicação, levando-o à solução de problemas de forma criativa e um
aumento na sua autoconfiança.

2. ESTÍMULO À RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS


Torna-se fundamental esclarecer, primeiramente, a compreensão
dessa habilidade. Como resolução de problemas compreende-se: ensinar a
resolver problemas do cotidiano em qualquer área do conhecimento e em
diferentes situações. A ênfase nessa habilidade é com o intuito de dar
significado ao conteúdo, neste momento ou talvez em uma situação do
futuro. O objetivo é que o aluno se aproprie do conhecimento, socialize e
saiba aplicá-lo no cotidiano.
Logo, um problema não pode ser visto apenas como problema, e sim
como mola propulsora para o enfrentamento deste, objetivando a
transformação.
A Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) é uma das possibilidades
para engajar alunos, docentes e comunidade na resolução de problemas
comuns à sociedade.

3. FOMENTO À PESQUISA

Curiosidade é o que move crianças, adolescentes e jovens a quererem


aprender. O docente que consegue provocar a curiosidade nos seus alunos
inicia o processo para a formação de pesquisadores e, provavelmente, terá
caminhantes interessados à sua volta na sala de aula e nas pesquisas pelo
mundo a fora.
Na Educação Infantil, por exemplo, a semente da pesquisa deve ser
lançada, ou seja, ensinar a observar, a experimentar e a ler o mundo para
escrevê-lo com responsabilidade ao longo da vida.
Os projetos de pesquisa, imbuídos de diferentes desafios,
possibilitarão a abordagem de temas interdisciplinares, o reconhecimento
da complexidade e da inter-relação dos fatos, levando à análise dos dados
Escola Alegria do Saber Página 37
investigados e, consequentemente, à criação de alternativas para as
transformações.
4. VIVÊNCIA DA TRANSDISCIPLINARIDADE

Na transdisciplinaridade, a construção do conhecimento vai além dos


conteúdos de determinado componente curricular, na qual se aplicam as
resoluções de problemas de projetos do mundo real, a tomada de
consciência de suas representações e a reflexão sobre elas, o que permite
assimilá-las e modificá-las, percebendo que tudo está interligado no
universo. É esse movimento que desejamos para nossa sala de aula.
Para Nicolescu, “A transdisciplinaridade diz respeito àquilo que está
ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das diferentes disciplinas e
além de qualquer disciplina [...]”, (Nicolescu,1999, p.50). Essa concepção
leva a uma nova perspectiva formativa, uma visão do sujeito global, da
valorização da diversidade, da ampliação do conhecimento para a vida,
possibilitando a integração e a cooperação entre sujeitos.
Essa visão desafiará os alunos a estabelecerem as conexões entre os
fatos e os saberes e também apontará para a possibilidade de trabalhos
transdisciplinares.

5. CRIATIVIDADE

Qual será o aluno de 2045? Não sabemos dizer. Todavia, é sabido que
ele necessitará de muita criatividade e competências para viver. Portanto,
o professor tem um papel imprescindível na promoção de um trabalho
integrado, oportunizando práticas desafiadoras, para que os alunos possam
ser instigados a um pensamento criativo e impulsioná-los à produção de
estratégias inovadoras na busca de soluções em prol do bem-estar coletivo.

6. UTILIZAÇÃO DE LINGUAGENS MÚLTIPLAS

Para que ocorram aprendizagens significativas, é indispensável que o


professor entenda o movimento entre sentido e linguagem, a partir das
experiências de mundo de cada criança.
Nesse sentido, considera-se que os espaços oportunizados pelo
professor, por meio das interações e brincadeiras, dos desejos e das
necessidades das crianças, devem agregar sentidos e significados às ações.
Além disso, o professor deve considerar as diferentes manifestações
e expressões culturais dos alunos observando o gestual, a emoção, o corpo
e a cognição permitindo compreender o mundo e produzir mundos,
expressando e compartilhando suas produções pessoais, num contexto
histórico de vida coletiva.
Sob esse contexto, a escola deve compreender que todas as
expressões e manifestações da cultura humana integram experiências no
cotidiano escolar, e que, de forma positiva, coerente e afetiva, dinamizam
o processo de aprendizagem, interagindo na emoção, corpo e cognição.

Escola Alegria do Saber Página 38


Assim, sugere-se o trabalho com projetos educacionais e atividades
diferenciadas que contemplam as diferentes linguagens, a fim de despertar
habilidades ainda inatas, que auxiliarão nas suas futuras escolhas de vida.

7. CONVIVÊNCIA

Aprende-se a conviver convivendo. A escola cria espaços para


promover o diálogo, a aproximação das pessoas e media situações de
conflito, atentando para o respeito às diversidades religiosas, étnico-sociais
e de gênero.
Para o pleno desenvolvimento integral do sujeito o professor deve
refletir com seus alunos sobre questões como: inclusão, autonomia,
solidariedade e diversidade, buscando alternativas para amenizar as
injustiças sociais. Dessa forma, possibilita a vivência da empatia e,
consequentemente, a tolerância, promovendo a equidade entre os
cidadãos.

8. PROMOÇÃO DA AUTONOMIA

Partimos do princípio de que a ação para a autonomia deve ser


desenvolvida desde a Educação Infantil em um ambiente de interações e de
diálogos.
Nossos educadores zelam para que todos os estudantes sejam
ouvidos, participem da resolução de problemas e, assim, exerçam seu poder
de decisão em uma ação autônoma e responsável. Ou seja, a autonomia
precisa ser instigada todos os dias.
Acreditamos que tão importante quanto aprender conteúdos
específicos, seja que o aluno aprenda a aprender. Nesse sentido, é
necessário que o docente apresente e ensine o aluno a utilizar diferentes
estratégias de estudo, pois a escola entende que quem tem autonomia
adquire autodisciplina e, certamente, um forte senso de responsabilidade
pelos seus atos.
Em contrapartida, sem autonomia, teremos sempre uma criança, um
jovem e um adulto passivo, vulnerável e dependente. Por isso, alunos que
são desafiados a ousar, a criar e a resolver questões, perdem o medo,
superam-se, tornam-se seguros para intervir, de forma proativa, no mundo.

9. INCENTIVO À AUTORIA

Ser sujeito das próprias ideias e opiniões e praticar suas criações em


diferentes contextos, é uma necessidade do século XXI, por isso devemos
incentivar a autoria.
É responsabilidade docente mediar a autoria do aluno, ou seja,
provocá-lo para investigar fenômenos e processos, para criar soluções
diante de problemas e de mostrar-se como autor de criações. Logo, cabe à
escola ir muito além das atividades de ensino para promover atividades de
aprendizagem.
Escola Alegria do Saber Página 39
Todavia, para que este movimento de autoria seja desencadeado, o
professor precisa ser autor, pois docente sem autoria não propõe autoria.
Autoria pressupõe pesquisa e integra o triângulo: pesquisa, ciência e
autoria.

10. RECURSOS DIGITAIS

Nossos alunos já nascem imersos no mundo digital, as diferentes


tecnologias fazem parte do dia a dia de alunos e professores. Sabe-se que
os alunos aprendem de formas diferentes, por isso, utilizar estratégias
tecnológicas em sala de aula promoverá ainda mais o protagonismo no
processo da construção do conhecimento, valorizando outros caminhos na
estruturação da aprendizagem.
Contudo, para que essas ferramentas, de fato, auxiliem o ensino e a
produção de conhecimento em sala de aula, exige empenho, pesquisa,
estudo por de todos os docentes e clareza de que ferramentas digitais são
apenas recursos e não substituem o pensar, a ação e a reflexão do
professor.
Considerando o perfil discente e as estratégias metodológicas
supracitadas e explicadas acima, enfatiza-se a necessidade de o professor
planejar o processo avaliativo no seu nível de ensino e no seu respectivo
componente curricular de forma coerente com essas propostas.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO

Avaliar é uma ação fundamental dentro da gestão participativa dos


processos na Instituição. Nesse sentido, avaliação orienta em relação aos
caminhos percorridos a serem analisados e melhorados, também aponta
para novas possibilidades e encaminhamentos, em qualquer nível do âmbito
escolar, norteando e alertando em relação à responsabilidade social que é
o compromisso da escola.
Todo contexto avaliativo nos direciona para dois segmentos:
avaliação institucional e avaliação do processo de ensino e aprendizagem.
Ambas estão interligadas, e, a partir disso, o diálogo constante, de forma
coletiva e compartilhada pelos diferentes sujeitos envolvidos, conduzirá a
uma ação pedagógica qualificada e eficiente

AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

A dimensão do conhecimento envolve o aprendizado da cultura geral


e a valorização de novos conhecimentos que atentem aos desafios de uma
sociedade em constante movimento. A dinamicidade desse processo gera
mudanças tecnológicas e científicas e nos impulsiona a constantemente
avaliarmos o que devemos manter e o que devemos mudar em nossas
práticas pedagógicas e nos processos da gestão educacional, sem cairmos
em modismos.

Escola Alegria do Saber Página 40


Nesse sentido, os processos de ensino e aprendizagem não se limitam
à transmissão dos conhecimentos acumulados na história nem à
transmissão de informações, mas se preocupam, essencialmente, com a
transformação desses conhecimentos em saberes significativos e
contextualizados para os aprendentes.
Diante dessas considerações, a Escola Aegria do Saber reconhece a
avaliação dos diferentes processos que ocorrem no espaço escolar como
eixo fundamental para o desenvolvimento institucional. Ciente de que
somente a avaliação não seja a solução, uma vez que exige o
reconhecimento de situações-problema identificadas e o encaminhamento
de ações de melhoria e de aprimoramento.
A Escola está em constante diálogo com a Equipe Pedagógica e, em
conjunto, buscam-se alternativas para melhoria dos processos previstos na
proposta pedagógica da Instituição.

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Avaliar é parte do processo de ensinar e aprender. Conforme


Documento Curricular Referencial da Bahia para Educação Básica (2020,
p.99), “ [...] A avaliação é parte integrante da Proposta Curricular e do
Projeto Político-Pedagógico da escola e deve ser compreendida como
processo relevante, construído e consolidado a partir de uma cultura de
“avaliar para garantir o direito da aprendizagem”, e não para classificar
e/ou limitar tal direito.
Nesse processo, necessita-se valorizar as experiências dos alunos,
seus conhecimentos prévios, instigando-os para a construção do
conhecimento científico em prol da transformação da sociedade.
Igualmente, as transformações causadas pelas metodologias ativas na ação
de ensinar e aprender serão observadas e analisadas criteriosamente e
incorporadas gradativamente nos processos avaliativos.
Ação que visa também à identificação das lacunas de aprendizagem,
por meio da observação, análise, que exigem do professor
(re)planejamento, atentando para as dificuldades individuais dos alunos e
também as coletivas. Reforça ainda o Documento Curricular Referencial da
Bahia para Educação Básica (2020, p. 100), “ [...]A avaliação é um ponto
de partida impulsionador, um elemento de definição a mais para se
refletir a gestão educacional, (re)pensar e (re)planejar as ações
pedagógicas, dentro e fora da sala de aula, um caminho a ser trilhado
ao longo dos anos, tendo como foco principal o processo de ensino e
aprendizagem. Enfim, ensinando, avalia-se, avalia-se ensinando e
aprendendo.

EDUCAÇÃO INFANTIL

A avaliação na Educação Infantil é sistemática e contínua, abordando


os aspectos cognitivo, psicológico, socioafetivo e psicomotor. Pressupõe
Escola Alegria do Saber Página 41
uma organização intencional e sistemática do processo pedagógico,
exigindo que o educador planeje o seu trabalho, avalie o processo e os seus
efeitos no desenvolvimento e na aprendizagem das crianças.
Conforme o DCRB (2020, p.105), na Educação Infantil, é
necessário avaliar as aprendizagens e também o desenvolvimento
infantil. Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação
Infantil (BRASIL, 2010 b), alguns caminhos precisam ser trilhados para
se poder ter uma avaliação coerente com as finalidades definidas para
a Educação Infantil, bem como as peculiaridades das crianças na faixa
etária de até 5 anos.
A observação é o principal instrumento nessa etapa que o
professor tem para avaliar o processo de construção do conhecimento
das crianças, pode indicar e/ou revelar aspectos importantes a serem
examinados no percurso, contanto que seja com um olhar avaliativo,
interpretativo.
Dessa forma, na Educação Infantil, a avaliação deve ser feita por
instrumentos de acompanhamento e registro do desenvolvimento da
criança, sem o objetivo de promoção, como afirma a LDB nº 9.394, de
1996, no art. 31. A Educação Infantil será organizada de acordo com a
seguinte regra comum: “Avaliação mediante acompanhamento e
registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção,
mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental. (Redação dada pela Lei
nº 12.796, de 2013)”.
Sendo assim, a Escola alegria do saber adota o sistema de avaliação
TRIMESTRAL realizado por meio de registros, a partir da observação de cada
aluno nas atividades e interações no cotidiano, utilizando-se de alguns
instrumentos como o diário de classe, o portfólio individual no qual as
aprendizagens e os caminhos percorridos pelas crianças em diferentes
etapas do desenvolvimento são registrados, analisados e organizados em
relatórios.
Ao final de cada trimestre entrega-se para cada família, um relatório
individual por escrito, em um momento de conversa individual, em forma
de parecer descritivo a partir das observações e dos registros da professora,
sobre o desenvolvimento da aprendizagem da criança em cada um dos
campos de experiência, considerando as habilidades desenvolvidas no
período.

ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS: 1º AO 5º ANO

No Ensino Fundamental Anos Iniciais, o processo se dá, também, pela


observação e registro, com a utilização de diferentes instrumentos
avaliativos, com critérios definidos no planejamento de cada professor.

Escola Alegria do Saber Página 42


O sistema de avaliação nestes anos é TRIMESTRAL, sendo que o
aproveitamento, desempenho e atitudes dos alunos são expressos de forma
quantitativa e qualitativa.
A forma quantitativa é dada por meio de todas as atividades
avaliativas (individuais e em equipe), realizadas ao longo do trimestre em
cada um dos componentes curriculares, gerando, assim, uma média
trimestral expressa por nota de 0 a 10.
A avaliação qualitativa remete-se aos conteúdos atitudinais expressos
de acordo com as observações e registros realizados pelo professor gerando
1,0 ponto para cada componente curricular.

DIRETRIZES DE AVALIAÇÃO NO 1º, 2º E 3º CICLO.

Acreditamos que a avaliação informativa e formativa, integra-se a


um processo dinâmico e contínuo de acompanhamento e interpretação do
desenvolvimento do educando, em relação à socialização e organização da
sua vida escolar, na aquisição de habilidades e competências básicas de
letramento, de leitura do mundo e na resolução de situações problemas,
tendo como mecanismo os conteúdos de todas as disciplinas.

O período escolar será dividido em TRÊS CICLO: I, II e III Ciclo. Em


cada Ciclo serão realizadas atividades avaliativas em todos os componentes
curriculares utilizando instrumentos avaliativos diversificados. Avaliaremos
também aspectos atitudinais de cada aluno por meio das expectativas:
Organização do trabalho, participação e construção da autonomia.

Em cada CICLO, serão realizadas atividades avaliativas totalizando o


máximo de 10 pontos, considerando os TRÊS CICLOS, o aluno pode alcançar
30 pontos ao final do ano.

As avaliações serão organizadas e arquivadas e cada professor exigirá


assinatura dos pais e/ou responsáveis ao final de cada ciclo. O aluno faltoso
em dia de avaliação terá o direito de fazer a atividade mediante atestado
médico até 48 horas após a mesma e pagamento da taxa de 2ª chamada
no valor de 10% considerando o valor da mensalidade por componente
curricular.
Ao final de cada Ciclo, a escola organizará um boletim impresso que
será entregue aos Pais em atendimento individual, demonstrando o
desenvolvimento do aluno.

Na educação infantil utilizaremos em cada ciclo o Relatório descritivo


com o objetivo de registrar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento
individual do aluno.

No Final do ano letivo, os alunos do 2º ao 5º ano que tiverem


aproveitamento na média final, inferior a 6,0(seis) serão submetidos,
obrigatoriamente, aos estudos de recuperação da aprendizagem. A nota da
prova de recuperação eliminará a média anterior, desde que seja superior

Escola Alegria do Saber Página 43


a esta, caso contrário, permanecerá com o resultado anterior. A
recuperação final contemplará todas as competências do ano letivo e o
aluno será aprovado no componente curricular se a média aritmética for
maior ou igual a 6,0 (Seis).
O aluno realizará a recuperação mediante pagamento da taxa no valor
de 20% considerando o valor da mensalidade por Componente Curricular.

CONSELHO DE CLASSE
Procurando ser coerente com o processo de avaliação, o Conselho de
Classe se apresenta como parte importante do processo avaliativo, pelo fato
de reunir diferentes pareceres profissionais sobre cada estudante, que
servirão de subsídios para os diagnósticos e as recomendações deles
decorrentes. O Conselho tem função mediadora e, no final do ano letivo,
assume caráter deliberativo quanto ao processo de avaliação.
Os profissionais envolvidos com a aprendizagem de uma determinada
turma ou série, reunidos em Conselho, emitem um diagnóstico que se
fundamenta nas relações interpessoais, na metodologia utilizada, nos
conteúdos desenvolvidos e em outros aspectos considerados importantes
da realidade dos estudantes e dos professores. Essa análise, de natureza
crítica, poderá indicar as causas das dificuldades do processo educativo e
eventuais motivos que se constituem em problemas de atuação, tanto do
professor como dos estudantes.
O Conselho de Classe presume que os professores, com base nos
objetivos estabelecidos nos componentes curriculares, se autoavaliem
quanto a seu desempenho e ao desempenho dos estudantes, buscando
propostas alternativas, regras e estratégias que visem à superação das
necessidades detectadas e à adoção de medidas preventivas no decorrer do
ano letivo.
Dessa forma, o Conselho de Classe se caracteriza como processo que
amplia a consciência crítica dos professores, conferindo à ação educativa
rigor metodológico e dimensão participativa, com registro e em ata de todas
as suas decisões, caracterizando-se como documento regulador da
Dinâmica educativa.
O Conselho de Classe tem autonomia de deliberar, em seu parecer
final, não cabendo recurso em outra instância da Escola. É constituído pelos
professores da turma, pela Coordenação da etapa de ensino, pela
psicopedagoga da escola e pela Direção.

CRITÉRIOS PARA APROVAÇÃO/REPROVAÇÃO NO CONSELHO DE


CLASSE

✓ Avanços obtidos na aprendizagem;


✓ Trabalho realizado para que o aluno melhore a aprendizagem;
✓ Desempenho do aluno em todos os componentes curriculares;
✓ Acompanhamento do aluno no ano seguinte;
✓ Situações de inclusão;

Escola Alegria do Saber Página 44


✓ Questões estruturais que prejudicam o aluno (ex. Falta de professores
sem reposição);
✓ Não há nota mínima estabelecida: todos os alunos que não atingiram
média para aprovação devem ser submetidos à análise e decisões do
Conselho;
✓ Não há número de disciplinas para aprovar ou reprovar. Mesmo que
o aluno tenha sido reprovado em todas as disciplinas o que está em
análise é sua possibilidade de acompanhar a série seguinte;
✓ Segundo a LDB em seu artigo 12, inciso VI, a única coisa que tira o
direito do aluno de participar do Conselho de Clase é a comprovação
dos 75% de faltas.
✓ Questões disciplinares não são indicativos para reprovação. A
avaliação deve priorizar o nível de conhecimento que o aluno
demonstra ter e não suas atitudes ou seu comportamento;
✓ Ter sido aprovado em conselho de classe no ano anterior não quer
dizer que não possa ser novamente aprovado no ano seguinte.

PARCERIA ESCOLA E FAMÍLIA

O trabalho de parceria entre escola e a família requer uma visão


ampla desta interação. Embora com funções distintas, ambas têm em
comum o processo de educar e acompanhar o desenvolvimento dos alunos.
A família tem grande responsabilidade na formação dos filhos,
instituindo regras e valores, de acordo com suas crenças e culturas,
juntamente com várias outras instituições da sociedade, que contribuem
para os processos formativos, conforme preconiza a LDB 9394/96 em seu
artigo primeiro:
A Escola compartilha a responsabilidade de educar as
novas gerações, com outras instituições da sociedade; a
família, a convivência humana, o trabalho, as instituições
de ensino e pesquisa, os movimentos sociais, e as
organizações da sociedade com suas manifestações
culturais.
Vale ressaltar que a instituição desenvolve ações de integração
reconhecendo a família como uma parceira ativa e essencial na educação
escolar, e esta parceria é construída em diversos momentos.
Os pais sempre são bem informados a respeito da vida escolar de
seus filhos por meio de diferentes canais de comunicação. Nesse sentido, a
Escola Alegria do Saber prioriza o diálogo, a escuta e ações para conhecer
e planejar ações para resolver dificuldades ou problemas envolvendo o
aluno no processo ensino e aprendizagem. Frente ao cenário atual, em
função das implicações das transformações nas relações sociais e
familiares, a escola considera imprescindível a presença das famílias e,
diante disso, promove momentos de palestras e formações para
esclarecimentos, diálogos e orientações que refletirão no processo de
ensino e aprendizagem.

Escola Alegria do Saber Página 45


A escola, na sua prática cotidiana, atenta para as particularidades das
famílias, permanece em constante diálogo, mas valoriza o bem-estar
coletivo numa dimensão ética.

REGIME CURRICULAR ESPECIAL


Considerando o atual estado de emergência de Saúde Pública,
declarado pela Organização Mundial de Saúde, e atendendo às mais
recentes evoluções da propagação da infecção por doença respiratória
causada pelo agente Coronavírus (SARS-CoV-2 e COVID-19) tendo como
linha de referência as recomendações da Organização Mundial de Saúde
(OMS) e as várias mudanças vivenciadas no atual contexto passou a exigir
das Intituições educativas alternativas para um ensino mais competente
hoje e para as próximas gerações.

Então, diante deste momento de pandemia, as Escolas foram


autorizadas, enquanto durar o período de emergência, oportunizar
situações de aprendizagem que possibilitasse ao aluno organizar sua
própria vida e participar de forma atuante numa proposta baseada no
ensino híbrido.

Assim, em 2020, o ambiente de isolamento social dasafia a escola e


o educador a reinventar sua prática. E a categoria, de forma gerreira,
dormiu analógica e acordou digital. A pressão externa gerou grande
mudança metodológica, técnica e comportamental. Mas, mudar em um
ambiente escolar significa consulta, negociação, respeito aos pares e às
normas legais.

Assim, a partir de 18 de março de 2020, alinhada com as


orientações e determinações do Ministério da Educação, com os pareceres
do Conselho Federal de Educação e as resoluções do Conselho Estadual de
Educação, a Escola Alegra do Saber prontamente implementou um
programa de educação remota, para a complementação da aprendizagem
na excepcional situação de Emergência em Saúde Pública de Importância
Nacional (Ministério da Saúde – Portaria nº 188/GM/MS), em razão da
infecção humana pelo novo Coronavírus.

No primeiro momento ao ser anunciada a suspensão das aulas através


do decreto Estadual 19.529 de 16/03/202, nosso primeiro passo foi reunir
todo corpo docente para discutir possibilidades da continuidade das aulas,
sabendo que o único meio seria o trabalho remoto com atividades
domiciliares e que seria necessário cada professor se reinventarem,

Escola Alegria do Saber Página 46


ressignificarem toda prática docente abraçando o novo contexto
educacional.

Nesse sentido, em parceria com as famílias, a Instituição deu


sequência, durante os meses seguintes até o fechamento do ano letivo, com
todo o seu corpo técnico funcional e de prestadores de serviço a ações
diversificadas de suporte aos alunos (e às suas famílias), direcionando
práticas diferenciadas, conforme o grupo e faixa etária das crianças, com
atenção especial para o desenvolvimento integral do aluno, promovendo a
construção de rotinas variadas e lúdicas, buscando, inclusive, a preservação
da saúde emocional, diante da pressão vivida por todos os cidadãos neste
período de pandemia.
Considerando a nova realidade que nos foi imposta, planejamos a
reorganização dos nossos ambientes de aprendizagem de forma a
comportar as tecnologias disponíveis para o atendimento do disposto no
nosso currículo, incorporando, assim, o Ensino Híbrido, considerando a
realização de atividades pedagógicas não presenciais.

As atividades pedagógicas não presenciais foram ofertadas: 1) por


meios digitais (vídeo-aulas gravadas, conteúdos organizados e
disponibilizados na plataforma Google Sala de aula; 2) através da
transmissão de aulas, live e outras ações, ao vivo (on-line), por meio de
plataformas remotas Google Meet; 3) pela adoção de material didático
impresso com orientações pedagógicas distribuído aos estudantes e seus
pais ou responsáveis; e 4) pela orientação projetos, pesquisas, atividades,
jogos, músicas e exercícios indicados nos materiais didáticos, sempre
respeitando as idades mínimas e tempos recomendados para o uso de cada
tecnologia.

A Escola Alegria do Saber aderiu ao processo de aprendizagem


domiciliar para garantir que nossos alunos continuassem o processo de
aprendizagem durante o período de suspensão das aulas, em seus
domicílios, da melhor forma possível através das ferramentas tecnológicas
disponíveis. No entanto, é necessário ressaltar que a forma cmo velozmente
mudou suas práticas, voltando-se para o digital, denota que estar em
ambiente fétil para dar continuidade ao ensino híbrido, onde haverá grande
interação do presencial com o digital.

Adquirimos como Instituição novos conhecimentos e muitos


aprendizados. Temos certeza que cada momento vivenciado se transformou
em experiências para o futuro. A partir do momento que a gente considera
que a forma de aprender do aluno é diferente, a gente não pode acreditar
que a forma de ensinar do professor esteja dentro dessa concepção,
Escola Alegria do Saber Página 47
considerando que a tecnologia digital hoje pode ser grande aliada no
processo. De uma forma bem clara, a nossa definição de Ensino Híbrido é a
integração do ensino presencial e do ensino on-line de modo que se consiga
o máximo de potencial das duas formas de ensinar e aprender para que o
aluno possa aprender mais dentro da sua potencialidade.

Sem dúvida alguma, é esse mundo que nosso aluno quer adentrar,
conhecer... viver. Um mundo interligado, para não perder o contato com o
outro mundo – o seu mundo – e experimentar a indescritível sensação de
aprender sem ter que abrir mão de valores... Pois o prazer de aprender se
torna uma ação tão extraordinária quanto a formidável sensação de
explorar um mundo novo.

AVALIAÇÃO DO PROJETO

A avaliação do presente projeto seguirá uma perspectiva


transformadora de uma escola democrática que visa a formação do aluno
como cidadão crítico, participativo e autônomo, cuja apropriação
significativa e crítica do conhecimento, constitui o objetivo do processo
ensino-aprendizagem. Reconhece aluno e o professor como sujeitos
socioculturais dotados de identidade própria, com gênero, raça, classe
social, visões de mundo e padrões socioculturais próprios a serem levados
em consideração através das práticas docentes e avaliativas tendo em vista
uma apropriação efetiva e significativa do conhecimento.

O presente Projeto será avaliado em seu dia-a-dia na escola


observando-se os pressupostos que o embasam e os elementos
facilitadores, bem como as dificuldades a serem superadas em nossa
comunidade, seu potencial, os pontos fortes e fracos. Através deste,
visamos a integração entre escola e comunidade fazendo uma análise
realista da missão da escola, do perfil do cidadão, da aprendizagem, dos
conteúdos da metodologia , dos recursos didáticos, da organização
curricular e da avaliação, considerando-se sempre a igualdade, a
sensibilidade e a identidade.

Pretendemos, junto as Instâncias Colegiadas envolvidas no trabalho


da escola questionar constantemente: “O que fazemos que está dando certo
e não queremos mudar”? “Precisamos melhorar e adequar o que foi
planejado? O que fazemos que não está dando certo e não queremos
repetir”?

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Portanto, o Projeto Político Pedagógico desenvolvido pelos
integrantes desta instituição não é algo pronto e acabado mas será sempre
avaliado, repensado, redimensionado e realimentado no que for necessário,
assim, seu objetivo se concretizará com sucesso

PLANO DE AÇÃO

A escola, ao construir seu Plano de Ação, deve definir ações a serem


realizadas a curto prazo e organizá-lo coletivamente, já que a gestão
democrática implica uma tomada de decisão coletiva nas ações de natureza
imediata, proporcionando condições didáticopedagógicas para a realização
e concretização do Projeto Político Pedagógico.

Como afirma Ferreira (2004, p. 1241) gestão significa tomada de


decisões, organização, direção. Relaciona-se com a atividade de
impulsionar uma organização a atingir seus objetivos, cumprir suas
responsabilidades.

Nº O QUÊ? QUEM? QUANDO?

01 Realizar reuniões com leitura e Gestores e docentes Mensalmente


reflexão acerca de assuntos
referente à prática pedagógica.

02 Execução de atividades de Docentes e Diariamente


promoção a Leitura e Escrita Estudantes

03 Realizar reuniões para monitorar Gestores e docentes. Final de cada


o andamento do ensino e Trimestre
aprendizagem da Educação
Infantil e Anos Iniciais

04 Promover atendimento Gestores e docentes Final de cada


individuais com os pais. Trimestre.

05 Atender os pais e encaminhá-los Gestores e Sempre que


aos professores se necessário. professores. necessário

06 Oferecer Formação Continuada – Gestores e Trimestralmente


estudos e reflexões teóricas, professores
oficinas e palestras.

07 Revisar Projeto Político Gestores, docentes e Anual.


Pedagógico. toda comunidade
escolar.

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08 Realizar compra de material e Gestores. Durante o ano
assegurar o estado da boa letivo.
conservação.

09 Diagnosticar, priorizar e sanar as Gestores. Durante o ano


necessidades emergenciais. Letivo.
10 Construir e apresentar a proposta Gestores e docentes. Início do ano letivo.
Pedagógica e o planejamento
anual.
11 Realizar as reuniões pedagógicas Gestores. mensalmente

12 Acompanhar através do diário de Gestores e Diariamente.


classe a frequência. funcionários da
secretaria.
13 Acompanhar o planejamento Gestores. Semanalmente.
diário através do caderno de
planejamento.

14 Realizar reuniões de Pais e Gestores e Docentes Inicio do ano Letivo


mestres

15 Promover atendimento Gestores Ao final de cada


individuais com os pais. semestre

16 Executar os projetos definidos Gestores, docentes e a partir dos


toda comunidade cronogramas
escolar.

17 Realizar eventos lúdicos, Gestores, docentes e No mês da data


Didático-pedagógicos e toda comunidade comemorativa ou
Culminância de projetos escolar. com agendamento
prévio

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto político-pedagógico é uma construção coletiva na qual “o


texto estará sempre em processo de aprimoramento, por se tratar de um
‘tecido’ que nunca se arremata, porque a vida é dinâmica e exige
modificações permanentes.” (EDLER, 2004, p.157). Dessa forma,
percebemos que:
[...] o projeto político-pedagógico pode ser
considerado como a ‘carteira de identidade’ da escola,
evidenciando os valores que cultua, bem como o percurso que
pretende seguir em busca de atingir a intencionalidade
educativa. Espera-se que prevaleça o propósito de oferecer a
todos igualdade de oportunidades educacionais, o que não
significa necessariamente, que as oportunidades sejam as
mesmas e idênticas para todos. (EDLER, 2004, p. 156-157).

Assim, esta Escola acredita que este documento baliza as ações


pedagógicas, tendo em vista a prática reflexiva constante, necessária para
uma educação de qualidade, inovadora e para todos (as).

Escola Alegria do Saber Página 51


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