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Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais

DIRETRIZES CURRICULARES
PARA IMPLEMENTAÇÃO DO
NOVO ENSINO MÉDIO
NAS TURMAS DE 1º ANO EM 2022

Secretaria de Estado da Educação


Subsecretaria de Educação Básica
Superintendências de Políticas Pedagógicas
Diretoria de Ensino Médio
Apresentação 3

O currículo do Novo Ensino Médio 5


Principais mudanças propostas no Novo Ensino Médio 6

O Projeto Político Pedagógico 7

A organização do currículo do 1º ano do Ensino Médio 7


Formação Geral Básica 8
Competências e habilidades por área do conhecimento 9
Integração nas Áreas do Conhecimento 10
Itinerário Formativo 11
Aprofundamento nas Áreas do Conhecimento 12
Práticas Comunicativas e Criativas 13
Núcleo de Inovação Matemática 13
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 13
Humanidades e Ciências Sociais 14
Preparação para o Mundo do Trabalho 14
Introdução ao Mundo do Trabalho 14
Tecnologia e Inovação 15
Eletivas 16
Projeto de Vida 16
Itinerário Formativo ensino médio noturno 17
Aprofundamento nas Áreas do Conhecimento 18
Projeto de Vida 19
Atividades Complementares 20
Eletivas 20

A organização do currículo do 1º ano do Ensino Médio nas Modalidades 21


Educação do Campo, Quilombola e Indígena 21
Educação de Jovens e Adultos 22
Educação Especial 22

Ensino Médio em Tempo Integral 23


O Ensino Médio em Tempo Integral Regular 23
O Ensino Médio em Tempo Integral Profissional 24

Avaliação 25

Referências 26

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Apresentação

O presente documento tem por objetivo apresentar aos profissionais da


educação da Rede Estadual de Educação de Minas Gerais a organização curricular
estabelecida para a implementação gradual do Novo Ensino Médio a partir de 2022. As
Diretrizes aqui estabelecidas foram elaboradas a partir da Lei 13.415, de 16 de
fevereiro de 2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; da
Resolução CNE/CEB nº 3 de 21 de novembro de 2018, que atualizou as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio; da Resolução CNE/CP nº 4, de 17 de
Dezembro de 2018, que instituiu a Base Nacional Comum Curricular para o Ensino
Médio; da Portaria nº 1432, de 28 de dezembro de 2018, que estabeleceu os
Referenciais para elaboração dos Itinerários Formativos e do Currículo Referência do
Ensino Médio de Minas Gerais, homologado pelo Parecer CEE nº 192 em 31 de março
de 2021, e pela Portaria Nº 230, de 09 de abril de 2021 desta Secretaria de Estado de
Educação.

Neste documento, se encontra especificado o desenho curricular do Novo


Ensino Médio da rede estadual mineira, que passa a ser composto por: Formação Geral
Básica, que contempla os componentes curriculares das quatro áreas do conhecimento
descritos na BNCC e comuns a todos os estudantes do Ensino Médio, bem como o
Itinerário Formativo, que se apresenta como a parte flexível do currículo. Há, ainda, a
descrição das áreas e componentes curriculares do Itinerário Formativo planejado para
o 1º ano do Ensino Médio: Projeto de Vida; Eletivas e Preparação para o Mundo do
Trabalho, que contempla os componentes curriculares: Introdução ao Mundo do
Trabalho, Tecnologia e Inovação e Introdução às Áreas do Conhecimento com os
componentes: Práticas Comunicativas e Criativas, Núcleo de Inovação Matemática,
Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Humanidades e Ciências Sociais.

Importante ressaltar que as especificidades do Ensino Médio noturno, do


Ensino Médio em Tempo Integral e das modalidades de ensino também estão
contempladas nesta Diretriz, sendo detalhadas nas Matrizes Curriculares, nos cadernos
pedagógicos e demais documentos orientadores disponibilizados por esta Secretaria.

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Assim, ao implementarmos um Novo Ensino Médio como política educacional
nacional, esperamos concretizar em Minas Gerais um currículo orientado pelo princípio
da educação integral, que dialogue com os sujeitos e tenha no protagonismo juvenil e
no direito às aprendizagens os seus pilares.

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1. O currículo do Novo Ensino Médio

A Lei 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases


da Educação Nacional (LDBEN) trouxe mudanças significativas para o ensino médio,
determinando, entre os principais pontos: ampliação da carga horária mínima, foco na
aprendizagem e no desenvolvimento integral do estudante, bem como uma nova
organização curricular composta por Formação Geral Básica e Itinerário Formativo.

A partir de então, foram publicadas a Resolução CNE/CEB Nº 3, de 21 de


novembro de 2018, atualizando as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio; a Resolução CNE/CP Nº 4, de 17 de dezembro de 2018, instituindo a Base
Nacional Comum Curricular para a etapa Ensino Médio e a Portaria 1.432, de 28 de
dezembro de 2018, estabelecendo os referenciais para elaboração dos itinerários
formativos.

Nos anos de 2019 e 2020, com a formação do grupo de redatores do Currículo


Referência para o Ensino Médio e do grupo de trabalho de arquitetura curricular, a
SEEMG empreendeu ações para que o maior número de profissionais da educação,
pais,responsáveis e estudantes da rede estadual participassem das proposições aqui
elencadas, dada a importância da construção coletiva de uma política pública
educacional que levasse em conta realidades sociais, culturais, históricas e econômicas
distintas. A linha abaixo do tempo abaixo sintetiza os processos de escrita e
homologação do currículo:

Fonte: SEE-MG - 2021

O Currículo Referência de Minas Gerais com seus conceitos, pressupostos


fundantes e nova forma de oferta e organização do Ensino Médio na rede estadual de

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educação passa, a partir de então, a orientar a elaboração dos planos e ações
educacionais para que da prática de cada educador/a e de cada escola, surjam formas
de implementação de uma educação inclusiva, equânime e democrática.

A proposta de desenho curricular apresentada pela SEE MG, elaborada a partir


dos pressupostos estabelecidos pela Base Nacional Comum Curricular - BNCC e
amparados pela Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – DCNEM,
fundamenta sua organização na garantia dos direitos de aprendizagem comum a todos,
na ampliação dos tempos e espaços formativos e no desenvolvimento do
protagonismo dos estudantes durante o percurso na última etapa da Educação Básica.

1.1. Principais mudanças propostas no Novo Ensino Médio

A implementação da nova organização curricular, e consequente ampliação da


carga horária para o ensino médio a partir de 2022, traz novas demandas aos
envolvidos na oferta desta etapa de ensino.

A legislação determina a ampliação mínima da carga horária total de 2.500


(duas mil e quinhentas) para 3.000 (três mil) horas, sendo 1.800 (um mil e oitocentas)
para a Formação Geral Básica e 1200 (um mil e duzentas) horas para o Itinerário
Formativo. A carga horária anual será ampliada para 1000 horas, a partir de 2022, para
todas as turmas de 1º ano do ensino médio.

A organização curricular passa a ser composta pela Formação Geral Básica (com
todos os componentes da BNCC) e pelo Itinerário Formativo, que tem como principal
objetivo a flexibilização do currículo.

O currículo do Novo Ensino Médio traz competências e habilidades por área do


conhecimento, permitindo maior integração entre os componentes curriculares e as
áreas do conhecimento, o que possibilita ao estudante uma visão integral dos
conhecimentos desenvolvidos ao longo de seu percurso formativo.

A parte flexível acontece por meio de Itinerários Formativos, que são


compostos por arranjos curriculares a partir do aprofundamento das áreas do
conhecimento ou formação técnica e profissional, alinhados com componentes

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curriculares obrigatórios como: Projeto de Vida, Eletivas, Tecnologia e Inovação e
Introdução ao Mundo do Trabalho.

2. O Projeto Político Pedagógico

A partir de 2022, as escolas estaduais, na implementação do Currículo


Referência de Minas Gerais - etapa ensino médio - CRMG, deverão se atentar para a
revisão do seu Projeto Político Pedagógico (PPP). Essa revisão do PPP é uma das frentes
de trabalho do planejamento de execução e implementação do currículo. É por meio
do Projeto Político Pedagógico, que a unidade escolar deve, a partir do diálogo
estabelecido com a sua comunidade escolar, sistematizar as alterações propostas pelo
Novo Ensino Médio, seja na Formação Geral Básica ou nos itinerários Formativos.

A organização para a escolha das eletivas anuais, por exemplo, pode ser objeto
de discussão e regulação estabelecido no Projeto Político Pedagógico da escola - PPP. A
sistemática de implementação dos projetos de integração curricular, o foco pedagógico
a ser dado às temáticas de Aprofundamento nas Áreas do Conhecimento (Práticas
Comunicativas e Criativas, Núcleo de Inovação Matemática, Humanidades e Ciências
Sociais e Ciências da Natureza e suas Tecnologias) e a formação dos professores são
algumas das temáticas que podem e devem ser abordadas no PPP das escolas.

Dessa forma, o Projeto Político Pedagógico, que constitui documento formal,


intencional e articulador dos processos que ocorrem na escola, deverá ser atualizado
com a finalidade de expressar a materialização do desenho curricular estabelecido pela
SEE-MG no âmbito da escola.

3. A organização do currículo do 1º ano do Ensino Médio

Para que o processo de ensino e aprendizagem seja efetivado, é importante o


respeito às múltiplas juventudes, às culturas juvenis e suas potencialidades. No
desenho curricular para a rede estadual de Minas Gerais, levou-se em consideração os
desafios da sociedade contemporânea, a integração do conhecimento com os saberes

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da comunidade/ território, buscando entender as novas formas do estudante existir e
ser protagonista em diferentes contextos.

A formação geral básica tem como princípio a formação integral do estudante e


busca assegurar a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos
processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada área do
conhecimento/componente curricular. Objetiva consolidar e aprofundar os
conhecimentos adquiridos pelo estudante no Ensino Fundamental possibilitando o
prosseguimento de seus estudos.

Nesse processo, de forma indissociável, os itinerários formativos compõem o


currículo, trazendo o aprofundamento das aprendizagens relacionadas às
competências gerais e às áreas do conhecimento, apresentando temas gerais do
mundo do trabalho e suas possibilidades, fortalecendo a formação integral dos
estudantes e o desenvolvimento da autonomia necessária para que esses realizem seus
projetos de vida.

3.1. Formação Geral Básica

A Formação Geral Básica (FGB) é a parte do currículo comum a todos os


estudantes matriculados nessa etapa no Brasil, sendo composta pelas áreas do
conhecimento e seus respectivos componentes curriculares. É definida como um
conjunto de competências e habilidades das Áreas do Conhecimento (Linguagens e
suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas
Tecnologias, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas) previstas na BNCC, que aprofundam
e consolidam as aprendizagens essenciais do Ensino Fundamental, a compreensão de
problemas complexos e a reflexão sobre soluções para eles (BRASIL, 2018).

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Fonte: SEE-MG

3.1.1. Competências e habilidades por área do conhecimento

O Currículo Referência do Ensino Médio de Minas Gerais traz um conjunto de


competências e habilidades específicas para cada uma das áreas do conhecimento. Os
componentes curriculares são apresentados vinculados às competências específicas,
habilidades e unidades temáticas da área do conhecimento. Os objetos de
conhecimento são especificados por cada componente curricular.

Nesse sentido, a organização das competências e habilidades para cada um dos


componentes curriculares e suas respectivas áreas do conhecimento desafia o
professor a:

● abordar os diferentes componentes curriculares de forma contextualizada,


considerando o estudante como centro do processo de ensino e aprendizagem;
● criar estratégias pedagógicas diferenciadas que garantam para todos os
estudantes o desenvolvimento das várias formas, ritmos, capacidades e
habilidades para aprender;
● compreender, assumir e avançar nas práticas de trabalho colaborativo com os
docentes da mesma área de conhecimento, para dar uma resposta adequada à
complexidade envolvida no desenvolvimento das competências e habilidades.

Além disso, no trabalho pedagógico, o professor deve sempre considerar a


diversidade incorporada pelas juventudes em relação à sua forma de abordar a
aprendizagem e o conhecimento.

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3.1.2. Integração nas Áreas do Conhecimento

A integração entre os diferentes componentes curriculares constitui um


princípio para alcançar uma aprendizagem integral e reflexiva, que possa proporcionar
ao estudante uma concepção mais global e sistêmica da realidade. No currículo
referência, a integração curricular permite que os estudantes estabeleçam relações
entre saberes e experiências propostos pelas áreas do conhecimento e pelos
componentes curriculares. Quando os estudantes conseguem fazer as conexões
interdisciplinares, enriquecem sua formação, fortalecendo suas habilidades e
competências.

Para apoiar o planejamento docente na integração das áreas do conhecimento,


temos:

● o Currículo Referência de Minas Gerais, que fundamenta o trabalho integrado,


inter e multidisciplinar detalhado no capítulo “Pressupostos para o Ensino
Médio” e, também, nos textos introdutórios de cada uma das áreas do
conhecimento;
● o Programa do Livro e do Material Didático PNLD, que oferece livros que
abordam temas integradores e também as coleções de obras organizadas por
áreas ou entre áreas do conhecimento.
● e os Temas Contemporâneos Transversais, que são tópicos que não pertencem
a uma área do conhecimento em particular e, por isso, devem ser trabalhados
em todas elas e nos componentes curriculares de forma integrada e transversal,
levando em consideração as diversas realidades vividas pelos estudantes, as
características regionais e locais de cada escola.

Todos os recursos citados já estão disponíveis e devem fazer parte da formação


continuada e das práticas pedagógicas planejadas e mediadas pelo Especialista em
Educação Básica e pelos professores da escola. Entende-se, por formação continuada
na/da escola, o processo constante de aperfeiçoamento dos saberes necessários às
atividades dos educadores. A formação continuada se apresenta como um mecanismo
permanente de capacitação e atualização necessário à atividade profissional e
melhoria da prática docente.

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3.2. Itinerário Formativo

O itinerário formativo é definido como conjunto de situações e atividades


educativas que os estudantes podem escolher, conforme seu interesse, para
aprofundar e ampliar aprendizagens em uma ou mais Áreas do Conhecimento e/ou na
Formação Técnica e Profissional, com carga horária total mínima de 1.200 (um mil e
duzentas) horas. (BRASIL, 2018).

Esse aprofundamento se dará em: I - Linguagens e Suas Tecnologias; II -


Matemática e Suas Tecnologias; III - Ciências da Natureza e Suas Tecnologias; IV -
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; e V - Formação Técnica e Profissional. O
Itinerário Formativo deve ser organizado, por meio da oferta de diferentes arranjos
curriculares, de acordo com o contexto local, a realidade da escola, o público que
atende, os anseios dos estudantes e a possibilidade dos sistemas de ensino.

Um dos principais propósitos dos aprofundamentos é a promoção de


abordagens práticas e contextualizadas, que promovam um diálogo entre as realidades
vividas pelos estudantes e os saberes trazidos pelas áreas do conhecimento. As
propostas devem ter como princípio estimular os estudantes, orientados por seus
professores, a vivenciar experiências práticas, lúdicas e reflexivas frente à produção
ativa de conhecimento, viabilizando o protagonismo desses dentro do processo
educativo.

A escolha dos estudantes pelo aprofundamento em determinada área do


conhecimento não se configura como definitiva. Os estudantes poderão rever a sua
escolha e fazer uma nova opção ao final de cada ano. A escolha do estudante pela
formação Técnica e Profissional poderá ocorrer, conforme a possibilidade de oferta
pela escola e em consonância com a política de educação técnica e profissional
estabelecida pela rede estadual.

Em Minas Gerais, a SEE organizou o itinerário formativo, para o 1º ano do


ensino médio, de maneira a proporcionar uma transição segura do estudante
recém-ingresso nesta nova etapa da Educação Básica.

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A organização do itinerário formativo traz, em sua composição para o 1º ano do
ensino médio, componentes curriculares introdutórios de aprofundamento em cada
uma das quatro áreas do conhecimento e componentes curriculares de preparação
para o mundo do trabalho, assim como o projeto de vida e a oferta de eletivas. A
proposta é que o estudante, a partir das vivências no 1º ano, possa fazer uma escolha
mais consciente e assertiva sobre qual o melhor percurso em sua formação, optando
para o 2ª ano, entre o aprofundamento nas áreas do conhecimento ou a formação
técnica e profissional.

Os componentes curriculares do itinerário formativo do 1º ano do ensino médio


têm sua carga horária definida na matriz curricular e atendem aos pressupostos
pedagógicos detalhados no material complementar que será encaminhado para as
escolas para orientar o planejamento das aulas. A seguir, as ementas de cada um dos
componentes curriculares do itinerário formativo:

Fonte: SEE-MG

3.2.1. Aprofundamento nas Áreas do Conhecimento

No primeiro ano, a parte destinada ao aprofundamento das áreas do


conhecimento apresenta uma introdução sobre cada uma delas, permitindo a
aproximação do estudante de cada uma das áreas, por meio da aplicação da
interdisciplinaridade. Nesse ponto, o estudante passa a ter a área do conhecimento

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como componente curricular integrador. A partir dessa experiência, a proposta é que o
estudante possa fazer, no 2º ano, uma escolha mais consciente por uma das áreas do
conhecimento ou pelo itinerário técnico e profissional, considerando seu projeto de
vida.

A seguir, cada um dos componentes curriculares e suas respectivas áreas do


conhecimento:

● Práticas Comunicativas e Criativas

O componente Práticas Comunicativas e Criativas objetiva implementar e


fomentar o processo comunicativo e criativo como parte essencial do desenvolvimento
do estudante. Propõe-se o uso de metodologias ativas e o aprimoramento de técnicas
e elementos presentes nas linguagens e códigos comunicativos, que favoreçam uma
formação no âmbito social, artístico, cultural, físico, mental, científico e profissional, a
fim de que o estudante seja capaz de expandir sua interação, comunicação e
criatividade, dentro e fora do ambiente escolar.

● Núcleo de Inovação Matemática

O componente Núcleo de Inovação Matemática, aprofundamento da área de


matemática e suas tecnologias, traz para a sala de aula a compreensão de que a
“Matemática está em tudo”, aproximando o educando de saberes e práticas do
cotidiano. Neste componente, deve-se priorizar o trabalho com foco na Educação
Matemática e nas conexões entre a matemática e diversos outros temas, como a
educação ambiental, a arte, a tecnologia e as demais ciências.

● Ciências da Natureza e suas Tecnologias

O componente Ciências da Natureza e suas Tecnologias, ao propor o


aprofundamento de conhecimentos dos estudantes nesta área, aborda temas
atrelados às questões sociocientíficas de forma interdisciplinar e investigativa, se
tornando importante elemento no cenário escolar, pois emerge da necessidade de
abrir discussões e criar contextos argumentativos para a apropriação do conteúdo no
decorrer do processo de aprendizagem.

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● Humanidades e Ciências Sociais

O componente Humanidades e ciências sociais, aprofundamento da área de


ciências humanas e sociais aplicadas, permitirá aos estudantes o envolvimento na vida
pública, via projetos de mobilização e intervenção sociocultural, possibilitando
conhecer questões que afetam a vida dos seres humanos no local onde atuam, criando
possibilidades de convivência e atuação sociocultural, mediando conflitos e propondo
soluções.

3.2.2. Preparação para o Mundo do Trabalho

A unidade denominada “Preparação para o Mundo do Trabalho” busca


propiciar aos estudantes diálogos iniciais, construção de conhecimentos e ferramentas
relativos à dimensão socioprodutiva, característica da nossa organização cultural e
social. Assim, os componentes curriculares Introdução ao Mundo do Trabalho e
Tecnologia e Inovação apresentam temas e objetos do conhecimento voltados para o
desenvolvimento de habilidades essenciais valorizadas no século XXI, em alinhamento
ao proposto nas competências gerais da BNCC.

● Introdução ao Mundo do Trabalho

Este componente curricular busca delimitar, nos tempos e espaços formativos


do 1º ano do ensino médio, diálogos e possibilidades de construção de conhecimentos,
habilidades, atitudes e valores relacionados ao Mundo do Trabalho e seus formatos de
apresentação, cada dia mais diversos e complexos.

Temas como as construções sócio-históricas e culturais dos diversos formatos


das relações de trabalho e seus impactos sócio-ambientais, assim como novos
modelos e organizações emergentes dessas; habilidades intra e interpessoais voltadas
para o estabelecimento de interações e trocas respeitosas, justas, equilibradas, efetivas
e produtivas e, também, o desenvolvimento e a aprendizagem de técnicas, estratégias
e ferramentas relacionadas às novas metodologias e organizações que estruturam e
organizam o mundo e o mundo do trabalho e que possibilitam a atuação eficaz,
inovadora e responsável nos diversos contextos de vivência e convivência dos
estudantes.

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Portanto, busca-se garantir, neste início da última etapa da Educação Básica,
uma estrutura conceitual, procedimental e atitudinal para que os estudantes possam
aprender a conhecer, a fazer, a ser e a conviver, de modo a propiciar sustentação para
as escolhas, decisões e ações que irão se apresentar em sua vida, tendo como premissa
a busca pelo melhor de si mesmo e pela construção de um ambiente coletivo melhor
para todos.

● Tecnologia e Inovação

O componente Tecnologia e Inovação visa estimular o desenvolvimento de


conhecimentos, habilidades e competências que possibilitem a resolução de
problemas, o exercício do pensamento crítico, da criatividade da cooperação e da
colaboração, de modo a estruturar respostas e soluções aos desafios apresentados nos
diversos contextos de vivência e convivência dos estudantes.

Para isso, serão apresentados temas e objetos do conhecimento estruturados, a


partir dos três eixos, que darão sustentação a todos os processos de aprendizagem
propostos e que irão perpassar todos os anos do Ensino Médio, sendo: Tecnologias
Digitais da Informação e Comunicação (TDICs); Cultura Digital e Pensamento
Computacional.

No 1º ano, esses eixos serão trabalhados de modo a promover interlocuções


com as dimensões socioprodutivas da vida humana, em especial com as relações
estabelecidas nos diversos contextos do “Mundo do Trabalho” e os impactos com o
ciberespaço, disrupções e reestruturações que este vem sofrendo mediante o
surgimento, cada dia mais acelerado, de novos equipamentos, recursos tecnológicos
digitais, modos de uso, dentre outros.

Com isso, assumimos e trazemos para o espaço escolar a possibilidade dos


estudantes compreenderem o papel estratégico e relevante que a informação e o
conhecimento assumem cada vez mais em nossa vida. O relacionamento com as
diversas tecnologias, especialmente as digitais, o acesso à cultura digital (refletindo as
muitas possibilidades que essa cultura nos proporciona) e, ainda, a vivência do
pensamento computacional, permitem que os estudantes não sejam apenas

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consumidores, mas produtores de tecnologia, quando convidados, por exemplo, a
compreender aspectos da cultura maker, programação e robótica.

Importante ressaltar que todo esse processo formativo se ampara na necessária


construção de valores e atitudes voltados a significar a expansão do acesso a
equipamentos pessoais e às formas de conexão em rede, no sentido da criação de uma
nova cultura, de novos modos de ser, conviver, comunicar, produzir, consumir, entre
outros, pautados na inclusão, na solidariedade e na sustentabilidade.

3.2.3. Eletivas

As Eletivas são componentes curriculares de oferta anual, definidos pela escola


e estudantes, a partir de um catálogo oferecido pela Secretaria de Estado de Educação.
Integram os Itinerários Formativos e possibilitam que os professores diversifiquem as
experiências escolares dos estudantes. É Importante que esses componentes ofereçam
espaço para a experimentação, aprofundamento dos conhecimentos por parte do
estudante, apresentando caráter interdisciplinar.

Nessa perspectiva, as Eletivas devem ampliar o conhecimento e diversificar os


conceitos abordados na Formação Geral Básica, de forma articulada com a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) e com as aulas do Projeto de Vida.

O Catálogo de Eletivas permitirá que os estudantes e a escola, de acordo com


suas possibilidades e interesses, tenham alternativas de escolha em 2022. Importante
salientar que esse será um instrumento em constante construção na SEE dado o seu
caráter dinâmico e pela incorporação, sempre possível, de experiências vividas em cada
ano de nova implementação.

3.2.4. Projeto de Vida

O componente curricular Projeto de Vida será desenvolvido nos três anos do


Ensino Médio, de forma obrigatória, para articular a construção de conhecimentos; o
desenvolvimento de competências e habilidades; a formação de atitudes e valores e o
protagonismo do estudante na aprendizagem e na vida.

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As aulas de Projeto de Vida são momentos de diálogo, reflexões sobre si e o
outro; conhecimento de direitos e deveres; debates baseados em respeito e
solidariedade; defesa de pontos de vista que respeitem o outro; pluralidade de ideias
que promovam os Direitos Humanos; momentos de inventar, criar, sonhar, intervir na
realidade e empreender projetos presentes e futuros.

3.3. Itinerário Formativo ensino médio noturno

O Itinerário Formativo no Ensino Médio Noturno objetiva desenvolver


habilidades que permitam aos estudantes terem uma visão de mundo ampla e
heterogênea, na qual possam capacitá-los a tomar decisões e agir nas mais diversas
situações, seja na escola, ou em sua vida cotidiana.

Ressalta-se que para as diversas juventudes que buscam o ensino noturno, os


educadores devem refletir sobre a realidade na qual estão inseridos, de forma que a
proposta pedagógica atenda às necessidades desse público. Desse modo, é importante
que em seu planejamento e no desenvolvimento das práticas educativas, o docente
busque alternativas diversificadas e condizentes com o projeto de vida do estudante.

A organização curricular da oferta do itinerário formativo do Ensino Médio


Regular Noturno considerou os seguintes objetivos:

● mitigar a evasão e o abandono escolar nessa etapa do Ensino Médio, sem


aumentar a duração da jornada diária, valorizando as vivências e criando
tempos de aprendizado para além da escola;
● valorizar as experiências e as práticas realizadas pelo jovem estudante e
trabalhador;
● possibilitar maior flexibilidade na organização das atividades letivas.

Assim, considerando as características únicas do ensino noturno, a organização


curricular aqui apresentada visa oportunizar ao estudante o aprofundamento de todas
as áreas do conhecimento ao longo dos três anos de escolaridade, a partir da seguinte
organização: no 1º ano do ensino médio, o itinerário formativo irá trazer como
aprofundamento a área de Linguagens e suas tecnologias; no 2º ano do ensino médio,
o aprofundamento da área de Ciências humanas e sociais aplicadas e, no 3º ano do

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ensino médio, o aprofundamento integrado das áreas de Matemática e suas
tecnologias e Ciências da natureza e suas tecnologias.

Fonte: SEE-MG

Os componentes curriculares do itinerário formativo do Ensino Médio Noturno


têm sua carga horária definida na matriz curricular e atendem aos pressupostos
pedagógicos detalhados no material complementar que será encaminhado para as
escolas para orientar o planejamento das aulas.

A seguir, a ementa de cada um dos componentes curriculares do itinerário


formativo do Ensino Médio Noturno para conhecimento.

3.3.1. Aprofundamento nas Áreas do Conhecimento

Um dos principais propósitos dos aprofundamentos, é a promoção de


abordagens práticas e contextualizadas, que promovam um diálogo entre as realidades
vividas pelos estudantes e saberes trazidos pelas áreas do conhecimento. As propostas

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têm como princípio educativo estimular os estudantes, orientados por seus
professores, a vivenciarem experiências práticas, lúdicas e reflexivas frente à produção
ativa de conhecimento que lhes permitam ser protagonistas dentro do processo
educativo.

Segue a ementa do aprofundamento da área de Linguagens e suas tecnologia


para o 1º ano do ensino médio em 2022:

● Linguagens e suas Tecnologias

O componente Práticas Comunicativas e Criativas objetiva implementar e


fomentar o processo comunicativo e criativo como parte essencial do desenvolvimento
do estudante. Propõe-se o uso de metodologias ativas e aprimoramento de técnicas e
elementos presentes nas linguagens e códigos comunicativos, que favoreçam uma
formação no âmbito social, artístico, cultural, físico, mental, científico e profissional, a
fim de que o estudante seja capaz de expandir sua interação, comunicação e
criatividade, dentro e fora do ambiente escolar.

3.3.2. Projeto de Vida

Ao pensar nas proposições trazidas pelo Projeto de Vida para os estudantes do


ensino médio noturno, faz-se necessário entender, antes de tudo, o percurso de vida
escolar e de trabalho que caracterizam suas trajetórias, muitas vezes marcadas por
recomeços, o que faz com que cada um reaja de maneira singular às imposições da
vida.

Entende-se que esse percurso é muitas vezes individualizado e dinâmico e que


caberá à escola se posicionar como um espaço do “pensar” e do “como lidar” com as
mudanças, sem que, com isso, o estudante se veja desamparado/desestimulado.

Por isso, o Projeto de vida no noturno tem um papel tão fundamental, pois
absorve o estímulo para continuar sempre e a elaboração de um projeto condizente,
significativo e integrado aos desejos e anseios do estudante, muitas vezes marcados
por processos tão desafiadores. Assim sendo, destacam-se as três dimensões como
fundamentais para nortear as habilidades a serem exploradas no componente

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curricular Projeto de Vida, a saber: dimensão Pessoal (aprender a se conhecer), Social
(aprender a conviver) e profissional (aprender a fazer).

3.3.3. Atividades Complementares

Com o objetivo de atender a especificidade do ensino noturno no qual o


público-alvo, em sua maioria, são os jovens trabalhadores ou jovens que procuram
emprego e precisam trabalhar, a ampliação da carga horária estabelecida para o Novo
Ensino Médio ocorre, também, por meio de atividades complementares, em
conformidade com o disposto na Lei 13.415/2017.

As atividades complementares de cada um dos componentes curriculares


devem ser efetivamente trabalhadas com projetos que legitimem os saberes que estão
além dos muros da escola. A aprendizagem baseada em projetos é a metodologia a ser
aplicada para o desenvolvimento das atividades ligadas ao componente curricular. É
fundamental organizar as atividades, por meio de projetos interdisciplinares, que
podem envolver todos os componentes do itinerário formativo em um projeto único,
no qual a escola irá contribuir para que cada estudante conheça seus principais
propósitos de vida e encontre meios para colocá-los em prática.

3.3.4. Eletivas

As Eletivas, ofertadas de acordo com a realidade e as possibilidades da escola,


propõem uma imersão dos estudantes em uma determinada área de conhecimento ou
Interáreas. Tem como um dos seus principais propósitos a promoção de abordagens
práticas, contextualizadas, que promovam um diálogo entre as realidades vividas pelos
estudantes e os saberes trazidos pelas Áreas do Conhecimento.

Nessa perspectiva, as Eletivas propostas para o ensino noturno devem ampliar


os conhecimentos e diversificar os conceitos abordados na Formação Geral Básica,
valorizar a diversidade de saberes e vivências dos estudantes, oportunizar um
aprendizado significativo e que esteja alinhado aos seus projetos de vida.

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4. A organização do currículo do 1º ano do Ensino Médio nas Modalidades

4.1. Educação do Campo, Quilombola e Indígena

Para atender à proposta do Novo Ensino Médio, é importante que as escolas do


Campo, Indígena e Quilombola construam práticas pedagógicas que respeitem a
diversidade, a história e o território do estudante, trazendo os conhecimentos e
saberes próprios de sua comunidade para dentro da escola, em consonância com os
conteúdos escolares. A escola deve oportunizar ao estudante a criação de novas
tecnologias para o uso diário, meio de vivência e produção, proposição de ideias
criativas para solucionar os problemas enfrentados por sua comunidade, bem como a
conscientização crítica do sujeito em relação à realidade em que ele está inserido. A
construção de práticas pedagógicas significativas para o estudante perpassa por suas
práticas de vida, seus saberes e seus direitos enquanto população tradicional,
levando-o a exercer sua cidadania. É importante que seja abordada, também, a história
da comunidade na qual o estudante está inserido, a fim de que esse compreenda
melhor sua ancestralidade.

Além disso, as escolas do Campo, Indígenas e Quilombolas devem favorecer a


formação de sujeitos, articulada a um projeto de autonomia, sintonizada com o
desenvolvimento sustentável. Para tanto, é importante priorizar e valorizar os
diferentes saberes no processo educativo, possibilitando a compreensão dos tempos e
espaços de formação dos estudantes, a compreensão do modo de produção e
reprodução da vida, suas relações sociais, históricas, políticas e culturais das
comunidades tradicionais.

Uma das possibilidades para a concretização dessa proposta junto às escolas do


campo, quilombolas e indígenas é a Pedagogia da Alternância. Essa organização, além
de ser integrada por instrumentos pedagógicos específicos, também articula e integra
dois espaços e tempos formativos diferentes, representados pelo Tempo Escola -
período de aulas na escola articulado entre estudo, pesquisa e propostas de
intervenção - e pelo Tempo Comunidade - período de vivência na propriedade agrícola,
comunidade, indústria, casas de cultura, centros comunitários, casas de memória e
outros espaços de formação possíveis e necessários para o desenvolvimento das

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atividades escolares, construção e integração de saberes, nos quais ocorrem pesquisas,
estudos, realização de experimentos, trabalho coletivo, entre outros. Importante
ressaltar que a Alternância se materializa a partir do interesse da comunidade e de
formações e consultas à gestão escolar, professores e estudantes.

Para contemplar a nova proposta curricular das escolas indígenas, foram


elaboradas matrizes curriculares específicas junto às comunidades atendidas. Nessas
matrizes, constam componentes curriculares próprios, elaborados por cada etnia, além
da reorganização de carga horária, mantendo a ampliação estabelecida para o Novo
Ensino Médio.

4.2. Educação de Jovens e Adultos

A Educação de Jovens e Adultos - EJA tem como objetivo possibilitar o acesso, a


permanência e a continuidade dos estudos a todas as pessoas que buscam essa
modalidade de ensino. Para garantia desse direito aos estudantes que ingressarem em
2022 no 1º e 2º períodos da etapa do ensino médio nas unidades escolares da rede
estadual, a modalidade terá sua matriz curricular organizada em duas partes
indissociáveis: a Formação Geral Básica, estruturada por áreas do conhecimento que
devem ser desenvolvidas de forma interdisciplinar e integrada e pelos Itinerários
Formativos, que terão como componentes curriculares obrigatórios: o Projeto de Vida
e a Introdução às áreas do conhecimento, compondo carga horária de 400h para cada
período.

4.3. Educação Especial

A Educação Especial é uma modalidade que perpassa todos os níveis, etapas e


modalidades de ensino. É importante lembrar que os estudantes público da educação
especial (estudantes com deficiência, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Altas
Habilidades/Superdotação) possuem o direito de aprender em igualdade de condições
com os demais estudantes. Reconhecer a diferença como um valor próprio do sujeito,
é aceitar que cada pessoa tem o direito de ser como é.

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Para atender à proposta do Novo Ensino Médio e permitir que os estudantes
com deficiência experimentem todas as possibilidades trazidas por esse novo currículo,
é fundamental a construção de um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI),
consoante com as necessidades e especificidades pedagógicas desses estudantes e que
respeite seu protagonismo e autonomia. Nesse sentido, o PDI se constitui um
instrumento essencial para nortear as ações pedagógicas junto aos estudantes, público
da educação especial, com vistas ao desenvolvimento de suas potencialidades,
habilidades e iniciativas.

5. Ensino Médio em Tempo Integral

5.1. O Ensino Médio em Tempo Integral Regular

O Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI) regular, passará por mudanças


estruturais em sua matriz curricular, obedecendo às normativas para o Novo Ensino
Médio. A matriz curricular contará com a formação geral básica, os itinerários
formativos e atividades integradoras, compondo um total de 1.500 horas anuais e 9
h/aulas diárias.

O projeto escolar continuará pautado no projeto de vida dos estudantes e na


educação interdimensional, que objetiva a formação de jovens autônomos, solidários e
competentes. Nesse sentido, o desenvolvimento de habilidades e competências para o
século XXI é importante interface no desenvolvimento das práticas e ações educativas
das escolas.

O projeto pedagógico das escolas de ensino médio em tempo integral tem


também como premissa o desenvolvimento do protagonismo. Os estudantes são
considerados fonte de iniciativa nas escolas e, por meio das práticas nos Clubes de
Protagonismo, esses ampliam as possibilidades de construção coletiva e
desenvolvimento de lideranças positivas.

Visando à excelência acadêmica, o componente curricular Estudos Orientados


amplia as possibilidades de autonomia e autorregulação nos estudos e o componente

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Práticas Experimentais traz a possibilidade da experimentação para os conteúdos
abstratos dos componentes curriculares de Ciências da Natureza e Matemática.

Nos Itinerários Formativos, além da Introdução às áreas do conhecimento, o


EMTI ofertará os componentes Projeto de Vida e Eletivas, que continuam com a
mesma metodologia já desenvolvida.

O componente curricular Pesquisa e Intervenção, contemplado nos itinerários


formativos, apresenta-se como um componente que amplia as possibilidades de
desenvolvimento da autonomia, do pensamento crítico e científico, além de fomentar
habilidades para solução de problemas. O trabalho desse componente passa pelo
levantamento coletivo de problemáticas a serem investigadas pelos estudantes. A
partir dos temas escolhidos, são criados projetos de pesquisa e de intervenção para
possíveis soluções dos problemas levantados. A abordagem desse componente
curricular se aplica a todas as áreas do conhecimento.

Para as turmas de 1º ano do ensino médio em 2022, a matriz curricular


apresenta ainda algumas alterações, a saber:

● Os componentes curriculares Nivelamento em Língua Portuguesa e


Nivelamento em Matemática trazem a possibilidade da recuperação de
habilidades e competências não consolidadas pelos estudantes nos anos
anteriores.
● O componente curricular Estudos Orientados assume novo formato: passa a
contemplar as metodologias anteriormente abordadas em Estudos Orientados I
e Estudos Orientados II.
● O componente Tutoria passa a compor a matriz curricular, possibilitando o
fortalecimento e a integração nas diversas atividades escolares.

O horário do almoço constitui-se um espaço-tempo para o desenvolvimento


dos clubes de protagonismos, movimentos culturais e artísticos dentro da escola,
propiciando o desenvolvimento do trabalho coletivo e do protagonismo juvenil.

5.2. O Ensino Médio em Tempo Integral Profissional

O Ensino Médio Integral profissional, além das habilidades e competências


desenvolvidas no EMTI regular, visa a formação do estudante para a atuação no

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mercado de trabalho. No EMTI profissional, a educação interdimensional abarca
também a dimensão da formação para o trabalho.

O Ensino Médio de Tempo Integral Profissional, uma vez que já possui a sua
matriz curricular estruturada para atender as normativas do Novo Ensino Médio, não
sofrerá alterações, seguindo as orientações da Resolução SEE nº 4.292, de Março de
2020.

6. Avaliação

Os processos de avaliação propostos a partir do Currículo Referência de Minas


Gerais ampliaram a perspectiva de análise do trabalho desenvolvido nas escolas. Na
etapa do Ensino Médio, o CRMG apresenta os princípios da autonomia e do
protagonismo na formação dos jovens, o que coloca o estudante no centro dos
processos de ensino, aprendizagem e da avaliação. Isso significa pensar que:

avaliar a aprendizagem escolar implica estar disponível para acolher nossos


educandos no estado em que estejam, para, a partir daí, poder auxiliá-los em
sua trajetória de vida. Para tanto, necessitamos de cuidados com a teoria que
orienta nossas práticas educativas, assim como de cuidados específicos com
os atos de avaliar que, por si, implicam em diagnosticar e renegociar
permanentemente o melhor caminho para o desenvolvimento, o melhor
caminho para a vida. (LUCKESI, 2000, p. 7 apud CRMG, p. 437)

Nesse sentido, é importante pensar em propostas metodológicas que


favoreçam o diagnóstico das necessidades educativas dos estudantes, apontem as
potencialidades e oportunizem a saída de processos heterônomos de aprendizagem e
caminhem no sentido da autonomia cognitiva e atitudinal dos jovens do ensino médio.
Para tanto, as metodologias e as formas de avaliação processual e formativa devem
estar organizadas por meio de atividades teóricas e práticas, tais como: dinâmicas de
interação em grupo, projetos de pesquisa e intervenção na escola e na comunidade,
atividades autoavaliativas, provas orais e escritas, dinâmicas colaborativas, ações e
proposições para resolução de problemas, apresentações orais e argumentativas,
criações nas plataformas digitais, performances individuais e coletivas, análise e
criações artísticas e culturais, dentre outras. Vale lembrar que os momentos avaliativos
não se limitam a um conjunto de métodos e estratégias formais de avaliação. O
objetivo é humanizar a etapa de avaliação, num processo em que o estudante seja

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respeitado e considerado como sujeito que aprende em todas as suas relações sociais e
educacionais.

Importante ressaltar que para o ensino médio noturno, a avaliação deve estar
voltada para a compreensão das características e especificidades dos estudantes e para
a adoção de metodologias de ensino e de avaliação que, também, estimulem seu
protagonismo. Conhecer as condições que levam os jovens a buscar a escola no turno
da noite é fundamental para uma organização pedagógica (processos de ensino,
aprendizagem e avaliação) que, de fato, se conecte com as expectativas e necessidades
educacionais desse jovem.

Por fim, é basilar que o professor tenha nas dez (10) competências gerais da
BNCC (Conhecimento, Pensamento científico, crítico e criativo, Repertório Cultural,
Comunicação, Cultura digital, Trabalho e Projeto de vida, Argumentação,
Autoconhecimento e autocuidado, Empatia e cooperação, Responsabilidade e
cidadania) sua orientação para a construção de qualquer ação educativa/formativa no
que se refere à avaliação.

Referências

BRASIL. Governo Federal. Alteração das Leis Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e Nº


11.494, de 20 de junho de 2007; revoga a Lei Nº 11.161, de 5 de agosto de 2005; e
institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo
Integral. Lei Nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13415.htm . Acesso em
15/10/2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação


Básica. Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio. Resolução CNE/CEB Nº 3, 21 de
novembro de 2018. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/docman/novembro-2018-pdf/102481-rceb003-18/file .
Acesso em 15/10/2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Base


Nacional Comum Curricular. Resolução CNE/CP Nº 4, 17 de dezembro de 2018.
Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2018-pdf/104101-rcp004-18/file . Acesso
em 15/10/2021.

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BRASIL. Ministério da Educação. Referenciais para Elaboração dos Itinerários
Formativos. Portaria Nº 1.432, 28 de dezembro de 2018. Disponível em:
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/7026819
9 . Acesso em 15/10/2021.

MINAS GERAIS, Secretaria de Estado de Educação. Dispõe sobre as matrizes


curriculares do Ensino Médio em Tempo Integral Profissional -EMTI Profissional nas
escolas da Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais. Resolução SEE Nº 4.292, de 11
de março de 2020. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/4292-20-r%20-%20Public.12-
03-20.pdf . Acesso em 15/10/2021.

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Educação. Currículo Referência de Minas


Gerais Ensino Médio. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%
C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em 15/10/2021.

MINAS GERAIS. Conselho Estadual de Educação. Manifesta-se sobre o Currículo


Referência de Ensino Médio do Sistema de Ensino do Estado de Minas Gerais. Parecer
CEE Nº 192, 31 de Março de 2021. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/SEI-GOVMG%20-%202776997
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%CC%81culo%20Refere%CC%82ncia%20de%20Ensino%20Me%CC%81dio.pdf . Acesso
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MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Educação. Homologa o Parecer CEE Nº


192/2021 do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais. Portaria Nº 230, 09 de
abril de 2021. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/PORTARIA%20N%C2%BA%20
230,%20DE%2008%20DE%20ABRIL%20DE%202021%20(1).pdf . Acesso em
15/10/2021.

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