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3.6.

EIXO 6: NOVO ENSINO MÉDIO

Uma importante alteração na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional


(LDB), registrada em 2017, instituiu uma mudança na estrutura do EM, que
ampliou de 2,4 mil horas para 3 mil horas totais o tempo mínimo do estudante
na escola e um novo sistema curricular brasileiro, até o ano de 2022. 

Segundo o artigo 35-A, parágrafo 7º da LDB:

"os currículos do Ensino Médio deverão considerar a formação


integral do aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a
construção de seu projeto de vida e para sua formação nos
aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais".

A partir disso, implementou-se uma organização mais flexível, contemplando as


diretrizes da BNCC e a possibilidade de que os próprios estudantes escolham
as suas disciplinas de interesse, complementando o processo de
aprendizagem.

Além da flexibilidade curricular, existe a obrigatoriedade de que as escolas


disponibilizem a todos os alunos os Itinerários Formativos, trabalhando junto
com o Projeto de Vida dos jovens ao longo de suas trajetórias escolares. O
objetivo dessa mudança educacional e pedagógica para o Novo Ensino Médio
é dar mais autonomia aos alunos, transformando-os literalmente nos
protagonistas de sua educação. 

Os Itinerários Formativos são o conjunto de disciplinas, projetos e outras


situações de trabalho que o jovem poderá escolher para cursar no Novo Ensino
Médio. O aluno deverá se aprofundar nos aprendizados de uma área de
conhecimento: ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e
sociais aplicadas, linguagens e suas tecnologias e/ou matemática e suas
tecnologias; ou até mesmo em duas ou mais áreas que sejam do interesse.

Vale mencionar que: é de escolha da instituição a definição de quais Itinerários


Formativos serão disponibilizados para os alunos.

Para tomar essa decisão, junte todo o corpo docente da escola para que
estipulem, juntos, as melhores soluções e atividades. Além disso, ouça os
estudantes, suas ideias e temas de interesse são pontos cruciais para pensar
num planejamento pedagógico alinhado às novas propostas. Isso também
pode ajudar bastante no preparo das futuras aulas.

Outro item obrigatório para todas as escolas, o Projeto de Vida, prescreve que
os estudantes desenvolvam habilidades importantes para a vivência em
sociedade também para si próprios, como autonomia, cooperação,
compreensão, responsabilidade, respeito e pensamento crítico sobre o mundo
ao redor. 

Outro ponto a ser considerado para a atualização, é garantir uma educação de


qualidade que atenda a todos os alunos, além de aproximá-los da realidade do
corpo discente das instituições, abrindo espaço para a realidade do mundo
corporativo e convívio social.

Através da escolha dos Itinerários Formativos, a implementação do Novo EM


visa atender às necessidades e expectativas dos jovens, estimulando o
protagonismo dos estudantes. Além disso, o currículo mais atualizado
possibilita o aprofundamento dos alunos nas áreas em que mais se identificam.
Com isso, consequentemente, espera-se que o aluno tenha mais interesse e
disciplina nas aulas e atividades, além de prepará-lo para tomadas de decisão. 

O novo currículo do Ensino Médio é organizado por áreas de conhecimento e


não por matérias e será composta por 4 áreas de conhecimento mais 1 de
formação Técnica e Profissional.

As principais mudanças do Novo Ensino Médio são o aumento da carga horária


dos estudantes, a adoção de uma base comum curricular e a escolha dos
itinerários formativos por parte do aluno. 

 O Novo ensino médio entrou em vigor nesse ano de 2022 para os alunos do


primeiro ano e até 2024 estará em todas as turmas do país. A mudança vai
aumentar a carga horária total ao longo dos três anos que vai passar de 2400
horas para 3 mil horas. Das 3 mil horas, 1800 horas serão destinadas para as
disciplinas obrigatórias da base Nacional Comum Curricular e 1200 horas para
os itinerários formativos. Cada escola terá que oferecer pelo menos uma opção
complementar a formação dos alunos são elas:

- Linguagens e suas Tecnologias

- Matemática e suas Tecnologias

- Ciências da Natureza e suas Tecnologias ciências

- Humanas e sociais aplicadas

-Formação técnica e profissional

O novo modelo começa a ser implementado de forma gradual a partir de 2022


é um modelo de aprendizagem focada na formação de cidadãos e no
desenvolvimento de competências e habilidades, com disciplinas integradas
em quatro áreas do conhecimento que possibilita que os alunos escolham
itinerários formativos de acordo com áreas de seu interesse e projetos de vida
e de carreira.

O Novo Ensino Médio propõe uma reforma matriz de referência curricular dos
alunos do 1º, 2º e 3º ano dessa etapa escolar. A Lei nº 13.415/2017, que institui
as alterações, estabelece maior integração e flexibilidade curricular e a oferta
de itinerários formativos.

São cinco itinerários que a escola pode ofertar – entre eles, o de formação
técnica e profissional – e os alunos escolherão qual cursar de acordo com as
áreas de seu interesse e projetos de vida e de carreira.

Escolas de ensino médio de todo o Brasil enfrentaram o desafio de


implementar as novas diretrizes curriculares nacionais. A adaptação das
escolas começou em 2018 e será realizada de forma gradativa.

A proposta do Novo Ensino Médio surgiu após a percepção de uma


estagnação dos índices de desempenho dos estudantes brasileiros. Além
disso, entre as etapas da educação básica, o ensino médio é a que tem as
maiores taxas de abandono, reprovação e distorção idade-série (atraso escolar
de dois anos ou mais).
Foram muitas as justificativas para reformular a última etapa da educação
básica: um ensino de baixa qualidade, generalista, com número excessivo de
disciplinas, alto índice de evasão e de reprovação e distante das necessidades
dos estudantes e dos problemas do mundo contemporâneo.

De acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2020, apenas 65,1%


dos brasileiros concluíram o Ensino Médio na idade esperada, até os 19 anos –
percentual que chega a 51,2% entre os mais pobres. E 12% dos brasileiros
com idades entre 15 e 17 anos estão fora das salas de aula.

A escola precisa, portanto, conversar com a realidade atual, promover um


ensino alinhado com as necessidades dos estudantes e os preparar para
viverem em sociedade e enfrentarem os desafios de um mercado de trabalho
dinâmico.

Haverá mudanças também para os profissionais da educação, que deverão


planejar e realizar as aulas de maneira integrada entre as diferentes /áreas de
conhecimento/ disciplinas.

Para o itinerário de Formação Profissional e Técnica, é permitida a atuação de


profissionais com notório saber, reconhecidos pelos respectivos sistemas de
ensino para ministrar conteúdos relacionados a sua experiência profissional.

Um engenheiro poderá dar aula no curso técnico de Edificações, por exemplo.

Maior flexibilidade no currículo, conteúdo integrado em áreas do conhecimento


e a oferta de itinerários formativos, que permitem ao estudante se aprofundar
nos campos com os quais mais se identifica. De acordo com a legislação, até
o início de 2022, todas as escolas da rede pública e privada deverão ter
começado a transição.

A implementação do novo ensino médio traz benefícios para alunos e


professores. Primeiramente, destacado como ponto principal, que será possível
disponibilizar mais tempo para os estudantes aprofundarem em conhecimentos
específicos que vão agregar e são importantes para o futuro profissional que
cada um escolher.
O Novo Ensino Médio contribui ainda com o desenvolvimento do projeto de
vida e carreira dos alunos, já que as escolas deverão priorizar atividades que
promovam a cooperação, a resolução de problemas, o desenvolvimento de
ideias, o entendimento de novas tecnologias, o pensamento crítico, a
compreensão e o respeito.

Apesar de serem premissas importantes na formação de qualquer cidadão e


profissional, não são de aplicação obrigatória no modelo antigo de ensino.
Outro benefício da nova metodologia é o de proporcionar menos aulas
expositivas e focar mais em projetos, oficinas, cursos e atividades práticas e
significativas.

Embora algumas escolas já estejam adaptadas com as matrizes de referência


curricular do Novo Ensino Médio, as mudanças são obrigatórias para todas as
redes de ensino, públicas e privadas, em 2022. O cronograma proposto pelo
Ministério da Educação é o seguinte:

- Em 2021 acontece a aprovação e homologação dos referenciais curriculares


pelos respectivos Conselhos de Educação e formações continuadas destinadas
aos profissionais da educação;

- Em 2022 a implementação dos referenciais curriculares no 1º ano do ensino


médio;

- Em 2023 a implementação dos referenciais curriculares nos 1º e 2º anos;

- Em 2024 a implementação dos referenciais curriculares em todos os anos do


ensino médio;

- E nos anos de 2022 a 2024 a monitoramento da implementação dos


referenciais curriculares e da formação continuada aos profissionais da
educação

Segundo o Ministério da Educação (MEC), a BNCC é um documento de caráter


normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens
essenciais que todos os alunos devem aperfeiçoar ao longo das etapas da
Educação Básica.

A BNCC pretende promover a elevação da qualidade do ensino no país por


meio de uma referência comum obrigatória para todas as escolas de educação
básica, respeitando a autonomia assegurada pela Constituição aos entes
federados e às escolas.

 O Novo Ensino Médio estabelece uma formação geral básica articulada com a
parte específica escolhida, o itinerário formativo. Assim como o Enem (Exame
Nacional do Ensino Médio), é organizado em competências e habilidades.

As disciplinas, em vez de serem avaliadas de maneira isolada, são integradas.


O foco dessa estrutura, presente no Novo Ensino Médio e no Enem, é
desenvolver a capacidade de aplicar os conhecimentos em diversos contextos.

A formação geral do aluno nas áreas de linguagens, matemática, ciências da


natureza e ciências humanas e sociais aplicadas, prevista na BNCC, e o maior
engajamento do estudante com o conteúdo do itinerário escolhido serão muito
importantes em avaliações como o Enem.

Outra novidade para os alunos das próximas turmas de ensino médio é o Enem
Seriado. O conteúdo das provas será readaptado à nova matriz de referência
curricular, e as provas serão aplicadas em três fases.

A mudança é o modo de avaliação, isto é, enquanto o Enem é aplicado no


último ano do Ensino Médio, o Enem Seriado será realizado nos três últimos
anos do ensino básico.

 Pesquisa do Todos Pela Educação mostra que muitos jovens sequer chegam
ao Ensino Médio e a taxa líquida de matrícula é de apenas 62%. Entre os que
estão matriculados na etapa, a taxa de conclusão é baixa e a aprendizagem
está muito aquém do esperado.

Este ciclo da educação brasileira é distante da realidade dos jovens, pouco


atraente e sem flexibilidade para os interesses dos alunos. O ensino técnico e
profissional é pouco acessado, assim como o Ensino Superior após o Ensino
Médio, que fica restrito a uma pequena parte da população.

Por esses motivos foi considerada essencial a implementação de um novo


modelo que torne o Ensino Médio mais atraente e aderente à realidade do
século XIX. As mudanças da educação do Brasil buscam resultados na
conexão dos jovens ao que é ofertado no ensino e maior inserção desses
jovens ao mercado de trabalho.

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