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Bonito – MS
2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE B0NITO - MS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
ESCOLA MUNICIPAL JOÃO ALVES DA NÓBREGA
GleyseJara da Silva
Secretária
Vanusa Almeida
Presidente da Associação de Pais e Mestres
ASSESSORAMENTO
_________
Chefe do Departamento de Normatização e Assessoramento
1 Apresentação 07
2 Histórico e Identificação da Instituição de Ensino e Entidade Mantenedora 14
3 Justificativa 15
4 Filosofia 16
5 Objetivo Geral e Específico 16
6 Fins e Princípios Norteadores 17
7 Diagnóstico e Análise da Situação da Escola 23
8 Estrutura Administrativa e Pedagógica 24
9 Definição dos Objetivos Educacionais e Metas a serem alcançadas 26
10 Seleção de Ações a serem desenvolvidas 27
11 Forma de Gestão Administrativa e Pedagógica da Escola 28
12 Composição do Calendário Escolar 31
13 Critérios de Matrícula 32
14 Organização da Vida Escolar e Regime Escolar 33
15 Avanço Escolar e Aceleração de Estudos 35
16 Mobilidade 35
17 Processo de Inclusão 36
18 Trânsito 41
19 História e Cultura Afro-Brasileira e Cultura sul-mato-grossense 43
20 Cultura Sul Matogrossense 49
21 Conselho Escolar 54
22 Bullying 56
23 Direito do Consumidor 59
24 Combate ao Uso de Drogas 60
25 Programa de Desenvolvimento da Educação 62
26 Lixo Consciente 64
27 Escrituração Escolar e Arquivos 65
28 Articulação entre o Educação Infantil e o Ensino Fundamental 68
29 Critérios para Agrupamento de Alunos 69
30 Frequência 70
31 Transferência 71
32 Processo de Avaliação 71
33 Recuperação da aprendizagem 78
34 Capacitação Continuada 79
35 Organização Curricular 82
36 Currículo 82
37 Alfabetização, Leitura e Letramento 83
38 Literatura Infantil 87
39 Perfil do Corpo Docente e Técnico Administrativo 88
40 Avaliação Institucional do Processo Educativo 90
41 Considerações Finais 92
42 Referências Bibliográficas 93
Anexos:
Calendário Escolar
Quadro Curricular
Datas Comemorativas
Projetos
Currículos: Educação Infantil - Ensino Fundamental
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1. APRESENTAÇÃO
Neste comprometimento a escola olha para si mesma e discute que educação pretende
ministrar, se esta educação é autônoma, transforma e emancipa. Para Veiga (2002), a ideia de
autonomia esta ligada a ideia de emancipação da educação.
Para ser autônoma, a escola não pode depender dos órgãos centrais e intermediários
que definem a política da qual ela não passa de executora. Ela concebe seu projeto
político-pedagógico e tem autonomia para executá-lo e avaliá-lo ao assumir uma
nova atitude de liderança, no sentido de refletir sobre suas finalidades sociopolíticas
e culturais (VEIGA, 2002, p.5).
Neste projeto, que também deve ser de transformação, planejamos nossas ações e
nossa intenção de fazer, esquecer os erros do passado, romper com os desacertos do presente e
buscar recursos materiais e humanos para de mãos dadas e de portas abertas para a
comunidade construir a escola dos nossos sonhos. Para Freire seria uma desolação se não se
reconhecesse a capacidade de intervir na realidade e mudar o contexto (FREIRE, 2000, p. 42).
O presente Projeto tem como escopo principal a busca de uma educação de qualidade,
com foco no aluno, instigando a participação efetiva dos pais no dia-a-dia escolar para se
atingir esta meta. Essa busca deve ter, em seu ponto de partida, uma mudança de postura de
todos os segmentos envolvidos e, conseqüentemente uma tomada de consciência que resulte
em uma prática pedagógica adequada à nossa realidade, comprometida com a qualidade de
aprendizado. Com base em dados obtidos dos resultados finais do ano anterior e avaliação
diagnostica no inicio do ano letivo em cada turma, pode-se ter uma visão real do quadro em
que nos encontramos, e a partir destes dados, traçarmos novas metas e ações pedagógicas para
alcançarmos melhores rendimentos, mediadas pela equipe pedagógica e corpo docente.
Nesta mediação o coordenador pedagógico é a ponta de lança do processo de ensino e
aprendizagem. Para Azanha (2011), o Coordenador Pedagógico é o mediador entre o
currículo e os professores, auxiliam o professor a fazer às articulações curriculares com os
alunos, a realidade sociocultural, as relações pedagógicas e interpessoais em todos os
processos desenvolvidos na escola. Ele articula forma e transforma. Como articulador oferece
condições para um trabalho em equipe, como formador cria condições de aprofundamento no
currículo e como transformador tem compromisso com a reflexão crítica da prática escolar.
Ele tem uma função mediadora, no sentido de revelar/desvelar os significados das
propostas curriculares, para que os professores elaborem seus próprios sentidos,
deixando de conjugar o verbo cumprir obrigações curriculares e passando a conjugar
os verbos aceitar, trabalhar, operacionalizar determinadas propostas, porque estas
estão de acordo com suas crenças e compromissos sobre a escola e o aluno - e
rejeitar as que lhes parecem inadequadas como proposta de trabalho para aqueles
alunos, aquela escola, aquele momento histórico (AZANHA, 2011)
desafios do PPP, propiciar qualidade para todos, tanto qualidade intelectual quanto política,
no sentido da ética e cidadania.
O projeto político-pedagógico, ao mesmo tempo em que exige de educadores,
funcionários, alunos e pais a definição clara do tipo de escola que intentam, requer a
definição de fins. Assim, todos deverão definir o tipo de sociedade e o tipo de
cidadão que pretendem formar. As ações específicas para a obtenção desses fins são
meios. Essa distinção clara entre fins e meios é essencial para a construção do
projeto político-pedagógico (VEIGA, 2002, p. 3).
Neste sentido educação assume papel basilar e a escola lócus privilegiado na formação
de uma cultura em Direitos Humanos que preserve o direito a memória e a verdade, além da
realização de outros direitos. De acordo com o Plano Nacional dos Direitos Humanos a
12
Ensinar e aprender são binômios inseparáveis do trabalho escolar. Para Luck (2009) a
escola é uma organização social constituída para cultivar e transmitir valores sociais elevados
mediante experiências de aprendizagem. Seu ambiente é de vital importância no
desenvolvimento de aprendizagens que possibilitem e criem condições capazes de
desenvolver a atuação cidadã do aluno na sociedade, pois estes, “[...] são as pessoas para
13
quem a escola existe e para quem deve voltar as suas ações, de modo que todos tenham o
máximo sucesso nos estudos que realizam para sua formação pessoal e social” (LUCK, 2009,
p. 21).
Neste processo de gestão democrática e planejamento participativo, professores e
funcionários administrativos são peças importantes. Os professores por influenciarem
diretamente na formação dos alunos “De sua postura diante da vida, dos desafios, da educação
e das dificuldades do dia-a-dia depende a qualidade de seu trabalho”. Já os administrativos,
colaboram diretamente na construção do ambiente educacional, cuja atuação contribui de
forma significativa para o sucesso do trabalho educativo, “Portanto, o seu envolvimento no
processo de gestão escolar se torna fundamental, mediante a participação em processos de
decisão e nas reflexões sobre o sentido da educação e o papel da escola” (LUCK, 2009, p.21-
22).
Da participação efetiva, colaborativa e democrática da comunidade externa, alunos,
professores, administrativos e gestores dependem o sucesso da gestão democrática e
planejamento participativo. Este tipo de planejamento é um dos desafios que a Escola
Municipal João Alves da Nóbrega se propõe a enfrentar e superar. Para Luck (2009) planejar
é um processo imprescindível na vida da escola “O planejamento educacional surgiu como
uma necessidade e um método da administração para o enfrentamento organizado dos
desafios que demandam a intervenção humana” (LUCK, 2009, p. 32).
Como processo contínuo a partir de uma visão abrangente e integrada contribui para a
coerência das ações, superando as ações imediatistas e aleatórias na promoção e realização
dos objetivos propostos pelo conjunto da comunidade escolar. Planeja-se antes durante e
depois de cada ação. De acordo com Luck, quem planeja, examina e analisa o faz com uma
visão de conjunto, estudando suas limitações, dificuldades e identificando possibilidades de
superação “Esse processo de análise, cotejamento, dentre outros processos mentais, define o
planejamento como um processo de reflexão diagnóstica e prospectiva mediante o qual se
pondera a realidade educacional em seus desdobramentos e se propõe intervenções
necessárias” (LUCK, 2009, p. 35).
O Projeto Político Pedagógico é uma forma privilegiada de planejamento
participativo, expresso num marco legal importante como a LDB “Art. 12. Os
estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino,
terão a incumbência de: I - elaborar e executar sua proposta pedagógica” (BRASIL, LDB).
A Comunidade Educativa da Escola Municipal João Alves da Nóbrega ao entender o
Projeto Político Pedagógico como forma de planejamento participativo, e trabalho em grupo
14
3. JUSTIFICATIVA
No mundo contemporâneo com o avanço da tecnologia e dos meios de comunicação
de massa, acompanhamos um processo de agressão a que são submetidas as nossas crianças
por essas novas formas de lazer e comunicação.
Para o Sociólogo Polonês Zygmunt Bauman (1999) a história moderna foi marcada
pelo avanço dos meios de transporte “[...] as viagens foram campos de mudança
particularmente rápida e radical”. Esta rapidez desencadeou o solapamento das totalidades
sociais e culturais arraigadas.
Dentre todos os fatores técnicos da mobilidade, um papel particularmente
importante foi desempenhado pelo transporte da informação — o tipo de
comunicação que não envolve o movimento de corpos físicos ou só o faz secundária
e marginalmente. Desenvolveram-se de forma consistente meios técnicos que
também permitiram à informação viajar independente dos seus portadores físicos
[...] (BAUMAN, 1999, p. 21).
A informação viaja independente dos objetos que informa cuja separação permitiu
diferenciar a velocidade. O movimento da informação viaja num ritmo mais rápido que o dos
corpos com o aparecimento da rede mundial de computadores. O movimento da informação
ganhava velocidade num ritmo muito mais rápido que a viagem dos corpos ou a mudança da
situação sobre a qual se informava, tornando a informação instantânea em todos os lugares do
mundo (BAUMAN, 1999).
[...] em vez de homogeneizar a condição humana, a anulação tecnológica das
distâncias temporais/espaciais tende a polarizá-las. Ela emancipa certos seres
humanos das restrições territoriais e torna extraterritoriais certos significados
geradores de comunidade – ao mesmo tempo em que desnuda o território, no qual
outras pessoas continuam sendo confinadas [...] (BAUMAN, 1999, p. 25).
Nesta homogeneização quase que total, da economia e dos costumes, cabe a escola
subverter este processo, refazer caminhos e promover o encontro da escola com si mesma
através de seus protagonistas – pais e alunos, através da mediação da gestão escolar,
professores e servidores administrativos.
A preocupação da escola com a destruição das monoidentidades pelo rápido e
irrefreável fenômeno da globalização com base na LDB, que incumbe os estabelecimentos de
ensino a elaborar, reestruturar e executar seu Projeto Político Pedagógico desencadeou o
processo de reelaboração do seu Projeto Político Pedagógico. Este processo visa discutir a
construção da identidade da escola, impedindo que se dilua com efeitos da globalização.
Neste sentido, a comunidade Educativa da Escola Municipal João Alves da Nóbrega,
se propõe a rediscutir e reelaborar sua prática pedagógica. Repensar sua gestão escolar e sua
intenção de fazer, justificando assim o processo ora desencadeado.
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4- FILOSOFIA
Oferecer educação de qualidade pautada numa educação
inclusiva, colaborativa e marcada pela defesa dos direitos
humanos e promoção da cidadania
A Escola municipal João Alves da Nóbrega luta por uma sociedade mais justa,
fundamentada na dignidade da pessoa humana, tendo como critério o respeito mútuo, a
organização, o direito à diferença, à solidariedade e a participação ativa do indivíduo na
sociedade. O aluno enquanto cidadão é considerado sujeito de seu próprio desenvolvimento e
também responsável pela construção de uma escola democrática e competente.
5- OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Planejar ações integradas com base nas reais necessidades da unidade escolar;
Proporcionar ao aluno uma educação mais humana e participativa;
Possibilitar ampla participação nas discussões e nas decisões relativas ao
funcionamento da escola nas dimensões administrativo, pedagógico e financeira;
Proporcionar aos professores formação continuada;
Realizar encontros pedagógicos para troca de experiências;
Buscar a interdisciplinaridade;
Manter o crescimento constante do processo ensino-aprendizagem através da
construção do conhecimento e auto avaliação;
Trabalhar com as diferenças individuais e, com a aprendizagem própria de cada
aluno;
Planejar estratégias para recuperar os alunos que não alcançaram índices suficientes;
Organizar e promover atividades culturais inter e extraclasse;
Incentivar a leitura, interpretação e produções da escrita;
Buscar e manter o bom relacionamento entre alunos e funcionários;
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Ainda para as autoras, a presença do homem no mundo não se faz de forma individual,
alheio as forças sociais, mas homem e mundo criam condições de existência de um e de outro,
onde o homem deve se perceber “[...] no mundo com o mundo e com os outros, o que o põe
em uma posição de não se entender objeto, mas sujeito de sua história” (LIMA &
MACHADO, 2012, p. 84).
Para Mizukami (1986) o mundo é algo produzido pelo homem onde ele desenvolve no
mundo seu próprio eu. Na abordagem humanista, a ênfase é dada no sujeito, onde ele cria
condições necessárias para o desenvolvimento individual. Neste entendimento o professor não
transmite conhecimento, mas é um facilitador da aprendizagem cria condições de
aprendizagem, o conteúdo advém das próprias experiências do aluno (MIZUKAMI, 1986).
A ênfase no sujeito o faz tornar senhor de sua história, protagonista do seu próprio
filme. Para Certeau (1994) o herói anônimo vindo de muito longe aos poucos ocupa o centro
da cena científica “Os projetores abandonaram os atores donos de nomes próprios e de
brasões sociais para voltar-se para o coro dos figurantes amontoados dos lados, e depois fixar-
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se enfim na multidão do público”. Dar ao herói comum a palavra fazer-se ouvir na multidão,
uma multidão de heróis que perdem nomes e rostos (CERTEAU, 1994, p. 57-58).
O aluno é este sujeito anônimo na multidão, sem nome e rosto que deve assumir a
centralidade do processo educativo. Um dos princípios norteadores da educação inclusiva
oferecida pela Escola Municipal João Alves da Nóbrega é dar centralidade e ênfase ao aluno
como sujeito de sua história e assim promover sua emancipação humana. Nesta esteira,
(LIMA & MACHADO, 2012) assevera que o papel da educação é formar sujeitos livres e
responsáveis pelas suas ações nas relações com outros sujeitos e com o mundo. Nesta tarefa a
educação deve mobilizar os sujeitos para caminharem em direção a autonomia.
Na formação de sujeitos autônomos, a Escola Municipal João Alves da Nóbrega elege
como princípios norteadores, a Emancipação Humana; Igualdade; Direitos Humanos;
Qualidade e sustentabilidade, como condição para criar a escola que queremos e assumir a
intenção de fazer, dentro do espírito deste PPP, em direção a uma escola de qualidade e
promoção humana.
Emancipação Humana.
Emancipação humana é viver numa sociedade onde todos sejam livres, sujeitos de sua
história, protagonistas de suas vidas. Para Adorno (1995) a emancipação não se refere apenas
ao indivíduo como ser, mas como ser social, sendo um dos pressupostos da democracia, na
medida em que o homem emancipado é um cidadão por inteiro, aquele que busca a
integralização de seus direitos. A educação deve contribuir no processo de emancipação,
criando condições para que o aluno conquista socialmente sua autonomia. Neste sentido, o
papel da educação é impedir a volta da barbárie. Adorno ao se referir à barbárie, referia-se ao
holocausto nazista contra os judeus, hoje lutamos contra as barbáries contemporâneas: a
exclusão social; a falta de oportunidades para acesso e permanência na escola; respeito aos
direitos humanos; desemprego, fome; misérias e tantas outras mazelas. Romper a barbárie
significa promover a igualdade.
Igualdade
A igualdade de direitos e obrigações é fundamental para a democracia e promoção dos
direitos humanos. Na educação a igualdade de direitos não se restringe a tratamento
igualitário entre condição social, gênero ou etnia, mas igualdade de acesso e permanência na
escola. A escola deve promover o acesso e a permanência à escola a todos, sejam eles em
idade escolar na idade certa ou com distorção idade/série, com ou sem mobilidade reduzida,
com dificuldades ou não de aprendizagens.
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Direitos Humanos
A educação é um direito humano; conseqüentemente, a
educação de qualidade apóia todos os direitos humanos
(MOROSINO, 2009, p. 172, apud, GADOTTI, 2013).
Qualidade
Construir uma escola de qualidade é um dos desafios dos gestores escolares, professores,
coordenadores pedagógicos e profissionais da Educação Básica envolvidos no processo de
ensino e aprendizagem.
Para Moacir Gadotti (2013), qualidade significa mudar a vida das pessoas, de todas as
pessoas. Na educação, a qualidade está ligada ao bem viver, não se pode separar a qualidade
da educação da qualidade como um todo, como se fosse possível ser de qualidade ao entrar na
escola e piorar a qualidade ao sair dela. Quando a escola era para poucos era boa para poucos,
agora é de todos, então precisa ser de qualidade para todos. Ter qualidade significa não apenas
investir na estrutura da escola, multimeios, recursos humanos e materiais, significa também
investir nas condições que possibilitam essa nova qualidade que inclui transporte, saúde,
alimentação, vestuário, cultura, esporte e lazer.
Não basta matricular os pobres na escola (inclusão). É preciso matricular com eles,
também, a sua cultura, seus desejos, seus sonhos, a vontade de ‘ser mais’ (Freire). É
preciso matricular o projeto de vida desses novos alunos numa perspectiva ética,
estética e ecopedagógica. A educação integral precisa visar à qualidade sociocultural
da educação, que é sinônimo de qualidade integral (GADOTTI, 2013, p. 4).
22
Neste sentido, pensar com autonomia significa oferecer uma educação de qualidade
capaz de emancipar o cidadão.
A educação é de boa qualidade quando ela forma pessoas para pensar e agir com
autonomia A educação é de boa qualidade quando ela forma pessoas para pensar e
agir com autonomia. E isso deve começar na primeira educação, na creche, na pré-
escola, na educação infantil e deve continuar ao longo da vida. Isso depende
fundamentalmente do professor. Ele é a referência ética-política e estratégica dessa
qualidade (GADOTTI, 2013, p. 11).
Sustentabilidade
Para Gadotti (2013) defensor da ecopedagogia como promoção da aprendizagem no
sentido das coisas, a partir da vida cotidiana e respeito a todas asformas de vida, defende uma
Pedagogia que parte de uma consciência planetária de respeito à natureza.
Sustentabilidade representa o sonho de bem viver, em equilíbrio dinâmico com o
outro e com o meio ambiente, harmonia entre diferentes, num mundo justo,
produtivo e sustentável. Tomamos consciência de que o sentido das nossas vidas não
está separado do sentido que construímos do próprio planeta. A sustentabilidade,
ambiental e social, tem um componente educativo formidável: a preservação do
meio ambiente depende de uma consciência ecológica e a formação da consciência
depende da educação (GADOTTI, 2013, p. 16).
Para Gadotti (2013) Educar para uma vida sustentável é educar com simplicidade,
oferecer uma educação voltada para a austeridade contra o consumismo, quietude, paz,
serenidade, saber escutar, saber viver juntos, compartilhar, descobrir e fazer juntos. Esta nova
forma de fazer educação leva em contra não só a qualidade da educação, mas também
qualidade de vida. A escola deve levar o aluno a escolher viver num mundo responsável,
fazendo sua parte sem esperar pelo outro praticando a sustentabilidade na vida diária, na
23
família, no trabalho, na escola, na rua. Esta nova forma de ensinar e aprender, Moacir
Gadotti chama de ecopedagogia.
Adotar a sustentabilidade e a ecopedagogia como princípio norteador é uma forma de
contribuir para a preservação de nossos atrativos turísticos, mananciais e melhoria da
qualidade de vida aliada a qualidade da educação.
01 Cozinha
01 Espaço coberto utilizado como refeitório
01 Despensa
01 Almoxarifado
01 Espaço adaptado/improvisado como Biblioteca
Ensino Fundamental
(Anos iniciais organizados em anos, com duração com duração de 5 anos
Ano Turmas Alunos Turno
1º 02 49 Matutino/vespertino
2º 02 38 Matutino/vespertino
3º 02 49 Matutino/vespertino
4º 02 49 Matutino/vespertino
5º 02 46 Matutino/vespertino
Total de alunos 2015 ........................................................................ 264
Quanto aos aspectos positivos levantados pela comunidade escolar, existe compromisso
da Gestão Escolar, Coordenação, Professores e demais Profissionais da Educação lotados na
escola, para sua manutenção e ampliação do nível de satisfação. Em relação aos aspectos
negativos, também existe compromisso de reverter os dados negativos apresentados.
Os problemas apresentados contribuem direta ou indiretamente para uma reavaliação da
gestão quanto à melhora dos serviços e atendimentos prestados a comunidade.
A cidadania um dos princípios norteadores deste PPP, não podendo prescindir de uma
gestão democrática que abra espaços para participação da comunidade escolar e local. Neste
sentido o PPP para (Veiga, 2007) é um instrumento auxiliar coletivo que auxilia no
desenvolvimento de uma ação coletiva.
O projeto político-pedagógico assim entendido é um instrumento formativo e auxilia
a desenvolver uma ação coletiva, porque não se constroem projetos por decretos ou
intervenções externas à escola. O projeto edifica-se com o próprio grupo de
professores, alunos, pais, funcionários, representantes da comunidade no âmbito da
prática pedagógica (VEIGA, 2007, p. 3).
[...] um movimento de luta pela democratização da escola que, para isso, necessita
enfrentar o desafio da educação emancipatória tanto nas formas de organizar o
processo de trabalho pedagógico, como repensar as estruturas de poder (VEIGA,
2003a, p.276-277).
Como forma de repensar o poder pretende-se adotar na Escola Municipal João Alves
da Nóbrega uma direção participativa capaz de romper com a concepção conservadora da
educação, implicando “[...] condições favoráveis que ofereçam recursos necessários,
condições e processos para que possa atingir a prática pedagógica em sua essência” (VEIGA,
2007, p. 9).
No espírito da gestão democrática, a direção da Unidade Escolar é responsável pela
administração da escola, executando, supervisando e coordenando todas as atividades do
estabelecimento, quer administrativa, pedagógica, financeira. Atualmente é exercida por um
profissional com graduado em Normal Superior em Especialização latu sensu em
Metodologia do Ensino Superior.
A coordenação pedagógica é responsável imediata pela função destinada a
superintender, articular, coordenar e supervisionar a estrutura e a organização do
funcionamento pedagógico-educacional da Escola, em direta subordinação à direção. A
coordenação pedagógica é exercida por um profissional com formação em Pedagogia,
designada pela Secretaria Municipal de Educação, na ausência de um profissional habilitado
em pedagogia que deseje exercer a função, excepcionalmente, a SEMED poderá indicar um
docente nas áreas afins.
A Secretaria Escolar é encarregada de todos os registros da vida escolar dos
alunos, bem como o arquivamento da correspondência geral da escola e está diretamente
subordinada á direção. Tem como titular nesta Unidade Escolar, um Secretário Escolar com
Ensino Médio, designado através de uma portaria expedida pela Secretaria Municipal de
Educação, em sua ausência ou impedimento é substituído por um funcionário designado pela
direção.
Na gestão colaborativa e democrática a Associação de Pais e Mestres auxilia no
desenvolvimento de ações de interesse comum da comunidade escolar.
AAPM (Associação de Pais e Mestres), é uma entidade civil, com personalidade
jurídica, sem fins lucrativos que colabora com o aprimoramento do processo educacional,
presta assistência ao aluno, representa as aspirações da comunidade e dos pais junto a
Unidade Escolar. Financeiramente, mobiliza recursos humanos para angariar recursos
materiais que auxiliam a manutenção do estabelecimento de ensino e para realizações de
30
projetos escolares, responsável pela aplicação do Programa Dinheiro Direto na Escola, verba
anual proveniente do Ministério da Educação.
O PDDE consiste na assistência financeira às escolas públicas da educação básica
das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas privadas de
educação especial mantidas por entidades sem fins lucrativos. O objetivo desses
recursos é a melhoria da infraestrutura física e pedagógica, o reforço da autogestão
escolar e a elevação dos índices de desempenho da educação básica. Os recursos do
programa são transferidos de acordo com o número de alunos, de acordo com o
censo escolar do ano anterior ao do repasse (BRASIL, Portal do MEC).
A APM é regida por estatuto próprio, nos termos da legislação vigente. Sua diretoria é
composta por um presidente e vice, tesoureiro, conselho deliberativo, diretor de esportes e
diretor cultural. O fortalecimento da APM e o engajamento de toda a comunidade escolar nas
suas ações é uma das metas da gestão democrática desta Unidade Escolar, na implantação de
uma gestão colaborativa.
A gestão colaborativa não pode prescindir de um espaço democrático de discussões e
analise do fazer pedagógico e dos processos de ensino e aprendizagem sob múltiplas
perspectivas. Este encontro de ideias na busca da excelência do ensino ministrado na unidade
trata-se do Conselho de Classe, uma das poucas oportunidades onde se podem reunir
professores de várias disciplinas num mesmo espaço.
Quando as discussões são bem conduzidas, elas favorecem aspectos como a análise
do currículo, da metodologia adotada e do sistema de avaliação da instituição. Dessa
forma, possibilitam aos professores uma interessante experiência formativa,
permitindo a reavaliação da prática didática (REVISTA NOVA ESCOLA, 2011).
Para Veiga (2007), o Conselho de Classe também é uma instância colegiada dos
professores dos diferentes componentes curriculares e da equipe técnica pedagógica da
instituição educativa. Como espaço interdisciplinar aglutina professores de diversas áreas,
deliberando sobre o processo didático. No conselho se desenvolve a avaliação dos objetivos
do PPP, sua concretização e articulação entre avaliação e sala de aula se dão de forma
colaborativa.
Esses dois níveis devem estar articulados de forma que a avaliação desenvolvida
pelos professores e alunos no âmbito da sala de aula e do próprio conselho de classe
seja o reflexo da avaliação concebida e praticada pela escola, por meio de seu
projeto político-pedagógico. Para construir seu espaço participativo, a escola aciona
vários mecanismos; entre eles vale destacar o papel importante desempenhado pelos
conselhos escolar e de classe (VEIGA, 2007, p. 11)
13 – CRITÉRIOS DE MATRÍCULA
- Provê meios para recuperara aprendizagem do aluno no decorrer do ano letivo, realizando junto à
coordenação pedagógica um trabalho diferenciado para que, na medida do possível, recuperar
os alunos com dificuldades de acompanhar os conteúdos propostos.
- Articula-se com as famílias através de reuniões, debates, promoções, etc...
- Informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e rendimento dos alunos, em
parceria com Conselho Tutelar e Promotoria da Infância e do Adolescente.
A escola atendendo o disposto na Constituição Federal e Conselho Estadual de
Educação oferece:
Educação Infantil, atendendo a faixa etária de 04anos de idade.
Ensino Fundamental desenvolvido em5 anos, distribuídos em 10
semestres. (confirmar esta informação)
A Matriz Curricular é organizada em anos, sendo constituída com carga horária anual,
atendendo os5 anos do Ensino Fundamental. (carga horária anual de quantas h/a.
O calendário escolar consiste em expressar a ordenação temporal das atividades
previstas pela Unidade Escolar, obedecendo a legislação vigente, conforma já discutido.
Serão considerados dias letivos aqueles e/ou comemorações cívicas festivas na Unidade
Escolar, com participação efetiva de professor e alunos. Quando houver necessidade de
interrupção de aulas, o cumprimento dessas deverá ser efetivado, alterando-se assim o
calendário escolar.
O ano escolar só poderá ser encerrado após o cumprimento da carga horária e dias
letivos fixados nas normas legais vigentes.
16 - MOBILIDADE
A avaliação ocorrerá no 1° bimestre para alunos que tenham 07 anos, ou que irão
completar até o final do ano letivo. Esta será elaborada pelo professor da turma juntamente
com o Coordenador Pedagógico. A mesma será aplicada e corrigida pelo professor regente.
A promoção dar-se-á mediante competência e habilidades adquiridas emLíngua
Portuguesa, como a oralidade,prática de leitura, produção escrita e análise linguística. Em
Matemática o aluno deverá apresentar competências e habilidades referentes anúmeros e
operações, espaço e forma, grandezas e medidas.
Após comprovada habilidadese competências do educando, o Departamento de
Normatização e Assessoramento emitirá um ato legal para efetivar matrícula no 2° ano do
Ensino Fundamental. (Departamento de onde? Da SEMED?).
Até se chegar à era dos direitos um longo caminho foi percorrido. Para Bobbio (2004) a
proteção dos direitos reconhecidos e protegidos garante a democracia.
37
Na era atual batizada como Era dos Direitos, pensa-se diferente do passado em relação à
inclusão de alunos portadores de necessidades educativas educacionais no sistema regular de
ensino. No lugar da ideologia da exclusão, procura-se implantar uma política de inclusão. De
acordo com o Parecer do Conselho Nacional de Educação sobre as Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica, a educação tem hoje um grande desafio, garantir
acesso a conteúdos básicos a todos os indivíduos, inclusive aqueles portadores de
necessidades educativas especiais.
[...] particularmente alunos que apresentam altas habilidades, precocidade,
superlotação; condutas típicas de síndromes/quadros psicológicos, neurológicos ou
psiquiátricos; portadores de deficiências, ou seja, alunos que apresentam significativas
diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores genéticos, inatos
ou ambientais, de caráter temporário ou permanente e que, em interação dinâmica com
fatores socioambientais,resultamem necessidades muito diferenciadas da maioria das
pessoas (BRASIL, CNE, 2001, p. 9).
A atual organização escolar, não tem correspondido aos desafios impostos pela inclusão
escolar, não reconhecendo as diferenças, fazendo persistir a exclusão. A escola que deveria
promover a inclusão acaba promovendo a exclusão.
As instituições escolares, ao reproduzirem constantemente o modelo tradicional, não
têm demonstrado condições de responderem aos desafios da inclusão social e do
acolhimento as diferenças nem de promover aprendizagens necessárias à vida em
sociedade [...] (MANTOAN, 2006, p. 33).
Um bom Projeto Político Pedagógico que acolhe a todos e tem como intenção a fazer a
promoção da cidadania e dos direitos humanos, é o que faz uma escola ser inclusiva. A equipe
da escola da inclusiva deve discutir a evasão, a repetência e a indisciplina, “Um bom projeto
valoriza a cultura, a história e as experiências anteriores da turma. As práticas pedagógicas
também precisam ser revistas. Como as atividades são selecionadas e planejadas para que
todos aprendam?(MANTOAN, 2005).
No sentido da integração como processo dinâmico (BRASIL, 1994), a Escola Municipal
João Alves da Nóbrega em atendimento aos dispositivos legais, mas, sobretudo, em defesa da
dignidade humana, cidadania e da inclusão, procura garantir aos portadores de necessidades
educativas especiais facilidades de acesso e permanência na escola, fazendo com a Era dos
Direitos preconizada por Bobbio (2004) seja uma realidade na escola.
Para Rosa Blanco Guijarro (2005), Diretora Interina da Oficina Regional de Educação
da UNESCO para América Latina e Caribe, a educação inclusiva é um fenômeno crescente
nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. O desenvolvimento econômico aumenta a
desigualdade, a segregação e a fragmentação cultural da população. A exclusão social vai
muito além da pobreza, tem a ver com a ausência da sociedade a bens e serviços e as redes de
assistência social, fazendo as populações excluídas a viverem abaixo dos níveis da dignidade
e igualdade humana. a inclusão social passa necessariamente pela inclusão educacional com o
desenvolvimento da escola no contexto educativo que acolhe a todos, independente da
condição social, cultural e individual, sensível a diversidade a necessidade de aprendizagem.
Una escuela inclusiva esaquella que no tiene mecanismos de seleciona
idiscriminación de ningún tipo, y que transforma sufuncionamiento y propuesta
pedagógica para integrar La diversidadde La lumna dofavoreciendo asila cohesión
social que es una de las finalidades de La educación (GUIJARRO, 2005, p. 5) 1.
Para Guijarro (2005) a educação inclusiva se fundamenta nos princípios éticos, sociais,
educativos e econômicos. A educação é um bem comum e um direito humano fundamental
onde ninguém deve ser excluído. O direito a educação em seu sentido mais amplo, vai além
da obrigatoriedade e gratuidade. Sua plena realização requer uma educação de qualidade e
promoção das múltiplas habilidades de cada um. Conceber a educação como um direito e não
mero serviço implica na obrigação do estado e respeitar, garantir, proteger e promover este
direito, “[...] porque su violación vulnera El ejercicio de otros derechos humanos”
(GUIJARRO, p. 9).
1
O artigo da educadora espanhola María Rosa Blanco Guijarro pode ser encontrado em Língua Portuguesa, nos
ensaios pedagógicos do MEC (2005), voltado a Educação Inclusiva. A opção por inseri-lo neste PPP na língua
materna da autora é um respeito às diferenças, um dos fundamentos da educação inclusiva.
39
Para Guijarro (2005) a inclusão implica uma visão diferente da educação, baseada na
diversidade e não na homogeneidade. Cada criança é única, cabendo a escola “Assegurar que
todos los Estudiantes aprendan a niveles de excelência requiere ajustar laenseñanza y lãs
ayudas pedagógicas a lãs necesidades y características de cada uno (GUIJARRO, 2005, p. 8-
11).
Neste sentido, a inclusão requer a mudança de posturas em relação ao outro, devendo a
escola ajustar sua prática pedagógica e o material didático a necessidade de cada criança,
conforme postulado por (GUIJARRO, 2005).
Para Paulo Freire, ensinar é marcar presença e encontro com o outro e a inclusão escolar
provoca basicamente mudança de atitude diante do outro, não um indivíduo qualquer, mas
alguém que é essencial para nossa constituição como pessoa “[...] que nos mostra os nossos
limites e nos faz ir além” (FREIRE, 1999 p. 69).
18 - TRÂNSITO
VOZES D'ÁFRICA
Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?... (Castro Alves)
Por muito tempo as vozes dos Negros d’África estiveram emudecidas, assim como seus
lamúrios roucos nos porões dos navios tumbeiros. Não se ouvia suas vozes, apenas viam-se
44
suas cicatrizes, marcas no tempo e na história social brasileira. Cantam os negros, canta a
África. Nos braços das negras d’África filhos e algemas e na alma, “Assim cantou tristemente
Castro Alves sobre o episódio da diáspora africana e a travessia atlântica dos negros
capturados e escravizados durante o escravismo colonial” (BRAZIL, 2007, p. 135).
Esta hemorragia incessante (MAESTRI, 1988) para uns provocou riqueza e opulência,
para outros, lágrimas, suor e sangue. A historiografia brasileira por muito tempo relegou o
negro e a história da diáspora africana para o Brasil ao ocaso, e o negro retratado como
indiferente a sua condição de cativo. Para Brazil (2007), durante muito tempo o discurso do
comodismo do negro frente aos problemas sociais, surgindo o discurso da apatia, onde a
sufocante situação do negro ao invés de levá-lo a resistência, instaurou em sua alma a apatia e
o abatimento, mesmo após a escravidão, no entanto os fatos históricos revelam que esta apatia
de fato não ocorreu – o negro resistiu ao cativeiro.
Assassinatos, fugas e revoltas representaram a face mais nítida da resistência negra
contra o cativeiro. A despeito das múltiplas formas de combate, as bases do cativeiro
só foram abaladas com as pressões externas e com o movimento antiescravista
(BRAZIL, 2007, 136).
sociais dos mais vulneráveis e alvos destas violações pode-se encontrar a população negra e
pobre. Dentre as propostas do PNDH-1 em relação a população negra, cabe destacar:
144. Estimular que os livros didáticos enfatizem a história e as lutas do povo negro
na construção do nosso país, eliminando estereótipos e discriminações. 145 [...]147.
Facilitar a discussão e a articulação entre as entidades da comunidade negra e os
diferentes setores do Governo, para desenvolver planos de ação e estratégias na
valorização da comunidade negra (PNDH-1).
De acordo com o PNDH 3, a história que não é transmitida de gerações passadas para
gerações futuras, é esquecida e silenciada. O silêncio sobre as barbáries geram esquecimentos
da memória e lacunas na história “Resgatando a memória e a verdade, o País adquire
consciência superior sobre sua própria identidade, a democracia se fortalece.”. O trabalho de
reconstrução da memória exige revisitar o passado e compartilhas as dores e o sofrimento dos
que sofreram violência. No caso dos negros, violência sistêmica dos senhores de escravos e da
sociedade branca, acobertadas pelo Estado. Este resgate através da introdução dos currículos
escolares da História da África e dos africanos é um passo importante contra o apagamento
desta memória coletiva da nação.
À luz da história dos movimentos sociais e programas de governo, o PNDH-3 se
orienta pela transversalidade, para que a implementação dos direitos civis e políticos
transitem pelas diversas dimensões dos direitos econômicos, sociais, culturais e
ambientais. Caso contrário, grupos sociais afetados pela pobreza, pelo racismo
estrutural e pela discriminação dificilmente terão acesso a tais direitos (PNDH 3).
Para Brazil (2007), estes programas ensejam o preparo para a sociedade organizada
como um todo interagir com os direitos legais, valorizar as identidades e consolidar a
democracia em geral e em particular o movimento negro, para se alcançar vitórias
substantivas na luta contra o preconceito e pela dignidade humana e promoção da cidadania.
Neste sentido a Resolução n.1 de 1 de junho de 2004, instituiu as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira e Africana [...] ” a serem observadas pelas Instituições de Ensino atuantes nos
níveis e modalidades da Educação Brasileira e, em especial, por Instituições que desenvolvem
programas deformação inicial e continuada de professores “ (BRAZIL, 2007, p. 140).
Outro marco significativo anterior a Resolução n.1 foi a Constituição Federal de 1988 e
a Lei 9394/96/LDB. A Constituição Federal preceitua no Artigo 242 § 1º : “O ensino da
História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a
formação do povo brasileiro”. Já a LDB no artigo 16 torna obrigatório o estudo da história e
cultura afro-brasileira e indígena (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008). No parágrafo
primeiro deste mesmo artigo estabelece que o conteúdo destes estudos incluirá aspectos da
história e da cultura da matriz indígena e africana.
[...] a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e
dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e
indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional,
resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à
história do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008) (BRASIL, LDB).
47
De acordo com o CNE, Esta obrigatoriedade é uma decisão política, pois foi adotada por
meio de lei, com forte repercussão pedagógica e de formação de professores. Além de garantir
o acesso e a permanência de negros na escola, busca reparar danos que se repetem a séculos.
A Escola Municipal João Alves da Nóbrega na defesa da cidadania dos alunos em
situação de vulnerabilidade, sobretudo afrodescendentes, procura construir e despertar
cidadania ativa em seu alunado para construir uma sociedade democrática.
Neste sentido, desenvolverá princípios e ações, em consonância com as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, à saber:
- Conduzir a comunidade escolar em direção a igualdade e dignidade da pessoa humana
e sujeito de direitos;
- Compreensão dos processos históricos da formação social brasileira e a resistência da
população negra contra a sua submissão;
- Superação da indiferença, injustiça e desqualificação com que os negros;
- Diálogo para superação das diferenças étnico-raciais;
- Condições para professores e alunos pensarem, decidirem, agirem, assumindo
responsabilidade por relações étnico-raciais positivas, enfrentando e superando discordâncias,
conflitos, contestações, valorizando os contrastes das diferenças;
- Garantir a transversalidade nos conteúdos escolares da história da África e dos
Africanos;
- Organização de atividades extracurriculares envolvendo história da África e dos
Africanos;
- Promoção e incentivo ao Corpo Docente de participação em Formação Continuada
sobre história da África e dos Africanos;
- Valorização da cultura de matriz africana.
Estes princípios e ações serão desencadeados em conjunto com a comunidade educativa,
a fim de possibilitar debate e dialogo para superação das diferenças Étnico-Raciais e qualquer
tipo de discriminação no ambiente escolar, para que as Vozes d’África seja as vozes de todos
nós, gritando pela igualdade e inclusão.
49
Para Soares (2004) todas as atitudes marcadas pelo racismo e preconceito, exploração
dos fracos pelos fortes são um atentado contra a dignidade da pessoa humana, esta violência
não atinge apenas sua integridade física, mas sua dignidade espiritual “A dignidade do ser
humano não repousa apenas na racionalidade; no processo educativo, por exemplo,
procuramos atingir a razão, mas também a emoção, isto é, corações e mentes” (SOARES,
2004, p. 12).
A valorização da história da África e dos africanos pela Escola Municipal João Alves da
Nóbrega encontra eco em nossas raízes mais profundas, discutir estes temas com nossas
crianças é procurar atingi-las com racionalidade e emoção é lutar por uma nova estética social
– o respeito a todos os humanos.
20 - CULTURA SUL-MATO-GROSSENSE
transformação, você pensa cultura no singular e vive cultura no plural. Como conjunto de
conhecimentos, técnicas, valores, crenças, ideias, práticas transformamos nós e o outro pelos
bens culturais que produzimos ao mesmo tempo em que homens e mulheres produzem cultura
são produzidos por lema como humanos, “Isso acontece
pelas práticas de linguagem, de trabalho e de valoração, com as quais são criadas regras que
orientam as relações sociais “ (BRASIL, 2005, p. 26).
O Ministério da Cultura criou em 2004 o Programa Cultura Viva através da Lei 13.018
de 22 de julho de 2014, tendo como base parcerias com entes governamentais e sociedade
civil organizada, cujo objetivo é a ampliação do acesso das pessoas aos meios de produção,
circulação e fluição cultural.
O público prioritário são populações com baixo conhecimento de sua identidade. Um
das principais ações do programa é a criação dos pontos de cultura, visando troca de
experiências, desenvolvimento de ações conjuntas com governos e sociedade civil e
articulação entre os pontos em diversas partes do país.
O programa tem como princípios: o estímulo ao protagonismo social na elaboração e
na gestão das políticas públicas da cultura; a gestão pública compartilhada e
participativa, amparada em mecanismos democráticos de diálogo com a sociedade
civil; a construção de novos valores de cooperação e solidariedade, promovendo a
cultura de Paz e a defesa dos Direitos Humanos (BRASIL, MINC).
Algumas das ações proposta pelo Programa Cultura Viva poderá ser incentivada e
implementada na escola, através de feiras, exposições, debates, palestras, oficinas, literatura e
outros.
O acesso a bens culturais como direito do cidadão é uma das preocupações deste PPP,
considerando a cultura como indissociável da educação. A importância da inserção da cultura
Sul mato-grossenses neste PPP e a discussão de cultura no cotidiano escolar se dão pelo quase
desconhecimento da História e Cultura Mato-grossense e sul-mato-grossense por nossos
alunos e professores.
Neste sentido a Secretaria de Estado de Educação do Estado de Mato Grosso do Sul
encaminhou ao Conselho Estadual de Educação pedido de parecer sobre a inserção da
disciplina história da cultura sul mato-grossense nas escolas de Mato Grosso do Sul, como
uma das reivindicações do Fórum Estadual de Cultura.
O Conselho Estadual de Educação após debate entre os conselheiros e considerações
diversas, aprovou o Parecer Orientativo nº 235/2006 sobre a inserção da Cultura Sul-Mato-
Grossense na Educação Básica do Sistema Estadual de Ensino (CEE/MS). Neste Parecer
ressaltou que o Sistema Estadual de Ensino não poderia incluir este tema como disciplina
isolada senão perderia a consolidação da cultura de um povo, devendo incluir a cultura sul
mato-grossense como temas transversais nas disciplinas do currículo. No entanto sugeriu
algumas medidas visando assegurar seu conhecimento e valorização, como:
- Promoção de eventos, seminários e congressos sobre o tema;
- Estabelecer uma política em conjunto com a Secretaria de Cultura sobre a
disponibilização de recursos para a viabilização dos projetos citados acima;
- Promover capacitação continuada aos profissionais de educação;
- produzir e adquirir material didático e paradidático sobre o tema;
- Destacar elementos da cultura regional como música, artes plásticas, teatro, literatura,
culinária, dança, poesia, folclore e outras manifestações culturais regionais;
- Proporcionar acesso a bens culturais como teatro, cinema, projeção de filmes e
documentários com temas regionais;
- Incentivar a pesquisa da cultura sul mato-grossense no âmbito da escola;
- Criar mecanismos de valorização da história e cultura sul mato-grossense.
Embora o Conselho Estadual de Educação, não tenha aprovada a inserção da Cultura
Sul-Mato-Grossense na Educação Básica do Sistema Estadual de Ensino, em forma de
disciplina, propôs algumas ações para que a escola contemplasse este tema tão importante.
52
Para Leandro Karnal, além dos recortes necessários, o professor também pode
promover acréscimos, decidir, por exemplo, incluir em suas aulas a História da Vida
Privada3, que apontam uma análise sociológica, sem ênfase na enunciação de nomes.
Também pode inserir discussão sobre a contestação juvenil violência urbana, das mulheres,
trabalhadores escravizados, homossexuais, prostitutas, dos desejos e da sensualidade, e
obviamente, a ocupação, colonização e expansão da Fronteira Oeste portuguesa – Mato
Grosso Colonial. No entanto, estes acréscimos, devem ser bem planejados, a fim de não
parecer adereço ou ilustração, para não deixar a impressão para o aluno, que o importante
mesmo é estudar os grandes feitos e revoluções, como o Renascimento, a Expansão Marítima,
o Absolutismo, a Reforma Protestante ou as Guerras Napoleônicas e a Revolução Francesa
(MELLO, 2012).
O professor deve considerar a realidade da trincheira, o cotidiano da sala de aula, e
não apenas as teorias geopolíticas e estratégicas, traçadas pelos administradores escolares,
3
Referência à coleção sobre a História da Vida Privada, organizada por Philippe Áries e Georges Duby e ainda a
versão brasileira dirigida por Luiz Felipe Alencastro.
53
grandes redes de ensino ou mesmo grandes editoras. Neste sentido, percebe-se que não existe
interesse na inclusão de temas regionais nos manuais didáticos de circulação nacional. A
inclusão da História e Cultura Regional nestes manuais demandaria edições regionais, cujos
custos seriam absorvidos por estas redes ou seus respectivos clientes, portanto, fora da ótica
que os move – o lucro.
O Festival de Inverno de Bonito, A Festa da Guavira e as Festas Juninas, são exemplos
de Cultura Viva, ao alcance de nossos olhos, corações e emoções, são um convite para
participar e conhecer um pouco de nossa História.
A História de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul como caso fascinante de fronteira é
singular no processo de ocupação e colonização da América Meridional.
Como agentes do colonialismo europeu, luso-brasileiros perscrutaram sertões,
transpuseram serras e pantanais, preando e ocupando territórios de povos ameríndios, e
desafiaram castelhanos, também em missões de conquistas. Empreendimento de quase três
séculos que, para traçar os contornos de um território oscilante dado aos tratados de limites
coloniais, envolveu descobridores, colonizadores, aventureiros, caminheiros e distintos
segmentos subalternizados4. Foi numa circunstância, de exploração, expansão, ocupação e
povoamento colonial, que se organizou a Capitania de Mato Grosso (MELLO, 2012).
Para Mello (2012) Índios, ouro, pedras5, objetos de cobiça dos luso-brasileiros,
reproduziram-se rapidamente nas visões do paraíso e nas imagens do Itaverá, influenciando
de modo admirável o imaginário colonial, pautando incontáveis expedições procedentes do
litoral rumo ao espaço mato-grossense6. O sonho da serra dourada os aventureiros de
Piratininga alternavam-se com a realidade de práticas de penetração para preagem do nativo,
visto como o remédio oriundo do sertão7.
Na primeira metade do século 18, a procura do remédio do sertão significava
perspectiva de ascensão8social, e ao mesmo tempo, probabilidade de alcançar as ricas minas
das índias de Castela9. A sequencia de pensamentos e de vagas ideias levou peregrinos,
mercadores e viajantes a organizarem-se em expedições para atravessarem o sertão rumo ao
4
COSTA, Maria Fátima. História de um País Inexistente: O Pantanal entre os séculos XVI e XVIII. São Paulo:
Kosmos, 1999. p. 26.
5
TAUNAY, Affonso de E Índios! Ouro!Pedras! São Paulo: Melhoramentos, 1926.
6
HOLANDA, Sérgio Buarque de Holanda – Visões do Paraíso – Os motivos edênicos no descobrimento e
colonização do Brasil. 2ª edição. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1969.
7
MONTEIRO, John Manuel. Negros da Terra e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia
das Letras, 2000, p. 85.
8
MONTEIRO, op. cit. p. 86.
9
HOLANDA, Sergio Buarque de. Visões do Paraíso – Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do
Brasil. 2 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1969. p. 99.
54
21 – CONSELHO ESCOLAR
O Conselho Escolar é um órgão colegiado criado pela Lei n° 10.172/2001, com suporte
na LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n° 9394/96, noArtigo 14, que
trata dos princípios da Gestão Democrática, tendo por atribuição deliberar sobre questões
pedagógicas administrativas, financeiras, no âmbito escolar.
Art.14 que: Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática de
ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e
conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na
elaboração do projeto político-pedagógico da escola; II-participação das
comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes (BRASIL,
LDB).
De acordo com Lemos (2013) os Conselhos Escolares são espaços privilegiados para se
conquistar a Gestão Democrática Participativa, contribuindo para a formação continuada de
seus integrantes para tomarem a escola de forma democrática. Só em definir os rumos da
gestão através do Projeto Político Pedagógico já aponta para uma ação revolucionária – a
gestão democrática na escola, “O Conselho Escolar poderá se tornar uma das estratégias mais
poderosas de se educar a população do Brasil a tomar este país democraticamente” (LEMOS
2013, p. 49).
Para O Programa de Fortalecimento dos Conselhos Escolares (MEC) os Conselhos
Escolares são órgãos colegiados composto por representantes da Comunidade Interna e
Externa da Unidade Escolar que têm como atribuição deliberar sobre questões político-
pedagógicas, administrativas, financeiras. Também tem a função de analisar as ações da
escola e utilizar-se dos meios a seu dispor para fazer a escola cumprir sua finalidade,
representando a comunidade escolar e atuando em conjunto para definir os caminhos da
escola e tomar decisões em ação colaborativa.
Representam, assim, um lugar de participação e decisão, um espaço de discussão,
negociação e encaminhamento das demandas educacionais, possibilitando a
participação social e promovendo a gestão democrática. São, enfim, uma instância
de discussão, acompanhamento e deliberação, na qual se busca incentivar uma
cultura democrática, substituindo a cultura patrimonialista pela cultura participativa
e cidadã. (BRASIL, 2004, p. 34).
22 - BULLYING
56
O bullying é uma palavra derivada do verbo inglês bully, termo usado para designar
alguém cruel, intimidador e agressivo.
O termo, adotado em vários países, vem definir todo tipo de comportamento
agressivo, intencional e repetido inerente às relações interpessoais. Ofender, zoar,
gozar, encarnar, sacanear, humilhar, discriminar, excluir, isolar, ignorar,
intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, dominar, bater,
chutar, empurrar, ferir, roubar e quebrar pertences são comportamentos típicos do
fenômeno (GUIMARÃES, 2009).
Difícil não encontrar algum profissional da educação ou aluno (a) que não tenha sofrido
bullying ou presenciado algum tipo de intimidação ou mesmo violência. Este comportamento
agressivo, ganha força também nas redes sociais – cyberbullying.
Para o Filósofo Gabriel Chalita (2008), o bullying acontece de forma direta ou indireta.
A forma direta, mais comum entre meninos, é contra a própria pessoa, de forma clara e com
57
Para Fante (2005) existe a vítima típica de bullying e a vítima provocadora. A vítima
típica é aquela que sofre de forma sistêmica agressões verbais, física, sexuais ou emocionais,
às vezes é um aluno (a) tímido (a), inseguro, submisso, de baixa estima e que, às vezes, não
reage justamente pela condição de submissão em relação ao agressor. A vítima provocadora é
caracterizada pela agressividade, revida as agressões, são alunos (as) que sofrem maus tratos,
apelidos gozações e tentam com o revide de libertar destes constrangimentos (FANTE, 2005,
p. 71).
Para Esteve & ARRUDA (2014), Alguns sinais que podem ocorrer com as vitimas do
bullying e pedem uma atenção especial dos pais quando observado em seus filhos;
• Enurese noturna (urinar na cama)
• Distúrbios do sono (como insônia)
• Problemas de estômago (dor e falta de apetite)
• Dores e marcas de ferimentos
• Transtornos alimentares (bulimia, anorexia)
• Isolamento social/ poucos ou nenhum amigo
58
• Tentativas de suicídio
• Irritabilidade / agressividade
• Ansiedade
• Depressão
• Relatos de medo regulares
• Medo e recusa de ir à escola
• Demonstrações constantes de tristeza
• Mau rendimento escolar
• Atos deliberados de autoagressão escola (Revista Eletrônica Saberes da Educação –
Volume 5 – nº 1 – 2014).
De acordo com a Lei Estadual/MS n° 3.887, de 06/05/2010, que dispõe sobre medidas
de conscientização, prevenção e combate ao bullying escolar, considera-se bullying contra os
alunos ou professores, acarretar a exclusão social; subtrair coisa alheia para humilhar;
perseguir; discriminar; amedrontar; destroçar pertences; instigar atos violentos, inclusive
utilizando-se de meios tecnológicos.
O Programa de prevenção ao bullying tem como objetivo prevenir e combater a prática
do bullying. Orientar e advertir os agressores sobre as consequências e punições da prática do
bullying que pode ser enquadrada nos crimes de ameaça, lesão corporal, injuria dentre outros
e que são passíveis de pena, que vão desde advertência, até a aplicação de medidas sócio
educativas, liberdade assistida, prestação de serviço à comunidade, à semiliberdade e até
mesmo a prisão. Envolver a família no processo de percepção, acompanhamento e solução do
problema. Encaminhar as vítimas e agressores aos serviços de assistência social, psicológica e
jurídica, quando necessário.
Para Fante (2005) é oportuno que os pais reflitam sobre a conduta dos filhos no
ambiente escolar e o modelo de educação familiar predominante em casa.
Nem sempre os pais se dão conta de que certos comportamentos que o filho
manifesta são aprendidos em casa, como resultado do tipo de interação entre os
familiares que é percebida por ele; muito menos procuram checar e refletir se o que
o filho está realmente aprendendo tem relação com aquilo que “eles pensam” que
está sendo ensinado (FANTE, 2005, p. 76).
Não há como negar ou omitir que este problema atinge todas as escolas. A Escola
Municipal João Alves da Nóbrega, ao incluir este tema no Projeto Político Pedagógico propõe
discutir, refletir e adotar práticas que incentivem a aceitação da diversidade, inclusão,
promoção da cidadania e respeito aos direitos humanos como forma de combater, prevenir e
minimizar este problema.
59
Neste sentido, a escola num trabalho interdisciplinar promove discussões em sala aula,
trabalha o tema com a família e discute o assunto nas reuniões pedagógicas, no sentido de
promover no ambiente escolar uma cultura de respeito à diversidade e não ao bullying.
23 – DIREITO DO CONSUMIDOR
soluções, na prática perdemos nossos jovens a este mundo sombrio. A legislação brasileira
tem sustentado uma concepção abrangente de saúde, se baseando num modelo de atenção
integral a saúde. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais: Terceiro e Quarto
Ciclos do Ensino Fundamental/ Temas Transversais, é necessário educar para a saúde
considerando-se todos os aspectos da formação de hábitos e atitudes no cotidiano escolar “Por
esta razão, a educação para a Saúde será tratada como tema transversal, permeando todas as
áreas que compõem o currículo escolar” (BRASIL, 1998, p. 245).
Para Brasil (1998) um modelo abrangente de análise do binômio, saúde-doença no país,
considera a forma de organização da sociedade.
Esse modelo não nega a existência e/ou a relevância do fenômeno biológico, muito
menos o processo de interação que se estabelece entre o agente causador da doença,
o indivíduo suscetível e o ambiente. No entanto, prioriza o entendimento de saúde
como valor coletivo, de determinação social. Esta concepção traz em seu interior a
proposição de que a sociedade se organize em defesa da vida (BRASIL, 1998, p.
250).
Neste sentido para Vygotsky, a educação deve educar o aluno para educar a si próprio.
Resolver um determinado problema com a ajuda de alguém é sempre mais fácil. Neste sentido
e exercendo seu papel de formulador de políticas públicas, a Prefeitura Municipal de Bonito
instituiu o dia 26 de junho como o Dia Municipal de Combate ao uso de drogas, através da
Lei Municipal 1.204 de 24 de junho de 2010. Para execução da lei, serão realizados debates,
ciclos de palestras, atividades culturais e esportivas, bem como outras manifestações
instrutivas do gênero, em caráter de colaboração entre a Secretaria Municipal de Educação,
Secretaria Municipal de Saúde, Fundação de Cultura e de Esportes de Bonito e o Conselho
Municipal Antidrogas.
Neste sentido foi firmado acordo com a Polícia Militar através do PROERD, atividades
semestrais para os alunos do Quinto Ano do Ensino Fundamental. As aulas serão ministradas
por um Policial Militar, capacitado pela Polícia Militar, tendo como objetivo Ensinar Técnicas
de Resistência às pressões para o uso de drogas, desenvolverem a autoestima, oferecer
estratégias preventivas para reforçar fatores de proteção.
Para Maria Fátima Olivier Sudbrack do Laboratório de Programas de Estudos e Atenção
às Dependências Químicas da Universidade de Brasília, a prevenção ao uso de drogas deve
envolver a sociedade como um todo. Família, escola e instituições, devem elaborar ações
preventivas como parte desse enfrentamento. Essas ações devem ser cotidianas, pois o apelo
ao consumo de drogas é uma constante, sobretudo, entre adolescentes. Dentre estas ações, o
trabalho com projetos no ambiente escolar de forma sistematizada e planejada, tem maiores
possibilidades de êxito (PELLIN, 2011).
Elaborar uma proposta de prevenção nada mais é do que planejar o que fazer antes
de executar a ação. O planejamento costuma ser organizado e apresentado sob a
forma de um projeto, que pode ser definido como um conjunto de atividades
coordenadas e previstas para serem realizadas em um tempo determinado, como
objetivos bem definidos (SUDBRACK, 2010, p. 266).
demanda políticas públicas tanto quanto ao controle e redução da oferta por parte das
instituições do estado voltadas a repressão, quanto, as ações para reduzir a demanda
(PELLIN, 2011)
Reduzir a demanda significa adotar uma postura ousada, quanto são ousadas as
posturas dos que fazem do consumo de drogas ilícitas (e também lícitas), um comércio
lucrativo. Para Sudbrack, no controle e redução da oferta está à ação de justiça, segurança
pública e defesa, e na redução da demanda, políticas de prevenção envolvendo ações de
saúde, educação, assistência, proteção, entre outras. Entretanto, essas políticas só terão
eficácia se resultar de ações integradas de proteção à criança e ao adolescente.
A prevenção ao uso de substâncias psicoativas no ambiente escolar requer a promover
uma cultura de prevenção ao consumo de drogas, capaz de possibilitar interação entre escola e
comunidade, aproximando pais, educadores e sociedade, no cotidiano escolar.
É possível sim uma escola livre das drogas.
Dos recursos públicos administrados pelas unidades escolares, destaca-se o PPDE. Para
David (2015) este programa foi criado em 1995 tendo por finalidade prestar assistência
financeira em caráter suplementar às escolas públicas da Educação Básica.
O PDDE engloba várias ações e tem como objetivo melhorar a infraestrutura física e
pedagógica das escolas, e também reforçar a autogestão escolar nos planos
financeiro, administrativo e didático, de forma a contribuir para elevar os índices de
desempenho da Educação Básica. Não há necessidade de celebração de convênios
ou de qualquer outro instrumento congênere para que os recursos do PDDE sejam
transferidos às Unidades Executoras, explica o FNDE. Os repasses são realizados de
acordo com o número de alunos matriculados nas escolas, extraído do Censo Escolar
do ano anterior ao do repasse (DAVID, 2015, p. 12).
De acordo com (Brasil, 2006) o PDDE é uma ferramenta gerencial, auxilia a escola na
definição de suas prioridades e estratégias convertendo-as em metas educacionais, como
alcançá-las, quais resultados atingidos e avaliar seu desempenho “O PDE como ferramenta
gerencial, não substitui o pedagógico e sim o complementa. Não indica o método pedagógico
a ser adotado, mas sinaliza se este está falhando” (BRASIL, 2006, p. 11).
No PDE, a escola analisa o seu desempenho, seus processos, suas relações internas e
externas, seus valores, sua missão, suas condições de funcionamento e seus
resultados. A partir dessa análise, projeta o seu futuro, define aonde quer chegar, que
estratégias adotará para alcançar seus objetivos, que processos desenvolverá, quem
estará envolvido em cada processo e qual o perfil de saída de seus alunos (BRASIL,
2006, p. 21).
10
Entidade de direito privado, sem fins lucrativos, representativa da comunidade escolar (Conselho Escolar,
Caixa Escolar, Conselho Diretor, Associação de Pais e Mestres etc.),responsável, entre outros compromissos e
obrigações, pelo recebimento e execução dos recursos financeiros transferidos diretamente pelo FNDE (PDDE)
(DAVID, 2015).
64
Para a construção de uma escola de qualidade não basta quadros humanos de excelência,
mas condições materiais disponíveis para realização plena do processo de ensino e
aprendizagem. O PDDE como ferramenta gerencial e fonte de recursos é um instrumento
complementar em direção a uma escola inclusiva, cidadã, multicultural e de qualidade.
26 – LIXOCONSCIENTE
30 – FREQUÊNCIA
31 – TRANSFERÊNCIA
32 – PROCESSO DE AVALIAÇÃO
No entanto, deve-se ter em mente que na prática pedagógica não se está avaliando os
estudantes, mas as aprendizagens. Precisam ser refletidos dois aspectos: o primeiro consiste
na necessidade de transformação da prática avaliativa de aprendizagem e o segundo consiste
73
32.2Avaliação interna
A avaliação interna não deve ser utilizada para rotular os que sabem e os que não
sabem. Para (Gouveia, 2015) não se esgota na constatação do rendimento escolar, mas se
74
Na avaliação formativa o desempenho do aluno deve ser tomado como uma evidência
de sua aprendizagem ou dificuldade, cabendo ao professor interpretar seu desempenho “Nessa
perspectiva, a avaliação coloca-se a serviço das aprendizagens“ (GOUVEIA, 2015).
O MEC disponibiliza, a cada dois anos, o Ideb dos estados, municípios e escolas
obtido a partir das taxas de aprovação/reprovação e das notas dos alunos na Prova
Brasil, dentro de uma escala de 0 a 10. Também a partir desses dados o MEC projeta
as metas a serem alcançadas para cada um desses segmentos. Em geral, os
resultados da Prova Brasil e do Ideb são divulgados de forma a permitir a elaboração
de um ranking das melhores (e consequentemente das piores!) escolas e sistemas do
país (MACHADO, 2014, p. 68).
Avaliação e aprendizagem devem andar juntas e não apenas medir aprovação ou não,
mas destacar a finalidade de avaliar a educação oferecida aos alunos, “[...] numa escola que se
pretenda democrática e inclusiva, as práticas avaliativas deveriam se pautar por garantir que, no limite,
todos aprendessem tudo” (MACHADO2014, p. 72).
Para (Machado, 2014) a avaliação externa oferecem informações capazes de revigorar os
contornos da escola e suas ações, garantindo sua função social, democracia, inclusão e qualidade do
ensino e aprendizagem.
76
No que se refere à avaliação formativa, deve-se ter em conta que não se trata de
avaliar a criança, mas sim as situações de aprendizagem que foram oferecidas. Isso
significa dizer que a expectativa em relação à aprendizagem da criança deve estar
sempre vinculada às oportunidades e experiências que foram oferecidas a ela
(BRASIL, 1998b, p. 66).
33 – RECUPERAÇÃO
De acordo com o Artigo 12º, Inciso V da LDB, as escolas terão a incumbência de
prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento e os professores no Artigo
13º, Inciso IV, a incumbência de estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de
menor rendimento. Neste sentido, a recuperação da aprendizagem é direito do aluno e parte
integrante do processo educativo, visando;
78
Será encaminhado para Exame Final o educando com média inferior a 6.0(seis).
O educando que não atingir a freqüência de 75% ( setenta e cinco por cento) do
cômputo geral da carga horária anual a que o mesmo esteja obrigado a cursar, não terá direito
de prestar o Exame Final.
O educando pode prestar o Exame Final em todas as áreas de conhecimento ou
disciplina.
O calculo da média após o Exame Final será efetuado da seguinte fórmula:
De acordo com estudo encomendado pela Fundação Victor Civita para a Fundação
Carlos Chagas a respeito da capacitação continuada de professores, há uma dupla
preocupação dos sistemas escolares: a qualidade da escolarização oferecida aos alunos e a
formação profissional dos professores articulada com o trabalho docente. O diagnóstico feito
pela pesquisa apontou o baixo desempenho dos alunos, em parte atribuído à formação dos
professores. Como forma de melhorar a formação docente, as políticas educacionais têm
como ponto de partida a necessidade de melhorar a formação dos professores e os formadores
dos professores (FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA, 2011).
O professor antes concebido como um ser abstrato pertencente a um conglomerado
homogêneo e o exercício da profissão como uma atividade instrumental afastou a
universidade da prática profissional. Novos estudos têm redirecionado este foco. A docência
passa a ser compreendida como uma atividade humana complexa, com características próprias
“[...] exercida em unidades escolares que são singulares e, por isso, requerem e mobilizam
novas perspectivas de análise” (FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA, 2011, p. 10).
A capacitação dos professores esta intimamente ligada a qualidade da educação, e esta
capaz de influenciar na permanência do aluno na escola, aumento dos anos de sua
escolarização e melhora dos indicadores sociais, conforme destacado abaixo.
35 – ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
Esta Unidade Escolar oferecerá Educação Infantil e o Ensino Fundamental nas Séries
Iniciais. Nos conteúdos curriculares da Educação Básica observar-se-á a associação entre
competências e habilidades na difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos
direitos e deveres dos cidadãos, respeito ao bem comum e à ordem democrática.
Será oferecida a Educação Infantil atendendo a faixa etária de 04anos de idade,
jardim II.
O Ensino Fundamental nos anos iniciais, será organizado em 05 (cinco) anos
organizados em 10 semestres.
A Matriz Curricular do Ensino Fundamental organizado em anos, terá duração de
09 (nove) anos, constituído com carga horária de 834 horas para cada ano.
36 CURRÍCULO
A escola é o ambiente educativo voltado ao processo de escolarização e compromisso
com os saberes, hábitos, atitudes, valores, conhecimentos, culturas, ideologias e valores. De
acordo com Sacristán (2000) toda pratica pedagógica gira em torno do currículo. Qualquer
fenômeno humano não é indiferente ao contexto histórico, político, econômico e social que o
produz, isto se aplica também ao currículo como construção humana e social inserido num
determinado contexto. Como práxis, o currículo é fruto de diálogos e interações sociais
Configura-se o currículo como conjunto de valores e práticas que proporcionam a
produção, a socialização de significados no espaço social e contribuem para a construção de
identidades socioculturais do educando. O currículo contém os componentes curriculares
83
Admite-se que a aprendizagem deva ser considerada sempre como algo para a
construção de conceitos ao longo do desenvolvimento humano, colocando-se a disposição do
conhecimento das ações prescritivas onde o centro de aprendizagem é o processo.
Para Magda Soares, alfabetização pode ser entendida como aquisição do sistema
convencional de escrita. Alfabetizar e letrar são ações distintas, mas inseparáveis, “[...] o ideal
seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da
leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado
(SOARES, 1998, p. 47).O indivíduo sem letramento se alfabetiza, mas consegue usar esta
ferramenta na interpretação do que lê.
Leitura e escrita são indissociáveis para uma comunicação clara e objetiva, quanto
mais se tem acesso á leitura melhor se escreve. Leitura e escrita levam a construção da
cidadania, portanto, instrumentos de desenvolvimento humano. Para Bamberger, a leitura é
um dos meios mais eficazes de desenvolvimento sistemático da linguagem e da personalidade.
Trabalhar com a linguagem é trabalhar com o homem.
A leitura favorece a remoção das barreiras educacionais de que tanto se fala,
concedendo oportunidades mais justas de educação principalmente através da
promoção do desenvolvimento da linguagem e do exercício intelectual, e aumenta a
possibilidade de normalização da situação pessoal de um indivíduo (BAMBERGER,
1991, p. 10-1).
sociedade letrada advêm dos problemas de leitura. Quando lemos mal, escrevemos mal, nos
expressamos mal e temos dificuldades de afirmar nossas ideias, “A maioria do que se deve
aprender na vida terá de ser conseguido através da leitura fora da escola” (CAGLIARI, 2009,
p. 130).
A leitura é uma atividade individual e de assimilação de conhecimento, de interiorização e
reflexão.
[...] a leitura é o alimento da alma. Nada mais verdadeiro. As pessoas que não leem são
pessoas vazias subnutridas de conhecimento. É claro que a experiência da vida não se
reduz a leitura. A vida como tal é a grande mestra. Algumas pessoas analfabetas
conseguem, às vezes, se sair bem economicamente, mas nem por isso deixam de ser
pessoas vazias. Têm a riqueza externa, sabem se virar na sociedade, mas são pobres
culturalmente, porque só a experiência da vida, por mais rica que possa ser, não
suficiente para fornecer uma cultura sólida e geral (CAGLIARI, 2009, p. 132).
Esta cultura técnica e geral se adquire através da leitura. Além de um valor técnico para
a alfabetização, a leitura é uma fonte de prazer, satisfação pessoal, conquista e realização,
serve de estímulo e motivação, para conhecermos cada vez mais o mundo. Uma pessoa que
não lê, não adquire conhecimento sobre uma determinada cultura, mas não basta apenas ler o
que os outros disseram a cultura no mundo, mas o que pensamos sobre o mundo e a cultura
(CAGLIARI, 2009, p. 152). Deve-se sentir prazer em ler o mundo.
Para José Morais, os prazeres da leitura são múltiplos, lemos para saber, compreender,
refletir e também pela beleza da linguagem. A leitura é uma exigência do cotidiano e do
mundo do trabalho, não é mais uma atividade apenas intelectual, atinge todas as esferas da
sociedade.
Os bons leitores, são os que lêem mais, aumentam mais depressa seu vocabulário, e
distinguem da maioria dos leitores, são mais confiantes, apreciados, eficazes e gratificados.
Crianças oriundas de ambiente familiar favorável à leitura são favorecidas na escola,
elogiadas e valorizadas, encontrando estímulo para serem cada vez melhores. No entanto, a
leitura não deve acentuar as diferenças, mas compartilhar experiências e resultados.
Para Bamberger, é importante o trabalho dos pais como mediadores entre as crianças,
os livros e a leitura. Freqüentar uma biblioteca, comprar livros dar livros de presentes,
incentivam o hábito de ler. Também se deve dar, atenção às motivações que baseiam o
interesse pela leitura individual do aluno.
Uma das coisas que as crianças devem pegar e ver são os livros e as gravuras. Antes
mesmo que a criança seja realmente capaz de compreender o texto, os pais devem
ler em voz alta e falar-lhe sobre o livro, contemplando com ela as gravuras e
nomeando as coisas que nelas vêem. Dessa maneira, a linguagem da criança se
desenvolve juntamente com seu interesse pelos livros. Se os pais mostrarem as
palavras que explicam os livros de gravuras, também despertarão o interesse pela
leitura e assim se formará o primeiro "vocabulário ocular", o que já é uma boa
preparação para a leitura, (BAMBERGER, 1996, p. 71).
O interesse pelos livros, desde a alfabetização, pode formar bons leitores e incentivar o
hábito de ler. O leitor pode interpretar textos de forma inusitado, rompendo com os sentidos
lhe atribuído tradicionalmente, pode ler transgredindo, transformando e criando outras ideias,
“A leitura ocupa, sem dúvida um espaço privilegiado não só no ensino da língua portuguesa,
mas também no de todas as disciplinas acadêmicas que objetivam a transmissão de cultura e
de valores para as novas gerações” (SILVA, 2002, p. 16). Esta transmissão de valores
possibilita desmascarar os ocultamentos impostos por aqueles que desejam impor sua
dominação e impedir o exercício de nossa cidadania.
Ler na medida em que se vive, significa decodificar as escritas públicas que
funcionam como documentos, tais como carteira de identidade, cheque, contas a pagar, ou
ainda aquelas que servem como divulgação: letreiros de ônibus, rótulos, avisos, bulas,
manuais de instrução.
A leitura envolve atitudes, gestos e habilidades mobilizados pelo leitor, tanto no ato de
leitura quanto no que antecede a leitura. O cidadão demonstra conhecimento da leitura quando
sabe a função de um jornal, se informa sobre o conteúdo, ou quando se localiza em pontos de
acesso público, quando identifica livrarias. Depois que um leitor realiza leituras, o texto que
leu determina suas escolhas (PELLIN, 2012).
A prática da seletividade orienta a leitura crítica auxiliando o leitor a detectar as
contradições sociais. Dessa forma, o sujeito abala o mundo das certezas, organiza sínteses e
combate qualquer tipo de conformismo, qualquer escravização do texto, ‘Ler um texto
criticamente, é pensar sobre os referenciais da realidade, examinando seus fundamentos’
(SILVA, 2002, p. 33).
Numa sociedade letrada e regulada por leis, normas e regulamentos escritos, aqueles
que sabem decifrar a escrita e entender a linguagem(CAGLIARI, 2009), certamente não
terão sua cidadania mutilada, conquistarão corações e mentes para mudar mentalidades.
38 LITERATURA INFANTIL
Sendo esse gênero objeto da cultura, a criança tem um encontro significativo de suas
histórias com o mundo imaginativo dela própria. A criança tem a capacidade de
colocar seus próprios significados nos textos que lê, isso quando o adulto permite e
não impõe os seus próprios significados, visto estar em constante busca de uma
utilidade que o cerca(OLIVEIRA, 2005, p. 125)
sala de aula
Maria Auxiliadora Mancuelho Geografia - Psicopedagogia
TÉCNICO ADMINISTRATIVO
FUNCIONÁRIO (A) HABILITAÇÃO
DIRETORA: Ana Marcia Borges Mafalda Magistério/ Graduação em
Pedagogia/ Especialização em
metodologias da Educação Infantil
SECRETÁRIO: GleyseJara Magistério - Pedagogia
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