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PREFEITURA MUNICIPAL DE BONITO - MS

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE BONITO - MS


ESCOLA MUNICIPAL JOÃO ALVES DA NÓBREGA

PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO


Escola, cidadania e participação de todos

Bonito – MS
2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE B0NITO - MS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
ESCOLA MUNICIPAL JOÃO ALVES DA NÓBREGA

Leonel de Souza Brito


Prefeito municipal

Loiva Heideck Schiavo


Secretária de Educação

Ana Marcia Borges Mafalda


Diretora

Tania Maria Pellin


Lilian Silveira Schiavo
Coordenadores

GleyseJara da Silva
Secretária

Vanusa Almeida
Presidente da Associação de Pais e Mestres

ASSESSORAMENTO

Marinalva Teixeira Araujo


Coordenadora do Departamento Pedagógico

_________
Chefe do Departamento de Normatização e Assessoramento

Saulo Alvaro de Mello


Colaborador
PPP, momento da Escola Municipal João Alves da
Nóbrega, pensar seu fazer pedagógico, demonstrar
suas ações, respeitar as diferenças, praticar uma
cultura de respeito aos direitos humanos, trazer a
comunidade para a escola, discutir, buscar soluções
e transformar sonhos em realidade através da
educação e emancipação (Comunidade Escolar
João Alves da Nóbrega).
Educação e participação
Escola Municipal João Alves da Nóbrega em ação.

O poeta Manoel de Barros pensava renovar o homem usando


borboletas. As borboletas encantam, produzem magia e nos mostram
quão somos finitos em suas asas. A Comunidade Educativa da Escola
Municipal João Alves da Nóbrega, pensa renovar o homem através da
educação, magia das palavras, força do pensamento crítico e reflexivo
e da Pedagogia do Acolhimento. O poeta nos ensina a magia das
palavras e a escola as palavras como magia, tornando as utopias
possíveis.
ÍNDICE

1 Apresentação 07
2 Histórico e Identificação da Instituição de Ensino e Entidade Mantenedora 14
3 Justificativa 15
4 Filosofia 16
5 Objetivo Geral e Específico 16
6 Fins e Princípios Norteadores 17
7 Diagnóstico e Análise da Situação da Escola 23
8 Estrutura Administrativa e Pedagógica 24
9 Definição dos Objetivos Educacionais e Metas a serem alcançadas 26
10 Seleção de Ações a serem desenvolvidas 27
11 Forma de Gestão Administrativa e Pedagógica da Escola 28
12 Composição do Calendário Escolar 31
13 Critérios de Matrícula 32
14 Organização da Vida Escolar e Regime Escolar 33
15 Avanço Escolar e Aceleração de Estudos 35
16 Mobilidade 35
17 Processo de Inclusão 36
18 Trânsito 41
19 História e Cultura Afro-Brasileira e Cultura sul-mato-grossense 43
20 Cultura Sul Matogrossense 49
21 Conselho Escolar 54
22 Bullying 56
23 Direito do Consumidor 59
24 Combate ao Uso de Drogas 60
25 Programa de Desenvolvimento da Educação 62
26 Lixo Consciente 64
27 Escrituração Escolar e Arquivos 65
28 Articulação entre o Educação Infantil e o Ensino Fundamental 68
29 Critérios para Agrupamento de Alunos 69
30 Frequência 70
31 Transferência 71
32 Processo de Avaliação 71
33 Recuperação da aprendizagem 78
34 Capacitação Continuada 79
35 Organização Curricular 82
36 Currículo 82
37 Alfabetização, Leitura e Letramento 83
38 Literatura Infantil 87
39 Perfil do Corpo Docente e Técnico Administrativo 88
40 Avaliação Institucional do Processo Educativo 90
41 Considerações Finais 92
42 Referências Bibliográficas 93
Anexos:
 Calendário Escolar
 Quadro Curricular
 Datas Comemorativas
 Projetos
 Currículos: Educação Infantil - Ensino Fundamental
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1. APRESENTAÇÃO

O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com


um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente.
Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto
político por estar intimamente articulado ao compromisso
sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população
majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do
cidadão para um tipo de sociedade (VEIGA, 2002).

A reestruturação do Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal João Alves da


Nóbrega, resultou de um processo de trabalho desencadeado pela Direção da Unidade
Escolar, professores, administrativos, Conselho Escola e APM, com assessoramento da
SEMED/Bonito, com o objetivo de intensificar e desenvolver as ações cooperativas para
melhoria do ensino-aprendizagem, resultando em uma Educação de Qualidade e Gestão
Democrática.
O projeto Político Pedagógico é onde se encontra a dimensão social da escola e sua
função social, sobretudo, em relação à democracia da gestão. Para Libâneo (2003) há uma
relação de influência compartilhada entre a sociedade, o sistema de ensino, e escola e os
sujeitos. A importância do PPP reside no envolvimento de todos, num trabalho em conjunto
para dotar a escola de padrões de conduta, qualidade e unidade de ação, entre toda a
comunidade, interno e externo. Nesta cooperação o PPP, “[...] é um documento que reflete as
intenções, os objetivos, as aspirações e os ideais da equipe escolar, tendo em vista um
processo de escolarização que atenda a todos os alunos” (LIBÂNEO, 2003, p. 345-346).
Para Veiga (1995) o PPP busca uma direção, uma ação intencional, um sentido
explícito e um compromisso com a comunidade, é político pelo compromisso com a cidadania
e pedagógico na definição das ações educativas. Político e pedagógico são indissociáveis,
como processo permanente de reflexão, busca de alternativas e efetivação da intenção de
fazer.
Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar
intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e
coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso com a
formação do cidadão para um tipo de sociedade [...] Pedagógico, no sentido de
definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem
seus propósitos e sua intencionalidade. (VEIGA, 1995, p. 13).
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A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, reafirmou a gestão


democrática como princípio norteador da escola das escolas públicas. O Artigo 14, Inciso I e
II dispõe sobre este princípio:
Art. 14, Inciso I – participação dos profissionais da educação na elaboração do
projeto político-pedagógico da escola;
II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes (BRASIL, LEI 9394/96).

Neste sentido o Projeto Político Pedagógico deve refletir a participação de todos em


sua construção, como momento de reflexão sobre os caminhos da escola e uma reflexão sobre
os caminhos percorridos, o que deve ser mudado e o que deve permanecer. Para Gadotti, todo
projeto é feito de rupturas e promessas
Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar
um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função de promessa
que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo
pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas
tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores
[...] (GADOTTI, 1994, p. 579)

Neste comprometimento a escola olha para si mesma e discute que educação pretende
ministrar, se esta educação é autônoma, transforma e emancipa. Para Veiga (2002), a ideia de
autonomia esta ligada a ideia de emancipação da educação.
Para ser autônoma, a escola não pode depender dos órgãos centrais e intermediários
que definem a política da qual ela não passa de executora. Ela concebe seu projeto
político-pedagógico e tem autonomia para executá-lo e avaliá-lo ao assumir uma
nova atitude de liderança, no sentido de refletir sobre suas finalidades sociopolíticas
e culturais (VEIGA, 2002, p.5).

Transformar a sociedade significa torná-la mais humana, ética, plural, multiétnica,


calcada nos valores éticos, morais, de promoção da cidadania, sobretudo, de respeito à vida e
libertação do oprimido. Paulo Freire na Pedagogia do Oprimido se dirige aos esfarrapados do
mundo e aos demitidos da vida (FREIRE, 2000, p.23), que ao se descobrirem explorados,
sofrem, lutam, resistem à opressão. Ele entende a escola não apenas como um espaço de
produção do conhecimento, mas também de transformação, de acreditar nas utopias, numa
sociedade mais justa e igualitária. Para Freire toda prática educativa deve libertar o homem da
opressão.
[...] toda prática educativa libertadora, valorizando o exercício da vontade, da
decisão, da resistência, da escolha; o papel das emoções, dos sentimentos, dos
desejos, dos limites; a importância da consciência na história, o sentido ético da
presença humana no mundo, a compreensão da história como possibilidade jamais
como determinação, é substantivamente esperançosa e, por isso mesmo,
provocadora da esperança (FREIRE, 2000, p. 23).
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Neste projeto, que também deve ser de transformação, planejamos nossas ações e
nossa intenção de fazer, esquecer os erros do passado, romper com os desacertos do presente e
buscar recursos materiais e humanos para de mãos dadas e de portas abertas para a
comunidade construir a escola dos nossos sonhos. Para Freire seria uma desolação se não se
reconhecesse a capacidade de intervir na realidade e mudar o contexto (FREIRE, 2000, p. 42).
O presente Projeto tem como escopo principal a busca de uma educação de qualidade,
com foco no aluno, instigando a participação efetiva dos pais no dia-a-dia escolar para se
atingir esta meta. Essa busca deve ter, em seu ponto de partida, uma mudança de postura de
todos os segmentos envolvidos e, conseqüentemente uma tomada de consciência que resulte
em uma prática pedagógica adequada à nossa realidade, comprometida com a qualidade de
aprendizado. Com base em dados obtidos dos resultados finais do ano anterior e avaliação
diagnostica no inicio do ano letivo em cada turma, pode-se ter uma visão real do quadro em
que nos encontramos, e a partir destes dados, traçarmos novas metas e ações pedagógicas para
alcançarmos melhores rendimentos, mediadas pela equipe pedagógica e corpo docente.
Nesta mediação o coordenador pedagógico é a ponta de lança do processo de ensino e
aprendizagem. Para Azanha (2011), o Coordenador Pedagógico é o mediador entre o
currículo e os professores, auxiliam o professor a fazer às articulações curriculares com os
alunos, a realidade sociocultural, as relações pedagógicas e interpessoais em todos os
processos desenvolvidos na escola. Ele articula forma e transforma. Como articulador oferece
condições para um trabalho em equipe, como formador cria condições de aprofundamento no
currículo e como transformador tem compromisso com a reflexão crítica da prática escolar.
Ele tem uma função mediadora, no sentido de revelar/desvelar os significados das
propostas curriculares, para que os professores elaborem seus próprios sentidos,
deixando de conjugar o verbo cumprir obrigações curriculares e passando a conjugar
os verbos aceitar, trabalhar, operacionalizar determinadas propostas, porque estas
estão de acordo com suas crenças e compromissos sobre a escola e o aluno - e
rejeitar as que lhes parecem inadequadas como proposta de trabalho para aqueles
alunos, aquela escola, aquele momento histórico (AZANHA, 2011)

De acordo com a LDB para exercer o cargo de Coordenador Pedagógico é necessário


formação inicial em Nível Superior em Pedagogia ou em Nível de Pós Graduação e
experiência docente (BRASIL, 1996). Estas exigências são basilares para formação da
identidade do coordenador (a). Para Orsolon (2006), o coordenador pode ser um agente de
mudanças mediante articulações com os diferentes segmentos da unidade escolar permeadas
por valores convicções e atitudes “[...] ao mobilizar suas dimensões políticas, humano -
interacionais e técnicas, reveladas em sua prática” (ORSOLON, 2006, p. 20).
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Nestas mediações e como agente de mudança, o coordenador pode contribuir para


criar no ambiente escolar uma cultura de respeito aos direitos humanos e construção da
cidadania. De acordo com o Plano Nacional dos Direitos Humanos a mobilização mundial em
defesa da educação para os direitos humanos passa pela “[...] compreensão dos contextos
nacional e internacional, nos valores da tolerância, da solidariedade, da justiça social e na
sustentabilidade, na inclusão e na pluralidade” (BRASIL, 2007, p. 24).
Para o Filósofo Antonio Joaquim Severino, num instigante artigo sobre educação,
trabalho e cidadania, refletem sobre a educação como prática mediadora da existência
histórica do homem, suas formas de manifestação concreta. O homem só torna alguém no
processo de agir mediante a ação. A ação delineia, circunscreve e determina a essência do
homem pela prática em que as coisas acontecem.
Este é o sentido da historicidade da existência humana, ou seja, os homens não são a
mera expressão de uma essência metafísica predeterminada, nem a mera resultante
de um processo de transformações naturais que estariam em evolução. Ao contrário,
naquilo em que são especificamente humanos, eles são seres em permanente
processo de construção. Nunca estão prontos e acabados, nem no plano individual,
nem no plano coletivo, como espécie (SEVERINO, 2000, p. 68).

O PPP é um processo em construção, neste sentido a Comunidade Educativa João


Alves da Nóbrega exercendo a mediação entre a escola e a aprendizagem com a participação
da comunidade, busca neste projeto ferramentas para tornar realidade todos nossos anseios,
baseando-se numa “[...] estrutura social na qual o poder seja mais equitativamente distribuído
é condição básica para que os homens se humanizem. É condição mínima para que haja
cidadania” (SEVERINO, 2000, p. 69).
Na construção da cidadania a igualdade de acesso, permanência na escola e qualidade
de ensino, são metas perseguidas na ação coletiva deste PPP.
Para Veiga (2002) um dos princípios norteadores do Projeto Político Pedagógico são a
igualdade e a qualidade, “Igualdade de condições para acesso e permanência na escola. [...]
Igualdade de oportunidades requer, portanto, mais que a expansão quantitativa de ofertas;
requer ampliação do atendimento com simultânea manutenção de qualidade” (VEIGA, 2002,
p. 2). A busca pela igualdade é a condição primordial para o exercício da cidadania, razão esta
que justifica o título do PPP DA Escola Municipal João Alves da Nóbrega PROJETO
POLITICO PEDAGÓGICO - Escola, cidadania e participação de todos.
Para Veiga (2002) a qualidade não pode ser privilégio de minorias econômicas e
sociais possuidoras de respeitável poder aquisitivo, mas de todos. Esta qualidade é um dos
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desafios do PPP, propiciar qualidade para todos, tanto qualidade intelectual quanto política,
no sentido da ética e cidadania.
O projeto político-pedagógico, ao mesmo tempo em que exige de educadores,
funcionários, alunos e pais a definição clara do tipo de escola que intentam, requer a
definição de fins. Assim, todos deverão definir o tipo de sociedade e o tipo de
cidadão que pretendem formar. As ações específicas para a obtenção desses fins são
meios. Essa distinção clara entre fins e meios é essencial para a construção do
projeto político-pedagógico (VEIGA, 2002, p. 3).

A LDB tornou explícita a adoção de padrões de qualidade ao se ministrar o ensino,


conforme expresso no Artigo 3º, Inciso IX garantia de padrão de qualidade. Ainda no Artigo
4º, Inciso IX, refere-se à qualidade como um direito da criança e dever do estado “em oferecer
padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas,
por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino
aprendizagem” (BRASIL, LDB).
Estes padrões mínimos de qualidade devem ser oferecidos por uma escola de
excelência, refletidos nos índices de aproveitamento, conforme destaca Veiga (2002).

A escola de qualidade tem obrigação de evitar todas as maneiras possíveis a


repetência e a evasão. Tem que garantir a meta qualitativa do desempenho
satisfatório de todos. Qualidade para todos, portanto, vai além da meta quantitativa
de acesso global, no sentido de que as crianças em idade escolar entrem na escola
(VEIGA, 2002, p. 3).

Ao privilegiar a cidadania como um dos temas centrais deste PPP, buscou-se


sedimentar um princípio consagrado na constituição - exercício de direitos. Para Dallari
(1998), a cidadania expressa um conjunto de direitos possibilitando ao cidadão participar
ativamente do dia a dia do governo e das Instituições de Estado “Quem não tem cidadania
está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição
de inferioridade dentro do grupo social” (DALLARI, 1998. p.14).
Neste processo de construção da cidadania, a educação é tanto um direito humano em
si mesmo, como um meio indispensável para realizar outros direitos quando direcionada ao
desenvolvimento do ser humano e valorização aos grupos socialmente excluídos. Essa
concepção de educação busca efetivar a cidadania plena para a construção de conhecimentos,
o desenvolvimento de valores, atitudes e comportamentos, além da defesa socioambiental e da
justiça social (BRASIL, 2007, p 25).

Neste sentido educação assume papel basilar e a escola lócus privilegiado na formação
de uma cultura em Direitos Humanos que preserve o direito a memória e a verdade, além da
realização de outros direitos. De acordo com o Plano Nacional dos Direitos Humanos a
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educação em direitos humanos é compreendida como um processo sistemático de formação de


sujeitos, compreendendo as dimensões:
a) apreensão de conhecimentos historicamente construídos sobre direitos humanos e
a sua relação com os contextos internacional, nacional e local;
b) afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que expressem a
cultura dos direitos humanos em todos os espaços da sociedade;
c) formação de uma consciência cidadã capaz de se fazer presente em
níveis cognitivo, social, ético e político;
d) desenvolvimento de processos metodológicos participativos e de construção
coletiva, utilizando linguagens e materiais didáticos contextualizados;
e) fortalecimento de práticas individuais e sociais que gerem ações e
instrumentos em favor da promoção, da proteção e da defesa dos direitos
humanos, bem como da reparação das violações (BRASIL, 2007, p. 25).

Na busca da qualidade e na intenção de fazer, optou-se pela metodologia do


planejamento participativo, por proporcionar: diálogo, comunicação e interação, como fatores
relevantes para o intercambio de experiências, vivencias e integração entre os entes
envolvidos, com acompanhamento com acompanhamento da Secretaria Municipal de
Educação do Município de Bonito – MS.
A tomada de decisões de forma colegiada requer a gestão democrática dos recursos
humanos, materiais, planejamento e o trabalho didático. Para a educadora Heloisa Luck, no
magnífico trabalho sobre gestão democrática da educação, assevera que a sociedade atual é
marcada pela economia de mercado e tecnologia da informação, apresentando intensa
dinâmica nas relações sociais. Neste contexto a educação é imprescindível, contínua e
permanente, exigindo desafios e exigências extraordinárias. O desafio da escola é superar os
desafios que lhe são impostos na formação de cidadãos reflexivos e com habilidades e
competências para enfrentar o mundo globalizado. Neste contexto, a escola ganha uma
dimensão abrangente, complexa e dinâmica na formação daqueles que atuarão nesta
sociedade onde o coletivo deve perseverar.
O objetivo maior da comunidade educacional revela-se, portanto, o de se estabelecer
uma comunidade de ensino efetivo, onde persevere, coletivamente, não somente o
ideal de ensinar de acordo com o saber produzido socialmente, mas o de aprender,
em acordo com os princípios de contínua renovação do conhecimento, criando-se
um ambiente de contínuo desenvolvimento para alunos, professores, funcionários e é
claro, os gestores (LUCK, 2009, p. 16)

Ensinar e aprender são binômios inseparáveis do trabalho escolar. Para Luck (2009) a
escola é uma organização social constituída para cultivar e transmitir valores sociais elevados
mediante experiências de aprendizagem. Seu ambiente é de vital importância no
desenvolvimento de aprendizagens que possibilitem e criem condições capazes de
desenvolver a atuação cidadã do aluno na sociedade, pois estes, “[...] são as pessoas para
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quem a escola existe e para quem deve voltar as suas ações, de modo que todos tenham o
máximo sucesso nos estudos que realizam para sua formação pessoal e social” (LUCK, 2009,
p. 21).
Neste processo de gestão democrática e planejamento participativo, professores e
funcionários administrativos são peças importantes. Os professores por influenciarem
diretamente na formação dos alunos “De sua postura diante da vida, dos desafios, da educação
e das dificuldades do dia-a-dia depende a qualidade de seu trabalho”. Já os administrativos,
colaboram diretamente na construção do ambiente educacional, cuja atuação contribui de
forma significativa para o sucesso do trabalho educativo, “Portanto, o seu envolvimento no
processo de gestão escolar se torna fundamental, mediante a participação em processos de
decisão e nas reflexões sobre o sentido da educação e o papel da escola” (LUCK, 2009, p.21-
22).
Da participação efetiva, colaborativa e democrática da comunidade externa, alunos,
professores, administrativos e gestores dependem o sucesso da gestão democrática e
planejamento participativo. Este tipo de planejamento é um dos desafios que a Escola
Municipal João Alves da Nóbrega se propõe a enfrentar e superar. Para Luck (2009) planejar
é um processo imprescindível na vida da escola “O planejamento educacional surgiu como
uma necessidade e um método da administração para o enfrentamento organizado dos
desafios que demandam a intervenção humana” (LUCK, 2009, p. 32).
Como processo contínuo a partir de uma visão abrangente e integrada contribui para a
coerência das ações, superando as ações imediatistas e aleatórias na promoção e realização
dos objetivos propostos pelo conjunto da comunidade escolar. Planeja-se antes durante e
depois de cada ação. De acordo com Luck, quem planeja, examina e analisa o faz com uma
visão de conjunto, estudando suas limitações, dificuldades e identificando possibilidades de
superação “Esse processo de análise, cotejamento, dentre outros processos mentais, define o
planejamento como um processo de reflexão diagnóstica e prospectiva mediante o qual se
pondera a realidade educacional em seus desdobramentos e se propõe intervenções
necessárias” (LUCK, 2009, p. 35).
O Projeto Político Pedagógico é uma forma privilegiada de planejamento
participativo, expresso num marco legal importante como a LDB “Art. 12. Os
estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino,
terão a incumbência de: I - elaborar e executar sua proposta pedagógica” (BRASIL, LDB).
A Comunidade Educativa da Escola Municipal João Alves da Nóbrega ao entender o
Projeto Político Pedagógico como forma de planejamento participativo, e trabalho em grupo
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“[...] além de ressaltar a competência formal, põe em movimento o exercício da


cidadania coletiva e organizada e o estabelecimento de consensos possíveis na
tomada de decisão/ação” (DEMO, 1996, p. 18).
A reestruturação do PPP ancorada no exercício da cidadania, ação
colaborativa e intenção de fazer, é fruto de intenso diálogo entre todos os segmentos
da unidade escolar na busca por uma educação de qualidade e na compreensão de
que ensinar exige alegria e esperança conforme ensinamento de Paulo Freire na
Pedagogia da Autonomia.

2- HISTÓRICO E IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO E


ENTIDADE MANTENEDORA

A Escola Municipal João Alves da Nóbrega, situada à Rua Santana do Paraíso, n°


1.629, na Vila América, foi criada em 1987, inicialmente como Sala Nossa Senhora
Aparecida, sendo anexo da Escola Municipal de 1º Grau Bonito. Passou a atual denominação
através da Lei 697/95 de 15/08/95, mantida pela Prefeitura Municipal de Bonito, CNPJ Nº
03.073.673/0001-60 é administrada pela Secretaria Municipal de Educação e regida por
Regimento Interno.
A toponímia da Escola Municipal João Alves da Nóbrega, deve-se ao Sr. João Alves
da Nóbrega idealizador da construção de uma escola na Vila América, impedindo que as
crianças atravessassem a cidade para estudar em outras escolas. O Sr. João Alves da Nóbrega
possuía muitos terrenos neste local sempre acalentando o sonho de ver uma escola construída
esta vila. Com a intenção de fazer resolveu doar para a Prefeitura Municipal de Bonito um dos
terrenos dos quais era proprietário para ser erigida a escola. A materialização desta intenção
resultou na construção e criação da atual Escola Municipal João Alves da Nóbrega. A
primeira Diretora, quando ainda era anexo, foi a Professora Lenira Cordeiro da Silva Ferreira.
A escola é mantida e administrada pela Prefeitura Municipal de Bonito, com verbas do
FNDE, Secretaria Municipal de Educação de Bonito e com projetos do PDE. Conta também
com uma APM (Associação de Pais e Mestres) que estimula a participação efetiva dos pais e
da Comunidade através de projetos sociais e gerencia a verba do PDDE (Programa Dinheiro
Direto na Escola) na Unidade Escolar.
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3. JUSTIFICATIVA
No mundo contemporâneo com o avanço da tecnologia e dos meios de comunicação
de massa, acompanhamos um processo de agressão a que são submetidas as nossas crianças
por essas novas formas de lazer e comunicação.
Para o Sociólogo Polonês Zygmunt Bauman (1999) a história moderna foi marcada
pelo avanço dos meios de transporte “[...] as viagens foram campos de mudança
particularmente rápida e radical”. Esta rapidez desencadeou o solapamento das totalidades
sociais e culturais arraigadas.
Dentre todos os fatores técnicos da mobilidade, um papel particularmente
importante foi desempenhado pelo transporte da informação — o tipo de
comunicação que não envolve o movimento de corpos físicos ou só o faz secundária
e marginalmente. Desenvolveram-se de forma consistente meios técnicos que
também permitiram à informação viajar independente dos seus portadores físicos
[...] (BAUMAN, 1999, p. 21).

A informação viaja independente dos objetos que informa cuja separação permitiu
diferenciar a velocidade. O movimento da informação viaja num ritmo mais rápido que o dos
corpos com o aparecimento da rede mundial de computadores. O movimento da informação
ganhava velocidade num ritmo muito mais rápido que a viagem dos corpos ou a mudança da
situação sobre a qual se informava, tornando a informação instantânea em todos os lugares do
mundo (BAUMAN, 1999).
[...] em vez de homogeneizar a condição humana, a anulação tecnológica das
distâncias temporais/espaciais tende a polarizá-las. Ela emancipa certos seres
humanos das restrições territoriais e torna extraterritoriais certos significados
geradores de comunidade – ao mesmo tempo em que desnuda o território, no qual
outras pessoas continuam sendo confinadas [...] (BAUMAN, 1999, p. 25).

Nesta homogeneização quase que total, da economia e dos costumes, cabe a escola
subverter este processo, refazer caminhos e promover o encontro da escola com si mesma
através de seus protagonistas – pais e alunos, através da mediação da gestão escolar,
professores e servidores administrativos.
A preocupação da escola com a destruição das monoidentidades pelo rápido e
irrefreável fenômeno da globalização com base na LDB, que incumbe os estabelecimentos de
ensino a elaborar, reestruturar e executar seu Projeto Político Pedagógico desencadeou o
processo de reelaboração do seu Projeto Político Pedagógico. Este processo visa discutir a
construção da identidade da escola, impedindo que se dilua com efeitos da globalização.
Neste sentido, a comunidade Educativa da Escola Municipal João Alves da Nóbrega,
se propõe a rediscutir e reelaborar sua prática pedagógica. Repensar sua gestão escolar e sua
intenção de fazer, justificando assim o processo ora desencadeado.
16

4- FILOSOFIA
Oferecer educação de qualidade pautada numa educação
inclusiva, colaborativa e marcada pela defesa dos direitos
humanos e promoção da cidadania

A Escola municipal João Alves da Nóbrega luta por uma sociedade mais justa,
fundamentada na dignidade da pessoa humana, tendo como critério o respeito mútuo, a
organização, o direito à diferença, à solidariedade e a participação ativa do indivíduo na
sociedade. O aluno enquanto cidadão é considerado sujeito de seu próprio desenvolvimento e
também responsável pela construção de uma escola democrática e competente.

5- OBJETIVO GERAL

Reelaborar o Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal João Alves da Nóbrega,


visando democratizar a gestão escolar, garantir, oportunizar o acesso do educando ao
conhecimento qualitativo a fim de torná-lo um cidadão crítico, consciente e participativo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Planejar ações integradas com base nas reais necessidades da unidade escolar;
Proporcionar ao aluno uma educação mais humana e participativa;
Possibilitar ampla participação nas discussões e nas decisões relativas ao
funcionamento da escola nas dimensões administrativo, pedagógico e financeira;
Proporcionar aos professores formação continuada;
Realizar encontros pedagógicos para troca de experiências;
Buscar a interdisciplinaridade;
Manter o crescimento constante do processo ensino-aprendizagem através da
construção do conhecimento e auto avaliação;
Trabalhar com as diferenças individuais e, com a aprendizagem própria de cada
aluno;
Planejar estratégias para recuperar os alunos que não alcançaram índices suficientes;
Organizar e promover atividades culturais inter e extraclasse;
Incentivar a leitura, interpretação e produções da escrita;
Buscar e manter o bom relacionamento entre alunos e funcionários;
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Participar das atividades e promoções locais;


Integrar alunos com necessidades educativas especiais;
Criar no ambiente escolar uma cultura de respeito aos diretos humanos.

6- FINS E PRINCÍPIOS NORTEADORES


O Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal João Alves da Nóbrega tem o
condão de discutir a gestão democrática, cidadania, qualidade, e o respeito aos direitos
humanos como condição sine qua non para a emancipação humana.
Para Lima & Machado (2012) o ser humano é considerado como um ser no mundo e
para o mundo, num processo contínuo de descoberta de seu próprio ser, ligando-se a outras
pessoas e grupos. Não nasce com um fim determinado, mas goza de liberdade plena e se
apresenta como um projeto permanente e inacabado. A educação contribui neste processo de
descobertas, a educação deve levar o homem a pensar a vida em sua totalidade. O papel da
educação é fazer com que o sujeito tome o destino em suas mãos e através desta autonomia
contribuir para o progresso da sociedade em que vive cuja base é a participação responsável
do indivíduo
É, portanto, [o homem] possuidor de uma existência não condicionada a priori.
Nesse sentido, o homem como ser inacabado, sendo um sujeito em permanente
processo, o fazer e o refazer constante do homem no mundo e a busca de
transcendência do inacabado, abre espaço para a construção do seu ser no mundo
(LIMA & MACHADO, 2012, p. 84).

Ainda para as autoras, a presença do homem no mundo não se faz de forma individual,
alheio as forças sociais, mas homem e mundo criam condições de existência de um e de outro,
onde o homem deve se perceber “[...] no mundo com o mundo e com os outros, o que o põe
em uma posição de não se entender objeto, mas sujeito de sua história” (LIMA &
MACHADO, 2012, p. 84).
Para Mizukami (1986) o mundo é algo produzido pelo homem onde ele desenvolve no
mundo seu próprio eu. Na abordagem humanista, a ênfase é dada no sujeito, onde ele cria
condições necessárias para o desenvolvimento individual. Neste entendimento o professor não
transmite conhecimento, mas é um facilitador da aprendizagem cria condições de
aprendizagem, o conteúdo advém das próprias experiências do aluno (MIZUKAMI, 1986).
A ênfase no sujeito o faz tornar senhor de sua história, protagonista do seu próprio
filme. Para Certeau (1994) o herói anônimo vindo de muito longe aos poucos ocupa o centro
da cena científica “Os projetores abandonaram os atores donos de nomes próprios e de
brasões sociais para voltar-se para o coro dos figurantes amontoados dos lados, e depois fixar-
18

se enfim na multidão do público”. Dar ao herói comum a palavra fazer-se ouvir na multidão,
uma multidão de heróis que perdem nomes e rostos (CERTEAU, 1994, p. 57-58).
O aluno é este sujeito anônimo na multidão, sem nome e rosto que deve assumir a
centralidade do processo educativo. Um dos princípios norteadores da educação inclusiva
oferecida pela Escola Municipal João Alves da Nóbrega é dar centralidade e ênfase ao aluno
como sujeito de sua história e assim promover sua emancipação humana. Nesta esteira,
(LIMA & MACHADO, 2012) assevera que o papel da educação é formar sujeitos livres e
responsáveis pelas suas ações nas relações com outros sujeitos e com o mundo. Nesta tarefa a
educação deve mobilizar os sujeitos para caminharem em direção a autonomia.
Na formação de sujeitos autônomos, a Escola Municipal João Alves da Nóbrega elege
como princípios norteadores, a Emancipação Humana; Igualdade; Direitos Humanos;
Qualidade e sustentabilidade, como condição para criar a escola que queremos e assumir a
intenção de fazer, dentro do espírito deste PPP, em direção a uma escola de qualidade e
promoção humana.
Emancipação Humana.
Emancipação humana é viver numa sociedade onde todos sejam livres, sujeitos de sua
história, protagonistas de suas vidas. Para Adorno (1995) a emancipação não se refere apenas
ao indivíduo como ser, mas como ser social, sendo um dos pressupostos da democracia, na
medida em que o homem emancipado é um cidadão por inteiro, aquele que busca a
integralização de seus direitos. A educação deve contribuir no processo de emancipação,
criando condições para que o aluno conquista socialmente sua autonomia. Neste sentido, o
papel da educação é impedir a volta da barbárie. Adorno ao se referir à barbárie, referia-se ao
holocausto nazista contra os judeus, hoje lutamos contra as barbáries contemporâneas: a
exclusão social; a falta de oportunidades para acesso e permanência na escola; respeito aos
direitos humanos; desemprego, fome; misérias e tantas outras mazelas. Romper a barbárie
significa promover a igualdade.
Igualdade
A igualdade de direitos e obrigações é fundamental para a democracia e promoção dos
direitos humanos. Na educação a igualdade de direitos não se restringe a tratamento
igualitário entre condição social, gênero ou etnia, mas igualdade de acesso e permanência na
escola. A escola deve promover o acesso e a permanência à escola a todos, sejam eles em
idade escolar na idade certa ou com distorção idade/série, com ou sem mobilidade reduzida,
com dificuldades ou não de aprendizagens.
19

Segundo Marshall (1967), a educação é um pré-requisito necessário da liberdade civil,


diretamente relacionada à cidadania “O direito à educação é um direito social de cidadania
genuíno porque o objetivo da educação durante a infância é moldar o adulto em perspectiva”
(MARSHALL, 1967, p. 73). A Escola Municipal João Alves da Nóbrega, tem como
preocupação nuclear a promoção da igualdade em toda sua dimensão humana, política e
social, como condição essencial para criação no ambiente escolar de uma cultura voltada ao
respeito dos direitos humanos.

Direitos Humanos
A educação é um direito humano; conseqüentemente, a
educação de qualidade apóia todos os direitos humanos
(MOROSINO, 2009, p. 172, apud, GADOTTI, 2013).

A concepção de direitos humanos, esta de forma intrínseca, incorporada à


compreensão de cidadania democrática, cidadania ativa e cidadania planetária, de acordo com
o Plano Nacional de Direitos Humanos (Brasil, 2007). Se os postulados defendidos no Plano
Nacional dos Direitos Humanos estão embasados nos princípios de liberdade, igualdade,
diversidade, universalidade, indivisibilidade e interdependência de direitos, porque é tão
difícil implantar no Brasil uma cultura em Direitos Humanos?
A resposta não é simples, passa pela formação social brasileira calcada no
patriarcalismo, violação dos direitos humanos e naturais das comunidades indígenas e
trabalhadores escravizados oriundos do continente africano, violação dos direitos pelos
governos autoritários no Brasil Republicano, enfim, estas práticas autoritárias criaram uma
cultura da violência e exclusão.
Um dos princípios norteadores do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos
na educação básica defende a estruturação da educação baseada na diversidade.
[...] a educação em direitos humanos deve estruturar-se na diversidade cultural e
ambiental, garantindo a cidadania, o acesso ao ensino, permanência e conclusão, a
equidade (étnico-racial, religiosa, cultural, territorial, físico-individual, geracional,
de gênero, de orientação sexual, de opção política, de nacionalidade, dentre outras) e
a qualidade da educação (BRASIL, 2007, p. 32).

De acordo com o plano a educação em Direitos Humanos vai além da aprendizagem


cognitiva, desenvolvimento social e emocional, devendo ocorrer na comunidade escolar em
interação com a comunidade escolar.
Assim, a educação em direitos humanos deve abarcar questões concernentes aos
campos da educação formal, à escola, aos procedimentos pedagógicos, às agendas e
instrumentos que possibilitem uma ação pedagógica conscientizadora e libertadora,
20

voltada para o respeito e valorização da diversidade, aos conceitos de


sustentabilidade e de formação da cidadania ativa (BRASIL, 2007, p. 31).

Uma ação pedagógica libertadora deve promover um processo formativo que


reconheça a pluralidade, alteridade, liberdade para o exercício da crítica, criatividade, debate
de ideias o reconhecimento, respeito, promoção e valorização da diversidade “Para que esse
processo ocorra e a escola possa contribuir para a educação em direitos humanos, é
importante garantir dignidade, igualdade de oportunidades, exercício da participação e da
autonomia aos membros da comunidade escolar” (BRASIL, 2007, p. 31).
São princípios norteadores da educação em direitos humanos de acordo com o Plano
Nacional de Educação em Direitos Humanos, os quais a Escola João Alves da Nóbrega
incorpora a sua proposta pedagógica:
a) desenvolver uma cultura em direitos humanos em todos os espaços sociais;
b) a escola como espaço privilegiado para a construção e consolidação desta cultura;
c) a educação em direitos humanos deve ocorrer em espaços marcados pelo
entendimento mútuo;
d) educação básica estruturada na diversidade;
e) a educação em direitos humanos deve ser um dos eixos fundamentais da educação
básica e permear o currículo, a formação inicial e continuada dos profissionais da educação, e
o projeto político pedagógico;
f) a prática escolar deve ser orientada para a educação em direitos humanos,
assegurando o seu caráter transversal e a relação dialógica entre os diversos atores sociais.
No sentido da defesa intransigente dos direitos de todos os humanos, a Comunidade
Escolar da Escola Municipal João Alves Nóbrega, propõe práticas e algumas ações
programáticas elencadas no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, descritas
abaixo:
1. propor a inserção da educação em direitos humanos nas diretrizes curriculares da
educação básica;
2. integrar os objetivos da educação em direitos humanos aos conteúdos, recursos,
metodologias e formas de avaliação dos sistemas de ensino;
3. desenvolver uma pedagogia participativa que inclua conhecimentos, análises
críticas e habilidades para promover os direitos humanos;
4. incentivar a utilização de mecanismos que assegurem o respeito aos direitos
humanos;
21

5. construir parcerias com os diversos membros da comunidade escolar na


implementação da educação em direitos humanos;
6. tornar a educação em direitos humanos um elemento relevante para a vida dos (as)
alunos (as) e dos (as) trabalhadores (as) da educação, envolvendo-os (as) em um diálogo sobre
maneiras de aplicar os direitos humanos em sua prática cotidiana;
7. promover a inserção da educação em direitos humanos nos processos de formação
inicial e continuada dos (as) trabalhadores (as) em educação;
8. favorecer a inclusão da educação em direitos humanos nos projetos político-
pedagógicos das escolas, adotando as práticas pedagógicas democráticas presentes no
cotidiano;
9. propor ações fundamentadas em princípios de convivência, para que se construa
uma escola livre de preconceitos, violência, abuso sexual, intimidação e punição corporal,
incluindo procedimentos para a resolução de conflitos e modos de lidar com a violência e
perseguições ou intimidações, por meio de processos participativos e democráticos (BRASIL,
2007, p. 33-4).
No sentido da promoção dos direitos de todos os humanos, a Escola Municipal João
Alves da Nóbrega defende a inclusão, a diversidade, a promoção humana e a defesa da
igualdade como valores universais e inalienáveis.

Qualidade
Construir uma escola de qualidade é um dos desafios dos gestores escolares, professores,
coordenadores pedagógicos e profissionais da Educação Básica envolvidos no processo de
ensino e aprendizagem.
Para Moacir Gadotti (2013), qualidade significa mudar a vida das pessoas, de todas as
pessoas. Na educação, a qualidade está ligada ao bem viver, não se pode separar a qualidade
da educação da qualidade como um todo, como se fosse possível ser de qualidade ao entrar na
escola e piorar a qualidade ao sair dela. Quando a escola era para poucos era boa para poucos,
agora é de todos, então precisa ser de qualidade para todos. Ter qualidade significa não apenas
investir na estrutura da escola, multimeios, recursos humanos e materiais, significa também
investir nas condições que possibilitam essa nova qualidade que inclui transporte, saúde,
alimentação, vestuário, cultura, esporte e lazer.
Não basta matricular os pobres na escola (inclusão). É preciso matricular com eles,
também, a sua cultura, seus desejos, seus sonhos, a vontade de ‘ser mais’ (Freire). É
preciso matricular o projeto de vida desses novos alunos numa perspectiva ética,
estética e ecopedagógica. A educação integral precisa visar à qualidade sociocultural
da educação, que é sinônimo de qualidade integral (GADOTTI, 2013, p. 4).
22

Ao apoiar todos os direitos humanos, a escola de qualidade caminha em direção à


promoção da cidadania e defesa dos direitos de todos os humanos. A qualidade na educação é
um processo que envolve entes governamentais, agentes humanos e também a família. Ao
adotar a emancipação humana como princípio norteador, a Escola Municipal João Alves da
Nóbrega entende que os espaços de informação (internet, redes sociais) devem ser
privilegiados e incentivados na prática escolar.
Torna-se fundamental aprender a pensar autonomamente, saber comunicar-se, saber
pesquisar, saber fazer, ter raciocínio lógico, aprender a trabalhar colaborativamente,
fazer sínteses e elaborações teóricas, saber organizar o próprio trabalho, ter
disciplina, ser sujeito da construção do conhecimento, estar aberto a novas
aprendizagens, conhecer as fontes de informação, saber articular o conhecimento
com a prática e com outros saberes (GADOTTI, 2013, p. 7).

Neste sentido, pensar com autonomia significa oferecer uma educação de qualidade
capaz de emancipar o cidadão.
A educação é de boa qualidade quando ela forma pessoas para pensar e agir com
autonomia A educação é de boa qualidade quando ela forma pessoas para pensar e
agir com autonomia. E isso deve começar na primeira educação, na creche, na pré-
escola, na educação infantil e deve continuar ao longo da vida. Isso depende
fundamentalmente do professor. Ele é a referência ética-política e estratégica dessa
qualidade (GADOTTI, 2013, p. 11).

Sustentabilidade
Para Gadotti (2013) defensor da ecopedagogia como promoção da aprendizagem no
sentido das coisas, a partir da vida cotidiana e respeito a todas asformas de vida, defende uma
Pedagogia que parte de uma consciência planetária de respeito à natureza.
Sustentabilidade representa o sonho de bem viver, em equilíbrio dinâmico com o
outro e com o meio ambiente, harmonia entre diferentes, num mundo justo,
produtivo e sustentável. Tomamos consciência de que o sentido das nossas vidas não
está separado do sentido que construímos do próprio planeta. A sustentabilidade,
ambiental e social, tem um componente educativo formidável: a preservação do
meio ambiente depende de uma consciência ecológica e a formação da consciência
depende da educação (GADOTTI, 2013, p. 16).

Para Gadotti (2013) Educar para uma vida sustentável é educar com simplicidade,
oferecer uma educação voltada para a austeridade contra o consumismo, quietude, paz,
serenidade, saber escutar, saber viver juntos, compartilhar, descobrir e fazer juntos. Esta nova
forma de fazer educação leva em contra não só a qualidade da educação, mas também
qualidade de vida. A escola deve levar o aluno a escolher viver num mundo responsável,
fazendo sua parte sem esperar pelo outro praticando a sustentabilidade na vida diária, na
23

família, no trabalho, na escola, na rua. Esta nova forma de ensinar e aprender, Moacir
Gadotti chama de ecopedagogia.
Adotar a sustentabilidade e a ecopedagogia como princípio norteador é uma forma de
contribuir para a preservação de nossos atrativos turísticos, mananciais e melhoria da
qualidade de vida aliada a qualidade da educação.

7- DIAGNÓSTICO E ANÁLISE DA SITUAÇÃO DA ESCOLA

1- Situação legal e funcional:


Denominação: Escola Municipal João Alves da Nóbrega.
Ato de criação: Lei nº 697/95 de 15/08/95
DEL CEE/MS nº 10.474 de 18/09/2014
Autorização de funcionamento Educação Infantil e Ensino Fundamental
Localização: Rua Santana do Paraíso, 1.629. Vila América

2. Rede Física - Escola Municipal João Alves da


Nóbrega
Quantidade Discriminação
01 Área do terreno: 2.600 m².
01 Área da escola: 355,24m²
06 Salas de Aula
01 Quadra Poliesportiva Coberta
01 Sala para Educação Infantil com banheiro
01 Sala de informática
01 01 sala para Educação Infantil com banheiro
01 Sala de Informática
01 Cantina - APM
01 Secretaria/diretoria com banheiro
03 Sanitário Masculino
03 Sanitário Feminino
01 Sala Professores c/ sanitário
01 Área Coberta
01 Parque Infantil
24

01 Cozinha
01 Espaço coberto utilizado como refeitório
01 Despensa
01 Almoxarifado
01 Espaço adaptado/improvisado como Biblioteca

3. Níveis de Ensino – Educação Infantil


Turmas Alunos Turno
02 33 Matutino/vespertino

Ensino Fundamental
(Anos iniciais organizados em anos, com duração com duração de 5 anos
Ano Turmas Alunos Turno
1º 02 49 Matutino/vespertino
2º 02 38 Matutino/vespertino
3º 02 49 Matutino/vespertino
4º 02 49 Matutino/vespertino
5º 02 46 Matutino/vespertino
Total de alunos 2015 ........................................................................ 264

8- ESTRUTURA ADMINISTRATIVA E PEDAGÓGICA


A Escola possui 07 funcionários no quadro administrativo, sendo: 01 Diretora, 01
Secretário, 04 merendeiras (falta 01 funcionário). No quadro pedagógico conta com 02
coordenadoras pedagógicas. Docentes: 12 professores regentes de sala, 02 professores de
Artes, 02professoras de Recreação e Jogos da Educação Infantil, 02 professores de Educação
Física e 02 professores de Inglês, somando um total de 19 professores habilitados. (e o outro
professor ? )

8.1 – Pesquisa de Opinião


25

Através de reuniões, pesquisas questionários e dados oferecidos pela Avaliação


Institucional, constataram-se os seguintes aspectos positivos observados na escola:
 Credibilidade perante a comunidade;
 Profissionalismo e responsabilidade dos funcionários;
 APM participativa;
 Bom relacionamento dos técnicos administrativos com os pais e alunos;
 Merenda de qualidade, com variedade de gêneros;
 Material escolar satisfatório;
 Kit escolar a disposição do aluno no inicio letivo disponibilizado pela SEMED;
 Higiene do ambiente escolar;
 Domínio de sala dos professores;
 Quadro de pessoal habilitado;
 Escola dinâmica e participativa em eventos da comunidade;
 Bom atendimento administrativo e pedagógico à clientela escolar;
 Direção comprometida com a Unidade Escolar;
 Quadra poliesportiva coberta;
 Espaço para refeições

Aspectos negativos detectados nas pesquisas de opinião:

 Melhorar acesso ao sistema i-educar para os serviços administrativos de


escrituração escolar;
 Desmotivação dos alunos por falta de acompanhamento dos pais;
 Espaço maior e Organização da biblioteca;
 Falta de espaço para armazenar material de limpeza;
 Almoxarifado desorganizado;
 Reforço escolar;
 Cantina, venda de doces;
 Espaço adequado para aulas de artes;
 Falta de ar condicionado nas salas de aulas;
 Falta de uma sala para direção e coordenação;
 Projetos de incentivo aos alunos exercitando a meritocracia.
26

Quanto aos aspectos positivos levantados pela comunidade escolar, existe compromisso
da Gestão Escolar, Coordenação, Professores e demais Profissionais da Educação lotados na
escola, para sua manutenção e ampliação do nível de satisfação. Em relação aos aspectos
negativos, também existe compromisso de reverter os dados negativos apresentados.
Os problemas apresentados contribuem direta ou indiretamente para uma reavaliação da
gestão quanto à melhora dos serviços e atendimentos prestados a comunidade.

09- DEFINIÇÕES DOS OBJETIVOS EDUCACIONAIS E METAS A


SEREM ALCANÇADAS

A educação é dever da família e do Estado, devendo ser inspirada nos princípios


de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tendo por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania, e sua qualificação
para o trabalho e, para garantir um ensino de qualidade. Neste sentido a escola tem como
meta:
 Diminuir na os índices de retenção;
 Envolver a família nas atividades educacionais;
 Elevar produtividade escolar e a qualidade de ensino;
 Reorganizar o espaço escolar e fazer gestão junto à mantenedora quanto a
necessidade de ampliação deste espaço;
 Oferecer assistência ao escolar através de parcerias e trabalho conjunto com a
Associação de Pais e Mestres;
 Valorizar o quadrode funcionários da Unidade Escolar;
 Atualização e aperfeiçoamento de profissionais através de Programas de
Formação Continuada;
 Trabalhar em parceria com o Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente e
com a Promotoria de Justiça para diminuir as faltas escolares dos alunos menores que 18
anos;
 Buscar apoio para as ações desenvolvidas na escola, junto a Secretaria do
Meio Ambiente e Saúde, Pestalozzi, CREAS, CRAS e Família Legal, para a promoção da
inclusão escolar e cidadania.
27

10- SELEÇÃO DE AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS


A escola para alcançar as metas estabelecidas e os objetivos propostos, adotará as
seguintes ações:
 Elaboração de projetos em parceria com a Associação de Pais e Mestres para
angariar recursos;
 Buscar parcerias para premiação dos alunos destaque;
 Fortalecer e incentivar a APM no desenvolvimento projetos e eventos para
estreitar os laços com a comunidade;
 Propor a SEMED a contratação de professor (a) para reforço no contra turno;
 Reorganizar o espaço escolar para destinação de local para guarda dedo
material esportivo;
 Organizar a biblioteca para ativá-la nos projetos de leitura e literatura e
consulta de alunos e professores nos trabalhos escolares;
 Readequar e organizar o espaço do almoxarifado para armazenamento de
material de limpeza;
 Desenvolver projetos de cidadania, leitura e literatura;
 Participar de projetos e eventos oferecidos pelos entes governamentais,
entidades de classes, institutos e fundações;
 Promover feiras, gincanas e exposição de trabalhos desenvolvidos pelos
alunos;
 Propor ações pedagógicas que contribuam para a excelência do trabalho
didático-pedagógico;
 Realizar campanhas e mobilizações envolvendo a comunidade para que todos
as crianças e adolescentes frequentem a escola;
 Viabilizar recursos e/ou parceria para cobertura do acesso de um bloco a
outro;
 Adotar processos e projetos de humanização do espaço escolar de forma a
torná-lo mais agradável e atraente;
 Realizar entrevistas e reuniões com os pais para analisar o grau de satisfação
com o trabalho desenvolvido na escola, colher críticas e sugestões;
 Realizar reuniões frequentes com os pais, procurando soluções para os
problemas que se apresentarem e as formas para seu equacionamento;
28

 Promover e incentivar a participação do Corpo Docente e Coordenação


Pedagógica em eventos que visem o aperfeiçoamento profissional e formação continuada;
 Reivindicar a construção junto ao Poder Público Municipal de uma sala de
leitura;
 Estimular a participação da comunidade escolar no Projeto Político
Pedagógico e na Gestão Escolar.

11 - FORMAS DE GESTÃO ADMINISTRATIVA E PEDAGÓGICA DA


ESCOLA

A cidadania um dos princípios norteadores deste PPP, não podendo prescindir de uma
gestão democrática que abra espaços para participação da comunidade escolar e local. Neste
sentido o PPP para (Veiga, 2007) é um instrumento auxiliar coletivo que auxilia no
desenvolvimento de uma ação coletiva.
O projeto político-pedagógico assim entendido é um instrumento formativo e auxilia
a desenvolver uma ação coletiva, porque não se constroem projetos por decretos ou
intervenções externas à escola. O projeto edifica-se com o próprio grupo de
professores, alunos, pais, funcionários, representantes da comunidade no âmbito da
prática pedagógica (VEIGA, 2007, p. 3).

Para (Veiga, 2002) a gestão democrática é consagrada na Constituição Federal,


abrangendo as dimensões pedagógica, administrativa e financeira, exigindo novas posturas
voltadas ao combate da exclusão e meios de garantir a permanência do aluno na escola.
Esse compromisso implica a construçãocoletivadeumprojetopolítico-
pedagógicoligadoàeducaçãodasclassespopulares. A construção do projeto político
pedagógico parte dos princípios de igualdade, qualidade, liberdade, gestão
democrática e valorização do magistério (VEIGA, 2002, p.3).

Para Veiga (2002) a gestão democrática exige a compreensão dos problemas


colocados pela prática pedagógica, procurando romper com a separação entre o pensar e o
fazer, entre a teoria e prática, bem como romper com os modelos tradicionais de
gerenciamento com ênfase na centralização da gestão. De acordo com os princípios da gestão
democrática, procura-se adotar na unidade escolar a participação e a colaboração de todos os
segmentos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
Para uma melhor execução das tarefas administrativas e pedagógicas a forma de
gestão executada na Escola Municipal João Alves da Nóbrega, é a gestão compartilhada, entre
a Direção Escolar, Coordenação Pedagógica e Secretaria Escolar, expressas no PPP. Para
Veiga (2003), o PPP se caracteriza como:
29

[...] um movimento de luta pela democratização da escola que, para isso, necessita
enfrentar o desafio da educação emancipatória tanto nas formas de organizar o
processo de trabalho pedagógico, como repensar as estruturas de poder (VEIGA,
2003a, p.276-277).

Como forma de repensar o poder pretende-se adotar na Escola Municipal João Alves
da Nóbrega uma direção participativa capaz de romper com a concepção conservadora da
educação, implicando “[...] condições favoráveis que ofereçam recursos necessários,
condições e processos para que possa atingir a prática pedagógica em sua essência” (VEIGA,
2007, p. 9).
No espírito da gestão democrática, a direção da Unidade Escolar é responsável pela
administração da escola, executando, supervisando e coordenando todas as atividades do
estabelecimento, quer administrativa, pedagógica, financeira. Atualmente é exercida por um
profissional com graduado em Normal Superior em Especialização latu sensu em
Metodologia do Ensino Superior.
A coordenação pedagógica é responsável imediata pela função destinada a
superintender, articular, coordenar e supervisionar a estrutura e a organização do
funcionamento pedagógico-educacional da Escola, em direta subordinação à direção. A
coordenação pedagógica é exercida por um profissional com formação em Pedagogia,
designada pela Secretaria Municipal de Educação, na ausência de um profissional habilitado
em pedagogia que deseje exercer a função, excepcionalmente, a SEMED poderá indicar um
docente nas áreas afins.
A Secretaria Escolar é encarregada de todos os registros da vida escolar dos
alunos, bem como o arquivamento da correspondência geral da escola e está diretamente
subordinada á direção. Tem como titular nesta Unidade Escolar, um Secretário Escolar com
Ensino Médio, designado através de uma portaria expedida pela Secretaria Municipal de
Educação, em sua ausência ou impedimento é substituído por um funcionário designado pela
direção.
Na gestão colaborativa e democrática a Associação de Pais e Mestres auxilia no
desenvolvimento de ações de interesse comum da comunidade escolar.
AAPM (Associação de Pais e Mestres), é uma entidade civil, com personalidade
jurídica, sem fins lucrativos que colabora com o aprimoramento do processo educacional,
presta assistência ao aluno, representa as aspirações da comunidade e dos pais junto a
Unidade Escolar. Financeiramente, mobiliza recursos humanos para angariar recursos
materiais que auxiliam a manutenção do estabelecimento de ensino e para realizações de
30

projetos escolares, responsável pela aplicação do Programa Dinheiro Direto na Escola, verba
anual proveniente do Ministério da Educação.
O PDDE consiste na assistência financeira às escolas públicas da educação básica
das redes estaduais, municipais e do Distrito Federal e às escolas privadas de
educação especial mantidas por entidades sem fins lucrativos. O objetivo desses
recursos é a melhoria da infraestrutura física e pedagógica, o reforço da autogestão
escolar e a elevação dos índices de desempenho da educação básica. Os recursos do
programa são transferidos de acordo com o número de alunos, de acordo com o
censo escolar do ano anterior ao do repasse (BRASIL, Portal do MEC).

A APM é regida por estatuto próprio, nos termos da legislação vigente. Sua diretoria é
composta por um presidente e vice, tesoureiro, conselho deliberativo, diretor de esportes e
diretor cultural. O fortalecimento da APM e o engajamento de toda a comunidade escolar nas
suas ações é uma das metas da gestão democrática desta Unidade Escolar, na implantação de
uma gestão colaborativa.
A gestão colaborativa não pode prescindir de um espaço democrático de discussões e
analise do fazer pedagógico e dos processos de ensino e aprendizagem sob múltiplas
perspectivas. Este encontro de ideias na busca da excelência do ensino ministrado na unidade
trata-se do Conselho de Classe, uma das poucas oportunidades onde se podem reunir
professores de várias disciplinas num mesmo espaço.
Quando as discussões são bem conduzidas, elas favorecem aspectos como a análise
do currículo, da metodologia adotada e do sistema de avaliação da instituição. Dessa
forma, possibilitam aos professores uma interessante experiência formativa,
permitindo a reavaliação da prática didática (REVISTA NOVA ESCOLA, 2011).

Para Veiga (2007), o Conselho de Classe também é uma instância colegiada dos
professores dos diferentes componentes curriculares e da equipe técnica pedagógica da
instituição educativa. Como espaço interdisciplinar aglutina professores de diversas áreas,
deliberando sobre o processo didático. No conselho se desenvolve a avaliação dos objetivos
do PPP, sua concretização e articulação entre avaliação e sala de aula se dão de forma
colaborativa.
Esses dois níveis devem estar articulados de forma que a avaliação desenvolvida
pelos professores e alunos no âmbito da sala de aula e do próprio conselho de classe
seja o reflexo da avaliação concebida e praticada pela escola, por meio de seu
projeto político-pedagógico. Para construir seu espaço participativo, a escola aciona
vários mecanismos; entre eles vale destacar o papel importante desempenhado pelos
conselhos escolar e de classe (VEIGA, 2007, p. 11)

O Conselho de Classe é previsto em Calendário Escolar e realizado a cada encerramento


do bimestre, constituindo num dos momentos mais importantes no processo de avaliação do
trabalho didático, “[...] como espaço da interdisciplinaridade é também um excelente lugar para o
31

exercício da participação, mediadopelo diálogo que visa ao envolvimento de todos no processo


educativo da escola” (VEIGA, 2007, 12).
Como instância coletiva de avaliação, não só do trabalho didático, mas também do
aproveitamento escolar, é um lugar por excelência para o exercício da participação e mediação
com base no diálogo e envolvimento de todos no processo educativo da escola. Representa a
instância fundamental para a concretização da avaliação formativa e democrática a fim de tornar a
aprendizagem um compromisso de todos (VEIGA, 2007).
Como parte da avaliação do trabalho didático e rendimento escolar, o Conselho de Classe
junto com a Coordenação Pedagógica e Direção Escolar deliberam, após o processo de
recuperação da aprendizagem, sobre a promoção, retenção de alunos em situação limítrofe, além
de analisar e sugerir a adoção de livros ou aquisição de material didático.
O Conselho de Classe é presidido pelo Diretor da Unidade Escolar, com a participação da
Coordenação Pedagógica, professores, secretário escolar e representante dos alunos.
Nas reuniões bimestrais do conselho, cada professor tem a oportunidade de apresentar suas
considerações sobre a organização do trabalho didático, a prática pedagógica e sugerir ações que
visem aperfeiçoar o processo de ensino e aprendizagem.
Cabe salientar, que a utopia é um sonho possível “[...] as utopias relacionam-se com o sonho
de ‘escola para todos’, profundamente democrática e emancipadora que integra e partilha as
diferenças, e que garantam o sucesso e o direito escolar a todos” (DE ROSSI, (2004, p.31, apud
(VEIGA, 2007).
Como sonho possível, desejamos aperfeiçoar a gestão e democratizar a gestão colaborativa e
suas instâncias, como a Associação de Pais e Mestres e Conselho de Classe.

12 – COMPOSIÇÃO DO CALENDÁRIO ESCOLAR

O Calendário Escolar é um instrumento que expressa à ordenação temporal das


atividades previstas por esta Unidade Escolar, obedecendo à legislação vigente. Como
documento oficial de organização do ano letivo, deve expressar todas as atividades
programadas da Unidade Escolar, pelo menos, aquelas previstas e organizadas de forma
antecipada com freqüência obrigatória de alunos e supervisão dos professores. Como ato
legal, esta previsto na LDB, conforme disposto no§2º do artigo 23 da Lei nº 9394/96 “ Art.
23, §2º - O Calendário Escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive
climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o
número de horas letivas previsto nesta lei.
32

O calendário desta Unidade Escolar contém as seguintes indicações:

Indicações do Calendário Escolar


I Período inicial da matrícula;
II Início e términos das atividades docentes;
III Período de aulas e férias d corpos docente e discente;
IV Feriados;
V Previsão de dias letivos;
VI Previsão de dias letivos;
VII Início e termino do ano letivo e ano escolar;
VIII Período de entrega de resultados na Secretaria;
IX Reunião dos Conselhos de Classe e APM;
X Recesso escolar;
XI Exame final;
XII Férias escolares;
XIII Entrega de notas aos pais ou responsável
XIV Outros.

Embora estritamente formal, o Calendário Escolar expressa à organização


administrativa da Unidade Escolar, contribuindo para o aperfeiçoamento da gestão.

13 – CRITÉRIOS DE MATRÍCULA

A matrícula é uma medida administrativa que formaliza o ingresso legal do aluno


na Unidade Escolar. Só será permitida a freqüência ás aulas alunos devidamente matriculados.
A matrícula poderá ser realizada em qualquer época do ano letivo desde que exista vaga e não
venha colidir com a legislação que estabelece a idade para ingresso no Ensino Fundamental.
Aos candidatos á matrícula é necessário a seguinte documentação:
I – Requerimento de matrícula, assinado pelo responsável quando o aluno é menor de
idade, ou pelo próprio aluno quando maior de idade;
II – Certidão de nascimento ou casamento (fotocópia);
III – Cartão de Vacinação;
IV – Guia de transferência ou Histórico Escolar no qual conste:
33

a) identificação do Estabelecimento de Ensino;


b) identificação do aluno;
c) anos cursados no Estabelecimento de Ensino ou em outro frequentado
anteriormente;
d) aproveitamento do aluno nos anos cursados e o significado dos símbolos ou
conceitos usados;
e) freqüência e carga horária frequentada pelo aluno;
f)expressão: aprovado ou reprovado, cursando, concluinte ou desistente;
g) os documentos exigidos acima deverão ser xerocados para integrar a pasta do
aluno.
Aos alunos transferidos de outros estabelecimentos de Ensino cuja organização
curricular seja diferente desta Unidade Escolar, será exigida a ementa curricular das áreas de
conhecimento.
A matrícula se concretiza com a apresentação da documentação exigida e de
deferimento do diretor.
A escola procederá a um exame minucioso quanto á documentação apresentada no ato
da matrícula, se constatadas alguma irregularidade a matrícula será indeferida pelo diretor, as
irregularidades constatadas após o deferimento da matricula serão de inteira responsabilidade
da Unidade Escolar.
Será considerada cancelada a matrícula que se fizer com um documento falso ou
adulterado A matrícula será feita na Educação Infantil e nos Anos Iniciais ou Finais do Ensino
Fundamental.
A idade mínima para ingresso na Educação Infantil ou no Ensino Fundamental deverá
obedecer ao disposto na legislação. A equivalência de estudos dos educandos provenientes de
países estrangeiros deve ser efetuada de acordo com a legislação em vigor.

14 – ORGANIZAÇÃO DA VIDA ESCOLAR E REGIME ESCOLAR

Esta Unidade Escolar, respeitando as normas comuns e as do Sistema Municipal,


Estadual e Federal de Ensino:
- Elabora e executa o seu Projeto Político Pedagógico;
- Assegura o cumprimento dos dias letivos e horas-aulas estabelecidas;
- Vela pelo cumprimento do Plano de Trabalho de cada docente;
34

- Provê meios para recuperara aprendizagem do aluno no decorrer do ano letivo, realizando junto à
coordenação pedagógica um trabalho diferenciado para que, na medida do possível, recuperar
os alunos com dificuldades de acompanhar os conteúdos propostos.
- Articula-se com as famílias através de reuniões, debates, promoções, etc...
- Informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e rendimento dos alunos, em
parceria com Conselho Tutelar e Promotoria da Infância e do Adolescente.
A escola atendendo o disposto na Constituição Federal e Conselho Estadual de
Educação oferece:
 Educação Infantil, atendendo a faixa etária de 04anos de idade.
 Ensino Fundamental desenvolvido em5 anos, distribuídos em 10
semestres. (confirmar esta informação)
A Matriz Curricular é organizada em anos, sendo constituída com carga horária anual,
atendendo os5 anos do Ensino Fundamental. (carga horária anual de quantas h/a.
O calendário escolar consiste em expressar a ordenação temporal das atividades
previstas pela Unidade Escolar, obedecendo a legislação vigente, conforma já discutido.
Serão considerados dias letivos aqueles e/ou comemorações cívicas festivas na Unidade
Escolar, com participação efetiva de professor e alunos. Quando houver necessidade de
interrupção de aulas, o cumprimento dessas deverá ser efetivado, alterando-se assim o
calendário escolar.
O ano escolar só poderá ser encerrado após o cumprimento da carga horária e dias
letivos fixados nas normas legais vigentes.

15 – AVANÇO ESCOLAR E ACELERAÇÃO DE ESTUDOS

Quanto à formação das turmas, a escola utilizará da Aceleração dos Estudos e do


Avanço Escolar, conforme estabelecido na Deliberação 7844, de 02 de agosto de 2005, do
CEE/MS.
A Classificação é a medida administrativa que a Unidade Escolar adota, para posicionar
o aluno em um dos anos de Ensino Fundamental, exceto no primeiro Ano, baseando-se nas
suas experiências e desempenho adquiridos por meios formais e informais.
Dar-se-á por:
I- Promoção, para aluno da própria Unidade Escolar, que obteve
aproveitamento no ano anterior;
35

II- Transferências para candidatos de outras escolas do país ou do exterior;


III- Avaliação, feita por esta Unidade escolar, independentemente de
comprovação de escolaridade anterior, que permita sua inscrição no ano
adequado ao grau de desenvolvimento e experiência do candidato,
observado o Art. 156 a 160 do Regimento Escolar desta Unidade Escolar.

Aceleração de Estudos destina-se aos alunos que estão em defasagem idade/série, e


que necessitam de intervenção pedagógica diferenciada, garantindo assim o direito do aluno
de freqüentar turmas de acordo com a idade própria. Este processo, não poderá ocorrer em
prazo inferior a 45 dias, do início das atividades escolares.
Avanço Escolar é a possibilidade do avanço em anos e ou etapas, destinado aos alunos
que apresentam características especiais, cujas experiências refletem o domínio de
conhecimentos e maturidade para a fase de estudos, superior aquele em que se encontra
matriculado. Não poderá ocorrer após 90 dias, contados a partir do início do ano letivo.
O aluno só poderá se beneficiar do Avanço Escolar, quando:
I – estiver matriculado e frequente em cursos da Instituição de Ensino, no período
mínimo de um ano;
II – não tenha sido reprovado, por aproveitamento no ano anterior;
III – tiver aproveitamento igual ou superior a 80% nos componentes curriculares
cursados nos três anos anteriores ao que se encontra matriculados.
A avaliação evidenciará a capacidade do aluno, tanto que se refere ao que já aprendeu,
quanto na apresentação de condições para prosseguimento de seus estudos. Será elaborada a
partir de critérios que considerem os conteúdos escolares dos anos anteriores ao pretendido e
de elementos capazes de propiciar a capacidade de apropriação de novos conhecimentos,
envolvendo o raciocínio lógico, análise, síntese e outras habilidades necessárias à verificação
do desempenho do aluno.

16 - MOBILIDADE

Para que haja a promoção da mobilidade cabe ao professor o compromisso de


medir a construção do processo de conceituação a ser apropriado pelos alunos.(não entendi).
Que processo medir? Como medir?
36

A avaliação ocorrerá no 1° bimestre para alunos que tenham 07 anos, ou que irão
completar até o final do ano letivo. Esta será elaborada pelo professor da turma juntamente
com o Coordenador Pedagógico. A mesma será aplicada e corrigida pelo professor regente.
A promoção dar-se-á mediante competência e habilidades adquiridas emLíngua
Portuguesa, como a oralidade,prática de leitura, produção escrita e análise linguística. Em
Matemática o aluno deverá apresentar competências e habilidades referentes anúmeros e
operações, espaço e forma, grandezas e medidas.
Após comprovada habilidadese competências do educando, o Departamento de
Normatização e Assessoramento emitirá um ato legal para efetivar matrícula no 2° ano do
Ensino Fundamental. (Departamento de onde? Da SEMED?).

17- PROCESSO DE INCLUSÃO

De acordo com as Diretrizes Nacionais Para a Educação Especial Desde tempos


pretéritos a sociedade tem criado teorias e ideias de segregadoras onde poucos podiam
participar dos espaços públicos – era a pedagogia da exclusão. Os indivíduos com deficiência
eram vistos como doentes e incapazes, povoando o imaginário popular como alvo de caridade
e assistência social. Passados séculos, ainda hoje existem dificuldades na aceitação das
diferenças do outro, principalmente, os portadores de deficiências múltiplas e graves.
Igualmente alguns segmentos permanecem discriminados e a margem do sistema educacional,
são os superdotados, portadores de altas habilidades, brilhantes e talentosos “[...] esses alunos
muitas vezes abandonam o sistema educacional, inclusive por dificuldade de relacionamento”
(BRASIL, 1999, p. 19).
Existe ainda outro grupo de grupo de excluídos sócias e dos sistemas de ensino por
apresentarem dificuldades de adaptação escolar por apresentarem condutas peculiares de
síndromes e de quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos, que dificultam sua
inclusão nas redes de ensino. A inclusão destes segmentos sociais excluídos é um processo de
fundamental importância para a manutenção do estado democrático de direito.
Entende-se por inclusão a garantia, a todos, do acesso contínuo ao espaço comum da
vida em sociedade, sociedade essa que deve estar orientada por relações de
acolhimento à diversidade humana, de aceitação das diferenças individuais, de
esforço coletivo na equiparação oportunidades de desenvolvimento, com qualidade,
em todas as dimensões da vida (BRASIL, 1999, p, 20).

Até se chegar à era dos direitos um longo caminho foi percorrido. Para Bobbio (2004) a
proteção dos direitos reconhecidos e protegidos garante a democracia.
37

Na era atual batizada como Era dos Direitos, pensa-se diferente do passado em relação à
inclusão de alunos portadores de necessidades educativas educacionais no sistema regular de
ensino. No lugar da ideologia da exclusão, procura-se implantar uma política de inclusão. De
acordo com o Parecer do Conselho Nacional de Educação sobre as Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica, a educação tem hoje um grande desafio, garantir
acesso a conteúdos básicos a todos os indivíduos, inclusive aqueles portadores de
necessidades educativas especiais.
[...] particularmente alunos que apresentam altas habilidades, precocidade,
superlotação; condutas típicas de síndromes/quadros psicológicos, neurológicos ou
psiquiátricos; portadores de deficiências, ou seja, alunos que apresentam significativas
diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores genéticos, inatos
ou ambientais, de caráter temporário ou permanente e que, em interação dinâmica com
fatores socioambientais,resultamem necessidades muito diferenciadas da maioria das
pessoas (BRASIL, CNE, 2001, p. 9).

A atual organização escolar, não tem correspondido aos desafios impostos pela inclusão
escolar, não reconhecendo as diferenças, fazendo persistir a exclusão. A escola que deveria
promover a inclusão acaba promovendo a exclusão.
As instituições escolares, ao reproduzirem constantemente o modelo tradicional, não
têm demonstrado condições de responderem aos desafios da inclusão social e do
acolhimento as diferenças nem de promover aprendizagens necessárias à vida em
sociedade [...] (MANTOAN, 2006, p. 33).

Como forma de se contrapor a este modelo, a inclusão escolar deve se tornar


reconhecida e valorizada na diversidade da condição humana, onde limitações sejam
informações imprescindíveis na elaboração dos planejamentos de ensino, “A ênfase deve
recair sobre a identificação de suas possibilidades, culminando com a construção de
alternativas para garantir condições favoráveis a sua autonomia escolar e social, enfim, para
que se tornem cidadão de iguais direitos” (MANTOAN, 2006, p. 40).
Para (Mantoan, 2005), inclusão é a capacidade de reconhecer o outro e ter o privilégio
de conviver e compartilhar as diferenças. A educação inclusiva acolhe a todos sem exceção,
os que têm deficiência física, comprometimento mental, superdotados, discriminados por
sexo, raça, cor, preferência sexual, condição social. Estar juntos é se aglomerar no cinema ou
no ônibus, já inclusão é interagir com o outro.
A inclusão possibilita aos que são discriminados pela deficiência, pela classe social
ou pela cor que, por direito, ocupem o seu espaço na sociedade. Se isso não ocorrer,
essas pessoas serão sempre dependentes e terão uma vida cidadã pela metade. Você
não pode ter um lugar no mundo sem considerar o do outro, valorizando o que ele é
e o que ele pode ser. Além disso, para nós, professores, o maior ganho está em
garantir a todos o direito à educação (MANTOAN, 2005).
38

Um bom Projeto Político Pedagógico que acolhe a todos e tem como intenção a fazer a
promoção da cidadania e dos direitos humanos, é o que faz uma escola ser inclusiva. A equipe
da escola da inclusiva deve discutir a evasão, a repetência e a indisciplina, “Um bom projeto
valoriza a cultura, a história e as experiências anteriores da turma. As práticas pedagógicas
também precisam ser revistas. Como as atividades são selecionadas e planejadas para que
todos aprendam?(MANTOAN, 2005).
No sentido da integração como processo dinâmico (BRASIL, 1994), a Escola Municipal
João Alves da Nóbrega em atendimento aos dispositivos legais, mas, sobretudo, em defesa da
dignidade humana, cidadania e da inclusão, procura garantir aos portadores de necessidades
educativas especiais facilidades de acesso e permanência na escola, fazendo com a Era dos
Direitos preconizada por Bobbio (2004) seja uma realidade na escola.
Para Rosa Blanco Guijarro (2005), Diretora Interina da Oficina Regional de Educação
da UNESCO para América Latina e Caribe, a educação inclusiva é um fenômeno crescente
nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. O desenvolvimento econômico aumenta a
desigualdade, a segregação e a fragmentação cultural da população. A exclusão social vai
muito além da pobreza, tem a ver com a ausência da sociedade a bens e serviços e as redes de
assistência social, fazendo as populações excluídas a viverem abaixo dos níveis da dignidade
e igualdade humana. a inclusão social passa necessariamente pela inclusão educacional com o
desenvolvimento da escola no contexto educativo que acolhe a todos, independente da
condição social, cultural e individual, sensível a diversidade a necessidade de aprendizagem.
Una escuela inclusiva esaquella que no tiene mecanismos de seleciona
idiscriminación de ningún tipo, y que transforma sufuncionamiento y propuesta
pedagógica para integrar La diversidadde La lumna dofavoreciendo asila cohesión
social que es una de las finalidades de La educación (GUIJARRO, 2005, p. 5) 1.

Para Guijarro (2005) a educação inclusiva se fundamenta nos princípios éticos, sociais,
educativos e econômicos. A educação é um bem comum e um direito humano fundamental
onde ninguém deve ser excluído. O direito a educação em seu sentido mais amplo, vai além
da obrigatoriedade e gratuidade. Sua plena realização requer uma educação de qualidade e
promoção das múltiplas habilidades de cada um. Conceber a educação como um direito e não
mero serviço implica na obrigação do estado e respeitar, garantir, proteger e promover este
direito, “[...] porque su violación vulnera El ejercicio de otros derechos humanos”
(GUIJARRO, p. 9).

1
O artigo da educadora espanhola María Rosa Blanco Guijarro pode ser encontrado em Língua Portuguesa, nos
ensaios pedagógicos do MEC (2005), voltado a Educação Inclusiva. A opção por inseri-lo neste PPP na língua
materna da autora é um respeito às diferenças, um dos fundamentos da educação inclusiva.
39

A Escola Municipal João da Nóbrega, sensível a diversidade e entendendo a educação


em seu sentido mais amplo, procura garantir a todos uma educação de qualidade e
acolhimento de alunos “[...] de diferentes contextos sociales, culturas y con diferentes
capacidades, constituyen una poderosa herramienta para contribuir a La cohesión social”
(GUIJARRO, 2005, p. 10).
Garantir a todos os níveis de excelência em educação exige uma educação de acordo
com as peculiaridades de cada um. Para garantir este direito a escola precisa identificar estas
peculiaridades.
Uma das dificuldades enfrentadas pelos sistemas de ensino, a Rede Municipal de Ensino
de Bonito-MS não constitui exceção, é identificar os níveis de deficiência dom aluno: motora,
mental, sensorial. Umas são facilmente perceptíveis outras nem tanto.
A definição de pessoa portadora de necessidades educativas especiais, feita pelo
Councilof Exceptional Children (Conselho de Crianças Excepcionais) no I Congresso
Mundial sobre o futuro da educação especial, realizado em Striling em 1978,
internacionalmente aceita é a seguinte:
A pessoa deficiente é aquela que se desvia da média ou da criança normal em:
características mentais, aptidões sensoriais, características neuromusculares e
corporais, comportamento emocional e social, aptidões de comunicação e múltiplas
deficiências, até ao ponto de justificar e requerera modificação das práticas
educacionais ou a criação de serviços de educação especial no sentido de
desenvolver ao máximo as suas capacidades (CEC).

Na Declaração de Salamanca2o conceito de inclusão passa pela aceitação das diferenças.


Para promover uma Educação Inclusiva, o sistema educacional deve assumir que as
‘diferenças’ humanas são normais e que a aprendizagem deve se adaptar às
necessidades das crianças ao invés de se adaptar a criança a assunções
preconcebidas a respeito do ritmo e da natureza do processo de aprendizagem
(BRASIL, 1994, p.4)

Nesta esteira (REIS, 1999) acentua que o portador de necessidades especiais é um


indivíduo que apresenta dificuldades de aprendizagem correspondentes à idade, maturidade e
desenvolvimento físico, que gera insucessos no processo de sistematização dos conteúdos.
Para este autor são decorrentes de deficiência:

1.1- Atraso de desenvolvimento global: Quando se verifique em relação à idade, um


atraso na maturação e aquisição das capacidades básicas no Domínio Psicomotor,
2
Declaração de Salamanca/Espanha - 1994) é uma resolução das Nações Unidas que trata dos princípios, política
e prática em educação especial. Adotada em Assembléia Geral, apresenta os Procedimentos-Padrões das Nações
Unidas para a Equalização de Oportunidades para Pessoas com Deficiência. É considerada mundialmente um
dos mais importantes documentos que visam a inclusão social,
40

expressão oral, intelectual, emocional/relacional. Esta categoria só se refere a


crianças abaixo dos 6 anos de idade. 1.2- Deficiência mental: - Quando se verifique
um funcionamento intelectual
geral significativamente abaixo da média. Devem excluir-se desta categoria cujo
atraso mental seja devido a incapacidades visuais, auditivas e motoras.
1.3- Deficiência visual: Quando se verifica um déficit de visão que ainda que
corrigido, afeta a aprendizagem.
1.4- Deficiência auditiva: Quando se verifica uma incapacidade total ou parcial e
processar a informação linguística através da audição.
1.5- Deficiência motor: Quando se verifica um problema grave na motricidade
provocado por lesões congênitas, doenças e outras causas traumáticas ou
infecciosas.
1.6- Problemas de comunicação: Refere-se a problemas de comunicação que afetam
a aprendizagem de criança/aluno.
1.7- Multideficiências: Quando a criança/aluno apresenta sobre forma associada,
mais do que um tipo de deficiência.
1.8- Doença crônica: - Quando a criança/aluno apresenta problemas crônicos e/ou
graves de saúde que afetam significativamente a sua aprendizagem(REIS, 1999,
p.35)

Para o mesmo autor, não são decorrentes de deficiência:

2.1- Distúrbio funcional: - Quando a criança/aluno apresenta um dos seguintes


quadros:
a) Imaturidade/desadaptação- Quando o aluno apresenta dificuldades significativas
em comportar-se e/ou relacionar-se de acordo com o esperado para a sua idade
cronológica, refletindo-se na sua aprendizagem.
b) Hiperatividade -Quando a criança/aluno apresenta uma atividade motora
exagerada, baixos níveis de concentração e atenção nas tarefas (especialmente as
escolares), alto nível de impulsividade.
c) Alteração de conduta - Quando o aluno apresenta comportamentos sistemáticos
de agressividade e/ou de inadaptação às normas sociais.
d) Alteração da personalidade - Quando o aluno apresenta alterações graves no seu
comportamento, implicando, por vezes, uma perda da sua noção de identidade e do
real.
2.2- Dificuldades específicas de aprendizagem: Quando se verificam problemas em
um ou mais dos processos básicos implicados na compreensão ou utilização da
linguagem falada ou escrita, resultando em incapacidades na compreensão auditiva,
pensamento, fala, leitura, escrita, cálculo matemático e nos aspectos da
aprendizagem escolar geral. Incluem-se nesta categoria os casos de alunos com
problemas de percepção disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia. Esta categoria
só se refere a aluno acima dos 6 anos de idade.
2.3- Sobredotação: é considerada (o) criança/aluno sobredotada (o) ou talentosa (o),
quando manifesta uma capacidade intelectual superior à média, apresentando
desempenho com elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos,
isolados ou combinados: aptidão acadêmicaespecífica; pensamento criador ou
produtivo; talento especial para artes visuais, dramática e musica; capacidade
psicomotora; elevado nível motivacional; Capacidade de Liderança (REIS, 1999,
p.35).

Cabe salientar que diante da complexidade de se identificar os níveis de deficiência do


aluno: motora, mental, sensorial, o mesmo é encaminhado para uma equipe multiprofissional
da SEMED.
41

Para Guijarro (2005) a inclusão implica uma visão diferente da educação, baseada na
diversidade e não na homogeneidade. Cada criança é única, cabendo a escola “Assegurar que
todos los Estudiantes aprendan a niveles de excelência requiere ajustar laenseñanza y lãs
ayudas pedagógicas a lãs necesidades y características de cada uno (GUIJARRO, 2005, p. 8-
11).
Neste sentido, a inclusão requer a mudança de posturas em relação ao outro, devendo a
escola ajustar sua prática pedagógica e o material didático a necessidade de cada criança,
conforme postulado por (GUIJARRO, 2005).
Para Paulo Freire, ensinar é marcar presença e encontro com o outro e a inclusão escolar
provoca basicamente mudança de atitude diante do outro, não um indivíduo qualquer, mas
alguém que é essencial para nossa constituição como pessoa “[...] que nos mostra os nossos
limites e nos faz ir além” (FREIRE, 1999 p. 69).

18 - TRÂNSITO

A Resolução/SEDn° 2037, de 06 de novembro de 2006, Aprovou a Política de


Educação e Ensino para o Trânsito de Mato Grosso do Sul para o Sistema Estadual de Ensino,
e dá outras providências, cabendo às unidades escolares definirem junto à comunidade escolar
as formas de inclusão destes conteúdos. Conforme esta resolução em seu artigo 3º “As
unidades escolares deverão incentivar e promover pesquisas, seminários, conferências,
concursos e outras atividades, mediante parcerias e convênios, sobre a educação e ensino para
o trânsito” (RESOLUÇÃO/SED 2037).
Neste sentido o Currículo Escolar deve prever conteúdos de Educação e Ensino para o
Trânsito. De acordo com a Política Nacional de Trânsito, a educação no trânsito visa à
transformação de valores, comportamentos e atitudes que conduzam à construção de um
ambiente favorável à implantação de uma nova cultura, orientada pelo exercício de um
trânsito cidadão, com respeito às leis, ao meio ambiente, à saúde e, principalmente à vida. A
educação para o trânsito vai além de informações sobre leis de trânsito e tem como foco o ser
humano, trabalhando a mudança de valores e atitudes visando garantir um trânsito
responsável e seguro “Não se limita a eventos esporádicos e não permite ações
descoordenadas. Pressupõe um processo de aprendizagem continuada e deve utilizar
metodologias diversas para atingir diferentes faixas etárias e clientela diferenciada” (BRASIL,
2004, p. 15).
42

O crescimento das cidades, aumento populacional, e melhoria das condições de vida,


possibilitaram uma melhoria na mobilidade urbana e o consequente aumento de veículos
automotores, provocando um caos no trânsito. Para a Política Nacional de Trânsito, um
trânsito ruim e criminoso, por falta de conscientização e, às vezes punição, leva a barbárie.
Por lado, um trânsito calmo e previsível estabelece um ambiente de civilidade e respeito às
leis. O exercício da cidadania implica conflitos, entre o cidadão responsável, e aquele que
insiste em desrespeitar as regras de boa convivência no trânsito, assim, “[...] é fundamental
destacar a dimensão de cidadania inserida no trânsito, uma vez que este configura uma
situação básica de diferença, diversidade, equidade, tolerância e de direitos humanos”
(BRASIL, 2004, p. 19).
Neste sentido e de acordo com a Política Nacional de Trânsito, a Escola João Alves da
Nóbrega, deve priorizar e incentivar a participação de todos, e em especial, a comunidade
educativa da escola, a promover e veiculação de informações claras para se construir uma
cultura de respeito às leis de trânsito, “[...] orientada ao exercício do trânsito cidadão e da
qualidade de vida” (BRASIL, 2004, p. 19).
As Diretrizes Nacionais da Educação Para o Trânsito no Ensino Fundamental trazem
como referência orientações pedagógicas para inclusão nos conteúdos curriculares como
temas transversais, fundamentado “[...] no reconhecimento do trânsito como tema de urgência
social, de abrangência nacional, que apresenta possibilidade de ensino e aprendizagem e que
favorece a compreensão da realidade e a participação social” (BRASIL, 2009, p. 5).
[...] transversalidade refere-se à ação pedagógica que se propõe a trabalhar com
temas, considerados relevantes, cujos conteúdos – sobretudo atitudinais – podem
estar relacionados a todas as disciplinas. Portanto, um tema transversal não é uma
disciplina. Ele transpassa as disciplinas, tendo como principais objetivos
potencializar valores, fomentar comportamentos e desenvolver posturas e atitudes
frente à realidade social (BRASIL, 2009, p. 11).

Um dos objetivos da educação no trânsito de acordo com estas diretrizes é desenvolver


posturas e atitudes para construção de um espaço público democrático e igualitário por meio
de um trabalho contínuo durante a escolaridade no Ensino Fundamental, a fim de se mudar
este quadro de violência que se apresenta no trânsito. Neste sentido a inserção do trânsito
como tema transversal é um desafio na construção de um espaço público mais humano
(BRASIL, 2009).
A efetivação da educação no trânsito como tema relevante e atual, a Escola Municipal
João Alves de Nóbrega num esforço conjunto entre pais, alunos, educadores e demais
43

profissionais da educação, procura desenvolver políticas capazes de humanizar as relações no


trânsito.
Neste sentido, em consonância com a Política de Educação e Ensino para o Trânsitoda
Secretaria de Educação do Estado do Mato Grosso do Sul e a Divisão de Educação Do
DETRAN-MS, a Escola Municipal João Alves da Nóbrega envidará todos os meios possíveis
para a consecução dos objetivos desta política, voltada para o Ensino Fundamental, tais como:
- desenvolver a concepção de trânsito centrada em valores que priorizem o respeito à
vida;
-compreender o fenômeno trânsito e suas perspectivas sobre os diversos aspectos da
vida: da cidadania, do respeito ao próximo, da preservação da saúde, do meio ambiente, entre
outros;
- conhecer direitos, deveres e as garantias, e aplicá-los na convivência social como
pessoas participativas;
- desenvolver conteúdos que promovam o conhecimento sobre os aspectos legais
referentes ao trânsito.
Na defesa pela sadia utilização e convivência nos espaços públicos; direito de ir, vir e
permanecer; respeito à dignidade humana e promoção da cidadania, a unidade escolar espera
conscientizar sua comunidade educativa de que é possível um trânsito responsável e seguro,
que ao invés de ceifar vidas promova “[...] o exercício da cidadania, incentivando o
protagonismoda sociedade com sua participação nas discussões dos problemas e das soluções,
em prol da consecução de um comportamento coletivo seguro, respeitoso e não agressivo no
trânsito” ( BRASIL, 2004, p. 24).

19 – HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA

VOZES D'ÁFRICA
Deus! ó Deus! onde estás que não respondes? 
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes 
Embuçado nos céus? 
Há dois mil anos te mandei meu grito, 
Que embalde desde então corre o infinito... 
Onde estás, Senhor Deus?... (Castro Alves)

Por muito tempo as vozes dos Negros d’África estiveram emudecidas, assim como seus
lamúrios roucos nos porões dos navios tumbeiros. Não se ouvia suas vozes, apenas viam-se
44

suas cicatrizes, marcas no tempo e na história social brasileira. Cantam os negros, canta a
África. Nos braços das negras d’África filhos e algemas e na alma, “Assim cantou tristemente
Castro Alves sobre o episódio da diáspora africana e a travessia atlântica dos negros
capturados e escravizados durante o escravismo colonial” (BRAZIL, 2007, p. 135).
Esta hemorragia incessante (MAESTRI, 1988) para uns provocou riqueza e opulência,
para outros, lágrimas, suor e sangue. A historiografia brasileira por muito tempo relegou o
negro e a história da diáspora africana para o Brasil ao ocaso, e o negro retratado como
indiferente a sua condição de cativo. Para Brazil (2007), durante muito tempo o discurso do
comodismo do negro frente aos problemas sociais, surgindo o discurso da apatia, onde a
sufocante situação do negro ao invés de levá-lo a resistência, instaurou em sua alma a apatia e
o abatimento, mesmo após a escravidão, no entanto os fatos históricos revelam que esta apatia
de fato não ocorreu – o negro resistiu ao cativeiro.
Assassinatos, fugas e revoltas representaram a face mais nítida da resistência negra
contra o cativeiro. A despeito das múltiplas formas de combate, as bases do cativeiro
só foram abaladas com as pressões externas e com o movimento antiescravista
(BRAZIL, 2007, 136).

A superação do escravismo no Brasil fruto da resistência contra o instituto da


escravidão é celebrado em 13 de maio, constituindo na única revolução social do Brasil.
Desconhecer o sentido revolucionário de 1888 é olvidar a essência escravista de dois
terços de passado brasileiro, é negar a contradição essencial que regeu por mais de
trezentos anos de nossa história passada - escravizadores contra escravizados.
Desconhecer aquele passado terrível significa sobretudo ignorar o caráter singular da
gênese do Brasil contemporâneo (MAESTRI, 2007).

Para Maestri (2002) na década de 1970 os movimentos sociais, a luta pela


redemocratização, greves, ocupações fecundou as ciências sociais. Nesta tentativa de abrir
espaços às ideias e permitir superações equivocadas sobre a formação social brasileira. Assim
irrompeu na intelectualidade brasileira uma visão diferente colocando os movimentos sociais
como protagonistas históricos e não mais coadjuvantes.
Para Brazil (2007), o centenário da abolição celebrado em 1988 foi marcado por
manifestações e atos públicos exigindo das instituições de governo, ações de combate ao
racismo e a defesa pluralidade étnico-racial. Em resposta a estas manifestações, o Governo
Federal com objetivo de combater o racismo e discriminação, lançou o Programa Nacional de
Direitos Humanos – PNDH1.
No Prefácio do PNDH-1 destaca-se a reiterada violação dos direitos humanos no Brasil
não tendo como conciliar estas violações com a democracia. Seguramente entre os segmentos
45

sociais dos mais vulneráveis e alvos destas violações pode-se encontrar a população negra e
pobre. Dentre as propostas do PNDH-1 em relação a população negra, cabe destacar:
144. Estimular que os livros didáticos enfatizem a história e as lutas do povo negro
na construção do nosso país, eliminando estereótipos e discriminações. 145 [...]147.
Facilitar a discussão e a articulação entre as entidades da comunidade negra e os
diferentes setores do Governo, para desenvolver planos de ação e estratégias na
valorização da comunidade negra (PNDH-1).

O Programa Nacional de Direitos Humanos 2, não apenas reiterou a violação dos


direitos humanos no Brasil, como foi mais incisivo, reconheceu a escravidão como uma
violação dos direitos das gentes.
189. Apoiar o reconhecimento, por parte do Estado brasileiro, de que a escravidão e
o tráfico transatlântico de escravos constituíram violações graves e sistemáticas dos
direitos humanos, que hoje seriam consideradas crimes contra a humanidade. 190.
Apoiar o reconhecimento, por parte do Estado brasileiro, da marginalização
econômica, social e política a que foram submetidos os afrodescendentes em
decorrência da escravidão (PNDH 2).

Não apenas reconhecer, mas preservar a memória da produção cultural de matriz


africana, apoiar a revisão desta memória nos livros didáticos, a fim de resgatar a memória e
identidade dos negros para a construção da identidade nacional. Muitos pesquisadores se
debruçaram sobre estudos envolvendo o uso da memória coletiva da nação como forma de
manutenção do poder. Se apropriar da memória, esquecer muito e lembra só o que interessa,
tem sido a tônica dos senhores da memória. Para o medievalista francês Jacques Le Goff,
Tornarem-se senhores da memória e do esquecimento é uma das grandes
preocupações das classes, dos grupos, dos indivíduos que dominaram e dominam as
sociedades históricas. Os esquecimentos e os silêncios da história são reveladores
desses mecanismos de manipulação da memória coletiva (LE GOFF, 1990, 426).

A memória coletiva da nação envolvendo a escravização de trabalhadores livres,


trazidos a ferros para a América Portuguesa, seu sofrimento, humilhação e negação de sua
identidade, foi relegada e esquecida pela historiografia brasileira como forma de apagar ou
diminuir a contribuição do negro para a formação social brasileira. A identidade coletiva do
negro, resiste, permanece se recusa a ser apagada.
[...] um elemento essencial do que se costuma chamar identidade individual ou
coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das
sociedades de hoje, na febre e na angustia. Mas a memória coletiva é não somente
uma conquista é também um instrumento e um objeto de poder (LE GOFF, 1990, p.
476).

Contra o apagamento desta memória e a intolerância, o PNDH 2, pretende, promover


um ensino fundado no respeito a diferença “ que contemple a diversidade cultural do país,
incluindo o ensino sobre cultura e história dos afrodescendentes (PNDH 2).
46

De acordo com o PNDH 3, a história que não é transmitida de gerações passadas para
gerações futuras, é esquecida e silenciada. O silêncio sobre as barbáries geram esquecimentos
da memória e lacunas na história “Resgatando a memória e a verdade, o País adquire
consciência superior sobre sua própria identidade, a democracia se fortalece.”. O trabalho de
reconstrução da memória exige revisitar o passado e compartilhas as dores e o sofrimento dos
que sofreram violência. No caso dos negros, violência sistêmica dos senhores de escravos e da
sociedade branca, acobertadas pelo Estado. Este resgate através da introdução dos currículos
escolares da História da África e dos africanos é um passo importante contra o apagamento
desta memória coletiva da nação.
À luz da história dos movimentos sociais e programas de governo, o PNDH-3 se
orienta pela transversalidade, para que a implementação dos direitos civis e políticos
transitem pelas diversas dimensões dos direitos econômicos, sociais, culturais e
ambientais. Caso contrário, grupos sociais afetados pela pobreza, pelo racismo
estrutural e pela discriminação dificilmente terão acesso a tais direitos (PNDH 3).

Para Brazil (2007), estes programas ensejam o preparo para a sociedade organizada
como um todo interagir com os direitos legais, valorizar as identidades e consolidar a
democracia em geral e em particular o movimento negro, para se alcançar vitórias
substantivas na luta contra o preconceito e pela dignidade humana e promoção da cidadania.
Neste sentido a Resolução n.1 de 1 de junho de 2004, instituiu as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira e Africana [...] ” a serem observadas pelas Instituições de Ensino atuantes nos
níveis e modalidades da Educação Brasileira e, em especial, por Instituições que desenvolvem
programas deformação inicial e continuada de professores “ (BRAZIL, 2007, p. 140).
Outro marco significativo anterior a Resolução n.1 foi a Constituição Federal de 1988 e
a Lei 9394/96/LDB. A Constituição Federal preceitua no Artigo 242 § 1º : “O ensino da
História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a
formação do povo brasileiro”. Já a LDB no artigo 16 torna obrigatório o estudo da história e
cultura afro-brasileira e indígena (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008). No parágrafo
primeiro deste mesmo artigo estabelece que o conteúdo destes estudos incluirá aspectos da
história e da cultura da matriz indígena e africana.

[...] a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e
dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e
indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional,
resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à
história do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008) (BRASIL, LDB).
47

Os conteúdos referentes a estas culturas serão ministrados de acordo com a LDB em


todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística, literatura e história,
levando em consideração a cultura das matrizes indígena, africana e europeia.
O acréscimo dos artigos 26A e 79B na LDB Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003foi
decisivo para reconhecer a importância da inserção da cultura de matriz africana nos
currículos escolares e “[...] a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na
formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social,
econômica e política, pertinentes à História do Brasil” (BRASIL, LDB, art. 26a). Já o Artigo
79-B incluiu o dia 2º de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra.
A Lei 10.639/2003 teve o condão de estabelecer o multiculturalismo na educação
brasileira. O multiculturalismo, coexistência de várias culturas num mesmo espaço territorial
ou nacional, esta enraizado na formação social brasileira onde houve a assimilação forçada
das sociedades submetidas, indígena e africana.
No multiculturalismo, existe a convivência em um país, região ou local de diferentes
culturas e tradições. Há uma mescla de culturas, de visões de vida e valores. O
multiculturalismo é pluralista, como já se pode observar, pois aceita diversos
pensamentos sobre um mesmo tema, abolindo o pensamento único. Há o diálogo
entre culturas diversas para a convivência pacífica e com resultados positivos a
ambas (REIS, [S.d]).

O Conselho Nacional de Educação através do Parecer CNE/CP3/2004 instituiu as


Diretrizes Curriculares Para a Educação das Relações Étnico-Raciais e Para o Ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana como parâmetro para o ensino de história da
África e dos africanos nos diferentes níveis e modalidades nos sistemas de ensino, cuja
responsabilidade é de orientar e promover a capacitação dos seus professores. Segundo o
CNE (Conselho Nacional de Educação) o parecer procurou responder as demandas dos
afrodescendentes no sentido de estabelecer políticas afirmativas e políticas de reparação e
valorização cultural destas populações buscando combater o racismo e a discriminação.
Políticas de reparações voltadas para a educação dos negros devem oferecer
garantias a essa população de ingresso, permanência e sucesso na educação escolar,
de valorização do patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro, de aquisição das
competências e dos conhecimentos tidos como indispensáveis para continuidade nos
estudos, de condições para alcançar todos os requisitos tendo em vista a conclusão
de cada um dos níveis de ensino, bem como para atuar como cidadãos responsáveis
e participantes, além de desempenharem com qualificação uma profissão (BRASIL,
CNE/CP003, 2004, p. 3).

Para o CNE o sucesso das políticas públicas no Brasil visando a reparação,


reconhecimento e valorização da identidade, cultura e história dos africanos dependem de
condições físicas, materiais, intelectuais e afetivas favorável ao ensino e as aprendizagens.
48

Depende também, de maneira decisiva, da reeducação das relações entre negros e


brancos, o que aqui estamos designando como relações étnico-raciais. Dependem,
ainda, de trabalho conjunto, de articulação entre processos educativos escolares,
políticas públicas, movimentos sociais, visto que as mudanças éticas, culturais,
pedagógicas e políticas nas relações étnico-raciais não se limitam à escola (BRASIL,
CNE/CP003, 2004, p. 5).

De acordo com o CNE, Esta obrigatoriedade é uma decisão política, pois foi adotada por
meio de lei, com forte repercussão pedagógica e de formação de professores. Além de garantir
o acesso e a permanência de negros na escola, busca reparar danos que se repetem a séculos.
A Escola Municipal João Alves da Nóbrega na defesa da cidadania dos alunos em
situação de vulnerabilidade, sobretudo afrodescendentes, procura construir e despertar
cidadania ativa em seu alunado para construir uma sociedade democrática.
Neste sentido, desenvolverá princípios e ações, em consonância com as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, à saber:
- Conduzir a comunidade escolar em direção a igualdade e dignidade da pessoa humana
e sujeito de direitos;
- Compreensão dos processos históricos da formação social brasileira e a resistência da
população negra contra a sua submissão;
- Superação da indiferença, injustiça e desqualificação com que os negros;
- Diálogo para superação das diferenças étnico-raciais;
- Condições para professores e alunos pensarem, decidirem, agirem, assumindo
responsabilidade por relações étnico-raciais positivas, enfrentando e superando discordâncias,
conflitos, contestações, valorizando os contrastes das diferenças;
- Garantir a transversalidade nos conteúdos escolares da história da África e dos
Africanos;
- Organização de atividades extracurriculares envolvendo história da África e dos
Africanos;
- Promoção e incentivo ao Corpo Docente de participação em Formação Continuada
sobre história da África e dos Africanos;
- Valorização da cultura de matriz africana.
Estes princípios e ações serão desencadeados em conjunto com a comunidade educativa,
a fim de possibilitar debate e dialogo para superação das diferenças Étnico-Raciais e qualquer
tipo de discriminação no ambiente escolar, para que as Vozes d’África seja as vozes de todos
nós, gritando pela igualdade e inclusão.
49

Para Soares (2004) todas as atitudes marcadas pelo racismo e preconceito, exploração
dos fracos pelos fortes são um atentado contra a dignidade da pessoa humana, esta violência
não atinge apenas sua integridade física, mas sua dignidade espiritual “A dignidade do ser
humano não repousa apenas na racionalidade; no processo educativo, por exemplo,
procuramos atingir a razão, mas também a emoção, isto é, corações e mentes” (SOARES,
2004, p. 12).
A valorização da história da África e dos africanos pela Escola Municipal João Alves da
Nóbrega encontra eco em nossas raízes mais profundas, discutir estes temas com nossas
crianças é procurar atingi-las com racionalidade e emoção é lutar por uma nova estética social
– o respeito a todos os humanos.

20 - CULTURA SUL-MATO-GROSSENSE

A ação humana ao longo do tempo produziu significados, símbolos e bens culturais,


amalgamados em sua existência no mundo e com o mundo, o homem é produtor de cultura.
Os bens culturais devem ser acessíveis a todos e a cultura no plural valorizada, não apenas as
nossas manifestações culturais, mas do outro. Para (BRASIL, 2005) o outro é o diferente, a
possibilidade, o limite, diferente, contorno e possibilidade, “Aquilo que permite que alguém
se reconheça em si mesmo pela diferenciação que estabelece com ele” (BRASIL, 2005, p,
15).
O outro pode pessoas ou grupos, uma palavra, um pensamento, a cidade, escola, lei,
regra, hábitos e costumes, o outro também é produtor de cultura, a convivência com o outro
supõe construção, desconstrução ou reconstrução. A escola é o lócus desta simbiose cultural,
onde a educação acontece pelas influências culturais como resultado das relações
estabelecidas, daí a importância da investigação deste riquíssimo dia e suas relações de nós
com o outro.
É nas práticas escolares que interessa ver e pensar o humano, o educador e o
cidadão, supondo que um profissional da educação precisa saber que práticas podem
ser mais significativas para a educação desejada e planejada na escola, quem as
realiza e como são realizadas, para saber das influências que elas podem ter sobre o
modo de pensar e de viver daqueles que participam dessas práticas (alunos,
professores, funcionários, pais, comunidade) (BRASIL, 2005, p. 17).

A cultura no plural pressupõe a criação de uma escola no plural, multiétnica e


multicultural, De acordo com Brasil (2005) cultura têm um sentido amplo como um conjunto
de práticas sobre as quais o homem transforma a natureza e corresponsável por esta
50

transformação, você pensa cultura no singular e vive cultura no plural. Como conjunto de
conhecimentos, técnicas, valores, crenças, ideias, práticas transformamos nós e o outro pelos
bens culturais que produzimos ao mesmo tempo em que homens e mulheres produzem cultura
são produzidos por lema como humanos, “Isso acontece
pelas práticas de linguagem, de trabalho e de valoração, com as quais são criadas regras que
orientam as relações sociais “ (BRASIL, 2005, p. 26).
O Ministério da Cultura criou em 2004 o Programa Cultura Viva através da Lei 13.018
de 22 de julho de 2014, tendo como base parcerias com entes governamentais e sociedade
civil organizada, cujo objetivo é a ampliação do acesso das pessoas aos meios de produção,
circulação e fluição cultural.
O público prioritário são populações com baixo conhecimento de sua identidade. Um
das principais ações do programa é a criação dos pontos de cultura, visando troca de
experiências, desenvolvimento de ações conjuntas com governos e sociedade civil e
articulação entre os pontos em diversas partes do país.
O programa tem como princípios: o estímulo ao protagonismo social na elaboração e
na gestão das políticas públicas da cultura; a gestão pública compartilhada e
participativa, amparada em mecanismos democráticos de diálogo com a sociedade
civil; a construção de novos valores de cooperação e solidariedade, promovendo a
cultura de Paz e a defesa dos Direitos Humanos (BRASIL, MINC).

Um dos objetivos do Programa Nacional de Cultura Viva, conforme Inciso VII do


Artigo 2º é:garantir o pleno exercício dos direitos culturais aos cidadãos brasileiros, dispondo-
lhes os meios e insumos necessários para produzir, registrar, gerir e difundir iniciativas
culturais (BRASIL, PROGRAMA CULTURA VIVA).
São objetivos da Política Nacional de Cultura Viva:
- Garantir o pleno exercício dos direitos culturais aos cidadãos brasileiros, dispondo-
lhes os meios e insumos necessários para produzir, registrar, gerir e difundir
iniciativas culturais; 
- Estimular o protagonismo social na elaboração e na gestão das políticas públicas
da cultura; 
- Promover uma gestão pública compartilhada e participativa, amparada em
mecanismos democráticos de diálogo com a sociedade civil; 
- Consolidar os princípios da participação social nas políticas culturais; 
- Garantir o respeito à cultura como direito de cidadania e à diversidade cultural
como expressão simbólica e como atividade econômica; 
- Estimular iniciativas culturais já existentes, por meio de apoio e fomento da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
- Promover o acesso aos meios de fruição, produção e difusão cultural; 
- Potencializar iniciativas culturais, visando à construção de novos valores de
cooperação e solidariedade, e ampliar instrumentos de educação com educação; 
- Estimular a exploração, o uso e a apropriação dos códigos, linguagens artísticas e
espaços públicos e privados disponibilizados para a ação cultural (BRASIL,
PROGRAMA CULTURA VIVA).
51

Algumas das ações proposta pelo Programa Cultura Viva poderá ser incentivada e
implementada na escola, através de feiras, exposições, debates, palestras, oficinas, literatura e
outros.
O acesso a bens culturais como direito do cidadão é uma das preocupações deste PPP,
considerando a cultura como indissociável da educação. A importância da inserção da cultura
Sul mato-grossenses neste PPP e a discussão de cultura no cotidiano escolar se dão pelo quase
desconhecimento da História e Cultura Mato-grossense e sul-mato-grossense por nossos
alunos e professores.
Neste sentido a Secretaria de Estado de Educação do Estado de Mato Grosso do Sul
encaminhou ao Conselho Estadual de Educação pedido de parecer sobre a inserção da
disciplina história da cultura sul mato-grossense nas escolas de Mato Grosso do Sul, como
uma das reivindicações do Fórum Estadual de Cultura.
O Conselho Estadual de Educação após debate entre os conselheiros e considerações
diversas, aprovou o Parecer Orientativo nº 235/2006 sobre a inserção da Cultura Sul-Mato-
Grossense na Educação Básica do Sistema Estadual de Ensino (CEE/MS). Neste Parecer
ressaltou que o Sistema Estadual de Ensino não poderia incluir este tema como disciplina
isolada senão perderia a consolidação da cultura de um povo, devendo incluir a cultura sul
mato-grossense como temas transversais nas disciplinas do currículo. No entanto sugeriu
algumas medidas visando assegurar seu conhecimento e valorização, como:
- Promoção de eventos, seminários e congressos sobre o tema;
- Estabelecer uma política em conjunto com a Secretaria de Cultura sobre a
disponibilização de recursos para a viabilização dos projetos citados acima;
- Promover capacitação continuada aos profissionais de educação;
- produzir e adquirir material didático e paradidático sobre o tema;
- Destacar elementos da cultura regional como música, artes plásticas, teatro, literatura,
culinária, dança, poesia, folclore e outras manifestações culturais regionais;
- Proporcionar acesso a bens culturais como teatro, cinema, projeção de filmes e
documentários com temas regionais;
- Incentivar a pesquisa da cultura sul mato-grossense no âmbito da escola;
- Criar mecanismos de valorização da história e cultura sul mato-grossense.
Embora o Conselho Estadual de Educação, não tenha aprovada a inserção da Cultura
Sul-Mato-Grossense na Educação Básica do Sistema Estadual de Ensino, em forma de
disciplina, propôs algumas ações para que a escola contemplasse este tema tão importante.
52

Uma das lacunas do material didático utilizado em nossas escolas é justamente a


ausência da história e cultura sul mato-grossense.
O Historiador Leandro Karnal, numa instigante obra sobre a História na sala de aula:
conceitos, práticas e propostas, comenta que ensinar História é dialogar com o passado e o
presente, mas como dialogar com este passado se a história está ausente dos manuais
didáticos? Uma das alternativas é pesquisar nas fontes, bibliotecas, programas de pós
graduação, centros de documentação. A historiografia sobre Mato Grosso e Mato Grosso do
Sul é vastíssima, embora não possa ser encontrada, em raras exceções, em manuais didáticos,
compilados e prontos para serem usados, é preciso arregaçar as mangas e se debruçar na
leitura envolvente da Cultura, Memória e História Regional. A contribuição, nas referências
bibliográficas pode-se encontrar uma pequena bibliografia a respeito da memória, cultura e
historia de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Explicar como a ação humana processou as transformações ocorridas num
determinado tempo e espaço, sem fazer referências a processos historiográficos, pode supor
uma história estática, positivista e não um processo transformador e em transformação.
Ao defrontar-se com os temas clássicos da História Moderna, o professor deve estar
apto a realizar cortes ou acréscimos, jamais supondo um direito sagrado do texto
em ditar o procedimento exato para cada sala e para escola. Saber cortar e adicionar
é uma das habilidades mais desejáveis no magistério de História (KARNAL, 2010,
p, 130).

Para Leandro Karnal, além dos recortes necessários, o professor também pode
promover acréscimos, decidir, por exemplo, incluir em suas aulas a História da Vida
Privada3, que apontam uma análise sociológica, sem ênfase na enunciação de nomes.
Também pode inserir discussão sobre a contestação juvenil violência urbana, das mulheres,
trabalhadores escravizados, homossexuais, prostitutas, dos desejos e da sensualidade, e
obviamente, a ocupação, colonização e expansão da Fronteira Oeste portuguesa – Mato
Grosso Colonial. No entanto, estes acréscimos, devem ser bem planejados, a fim de não
parecer adereço ou ilustração, para não deixar a impressão para o aluno, que o importante
mesmo é estudar os grandes feitos e revoluções, como o Renascimento, a Expansão Marítima,
o Absolutismo, a Reforma Protestante ou as Guerras Napoleônicas e a Revolução Francesa
(MELLO, 2012).
O professor deve considerar a realidade da trincheira, o cotidiano da sala de aula, e
não apenas as teorias geopolíticas e estratégicas, traçadas pelos administradores escolares,

3
Referência à coleção sobre a História da Vida Privada, organizada por Philippe Áries e Georges Duby e ainda a
versão brasileira dirigida por Luiz Felipe Alencastro.
53

grandes redes de ensino ou mesmo grandes editoras. Neste sentido, percebe-se que não existe
interesse na inclusão de temas regionais nos manuais didáticos de circulação nacional. A
inclusão da História e Cultura Regional nestes manuais demandaria edições regionais, cujos
custos seriam absorvidos por estas redes ou seus respectivos clientes, portanto, fora da ótica
que os move – o lucro.
O Festival de Inverno de Bonito, A Festa da Guavira e as Festas Juninas, são exemplos
de Cultura Viva, ao alcance de nossos olhos, corações e emoções, são um convite para
participar e conhecer um pouco de nossa História.
A História de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul como caso fascinante de fronteira é
singular no processo de ocupação e colonização da América Meridional.
Como agentes do colonialismo europeu, luso-brasileiros perscrutaram sertões,
transpuseram serras e pantanais, preando e ocupando territórios de povos ameríndios, e
desafiaram castelhanos, também em missões de conquistas. Empreendimento de quase três
séculos que, para traçar os contornos de um território oscilante dado aos tratados de limites
coloniais, envolveu descobridores, colonizadores, aventureiros, caminheiros e distintos
segmentos subalternizados4. Foi numa circunstância, de exploração, expansão, ocupação e
povoamento colonial, que se organizou a Capitania de Mato Grosso (MELLO, 2012).
Para Mello (2012) Índios, ouro, pedras5, objetos de cobiça dos luso-brasileiros,
reproduziram-se rapidamente nas visões do paraíso e nas imagens do Itaverá, influenciando
de modo admirável o imaginário colonial, pautando incontáveis expedições procedentes do
litoral rumo ao espaço mato-grossense6. O sonho da serra dourada os aventureiros de
Piratininga alternavam-se com a realidade de práticas de penetração para preagem do nativo,
visto como o remédio oriundo do sertão7.
Na primeira metade do século 18, a procura do remédio do sertão significava
perspectiva de ascensão8social, e ao mesmo tempo, probabilidade de alcançar as ricas minas
das índias de Castela9. A sequencia de pensamentos e de vagas ideias levou peregrinos,
mercadores e viajantes a organizarem-se em expedições para atravessarem o sertão rumo ao

4
COSTA, Maria Fátima. História de um País Inexistente: O Pantanal entre os séculos XVI e XVIII. São Paulo:
Kosmos, 1999. p. 26.
5
TAUNAY, Affonso de E Índios! Ouro!Pedras! São Paulo: Melhoramentos, 1926.
6
HOLANDA, Sérgio Buarque de Holanda – Visões do Paraíso – Os motivos edênicos no descobrimento e
colonização do Brasil. 2ª edição. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1969.
7
MONTEIRO, John Manuel. Negros da Terra e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia
das Letras, 2000, p. 85.
8
MONTEIRO, op. cit. p. 86.
9
HOLANDA, Sergio Buarque de. Visões do Paraíso – Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do
Brasil. 2 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1969. p. 99.
54

extremo oeste brasileiro. No intento de buscar o nativo destinado às lavouras litorâneas,


muitas expedições ignoravam os limites já estabelecidos pelos tratados diplomáticos entre
portugueses e espanhóis.
Este é um pouco de nossa História de Índios, ouro, pedras.

21 – CONSELHO ESCOLAR

O Conselho Escolar é um órgão colegiado criado pela Lei n° 10.172/2001, com suporte
na LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n° 9394/96, noArtigo 14, que
trata dos princípios da Gestão Democrática, tendo por atribuição deliberar sobre questões
pedagógicas administrativas, financeiras, no âmbito escolar.
Art.14 que: Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática de
ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e
conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na
elaboração do projeto político-pedagógico da escola; II-participação das
comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes (BRASIL,
LDB).

Neste sentido, o Conselho Escolar é uma importante ferramenta da gestão Democrática


na toma da de decisões, composto por representantes das comunidades escolar e local. De
acordo com o Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, do MEC, a
gestão democrática implica a efetivação da participação de todos nos processos de decisão,
baseados em uma dinâmica que favoreça os processos coletivos e participativos, dentre eles
os Conselhos Escolares.
A participação pode ser entendida, portanto, como processo complexo que envolve
vários cenários e múltiplas possibilidades de organização. Ou seja, não existe apenas
uma forma ou lógica de participação: há dinâmicas que se caracterizam por um
processo de pequena participação e outras que se caracterizam por efetivar processos
em que se busca compartilhar as ações e as tomadas de decisão por meio do trabalho
coletivo, envolvendo os diferentes segmentos da comunidade escolar (BRASIL,
2004, p. 16

Para que estas dinâmicas possam se efetivar no cotidiano escolar é necessárias


condições favoráveis, repensar a cultura escolar, descentralizar decisões, ouvir alunos, pais,
professores, profissionais da educação a serviço da escola, distribuir funções, delegar poderes.
A garantia pelo gestor escolar e mantenedora de infraestrutura, pessoal qualificado e apoio
estudantil é fundamental para o sucesso da gestão democrática e dos conselhos escolares.
Pensarmos a democratização implica, portanto, compreendermos a cultura da escola
e dos seus processos, bem como articulá-los com as relações sociais mais amplas. A
compreensão dos processos culturais na escola envolve diretamente os diferentes
segmentos das comunidades local e escolar, seus valores, atitudes e comportamentos
(BRASIL, 2004, p. 26).
55

Para Lemos (2013) a criação, funcionamento e participação dos Conselhos Escolares,


contribuem para a superação do modelo autoritário de gestão que ainda insiste com
permanecer no ambiente escola, há necessidade de ruptura com este modelo não de
continuidade.
[...] o caminho já conquistado dos Conselhos Escolares, se constitui numa realidade
poderosa de continuidade desta luta que alunos e professores já nos ensinaram ser
possível e viável nesta trajetória. Agora chegou a ora de integrar pais, funcionários,
gestores e a comunidade do entorno da escola (LEMOS, 2013, p. 48).

De acordo com Lemos (2013) os Conselhos Escolares são espaços privilegiados para se
conquistar a Gestão Democrática Participativa, contribuindo para a formação continuada de
seus integrantes para tomarem a escola de forma democrática. Só em definir os rumos da
gestão através do Projeto Político Pedagógico já aponta para uma ação revolucionária – a
gestão democrática na escola, “O Conselho Escolar poderá se tornar uma das estratégias mais
poderosas de se educar a população do Brasil a tomar este país democraticamente” (LEMOS
2013, p. 49).
Para O Programa de Fortalecimento dos Conselhos Escolares (MEC) os Conselhos
Escolares são órgãos colegiados composto por representantes da Comunidade Interna e
Externa da Unidade Escolar que têm como atribuição deliberar sobre questões político-
pedagógicas, administrativas, financeiras. Também tem a função de analisar as ações da
escola e utilizar-se dos meios a seu dispor para fazer a escola cumprir sua finalidade,
representando a comunidade escolar e atuando em conjunto para definir os caminhos da
escola e tomar decisões em ação colaborativa.
Representam, assim, um lugar de participação e decisão, um espaço de discussão,
negociação e encaminhamento das demandas educacionais, possibilitando a
participação social e promovendo a gestão democrática. São, enfim, uma instância
de discussão, acompanhamento e deliberação, na qual se busca incentivar uma
cultura democrática, substituindo a cultura patrimonialista pela cultura participativa
e cidadã. (BRASIL, 2004, p. 34).

Neste sentido os Conselhos Escolares precisam ser fortalecidos. A Escola Municipal


João Alves da Nóbrega, no sentido de democratizar a gestão, propõe trabalhar de forma
colaborativa com o Conselho Escolar, para juntos construirmos uma escola de qualidade,
inclusiva, cidadã e acima de tudo uma escola para todos.

22 - BULLYING
56

A violência escolar se agudizou nos últimos anos no ambiente da escola, preocupando


profissionais da educação, pais, judiciário e a sociedade como um todo, este fenômeno e
comportamento violento recebe o nome de bullying. Para Fante (2005), bullying é um
conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, ocorrem sem motivação, adotados
por um ou mais alunos, causando dor, angústia e sofrimento.

Insultos, intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente,


acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a
vida de outros alunos levando-os à exclusão, além de danos físicos, morais e
materiais [...] (FANTE, 2005, p. 28)

O bullying é uma palavra derivada do verbo inglês bully, termo usado para designar
alguém cruel, intimidador e agressivo.
O termo, adotado em vários países, vem definir todo tipo de comportamento
agressivo, intencional e repetido inerente às relações interpessoais. Ofender, zoar,
gozar, encarnar, sacanear, humilhar, discriminar, excluir, isolar, ignorar,
intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, dominar, bater,
chutar, empurrar, ferir, roubar e quebrar pertences são comportamentos típicos do
fenômeno (GUIMARÃES, 2009).

Para Guimarães (2012) o bullying é um problema mundial, não se restringindo a


nenhuma instituição, afetando a todas indistintamente, umas em maior ou outras em menor
grau, mas é um problema contínuo e recorrente. Há escolas que admitem outras não e ainda
aquelas que negam a enfrentá-lo.

A escola é o primeiro contato da criança com o âmbito público, sendo um espaço


plural por natureza. Justificando-se na agitação da vida moderna, onde as famílias
têm um, no máximo dois filhos, sendo deixados em creches e escolas cada vez
mais cedo, os pais, indiretamente, transferem a responsabilidade pela educação
dos filhos às escolas (GUIMARÃES, 2009).

Difícil não encontrar algum profissional da educação ou aluno (a) que não tenha sofrido
bullying ou presenciado algum tipo de intimidação ou mesmo violência. Este comportamento
agressivo, ganha força também nas redes sociais – cyberbullying.

O cyberbullying – a versão on-line da prática – tem potencial para fazer ainda


mais vítimas que o bullying tradicional. A versão virtual do fenômeno, através de
e-mails, páginas na web, sites de relacionamento, programas de bate-papo,
mensagens via celular, favorecidos na maioria das vezes pela facilidade do
anonimato, vem tomando proporções geométricas. (GUIMARÃES, 2012).

Para o Filósofo Gabriel Chalita (2008), o bullying acontece de forma direta ou indireta.
A forma direta, mais comum entre meninos, é contra a própria pessoa, de forma clara e com
57

frequência, são insultos, xingamentos, apelidos, racismo, preconceito ou agressões físicas ou


ainda qualquer tipo de submissão. Já a forma indireta, mais comum entre meninas, ocorre com
o isolamento social da vítima, difamação, fofocas, boatos, intrigas, insinuações e indiferença.
Existem algumas medidas que podem contribuir, pelo menos em parte, para amenizar
este problema. Uma delas é o esclarecimento do que seja bullying, ouvir alunos e pais de
alunos, conscientização, acompanhamento, trabalhar as diferenças e a inclusão, ensinar
respeito, cidadania e direitos humanos e encaminhar os casos mais graves ao Conselho
Tutelar e/ou outras providências.
Para Chalita (2008) adotar políticas públicas para tomada de decisão, como um conjunto
de ações coletivas para a garantia de direitos e assumir compromisso. O combate ao bullying
é um compromisso de todos. A adoção de Políticas públicas é um dos caminhos no combate
ao bullying. Políticas Públicas é um conceito de política e de administração que designa certo
tipo de orientação para a tomada de decisões em assuntos públicos. È o conjunto de ações
coletivas voltadas para a garantia dos direitos sociais, configurando compromisso público
para dar conta da demanda social. Não é compromisso apenas da escola ou da família.
Para que a família, a escola e a sociedade possam desempenhar suas funções e dar
conta delas, é necessária também a existência de políticas públicas que contemplem
as necessidades humanas em todas as suas dimensões: educação, saúde, segurança,
lazer e moradia. CHALITA (2008, p.243).

Para Fante (2005) existe a vítima típica de bullying e a vítima provocadora. A vítima
típica é aquela que sofre de forma sistêmica agressões verbais, física, sexuais ou emocionais,
às vezes é um aluno (a) tímido (a), inseguro, submisso, de baixa estima e que, às vezes, não
reage justamente pela condição de submissão em relação ao agressor. A vítima provocadora é
caracterizada pela agressividade, revida as agressões, são alunos (as) que sofrem maus tratos,
apelidos gozações e tentam com o revide de libertar destes constrangimentos (FANTE, 2005,
p. 71).
Para Esteve & ARRUDA (2014), Alguns sinais que podem ocorrer com as vitimas do
bullying e pedem uma atenção especial dos pais quando observado em seus filhos;
• Enurese noturna (urinar na cama)
• Distúrbios do sono (como insônia)
• Problemas de estômago (dor e falta de apetite)
• Dores e marcas de ferimentos
• Transtornos alimentares (bulimia, anorexia)
• Isolamento social/ poucos ou nenhum amigo
58

• Tentativas de suicídio
• Irritabilidade / agressividade
• Ansiedade
• Depressão
• Relatos de medo regulares
• Medo e recusa de ir à escola
• Demonstrações constantes de tristeza
• Mau rendimento escolar
• Atos deliberados de autoagressão escola (Revista Eletrônica Saberes da Educação –
Volume 5 – nº 1 – 2014).
De acordo com a Lei Estadual/MS n° 3.887, de 06/05/2010, que dispõe sobre medidas
de conscientização, prevenção e combate ao bullying escolar, considera-se bullying contra os
alunos ou professores, acarretar a exclusão social; subtrair coisa alheia para humilhar;
perseguir; discriminar; amedrontar; destroçar pertences; instigar atos violentos, inclusive
utilizando-se de meios tecnológicos.
O Programa de prevenção ao bullying tem como objetivo prevenir e combater a prática
do bullying. Orientar e advertir os agressores sobre as consequências e punições da prática do
bullying que pode ser enquadrada nos crimes de ameaça, lesão corporal, injuria dentre outros
e que são passíveis de pena, que vão desde advertência, até a aplicação de medidas sócio
educativas, liberdade assistida, prestação de serviço à comunidade, à semiliberdade e até
mesmo a prisão. Envolver a família no processo de percepção, acompanhamento e solução do
problema. Encaminhar as vítimas e agressores aos serviços de assistência social, psicológica e
jurídica, quando necessário.
Para Fante (2005) é oportuno que os pais reflitam sobre a conduta dos filhos no
ambiente escolar e o modelo de educação familiar predominante em casa.
Nem sempre os pais se dão conta de que certos comportamentos que o filho
manifesta são aprendidos em casa, como resultado do tipo de interação entre os
familiares que é percebida por ele; muito menos procuram checar e refletir se o que
o filho está realmente aprendendo tem relação com aquilo que “eles pensam” que
está sendo ensinado (FANTE, 2005, p. 76).

Não há como negar ou omitir que este problema atinge todas as escolas. A Escola
Municipal João Alves da Nóbrega, ao incluir este tema no Projeto Político Pedagógico propõe
discutir, refletir e adotar práticas que incentivem a aceitação da diversidade, inclusão,
promoção da cidadania e respeito aos direitos humanos como forma de combater, prevenir e
minimizar este problema.
59

Neste sentido, a escola num trabalho interdisciplinar promove discussões em sala aula,
trabalha o tema com a família e discute o assunto nas reuniões pedagógicas, no sentido de
promover no ambiente escolar uma cultura de respeito à diversidade e não ao bullying.

23 – DIREITO DO CONSUMIDOR

O consumidor ao reivindicar seus direitos esta exercendo plenamente sua cidadania. A


Lei Estadual/MS nº 3.922 de 30 de Junho de 2010, Institui que as escolas públicas e privadas
conveniadas com o Estado de Mato Grosso do Sul devam dispor de embasamento teórico e
prático concernentes aos direitos do consumidor. De acordo com o Artigo 2º As escolas
oportunizarão aos alunos, por intermédio de parcerias com institutos, empresas públicas,
órgãos não governamentais e entidades sociais a associação do conhecimento empírico dos
alunos ao conhecimento científico, visando à conscientização sobre os direitos do
consumidor.
Oportunizar aos alunos conhecimento sobre os direitos do consumidor e incentivar o
exercício deste direito, vai ao encontro da filosofia deste PPP - promoção da cidadania As
atividades aludidas na Lei 3922 em defesa do consumidor devem ser ministradas na escola,
sem prejuízo de outras atividades, mediante: a) palestras; b) debates; c) seminários.
Como sujeito de direitos, os alunos da Escola Municipal João Alves da Nóbrega
recebem orientações em sala de aula de como exercer seus direitos de consumidor,
considerando a variedade da oferta de bens e serviços colocados a sua disposição, desde
prazos de validade; informações sobre composição e/ou formula de produtos; garantia de
estudar em escola próxima a sua casa; troca de produtos; serviços bancários; telefônicos;
postais; enfim direitos que às vezes nem sabemos que temos.
Neste sentido, a escola deve incentivar atividades em sala de aula capazes de promover
debate e conscientização sobre direitos do consumidor como forma de garantia da cidadania,

24 – PREVENÇÃO AO USO DEDROGAS

O consumo de substâncias psicoativas é um dos grandes problemas a serem enfrentados


pela sociedade. Fale-se em descriminalização, legalização, proibição, criminalização, cada
segmento da sociedade tem um olhar diferente sobre o assunto. Ao nível das ideias surgem às
60

soluções, na prática perdemos nossos jovens a este mundo sombrio. A legislação brasileira
tem sustentado uma concepção abrangente de saúde, se baseando num modelo de atenção
integral a saúde. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais: Terceiro e Quarto
Ciclos do Ensino Fundamental/ Temas Transversais, é necessário educar para a saúde
considerando-se todos os aspectos da formação de hábitos e atitudes no cotidiano escolar “Por
esta razão, a educação para a Saúde será tratada como tema transversal, permeando todas as
áreas que compõem o currículo escolar” (BRASIL, 1998, p. 245).
Para Brasil (1998) um modelo abrangente de análise do binômio, saúde-doença no país,
considera a forma de organização da sociedade.
Esse modelo não nega a existência e/ou a relevância do fenômeno biológico, muito
menos o processo de interação que se estabelece entre o agente causador da doença,
o indivíduo suscetível e o ambiente. No entanto, prioriza o entendimento de saúde
como valor coletivo, de determinação social. Esta concepção traz em seu interior a
proposição de que a sociedade se organize em defesa da vida (BRASIL, 1998, p.
250).

Neste entendimento, o processo saúde-doença e seus determinantes levam a concluir que


nenhuma pessoa pode ser considerada totalmente saudável ou totalmente doente, ao longo de
sua existência vive condições de saúde-doença de acordo com suas potencialidades e
condições de vida. Assim, a promoção à saúde, ocorre quando são asseguradas as condições
de vida digna por meio da educação, estilo de vida e ambiente saudável, desenvolvimento de
aptidões e capacidades individuais. A maioria das doenças e deficiências poderia ser evitada
por meio de ações preventivas.
Neste cenário, a educação para a Saúde pode cumprir papel destacado: favorece o
processo de conscientização quanto ao direito à saúde e instrumentaliza para a
intervenção individual e coletiva sobre os condicionantes do processo saúde-doença
(BRASIL, 1998, p. 255)

No sentido de promoção a saúde e ações preventivas, o papel da escola é fundamental.


Estas ações preventivas englobam também ações de prevenção ao uso de substancias
psicoativas. Educar para a saúde é responsabilidade de todos, porém, [...]a escola ainda é a
instituição que privilegiadamente, pode se transformar num espaço genuíno de promoção da
saúde (BRASIL, 1998, p. 259).
Para Lev Semenovitch Vygotsky pensador bielorusso nascido em 1896, pioneiro no
estudo do desenvolvimento intelectual da criança através de interações sociais e interação de
vida. Para ele, existe relação entre o aprendizado e o desenvolvimento desde a primeira
infância até o convívio com pessoas mais experientes, criando a partir desta interação o
61

conceito de Zona de desenvolvimento Proximal, cujo fundamento consiste na pessoa resolver


o problema sozinho, ou com a ajuda de alguém.
[...] o comportamento humano se forma a partir das peculiaridades e condições
biológicas e sociais do seu desenvolvimento, o fator biológico determina a base, o
fundamento [...] ao mesmo tempo é evidente que este novo sistema de reações é
totalmente determinado pela estrutura do ambiente n qual o organismo cresce e se
desenvolve, por esse motivo, toda educação inevitavelmente tem caráter social
(VYGOTSKY, 2003, p. 75)

Neste sentido para Vygotsky, a educação deve educar o aluno para educar a si próprio.
Resolver um determinado problema com a ajuda de alguém é sempre mais fácil. Neste sentido
e exercendo seu papel de formulador de políticas públicas, a Prefeitura Municipal de Bonito
instituiu o dia 26 de junho como o Dia Municipal de Combate ao uso de drogas, através da
Lei Municipal 1.204 de 24 de junho de 2010. Para execução da lei, serão realizados debates,
ciclos de palestras, atividades culturais e esportivas, bem como outras manifestações
instrutivas do gênero, em caráter de colaboração entre a Secretaria Municipal de Educação,
Secretaria Municipal de Saúde, Fundação de Cultura e de Esportes de Bonito e o Conselho
Municipal Antidrogas.
Neste sentido foi firmado acordo com a Polícia Militar através do PROERD, atividades
semestrais para os alunos do Quinto Ano do Ensino Fundamental. As aulas serão ministradas
por um Policial Militar, capacitado pela Polícia Militar, tendo como objetivo Ensinar Técnicas
de Resistência às pressões para o uso de drogas, desenvolverem a autoestima, oferecer
estratégias preventivas para reforçar fatores de proteção.
Para Maria Fátima Olivier Sudbrack do Laboratório de Programas de Estudos e Atenção
às Dependências Químicas da Universidade de Brasília, a prevenção ao uso de drogas deve
envolver a sociedade como um todo. Família, escola e instituições, devem elaborar ações
preventivas como parte desse enfrentamento. Essas ações devem ser cotidianas, pois o apelo
ao consumo de drogas é uma constante, sobretudo, entre adolescentes. Dentre estas ações, o
trabalho com projetos no ambiente escolar de forma sistematizada e planejada, tem maiores
possibilidades de êxito (PELLIN, 2011).
Elaborar uma proposta de prevenção nada mais é do que planejar o que fazer antes
de executar a ação. O planejamento costuma ser organizado e apresentado sob a
forma de um projeto, que pode ser definido como um conjunto de atividades
coordenadas e previstas para serem realizadas em um tempo determinado, como
objetivos bem definidos (SUDBRACK, 2010, p. 266).

É possível uma sociedade sem drogas? E uma escola sem drogas?


Esta instigante pergunta, reflete a complexidade que envolve a problemática do
consumo de drogas entre crianças e adolescentes em idade escolar. Esse enfrentamento
62

demanda políticas públicas tanto quanto ao controle e redução da oferta por parte das
instituições do estado voltadas a repressão, quanto, as ações para reduzir a demanda
(PELLIN, 2011)
Reduzir a demanda significa adotar uma postura ousada, quanto são ousadas as
posturas dos que fazem do consumo de drogas ilícitas (e também lícitas), um comércio
lucrativo. Para Sudbrack, no controle e redução da oferta está à ação de justiça, segurança
pública e defesa, e na redução da demanda, políticas de prevenção envolvendo ações de
saúde, educação, assistência, proteção, entre outras. Entretanto, essas políticas só terão
eficácia se resultar de ações integradas de proteção à criança e ao adolescente.
A prevenção ao uso de substâncias psicoativas no ambiente escolar requer a promover
uma cultura de prevenção ao consumo de drogas, capaz de possibilitar interação entre escola e
comunidade, aproximando pais, educadores e sociedade, no cotidiano escolar.
É possível sim uma escola livre das drogas.

25 – PDE (Programa de Desenvolvimento da Educação)

O gestor escolar muitas vezes enfrenta dificuldades de financiamento na execução dos


projetos e prioridades da escola. Os recursos são fundamentais para a efetivação do trabalho
didático, pedagógico e administrativo. Desde pequenos reparos que necessitam de pronto
pagamento, até a execução de um projeto, exposição, desfiles cívicos, feira cultural, às vezes
excedem a capacidade de captação de recursos da Unidade Escolar. Para David (2015) podem
ser adquiridos com recursos do PDDE:
[...] à aquisição de material permanente; à manutenção, conservação e pequenos
reparos da unidade escolar; à aquisição de material de consumo necessário ao
funcionamento da escola; à avaliação de aprendizagem; à implementação de projeto
pedagógico; e ao desenvolvimento de atividades educacionais (DAVID, 2015, p.
13).

Como proceder quando o orçamento não permite a realização da intenção de


fazerdescrita no PPP? A resposta transcende a simples vontade e passa pela capacidade
orçamentária da instituição.
Para David (2015) o orçamento é um plano completo do que se deseja realizar “[...] por
meio de um plano de trabalho que esclarece os objetivos que devem ser atingidos, os custos e
as fontes de recursos” (DAVID, 2015, p. 4). Para o financiamento da educação pública
existem duas fontes de recursos: público e privado.
63

Os recursos públicos utilizados no financiamento da educação provêm da receita de


impostos arrecadados pelos três entes, de transferências constitucionais, da
contribuição social do salário-educação e de outras contribuições sociais [...] Os
recursos privados obtidos têm a sua aplicação realizada diretamente pelo setor
privado, em funções de natureza pública, de forma voluntária. São arrecadados pelas
escolas junto à comunidade, por meio de contribuições, doações, parcerias e
realização de eventos (festas, bingos, gincanas etc.). Representam um esforço da
própria escola e da Unidade Executora10a ela vinculada (DAVID, 2015, p. 7;9).

Dos recursos públicos administrados pelas unidades escolares, destaca-se o PPDE. Para
David (2015) este programa foi criado em 1995 tendo por finalidade prestar assistência
financeira em caráter suplementar às escolas públicas da Educação Básica.
O PDDE engloba várias ações e tem como objetivo melhorar a infraestrutura física e
pedagógica das escolas, e também reforçar a autogestão escolar nos planos
financeiro, administrativo e didático, de forma a contribuir para elevar os índices de
desempenho da Educação Básica. Não há necessidade de celebração de convênios
ou de qualquer outro instrumento congênere para que os recursos do PDDE sejam
transferidos às Unidades Executoras, explica o FNDE. Os repasses são realizados de
acordo com o número de alunos matriculados nas escolas, extraído do Censo Escolar
do ano anterior ao do repasse (DAVID, 2015, p. 12).

De acordo com (Brasil, 2006) o PDDE é uma ferramenta gerencial, auxilia a escola na
definição de suas prioridades e estratégias convertendo-as em metas educacionais, como
alcançá-las, quais resultados atingidos e avaliar seu desempenho “O PDE como ferramenta
gerencial, não substitui o pedagógico e sim o complementa. Não indica o método pedagógico
a ser adotado, mas sinaliza se este está falhando” (BRASIL, 2006, p. 11).
No PDE, a escola analisa o seu desempenho, seus processos, suas relações internas e
externas, seus valores, sua missão, suas condições de funcionamento e seus
resultados. A partir dessa análise, projeta o seu futuro, define aonde quer chegar, que
estratégias adotará para alcançar seus objetivos, que processos desenvolverá, quem
estará envolvido em cada processo e qual o perfil de saída de seus alunos (BRASIL,
2006, p. 21).

Os resultados que a Escola João Manoel da Nóbrega é a excelência na qualidade do


ensino ministrado. Para o PDDE, entende-se por excelência o desenvolvimento de relações
interpessoais capazes de conduzir a atitudes positivas que coloca o aluno como foco das
preocupações, que dispõe de recursos didáticos e material escolar, instalações e condições de
funcionamento e participação dos pais
Além disso, uma escola de qualidade é aquela que constrói um clima escolar que
favorece o processo de ensino-aprendizagem e que define e organiza processos que
conduzem ao alcance de seus objetivos. A reunião dessas características se traduzirá
em bom desempenho dos alunos (BRASIL, 2006, p. 7).

10
Entidade de direito privado, sem fins lucrativos, representativa da comunidade escolar (Conselho Escolar,
Caixa Escolar, Conselho Diretor, Associação de Pais e Mestres etc.),responsável, entre outros compromissos e
obrigações, pelo recebimento e execução dos recursos financeiros transferidos diretamente pelo FNDE (PDDE)
(DAVID, 2015).
64

Para a construção de uma escola de qualidade não basta quadros humanos de excelência,
mas condições materiais disponíveis para realização plena do processo de ensino e
aprendizagem. O PDDE como ferramenta gerencial e fonte de recursos é um instrumento
complementar em direção a uma escola inclusiva, cidadã, multicultural e de qualidade.

26 – LIXOCONSCIENTE

A sustentabilidade é um dos princípios norteadores da Escola Municipal João Alves da


Nóbrega, ocupando destaque neste PPP. Como sonho de bem viver e equilíbrio dinâmico com
o meio ambiente, defende a ecopedagogia como promoção da aprendizagem a partir das ações
cotidianas, dinâmica da escola, respeito ao meio ambiente e todas as formas de vida
(GADOTTI, 2013).
Na defesa da ecopedagogia, uma das principais preocupações é com o destino correto
dos resíduos descartados pela comunidade local e a adoção de uma cultura do lixo consciente.
De acordo com a Lei 9795 de 27 de abril de 1999 que Dispõe sobre a educação ambiental,
institui a Política Nacional de Educação Ambiental, entende-se por educação ambiental os
processos nos quais os indivíduos e a coletividade constroem valores sociais para a
conservação do meio ambiente(BRASIL. Para Weis (1997) a educação tem papel
fundamental na formação de consciências, tanto individual quanto coletiva.

Quando se trata de Educação Ambiental falamos de uma consciência que,


sensibilizada com os problemas socioambientais, se volta para uma nova lógica
social: a de uma sociedade sustentável, onde a partir de uma compreensão da
interdependência dos fenômenos socionaturais, humanidade e natureza se
reconciliem e busquem uma forma de vida mais harmônica e compartilhada (WEID,
1997, p.73)

Formação de consciências é uma questão de cidadania. Neste contexto, “A educação


ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar
presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em
caráter formal e não-formal” (BRASIL, 1999).
De acordo com a lei, como parte do processo educativo todos tem direito a educação
ambiental, cabendo às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira
integrada aos programas educacionais que desenvolvem. No artigo 5º da referida lei (9795 de
27 de abril de 1999), Artigo 5º, Inciso III são objetivos fundamentais da educação ambiental: I
65

“[...]o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental


e social” (BRASIL, 1999).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Meio Ambiente acentuam que a principal
função de trabalhar o tema meio ambiente nas escolas é contribuir para a formação de
cidadãos conscientes aptos atuarem na sociedade de forma compromissada com realidade
socioambiental, “Para isso é necessário que, mais do que informações e conceitos, a escola se
proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e aprendizagem de
procedimentos. E esse é um grande desafio para a educação” (BRASIL, 1998).
O Município de Bonito/MS aceitou este desafio ao instituir através da Lei 1.172 de 3 de
julho de 2009, o Projeto Lixo Consciente, uma ideia legal para Bonito que visa esclarecer e
informar a população de Bonito sobre a forma correta de acondicionamento dos resíduos
orgânicos e recicláveis, bem como os respectivos horários de postura no passeio público para
a coleta.
As escolas municipais são parceiras neste esforço concentrado sobre a destinação
correta dos resíduos orgânicos e recicláveis. A Escola Municipal João Alves da Nóbrega num
trabalho coletivo, incentiva a formação de consciência em nossos alunos sobre a
sustentabilidade e qualidade de vida, proporcionado pelo Projeto Lixo Consciente.

27 – ESCRITURAÇÃO ESCOLAR E ARQUIVOS

A escrituração escolar é entendida como um conjunto de instrumento que


contém dados, informações e títulos comprobatórios da entidade e vida escolar dos alunos e
dos atos escolares que legitimarão as ocorrências do processo ensino-aprendizagem
(CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE AQUIDAUANA, 2009).
Constitui-se ainda no elemento que confere a veracidade e autenticidade a ação
educativa, não se admitindo omissão na sua feitura e organização, as quais deverão pautar-se
na correção, zelo e cumprimento a legislação. A organização ocorre da seguinte forma:
I – ARQUIVO ESCOLAR – ordena e preserva os documentos,
destinado a garantir a manutenção dos dados e informação da escrituração escolar. É dividido
em dois sendo:
Arquivo Ativo, que arquiva todas as pastas com assentamento
individuais e todos os documentos que se referem aos alunos matriculados.
66

Arquivo Passivo, que arquiva todas as pastas com assentamento


individuais de ex- alunos.
II – DOCUMENTAÇÃO ESCOLAR – registra fatos da vida escolar
dos alunos, sendo simples, autentico, racional, funcional, com finalidade de assegurar a
regularização da vida escolar de cada aluno. Documento necessários:
1 – Requerimento de matricula: que registra o aluno em uma determinada série.
Os dados dos alunos serão preenchidos somente com a fotocópia ou transição da certidão de
nascimento legível e conferida com a original. Será datado e assinado pelo funcionário
responsável, também pelo aluno quando de maior, pelo pai ou responsável quando menor de
idade, finalmente será deferida pelo diretor.
2 – Histórico escolar: documento que registram a vida escolar do aluno. será
preenchido, em duas vias, sendo uma entregue ao aluno e outra arquivada em sua pasta, sem
rasuras, devidamente datado e assinado pelo secretário e diretor da Unidade Escolar.
Todos os esclarecimentos sobre a vida escolar do aluno, tais como: notas para
transferência, adaptação, prova especiais, reclassificação ou classificação, devem ser
apostilados no verso do histórico escolar, contendo data e assinatura do secretário e diretorda
Unidade Escolar.
3 – Diário de Classe: registra um resumo dos conteúdos aplicados e frequência
dos alunos, bem como a carga horária previstano Quadro Curricular e média bimestral dos
alunos. É somente de uso do professor regente. Será conferido pelo Secretario Escolar e
verificado e vistado bimestralmente pela diretora, não sendo permitido a sua retirada da
Unidade Escolar, pois os mesmos deverão permanecer na secretaria para informações
necessárias.
4 – Mapa Selecionador de canhotos: documento obrigatório, no arquivo,
composto por canhotos bimestrais entregues pelos professores á secretaria, após encerramento
de cada bimestre, na data prevista em calendário escolar, nesses canhotos estará registrado a
frequência dos alunos, aproveitamento, número de aulas previstas e aulas dadas, devidamente
assinado pelo professor.
5 – Atas de resultados finais: principal documento de escrituração escolar, onde
se registra o resultado final da situação do aluno no ano letivo; legitima a vida escolar
servindo como base para expedição do Histórico Escolar, Certificado ou Diploma, não pode
conter rasuras, espaço em branco ou aplicação de corretivos. Será elaborada pela secretaria
da escola, após o término de cada ano letivo, conferida e assinada pela diretora da Unidade
Escolar.
67

III – LIVRO PONTO: livro onde os funcionários e professores assinam,


constatando sua presença na Unidade Escolar, para comprovação do cumprimento de suas
obrigações constatando assim o nome do funcionário, dia, mês, ano e assinatura.
IV -LIVROS DE ATA DE REUNIÕES DAAPM,CONSELHOS DE CLASSE,
OCORRENCIA E REUNIÕES DE PAIS, COMO OUTROSLIVROS PERTINENTES A
REGISTROS DE ACONTECIMENTOS: estarão no arquivo para esclarecimentosnecessários
todos os livros atas da Unidade Escolar, onde estarão registradas as discussões e decisões em
cada reunião, devidamente assinados pelo secretário que a lavrou e participantes da reunião.
Também com termos de aberturas e encerramentos datados e assinados pela diretora e
secretário.
V – PORTARIAS QUE REGULARIZAM A VIDA ESCOLAR: devem ser arquivadas
em uma única pasta todas as Portarias enviadas pela Secretaria Municipal de Educação que
estejam regularizando os procedimentos adotados com vistas a vida escolar do aluno da
Unidade Escolar.
VI – LEGISLAÇÕES: deverá ser arquivada toda e qualquer legislação referente à
Educação que serão seguidas rigorosamente por esta Unidade Escolar.
VII- PASTAS DE DOCUMENTOS ESCOLARES: contém documentos
diversos, sejam eles pedagógicos e administrativos:
1- correspondências expedidas;
2- correspondências recebidas;
3- documentos legais;
4- atos legais.
Decorridos o prazo mínimo de 12 anos a escola procederá a incineração dos
documentos abaixo, após registrar o fato em livro próprio.
1- Diário de Classe;
2- Mapas colecionadores de canhotos;
3- Fichas individuais;
4- Provas de classificação.

A escrituração escolar é a história e a alma da escola, conta a trajetória de vida do aluno


e a trajetória profissional dos profissionais da educação que passaram pela Unidade Escolar,
devendo ser preservada como lugar de memória.
68

28 – ARTICULAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO INFANTIL E O


ENSINO FUNDAMENTAL

Acreditamos que o desenvolvimento infantil pleno e a aquisição de


conhecimentos acontecem simultaneamente, começando na Educação Infantil, onde inicia a
construção da autonomia, de cooperação e atuação crítica e criativa desses alunos e se estendo
por toda escolarização da criança. Esta Unidade Escolar recebe na Educação Infantil e Séries
Iniciais do Ensino Fundamental, ciente que os mesmos já possuam hipóteses em relação à
leitura e a escrita, e um conhecimento prévio do mundo, partindo da assertiva de Paulo Freire,
a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra (FREIRE, 1988).
Nossa proposta é construir, na prática pedagógica, metodologias apropriadas às
necessidades e condições preexistentes. O professor de Educação Infantil desta Unidade
Escolar terá como princípios metodológicos:
 tornar a realidade do aluno como ponto de partida para seu trabalho;
 observar as ações infantis e as interações entre as crianças, valorizando essas
atividades;
 confiar na possibilidade que todas as crianças tem de aprender e se desenvolver
conforme seus limites;
 propor atividades com sentidos reais e desafiadores, incentivando a criatividade,
tornando-o um ser avaliador e crítico, porém construtivo;
 favorecer a ampliação do processo de construção dos conhecimentos, valorizando suas
hipóteses e seus conhecimentos de mundo físico e social;
 enfatizar a participação e ajuda mútua, possibilitando a construção da autonomia e de
cooperação;
 aperfeiçoar a postura de estudante que o aluno vem desenvolvendo desde seu ingresso
na escola, o que implica na autonomia e de compromisso de realizar tarefas escolares,
organizar-se e responsabilizar-se pelos seus materiais, cumprindo com os prazos
determinados, planejando suas ações com antecedência, interagindo com os colegas de forma
educada, solidária e cooperativa.
O aluno deverá em seu percurso compreender a cidadania como exercício de direitos e
deveres políticos, social e civil, adotando no cotidiano, atitudes de solidariedade, cooperação
e repúdios à injustiça, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo. Para (Albuquerque &
69

Protásio, 2005) para a compreensão desta transição deve-se considerar as especificidades da


criança no momento da transição.

[...] compreender a infância no processo de transição da educação infantil ao ensino


fundamental é considerar as especificidades deste momento vivido pelas crianças,
resguardando a história construída por elas, incorporando essa história na proposta
pedagógica que se pretende desenvolver e, a partir dela, traçar novos caminhos,
novos objetivos (ALBUQUERQUE & PROTÁSIO, 2005, p. 12)

Para Kramer a escolarização da criança enseja práticas educativas em diferentes tempos


e espaços, cuja transição entre a Educação Infantil e o Ensino Fundamental é um momento
importante na vida da criança. No Brasil o atendimento a criança na primeira infância e a
inserção de crianças com seis anos no Ensino Fundamental é fruto de um processo histórico
de articulação entre as dimensões: social, política e administrativa e outra técnico científica
[...] constituída por estudos da psicologia, antropologia, filosofia, sociologia, entre outros, que
passam a conceber a criança de forma ampla e integrada, e a infância como um momento
fundamental no processo de formação humana (KRAMER, 2011, p. 71).
Como momento importante na vida da criança, a Escola Municipal João Alves da
Nóbrega, acompanha esta transição de forma a torná-la prazerosa e não causar impactos na
escolarização da criança, cumprindo assim sua função social, de integrar e incluir.

29 – CRITÉRIOS PARA AGRUPAMENTO DE ALUNOS


Na constituição de turmas com alunos agrupados por ano e devidamente matriculados,
leva-se em consideração, sempre que possível, a idade, maturidade intelectual, afinidade com
professor regente e turno, a fim de se obter um maior rendimento escolar e satisfação do
aluno. Por se tratar de um tema delicado, antes do início de cada ano letivo, procura-se ouvir
professores e Coordenação Pedagógica para o aperfeiçoamento do processo e bom
desempenho do trabalho pedagógico.
O número de alunos em cada turma segue orientações da SEMED/Bonito, levando-se
em consideração a estrutura física da sala de aula e bom termo do trabalho do professor. As
turmas de Educação Infantil deverão ter no mínimo 15 (quinze) alunos e o máximo 25 (vinte e
cinco) alunos, respeitando-se a capacidade física da sala.
As classes do Ensino Fundamental, anos iniciais o quantitativo mínimo é de
20(vinte) alunos e o máximo 30 (Trinta) alunos.
As classes que integram alunos com Necessidades Educacionais Especiais terão
um quantitativo de no máximo 15(quinze) alunos para Educação Infantil, 20(vinte) alunos
70

para os anos iniciais do Ensino Fundamental, visando à educação escolar e o desenvolvimento


das potencialidades dos educandos, com apoio pedagógico especializado.
Para a formação das turmas nas etapas de Educação Infantil, Ensino Fundamental
será considerado a capacidade da sala, respeitando-se a área mínima de 1.50m²por aluno.

30 – FREQUÊNCIA

A frequência às aulas e a todas as atividades programadas pela Unidade Escolar


será obrigada e permitida, apenas, aos educandos legalmente matriculados.
À frequência às aulas dadas será apurada do primeiro ao último dia do período
letivo em cada componente curricular ou área de conhecimento, o controle e a apuração da
assiduidade de cada educando, será feita através do Diário de Classe pelo professor, e
fornecidas bimestralmente à Secretaria. As justificativas de faltas apresentadas servirão
apenas como normas disciplinares, não abonando as faltas, exceto os casos previstos na
legislação em vigor.
A frequência inferior a 75% (setenta e cinco por cento) no cômputo geral da carga
horária, a partir da matrícula do educando,implicará na retenção automática do aluno.
O aluno poderá faltar até o limite de 25% (vinte e cinco por cento) do total das
horas letivas obrigatórias, computadas ao final de cada série. Em caso de frequência inferior,
esta Unidade Escolar adotará providencias internas capazes de estimular a presença do
educando em suas atividades letivas e realizar acompanhamento da sua freqüência através de
um sistema de comunicação com as famílias.
Em caso de reincidência, esta Unidade Escolar encaminhará às autoridades
competentes a relação nominal dos educandos com frequência irregular.

31 – TRANSFERÊNCIA

A transferência é a passagem do educando de uma Unidade Escolar para outra,


inclusive de país estrangeiro, com base na equivalência e aproveitamento dos estudos.
Para expedição dos documentos de transferência não se exige atestado de vaga do
estabelecimento para a qual se transfere o aluno.
71

A aceitação de transferência do educando procedente de país estrangeiro depende


do cumprimento, por parte do interessado, dos requisitos legais em vigor.
O estabelecimento tem prazo de 15(quinze) dias úteis a partir da data do
requerimento para expedir a documentação de transferência sendo ilícito negá-la a qualquer
educando; e aceita a transferência de aluno procedente de qualquer estabelecimento de ensino
regularizado, inclusive de país estrangeiro, estando o interessado sujeito à classificação nos
termos deste Regimento Interno Escolar.
Aceitando a transferência da Unidade Escolar assumirá a responsabilidade de
submeter o aluno às necessárias adaptações.
A transferência poderá ser requerida pelo educando, quando maior de idade ou
pelos pais ou responsáveis, quando menor de idade.
Esta Unidade Escolar, ao expedir a documentação de transferência, encaminhará
em anexo, caso seja solicitada, a Ementa Curricular das áreas de conhecimento.

32 – PROCESSO DE AVALIAÇÃO

32.1 Avaliação na Unidade Escolar

Avaliação é um dos temas mais polêmicos na educação. Como e porque avaliarsão


perguntas que quase sempre levam a divergência de opiniões, entre dirigentes, professores e
alunos. Avaliar não deve se confundir com medir, pontuar ou quantificar, com a utilização de
um dos mais frequentes e recorrentes instrumentos de avaliação -a prova. O que provar com
aprova? Que o aluno absorveu os saberes necessários para passar de ano? Ou para provar que
o aluno não adquiriu as competências e habilidades suficientes para tirar nota mínima, que de
acordo com os sistemas de ensino podem sofrer variação.
A quem interessa a avaliação? Esta a serviço de quem? O objetivo da avaliação é
melhorar aprender, formar, esclarecer ou castigar?
Através dessas perguntas, pode-se perceber que o tema é delicado e controverso.
A avaliação deve ser abrangente para que possa contemplar tanto as questões ligadas
estritamente ao processo de ensino e aprendizagem, como as que se referem à organização do
trabalho escolar. Assim não mais procede pensar que o único avaliado é o aluno em seu
72

desempenho cognitivo. A avaliação é um processo formativo e contínuo das ações educativas


desenvolvidas na e pela escola.
A avaliação procura apreender a realidade escolar em sua totalidade, rompendo com as
análises superficiais, por que estas ocultam a especificidade da escola e a problemática do
sujeito, que não pode ser considerado como mero elemento isolado da sociedade, mais como
parte integrante da dinâmica social.
A diretriz do trabalho escolar deve estar focada na construção de um objetivo comum
em que fiquem definidos os fins que se pretende alcançar com o processo educativo escolar e
os meios necessários para que sejam realmente atingidos.
Para que a avaliação cumpra seu papel, faz se necessário programar nas escolas, uma
sistemática de encontros para estudo, em que os professores e equipe técnica possam analisar
conjuntamente seu fazer pedagógico, para Mendes (2005) “A avaliação só deveria ser utilizada
para aprender, reafirmar ou retificar, sempre para melhorar, nunca para eliminar, selecionar ou
segregar, suprimindo a faceta perversa do castigo” (MÉNDEZ, 2005, p. 26).
A avaliação não deve permear apenas os aspectos quantitativos, expressos em
números de acertos, mas na capacidade do educando de responder as ações propostas pelo
professor, e até mesmo superá-la. A avaliação da aprendizagem ainda é um exercício de poder
do professor, ao valorizar mais os aspectos quantitativos em detrimento dos qualitativos. Essa
postura, no entanto já não mais significa regra, mas exceção.
Dentro da estrutura escolar vigente, os instrumentos mais utilizados de avaliação,
consistem em provas, trabalhos e seminários, cuja relevância, dentro dessa postura autoritária
do professor, consiste em medir o conhecimento e impor o castigo perverso do fracasso,
quando o educando não obtêm os resultados quantitativos esperados. Para o educador
espanhol Juan Manuel Alvarez Mendes, o processo de avaliação se torna frágil, na medida em
que não suprime a faceta perversa do castigo. Avaliar uma ação é tarefa difícil,
principalmente quando a confundimos com medição e pontuação.
A avaliação só deveria ser utilizada para aprender, reafirmar ou retificar, sempre
para melhorar, nunca para eliminar, selecionar ou segregar, suprimindo a faceta
perversa do castigo. A avaliação é um processo natural,nos permite ter consciência
do que fazemos da qualidade do que fazemos e das consequências que nossas ações
acarretam. A qualificação e a mediação, ao contrário, são produtos artificiais que
costumam prestar-se a finalidades que não são essencialmente formativas,
prioritariamente educativas (MÉNDEZ, 2005, p. 26-7).

No entanto, deve-se ter em mente que na prática pedagógica não se está avaliando os
estudantes, mas as aprendizagens. Precisam ser refletidos dois aspectos: o primeiro consiste
na necessidade de transformação da prática avaliativa de aprendizagem e o segundo consiste
73

no entendimento da avaliação como condição de intervenção na prática para o


redimensionamento do processo de ensino e de aprendizagem com vista sua melhoria.
A Avaliação de Desempenho de Alunos é parte integrante do processo de
aprendizagem, pois sinaliza os pontos que devem merecer mais atenção, a cada bimestre, na
assistência de cada estudante para o replanejamento dos conteúdos trabalhados pelo professor
e possibilita aos docentes tomar consciência de seus limites ou erros, refletir sobre sua prática
pedagógica, a fim de superar as fragilidades detectadas. O docente deve reunir o maior
número possível de informações que apontem os saberes apreendidos, os não apreendidos e os
saberes que precisam apreender.
A avaliação diagnóstica com base em objetivos claros e pertinentes trará grandes
benéficos para as aprendizagens dos estudantes.
É fundamental que os professores saibam avaliar seus alunos, usado para tal, as
metodologias e instrumentos de avaliação, que direta e indiretamente contribuem nas
aprendizagens, visto que cada tipo de conteúdo requer instrumentos apropriados de avaliação.
O professor deve compreender que avaliar é um dos itens dos processos de ensino e
aprendizagem que não se resume apenas na realização de provas e testes, na atribuição de
notas ou conceitos considerando apenas como parte do todo e sim como uma atividade
orientada para o futuro.

32.2Avaliação interna

A avaliação interna permite a escola acompanhar a aprendizagem de seus alunos e rever


seus procedimentos. Pressupõe a delimitação de indicadores compatíveis com a natureza e a
finalidade da unidade escolar. Para Gouveia (2015) a avaliação interna da aprendizagem
constitui o maior desafio da escola. Utiliza-se o termo avaliação interna da aprendizagem para
referir-se aos processos de avaliação das competências e habilidades adquiridas pelos alunos
com os programas escolares.
Desse modo, obter informações fidedignas sobre o trabalho realizado com os alunos
nas diferentes áreas do conhecimento é uma tarefa difícil, mas fundamental para que
você possa dirigir o processo de ensino e aprendizagem realizado na escola,
buscando as metas de eficácia e equidade estabelecidas no seu projeto pedagógico
(GOUVEIA, 2015, p. 3).

A avaliação interna não deve ser utilizada para rotular os que sabem e os que não
sabem. Para (Gouveia, 2015) não se esgota na constatação do rendimento escolar, mas se
74

propõe a verificar a aprendizagem ao longo do percurso escolar, suas aquisições de


conhecimento e forma de raciocinar.
[...] consideramos que a avaliação interna da aprendizagem constitui uma prática de
avaliação formativa que permite ao professor aproximar-se dos processos de
aprendizagem do aluno e compreender como ele está elaborando seu conhecimento.
Assim sendo, a avaliação formativa possibilita tecer indicações sobre os avanços e
as dificuldades que aparecem ao longo do processo (GOUVEIA, 2015, p. 5).

Na avaliação formativa o desempenho do aluno deve ser tomado como uma evidência
de sua aprendizagem ou dificuldade, cabendo ao professor interpretar seu desempenho “Nessa
perspectiva, a avaliação coloca-se a serviço das aprendizagens“ (GOUVEIA, 2015).

Será realizada de forma contínua,som ativa, formal, informal, qualitativa, quantitativa,


sistemática e integral, ao longo de todo o processo ensino-aprendizagem, observando-se o
comportamento do aluno nos domínios cognitivo, afetivos e psicomotor, através de diferentes
técnicas e instrumentos, nas etapas de Ed. Infantil e Ensino Fundamental.

32.3 Avaliação Institucional Externa

A avaliação externa de desempenho é um mecanismo para programar políticas públicas


que visem metas de acesso, permanência e qualidade de ensino. Para (Gouveia, 2015) este
tipo de avaliação possui dois objetivos principais “[...]a) auxiliar os gestores na alocação e
administração de recursos técnicos e financeiros; e b) melhorar a qualidade da educação, a
partir das informações geradas por seus resultados” [...] (GOUVEIA, 2015, p. 8).
A avaliação externa produz informações sobre a realidade da educação, além de
promover debates sobre ações que favoreçam a gestão democrática e garanta igualdade a
todos. Dentre as avaliações de larga escala realizadas no Brasil, pode-se destacar: o Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM);
O ENEM foi realizado, pela primeira vez, em 1998. Trata-se de um exame, anual e
voluntário, para avaliar os alunos em vias de concluir, ou que já tenham concluído o
Ensino Médio. Ou seja, é uma avaliação somativa e relativa a normas, que ocorre ao
final de uma etapa de aprendizado e permite a comparação de cada um que a ela se
submete com os resultados dos demais participantes (GOUVEIA, 2015, p. 13).

O Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos –


ENCCEJA, realizado anualmente, se destina a certificar o Ensino Fundamental e Médio.
[...] o Exame busca construir uma referência nacional de autoavaliação para jovens e
adultos, por meio de avaliação de competências e habilidades adquiridas no processo
escolar e, sobretudo, nos processos formativos que se desenvolvem na vida familiar,
na convivência humana, no trabalho, nos movimentos sociais e organizações da
sociedade civil, e nas manifestações culturais (GOUVEIA, 2015, p. 14).
75

O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) começou a ser aplicado


no final dos anos de 1980, de perspectiva diagnóstica, visava subsidiar ações voltadas a
correções de distorções apresentadas pelos sistemas de ensino, “a partir dos subsídios
oferecidos pelo SAEB, o MEC e as secretarias estaduais e municipais poderiam definir ações
com os objetivos de diagnóstico” (IDEM) e corrigir distorções nos sistemas de ensino.
A partir de 2005 começou a ser aplicada a Prova Brasil, com objetivo de aumentar as
informações capazes de permitir que os sistemas de ensino diagnosticassem suas próprias
demandas.
Os resultados da Prova Brasil também identificam, aos diretores e professores das
escolas, aquelas habilidades que seus alunos já dominam e as que ainda não foram
atingidas. Esse diagnóstico fortalece a reflexão sobre metas a serem alcançadas e
estratégias de ensino a serem adotadas porcada escola (GOUVEIA, 2015, p. 18).

A Provinha Brasil, instituída em 2008 é uma avaliação diagnóstica em nível de


alfabetização de alunos matriculados no segundo ano de escolarização das escolas públicas.
Essa avaliação acontece em duas etapas, uma no início e a outra ao término do ano
letivo, com foco em Leitura e Matemática. A aplicação, em períodos distintos,
possibilita aos professores e aos gestores educacionais a realização de um
diagnóstico mais preciso que permite conhecer o que foi agregado na aprendizagem
das crianças, dentro do período avaliado (IDEM).

Tanto a avaliação interna quanto a avaliação externa, são instrumentos capazes de


diagnosticar a situação do ensino em cada sistema e níveis de ensino, fundamentais para o
aprimoramento da melhoria da qualidade da educação no Brasil.
Para (Machado, 2014) o IDEB foi criado em 2007 projetando metas para as escolas
atingirem níveis de excelência, como um indicador de qualidade na educação.

O MEC disponibiliza, a cada dois anos, o Ideb dos estados, municípios e escolas
obtido a partir das taxas de aprovação/reprovação e das notas dos alunos na Prova
Brasil, dentro de uma escala de 0 a 10. Também a partir desses dados o MEC projeta
as metas a serem alcançadas para cada um desses segmentos. Em geral, os
resultados da Prova Brasil e do Ideb são divulgados de forma a permitir a elaboração
de um ranking das melhores (e consequentemente das piores!) escolas e sistemas do
país (MACHADO, 2014, p. 68).

Avaliação e aprendizagem devem andar juntas e não apenas medir aprovação ou não,
mas destacar a finalidade de avaliar a educação oferecida aos alunos, “[...] numa escola que se
pretenda democrática e inclusiva, as práticas avaliativas deveriam se pautar por garantir que, no limite,
todos aprendessem tudo” (MACHADO2014, p. 72).
Para (Machado, 2014) a avaliação externa oferecem informações capazes de revigorar os
contornos da escola e suas ações, garantindo sua função social, democracia, inclusão e qualidade do
ensino e aprendizagem.
76

A avaliação interna e externa não é fim em si mesma, mas um meio de se diagnosticar os


problemas da Unidade Escolar, e uma vez na intenção de fazer procurar saná-los, alcançar
aprendizagens que melhorem o rendimento escolar, os índices educacionais e uma educação de
qualidade.

32.4 Avaliação da aprendizagem na Educação Infantil

Na Educação Infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu


desenvolvimento, registrados em fichas, sem objetivos de promoção, mesmo para o acesso ao
Ensino Fundamental. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, a construção da
identidade da criança e a conquista de sua autonomia, são processos que merecem respeito
individual, neste sentido algumas atividades com variados graus de dificuldades, podem
ajudar. A observação das formas de expressão, concentração, envolvimento nas atividades,
satisfação com a produção de suas atividades e pequenas conquistas, ajudam na avaliação e
replanejamento da ação educativa.

No que se refere à avaliação formativa, deve-se ter em conta que não se trata de
avaliar a criança, mas sim as situações de aprendizagem que foram oferecidas. Isso
significa dizer que a expectativa em relação à aprendizagem da criança deve estar
sempre vinculada às oportunidades e experiências que foram oferecidas a ela
(BRASIL, 1998b, p. 66).

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil as


instituições de ensino devem criar procedimentos de acompanhamento do trabalho
pedagógico e avaliação das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação,
garantindo:
I - a observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das
crianças no cotidiano; II - utilização de múltiplos registros realizados por adultos e
crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.); III - a continuidade dos
processos de aprendizagens por meio da criação de estratégias adequadas aos
diferentes momentos de transição vividos pela criança (transição casa/instituição de
Educação Infantil, transições no interior da instituição, transição creche/pré-escola e
transição pré-escola/Ensino Fundamental); IV - documentação específica que
permita às famílias conhecer o trabalho da instituição junto às crianças e os
processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança na Educação Infantil; V -
a não retenção das crianças na Educação Infantil (BRASIL, 2010, p. 29).

Na transição para o Ensino Fundamental, a proposta pedagógica da escola deve garantir


a continuidade do processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança, respeitando as
especificidades da faixa etária, sem antecipação de conteúdos (BRASIL, 2010, p. 30).
77

32.5 DOS ANOS INICIAIS DO ENSINOFUNDAMENTAL

No Primeiro Ano do Ensino Fundamental, a avaliação far-se-á através de fichas e


mediante acompanhamento do desenvolvimento da aprendizagem. O professor colherá
informações de forma contínua usando diversos procedimentos metodológicos e julgando o
grau de aprendizagem de toda classe em relação ao aluno individualmente, avaliando suas
competências curriculares.
Nos demais anos do Ensino Fundamental, o aluno será avaliado através de
avaliações mensais, bimestrais, trabalhos individuais, em grupos, pesquisas ou outras
atividades que o professor julgar necessário. Neste processo deve levar em conta, valores
sociais, habilidades, conhecimentos, atitudes e competências adquiridas no processo ensino-
aprendizagem.
Esta avaliação será mediante observação sistemática e constante do desempenho
do educando, considerando além do conhecimento, atenção, o interesse, as habilidades
responsabilidade, a participação, a assiduidade e a pontualidade nas realizações dos trabalhos
escolares, devendo preponderar os aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
A avaliação e suas respectivas notas serão registradas no Diário de Classe do
Professor, e após Conselho de Classe, vistado pela secretaria e registrado em fichas
individuais na Secretaria Escolar. Nas fichas de Conselho de Classe, constarão informações
sobre o aproveitamento e as dificuldades em cada Área de conhecimento, contendo:
identificação da Escola e do bimestre a que se refere; identificação do aluno, ano letivo, turno;
turma; informações por Área de conhecimento, local, data e assinatura do professor. Caberá à
Coordenadora Pedagógica proceder a entrega das fichas na secretaria da Unidade Escolar para
arquivamento.

33 – RECUPERAÇÃO
De acordo com o Artigo 12º, Inciso V da LDB, as escolas terão a incumbência de
prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento e os professores no Artigo
13º, Inciso IV, a incumbência de estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de
menor rendimento. Neste sentido, a recuperação da aprendizagem é direito do aluno e parte
integrante do processo educativo, visando;
78

I - oferecer oportunidade ao aluno e identificar suas necessidades e de assumir


responsabilidade pessoal com sua própria aprendizagem;
II – proporcionar ao educando o alcance dos requisitos considerando indispensáveis
para sua aprovação;
III – diminuir o índice de evasão e repetência.

A recuperação será realizada à medida que as deficiências forem detectadas.


O aluno que apresentar dificuldades em algum conteúdo ou nos casos de baixo
rendimento escolar será acompanhado pelos coordenadores e receberão ajuda no conteúdoem
defasagem. O aluno que ao final de cada ano, não apresentar os conhecimentos necessários
ao seu prosseguimento será retido no referido ano.
Para conclusão de cada ano, o aluno deverá ter alcançado o nível de aprendizagem
estabelecido em diretrizes curriculares emanadas pela Secretaria Municipal de Educação em
consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais.
A apuração do rendimento escolar será calculada por meio de média aritmética dos
resultados bimestrais cursados, de acordo com a seguinte fórmula:

MA: MB1 + MB2 + MB3 + MB4


04

MA= Média Anual


MB = Média Bimestral

Será encaminhado para Exame Final o educando com média inferior a 6.0(seis).
O educando que não atingir a freqüência de 75% ( setenta e cinco por cento) do
cômputo geral da carga horária anual a que o mesmo esteja obrigado a cursar, não terá direito
de prestar o Exame Final.
O educando pode prestar o Exame Final em todas as áreas de conhecimento ou
disciplina.
O calculo da média após o Exame Final será efetuado da seguinte fórmula:

MF= MA x_03_+___EF_x_02 = 5,0


MF= Média Final
MA= Média Anual
79

EF= Exame Final

34 – CAPACITAÇÃO CONTINUADA DE PESSOAL

A qualidade na educação é um dos princípios norteadores deste Projeto Político


Pedagógico, colocado como desafio na construção de uma escola cidadã e transformadora.
Qualidade significa mudar a vida das pessoas (Gadotti, 2013), esta mudança passa pela
qualificação dos profissionais engajados no processo educativo da Escola Municipal João
Alves da Nóbrega.
Para o educador Português Antonio Nóvoa (1991), a escola é o lugar privilegiado para a
formação continuada do professor, é o lugar onde se evidenciam os saberes e a experiência é
onde o professor aprende e desaprende, realiza descobertas e aprimora sua formação, tendo a
escola como lugar de referência. A formação continuada deve estar alicerçada na prática e
sobre a prática, “Trata-se de um objetivo que só adquire credibilidade seos programas de
formação se estruturar em torno de problemas e de projetos de ação e não em torno de
conteúdos acadêmicos ‘” (NÓVOA, 1991, p.30).
Os problemas enfrentados pelos professores no cotidiano escolar sejam eles em relação
ao conteúdo, disciplina ou ao como fazer, pressupõe a necessidade de retorno aos bancos
escolares, voltar a ser aluno para aprender, reaprender, planejar, replanejar. Um das formas de
enfrentamento da realidade escolar é através da formação continuada. No entanto, a formação
continuada não é apenas um acúmulo de cursos e certificados, mas um processo reflexivo e
crítico sobre a prática educativa. Os sistemas devem investir e incentivar o aperfeiçoamento
profissional “Investir no desenvolvimento profissional dos professores é também intervir em
suas reais condições de trabalho” (BRASIL, 2001, p. 37).
Neste sentido, a qualificação de seus recursos humanos é preocupação constante desta
Unidade Escolar. A escola em regime de colaboração com a SEMED/Bonito, envidará
esforços no sentido de promover a capacitação de quadro de pessoal, proporcionando:
 Programas de Formação Continuada;
 Cursos de Capacitação;
 Palestras com profissionais especializados;
 Aperfeiçoamento profissional e contínuo;
 Treinamento na área;
 Reuniões de estudo para aprofundamentos teóricos.
80

De acordo com estudo encomendado pela Fundação Victor Civita para a Fundação
Carlos Chagas a respeito da capacitação continuada de professores, há uma dupla
preocupação dos sistemas escolares: a qualidade da escolarização oferecida aos alunos e a
formação profissional dos professores articulada com o trabalho docente. O diagnóstico feito
pela pesquisa apontou o baixo desempenho dos alunos, em parte atribuído à formação dos
professores. Como forma de melhorar a formação docente, as políticas educacionais têm
como ponto de partida a necessidade de melhorar a formação dos professores e os formadores
dos professores (FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA, 2011).
O professor antes concebido como um ser abstrato pertencente a um conglomerado
homogêneo e o exercício da profissão como uma atividade instrumental afastou a
universidade da prática profissional. Novos estudos têm redirecionado este foco. A docência
passa a ser compreendida como uma atividade humana complexa, com características próprias
“[...] exercida em unidades escolares que são singulares e, por isso, requerem e mobilizam
novas perspectivas de análise” (FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA, 2011, p. 10).
A capacitação dos professores esta intimamente ligada a qualidade da educação, e esta
capaz de influenciar na permanência do aluno na escola, aumento dos anos de sua
escolarização e melhora dos indicadores sociais, conforme destacado abaixo.

[...] na atualidade, é indiscutível a importância da Educação: um país com uma


população adequadamente escolarizada em termos de anos de estudo, frequentando
uma escola de boa qualidade, apresenta índices de criminalidade mais baixos,
melhores indicadores relativos à saúde, menor mortalidade infantil, menores taxas
de desemprego e, em especial, menor possibilidade de vir a enfrentar situações de
instabilidade econômica. Países desenvolvidos tendem a dispor, portanto, de
sistemas educacionais bastante democráticos, os quais atendem mais e melhor sua
clientela, assegurando-lhe um percurso escolar mais longo e mais bem-sucedido
(FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA, 2011, p. 12).

Países desenvolvidos proporcionam aos seus alunos um período maior de escolarização,


refletidos nos indicadores sociais. Países como o Brasil, precisam investir mais em educação.
Independente do país há uma preocupação com a continuidade da formação docente, através
de formação continuada nos seus mais diferentes formatos.

[...] as escolas atuais requerem, com urgência, a Formação Continuada de seus


professores, como condição sine qua non para conseguirem fazer frente aos desafios
que a profissão lhes coloca. O panorama é tal que não se concebe mais uma oferta
educacional pautada apenas pela formação inicial e/ou pela prática acumulada dos
docentes. A mudança no sentido esperado exige e apoia-se na formação contínua e,
portanto, na atualização dos recursos humanos disponíveis (IDEM, p. 13).
81

A formação continuada é vista sob dois ângulos. O primeiro é a precariedade da


formação inicial oferecida pelas instituições de ensino superior, outra, “ defende-se que a
Formação Continuada precisa formar um professor carente de conhecimentos gerais e
pedagógicos e com poucas habilidades didáticas “. O segundo vê na formação continuada
uma consequência do dinamismo do campo educacional, onde professores lidam
constantemente com novos conhecimentos, “Essa situação requer, assim, que a base
conceitual e as habilidades pedagógicas dos professores sejam constantemente expandidas e
aprimoradas, de modo que consigam atender às novas demandas que a profissão lhes coloca”
(IDEM, p. 13-14).
O déficit da formação inicial precisa ser corrigido na formação docente, muitas vezes
cm o professor já dentro da sala de aula, tendo que enfrentar os afazeres cotidianos da
profissão, que não são poucos, e ainda voltar a estudar como necessidade de um maior
desempenho e aprimoramento de suas habilidades. Neste sentido, muitas vezes o professor
não é visto como sujeito em busca de seu aprimoramento, mas objeto de ações de formação,
ou seja, a capacitação oferecida, em parte, atende aos interesses dos gestores e sua visão de
educação, mas nem sempre atende as necessidades do professor.
Sem focar diretamente as falhas da formação inicial, outras abordagens também
compreendem a formação continuada como um empreendimento de cunho pessoal,
ligado ao percurso profissional do docente, mais precisamente ao ciclo de vida
profissional. Nesse sentido, a busca por aprimoramento é marcada pela aspiração de
ganhar novos conhecimentos, de superar desafios, de empreender mudanças no
conhecido e no familiar (IDEM, p. 19).

A formação continuada deve centrar no desenvolvimento da equipe: professores,


coordenadores e gestores, e não apenas em interesses individuais, “seu foco deve recair no
coletivo de professores de cada escola”. Dentro do espírito de equipe, o Coordenador
Pedagógico tem papel central “o de articulador das ações formativas na escola, as quais
devem promover o desenvolvimento da equipe pedagógica (e não de cada professor)”. O
Coordenador Pedagógico deve assegurar a qualidade do processo educativo “fazendo isso,
sobretudo, por meio do acompanhamento e da formação continuada dos professores”
(FUNDAÇÃO VICTOR CIVITA, 2011, p. 23-24). A formação continuada deve legitimar e
fortalecer a escola como instituição permanente.
A escola estará dispensando os professores ou funcionários, quando necessário ou
houver solicitação pela SEMED, para participar de Programas de Formação e ou treinamentos
na área, havendo assim reposição com outro funcionário, para que não fique pendente o
serviço prestado pela Unidade Escolar.
82

Será concedido quinzenalmente, 02(duas) horas-aula (referente às horas atividades da


função docente, que são cumpridas na Unidade Escolar) para estudos aos profissionais que
participarem do Programa de Capacitação Continuada.
Pensando no coletivo, na Gestão Democrática, Coordenação Pedagógica como
mediadora do processo educativo, profissionais de apoio administrativo, qualidade de ensino e
no professor como agente de transformação, a Escola Municipal João Alves da Nóbrega, no
limite de suas possibilidades, atuará no sentido de oferecer aos seus profissionais da educação,
aprimoramento profissional de forma a melhores os serviços oferecidos e índices de
desempenho.

35 – ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

Esta Unidade Escolar oferecerá Educação Infantil e o Ensino Fundamental nas Séries
Iniciais. Nos conteúdos curriculares da Educação Básica observar-se-á a associação entre
competências e habilidades na difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos
direitos e deveres dos cidadãos, respeito ao bem comum e à ordem democrática.
Será oferecida a Educação Infantil atendendo a faixa etária de 04anos de idade,
jardim II.
O Ensino Fundamental nos anos iniciais, será organizado em 05 (cinco) anos
organizados em 10 semestres.
A Matriz Curricular do Ensino Fundamental organizado em anos, terá duração de
09 (nove) anos, constituído com carga horária de 834 horas para cada ano.

36 CURRÍCULO
A escola é o ambiente educativo voltado ao processo de escolarização e compromisso
com os saberes, hábitos, atitudes, valores, conhecimentos, culturas, ideologias e valores. De
acordo com Sacristán (2000) toda pratica pedagógica gira em torno do currículo. Qualquer
fenômeno humano não é indiferente ao contexto histórico, político, econômico e social que o
produz, isto se aplica também ao currículo como construção humana e social inserido num
determinado contexto. Como práxis, o currículo é fruto de diálogos e interações sociais
Configura-se o currículo como conjunto de valores e práticas que proporcionam a
produção, a socialização de significados no espaço social e contribuem para a construção de
identidades socioculturais do educando. O currículo contém os componentes curriculares
83

centrais obrigatórios, previstos na legislação e normas educacionais, de modo flexível,


conforme variável, conforme cada projeto escolar.
O Referencial Curricular Municipal de Bonito-MS baseia-se em um currículo que visa o
desenvolvimento de competências e habilidades do educando, onde:
 A competência não é algo que se alcança, e sim que se desenvolve em conjunto. A
competência implica na mobilização de conhecimentos e esquemas cognitivos na
busca de desenvolver respostas inéditas, criativas e eficazes para a resolução de
problemas.
 As Habilidades se constituem de linguagens, conhecimentos, atitudes e saberes
adquiridos que mobilizados, permitem a manifestação da competência.

Admite-se que a aprendizagem deva ser considerada sempre como algo para a
construção de conceitos ao longo do desenvolvimento humano, colocando-se a disposição do
conhecimento das ações prescritivas onde o centro de aprendizagem é o processo.

37 ALFABETIZAÇÃO, LEITURA E LETRAMENTO

Os prazeres da leitura são múltiplos. Lemos para saber,


para compreender, para refletir. Lemos também pela
beleza da linguagem, para nossa emoção, para nossa
perturbação. Lemos para compartilhar. Lemos para
sonhar e para aprender a sonhar (MORAIS, 1996, p. 12).

A referência para a criação de um texto é a leitura, e esta só é possível quando se tem


acesso a livros, revistas e microcomputadores, disponíveis em espaços como escolas,
bibliotecas e salas de leitura. Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais as pessoas
aprendem a gostar de ler quando, de alguma forma, a qualidade de suas vidas melhora com a
leitura. O leitor competente é aquele que sabe selecionar textos capazes de atender suas
necessidades, é capaz de ler as entrelinhas e identificar a partir do que esta escrito, elementos
implícitos, estabelecendo relações entre o texto e outros textos já lidos(BRASIL. PCN, 1998,
p. 70).
A formação do leitor competente esta ligado a sua alfabetização. Para Val (2006)
alfabetização é um processo específico e indispensável de apropriação do sistema de escrita,
conquista dos princípios alfabéticos e ortográficos que possibilitem ao aluno ler e escrever
com autonomia.
84

Noutras palavras, alfabetização diz respeito à compreensãoe ao domínio do chamado


‘código’ escrito, que se organiza em torno de relações entre a pauta sonora da fala e
as letras (e ouras convenções) usadas para representá-la, a pauta, na escrita (VAL,
2006, p. 19)

Para Magda Soares, alfabetização pode ser entendida como aquisição do sistema
convencional de escrita. Alfabetizar e letrar são ações distintas, mas inseparáveis, “[...] o ideal
seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da
leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado
(SOARES, 1998, p. 47).O indivíduo sem letramento se alfabetiza, mas consegue usar esta
ferramenta na interpretação do que lê.
Leitura e escrita são indissociáveis para uma comunicação clara e objetiva, quanto
mais se tem acesso á leitura melhor se escreve. Leitura e escrita levam a construção da
cidadania, portanto, instrumentos de desenvolvimento humano. Para Bamberger, a leitura é
um dos meios mais eficazes de desenvolvimento sistemático da linguagem e da personalidade.
Trabalhar com a linguagem é trabalhar com o homem.
A leitura favorece a remoção das barreiras educacionais de que tanto se fala,
concedendo oportunidades mais justas de educação principalmente através da
promoção do desenvolvimento da linguagem e do exercício intelectual, e aumenta a
possibilidade de normalização da situação pessoal de um indivíduo (BAMBERGER,
1991, p. 10-1).

De acordo com os PCN há três variáveis que processam o ensino e a aprendizagem: o


aluno, o objeto de ensino e aprendizagem e o professor, como mediador.

Ao professor cabe planejar, implementar e dirigir as atividades didáticas, com o


objetivo de desencadear, apoiar e orientar o esforço de ação e reflexão do aluno,
procurando garantir aprendizagem efetiva. Cabe também assumir o papel de
informante e de interlocutor privilegiado, que tematiza aspectos prioritários em
função das necessidades dos alunos e de suas possibilidades de aprendizagem,
(BRASIL. PCN, 1998, p. 22).

Neste cenário de aprendizagem, o professor assume papel de destaque, portanto cabe a


ele, mas não somente a ele, a função de incentivar a pratica da leitura. Ele deve priorizar os
textos, que por suas características, favoreçam a ação reflexiva, o exercício de formas mais
elaboradas de pensamento, participação do aluno numa sociedade letrada, e
consequentemente, despertar no leitor a defesa dos seus direitos e cidadania.
Para Luiz Carlos Cagliari, a leitura é a extensão da escola na vida das pessoas, herança
maior que qualquer diploma. Nossas crianças leem para o mundo, sobre o mundo, e devem
interagir com os acontecimentos que nos cercam. Grandes problemas que enfrentamos numa
85

sociedade letrada advêm dos problemas de leitura. Quando lemos mal, escrevemos mal, nos
expressamos mal e temos dificuldades de afirmar nossas ideias, “A maioria do que se deve
aprender na vida terá de ser conseguido através da leitura fora da escola” (CAGLIARI, 2009,
p. 130).
A leitura é uma atividade individual e de assimilação de conhecimento, de interiorização e
reflexão.
[...] a leitura é o alimento da alma. Nada mais verdadeiro. As pessoas que não leem são
pessoas vazias subnutridas de conhecimento. É claro que a experiência da vida não se
reduz a leitura. A vida como tal é a grande mestra. Algumas pessoas analfabetas
conseguem, às vezes, se sair bem economicamente, mas nem por isso deixam de ser
pessoas vazias. Têm a riqueza externa, sabem se virar na sociedade, mas são pobres
culturalmente, porque só a experiência da vida, por mais rica que possa ser, não
suficiente para fornecer uma cultura sólida e geral (CAGLIARI, 2009, p. 132).

Esta cultura técnica e geral se adquire através da leitura. Além de um valor técnico para
a alfabetização, a leitura é uma fonte de prazer, satisfação pessoal, conquista e realização,
serve de estímulo e motivação, para conhecermos cada vez mais o mundo. Uma pessoa que
não lê, não adquire conhecimento sobre uma determinada cultura, mas não basta apenas ler o
que os outros disseram a cultura no mundo, mas o que pensamos sobre o mundo e a cultura
(CAGLIARI, 2009, p. 152). Deve-se sentir prazer em ler o mundo.
Para José Morais, os prazeres da leitura são múltiplos, lemos para saber, compreender,
refletir e também pela beleza da linguagem. A leitura é uma exigência do cotidiano e do
mundo do trabalho, não é mais uma atividade apenas intelectual, atinge todas as esferas da
sociedade.

Deve se reconhecer que a importância da leitura e da escrita foi também reforçada


pela revolução informática. O consumo de imagens, sobretudo pela televisão,
certamente fez diminuir, proporcionalmente, certo tipo de leitura, como a literatura e
os jornais. Mas a participação da leitura e da escrita na vida profissional aumentou
com sua banalização em toda uma série de profissões que utilizam a informática. A
mudança de suporte, a tela e o teclado substituindo o papel e o lápis, só aumentou a
eficácia de armazenagem, de arquivo, de manipulação e comunicação da
informação, (MORAIS, 1996, p. 22).

Os bons leitores, são os que lêem mais, aumentam mais depressa seu vocabulário, e
distinguem da maioria dos leitores, são mais confiantes, apreciados, eficazes e gratificados.
Crianças oriundas de ambiente familiar favorável à leitura são favorecidas na escola,
elogiadas e valorizadas, encontrando estímulo para serem cada vez melhores. No entanto, a
leitura não deve acentuar as diferenças, mas compartilhar experiências e resultados.

Não pode haver verdadeira democratização da leitura se não houver uma


redistribuição da freqüência às escolas que permita obstar, e não favorecer ainda
86

mais, a desigualdade cultural das crianças no momento em que entram na escola. A


democracia não implica que todas as crianças saiam da escola com o mesmo nível.
Ela implica simplesmente que todas as crianças tenham as mesmas oportunidades,
quer dizer, que não se considere uma igualdade de oportunidades o simples fato de
que cada criança esteja em classes que têm a mesma denominação. É preciso que se
leve em conta a grande diversidade que existe entre as escolas, (MORAIS, 1996, p.
247).

Para Bamberger, é importante o trabalho dos pais como mediadores entre as crianças,
os livros e a leitura. Freqüentar uma biblioteca, comprar livros dar livros de presentes,
incentivam o hábito de ler. Também se deve dar, atenção às motivações que baseiam o
interesse pela leitura individual do aluno.

Uma das coisas que as crianças devem pegar e ver são os livros e as gravuras. Antes
mesmo que a criança seja realmente capaz de compreender o texto, os pais devem
ler em voz alta e falar-lhe sobre o livro, contemplando com ela as gravuras e
nomeando as coisas que nelas vêem. Dessa maneira, a linguagem da criança se
desenvolve juntamente com seu interesse pelos livros. Se os pais mostrarem as
palavras que explicam os livros de gravuras, também despertarão o interesse pela
leitura e assim se formará o primeiro "vocabulário ocular", o que já é uma boa
preparação para a leitura, (BAMBERGER, 1996, p. 71).

O interesse pelos livros, desde a alfabetização, pode formar bons leitores e incentivar o
hábito de ler. O leitor pode interpretar textos de forma inusitado, rompendo com os sentidos
lhe atribuído tradicionalmente, pode ler transgredindo, transformando e criando outras ideias,
“A leitura ocupa, sem dúvida um espaço privilegiado não só no ensino da língua portuguesa,
mas também no de todas as disciplinas acadêmicas que objetivam a transmissão de cultura e
de valores para as novas gerações” (SILVA, 2002, p. 16). Esta transmissão de valores
possibilita desmascarar os ocultamentos impostos por aqueles que desejam impor sua
dominação e impedir o exercício de nossa cidadania.
Ler na medida em que se vive, significa decodificar as escritas públicas que
funcionam como documentos, tais como carteira de identidade, cheque, contas a pagar, ou
ainda aquelas que servem como divulgação: letreiros de ônibus, rótulos, avisos, bulas,
manuais de instrução.

Há também outras que viabilizam a comunicação à distância (os jornais, as revistas,


a televisão), outras que regulam a convivência social (as leis, os regimentos, as
propostas curriculares oficiais) e outras, ainda, que possibilitam a preservação e a
socialização da ciência, da filosofia, da religião, dos bens culturais (os livros, as
enciclopédicas, a Bíblia). Por outro lado, as práticas pessoais e interpessoais de
leitura e escrita nos possibilitam organizar o cotidiano, nos entender, registrar e
rememorar vivências (agendas, listas de compras, diários, cadernos de receita), bem
como incrementar as trocas, a comunicação, a convivência, enfim (bilhetes, cartas
de amor, e-mails) (BRASIL. PRO-LETRAMENTO, FASCÍCULO 1, 2008, p. 20).
87

A leitura envolve atitudes, gestos e habilidades mobilizados pelo leitor, tanto no ato de
leitura quanto no que antecede a leitura. O cidadão demonstra conhecimento da leitura quando
sabe a função de um jornal, se informa sobre o conteúdo, ou quando se localiza em pontos de
acesso público, quando identifica livrarias. Depois que um leitor realiza leituras, o texto que
leu determina suas escolhas (PELLIN, 2012).
A prática da seletividade orienta a leitura crítica auxiliando o leitor a detectar as
contradições sociais. Dessa forma, o sujeito abala o mundo das certezas, organiza sínteses e
combate qualquer tipo de conformismo, qualquer escravização do texto, ‘Ler um texto
criticamente, é pensar sobre os referenciais da realidade, examinando seus fundamentos’
(SILVA, 2002, p. 33).
Numa sociedade letrada e regulada por leis, normas e regulamentos escritos, aqueles
que sabem decifrar a escrita e entender a linguagem(CAGLIARI, 2009), certamente não
terão sua cidadania mutilada, conquistarão corações e mentes para mudar mentalidades.

38 LITERATURA INFANTIL

A literatura é a possibilidade de ouvir, sentir, imaginar; é viajar sem sair do lugar,


conhecer outros mundos e poder sonhar. È emoção, é fantasia, é prazer. A literatura infantil
deve ter um lugar especial na sala de aula, um lugar que deve ser ponto de partida para o
encantamento, a magia, o conhecido que se desvela em cada encontro com as palavras. Isso
requer o envolvimento do professor sem o qual essa “viagem” não se realiza. Para Oliveira, os
livros infantis além de proporcionam prazer enriquecem o intelecto da criança.

Sendo esse gênero objeto da cultura, a criança tem um encontro significativo de suas
histórias com o mundo imaginativo dela própria. A criança tem a capacidade de
colocar seus próprios significados nos textos que lê, isso quando o adulto permite e
não impõe os seus próprios significados, visto estar em constante busca de uma
utilidade que o cerca(OLIVEIRA, 2005, p. 125)

Assim, há necessidade de selecionar obras literárias de qualidade, trazer para sala de


aula bons autores, diversos gêneros e estilos, a fim de incentivar a prática da leitura. Para
Marisa Lajolo, a literatura infantil e a escola sempre estiveram de mãos dadas, onde os livros
encontram na escola seu espaço ideal para garantir a atenção do leitor. A literatura como
linguagem e instituição onde se confiam os imaginários, sensibilidades, valores,
comportamentos, através dos quais a sociedade discute simbolicamente seus desejos,
impasses e utopias.
88

Por isso a literatura é importante no currículo escolar: o cidadão, para exercer,


plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se
nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas
porque precisa ler muitos (LAJOLO, 2008, p.106)

A Escola Municipal João Alves da Nóbrega de forma interdisciplinar incentiva a prática


da leitura e a formação de leitores conscientes, através da aproximação da literatura infantil
com a curiosidade natural da criança em ler o mundo pelas asas de sua imaginação.

39 – PERFIL DO CORPO DOCENTE E DO TÉCNICO


ADMINISTRATIVO
CORPO DOCENTE
PROFESSORES HABILITAÇÃO

Afonso Aparecido Nogueira Brandão Educação Física

Ana Ferreira Rocha Normal Superior

Caciano Hudson Cavalheiro Educação Física

Cleide Domingos Costa de Oliveira Normal Superior- Pós em Educação Especial


Inclusiva
DulcimaraWarmling Candido da Silva Letras habilitação – Português / Inglês
Pós em Planejamento Educacional
Edir Xavier Licenciatura em Pedagogia e Pós em Educação
das Infâncias com Foco no Ensino Fundamental
Gisele Cristiane dos Santos Licenciada em Letras e Pós em Artes Visuais

Ione Duarte Magistério – Pedagogia e Pós em

Isnéia Aparecida Mirandola Pedagogia – pós em Metodologias das Series


Iniciais do Ensino Fundamental
Joana Nascimento Normal Superior – Habilitação em Magistério
na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino
Fundamental.
Letícia Andrade Pedagogia

Leusa Aparecida Costa Garcia Normal Superior- Pós em Educação Especial


Inclusiva.
Lílian Silveira Schiavo Normal Superior- Pós Graduada em
Organização Pedagógica da Escola
Luzia Aparecida Barros NormalSuperior

Márcia Antonia Martinez Pedagogia- Pós Graduação em Didática

Márcia Lima de Almeida Letras – Pós em Psicopedagogia com foco em


89

sala de aula
Maria Auxiliadora Mancuelho Geografia - Psicopedagogia

Maria OsmériaGolveia Simões Licenciada em Educação Artística e Pós


Graduada em Psicopedagogia
Rosalina Lima de Almeida Sena Magistério – Pedagogia –Geografia
eEspecialização em Educação Infantil
Sandra Franco Educação Física e Pedagogia

Tânia Santos Letras – Pós em Educação Especial e Gestão


Escolar

TÉCNICO ADMINISTRATIVO
FUNCIONÁRIO (A) HABILITAÇÃO
DIRETORA: Ana Marcia Borges Mafalda Magistério/ Graduação em
Pedagogia/ Especialização em
metodologias da Educação Infantil
SECRETÁRIO: GleyseJara Magistério - Pedagogia

COORDENADORA PEDAGÓGICA: Tania Graduação Pedagogia/


Maria Pellin
Especialização Psicopedagogia
COORDENADORA PEDAGÓGICA: Lilian Normal Superior/ Especialização
Silveira Schiavo em Organização Pedagógica da
Escola
MERENDEIRA: Vani Costa Lima Santos Ensino Fundamental Incompleto
MERENDEIRA: Márcia Aparecida Silva Peralta Ensino Fundamental Incompleto
AJUDANTE DE SERVIÇOS GERAIS: Antonia Ensino Fundamental Incompleto
Ximenes Rodrigues
PORTARIA: Pedro da SilvaGomes Ensino Fundamental Incompleto

40 – AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO PROCESSO


EDUCATIVO
90

A Escola Municipal João Alves da Nóbrega, realizará a AvaliaçãoInstitucional, de


acordo com a DEL. CEE/MS n° 6363/2001, que a conceitua como:
[...] mecanismo sistemático e contínuo sobre as condições estruturais,
pedagógicas e de funcionamento da Unidade Escolar, com vistas ao
aperfeiçoamento da qualidade de ensino oferecido, e com base no
Projeto Político Pedagógico (DEL. CEE 6363/2001).

O Processo de Avaliação Institucional na Unidade Escolar teve início no final do Ano


letivo de 2004 e anualmente nos anos subsequentes. A avaliação interna envolverá os
diferentes segmentos que integram a comunidade escolar. Todos os processos avaliativos
internos serão consolidados através de registros em forma de relatório.
O acompanhamento e avaliação do Processo Educativo Institucional Interno serão
organizados e desenvolvidos em forma de projetos (anexos) o qual incidirá sobre os critérios a
seguir.

1- Critérios – Avaliação Interna


#Cumprimento da Legislação do ensino:Será avaliado pelos segmentos da
comunidade escolar, verificando se a Unidade Escolar está atuando em conformidade com o
que estabelece a Lei de Diretrizes e Base da Educação - LDB n° 394/96, Regimento Escolar,
Resoluções, Deliberações e Pareceres relativos a Educação Básica.
#Execução da Proposta Pedagógica: Será avaliada por uma Comissão de Avaliação
Institucional constituída por membros representantes de todos os seguimentos dessa
comunidade escolar.
#Formação inicial e continuada de dirigentes, professores e funcionários: a
Unidade de Ensino oportuniza a seus dirigentes, professores e funcionários o acesso a
formação continuada de diversas natureza e de acordo com as possibilidades e necessidades.
Será observado, discutido, analisado e registrado o desenvolvimento.

2 – Relacionamento com o nível administrativo, pedagógico e comunitário da


Instituição.
Será observado, discutido, analisado e registrado o desenvolvimento do processo
de mudanças de atitudes dos profissionais.
# Desempenho de dirigentes, professores e funcionários:
Dirigentes: Serão avaliados se estão articulando todo o trabalho em torno do Projeto
Político Pedagógico, e no cumprimento da Legislação do ensino.
91

Professores: 1- trabalho em sala de aula;


- organização da coletividade;
- trabalho com o conhecimento;
- realidade;
- conteúdo;
- metodologia;
- avaliação.

Funcionários: - relacionamento interpessoal com todos os seguimentos da comunidade


escolar.
- desempenho de suas atribuições;
- conhecimento das legislações;

# Organização da escrituração e do arquivo escolar: será avaliado a acessibilidade


aos documentos, bem como uma organização criteriosa que possibilite fluir um trabalho de
qualidade.

# Articulação com a família e a comunidade externa: Serão realizada reuniões de


pais, APM, e de amigos da escola, Conselho Escolar e demais parceiros, para discussão de
questões que afligem tanto os pais como os educadores, avaliação da participação dos
mesmos em reuniões pedagógicas, administrativas e comemorativa e envolvendo em ações
concretas na escola.

# Desempenho dos alunos frente aos objetivos propostos e as competências


desenvolvidas:
 Os alunos serão avaliados continuamente dentro do processo global de avaliação das
áreas de conhecimento. Bimestralmente será realizado o Conselho de Classe, com
acompanhamento e assessoramento da equipe diretiva e posterior elaboração de gráficos
demonstrativos do rendimento dos alunos.
 Será observado a participação e envolvimento dos alunos nos projetos
interdisciplinares e outras ações contidas na Proposta Pedagógica e analisado as mudanças de
atitudes frente aos objetivos propostos.
92

#Qualidade do espaço físico, instalações, equipamentos e adequações as suas


finalidades: Será analisado se o espaço físico e as instalações garantem as condições de
segurança necessárias e se os equipamentos disponíveis são adequados e suprem as
necessidades da comunidade escolar.

41- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na reestruturação do Projeto Político Pedagógico, a preocupação principal foi no


atendimento da legislação e reivindicação das demandas dos entes envolvidos em sua
elaboração e toda a comunidade escolar.
Este processo foi permeado pela intenção de fazer, em regime de colaboração e no
desejo de implantar uma Gestão Democrática, participativa, inclusiva, de respeito à
diversidade e aos Direitos de todos os humanos.
Os princípios norteadores Emancipação Humana; Igualdade; Direitos Humanos;
Qualidade e sustentabilidade, foram pensados como forma de consolidar a função social da
escola e seu compromisso em criar uma cultura d respeito aos direitos humanos e
ecopedagogia. Esta revisão nos permitiu um repensar do fazer pedagógico de forma coerente,
incluindo a organização da escola como um todo e do nosso trabalho na dinâmica interna
dentro e fora de sala de aula.
O trabalho em equipe foi um ponto decisivo e gratificante na sistematização das
propostas, sugestão, encaminhamentos, socialização das angústias, desejos, utopias e vontade
de construir uma escola para todos.

42- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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