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ORIENTAÇÕES

PARA O INÍCIO DO
ANO LETIVO

2023
PREFEITURA MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA - PB
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA
DIRETORIA DE ENSINO, GESTÃO E ESCOLA DE FORMAÇÃO

CÍCERO DE LUCENA FILHO


Prefeito

LEOPOLDO DE ARAÚJO BEZERRA DE CAVALCANTI


Vice-prefeito

MARIA AMÉRICA ASSIS DE CASTRO


Secretária de Educação e Cultura

LUCIANA ATAÍDE DIAS SANTIAGO


Secretária Executiva de Educação e Cultura

CLÉVIA SUYENE CUNHA DE CARVALHO


Diretora de Ensino, Gestão e Escola de Formação

MARIA SONALY MACHADO DE LIMA


Chefe de Departamento de Educação Infantil

CLÁUDIA COSTA DUARTE


Chefe de Departamento de Ensino Fundamental

FERNANDA ANTÔNIA DE ALBUQUERQUE MELO


THEODAN STEPHENSON CARDOSO LEITE
Chefe da Divisão de Educação Física Escolar

MARIA JOSÉ CANDIDO BARBOSA


Chefe da Divisão de Anos Finais

REJANE MARIA DE ARAÚJO LIRA


Chefe da Divisão de Educação Especial

MARIA DO SOCORRO ARRUDA DINIZ PIRES


Chefe da Divisão de Educação de Jovens e Adultos

ALCILENE DA COSTA ANDRADE


Chefe de Departamento de Programas Especiais

LUCIAN SOUZA DA SILVA


Chefe da Seção de Direitos Humanos, Projetos Integradores e Projeto de Vida

NEOMÍSIA PIRES SOUTO


Chefe de Departamento de Gestão Escolar

NILCIONE MACIEL LACERDA BATISTA


Chefe de Departamento de Formação

MARIA APARECIDA DA SILVA LIMA


Revisão Textual

TIAGO DOS SANTOS ARAÚJO


Diagramação
Nada é impossível de mudar.
Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é
de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural,
nada deve parecer impossível de mudar.
Bertolt Brecht
SUMÁRIO
1. Para início de conversa 03

2. Planejamento pedagógico como instrumento de pensamento e ação: quais


luzes podem ser lançadas sobre a aprendizagem? 05
2.1 O Planejamento Escolar e seus instrumentos 09

3. Política Municipal de Recomposição e Recuperação de Aprendizagem 11


3.1 Curso de Verão – Saberes da Leitura, da Escrita e do Cálculo 12
3.2 Curso de Fortalecimento da Aprendizagem: Eu posso aprender! 12
3.3 Projeto Trilha da Aprendizagem - Correção de Fluxo para Estudantes dos Anos
Finais. 13
3.4 Regime de Progressão Parcial de Estudos - RPPE 14
3.5 De Olho no IDEB 14

4. Jornada de Formação dos(as) Educadores(as) do Município de João Pessoa -


JOFEM 15

5. Elementos da Organização do Trabalho Pedagógico 16


5.1 Um tempo para o acolhimento na Educação Infantil 16
5.1.1 Considerações para esse momento de acolhimento 17
5.1.2. Indicações para Organização de Espaços e Materiais na Educação Infantil 18
5.2 Orientações Pedagógicas para os Anos Iniciais 20
5.3 Orientações Pedagógicas para os Anos Finais 24
5.3.1 Organização do Tempo Pedagógico 25
5.3.2 Planejamento Departamental nos Anos Finais 27
5.4. Orientações Pedagógicas para a Educação de Jovens e Adultos 28
5.4.1 A Organização do Trabalho Pedagógico na EJA 28
5.4.2 Planejamento Departamental e Formação Continuada 32
5.5 Orientações Pedagógicas para a Educação Física 33
5.6 Orientações Pedagógicas para a Educação Especial 34

6. Ações Curriculares Integradoras e Complementares 38


6.1 Semana de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher 38
6.2 Semana da Alimentação Saudável 39
6.3 Semana do Meio Ambiente 39
6.4 Educação Antirracista 40
6.5 Programa Educação pela Cultura 41
6.6 Projeto Capoeira no Chão da Escola: gingando entre saberes 41
6.7 Semana da Educação para a Vida 41
6.8 ECA na Escola 42
6.9 Projeto Cordel na Sala de Aula 42
6.10 Projeto Liderança Estudantil 43
6.11 Olimpíadas Escolares 44
6.12 MPT na Escola 45
6.13 Um Por Todos e Todos Por Um 46
6.14 Arte do Jornalismo 46

7. Considerações Finais 47
PARA INÍCIO DE
CONVERSA… 1
A Secretaria Municipal da Educação e Cultura do Município de João Pessoa,
por meio da Diretoria de Ensino, Gestão e Escola de Formação - DEGEF,
apresenta Orientações e Diretrizes para o desenvolvimento do Trabalho
Pedagógico Escolar no ano letivo de 2023. O documento objetiva subsidiar o
trabalho escolar, especialmente nos momentos de planejamento nos quais se
concebem, de forma coletiva, os procedimentos curriculares, didáticos,
avaliativos, comportamentais, assim como a organização dos espaços, tempos
escolares e recursos humanos.
A propositura das orientações teórico-metodológicas e procedimentais aqui
sinalizadas, visa fortalecer as ações pedagógicas das unidades de modo que
elas possam se qualificar ainda mais considerando o compromisso de todos
com a melhoria crescente do atendimento educacional oferecido às crianças,
adolescentes, jovens, adultos e pessoas idosas que estão matriculadas nas
unidades educacionais da rede municipal de ensino de João Pessoa.
O foco na elevação dos índices de aprendizagem é um horizonte que não
se pode perder de vista pelos que fazem a escola e a SEDEC. Este propósito
incide em se pensar e repensar o ensino, as práticas pedagógicas, as ações de
política educacional empreendidas pela gestão municipal. Para tanto, o
presente documento traz sinalizações importantes sobre planejamento
escolar, currículo, avaliação, formação de professores,
projetos e atividades.
Este instrumental técnico, organizado como documento pedagógico deve
ser amplamente compartilhado e estudado pelo núcleo gestor da unidade
junto aos especialistas e professores(as), durante o ano letivo de 2023,
objetivando à sua aplicação, o que não significa desconsiderar a realidade e
características de cada unidade, mas, ao contrário, potencializa o trabalho em
rede, qualificando-o. Vale salientar que haverá desdobramentos das
orientações que aqui se estabelecem na forma de outros documentos, a
exemplo de uma diretriz para as escolas integrais ou mesmo um
aprofundamento na discussão e na prática de planejamento na rede de ensino
municipal.
Por fim, almejamos que cada escola e cada CMEI alcancem os seus objetivos
e possam atingir o sucesso escolar. Reafirmamos que estaremos juntos nesta
jornada letiva de 2023.

04
PLANEJAMENTO
PEDAGÓGICO COMO
INSTRUMENTO DE
PENSAMENTO E AÇÃO:
quais luzes podem ser
2
lançadas sobre a
aprendizagem?
Refletir acerca das demandas educacionais de hoje para
contextualizarmos o planejamento é um desafio urgente e necessário.
A tomada de consciência por onde caminha a educação escolar pode
potencializar nossas possibilidades de intervir, de forma crítica e
criativa, no espaço da escola e da sala de aula, em particular.
(Carvalho; Queiroz, 2008, p. 86 )

Iniciar um novo ano letivo pressupõe avaliar os resultados alcançados no


ano anterior, sobretudo quanto à aprendizagem, uma vez que a função
precípua da escola é ensinar. Esta é uma ação estratégica para projetar o
futuro, quanto à qualidade do projeto educativo que se materializa por meio
do processo de ensino e aprendizagem.
Nesse sentido, o planejamento escolar é o ponto de partida e de chegada
de todo e qualquer trabalho pedagógico no ambiente escolar. Ele compreende
os momentos coletivos com gestores(as) escolares, equipe de especialistas,
professores(as), e demais profissionais,
para reflexão, discussão e tomadas de
decisões que devem se materializar em
ações pedagógicas e didáticas que
integrem currículo, prática pedagógica
e realidade escolar ao contexto
histórico-cultural e político do
município.
Assim, o Planejamento Escolar, no início do ano letivo, é um momento
precioso do ponto de vista institucional, ocasião na qual aqueles sujeitos
pactuam decisões para a melhoria dos processos educativos de outros sujeitos
- aqueles que, em muitas situações, só têm a escola como via de acesso ao
conhecimento que lhes garante a cidadania. Planejamento e avaliação escolar
formam um binômio atravessado pelo o que é vivido na unidade educacional,
ou seja, currículo praticado.
Esta rede de ensino tem todas as condições de avançar na garantia das
aprendizagens e se tornar referência educacional na região. Desta forma
acredita-se que avaliar os cenários dos diagnósticos iniciais, formativos e
somativos em rede, das práticas vivenciadas, dos resultados finais de cada
unidade, é condição para a escola de qualidade e equânime que se quer
consolidar.

06
Para além dessa dimensão do planejamento, integrar a equipe, motivar,
prestar contas dos recursos recebidos e definir o plano de ação dos
investimentos que serão condicionalidade para melhoria das aprendizagens,
além de estabelecer diálogo entre o corpo docente, por ano ou por área de
conhecimento, são pautas que devem ser rigorosamente pensadas e
concebidas como procedimento técnico de trabalho para o momento do
planejamento.

Para que cada unidade educacional planeje o ano letivo de 2023, é


necessário considerar algumas questões-chaves:

Que cenário de aprendizagem a escola apresenta para 2023?


ESCOLAS

Quais metas prioritárias de aprendizagem a escola vai desenvolver?


Quais ações são necessárias e viáveis para alcançar as metas
estabelecidas?
Quais atribuições e responsabilidades possuem cada segmento escolar
no alcance das metas?
Quais estratégias de monitoramento serão desenvolvidas para alcançar
as metas estabelecidas?

Nos CMEIs, quais ações pedagógicas são prioritárias para favorecer a


CMEIs
aprendizagem e o desenvolvimento das crianças em 2023?
Quais são as atribuições e responsabilidades de cada profissional para
que essas ações sejam materializadas?
Quais estratégias de acompanhamento serão desenvolvidas para
monitorar as ações planejadas?

07
Questões como essas devem ser contempladas na elaboração de um plano
de ação que compreenda e eleja a aprendizagem como centro do processo
pedagógico, o que demanda pensar a dimensão do ensino e de tudo o que
pode favorecer a excelência da prática pedagógica escolar. O Plano de Ação
Escolar deve ser elaborado a partir da apresentação, análise, problematização e
do planejamento de ações pautadas no diagnóstico de aprendizagem e dos
recursos humanos, financeiros, tecnológicos etc., disponíveis na escola, para
sua melhoria. Para isso, propomos que os aspectos a seguir sejam
sistematizados na estruturação do referido Plano:

Forças da unidade escolar e oportunidades externas


Situação da unidade em termos dos resultados do ensino-aprendizagem
Metas de aprendizagem para 2023
Ações para o alcance das metas de aprendizagem
Responsáveis pelas ações [gestão / especialistas / professores(as) /
parceiros(as)]
Como e quando avaliar os resultados das ações

A aplicação dos recursos financeiros também faz parte do plano de ação da


unidade educacional, uma vez que os investimentos devem ter por meta a
melhoria do ensino e da aprendizagem. Outrossim, o uso dos recursos públicos
e sua prestação de contas à comunidade constitui um conteúdo escolar que
expressa os valores defendidos e ensinados na escola. A responsabilização dos
diversos sujeitos, nesse processo, é igualmente fundamental para uma escola
ou um CMEI pautado na gestão democrática.
Para tanto, é importante que professores(as), especialistas e gestores(as),
além de outros profissionais da escola, se integrem para a construção do Plano
de Ação Escolar, com a finalidade de planejar ações que estejam
intrinsecamente articuladas ao Projeto Político Pedagógico, à Política
Municipal de Educação e que, portanto, repercutam diretamente na
aprendizagem.
O Plano de Ação Escolar será objeto de análise e avaliação do Prêmio Escola
e do Prêmio CMEI Nota Dez que, em 2023, terão foco prioritário nos resultados
de aprendizagem. Dessa forma, a partir do dia 09 de fevereiro, projetos, ações
de natureza pedagógica que refletem a organização do trabalho pedagógico
na escola estarão sendo monitorados para efeito de avaliação dos
referidos prêmios, entre outros aspectos a serem explicitados em
documento específico, posteriormente.

08
2.1 O Planejamento Escolar e seus
Instrumentos

Na rede municipal de ensino, o tempo dedicado ao planejamento já é um


direito assegurado na Lei complementar nº 73, de julho de 2012, que dispõe
sobre o Plano de Cargos e Carreiras, e Remuneração dos Profissionais de
Educação do Município - PCCR. Para um planejamento bem sucedido, além da
compreensão teórica acerca das concepções e dos conceitos que envolvem a
área, são garantidos os procedimentos metodológicos compatíveis com a
compreensão que se assume em seus diversos níveis:

Planejamentos mensais para tratar de assuntos referentes às questões


pedagógicas e administrativas de interesse geral da comunidade escolar
(gestores/as, especialistas, professores/as e demais funcionários/as que apoiam a
ação pedagógica), realizados na maioria das escola aos sábados;

Planejamentos departamentais para a organização do trabalho pedagógico de


acordo com anos/componentes curriculares coordenados pelos(as) especialistas
pedagogos(as) e demais especialistas [psicólogo(a) escolar, assistente social
escolar], quando se fizer necessário, para tratar dos aspectos atinentes aos
“fundamentos da disciplina, área de estudo, desafios pedagógicos,
encaminhamento, proposta de conteúdos, processos de avaliação”.
(VASCONCELLOS, 2000, p. 95). Os planejamentos departamentais nas escolas e
CMEI’s deverão ocorrer com regularidade quinzenal, para a orientação didático-
metodológica do processo de ensino-aprendizagem sistematizado no Planos de
Curso e Plano de Aula;

O Plano de Curso Anual e os Planos de Aula - Dimensão micro da prática


pedagógica, por vincular-se diretamente ao ensino; trata-se de um instrumento
de trabalho dos(as) professores(as) que lhes possibilita sistematizar
didaticamente o seu plano de trabalho no âmbito do componente curricular que
assume. Implica na sistematização orgânica dos objetos de conhecimentos
e das habilidades relacionadas às competências específicas das
respectivas áreas de conhecimento, considerando a organização
dos tempos bimestrais, além dos procedimentos
metodológicos e formas de avaliação do processo de
ensino-aprendizagem

09
Para a elaboração dos planos de curso, deve-se levar em consideração a Matriz
de Referência Curricular de 2022, considerando que a elaboração da nova
proposta curricular está em processo.

Outro recurso disponibilizado pela SEDEC para a sistematização e


acompanhamento dos processos pedagógicos é a Plataforma EducaSim.
Nesse sentido, a inserção e atualização dos dados referentes à matrícula, à
enturmação, ao plano de curso, às atas, à frequência dos estudantes, ao
registro de aulas e à avaliação, ao final de cada bimestre, são de
responsabilidade dos profissionais de cada unidade escolar, com destaque
para os docentes. Importa atentar para as orientações da SEDEC e a legislação
educacional vigente. Constitui-se, também, em indicador de avaliação do
Prêmio Nota 10, o que constará nos documentos orientadores, com previsão de
publicação até o final do mês de março de 2023.
Unidades educacionais bem sucedidas implementaram estrategicamente
os seus planejamentos, tendo o trabalho coletivo como centralidade para
fortalecer a prática pedagógica e concretizando as aprendizagens
significativas que potencializam a formação integral dos estudantes e a
formação cidadã.

Recomendamos o registro das


atividades departamentais no
EDUCASIM

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POLÍTICA MUNICIPAL DE
RECOMPOSIÇÃO E
RECUPERAÇÃO DE
APRENDIZAGEM 3
O retorno das atividades educacionais presenciais nas redes de ensino, no
biênio 2021/2022, ratificou o que estudos de diferentes organizações e
entidades educacionais divulgaram em torno das consequências da pandemia
para a vida escolar, notadamente para a aprendizagem dos estudantes,
impactada pelo afastamento presencial da escola durante o período
pandêmico.
No Brasil e em João Pessoa, essa realidade não foi diferente. No contexto
de retorno à presencialidade das atividades pedagógicas escolares, a
recuperação da aprendizagem tem centralidade na rede municipal de ensino
de João Pessoa.
Nesse sentido, foi concebido um plano estratégico, sistematizado como
Política Municipal de Recomposição das Aprendizagens, em que constam as
ações abaixo descritas. Tal plano será compartilhado com as unidades de
ensino, havendo, para cada ação, uma orientação específica a ser publicada
pela DEGEF:
3.1 Curso de Verão – Saberes da
Leitura, da Escrita e do Cálculo
Realizado nas unidades escolares da Rede Municipal de Ensino de João
Pessoa, com duração de 30 (trinta) horas, distribuídas em 03 (três) semanas, no
período de 09 a 27 de janeiro de 2023, o Curso de Verão - Saberes da Leitura, da
Escrita e do Cálculo atendeu a estudantes com dificuldades nessas três
habilidades, com foco nos componentes de Língua Portuguesa e Matemática.
Teve como finalidade potencializar a leitura, a escrita e o cálculo dos alunos e
alunas, de modo que cheguem ao novo ano escolar com essas aprendizagens
mais fortalecidas. As turmas foram organizadas em grupos de 20 (vinte)
estudantes por nível de aprendizagem, conforme a demanda da escola.

3.2 Curso de Fortalecimento da


Aprendizagem - Eu posso aprender!

Trata-se de uma ação de intervenção pedagógica para fortalecer as


aprendizagens no âmbito da Língua Portuguesa e da Matemática, por meio de
atividades de complementação e orientação de estudos que ocorrerão com
grupos de estudantes, no contraturno escolar, em espaços do entorno da
unidade escolar da comunidade. As atividades pedagógicas ocorrerão com
grupos de estudantes, 03 (três) vezes na semana, com atendimentos de 02
(duas) horas.

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3.3 Projeto Trilhas da Aprendizagem -
Correção de Fluxo para Estudantes
dos Anos Finais

O Projeto Trilhas da Aprendizagem será oferecido em 20 (vinte) unidades


escolares da rede municipal de ensino de João Pessoa, com atendimento de
alunos(as) matriculados(as) nas turmas do 6º ao 8º ano, para o ano letivo de
2023, e que se encontram em situação de distorção idade/ano. É uma ação
pedagógica para a correção do fluxo escolar em relação aos conhecimentos e
às habilidades necessárias à continuidade dos estudos, dentro do percurso
escolar compatível com a idade dos(as) estudantes.
Tem a finalidade de acelerar os estudos, contribuindo para correção do
fluxo escolar nestas unidades de ensino. As turmas do referido Projeto serão
organizadas em grupos de 25 (vinte e cinco) alunos, conforme demanda da
escola. As instituições escolares deverão realizar o mapeamento dos(as)
estudantes que são o público-alvo do Projeto, para a formação das turmas.

O que é a distorção idade/ano?

A distorção idade/ano é definida pela Lei de Diretrizes Bases da Educação


(LDB), nº 9.394/96: “[…] quando a diferença entre a idade do aluno e a idade
prevista para o ano em curso é de dois anos ou mais”.
O aluno é, pois, considerado em situação de distorção ou defasagem idade-
série quando a diferença entre a sua idade e a idade prevista para o ano é de
dois ou mais anos. Para realizar esse cálculo, é preciso considerar como data de
corte o dia 31 de março do ano letivo de 2023.

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3.4 Regime de Progressão Parcial de
Estudos - RPPE
O Regime de Progressão Parcial de Estudos - RPPE é assegurado no âmbito
da rede municipal de ensino, por meio da Resolução Nº 021/2018, como
possibilidade de os(as) estudantes do 6º ao 8º ano matricularem-se no ano
escolar subsequente ao cursado, estando retidos em, no máximo, 03 (três)
componentes curriculares. Para o ano letivo de 2023, a DEGEF propõe ajustes
na organização do tempo e do trabalho pedagógico. O detalhamento do
modelo pedagógico da PPE será feito em documento específico, a ser
publicado em breve, após diálogo com o Conselho Municipal de Educação.

3.5 De Olho no IDEB!

Esta ação será planejada em conjunto com os (as) gestores (as) das unidades
escolares envolvendo as turmas de 5º e 9º anos. Haverá a realização de aulões e
aplicação de simulados em toda a rede de ensino municipal. Esses aulões
serão mensais, por polo, com o objetivo de fortalecer as principais habilidades
e os objetos de conhecimentos exigidos nas avaliações externas. A
sistematização e desenvolvimento desta ação visa preparar a rede municipal,
notadamente seus estudantes, para o momento das avaliações externas.

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JORNADA DE FORMAÇÃO
DE EDUCADORES DO
MUNICÍPIO DE JOÃO
PESSOA - JOFEM
A XI Jornada de Formação dos(as) Educadores(as) Municipais - JOFEM abre
o ano letivo de 2023 e o processo de Formação Continuada. Ocorrerá nos dias
06 e 07 de fevereiro. Trata-se de uma das ações que fazem parte da Política de
Formação e Valorização dos(as) Profissionais da Rede. O evento trará como
temática geral: Políticas Educacionais para a Equidade na Aprendizagem
Escolar.
É importante incentivar a participação dos(as) profissionais neste evento,
por sua relevância como subsídio para reflexões e tomadas de decisões por
parte dos(as) educadores(as) em torno do trabalho educativo. A Formação
Continuada constitui um espaço significativo de desenvolvimento e
aprendizagem da docência, colaborando para a profissionalização do ensino.
Essa compreensão supera reducionismos que atrelam os momentos
formativos às exigências do Prêmio Escola e do CMEI Nota 10.
5
ELEMENTOS DA
ORGANIZAÇÃO DO
TRABALHO PEDAGÓGICO
Sendo o acesso à educação escolar um direito, é importante assegurar
condições de permanência com êxito aos educandos , em especial em
países onde a pobreza e a discriminação a dificultam, e zelar para que
sejam seguidos princípios de justiça curricular promotores de justiça social
(Ponce, 2019, p. 795)

5.1 Um tempo para o acolhimento na


Educação Infantil
Para atender à primeira infância no(a) CMEI/escola, sob a perspectiva do
acolhimento, é necessário desconsiderarmos a ideia de que este se dá apenas
na chegada da criança à unidade. É preciso ampliar a necessidade de acolher
os pequenos nos diversos momentos do cotidiano.
O período de adaptação é fundamental para o processo de aprendizagem
e desenvolvimento das crianças na Educação Infantil. Nesse período, elas
constroem os laços de confiança, percebendo os (as) CMEIs/Escolas como
ambientes seguros e acolhedores com as condições adequadas para que
possam interagir e explorar os espaços com autonomia.
Para que o processo de acolhimento e
inserção dos bebês e crianças aconteça de
forma tranquila e respeitosa, é
imprescindível que as famílias tenham a
oportunidade de conhecer o trabalho
desenvolvido na unidade educacional:
a proposta pedagógica, as rotinas, os
horários, os projetos, os espaços e
materiais, o cardápio da
alimentação e os(as) profissionais.
5.1.1 Considerações para esse
momento de acolhimento:

Escute, pacientemente, todas as dúvidas e os receios das famílias, e procure


responder-lhes com clareza de detalhes e cordialidade;

Caso as famílias necessitem, proponha uma visita monitorada à sala de


referência e às demais dependências da unidade;

Apresente às famílias os(as) profissionais responsáveis pelas crianças;

Apresente e explique às famílias todos os momentos que compõem a rotina da


unidade;

Caso a criança necessite, poderá levar para creche/escola um paninho,


brinquedo, ou outro objeto de apego que lhe proporcione segurança;

Dialogue com a criança, explicando os acontecimentos, passando segurança na


voz e na postura; esse carinho e cuidado devem ser demonstrados no tom de
voz.

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5.1.2. Indicações para Organização
de Espaços e Materiais na Educação
Infantil.

Organize os espaços da sala em contextos diversificados, em áreas para trabalho


coletivo e individual, com a disposição de brinquedos, materiais da natureza e
de largo alcance, jogos, livros, revistas, lápis coloridos, massas de modelar,
papéis, fantasias, entre outros. Essas disposições são recomendáveis, pois,
proporcionam a construção da autonomia e o protagonismo dos bebês e das
crianças por meio da oportunidade de poder escolher o que fazer, como
também a escolha dos pares com os quais mais se identificarem para brincar.

Coloque os materiais sempre à altura das mãos e, portanto, acessíveis aos bebês
e às crianças, devendo os eixos norteadores das interações e brincadeiras ser
garantidos no planejamento da acolhida e da inserção de cada bebê e/ou
criança.

O planejamento para as primeiras semanas de acolhimento dos bebês, das


crianças e de suas famílias é fundamental para que se estabeleçam interações
de boa qualidade e de acordo com a compreensão de que há uma complexa
relação a ser construída com esses sujeitos.

A partir das atividades ou situações propostas nesse período, como você avalia a
inserção das crianças? O que você percebe nelas que poderia
aprofundar/desenvolver?

Após profunda observação do cotidiano deste grupo, construa coletivamente a


rotina da unidade, conforme orientado nas Diretrizes da Educação Infantil (2021,
p. 25 e 26).

18
É a partir da observação e do registro dessas percepções que o(a)
professor(a) poderá refletir, planejar e propor atividades que contribuirão para
a construção do vínculo tão fundamental no processo de inserção das crianças.
Lembrando Madalena Freire, se pretendemos praticar uma pedagogia não
espontaneísta, isto é, que não parte de “adivinhação” ou “palpite”, é preciso
apoiar a atuação pedagógica em fatos.
O horário de funcionamento das unidades educacionais de Educação
Infantil deverá ser mantido, considerando o direito das crianças e de suas
famílias ao atendimento educacional conforme os horários estabelecidos pela
SEDEC:

Horário de funcionamento das unidades educacionais de


Educação Infantil

Manhã - 7h às 11h
Atendimento parcial
Tarde - 13h às 17h

Atendimento integral 7h às 17h

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5.2 Orientações Pedagógicas para os
Anos Iniciais

A chegada à escola, no início do ano letivo, é para as crianças um momento


de expectativa, por isso, deve-se garantir um acolhimento prazeroso e lúdico
que permita a adaptação da criança e o estabelecimento dos vínculos entre
elas e os adultos. Para os(as) estudantes do 1º Ano, por exemplo, é um
momento de mudança de rotina, sendo a transição da Educação Infantil para
o Ensino Fundamental um momento de novas aprendizagens e relações,
novos espaços e novas linguagens, daí ser essencial que o(a) estudante se sinta
cuidado(a) e acolhido(a).
Vários estudos no campo da Pedagogia e da Psicologia sinalizam a
necessidade de equilíbrio em relação às mudanças introduzidas durante a
transição pedagógica entre as diferentes etapas da educação básica. Busca-se,
assim, garantir a integração e continuidade dos processos de aprendizagens
sem desconsiderar a fase de desenvolvimento em que encontram-se as
crianças dos anos iniciais, seus desejos, necessidades e saberes, o que
pressupõem cuidar das mediações pedagógicas para que cada criança se
perceba como parte de um todo e que lhes seja garantida a continuidade do
percurso educativo.
Passado os primeiros dias de acolhimento, é necessário partir para a
realização de uma avaliação diagnóstica que tem por objetivo mapear quais
aprendizagens foram consolidadas, de modo a identificar as prioridades de
ensino e planejar as intervenções iniciais. Estas pautadas no plano de trabalho
anual de cada professor(a) considerando o ano em que atua. Para as atividades
diagnósticas a partir do 2º ano, apresenta-se o seguinte calendário:

De 13 a 28 de fevereiro: avaliação diagnóstica de leitura com as turmas do 2º ao 5º


ano, a qual será enviada via 1Doc para as escolas;

De 13/02 a 03/03: a inserção dos resultados será feita no Sistema de Avaliação do


Educar Pra Valer -SAEV;

As avaliações diagnósticas objetivas de Língua Portuguesa e Matemática com as


turmas do 2º ao 5º estão previstas para o mês de março, de acordo
com as orientações específicas da coordenação do Letrar +JP.

20
Orientamos que a inserção dos dados da
avaliação de leitura no SAEV sejam feitas após a
realização das avaliações de cada turma

As análises dos resultados das avaliações devem servir de referência para


consolidação do Plano de Ação da Escola a partir do qual se definirá as metas
de aprendizagem e as ações pedagógicas para atingi-las. O trabalho com os
dados obtidos no processo de diagnóstico pode potencializar o planejamento
pedagógico por área de conhecimento ou por grupo de professor(a) de cada
ano escolar, com discussão e tomada de decisão coletiva em torno do que
ensinar e das estratégias que podem garantir as aprendizagens, facultando o
sucesso dos estudantes, por conseguinte, da escola.

O planejamento departamental quinzenal deve ser garantido


dada a sua importância para sistematização docente da prática
didático-pedagógica e para o acompanhamento desta por parte
da equipe de especialistas e gestão pedagógica da escola. Deste
se repercutem, provavelmente, a definição de ações coletivas a
serem desenvolvidas considerando a realidade da sala de aula.

21
Sobre os materiais didáticos para os anos iniciais dispomos do material
estruturado do EPV que deve ser utilizado em simultaneidade com os livros
didáticos e complementados por outros definidos pelo(a) professor(a). Para
além destes, ressalta-se a necessidade de potencializar o uso dos livros
paradidáticos, seja como leitura deleite, seja como pura fruição estética
individual, em grupo ou direcionada para leitura em família. Outrossim, os
textos literários são muito potentes para introdução ou para desenvolver
didaticamente inúmeros conteúdos curriculares.
A carga horária semanal para os componentes curriculares nos anos iniciais,
deverá ser distribuída conforme a nova matriz curricular, abaixo apresentada.

MATRIZ CURRICULAR PARA OS ANOS INICIAIS DO


ENSINO FUNDAMENTAL
CICLO DA
COMPONENTES ALFABETIZAÇÃO
ÁREAS DO CONHECIMENTO 3º ANO 4º ANO 5º ANO
CURRICULARES
1º ANO 2º ANO
Língua Portuguesa 5 HA 5 HA 5 HA 5 HA 5 HA
LINGUAGENS Arte 2 HA 2 HA 2 HA 2 HA 2 HA
Educação Física 2 HA 2 HA 2 HA 2 HA 2 HA
MATEMÁTICA Matemática 5 HA 5 HA 5 HA 5 HA 5 HA

BASE NACIONAL CIÊNCIAS DA


Ciências 3 HA 3 HA 3 HA 3 HA 3 HA
COMUM NATUREZA
História e Cultura
CIÊNCIAS 3 HA 3 HA 3 HA 3 HA 3 HA
Afro-Brasileira
HUMANAS
Geografia 3 HA 3 HA 3 HA 3 HA 3 HA
ENSINO
Ensino Religioso 1 HA 1 HA 1 HA 1 HA 1 HA
RELIGIOSO
PARTE DIVERSIFICADA Língua Inglesa 1 HA 1 HA 1 HA 1 HA 1 HA

Total de Carga Horária Semanal (CHS) 25 CHS 25 CHS 25 CHS 25 CHS 25 CHS

Total de Carga Horária Anual (CHA) 1000 CHA

Duração da Hora Aula (HA) 50 Minutos HA

* Matriz aprovada pelo pleno do CME em 20/12/2022

22
Na nova matriz curricular houve a inserção do componente curricular de
Língua Inglesa para os anos iniciais, que tem o objetivo de desenvolver nos(as)
estudantes competências comunicativas de forma lúdica, interativa e
significativa. Acredita-se, portanto, que esta iniciativa soma-se a outras
estratégias a fim de potencializar a formação integral dos (as) estudantes
municipais de João Pessoa e prepará-los para oportunidades, situações diárias
e desafios do mundo atual.
Dessa forma, o componente de Educação Física nos anos iniciais, passará a
ter carga horária de 02(duas) horas semanais conforme deliberado pelo
Conselho Municipal de Educação, acerca do Sistema Municipal de Ensino de
João Pessoa em 20 de dezembro de 2022.

DISTRIBUIÇÃO DOS HORÁRIOS


MANHÃ TARDE

HORÁRIO AULA HORÁRIO AULA

07h-07h50 1ª aula 13h-13h50 1ª aula

07h50-08h40 2ª aula 13h50-14h40 2ª aula

08h40-09h30 3ª aula 14h40-15h30 3ª aula

09h30-09:50 intervalo 15h30-15h50 intervalo

09h50-10h40 4ª aula 15h50-16h40 4ª aula

10h40 -11h30 5ª aula 16h40-17h30 5ª aula


5.3 Orientações Pedagógicas para os
Anos Finais

A transição dos(as) estudantes dos anos iniciais para os anos finais do


ensino fundamental deve garantir o processo de escolarização permanente,
gradual e de formação integral. Nesse contexto, é necessário considerar as
mudanças inerentes ao processo de aprendizagem e de desenvolvimento, e
que implicam em aspectos físicos/biológicos, psíquicos/emocionais,
socioculturais e cognitivos.
Em atenção ao exposto e ao delineamento do fazer pedagógico para o
público em questão, trazemos à baila as seguintes orientações quanto à
organização do trabalho pedagógico:

Promover o protagonismo estudantil na interseção entre a integração dos


conhecimentos, do trabalho coletivo, da autoria, da autonomia a partir de
projetos pedagógicos integradores e projetos de vida que favoreçam abordagens
interdisciplinares e transdisciplinares, com destaque para: as Olimpíadas de
Conhecimento, o Projeto de Liderança Estudantil; Ações de implementação da
Lei 10.639 (2003) e da Lei 11.645 (2008); a participação no âmbito da escola de
grupos de dança, teatro, literatura dentre outros;

Articular vivências, experiências, saberes dos(as) estudantes ao repertório


científico, tecnológico e artístico-cultural que constitui o arcabouço do
conhecimento escolar sistematizado;

Atentar para as questões que remetem às identidades individuais e coletivas


relacionados aos aspectos da diversidade local/regional, étnico-racial, de gênero,
de orientação sexual, geracional e os relacionados às pessoas com deficiência;

Desenvolver uma organização curricular com estratégias didático-pedagógicas


que contemplem cada um dos(as) alunos(as), proporcionando-lhes atendimento
diferenciado no que tange a um percurso de aprendizagem acolhedor e sensível,
mas, ao mesmo tempo, técnico e sistematizado.

24
5.3.1 Organização do Tempo
Pedagógico

O tempo pedagógico, para os anos finais, deverá ser organizado da


seguinte forma:

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR PARA OS ANOS FINAIS DO


ENSINO FUNDAMENTAL

COMPONENTES
ÁREAS DO CONHECIMENTO 6º ANO 7ºANO 8º ANO 9º ANO
CURRICULARES

LÍNGUA
6 HA 6 HA 6 HA 6 HA
PORTUGUESA

LINGUAGENS ARTE 2 HA 2 HA 2 HA 2 HA

EDUCAÇÃO
3 HA 3 HA 3 HA 3 HA
FÍSICA

MATEMÁTICA MATEMÁTICA 5 HA 5 HA 5 HA 5 HA

BASE NACIO CIÊNCIAS DA


CIÊNCIAS 4 HA 4 HA 4 HA 4 HA
NAL COMUM NATUREZA

HISTÓRIA E
CULTURA
4 HA 4 HA 4 HA 4 HA
CIÊNCIAS AFRO-
HUMANAS BRASILEIRA

GEOGRAFIA 3 HA 3 HA 3 HA 3 HA

ENSINO ENSINO
1 HA 1 HA 1 HA 1 HA
RELIGIOSO RELIGIOSO

LÍNGUA
PARTE DIVERSIFICADA 2 HA 2 HA 2 HA 2 HA
INGLESA

TOTAL DE CARGA HORÁRIA SEMANAL (CHS) 30 H 30 H 30 H 30 H

TOTAL DE CARGA HORÁRIA ANUAL (CHA) 1200 CHA 1200 CHA 1200 CHA 1200 CHA

DURAÇÃO DA HORA-AULA (HA) 45 MINUTOS HA

Está prevista, para este ano, a solicitação ao


CME da atualização da nomenclatura da Matriz
Curricular, conforme a LEI Nº 11.274, de 6 de
fevereiro de 2006, que dispõe sobre o Ensino
Fundamental de 09 (nove) anos.

25
É importante observar que a Resolução nº 003/2007 ampliou a
carga horária dos componentes curriculares Língua Portuguesa e
História, em face da implementação da Educação para as
Relações Étnico-raciais e do Ensino da temática de História e
Cultura Afro-Brasileira e Africana, conforme preconiza a Lei
10.639/2003.

A hora-aula dos 09 (nove) componentes dos Anos Finais do ensino


fundamental é distribuída em 6 (seis) aulas diárias (por turno) de 45 (quarenta
e cinco) minutos cada, com intervalo de 15 (quinze) minutos. Quanto à
distribuição da carga horária diária, obedecerá à seguinte organização:

DISTRIBUIÇÃO DOS HORÁRIOS

MANHÃ TARDE

HORÁRIO AULA HORÁRIO AULA

07h-07h45 1ª aula 13h-13h45 1ª aula

07h45-08h30 2ª aula 13h45-14h30 2ª aula

08h30-09h15 3ª aula 14h30-15h15 3ª aula

09h15-09h30 intervalo 15h15-15h30 intervalo

09h30-10h15 4ª aula 15h30-16h15 4ª aula

10h15-11h 5ª aula 16h15-17h 5ª aula

11h-11h45 6ª aula 17h-17h45 6ª aula

Para otimizar as atividades didáticas e o tempo da relação


pedagógica entre professor(a) e alunos(as), quando o componente
curricular ofertar mais de uma aula por dia, estas devem ser
organizadas de forma geminada, não podendo ultrapassar mais
de duas aulas.

26
5.3.2 Planejamento Departamental
nos Anos Finais

O planejamento departamental dos(as) professores(as) por componente


curricular segue a dinâmica já consolidada na rede municipal, a saber:

DIA DA SEMANA COMPONENTE(S) CURRICULAR(ES)

Segunda-feira História/Geografia

Terça-feira Ciências/Educação Física

Quarta-feira Língua Inglesa/Língua Portuguesa

Quinta-feira Ensino Religioso/Matemática

Sexta-feira Arte

IMPORTANTE!
O dia da semana reservado para cada componente curricular dos Anos Finais
será dedicado ao planejamento departamental, bem como à formação
continuada;

Nos dias de planejamento reservados para cada componente curricular, os(as)


professores(as) não deverão assumir a docência da sala de aula;

A Formação Continuada 2023 terá como centralidade a construção coletiva da


Proposta Curricular da Rede Municipal de Ensino de João Pessoa com previsão
de início a partir do mês de março. Outra dimensão da formação que também
é curricular diz respeito à abordagem de conteúdo e método, de acordo com
cada área de conhecimento.

27
5.4 Orientações Pedagógicas para a
Educação de Jovens e Adultos

Ao planejar o acolhimento dos(as) estudantes da EJA especialmente nos


primeiros dias letivos, é importante ter um olhar e uma escuta atentos para
as falas e ações dos(as) estudantes, para os seus projetos de vida, o que
possibilita aos(às) professores(as), especialistas e gestão a continuidade desse
diálogo nos diversos níveis de planejamento escolar. O acolhimento deve
perdurar e perpassar por todos os dias letivos, pois, ao retornar para a escola,
os (as) estudantes buscam concluir seus estudos, o que pode viabilizar a
concretização de sonhos e expectativas pessoais, acadêmicas e profissionais.

5.4.1 A Organização do Trabalho


Pedagógico na EJA

O trabalho pedagógico na EJA, deve estar fundamentado nos saberes


essenciais, nos princípios e nos eixos temáticos integradores que conduzem a
proposta pedagógica desta modalidade de ensino. Os eixos ampliam as
possibilidades de reorganização curricular à medida que rompem com o
modelo de disciplinarização do conhecimento e indicam um caminho
orientado pela interdisciplinaridade em que o (a) aluno (a) e seus saberes
tenham centralidade na construção do conhecimento.
Na Rede Municipal de Ensino de João Pessoa, a categoria “trabalho”,
assumida como princípio educativo, transversaliza todos os eixos (Trabalho e
Cultura, Trabalho e Tecnologia, Trabalho e Cidadania, Trabalho e Saúde,
Trabalho e Direitos Humanos, Trabalho e Sustentabilidade Socioambiental,
Trabalho, Tempos Humanos e Garantias dos Direitos), dialogando com temas
que fazem parte da vida, das experiências e das necessidades emergentes do
contexto vivencial dos(das) estudantes da EJA, dando rumo a uma educação
articulada à qualificação profissional.

28
Com a aprovação da Resolução N.º 005/2022, em novembro de 2022, pelo
CME, foi garantida a organização da Educação de Jovens e Adultos, integrada
à Qualificação Profissional (QP) na Rede Municipal de Ensino de João Pessoa
com a seguinte estrutura:

MATRIZ CURRICULAR DA EJA COM A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL


PRIMEIRO SEGMENTO
41 SEMANAS 205 DIAS LETIVOS - 04 AULAS DE 45 MINUTOS
CICLO DE
NÚCLEOS COMPONENTES
ALFABETI CICLO I CICLO II TOTAL
CURRICULARES CURRICULARES
ZAÇÃO

Língua Portuguesa 5 5 5 615

LINGUAGENS
Arte 1 1 1 123
Educação Física 1 1 1 123
BASE NACIONAL MATEMÁTICA Matemática 4 4 4 492
COMUM
CIÊNCIAS DA
Ciências 2 2 2 246
NATUREZA

História e Cultura
2 2 2 246
Afro-Brasileira
CIÊNCIAS HUMANAS
Geografia 2 2 2 246

Ensino Religioso 1 1 1 123

Agente de Gestão de
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL 2 2 2 246
Resíduo Sólido

Total de aulas semanais 20 20 20 2460


Total de módulos aulas anuais 820 820 820
Total geral de aulas 2460

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL Zelador de prédio

Total de aulas semanais 20 20 20


Total de módulos aulas anuais 820 820 820
Total geral de aulas 2460

Horticultor de
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Produtos orgânicos

Total de aulas semanais 20 20 20


Total de módulos aulas anuais 820 820 820
Total geral de aulas 2460

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL Auxiliar de Cozinha

TOTAL DE AULAS SEMANAIS 20 20 20


TOTAL DE MÓDULOS AULAS ANUAIS 820 820 820
TOTAL GERAL DE AULAS 2460

* Aprovada pelo pleno do CME em 14/02/2023

29
MATRIZ CURRICULAR DA EJA COM A QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
SEGUNDO SEGMENTO
41 SEMANAS 205 DIAS LETIVOS - 4 AULAS DE 45 MINUTOS
Nº de aulas por
NÚCLEOS COMPONENTES 2º SEGMENTO - 41 SEMANAS componentes
CURRICULARES CURRICULARES curriculares
CICLO III CICLO IV
Língua
4 4 328
Portuguesa
Língua Inglesa 1 1 82
LINGUAGENS
Arte 1 1 82
Educação Física 1 1 82
BASE
NACIONAL SUBTOTAL 7 7 574
COMUM Matemática 4 4 328
MATEMÁTICA
SUBTOTAL 4 4 328
CIÊNCIAS DA Ciências 2 2 164
NATUREZA SUBTOTAL 2 2 164
História e Cultura
2 2 164
Afro-Brasileira
CIÊNCIAS Geografia 2 2 164
HUMANAS
Ensino Religioso 1 1 82
SUBTOTAL 5 5 410
Agente de Gestão
de Resíduos 2 2 164
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL Sólidos
SUBTOTAL 2 2 164
Total aulas semanais 20 20 1640
Total aulas anuais 820 820
..................................... 2 2 164
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
SUBTOTAL 2 2 164
Total aulas semanais 20 20 1640
Total aulas anuais 820 820
Recepcionista de
2 2 164
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL Escritório
SUBTOTAL 2 2 164
Total aulas semanais 20 20 1640
Total aulas anuais 820 820
Repositor de
2 2 164
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL Mercadorias
SUBTOTAL 2 2 164
Total aulas semanais 20 20 1640
Total aulas anuais 820 820
Agente
Comunitário de 2 2 164
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL Saúde
SUBTOTAL 2 2 164
Total aulas semanais 20 20 1640
Total aulas anuais 820 820

*Aprovada pelo pleno do CME em 14/02/2023


A implantação da Qualificação Profissional (QP) no currículo da EJA,
demanda um novo projeto pedagógico. Para que essa nova configuração
curricular se estabeleça, é essencial que os profissionais (professores/as,
especialistas e gestão) envolvidos na sua implementação sejam partícipes do
planejamento à realização das atividades pedagógicas.
É preciso que o corpo docente compreenda este novo momento para
ressignificar as práticas em sala de aula. Neste sentido, é imprescindível no 1º
segmento da EJA a presença dos(as) professores(as) de Básica I das turmas do
Ciclo de Alfabetização, Ciclo I e Ciclo II durante as aulas de QP e demais
componentes da Base Nacional Comum (Arte, Educação Física e Ensino
Religioso).

Ciclo de Alfabetização, Ciclo I e Ciclo II:


destinam-se a estudantes com idade a partir de
15 anos completos na data da matrícula.

Ciclo III e Ciclo IV: destinam-se a estudantes


com idade a partir de 16 anos completos na
data da matrícula.

Em virtude da carga horária da EJA, o calendário


escolar foi elaborado tendo como início das aulas
o dia 08 de fevereiro e o término para o dia 20 de
dezembro de 2023.

31
5. 4.2 Planejamento Departamental e
Formação Continuada

O planejamento é uma ferramenta imprescindível para o direcionamento


pedagógico do(a) professor(a) e faz parte de sua carga horária, como forma de
garantir o direito de aprendizagem dos(as) estudantes.
O planejamento na EJA deverá ser realizado e organizado de maneira a
envolver todos os componentes curriculares suscitando uma discussão
coletiva, no sentido de se trabalhar na perspectiva da pedagogia de projetos.
No que diz respeito ao horário de planejamento departamental, a escola
deve, obrigatoriamente, realizá-lo sem prejuízo do tempo pedagógico dos(as)
estudantes, observando que estas horas estão garantidas no PCCR, como já
sinalizado.
A formação de professores ocorrerá em encontros mensais com o propósito
da profissionalização crescente dos profissionais da EJA; a formação docente
se constitui em espaço de trocas de experiências entre os (as) professores (as) e
de reflexão coletiva sobre a prática pedagógica. Neste espaço formativo, uma
prioridade para 2023 é consolidar a proposta curricular do segmento.

32
5. 5 Orientações Pedagógicas para a
Educação Física
Nos anos iniciais do ensino fundamental, a Educação Física tem papel
relevante no desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social das crianças,
graças ao reconhecimento da plasticidade infantil para aprender e se
desenvolver, em que valorizar o brincar e as diversas formas de expressão da
criança sua no âmbito das vivências escolares é uma perspectiva a ser
reforçada. Nessa etapa da educação básica, a carga horária constará, a partir
de 2023, de 02 (duas) horas aula semanal, conforme deliberou o Conselho
Municipal de Educação, acerca do Sistema Municipal de Ensino de João
Pessoa.
Nos anos finais do ensino fundamental, o componente curricular em
questão, está voltado para alunos (as) que possuem uma maior capacidade de
autonomia psíquica e comportamental, bem como um consolidado repertório
de jogos, brincadeiras, esportes e outras práticas corporais que devem ser
transformadas e ampliadas. Nesse contexto, as aulas de Educação Física
devem oportunizar condições para que o(a) aluno(a) aprenda, compreenda,
utilize e ressignifique os conhecimentos construídos, sendo capaz de ampliá-
los, alcançando, assim, novos horizontes como sujeitos ativos na sociedade.
Nessa etapa, a carga horária compreende 03 (três) horas aula semanal.
No âmbito da Educação de Jovens e Adultos, o ensino da Educação Física
torna-se relevante na medida em que subsidia o contato dos (as) alunos (as)
dessa modalidade de ensino à cultura corporal de movimento, além de
propiciar a busca da compreensão da Educação Física como ferramenta para
promoção do desenvolvimento, saúde, utilização criativa do tempo de lazer,
aspectos relacionados à ergonomia e compensação de esforços musculares.
Nessa modalidade de ensino, este componente curricular é proposto na forma
de 01 (uma) aula semanal

33
5.6 Orientações Pedagógicas para a
Educação Especial

TODOS(AS) NA ESCOLA…
A prática pedagógica na Educação Especial traz o desafio de garantir não
só o acesso à educação, mas, principalmente, a permanência no espaço
escolar de todos(as) os(as) alunos(as) da Rede Municipal de Ensino de João
Pessoa, entre eles(as) os(as) alunos(as) que são o público-alvo da Educação
Especial. Uma estratégia basilar diz respeito ao trabalho pedagógico coletivo e
inclusivo.
Justifica-se indiscutivelmente a importância do trabalho colaborativo e em
equipe, ancorado na perspectiva da inclusão, para o desenvolvimento e a
realização das ações escolares no âmbito da Educação Especial, que é uma
modalidade de ensino transversal em todos os níveis e etapas da educação
nacional, disponibilizando recursos e serviços, entre eles o Atendimento
Educacional Especializado (AEE), de forma complementar ou suplementar a
formação dos(as) alunos(as) que constituem seu público-alvo (BRASIL, 1996).

34
SOBRE A AÇÃO DOCENTE
O trabalho realizado por professores(as) de sala de aula regular, as
contribuições de professores(as) do AEE, bem como dos(as) professores(as),
instrutores(as) e intérpretes de Libras e profissionais de apoio escolar
[cuidador(a)] devem garantir a plena participação desses(as) alunos(as) no
processo de ensino-aprendizagem, nas mais variadas vivências pedagógicas
que a escola põe em movimento durante o ano letivo.

QUEM SÃO OS(AS) ALUNOS(AS) PÚBLICO-ALVO DA EDUCAÇÃO


ESPECIAL?
Alunos(as) com deficiência física, intelectual, visual, auditiva e múltiplas;
Transtornos Globais de Desenvolvimento (Síndrome de Asperger de Reet;
Transtorno Desintegrativo da Infância; Transtorno do Espectro do Autismo e
Altas Habilidades e/ou Superdotação (BRASIL, 1996).

35
Como identificar se o(a) aluno(a) é público-alvo da Educação Especial, se
necessita de cuidador(a) para assisti-lo(a)? Como a unidade de ensino
(Escola ou CMEI) comprova essa necessidade do(a) cuidador(a) e faz a
solicitação desse(a) profissional?

A unidade de ensino deve ter acesso a uma cópia do laudo do(a) aluno(a) com
a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados
com a Saúde (CID) que insere o(a) aluno(a) no público-alvo da Educação
Especial;
Importante! O laudo do(a) aluno(a) não é determinante para a efetivação do
direito ao(à) cuidador(a), mas, apenas, um instrumento que define a
deficiência e/ou o transtorno do(a) estudante;
Para comprovar se o(a) aluno(a) necessita de um(a) cuidador(a), para assisti-
lo(la) no processo de ensino-aprendizagem, a unidade de ensino faz uma
avaliação presencial do(a) aluno(a). Essa avaliação deverá ser feita por
professor(a) do AEE e, na ausência deste(a) profissional, a avaliação deverá ser
feita por supervisor(a) e psicólogo(a) escolar da unidade;
Na comprovação da necessidade, considerar cuidador(a) individualizado(a)
(fixo/a) - aquele(a) que assiste apenas um(a) aluno(a) por turno e cuidador(a)
volante - aquele(a) que assiste dois ou mais alunos(as) por turno. Assim, deve-
se solicitar cuidador(a) individualizado(a) apenas para alunos(as) com:
I. Deficiência física (cadeirantes e mobilidade reduzida);
II. Deficiência intelectual (moderada e severa);
III. Deficiências múltiplas (moderada e severa);
IV. Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGO) - Síndrome de Asperger de
Reet; Transtorno Desintegrativo da Infância; Transtorno do Espectro
do Autismo (moderado e severo).

Para os(as) alunos(a) com deficiências ou TGO leves, solicitar cuidador(a)


volante.

Concluída a avaliação, a gestão da unidade de ensino deverá anexar, via


1DOC, a cópia do laudo e a ficha de avaliação assinada pelos(as) profissionais
que avaliaram o(a) aluno(a), comprovando a necessidade do(a) cuidador(a),
para que a Divisão de Educação Especial (DEE) possa fazer os devidos
encaminhamentos;

Alunos(as) que estão em processo de triagem apenas na unidade, ou seja,


sem uma prévia avaliação de profissionais da área da saúde, não devem fazer
parte do grupo de alunos(a) contabilizados(as) para o número de matrículas
nas turmas regulares nem para a solicitação de cuidadores(as), mas podem
receber o AEE e ser contabilizados(as) no Censo Escolar
da Turma do AEE.

36
O QUE É O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE)
O AEE é um serviço oferecido na e pela Sala de Recursos Multifuncionais, tem
função complementar ou suplementar à formação do(a) aluno(a) a partir da
disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que
eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade, viabilizada
pela aprendizagem e desenvolvimento, oportunizado na e pela escola.

AEE deve ser realizado no turno inverso da escolarização e, prioritariamente, na


Sala de Recursos Multifuncionais da própria unidade de ensino (Escola ou CMEI)
ou em outra unidade de ensino regular da rede que seja mais próxima para o(a)
aluno(a).

É indispensável que a família, e/ou responsável legal pelo(a) aluno(a), público-


alvo da Educação Especial, tome ciência, logo no início do ano letivo, da
existência do AEE e da exigência legal de que este serviço só poderá ser
oferecido no turno inverso em que o(a) aluno(a) estuda;

A participação do(a) aluno(a) no AEE se dará mediante a assinatura de um


Termo de Responsabilidade por parte do responsável. Caso não queira essa
assistência, a família precisará assinar o Termo de Desistência.

37
6
AÇÕES CURRICULARES
INTEGRADORAS E
COMPLEMENTARES
As ações curriculares integradoras e complementares estão diretamente
relacionadas a liderança e ao protagonismo dos(as) estudantes, assim como a
valorização da diversidade de saberes e vivências culturais relacionada aos
princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários, que são
definidos entre as competências gerais da Educação Básica estabelecidas pela
Base Nacional Comum Curricular.
Nessa perspectiva, os(as) professores(as), os(as) gestores(as) e os(as)
especialistas devem desenvolver práticas pedagógicas que estimulem os(as)
estudantes a exercitarem seu protagonismo, ao passo que desenvolvem o
senso crítico, a criatividade, a autonomia e o respeito à diversidade. As
unidades de ensino que tenham interesse em potencializar essas ações devem
procurar a equipe do Departamento de Programas Especiais (DPE). A seguir
destacamos temáticas que devem estar contempladas no currículo e algumas
delas já estão sinalizadas no calendário letivo de 2023.

6.1 Semana de Enfrentamento à


Violência Contra a Mulher
A Semana de Enfrentamento à Violência
Contra a Mulher é o cumprimento da Lei
Municipal Mariele Franco (N. 13.566/2018),
que tornou obrigatório o ensino de noções
básicas da Lei Maria da Penha nas unidades
de ensino da rede pública municipal.
Esta ação está direcionada para todos
os níveis e modalidades de ensino, em
todas as escolas e CMEIs. Recomenda-
se que, entre os dias 06 e 10 de março,
sejam potencializadas ações que
atendam ao cumprimento da
legislação e ao combate à violência
contra a mulher.
6.2 Semana da Alimentação Saudável

A Semana da Alimentação Saudável é um evento durante o qual se busca


conscientizar estudantes e responsáveis sobre a importância da alimentação
para o desenvolvimento físico e mental, assim como para a prevenção de
diversas patologias. Em razão disso, orienta-se que, entre os dias 27 e 31 de
março, sejam desenvolvidas atividades que atentem para a necessidade de
ter hábitos alimentares saudáveis.

6.3 Semana do Meio Ambiente

A Semana do Meio Ambiente objetiva fomentar o debate, dentro das


unidades de ensino, sobre temas em torno da preservação ambiental e da
importância de ações cotidianas relativas ao cuidado com o Meio Ambiente.
Recomenda-se que, entre os dias 05 e 09 de junho, sejam desenvolvidas
práticas pedagógicas que atentem para a importância da preservação
ambiental.

39
6.4 Educação Antirracista

A Lei 10.639/03 tornou obrigatório o Ensino de História e Cultura


Afrobrasileira e Africana. Em âmbito local, a Resolução nº 002/2007 do
Conselho Municipal de Educação de João Pessoa-PB, tratou sobre o tema.
Essa legislação municipal foi atualizada, tendo sofrido alterações pontuais que
resultaram na Resolução nº 003/2022. De acordo as legislações nacional e
municipal, os Projetos Político-Pedagógicos precisam ser adequados, assim
como a garantia de que todos os componentes curriculares contemplem o
tema bimestralmente.
Recomenda-se que, ao longo do ano letivo, sejam desenvolvidas ações na
perspectiva da Educação para as Relações Étnico-Raciais, culminando na
Semana da Consciência Negra, no mês de novembro, desconstruindo, desse
modo, o equívoco epistemológico que reduz a temática racial apenas ao Dia
20 de Novembro.
6.5 Programa Educação Pela Cultura

O Programa Educação Pela Cultura é uma ação em parceria com o Instituto


Alpargatas, com vistas ao fortalecimento da instituição de ensino para
promover educação de qualidade por meio da reformulação de conteúdos e
vivências escolares. As linhas condutoras desse Programa são as Leis 10.639/03
e 11.645/08, que tratam sobre a Cultura Africana, Afro-brasileira e Indígena,
respectivamente. Em 2022, o Programa contemplou 28 (vinte e oito) unidades
de ensino, cerca de 21.014 (vinte e um mil e quatorze) alunos(as) e 988
(novecentos e oitenta e oito) professores(as). No corrente ano letivo, haverá
ampliação das ações, devendo as unidades de ensino aguardar contato da
Secretaria de Educação e Cultura para as devidas orientações.

6.6 Projeto Capoeira no Chão da


Escola: gingando entre saberes

O Projeto Capoeira no Chão da Escola: gingando entre saberes oportuniza a


vivência da capoeira como manifestação cultural afro-brasileira para
educandos(as) da rede pública municipal, nas dimensões da Educação
Popular e Antirracista, ou seja, numa perspectiva decolonial. No último ano
letivo, o projeto atendeu a 17 (dezessete) escolas de tempo integral.

6.7 Semana da Educação Para a


Vida
A Semana da Educação Para a Vida objetiva abordar temas que
comumente escapam ao currículo formal, tais como: ecologia e meio
ambiente, educação para o trânsito, sexualidade, prevenção contra doenças
sexualmente transmissíveis, drogas, direito do consumidor, Estatuto da
Criança e do Adolescente, Estatuto do Idoso etc. A referida ação está baseada
na Lei n. 11.795, de 12 de novembro de 2009. Em razão disso, orienta-se que
todas as unidades de ensino desenvolvam práticas pedagógicas nessa
perspectiva.

41
6.8 ECA na Escola

ECA na Escola é uma ação que objetiva potencializar temas relacionados


à garantia de direitos de crianças e adolescentes. Ao longo do ano letivo, as
escolas e os CMEI’s devem desenvolver ações que contemplem o
cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente, tendo como marco o
dia 13 de julho, o aniversário da referida legislação.

6.9 Projeto Cordel na Sala de Aula

O Projeto Cordel na Sala de Aula objetiva fomentar o uso de folheto de


cordel ao longo de práticas pedagógicas que estimulem a leitura, assim
como valorizem a cultura popular entre os(as) professores e os(as) estudantes
da rede pública municipal de ensino. Em 2022, o Projeto esteve presente em
35 (trinta e cinco) unidades de ensino, entre escolas e CMEIs. Ainda com
relação ao ano letivo anterior, as ações do Projeto entraram como critério
para o Prêmio Escola Nota 10.
6.10 Projeto Liderança Estudantil

O Projeto de Liderança Estudantil tem como objetivo promover o


protagonismo estudantil através de instâncias de representatividade, a partir
da participação ativa dos alunos e alunas nos espaços democráticos das
unidades de ensino, fomentando e articulando o protagonismo estudantil
intra e extramuros nas escolas. Em 2022, ocorreram eleições de representantes
de turmas em 69 (sessenta e nove) escolas envolvendo 22.635 (vinte e dois mil,
seiscentos e trinta e cinco) estudantes, e a eleição de 1.755 (hum mil,
setecentos e cinquenta e cinco) líderes. Além disso, foi formado o Conselho de
Representantes em 44 (quarenta e quatro) escolas, envolvendo cerca de 15.653
(quinze mil, seiscentos e cinquenta e três) estudantes, com a escolha de 180
(cento e oitenta) conselheiros(as). A meta para 2023 é o fortalecimento das
instâncias estudantis, tais como: os Representantes de Turma, o Conselho de
Representantes e o Grêmio Estudantil. Nesse sentido, estabelece-se que:

A realização de eleições de Representantes de Turma deverá ocorrer até o dia


04 de abril, em todas as unidades de ensino, nas turmas do 4º ao 9º anos e EJA;

A constituição dos Conselhos de Representantes deve ser realizada em todas


as unidades de Anos Finais, até o dia 05 de maio;

A formação das comissões eleitorais e o pleito do Grêmio Estudantil serão


realizados em 2 (duas) escolas por polo e, consequentemente, suas
Assembleias Gerais;

Objetivando a consolidação do Projeto, a Secretaria de Educação e Cultura


realizará um conjunto de ações, tais como: encontros formativos; a publicação
da cartilha “A Escola é Nossa”, com orientações de formação das instâncias, já
no prelo; o lançamento do aplicativo “Redes de Lideranças Estudantis”; e a
assinatura de um decreto municipal criando o Programa de Lideranças
Estudantis.

43
6. 11 Olimpíadas Escolares

As Olimpíadas Escolares incentivam os(as) estudantes em áreas específicas


do conhecimento. Além disso, possibilitam a troca de conhecimentos e
experiências entre alunos e alunas de diferentes localidades. Em razão disso, é
necessário que os(as) professores, os(as) gestores e os(as) especialistas
estimulem a participação dos(as) estudantes em tais ações, a saber: Olimpíada
de Astronomia e Astronáutica (OBA), Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG),
Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), Olimpíada
de Língua Portuguesa: escrevendo o Futuro (OLP), Olimpíada Brasileira de
Saúde e Meio Ambiente (OBSMA), Olimpíada Nacional em História do Brasil
(ONHB), entre outras.
A SEDEC, por meio da DEGEF, se propõe a apoiar as unidades desde que a
escola, notadamente, os (as) professores (as) se planejem com antecedência
buscando a mediação necessária para ação de olímpiadas junto ao
Departamento de Ensino Fundamental.

44
6.12 MPT na Escola

O Programa “MPT na Escola” é uma ação de resgate à infância e que reflete


a prioridade do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Secretaria de
Educação e Cultura de levar para a sociedade, por intermédio da comunidade
escolar, debates sobre temas relativos aos direitos da criança e do adolescente,
especialmente sobre a prevenção e a erradicação do trabalho infantil e a
proteção aos trabalhadores e trabalhadoras adolescentes. Para isso, o MPT
fornece capacitação, material didático e promove um concurso cultural que
tem como tema o trabalho infantil e a aprendizagem profissional. Na edição de
2022, o Prêmio MPT na Escola registrou a participação de 20 (vinte) unidades
da Federação. Mais de 300 mil estudantes foram beneficiados(as).
Em 2023, a recomendação do MPT e da Vara da Infância e da Juventude é
que todas as unidades de ensino desenvolvam ações do projeto do MPT na
escola e que realizem atividades (palestras, oficinas, rodas de diálogos) em
torno da temática do Trabalho Infantil com pais, mães e/ou responsáveis,
funcionários(as), professores(as) e gestores(as).
6.13 Um Por Todos e Todos Por Um

O Programa UM POR TODOS E TODOS POR UM! PELA ÉTICA E CIDADANIA


(UPT) é uma iniciativa da Controladoria-Geral da União (CGU), em parceria com
o Instituto Maurício de Sousa, com o objetivo de despertar, nos estudantes, o
senso de cidadania, de ética, de participação e de responsabilidade, tendo a
escola como núcleo principal de desenvolvimento das ações.

6. 14 Arte do Jornalismo

É uma iniciativa cultural com interface educacional que utiliza o jornalismo


como meio de expressão inspirada no estudo da sustentabilidade. Os(as)
participantes são professores(as) e alunos(as) das escolas públicas de 10 (dez)
cidades, os(as) quais criam reportagens sobre o tema. O trabalho final dos(as)
8.11 Olimpíadas
alunos(as) consiste emEscolares
uma reportagem que vai identificar os caminhos para
se atingir, até 2030, as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS) em cada cidade.

46
CONSIDERAÇÕES
FINAIS 7
O presente documento tem um caráter orientador, a partir da noção de
rede, que nos caracteriza o Sistema Municipal de Ensino. Espera-se que ele
possa nortear as tomadas de decisões e as ações coletivas das unidades
educacionais, do ponto administrativo e pedagógico, para o ano letivo de 2023.
Estas voltadas para a construção das melhores práticas pedagógicas possíveis
tendo em vista o horizonte da qualidade do ensino-aprendizagem com
equidade.
Desta forma, a rede municipal de ensino de João Pessoa poderá despontar
no cenário educacional paraibano e regional caracterizando a capital
pessoense como uma cidade educadora de vanguarda e mais justa
socialmente.
Por ser um documento de orientações gerais, demandam o detalhamento
de ações em outros documentos temáticos a serem apresentados ao longo do
ano, mediante as demandas e necessidades ditadas pelo cotidiano escolar em
movimento. Outrossim, há desdobramento destas orientações gerais no
âmbito das unidades educacionais as quais viabilizam a organização e
sistematização do trabalho pedagógico escolar.
Que o ano letivo de 2023 seja promissor! Que possamos usufruir do
conhecimento mais elaborado para orientar as
práticas, sem desconsiderar a
sensibilidade pedagógica e os saberes
experienciais. Que a fraternidade e a
solidariedade pedagógica e social
sejam o diapasão do trabalho e da
convivência escolar.
REFERÊNCIAS
8.11 Olimpíadas Escolares

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de


1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. – 14. ed. –Brasília: Câmara dos
Deputados, Edições Câmara, 2017. Disponível em:
https://bd.camara.leg.br/bd/handle/bdcamara/19339 . Acesso em: 18 mar. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum


Curricular. Brasília, DF, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso
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BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da


educação inclusiva. SEESP/MEC, 2008.

BRASIL. Lei no 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília: MEC, 2015. Disponível em:
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BRASIL, Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm#:~:text=LEI%20No%2010.639%2C%20
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BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes curriculares nacionais para a Educação das


Relações Etnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e africana. Parecer
CNE/CP3/2004, de 10 de março de 2004. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/publicacoes/diversas/temas_interdisciplinares/diretrizes_curricula
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BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar


Quilombola. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/expansao-da-rede-federal/323-secretarias-
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BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Plano nacional de implementação das diretrizes


curriculares nacionais para educação das relações etnico-raciais e para o ensino de história e
cultura afro-brasileira e africana. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?
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CARVALHO, Clévia A. C.; QUEIROZ, Sandra M. D. O planejamento e a prática docente. João


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JOÃO PESSOA. Conselho Municipal de Educação – PMJP (Resolução 002/2007). Disponível em:
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JOÃO PESSOA. Conselho Municipal de Educação – PMJP (Resolução 003/2007). Disponível em:
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JOÃO PESSOA. Plano Municipal de Educação, Lei n° 13.035, 19 de junho de 2015. Disponível em:
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JOÃO PESSOA. Conselho Municipal de Educação. Resolução CME no 021/2018. Estabelece


normas relativas ao processo de avaliação, recuperação, do avanço escolar, da progressão
parcial de estudos, conselho de classe e recursos do ato avaliativo para o Ensino Fundamental
da Rede de Ensino do Município de João Pessoa, e dá outras providências. João Pessoa: CME,
2018.

JOÃO PESSOA. Conselho Municipal de Educação. Resolução CME no 019/2019. Estabelece


normas relativas para a Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva e para o
Atendimento Educacional Especializado dos estudantes com deficiências, transtornos globais
de desenvolvimento (TGD) e altas habilidades nas etapas e modalidades da Educação Básica,
pertencentes ao Sistema Municipal de Ensino de João Pessoa, e dá outras providências. João
Pessoa: CME, 2019.

JOÃO PESSOA. Diretrizes para início do ano letivo de 2021. Secretaria de Educação e Cultura,
João Pessoa, 2021a.

JOÃO PESSOA. Diretrizes Pedagógicas da Educação Infantil.


Secretaria de Educação e Cultura, João Pessoa, 2021b.

JOÃO PESSOA. Diretrizes para início do ano letivo de 2021. Secretaria de Educação e Cultura,
João Pessoa, 2021a.

JOÃO PESSOA. Diretrizes Pedagógicas da Educação Infantil. Secretaria de Educação e Cultura,


João Pessoa, 2021b.

JOÃO PESSOA. Diretrizes Curriculares e Pedagógicas para os Anos Finais do Ensino


Fundamental em Tempos de Ensino Não Presencial. Secretaria de Educação Cultura, João
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JOÃO PESSOA. Orientações para o trabalho pedagógico no retorno presencial, nos Anos
Iniciais (1o ao 5o ano) do Ensino Fundamental. Secretaria de Educação e Cultura,João Pessoa,
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LEITE, Carlinda; PONCE, Branca J. Em busca da justiça curricular: as possibilidades do currículo


escolar na construção da justiça social. Revista e - Curriculum, São Paulo, v.17, n.3, p. 794 - 803
jul./set. 2019. ISSN:18093876 . Programa de Pós graduação Educação: Currículo PUC/SP
http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum794

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. trad. Ernani F. da F. Rosa - Porto Alegre:
ArtMed, 1998.

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