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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE


FEIRA DE SANTANA
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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

EDUCAÇÃO FÍSICA
2021

PREFEITURA MUNICIPAL DE FEIRA DE SANTANA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Colbert Martins da Silva Filho


Prefeito Municipal de Feira de Santana
Professora Anaci Bispo Paim
Secretária Municipal de Educação
Antonio Carlos Martins Argolo
Chefe de Gabinete
Professora Jozelia Araujo Oliveira
Diretora do Departamento de Ensino
Professora Rosemeire da Silva Oliveira
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Chefe da Divisão de Ensino Especial

Realização: Secretaria Municipal de Educação de Feira de Santana


Coordenação Geral: Núcleo de Educação de Jovens e Adultos (EJA)
Elaboração da versão preliminar dos Cadernos de Objetivos de Aprendizagem (COA):

● Ana Célia Carneiro de Oliveira Garrido,


● Izane de Queiroz Rios,
● Sisia Carneiro de Souza,
● Tiago Carvalho dos Santos.

Elaboração da Versão Final (Professoras/es-autoras/es da Rede Pública Municipal de Educação de Feira de Santana)1:

Acácia N. Braz Gonçalves, Cláudia Braga de Queiroz, Salomão Gomes de Almeida,

Ana Cláudia C. de A. Teixeira, Ednalva Santos da Silva, Tania Maria C. da Costa,

Antonia Cerqueira de Oliveira, Jacqueline Soares Santana, Tatiane Pereira de Jesus.

Carla Virginia E. Ressurreição, Odete de Lemos,

Organização do Documento:
● Andréa Santos Quintela,
● Maria Auxiliadora Freitas Pimenta de Araújo,
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● Maria Ivete Santos Nascimento,


● Marly Pereira Araujo Damasceno,
● Valeria Freitas de Lima e Freitas.

Apresentação

Prezados colegas Professoras/es, coordenadoras/es e gestoras/es!

O presente documento apresenta os Objetivos de Aprendizagem para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), da Rede Pública Municipal
de Educação de Feira de Santana, que foram elaborados a partir da Proposta Curricular e dos documentos oficiais destinados à EJA.

A Proposta Curricular é um documento basilado em concepções teórico-metodológicas de orientação para o desenvolvimento do


currículo nas escolas da Rede Pública Municipal de Educação de Feira de Santana, que foi construído coletivamente, quando foram
ouvidas/os professoras/es, gestoras/es, coordenadoras/es, estudantes, pais e movimentos sociais, com o intuito de retratar a realidade e os
anseios do público alvo da EJA.
Em 2020 fomos surpreendidos com a pandemia da COVID 19, fato que nos afastou do trabalho em sala de aula, período de
incertezas, momento de reinventarmos o trabalho pedagógico. E assim o fizemos até o fim de 2020 com encontros virtuais sobre
temáticas pertinentes à EJA, entre elas a Proposta Curricular da Educação de Jovens e Adultos que está no prelo e os Cadernos de
Objetivos de Aprendizagem da Rede Pública Municipal de Ensino de Feira de Santana (COAS), documento este que serviu também, de
norteador para a construção dos COAS da Educação de Jovens e Adultos.
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Para o enfrentamento desse novo momento, documentos orientadores foram construídos como a Orientação e Sugestão para
Reorganização Curricular 2020/2021(ORSC) visando a Retomada Pedagógica Não presencial, Híbrido e 100% Presencial.
Por conceber o currículo em seus movimentos de construção e reconstrução do conhecimento, não podemos deixar de considerar
as vozes, consonantes e dissonantes, das/os professoras/es e estudantes que o configuram em suas salas de aula. Organizamos os objetivos
que comporam o Currículo Essencial para esse momento de emergência, atendendo às especificidades da Educação de Jovens e Adultos,
assim como, as necessidades dos estudantes dessa modalidade.
Os COAS que hora apresentamos, foram frutos das discussões e reflexões nos espaços formativos nesse contexto pandêmico
que poderão ser ampliados, reconfigurados e reordenados posteriormente de acordo com cada realidade escolar.
Para fins de organização pedagógica, o documento foi estruturado da seguinte forma:

● Cada disciplina apresenta a concepção que norteia seu ensino


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● Os objetivos de aprendizagem estão sistematizados de acordo com as especificidades teóricas de cada disciplina (práticas, conceitos,
linguagens etc.);
● Cada especificidade teórica vem acompanhada de uma ementa e/ou concepções que a norteia;
● As concepções de cada disciplina se encontram fundamentadas nos cadernos das referidas Propostas Curriculares da Rede Pública
Municipal de Educação;
● A temática Educação para Relações Etnicorraciais, com base nas legislações federais, estaduais e municipais a efeito das Leis
nº10.639/03 e nº11.645/08, que incluem no currículo da Educação Básica a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura
Afro-Brasileira e Indígena foram trazidas nos COA de forma transversal;
● A temática de Educação Ambiental está contemplada nos COA, também de forma transversal, conforme as Diretrizes Curriculares
Nacionais da Educação Básica (2013) e demais legislações nos âmbitos federal, estadual e municipal;
● A ideia de progressão do conhecimento foi a base metodológica deste documento.

Para leitura e estudo do documento


Tomando como ponto de partida a ideia de progressão dos conhecimentos, traçamos os objetivos de aprendizagem do Ensino
Fundamental. Nesta compilação dos objetivos, a progressão foi representada por quatro ações-chave: introduzir, aprofundar,
consolidar e retomar.
• INTRODUZIR (I) significa fazer a mediação inicial entre o conhecimento a ser ensinado e o contexto sociocultural do
estudante;
• APROFUNDAR (A) indica o trabalho pedagógico sistematizado para desenvolver a aprendizagem dos estudantes nas respectivas
disciplinas escolares;
• CONSOLIDAR (C) indica o fortalecimento dos avanços pedagógico-curriculares dos estudantes.
Destacamos que a primeira vez que o objetivo aparece como consolidado, é o ano que espera-se essa consolidação. Todavia, isso
não inviabiliza a retomada do objetivo nos anos subsequentes. Assim, a ação-chave CONSOLIDAR, não deve ser entendida como
finalização de um processo mais amplo de aprendizagem do estudante. Nessa perspectiva, sublinhamos a ação-chave RETOMAR, como
construção dos conhecimentos (considerada conteúdo atitudinal das/os professoras/es) que deve transversalizar todo o processo. Em
outras palavras, mesmo quando se tratar de conceitos e conteúdos já introduzidos, aprofundados e consolidados em períodos/anos
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anteriores, os conhecimentos devem ser retomados, se for o caso, em um movimento progressivo.
Evidenciamos que esse processo de construção colaborativa e coletiva não se encerra neste documento, visto que as escolas na
discussão e construção de suas Propostas Curriculares, a partir de suas realidades locais, podem e devem suscitar novas contribuições e
“novos olhares” para este documento que não se esgota em si mesmo.
Bom trabalho!

“Você não pode ensinar nada a ninguém, mas pode ajudar as pessoas a descobrirem por si mesmas.” Galileu Galilei
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SUMÁRIO

1. CONCEPÇÃO DOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO FÍSICA DA REDE MUNICIPAL DE FEIRA DE SANTANA
DA EJA (1º e 2º Segmento)

1.1 OBJETIVOS GERAIS


1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1.2.1 .BRINCADEIRAS E JOGOS .
1.2.2 . ESPORTES
1.2.3 . DANÇAS
1.2.4 . GINÁSTICAS
1.2.5 . LUTAS
1.2.6 . PRÁTICAS CORPORAIS E DE AVENTURA (PCA)
REFERÊNCIAS

CONCEPÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE ENSINO DE FEIRA DE
SANTANA (EJA)
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A Educação Física, no âmbito escolar, vem mudando ao longo do tempo de acordo com os princípios éticos da sociedade e os projetos
político-pedagógicos construídos em cada época. O que hoje chamamos de Educação Física passa, necessariamente, pela reflexão sobre o seu processo
de constituição como área do conhecimento, conforme Lei de Diretrizes e Bases (LDB) nº 9.394/96, e Base Nacional Comum Curricular (BNCC). É
por meio da escola que a Educação Física deve contribuir com desenvolvimento humano, em condições de liberdade e dignidade, respeitando e
valorizando as diferenças (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, 2013).
Nessa perspectiva, o componente curricular - dentro da modalidade de Ensino da Educação de Jovens e Adultos (EJA) - está comprometido com a
construção de uma escola como espaço de vivência das práticas corporais(4) que visem o aprendizado de saberes, o desenvolvimento e leitura de
mundo, considerando a pluralidade das potencialidades humanas, valorizando a apreciação, a identidade, o significado, a construção de valores e as
múltiplas linguagens com vista à construção do conhecimento pertencente à cultura corporal. Desse modo, pode desenvolver estratégias educativas que
colaborem com os princípios pedagógicos e sociais da escola, enquanto espaço privilegiado pelo saber social que amplie a percepção da realidade dos
jovens e adultos e fortaleça as relações sociais.
Assim, esse componente curricular contribui, por meio da linguagem existente nas práticas corporais, para o processo de desenvolvimento do estudante
no espaço escolar, norteando-se por estratégias educacionais que considerem as vivências e experiências como oportunidades de saberes e fazeres.
Através da relação corpo/movimento, a área orientará sua prática pela dimensão democrática, gerando oportunidades a todos os estudantes e respeito à
individualidade nos diferentes espaços de ensino e aprendizagem, sendo fundamental no processo de formação humana dos jovens e adultos,
subsidiando saberes das práticas corporais que irão contribuir na sua leitura de mundo, para que compreenda a sua identidade social e se visualize no
papel de agente reflexivo dentro da sociedade.
A Educação Física contribui para ampliação e construção da cultura corporal através de práticas - como jogos e brincadeiras, esporte, lutas, dança,
ginástica, práticas corporais de aventuras, atividades rítmicas e expressivas - e está alinhada aos objetivos educacionais de conhecer, experimentar,
vivenciar, apropriar e produzir, tendo como elementos constituintes o movimento corporal, a organização interna, e o produto cultural que serão
estruturados na dimensão da experimentação, da fruição, reflexão, construção de valores, análise e compreensão. Desse modo, entendemos que a
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Educação Física inserida na EJA é a possibilidade de acesso que os jovens e adultos têm com a cultura corporal, sendo um instrumento de inserção na
busca pela qualidade de vida.

A educação física se diferencia das demais áreas por ter como objeto de estudo as práticas corporais, aqui incluídos a ginástica, os esportes, os jogos, as
danças, as lutas, e essas práticas corporais devem ser experimentadas, estudadas, compreendidas através do processo de ensino e aprendizagem das
aulas, identificando conhecimentos sobre os movimentos, fazendo com que o estudo e a aplicação dos mesmos tenham uma relação entre teoria e
prática, para que o aluno - além de conhecer teoricamente o conhecimento - aplique-o, aperfeiçoando ainda mais seus conhecimentos e os identificando
com mais facilidade. Visa também desenvolver, nos jovens e adultos, uma vida fisicamente ativa buscando também diminuir os níveis de ansiedade e
evitar psicopatologias mais graves, como a depressão, por exemplo, principalmente em adolescentes que estão atravessando uma fase de difíceis
decisões, com muitas responsabilidades e desafios pela frente e que chegam ao Ensino Noturno, muitas vezes, desestimulados devido aos sucessivos
fracassos durante a fase escolar.
A proposta curricular de Educação Física para a Educação de Jovens de Adultos deve tratar o indivíduo em seu todo, não limitar-se somente às
performances que o corpo pode desempenhar, percebendo que, através destas atividades, podemos alcançar objetivos muito maiores, contemplando o
ser humano em sua plenitude ou até mesmo os mais simples, como o conhecimento do próprio corpo e sua utilização como forma de expressar-se,
sendo ainda uma ferramenta de luta contra a discriminação e exclusão social de qualquer tipo, transformando e beneficiando, também, a sociedade.

4 Entendendo que as práticas corporais são vistas como formas de conhecimentos alicerçadas pelas ideias, pelos valores e pelos sentidos que o indivíduo vivenciou, atribuindo códigos e
significados sociais, os quais irão delimitar a cultura corporal
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OBJETIVOS GERAIS

O documento está organizado em objetivos que tratam dos elementos da cultura corporal em seus aspectos gerais e específicos. Esta organização
possibilita ao professor ter nos Objetivos Gerais, uma visão ampla do que pode ser desenvolvido com o estudante. Em seguida, na mesma perspectiva,
os Objetivos Específicos apresentam as especificidades das práticas em seus diferentes diálogos. Apresentamos a seguir, os objetivos construídos,
reconstruídos e organizados pelos professores que participaram do processo.

Objetivos Gerais Segmento I Segmento II


EST I EST II EST III EST IV EST V
I A C I A C I A C I A C I A C
1. Conhecer as práticas corporais por meio da experimentação e X X X X X X X
suas relações com o desenvolvimento sociocultural da
humanidade.
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2. Utilizar recursos de deslocamento e capacidades físicas de força, X X X X X X X


velocidade, resistência, ritmo, coordenação, flexibilidade e
equilíbrio, agilidade nos jogos e nas brincadeiras, desenvolvendo
a consciência corporal.

3. Vivenciar, por meio de múltiplas linguagens (corporal, visual, X X X X X X X


oral e escrita) as práticas corporais, reconhecendo e valorizando a
sua importância para as culturas de origem, atribuindo um sentido
de pertencimento social.

4. Apropriar-se do acervo das práticas corporais tematizadas na X X X X X X X


escola, vivenciando-as e reorganizando-as em outros momentos e
espaços.

5. Experimentar e fruir um ou mais programas de exercícios físicos, X X X X X X X


identificando as exigências corporais desses diferentes
programas de forma individual e coletiva na perspectiva
da saúde do sujeito.

6. Discutir as transformações históricas dos padrões de desempenho, X X X X X X X


saúde e beleza, considerando a forma como são apresentados nos
diferentes meios (científico, midiático, entre outros).
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7. Problematizar preconceitos e estereótipos relacionados ao X X X X X X X


universo das práticas corporais (dança, esporte, jogos, ginástica,
lutas e PCA) propondo alternativas para superá-los, com base na
cooperação, justiça, equidade e respeito.

​ X X X X X X X
8. Identificar e vivenciar por meio das práticas corporais a
valorização do potencial dos envolvidos numa perspectiva da
Educação Física Inclusiva.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DO COMPONENTE CURRICULAR EDUCAÇÃO FÍSICA (EJA)


1. JOGOS E BRINCADEIRAS

Os termos brincadeira e jogo apresentam conceitos próximos, ora aproximando-se, ora distanciando-se e, até sendo utilizados como
sinônimos ou termos permutáveis. Independente da forma como o professor de Educação Física o identifique, estes devem estar presentes no
processo de ensino-aprendizagem do componente curricular. No entanto, é importante que a/o professora/professor saiba inferir sobre as
especificidades de cada termo. O ato de brincar propicia situações de aprendizagens e desenvolvimento de capacidades cognitivas, sociais, afetivas e
físicas, possibilitando que a criança se desenvolva de diversas formas, assim, é através das vivências e experiências com a brincadeira que esse
desenvolvimento é adquirido com grande espontaneidade. A brincadeira permeia os universos das pessoas, principalmente o infantil e surpreende
pela forma própria de composição e/ou realização.
Nesta perspectiva, brincar é uma atividade social, cultural e histórica, desenvolvida de diferentes formas, tempo e espaço. Através desse
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processo, a criança se expressa, experimenta, imita a realidade e aprende. Ao desenvolver essas experiências no contexto escolar, o professor tem um
papel de mediador, pois orienta e dirige brincadeiras, organiza o espaço, materiais e tempo. O professor intervém, portanto, de forma intencional no
brincar a fim de verificar o que o estudante já sabe e os objetivos a serem alcançados. O jogo se assemelha a brincadeira, só que apresenta regras e
objetivos predefinidos; no jogo sempre há um ganhador, enquanto que na brincadeira, brinca-se pela diversão, pela possibilidade de imaginação
(faz-de-conta), apreciação do ato de brincar, e as regulamentações e objetivos que fazem parte da intencionalidade pedagógica.
Para a escolha e planejamento do jogo no ambiente escolar, Kishimoto (2002) apresenta cinco (05) características: a) público a ser
trabalhado: analisar aspectos maturacionais e culturais; b) valor experimental: quais possibilidades de manipulação e exploração de objetos e ações
são possíveis? c) valor da estruturação: qual a contribuição à formação da personalidade dos sujeitos? d) valor da relação: que tipo de relação ele
permite entre criança e criança, entre criança e adultos, entre criança e objetos e entre criança e meio ambiente ? e) valor lúdico: os objetos e ações
apresentam qualidades que incitam e mantêm a ação lúdica?
Nas aulas de Educação Física o jogo deve ser utilizado, fundamentalmente, como conteúdo, no qual serão trabalhados conhecimentos sobre
a origem (relações e transformações ao longo da história) características e classificações dos jogos (tradicional, tradicional modificado, criado, jogos
eletrônicos, educacionais, entre outros), cultura e/ou culturas envolvidas (local, regional, nacional e internacional), objetos e ações envolvidos,
possibilidade de recriar, aprendizagens e desenvolvimento (cognitivas, motoras, sociais, afetivas e etc.). Podemos considerar que jogos e brincadeiras
fazem parte da atividade educativa e, por conseguinte devem ser analisados os critérios para escolha adequada de jogos e brincadeiras para o
processo educativo nas aulas de Educação Física, privilegiando os seus traços essenciais (regras flexíveis, controle interno, flexibilidade, caráter
não-sério, lúdico, simbólico e ter um fim em si mesmo).

Segmento I Segmento II
JOGOS E BRINCADEIRAS
EST I EST II EST III EST IV EST V
I A C I A C I A C I A C I A C
1. Compreender as transformações histórico-sociais das brincadeiras e jogos X X X X X X
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(populares e eletrônicos) valorizando e respeitando as culturas de origem.


2. Experimentar, desfrutar e recriar diferentes brincadeiras e jogos X X X X X X
(adaptados ou não) da cultura popular (regionais, do Brasil, do mundo e das
culturas indígenas e africanas), reconhecendo e respeitando as
diferenças.
3. Vivenciar e explicar por meio de múltiplas linguagens (corporal, oral, X X X X X X
escrita, audiovisual, brincadeiras e os jogos.
4. Experimentar jogos eletrônicos diversos, inferindo sobre os benefícios e X X X X X X X
malefícios proporcionados pela utilização dos jogos eletrônicos,
transpondo-o do virtual para a cultura corporal (atualização), valorizando e
respeitando os sentidos e significados atribuídos a eles por diferentes grupos
sociais e identificando suas evoluções.
5. Conhecer e experimentar jogos criados (sensoriais, cooperativos, X X X X X X
industrializados, pré-desportivos) dentro da sua realidade de ação corporal e
cognitiva.

2. ESPORTES

O esporte é uma prática social que institucionaliza os aspectos lúdicos da Cultura Corporal, se projeta numa dimensão complexa de
fenômeno, que envolve códigos, sentidos/ significados da sociedade que o cria e o pratica. No contexto atual, reúne modalidades esportivas regidas
por regras, oriunda de instituições e federações que dimensionam a essência de cada esporte nas dimensões da competição, da cooperação e do lazer,
sendo categorizadas por diversos aspectos da gestão corporal, utilização do espaço físico, do número de participantes, do uso de objetos ou não, da
historicidade e da aproximação de alguns esportes, sendo caracterizadas na BNCC (2017), as seguintes modalidades do esporte: de marca, de
precisão, técnico-combinatório, rede/quadra ou parede, campo e taco, invasão e de combate.
O “esporte da escola” é compreendido na perspectiva de se questionar as normas, as condições de adaptação à realidade social e cultural
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dos estudantes. Superando a perspectiva do “esporte na escola”, que tem a finalidade de incentivar/potencializar os conceitos de máximo rendimento
atlético, princípio de sobrepujar, rigorosas regulamentações, individualização. A escola constitui-se em um espaço de resgate de valores em que o
desempenho coletivo deve ser valorizado no lugar do destaque individual, envolvendo os princípios de solidariedade, cooperação, respeito entre os
participantes, e, não, adversários.

Segmento I Segmento II
Conhecimento
EST I EST II EST II EST IV EST V
ESPORTES
I A C I A C I A C I A C I A C
1. Discutir as transformações histórico-sociais dos esportes, valorizando e x x x x x
respeitando as culturas de origem.
2. Identificar relações de cooperação, competição, das principais alterações x x x x x x
das técnicas e os elementos que caracterizam o esporte a organização das
práticas esportivas.
3. Experimentar e fruir diversos tipos de esportes identificando seus x x x x x x
elementos comuns e criando estratégias individuais e coletivas para sua
execução.
4. Diferenciar os conceitos de jogo e esporte, identificando as características X X x x x
que os constituem na contemporaneidade e suas manifestações (profissional e
comunitária/lazer).
5. Experimentar e reconhecer os diferentes papéis (jogador, árbitro e técnico) x x x x x x
nos esportes de marca de precisão, invasão e técnico- combinatório
valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo.
6. Compreender e formular as possibilidades de utilização das estratégias na x x x x x x
organização dos esportes de forma a reconhecer as funções individuais e
coletivas.
7. Vivenciar e propor os elementos técnicos e táticos individuais e coletivos, x x x x x x
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sistemas de jogos e regras das diferentes modalidades esportivas.


8. Identificar as transformações dos fenômenos esportivos e discutir alguns de x x x x x x
seus problemas (doping, corrupção e sexualidade, violência, relações
etnicorraciais, relações de gênero etc.) e a forma como as mídias os
apresentam.
9. Compreender a origem da cultura corporal dos esportes olímpicos, x x x x
paraolímpicos e indígenas analisando as transformações histórico-sociais e
suas relações com a mídia.
10. Conhecer e aplicar, quando necessário, as técnicas de primeiros socorros x x x x x x
como forma de assegurar a própria integridade física e a dos demais
participantes, inferindo sobre a importância da prevenção de acidentes nos
esportes e em outros locais.
11. Experimentar e fruir exercícios físicos que solicitem diferentes x x x x x x
capacidades físicas, identificando seus tipos (força, velocidade, resistência,
flexibilidade) e as sensações corporais provocadas pela sua prática.
12. Problematizar a prática excessiva de exercícios físicos e o uso de x x x x x x
medicamentos para a ampliação do rendimento ou potencialização das
transformações corporais.

3. GINÁSTICA

A ginástica é um bem cultural que agrega códigos, sentidos e significados, sendo praticada com ou sem aparelhos. Engloba movimentos
corporais que exigem capacidades físicas de força, flexibilidade e coordenação motora para fins de desenvolvimento físico e mental. Na atualidade é
possível encontrar diferentes tipos de ginástica: geral, condicionamento físico, conscientização corporal, entre outras, com características e objetivos
diferentes. Esse elemento da cultura corporal, aliado à ciência e tecnologia, possibilita a criação e desenvolvimento de novos métodos, tendências e
técnicas.
Na escola, a ginástica é um conteúdo que desafia as experiências corporais, historicamente construídas pela humanidade, sendo organizada
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de forma a articular as ações com os significados culturais dos estudantes. Assim, o ensino da ginástica exige conhecer seus fundamentos, bases,
formas e modalidades, problematizar as questões referentes ao lazer, à saúde, ao trabalho, entre outras, tendo em vista desenvolver a autonomia,
emancipação e formação crítica dos estudantes, em um processo de reflexão sobre esta cultura corporal e seus contextos.

Segmento I Segmento II
Conhecimento
EST I EST II EST II EST IV EST V
GINÁSTICA
I A C I A C I A C I A C I A C
1. Experimentar, fruir e identificar diferentes elementos básicos da ginástica x x x x x x
(equilíbrios, saltos, giros,rotações, acrobacias, com e sem materiais) e da
ginástica geral, de forma individual e em pequenos grupos, adotando
procedimentos de segurança. E propondo coreografias com diferentes temas
do cotidiano.
2. Discutir as transformações histórico-sociais das ginásticas, valorizando e x x x x x x
respeitando as culturas de origem.
3. Identificar, produzir e experimentar diferentes estratégias para a x x x x x x
execução de elementos ginásticos básicos de forma individual e coletiva,
dentro das potencialidades e limites do corpo,estimulando o respeito às
diferenças.
4. Descrever, por meio de múltiplas linguagens (corporal, oral, escrita e x x x x x x
audiovisual), as características dos elementos básicos da ginástica
associando a presença desses elementos em distintas práticas corporais.
5. Diferenciar exercício físico de atividade física e propor alternativas para X X X X x x
a prática de exercícios físicos dentro e fora do ambiente escolar
6. Identificar as diferenças e semelhanças entre a ginástica de x x x x x x
conscientização corporal e as de condicionamento físico e discutir como a
prática de cada uma dessas manifestações pode contribuir para a melhoria
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das condições de vida, saúde, bem-estar e cuidado consigo mesmo.

4. DANÇAS

A dança é uma das formas mais antigas de manifestação da expressão corporal, produzida e ressignificada pela humanidade, que pode partir
de significados coletivos e individuais. Como uma das formas de linguagem da arte, é capaz de comunicar características culturais e transmitir
valores e sensações. Segundo Nanni (1995), o homem utilizou a dança para simbolizar sentimentos como alegrias, tristezas, vida e morte, para
celebrar o amor, a guerra, a paz, a fartura, à escassez, ou seja, ela representou vários aspectos da vida humana. Assim, se configura como um
elemento da cultura corporal, rico em possibilidades, que pode sofrer mudanças por ser realizado por pessoas históricas, de variadas tradições e
costumes e de determinados povos e regiões; cujos fundamentos são: o espaço, o tempo e a forma.
As experiências de dança na escola devem proporcionar aos estudantes momentos de integração, socialização e descobertas, que os façam
ter consciência do próprio corpo, permitindo uma re-leitura do mundo. Nesse contexto, se faz necessária a reflexão acerca dos objetivos a serem
alcançados, quais os caminhos a serem percorridos, os tipos de dança (étnicas, folclóricas, regionais, sociais ou de salão e teatral ou artísticas) e os
saberes envolvidos.

Segmento I Segmento II
Conhecimento
EST I EST II EST II EST IV EST V
DANÇAS
I A C I A C I A C I A C I A C
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1. Experimentar e fruir diferentes danças do contexto local e regional (rodas x x x x


cantadas, brincadeiras rítmicas e expressivas), e recriá-las, respeitando as
diferenças individuais na cultura corporal.

2. Experimentar e identificar os elementos constitutivos (ritmo espaço, gestos) das x x x x


danças do contexto local, regional e no mundo valorizando e
respeitando as manifestações de diferentes culturas (matrizes indígenas e
africanas).
3. Identificar situações de injustiça e preconceito geradas e/ou presentes no x x x x x x x x
contexto das danças e demais práticas corporais e discutir alternativas para
superá-las.
4. Experimentar, fruir e recriar danças urbanas, identificando seus elementos X X X X x X x x
constitutivos (ritmo, espaço, gestos) , assim como a sua contextualização histórica.
5. Diferenciar as danças urbanas das demais manifestações da dança, valorizando e X x x x x
respeitando os sentidos e significados atribuídos a eles por diferentes grupos
sociais.

5. LUTAS

As lutas são constituídas por uma atividade intensa de ataque/defesa em que os oponentes usam técnica, tática, estratégia de desequilíbrio,
contusão, imobilização ou exclusão de determinado espaço, para subjugar o adversário, respeitando as regulamentações (regras, vestimentas,
espaços, categorias) específicas, sendo punidas ações de desrespeito e deslealdade. As lutas fazem parte do cotidiano dos estudantes, quer seja
através das mídias, como o Mixed Martial Arts, ou em português, “Artes Marciais Mistas” (MMA), nos desenhos animados ou jogos eletrônicos e
também em jogos e brincadeiras realizados por estes, como o cabo-de-guerra, garrafão, pique-bandeira, duelo de dedões, pisa-pé entre outros, quer
seja em atos violentos como as brigas. Assim, faz-se necessária a desconstrução e/ou dissociação das lutas com as brigas. Enquanto que a primeira
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refere-se a uma prática esportiva com regras determinadas, a segunda é uma forma de utilização da atividade física para provocar confusões,
desrespeito, acarretando violência excessiva.
As lutas constituem-se em um dos elementos da cultura corporal, sua natureza histórica e o rico acervo cultural advindos dos povos de
origem devem ser aproveitados pela escola, fortalecendo as identidades dos estudantes. Para além de incluir a luta enquanto conteúdo das aulas de
Educação Física Escolar é imprescindível realizá-la dentro da escola, entendidas como uma forma de relação do ser humano com o mundo e de
interação do homem/mulher com outros homens/mulheres, logo o estudo e materialização do conteúdo luta, na escola, deve auxiliar, também, na
desconstrução da ideologia culturalmente construída de que as meninas/mulheres não podem/devem lutar.

Segmento I Segmento II
Conhecimento
EST I EST II EST II EST IV EST V
LUTAS
I A C I A C I A C I A C I A C
1. Discutir as transformações histórico-sociais das lutas, valorizando e x x x x x x
respeitando as culturas de origem.
2. Conhecer, experimentar e recriar diferentes lutas presentes no contexto x x x x x x
mundial, comunitário e regional, bem como as de matriz indígena e africana.

3. Inferir sobre as diferenças entre lutas e brigas, entendendo a luta x x x x x x


enquanto fenômeno cultural, respeitando o colega como oponente e as normas
de segurança, e a briga apenas como uma expressão de violência excessiva.
4. Identificar os traços essenciais das lutas (ataque, defesa, desequilíbrio, x x x x x x
contusão, retirar do espaço, imobilização, respeito e
proteção ao adversário), através de lutas de longa, média e curta distância.
5. Identificar as características (códigos, rituais, elementos técnico-táticos, x x x x x
vestimentas, materiais, instalações, instituições)
das lutas do Brasil.
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6. Inferir sobre as transformações históricas das lutas, discutindo a x x x x x x


questão de gênero (inserção da mulher no mundo da luta), o processo de
esportivização e a midiatização de uma ou mais lutas, valorizando e
respeitando as culturas de origem.
7. Conhecer a gênese da Capoeira enquanto luta de resistência, explicando x x x x
sobre os fatores que levaram os negros a criá-la, no Brasil, e sobre os
mecanismos que usaram para disfarçá-la em dança.

6. PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA

As práticas corporais realizadas ao ar livre, principalmente aquelas em que as pessoas têm contato com ambientes pouco explorados na
terra, ambientes na água ou no ar são consideradas práticas de lazer, de turismo e, mais recentemente, de esporte. Atualmente, as PCA são mais
procuradas pelas pessoas em seu tempo livre, isto é, para o lazer e o turismo. Assim, elas conseguem aproximar-se mais dos elementos naturais e
usufruírem dos benefícios proporcionados: diminuir o estresse, manter-se fisicamente ativo, autonomia e controle de situações, superação de limites,
aumentando o tempo de reação e capacidade de resolver problemas, visto que as imprevisibilidades dessa prática são constantes. Em que pese a PCA
ter suas origens no lazer, observamos sua ressignificação enquanto esporte, com regulamentações, competições, locais e equipamentos específicos,
os quais podem desvincular-se dos elementos do ambiente natural para serem praticados em ruas, parques, quadras poliesportivas, ginásios de
esportes, entre outros, constituindo, portanto, as práticas de aventura urbanas. Desta forma a PCA pode ser classificada enquanto
“turístico-recreativo, rendimento-competição e educativo-pedagógico” (BETRÁN; BETRÁN, 2006).
No que tange ao caráter educativo-pedagógico, as PCA podem englobar elementos urbanos e naturais, que no trato pedagógico podem ser
analisados em relação à educação ambiental e às reflexões sobre as alternativas de lazer disponíveis em nossa cidade. O professor poderá escolher as
práticas mais próximas dos estudantes (local e regional) e fazer a mediação de conhecimentos teóricos e práticos. A prática, no entanto, fica restrita a
algumas modalidades das PCA, as quais precisam de adaptações para que possam ser vivenciadas na escola e/ou em seu entorno, como, por
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exemplo, as corridas de aventura, arvorismo, escalada, patins, skate, passeios de bike, slackline, parkour, entre outros. Desta forma, os estudantes
poderão conhecer e vivenciar práticas corporais que poderão ser incluídas em sua vida adulta e em momentos de lazer/turismo.

Segmento I Segmento II
Conhecimento
EST I EST II EST II EST IV EST V
PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA
I A C I A C I A C I A C I A C
1. Discutir as transformações histórico-sociais das práticas corporais de x x x x x x
aventura, valorizando e respeitando as culturas de origem.
2. Experimentar e diferenciar práticas corporais de aventura urbanas e na x x x x x x
natureza, valorizando a própria segurança e integridade física, bem como as dos
demais, e propor estratégias para sua superação, respeitando o patrimônio natural
e urbano.
3. Identificar os locais para a PCA, inferindo sobre as políticas públicas x x x x x x
de lazer na cidade de Feira de Santana, propondo alternativas de
acesso e utilização destes espaços.

REFERÊNCIAS
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BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em
<basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf>. Acesso 08 de fev. 2018.

____. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica.
Brasília: MEC, 2013.

____. LDB. Lei 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em < www.planalto.gov.br >. Acesso 08 de fev. 2018.

BETRÁN, J. O.; BETRÁN, A. O. Proposta Pedagógica para as Atividades Físicas de Aventura na Natureza (AFAN) na Educação Física do
Ensino Médio. In: MARINHO, A.; BRUHNS, H. T. (Org.). Viagens, Lazer e Esporte: o espaço da natureza. Barueri: Manole, 2006. p.180- 209.

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____. O jogo no processo educativo nas aulas de educação física. Universidade Estadual de Feira de Santana – Metodologia do Ensino do Jogo,
2018. (no prelo).

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