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GEOGRAFIA
2021
PREFEITURA MUNICIPAL DE FEIRA
DE SANTANA SECRETARIA
MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Chefe de Gabinete
Organização do Documento:
Equipe de Elaboração:
Acácia Nogueira Braz Gonçalves, Elenoide Maria M. Oliveira Lilia Maria de O. S. Uchôa da
SIlva,
Adriana Matos Almeida da Silva, Elice Lima de Matos,
Maria das Graças F. da Silva
Alinéa da Cruz Lopes, Elizabete Silva de Jesus Lopes,
Odete de Lemos,
Ana Célia Carneiro de Oliveira Geovania Freitas de Jesus,
Garrido, Patricia de Brito Pereira,
Ione Marques Dias,
Ana Claúdia Costa de Aquino Sidélia Castro de Oliveira,
Jamile S. Amaral de Oliveira,
Teixeira,
Silvana de Covas Santos,
Joilton dos Santos Silva,
Antonia Cerqueira de O. Santos,
Tania Maria Cerqueira da Costa,
Josenilda Débora S. Silva,
Carla Teixeira Machado Batista,
Tatiane Pereira de Jesus,
Juliana Ferraz de Andrade
Claudia Braga de Queiroz,
Magalhães, Vanessa dos Santos Teles,
Doralice Lôbo Borges,
Karine Brandão O. Rios, Vanessa Santos Sena.
Ednalva Santos da Silva,
1
Apresentação
O presente documento apresenta os Objetivos de Aprendizagem para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), da Rede Pública Municipal
de Educação de Feira de Santana, que foram elaborados a partir da Proposta Curricular e dos documentos oficiais destinados à EJA.
Tomando como ponto de partida a ideia de progressão dos conhecimentos, traçamos os objetivos de aprendizagem do Ensino
Fundamental. Nesta compilação dos objetivos, a progressão foi representada por quatro ações-chave: introduzir, aprofundar,
consolidar e retomar.
• INTRODUZIR (I) significa fazer a mediação inicial entre o conhecimento a ser ensinado e o contexto sociocultural do
estudante;
• APROFUNDAR (A) indica o trabalho pedagógico sistematizado para desenvolver a aprendizagem dos estudantes nas respectivas
disciplinas escolares;
• CONSOLIDAR (C) indica o fortalecimento dos avanços pedagógico-curriculares dos estudantes.
Destacamos que a primeira vez que o objetivo aparece como consolidado, é o ano que espera-se essa consolidação. Todavia, isso
não inviabiliza a retomada do objetivo nos anos subsequentes. Assim, a ação-chave CONSOLIDAR, não deve ser entendida como
finalização de um processo mais amplo de aprendizagem do estudante. Nessa perspectiva, sublinhamos a ação-chave RETOMAR, como
construção dos conhecimentos (considerada conteúdo atitudinal das/os professoras/es) que deve transversalizar todo o processo. Em
outras palavras, mesmo quando se tratar de conceitos e conteúdos já introduzidos, aprofundados e consolidados em períodos/anos
anteriores, os conhecimentos devem ser retomados, se for o caso, em um movimento progressivo.
Evidenciamos que esse processo de construção colaborativa e coletiva não se encerra neste documento, visto que as escolas na
discussão e construção de suas Propostas Curriculares, a partir de suas realidades locais, podem e devem suscitar novas contribuições e
“novos olhares” para este documento que não se esgota em si mesmo.
Bom trabalho!
“O poder da geografia é
dado pela sua capacidade
de entender a realidade
em que vivemos..”
(Milton Santos)
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS
1. CONCEPÇÃO DOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DE GEOGRAFIA DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO DE FEIRA DE SANTANA
Pautada na perspectiva de uma alfabetização geográfica e nas habilidades propostas pela BNCC, a concepção inicial que norteia esse
documento está presente na Proposta Curricular de Geografia no prelo, embasada no princípio da formação humana, onde o processo de
aprendizagem nas ciências humanas deve considerar o desenvolvimento social e afetivo do estudante.
Considerando as especificidades da Educação de Jovens e Adultos, a modalidade de ensino deve ser pensada como um palco para formação
de sujeitos históricos, críticos, conscientes e que conseguem compreender como o Espaço Geográfico foi construído e está constantemente
sendo reconstruído pelo ser humano marcando na superfície terrestre as características da sociedade em que vivemos.
A aula de Geografia deve ser elaborada pensando nessa diversidade de sujeitos e como garantir o processo de alfabetização cartográfica e
construção dos saberes geográfico para o público da Educação de Jovens e Adultos alinhado com as propostas da Base Nacional Curricular
Comum (BNCC), mas voltado para a realidade do público dessa modalidade de ensino. Para tanto é preciso antes de tudo pensar quem são
os sujeitos que formam essa modalidade no Município de Feira de Santana? O que procuram e esperam da escola? Como enfrentar os
desafios do ensino noturno?
O público da EJA é composto por pessoas comuns, adultos e idosos que tiveram que abandonar o estudo com domínio precário de leitura,
escrita e cálculo, pessoas analfabetas que nunca estudaram, analfabetos funcionais, adolescentes com distorção idade ano, o que torna a sala
de aula um caldeirão cultural e social e esse público precisa mais que compreender as categorias de análise da Geografia (Lugar, Espaço,
Território, Região), o aluno da EJA precisa aprender e compreender como os eventos que ocorrem nas diferentes escalas de análise da
Geografia influenciam o seu lugar de vida, percebendo como as identidades e territorialidades dos fenômenos são construídas pelos seres
humanos ao longo do tempo e afetam a sua vida para além do mercado de trabalho.
O professor precisa valorizar o saber já apropriado pelos estudantes através de suas experiências e vivências cotidianas, assim como as
informações adquiridas através dos vários meios de comunicação e sistemas informacionais do Meio técnico científico informacional, para
que os alunos possam assim construir novos conhecimentos, ressignificando o conhecimento já apropriado.
A mediação do professor deve propiciar o diálogo entre os conhecimentos que os estudantes obtiveram de modo informal com os saberes
geográficos trabalhados na escola de modo que estabeleçam relações entre o lugar do cotidiano com os diferentes espaços geográficos em
suas diferentes escalas: o local, regional, nacional e internacional. Refletindo sobre o lugar em que vivem (o Município de Feira de
Santana) sendo capaz de relacionar e comparar o espaço local, o espaço estadual, o espaço brasileiro e o espaço mundial, observando como
questões nacionais e globais interferem nas demandas socioeconômicas, culturais e ambientais de nosso município afetando a vida do
estudante.
Os objetivos da aprendizagem de Geografia foram construídos visando o desenvolvimento de habilidades e competências que garantam ao
estudante ler, entender e interpretar textos e imagens, compreendendo como o dinamismo de nossa sociedade faz com que o Espaço
Geográfico seja um palco de constantes e intensas mudanças que o ser humano (sociedade) promove na Paisagem Natural lhe
transformando, suas consequências ao longo do tempo e como este processo se manifesta em nosso município.
O professor deve atuar de forma a respeitar as diferenças, culturais, sociais e políticas dentro de sua aula para permitir um processo
contínuo de aprendizagem onde o aluno constantemente constrói e ressignifica seu conhecimento. Sem esquecer que na EJA recebemos
alunos com um processo de escolarização não linear e marcado por rupturas o que leva a necessidade de Introduzir e Aprofundar objetivos
que já deveriam ter sido adquiridos anteriormente, garantindo assim que o estudante conclua o curso alinhado com objetivos gerais de
aprendizagem dessa modalidade de ensino.
Para tanto, compreender e comparar, a partir do seu espaço de vida, das suas territorialidades e identidades, outras realidades socialmente
construídas ao longo do tempo, protagonizando a transformação desse espaço de forma crítica e emancipatória se torna assim, o grande
desafio da alfabetização geográfica.
Dessa forma, os Objetivos de Aprendizagem ora apresentados estão e continuarão em construção, uma vez que, sendo o espaço geográfico
dinâmico e mutável, nada estaria ou estará pronto e findado. Assim, de forma coletiva, acreditamos que o ensino de Geografia da Rede
Pública Municipal de Feira de Santana, apresenta uma proposta que atende às necessidades e particularidades do nosso município e a
compreensão do espaço e da relação homem e natureza, partindo dos sujeitos, seus territórios de identidade, particularidades,
singularidades e pluralidades.
1.1 O LUGAR COMO DIMENSÃO ESPACIAL PARA A LEITURA DE MUNDO
O lugar é o espaço da vida, onde o cotidiano acontece. É a rua, a casa, a igreja, a escola, a praça, o shopping, o campo/ roça, o
riacho, assim, é para o ensino da geografia uma escala de referência importantíssima para a leitura e compreensão do mundo. Nos seus
lugares, cotidianamente os sujeitos constroem seus espaços, suas geografias e é se apropriando dessas construções e reconstruções que a
geografia escolar pode promover a formação de sujeitos atuantes no e para o seu espaço de vida.
Assim, como o lugar, os demais conceitos geográficos - paisagem, território, região, natureza e sociedade – para a compreensão
do espaço geográfico, são contemplados nos objetivos/ habilidades sugeridos, privilegiando que as análises transitem à escala local/global,
tendo o local como ponto de partida. Destacamos que a alfabetização cartográfica é entendida como parte indissociável da alfabetização
geográfica e para tanto, esta proposta como metodologia de trabalho para compreensão dos fenômenos e análises geográficas nas várias
escalas e etapas cognitivas.
OBJETIVOS DE EJA I EJA II EJA III EJA IV EJA V
APRENDIZAGEM
I A C I A C I A C I A C I A C
X X X X
14.Reconhecer diferenças e semelhanças nos hábitos, nos modos de
vida e nas relações dos povos e comunidades tradicionais
(quilombolas, ribeirinhos, badameiros, ciganos, indígenas, etc.)
com a natureza, percebendo as particularidades e singularidades de
cada lugar e grupo social.
X X X X X
24.Identificar o potencial hídrico da sua comunidade, observando
seu uso e conservação, promovendo ações de preservação quando
necessário.
X X X
25.Identificar e distinguir funções e papéis dos órgãos do poder
público municipal e canais de participação social na gestão do
Município, incluindo a Câmara de Vereadores e Conselhos
municipais,destacando o papel da sociedade na efetivação e
atuação desses órgãos, promovendo a equidade social e
formação política e construção democrática.
Partindo do pressuposto que a Geografia Escolar tem como objetivo formar um pensamento geográfico, destacamos a leitura da
espacialidade na contemporaneidade; esta exige análises mais amplas e plurais e leituras de mundo integradas e interdisciplinares. Para
tanto, propomos como prática norteadora que atenda ao contexto atual: “Conexões espaciais para alfabetização geográfica /do local ao
global do global ao local”, onde o ensino de geografia priorize a vida cotidiana, seu entendimento e de posse deste, possa ampliar,
contextualizar e problematizar a leitura espacial nas escalas regionais e globais. Assim como na prática anterior, a alfabetização
cartográfica será privilegiada como base metodológica para tais conexões (CAVALCANTI, 2008).
Nessa perspectiva, considerando a interdisciplinaridade e a necessidade contemporânea de compreender novos conceitos e temas, questões
como gênero, relações etnicorraciais, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, entre outros, são contemplados na compreensão da espacialidade
tendo o cotidiano e o lugar como ponto de partida e a complexidade escalar que essa alfabetização exige, fazendo uso das novas
tecnologias digitais para alcance dos objetivos gerais dessa prática.
OBJETIVOS DE EJA I EJA II EJA III EJA IV EJA V
APRENDIZAGEM
I A C I A C I A C I A C I A C
ALMEIDA, Rosângela Doin de. (Org) Cartografia escolar. São Paulo, Contexto, 2014.
BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - MEC. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2017. Disponível em
<basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf>.
CAVALCANTI, Lana de Souza. A geografia escolar e a cidade: ensaios sobre o ensino de geografia para a vida urbana cotidiana.
Campinas,
SP: Papirus, 2008.
CAVALCANTI, Lana de Souza. O ensino de geografia na escola. Campinas, SP: Papirus, 2012.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. Campinas, SP: Papirus, 2003.
FEIRA DE SANTANA. Proposta Curricular de História da Rede Pública Municipal de Educação de Feira de Santana. 2016. (No
prelo)
SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova: da crítica da Geografia a uma Geografia Crítica. São Paulo: Ed. USP, 2002. 1978.
VESENTINI, José William (org.). O ensino de geografia no século XXI. Campinas: Papirus, 2004.