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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância

O Subdesenvolvimento e o Terceiro Mundo

Nome do Estudante: Laura Alberto Semo

Código do Estudante: 708194783


 

Curso: Ensino de História


Disciplina: História Económica IV
Ano de Frequência: 4º
Docente: Dr. Olímpio Samissone Makhaza
Turma: B

Chimoio, Julho, 2022

i
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação Subtota
do
máxima l
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 3.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacional 2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos
2.5
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índic

e
1. Introdução..............................................................................................................................1

1.1. Objectivo...............................................................................................................................2

1.1.1. Objectivo geral...........................................................................................................2

1.1.2. Objectivo específico...................................................................................................2

1.2. Metodologia...........................................................................................................................3

2. Análise e Discussão...............................................................................................................4

2.1. O subdesenvolvimento e o Terceiro Mundo.........................................................................4

2.1.1. Conceito de Terceiro Mundo.............................................................................................4

2.1.2. Características dos países do Terceiro Mundo..................................................................5

2.1.2.1. Uma elevada taxa de crescimento demográfico................................................................5

2.1.2.2. Atraso económico e técnico considerável..........................................................................6

2.1.2.3. Endividamento externo......................................................................................................6

2.1.2.4. Altas taxas de mortalidade infantil.................................................................................7

2.1.2.6. Grande emigração de pessoas............................................................................................8

2.1.2.7. A fome...............................................................................................................................8

2.1.2.8. O Analfabetismo e baixo nível de instrução......................................................................9

2.1.3. Os Factores do Subdesenvolvimento dos países do Terceiro Mundo...............................9

2.1.4. Impacto do Colonialismo nos países do Terceiro Mundo...............................................10

2.1.5. Características da economia de Moçambique como país subdesenvolvido....................10

Conclusões......................................................................................................................................14

Referencias Bibliográficas..............................................................................................................15

iv
1. Introdução

O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de História Económica IV e tem como tema: o
Subdesenvolvimento e o Terceiro Mundo. Nesta temática, a abordagem cinge -se no conceito de
Terceiro Mundo, características dos países do Terceiro Mundo, os factores do
subdesenvolvimento dos países do Terceiro Mundo, impacto do Colonialismo nos países do
Terceiro Mundo e características da economia de Moçambique como país subdesenvolvido.

Segundo Faz-tudo e Assumena (s/d), o termo subdesenvolvimento refere-se aos países que se
mantém numa economia precária, caracterizada pela fraca produção e consumo per capita. São
países de uma economia primária, desequilibrada e escassamente diversificada, e, por
conseguinte, com uma série de problemas sociais e políticos; e Terceiro Mundo é conjunto de
países e povos menos avançados do ponto de vista socioeconómico (Dicionário da Língua
Portuguesa, 2005, citado em Faz-tudo e Assumena s/d, p.195). No entanto, este trabalho visa
explicar e fazer uma análise minuciosa em relação a divisão e a regionalização do mundo em
países Subdesenvolvidos e o Terceiro Mundo.

Importa referir que para além dos elementos pré-textuais (Capa; Folha de Feedback e Índice), o
presente trabalho encontra-se estruturado em três partes: a presente introdução, onde se
contextualizou o tema; na segunda parte, a análise e discussão dos resultados, na qual se
desenvolveu as bases precisas sobre o subdesenvolvimento e terceiro mundo; na terceira parte, a
conclusão, são conhecidas as considerações finais sobre o tema em causa. No fim, apresentam-se
as referências bibliográficas, onde se encontram todas as obras consultadas na elaboração deste
trabalho bibliográfico.

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1.1. Objectivo

“Os objectivos são as declarações de intenções do que se deseja alcançar, essas intenções exigem
conjugação de actividades [...].” (Araújo, 2014, p.71).

Diante do que foi exposto pelo autor, pode-se afirmar que os objectivos expressam intenções,
propósitos, desejos ou ainda, o fim último da actividade. Portanto, a classificação dos objectivos,
requer alguns critérios. Desta feita os objectivos considerados quanto ao nível de abrangência
podem ser: gerais e específicos.

Assim sendo, constituem objectivos gerais e específicos do trabalho os seguintes:

1.1.1. Objectivo geral:


 Compreender a divisão e a regionalização do mundo em países Subdesenvolvidos e o
Terceiro Mundo.

1.1.2. Objectivo específico:

 Definir subdesenvolvimento e terceiro mundo;


 Identificar as características dos países do Terceiro mundo;
 Mencionar os Factores do Subdesenvolvimento;
 Relacionar o colonialismo e o Subdesenvolvimento no Terceiro mundo;
 Caracterizar Moçambique como país do subdesenvolvido

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1.2. Metodologia

Para a concretização do presente trabalho a autora partiu da concepção de Matusse (2013) ao


afirmar que metodologia é a “explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exacta de toda acção
desenvolvida ou do caminho percorrido ou a percorrer ao longo do trabalho de pesquisa (p.26).”
Nesta ordem de ideia, foi necessário o uso do método bibliográfico que consistiu na revisão
bibliográfica de material já publicado sobre o assunto, onde fez se o embasamento teórico
utilizando livros, artigos de periódicos e sites específicos.

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2. Análise e Discussão
2.1. O subdesenvolvimento e o Terceiro Mundo

Neste ponto, procurou-se desenvolver as bases precisas sobre o subdesenvolvimento e o Terceiro


Mundo, nos seguintes tópicos: o conceito de Terceiro Mundo, características dos países do
Terceiro Mundo, os factores do subdesenvolvimento dos países do Terceiro Mundo, impacto do
Colonialismo nos países do Terceiro Mundo e características da economia de Moçambique como
país subdesenvolvido.

2.1.1. Conceito de Terceiro Mundo

Segundo Faria (s/d), a expressão “Terceiro Mundo surgiu na época da Guerra Fria, denominando
os países que não estavam nem do lado dos EUA nem do lado da URSS, os chamados “não –
alinhados”. Utilizada pela primeira vez pelo demógrafo Francês Alfred Sauvy a expressão, hoje
em desuso, foi extremamente importante durante a Guerra Fria, pois, representava sob uma
mesma denominação todos os países que não se inseriam no contexto da disputa “EUA x URSS”.
Para Adas (1976, p. 24) a expressão Terceiro Mundo “apareceu na década 50, para designar o
conjunto de países que não faziam parte nem do mundo capitalista desenvolvido e nem do mundo
socialista desenvolvido”. Entretanto, o conceito terceiro mundo aplicava-se aos países
subdesenvolvidos, isto é, aos países que não tinham conseguido ainda resolver os problemas
básicos (alimentação, saúde, habitação e educação) da maioria dos seus habitantes, onde tratava-
se da quase totalidade dos países da Ásia, da África, da América latina, parte deles ex-colónias
que haviam ascendido recentemente a independência.
Enquanto que, o Dicionário da Língua Portuguesa (2005, citado em Faz-tudo e Assumena s/d,
p.195), “Terceiro Mundo é conjunto de países e povos menos avançados do ponto de vista
socioeconómico”.
Logo, o termo Terceiro Mundo é aplicado aos países subdesenvolvidos, isto é, aos países que não
tem conseguido ainda resolver os problemas básicos (alimentação, saúde, habitação e educação)
da maioria dos seus habitantes.
Segundo Faz-tudo e Assumena (s/d, p.197), no decorrer das décadas 60,70 e 80, tornou-se
comum a divisão, ou regionalização do mundo com base no nível de desenvolvimento económico
e na organização socio-económica dos países, onde a partir desse critério o mundo ficou dividido
em 3 grupos:
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 Primeiro mundo, correspondendo aos países capitalistas desenvolvidos;
 Segundo mundo, formado pelos países socialistas ou de economia planificada;
 Terceiro mundo, abrangendo todos os países subdesenvolvidos.

Por conseguinte a aplicação da expressão terceiro mundo enquadra-se na visão política enquanto
que a expressão subdesenvolvimento numa visão económica. De alguns anos para cá, a imprensa
e os meios diplomáticos passaram a utilizar as expressões “Norte” e “sul” para referir-se a países
Desenvolvidos e Subdesenvolvidos. Esta expressão tem por base a posição geográficas dos países
do Mundo, embora não em relação a linha equatorial (Faz-tudo e Assumane, s/d).

Os mesmos autores realçam que a China e a Coreia do Norte, são países socialistas ou de
economia planificada e foram considerados de subdesenvolvidos; mas olhando estados Unidos da
América, por exemplo, classificados como país desenvolvido, apresenta também características
do subdesenvolvimento, onde cerca de 15% da população americana vive em níveis de pobreza e
são muitas pessoas desse país que depende dos tíquetes de alimentação distribuídos pelo governo.
Os países como Portugal, Espanha e Grécia, classificados como capitalistas desenvolvidos, ainda
apresentam muitas características do subdesenvolvimento. Estes factos demonstram as muitas
dificuldades em se classificarem os países. Assim sendo, ao olharmos no mapa deve-se
considerar que não há rigidez nessa classificação ela é flexível.

2.1.2. Características dos países do Terceiro Mundo

De acordo com Prada (1994, citado em Faz-tudo e Assumane, s/d), as características dos países
do Terceiro Mundo são as seguintes:

2.1.2.1. Uma elevada taxa de crescimento demográfico

Segundo Faz-tudo e Assumane (s/d, pp.206-207), “o crescimento demográfico dos países


subdesenvolvidos é consequência da sua grande natalidade cujo índice oscila entre 40 e 50%,
quer dizer, mais do dobro que a dos países desenvolvidos europeus (16-20%)”. As causas desta
elevada natalidade são biológicas, sociais e psicológicas, (onde se destaca os casamentos
precoces, elevada percentagem de nascimentos ilegítimos, ausência de prática de celibato
feminino, por se tratar nalguns casos de sociedades poligâmicas, etc.).
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2.1.2.2. Atraso económico e técnico considerável

A economia dos países subdesenvolvidos é muito frágil sob uma produção pouco diferenciada
(matérias-primas agrícolas ou minerais) pois trata se de economias agro-exportadoras. O traço
mais peculiar à economia subdesenvolvida é a predominância do sector primário, isto é, a
dependência de um ou de uns poucos produtos de exportação de origem agropecuária ou
extractiva.

Os preços pagos pelos produtos agrícolas e pelas matérias-primas em geral no mercado


internacional são proporcionalmente inferiores aos preços dos produtos industriais. Essa
desproporção gera um desequilíbrio entre importações e exportações dos países agro-
exportadores: suas exportações tornam-se insuficientes para adquirir os produtos industrializados
de que necessitam, inclusive maquinaria para estabelecer sua própria indústria. As nações mais
poderosas, de acordo com seus interesses, têm condições de pressionar para baixo os preços
internacionais dos produtos primários que compram, jogando com estoques e outros artifícios, e
assim impedem as economias agroexportadoras de acumular excedentes que seriam
eventualmente destinados à industrialização.

Este tipo de produção os orienta para o exterior, sendo mais sensíveis a conjuntura internacional e
os preços das suas exportações dependem das oscilações dos mercados internacionais.
A ideia é secundada por Vicentino (2002, citado em Faz-tudo e Assumane), quando afirma que
“todos os países do sul ou do mundo subdesenvolvido são económica e tecnologicamente
dependentes dos países desenvolvidos”.

2.1.2.3. Endividamento externo

Faz-tudo e Assumane (s/d), afirmam que “endividamento externo; para importar produtos
manufacturados, serviços especializados ou tecnologia, os países subdesenvolvidos recorrem ao
crédito oferecido por bancos e demais instituições financeiras.” Dessa forma, o endividamento
tornou-se uma das principais características da dependência económica. O crescimento
desmedido da dívida externa agrava o subdesenvolvimento à medida que cada vez maiores
recursos são destinados ao pagamento dos compromissos internacionais e desviados, portanto, do
investimento produtivo. Assim sendo, quase todos os países subdesenvolvidos possuem vultuosas

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dívidas para com grandes empresas financeiras internacionais, localizadas nos países
desenvolvidos.

Segundo os mesmos autores, o problema da dívida externa é extremamente séria, pois ela
constitui um factor bloqueador de desenvolvimento, cujas consequências se fazem sentir a nível
socio-político e sobretudo económico, onde verifica se a questão de:

 Redução do Investimento, o nível de investimento reduziu-se drasticamente. Assim, os


planos de saúde e de educação, que são necessários para o desenvolvimento económico
desses países, não foram postos à prática. Em alguns países, a situação é muito má que a
redução do investimento tornou impossível a manutenção do seu capital fixo;
 Assiste-se, à total degradação do capital fixo existente;
 Assiste-se a uma redução da capacidade de importar;
 Estrangulamento das importações;
 Relações comerciais desfavoráveis; onde geralmente os países subdesenvolvidos
exportam para as nações ricas produtos primários não industrializados, como géneros
agrícolas (café, cacau, soja, algodão, etc.) e mineiros de ferro, cobre manganês, etc.
Exportam também alguns produtos semi-manufacturados com baixa tecnologia (açúcar,
tecidos, couro sapatos, roupas bebidas, etc.). E importam produtos de tecnologia
avançada;
 Forte influência de empresas estrangeiras, onde nos países subdesenvolvidos uma boa
parte das principais empresas industriais, comerciais, mineradoras e até agrícolas é
propriedade estrangeira, situada nos países desenvolvidos;
 Estruturas sociais e mentalidades ancestrais, onde a um escasso de desenvolvimento
económico, correspondem as estruturas sociais e arcaicas. O atraso das sociedades é
produto de mentalidades ancestrais, e criam por vezes situações difíceis de romper.
2.1.2.4. Altas taxas de mortalidade infantil

Que demonstra as condições de vida precárias da população, pois para se manter a saúde de uma
criança, muitos factores são necessários: a alimentação e saúde da gestante e, depois do parto,
alimentação, higiene, assistência médica à criança.

2.1.2.5. Trabalho de menores e menores abandonados

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É muito comum na área rural dos países subdesenvolvidos, na época de plantio ou de colheita, as
crianças abandonarem a escola para servir de mão-de-obra na agricultura, na venda de géneros
alimentícios entre outros. Vão assim, ajudar os pais na esperança de garantir um pouco mais de
dinheiro para a subsistência da família (Faz-tudo e Assumane).

2.1.2.6. Grande emigração de pessoas

Verifica se grande emigração de pessoas dos países subdesenvolvidos para os desenvolvidos,


como sabe-se que na história das sociedades humanas existem vários factores ou causas que
levam o ser humano a emigrar (revoluções, guerras, perseguições religiosas e políticas, etc.). E
uma das causas mais comuns entre todas, e que é responsável pela emigração do maior número
de pessoas, é o factor económico, ou seja, a busca de melhores condições de existência material.

2.1.2.7. A fome

Que é uma situação em que a pessoa permanece privada durante um período de tempo
prolongado, quantitativa e qualitativamente, dos alimentos que lhe forneçam as calorias e as
substâncias nutritivas necessárias à vida e a saúde de seu organismo. E este é um fenómeno que
atinge maior número de pessoas nos países subdesenvolvidos. Adas (1976, p. 24), em relação as
características acima apresentadas, salienta que muitas delas também são encontradas nos países
desenvolvidos. Mas o que os diferencia é, de certa forma a intensidade com que estas
características ocorrem, a título de exemplo, a fome está entre as grandes vergonhas da
humanidade, ela é mais abrangente e intensa nos países ou sociedades subdesenvolvidas. Em
1993 mais de 800 milhões de pessoas dos países subdesenvolvidos eram desnutridas. Essa é uma
cifra elevadíssima, pois representava cerca de 30% do total da população dos países
subdesenvolvidos.

Na africa, maior parte dos países dependem do apoio proveniente das ONG’s. Não se verifica a
mesma situação dos Estados Unidos onde muitas pessoas, para se alimentar, dependem dos
tíquetes distribuídos pelo governo. A ideia de que as características do subdesenvolvimento são
encontradas de forma idêntica em todos os países subdesenvolvidos do mundo também não
corresponde a realidade como por exemplo: Moçambique e África do sul, são considerados
ambos, países subdesenvolvidos e apresentam quase todas as características do

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subdesenvolvimento. Entretanto, a África do Sul é um país subdesenvolvido industrializado
enquanto que Moçambique não é industrializado. O mesmo acontece com Paraguai e Brasil.

Entretanto, tanto o Paraguai como Brasil são considerados países subdesenvolvidos, mas existem
diferenças entre eles.

2.1.2.8. O Analfabetismo e baixo nível de instrução

Grande parte da população nos países subdesenvolvidos é analfabeta ou possuem baixo nível de
instrução escolar. Isto não só ocorre com as crianças em idade escolar, mas principalmente entre
a população adulta. De acordo ainda com a obra supracitada, é necessário que fique claro que
“entre os países subdesenvolvidos existem muitas diferenças quanto as características de suas
economias e de seus indicadores sociais (analfabetismo, taxas de mortalidade, etc.).

2.1.3. Os Factores do Subdesenvolvimento dos países do Terceiro Mundo

O conceito terceiro mundo é aplicável aos países subdesenvolvidos, isto é, aos países que não tem
conseguido ainda resolver os problemas básicos (alimentação, saúde, habitação e educação) da
maioria dos seus habitantes, onde trata-se da quase totalidade dos países da Ásia, da África, da
América latina, parte deles ex-colónias que haviam ascendido recentemente a independência
(Faz-tudo e Assumane, s/d).

Segundo Silva e Rodrigues (1998, citado em Faz-tudo e Assumane, s/d) “apontam como factores
do subdesenvolvimento dos países do Terceiro Mundo os seguintes:

 Fortes disparidades sociais;


 Grande endividamento externo e a fraca industrialização”; que podem ser vistas em três
continentes que a seguir se destacam: A América latina é vítima de desequilíbrios
económicos e sociais acentuados, e vive situações políticas antagónicas; em países como
Cuba e Nicarágua, onde a extrema pobreza originou o surgimento de movimentos
comunistas apoiados pelo bloco socialista.

Ainda os mesmos autores afirmam que “na África negra vive ainda hoje o drama do
subdesenvolvimento e de graves carências a todos os níveis, a agricultura rudimentar, progressiva
desertificação, baixíssima taxa de escolarização, fraca industrialização e endividamento.”

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Países subdesenvolvidos como a América latina, África negra, continuam a não poder utilizar as
suas riquezas naturais para o seu próprio desenvolvimento; a extrema pobreza, subnutrição e
proliferação de doenças em alguns países africanos (Somália, Etiópia, Moçambique), têm sido
agravadas por um clima de instabilidade e luta política, que através de sangrentos conflitos tribais
atrasam as mudanças necessárias ao estabelecimento da democracia e ao desenvolvimento
económico destes países (os mesmos, s/d, p.199).

A Ásia mantém ainda grande disparidade, em termos de desenvolvimento, coexistindo países de


grande pobreza, forte densidade populacional, agricultura rudimentar; com países de modelo
capitalista especializados em alta tecnologia e grande exportação.

Para Adas (1976, p. 17) “actualmente não é mais aconselhável regionalizar os países em
primeiro, segundo e terceiro mundo. Isso porque tem ocorrido transformações significativas na
organização económica, política e social, principalmente nos países do chamado segundo mundo,
ou seja, socialistas.”

2.1.4. Impacto do Colonialismo nos países do Terceiro Mundo

O colonialismo foi mais do que um sistema de exploração econômica e dominação política, e


pode mesmo ser entendido como um modo de percepção do mundo. Produziu formas de
enquadramento da vida social e criou relações fundadas em forças hegemônicas sempre em
tensão construtiva com imagens contra hegemônicas (Filho e Dias, 2015).

Segundo Adas (1976, p. 27) “a maioria dos países subdesenvolvidos têm um passado colonial,
isto é, foram dominados económica, política e culturalmente por metrópoles europeias que a eles
impuseram o colonialismo, o neocolonialismo e o imperialismo”. O mesmo aponta como
exemplos; o Brasil explorado pela metrópole portuguesa; a maioria dos países da América latina
explorados pela metrópole espanhola; os países africanos explorados pela França, Bélgica;
Inglaterra; Portugal e outros. Há que salientar também, muitos países da Ásia, explorados pela
Inglaterra, França, Holanda, Japão e EUA.

2.1.5. Características da economia de Moçambique como país subdesenvolvido

A independência de Moçambique, em 1975, trouxe consigo novos desafios nos campos político,
social e económico, e a necessidade de reconstruir e dar uma nova direcção à produção científica

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na área das Ciências Sociais. Moçambique independente herdou uma estrutura económica
colonial caracterizada por uma assimetria entre o Norte e o Sul do País e entre o campo e a
cidade. “O Sul mais desenvolvido que o Norte e a cidade mais desenvolvida que o campo. A
ausência duma integração económica e a opressão extrema da mão de obra constituíam as
características mais dominantes dessa assimetria (Portar do Governo).”

A estratégia de desenvolvimento formulada para inverter esta assimetria apostou numa economia
socialista centralmente planificada. No entanto, as conjunturas regional e internacional
desfavoráveis, as calamidades naturais e um conflito militar interno de 16 anos inviabilizaram a
estratégia. Segundo o mesmo autor, o endividamento externo (cerca de 5,5 biliões em 1995)
obrigou o País a uma mudança radical para uma estratégia de desenvolvimento do mercado
filiando-se nas Instituições de Bretton Woods e a consequente adoptação dum Programa de
Ajustamento Estrutural, a partir de 1987. Desde então, o País tem estado a registar um notável
crescimento económico. O Produto Interno Bruto (PIB) tem estado a crescer numa média acima
de 7-8% ao ano, chegando mesmo a atingir níveis de 2 dígitos. A inflação está abaixo de 10%. A
tendência é mantê-la em um dígito. Em termos monetários, Moçambique possui um dos regimes
cambiais mais liberalizados de África. Os parceiros comerciais externos têm motivos suficientes
para inspirarem uma grande confiança pelo País face à capacidade que as autoridades monetárias
têm conseguido manter volumes adequados de meios de pagamento sobre o exterior. As reservas
externas do Banco Central têm estado a situar-se acima dos seis meses de importação de bens e
serviços.

O Estado, através da execução da sua política orçamental regula e dinamiza as áreas sócio-
económicas mais importantes e cria um bom ambiente de negócios muito favorável ao
desenvolvimento da iniciativa privada. As reformas jurídicas no âmbito da legislação financeira,
fiscal, laboral, comercial e da terra levadas acabo pelo Governo contribuem significativamente
para fortalecer esse bom ambiente com a respectiva atracção do investimento privado nacional e
externo.

O potencial económico do País para a atracção de investimentos na agro-indústria, agricultura,


turismo, pesca e mineração é enorme. Projectos como o da Mozal, Barragem de Cahora Bassa,
Corredores Ferro-Portuários e Complexos Turísticos ao longo de todo o País têm contribuído

11
significativamente para colocar Moçambique na rota dos grandes investimentos regional e
internacional.

Apesar do notável crescimento económico que o País vem registando, muitos moçambicanos
continuam vivendo abaixo da linha da pobreza. O combate à pobreza absoluta constitui uma das
grandes prioridades do Governo para o quinquénio 2005-2009. Para o efeito foi traçado a
segunda fase do Plano de Acção da Redução da Pobreza Absoluta (PARPA II).

De acordo com Pena (s/d), “o principal problema que envolve os países subdesenvolvidos é de
ordem econômica, em que se observa uma elevada dependência desses para com outras nações,
sobretudo aquelas consideradas desenvolvidas.”

Essa dependência se expressa, primeiramente, pela elevada dívida externa existente nos países
periféricos. Em geral, parte das receitas adquiridas por esses países são destinadas ao pagamento
de dívidas para instituições financeiras – como o FMI e o Banco Mundial –, o que atrapalha na
hora do uso da verba pública para investimentos sociais (o mesmo, s/d). Nesta ordem de ideias
atualmente, a dívida pública ocupa a lista dos principais tópicos de discussão sobre a economia
moçambicana. “A sua dimensão, evolução e sustentabilidade contribuíram para a repentina
alteração da caracterização da economia de um exemplo macroeconómico, em termos de taxa de
crescimento e outros indicadores, para uma economia com alto risco de insustentabilidade da
dívida e com baixo nível de crescimento económico (FMI, 2016, citado em Massarongo e
Chichava, 2018)”. Em parte, esta mudança deveu-se às chamadas dívidas “ocultas” e/ou
inconstitucionais contraídas pelo governo de Moçambique durante o segundo mandato do
presidente Armando Guebuza (2009-2014) sem prévia aprovação do Parlamento. A descoberta
destas dívidas não só aumentou significativamente o stock de dívida pública do país, mas também
levou os doadores e parceiros internacionais a cancelarem o seu apoio financeiro a Moçambique.

Ainda Pena (s/d) afirma, que em “segundo lugar, a dependência econômica encontra-se no fato
de que, historicamente, as nações mais pobres vivem da exportação de commodities”, isto é, de
produtos primários que, em regra, possuem menor valor agregado que os produtos
industrializados. Tal fator propicia uma queda de produtividade, pois muitos investimentos são
direcionados a uma atividade menos rentável economicamente. Associam-se a isso os problemas

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relacionados à concentração fundiária, que direcionam os ganhos das exportações para os grandes
latifundiários, propiciando a elevação da concentração de renda.

Os países subdesenvolvidos, por questões principalmente políticas, não promovem uma


distribuição de renda em suas economias internas (Pena, s/d). Assim, observa-se na economia
moçambicana que há cada vez mais capital sendo acumulado por cada vez menos pessoas, tanto
em termos de finanças quanto em termos de posses urbanas e rurais. O mesmo autor afirma que
tal fator é um agravo a condições de miséria, fome e baixa capacidade produtiva de uma dada
região ou território.

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Conclusões

Chegado ao fim da pesquisa percebe-se que o termo Terceiro Mundo é conjunto de países e
povos menos avançados do ponto de vista socioeconómico, ou simplesmente é aplicável aos
países subdesenvolvidos, isto é, aos países que não tem conseguido ainda resolver os problemas
básicos (alimentação, saúde, habitação e educação) da maioria dos seus habitantes. Os países do
Terceiro Mundo são caracterizados por: uma elevada taxa de crescimento demográfico; atraso
económico e técnico considerável; endividamento externo; grande emigração de pessoas; a fome;
o analfabetismo e baixo nível de instrução; elevada taxa de natalidade; grande crescimento
populacional; elevada taxa de mortalidade infantil; predomínio de matéria-prima nas exportações;
baixo nível de industrialização.

Igualmente conclui-se a maioria dos países subdesenvolvidos têm um passado colonial, isto é,
foram dominados económica, política e culturalmente por metrópoles europeias que a eles
impuseram o colonialismo, o neocolonialismo e o imperialismo, no caso concreto da economia
moçambicana que herdou uma estrutura económica colonial caracterizada por uma assimetria
entre o Norte e o Sul do País e entre o campo e a cidade. O Sul mais desenvolvido que o Norte e
a cidade mais desenvolvida que o campo. Assim sendo a economia de moçambique como um
país subdesenvolvido é caracterizada por: grande crescimento populacional; predomínio de
matéria-prima nas exportações; baixo nível de industrialização; dependência econômica
(endividamento externo, relações comercias desfavoráveis, forte influência de empresas
estrangeiras) e grandes desigualdades sociais.

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Referencias Bibliográficas

Adas, M. (1976). Geografia: O subdesenvolvimento e o desenvolvimento mundial, o estudo da


América. 3ªed.São Paulo: Editora Moderna.

Araújo, E. (2014). Didáctica Geral. Beira, Moçambique: UCM.

Faria, C. (s/d). Terceiro Mundo. Recuperado em https://www.infoescola.com/geografia/terceiro-


mundo/.

Faz-tudo, J. & Assumane, A. F. (s/d). História Económica IV: Meados do século XX à


princípios do XXI. Beira, Moçambique: UCM.

Filho, W. & Dias, J. (2015). O colonialismo em África e seus legados: classificação e poder no
ordenamento da vida social. Recuperado em http://journals.openedition.org/aa/1371.

Massarongo, F. & Chichava, S. (2018). Estrutura, Impacto e Significado da Dívida Pública


Moçambicana com os BRICS (2006-2015): Cadernos de Estudos Africanos. Recuperado em
http://journals.openedition.org/cea/2964.

Matusse, O. (2013). Manual de metodologias investigação científica: Para a elaboração de


monografias escolares e outros tipos de pesquisa científica. Maputo, Moçambique.

Pena, R. (s/d). Geografia: o que é desenvolvimento. Recuperado em


https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/o-que-subdesenvolvimento.htm.

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