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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distancia

BOA GOVERNAÇÃO E O ESTADO DE DIREITO

Discente: Bruno das Neves Evaristo Código: 708183899

Curso: Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: Ciências Politicas e Boa
Governação
Ano de Frequência: 3o ano
Docente: Dra : Katia Coelho Araujo

Quelimane, Maio de 2021


Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuaçã Subtot
do
o máxima al
tutor
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizacion  Discussão 0.5
ais  Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Referência Normas APA
 Rigor e coerência das
s 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográfi citações e
bibliográficas
cas bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução...................................................................................................................................5
1.1. Objectivos............................................................................................................................5
1.1.1.Geral:..................................................................................................................................5
1.1.2.Específicos:........................................................................................................................5
1.2.Metodologias.........................................................................................................................5
2. BOA GOVERNAÇÃO E O ESTADO DE DIREITO............................................................6
2.1. A definição de Governança..................................................................................................6
2.2. Origens Histórica da governança.........................................................................................6
2.3. Princípios de Boa governança..............................................................................................7
2.4.Princípio de Direito no Estado de Boa Governação.............................................................8
2.4.1. Princípio da transparência.................................................................................................9
2.4.2. Princípio da Eficiência......................................................................................................9
2.4.3. Princípio da imparcialidade..............................................................................................9
2.4.4. Justiça material e equidade.............................................................................................10
2.5. Boa Governação e Combate à Corrupção..........................................................................10
2.6. Democracia Participativa, Boa Governação......................................................................11
2.7.Teoria Geral do Estado.......................................................................................................12
Conclusão..................................................................................................................................13
Bibliografia...............................................................................................................................14

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Introdução

O presente trabalho subordina-se ao tema: BOA GOVERNAÇÃO E O ESTADO DE DIREITO.


O termo governo dá origem à denominação governança, que pode ter diferentes
interpretações, de acordo com o contexto. No que diz respeito ao Banco Mundial, este
considera governança “a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos
sociais e económicos de um país visando o desenvolvimento” e também “a capacidade dos
governos de planear, formular e programar políticas e cumprir funções” O conceito e
objectivo de boa governança têm sido utilizados ao longo do tempo, entre a década de 90 do
século XX e a actualidade, mas os seus contornos definidores continuam incertos.

1.1. Objectivos

Segundo Cajueiro, (2013), “toda pesquisa deve ter objectivos claros e definidos, pois assim
torna mais fácil conduzir a investigação”. Os objectivos podem ser gerais e específicos
(particulares). Assim, o estudo resultante deste projecto vai ser guiado pelos seguintes
objectivos:

1.1.1.Geral:

 Estudar boa governação e o estado de direito.

1.1.2.Específicos:

 Definir governação
 Falar sobre Democracia Participativa, Boa Governação;
 Explicar teoria geral do estado.

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1.2.Metodologias

Segundo (Coelho, 2010), ao afirmar que a “metodologia corresponde em um estudo sistémico


dos métodos caracterizados em diferentes técnicas validas e avaliadas permanentemente,
métodos a queles que devem ser planeados e apropriados aos objectivos de análise de cada
disciplina em ordem a visão permanente e crítica do conhecimento científico. Sendo assim,
para concretização do presente trabalho recorreu-se a consulta Bibliográfica que consistiu em
leitura de livros, artigos que continham a informação do tema, pesquisa na internet, e
digitação, com o intuito de trazer o essencial e melhorar o desenvolvimento científico do
trabalho.

2. BOA GOVERNAÇÃO E O ESTADO DE DIREITO

2.1. A definição de Governança

Segundo Blair (1995 citado por Rêgo, 2018) Meios jurídicos, culturais e institucionais que
determinam o que as empresas de capital aberto podem fazer, quem e como pode controlá-las,
e como os riscos e retornos das actividades pelas quais são responsáveis são alocados.
Mas para IBGC (2009 citado por Rêgo, 2018) diz que é Sistema no qual as organizações são
dirigidas, monitorizadas e encorajadas envolvendo a relação entre proprietários, conselho de
administração, direcção e órgãos de controlo.
Há muitas maneiras de definir a governança (do inglês governance). No entanto, no âmbito da
Administração pública moderna, a governança deve ser entendida como uma maneira de
administrar, de exercer o poder na Administração pública relativamente aos recursos
existentes, materiais e humanos, tendo em vista o desenvolvimento económico e social do
país. Esta governança assenta no adequado cumprimento das funções no contexto de planos,
programas e políticas previamente estabelecidas. (Sousa, 2016)

A governança do Estado de direito assenta em exigência da boa administração. Tanto a


governança como a boa administração respeitam, como traves mestras, a participação, a
transparência, a responsabilidade, a orientação pelo consenso, o respeito pela igualdade, a
exclusividade, a efectividade, a eficiência e a prestação.

2.2. Origens Histórica da governança

O termo governo dá origem à denominação governança, que pode ter diferentes


interpretações, de acordo com o contexto. No que diz respeito ao Banco Mundial, este

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considera governança a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos
sociais e económicos de um país visando o desenvolvimento e também a capacidade dos
governos de planear, formular e programar políticas e cumprir funções O conceito e objectivo
de boa governança (good governance) têm sido utilizados ao longo do tempo, entre a década
de 90 do século XX e a actualidade, mas os seus contornos definidores continuam incertos.
Efectivamente, o aparecimento continuado de imensas e distintas definições originou uma
“crescente confusão em relação aos limites do conceito.

Contudo, é importante encontrar um certo entendimento comum de boa governação na


prática de algumas organizações internacionais, pelo menos no que respeita aos elementos
centrais da boa governação.

No final dos anos 80 do século XX, particularmente após a queda do Muro de Berlim (1989),
o conceito de boa governança viu crescer o seu uso. Uma nova postura foi adoptada perante
regimes com legitimidade e prática governamental duvidosa. Tais estados/clientes receptores
só beneficiarão de apoios internacionais consoante a maneira como conduzirem os seus
assuntos governamentais, ou seja, se mostrarem efectivas reformas institucionais.

No decorrer da década de 1990, a boa governança emergiu, desse modo, como parte integral
do processo mais amplo de democratização, reflectindo, sem dúvida, uma tendência geral de
‘democratização do direito internacional’, pelo menos de uma base geral de legislação para o
alargamento do processo de democratização. A governança corporativa, como a conhecemos
actualmente, teve início em 1973 tendo decorrido da separação do controlo e propriedade da
empresa, segundo estudos realizados por Veblen, Berle e Means, entre outros, em 1984, e por
John Kenneth, em 1985. Estes nomes foram destacadamente os fundadores da Base
Educacional da Governança Corporativa que deu lugar à sua origem e contribuiu para a sua
evolução e estudo desencadeando o interesse de outros profissionais até ao actual modelo. Os
países pioneiros na adopção e implementação do modelo de governança corporativa foram os
EUA e a Grã-Bretanha. (Rêgo, 2018)

2.3. Princípios de Boa governança

Também a União Europeia se debruçou sobre a problemática da governança. No seu Livro


Branco, podemos ler destacados os cinco princípios de boa governança:
 Abertura: As instituições deverão trabalhar de uma forma mais transparente. Em
conjunto com os Estados-Membros, seguirão uma estratégia de comunicação activa

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sobre as tarefas da União e as suas decisões. Deverão utilizar uma linguagem acessível
ao grande público e facilmente compreensível;
 Participação: A qualidade, pertinência e eficácia das políticas da União Europeia
dependem de uma ampla participação através de toda a cadeia política desde a sua
concepção até à sua execução. O reforço da participação potenciará uma maior
confiança nas instituições que produzem as estratégias políticas e nos seus resultados.
Tal participação depende principalmente da utilização, por parte das administrações
centrais, de uma abordagem aberta e abrangente, no quadro do desenvolvimento e
aplicação das políticas da União Europeia;
 Responsabilização: É necessário definir atribuições às instituições da União Europeia
no âmbito dos processos legislativos e executivo. Cada instituição deverá explicar a
sua acção na Europa e assumir as responsabilidades correspondentes. Mas são também
necessárias uma maior clareza e responsabilidade dos Estados-Membros e de todos os
que participam na elaboração e aplicação das políticas da União Europeia, seja a que
nível for;
 Eficácia: As políticas deverão ser eficazes e oportunas, dando resposta às
necessidades com base em objectivos claros, na avaliação do seu impacto futuro e,
quando possível, na experiência anterior. A eficácia acarreta também que as políticas
da União Europeia sejam aplicadas de forma proporcionada aos objectivos
continuados e que as decisões sejam adoptadas ao nível mais apropriado;
 Coerência. As políticas e as medidas deverão ser coerentes e perfeitamente
compreensíveis e claras. A coerência implica uma liderança política e uma forte
responsabilidade por parte das instituições para avalizar uma abordagem semelhante e
coerente no âmbito de um sistema complexo.
Conforme refere António Francisco de Sousa, há seis “princípios da boa governação
administração” para organismos públicos assim definidos pelo Parliamentary and Health
Service Ombudsman do Reino Unido:
1. Fazer tudo bem: agindo em conformidade com a lei e tendo em conta os direitos das
pessoas em causa;
2. Ser focada no utente do serviço: garantindo que as pessoas possam aceder aos
serviços facilmente;
3. Ser aberto e responsável: estando aberto e sendo claro sobre políticas e
procedimentos e garantindo que a informação e qualquer conselho fornecido são
claros, precisos e completos;

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4. Agir de forma justa e proporcional: tratando as pessoas de forma imparcial, com
respeito e cortesia;
5. Fazer as coisas correctamente: reconhecendo erros e pedindo desculpas se for caso
disso;
6. Buscar a melhoria contínua: revendo as políticas e procedimentos regularmente para
garantir que elas são eficazes. (Santos, 1997)

2.4.Princípio de Direito no Estado de Boa Governação

A Boa Governação destaca-se a salvaguarda do interesse público, no entanto para se


conseguir almejar e assegurar tal desiderato é necessário respeitar certos limites e valores.
Sublinha-se que esse interesse público é sempre prosseguido tendo como limite e valor a
obediência à lei, ou seja, respeitando o princípio da legalidade, que, de forma geral, se
confunde com o princípio de juridicidade.
No artigo 4° do Código Europeu de Boa Conduta administrativa, encontramos explanado o
princípio da legalidade. Na União Europeia, prevalece, portanto, a ideia do primado do
direito, assim como o ideal de garantia efectiva dos direitos, que é obtida através da tutela
jurisdicional dos direitos e tutela jurisdicional efectiva.

2.4.1. Princípio da transparência

A palavra transparência remete-nos para a propriedade de um corpo que se deixa atravessar


pela luz e permite distinguir, assim, os objectos que se encontram atrás dele. No que concerne
à administração, transparência significa que atrás do invólucro formal de uma instituição se
perfilam relações entre indivíduos e grupos que são percepcionadas pelo observador.
(Chevalier, 1988 citado por Rêgo, 2018)

2.4.2. Princípio da Eficiência

Para considerarmos que a Administração Pública exerce a sua actividade de acordo com o
princípio da boa administração, temos de verificar se essa actividade cumpre critérios da
eficiência, economicidade e celeridade. Esta exigência encontra-se exposta no artigo 5.º do
Código do Procedimento Administrativo onde, no seu nº 1, lemos que a Administração
Pública “deve pautar-se por critérios de eficiência, economicidade e celeridade.” No nº 1 do
artigo 41.º da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia também encontramos
expresso o princípio da eficiência: “Todas as pessoas têm direito a que os seus assuntos sejam

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tratados pelas instituições e órgãos da União de forma imparcial, equitativa e num prazo
razoável. (Rêgo, 2018)

2.4.3. Princípio da imparcialidade

Para a base de uma boa administração, revela-se também como importante princípio a
imparcialidade. O princípio da imparcialidade está, assim, também ligado ao princípio da boa
Administração Pública pelo que se torna imprescindível proceder a uma análise detalhada do
mesmo.
O exercício das suas funções, com respeito pelos princípios da igualdade, da
proporcionalidade, da justiça, da imparcialidade e da boa-fé.” Também encontramos
plasmado o princípio da imparcialidade: “A Administração Pública deve tratar de forma
imparcial aqueles que com ela entrem em relação, designadamente, considerando com
objectividade todos e apenas os interesses relevantes no contexto decisório e adoptando as
soluções organizatórias e procedimentais indispensáveis à preservação da isenção
administrativa e à confiança nessa isenção. (Correia, 1982)

2.4.4. Justiça material e equidade

Na Constituição da República Portuguesa, é possível encontrar os diferentes princípios que


devem reger a Administração Pública e que fortalecem a implementação da Boa
Administração. São estes princípios os da juridicidade, da prossecução do interesse público,
do respeito pelas posições jurídicas activas dos cidadãos, da boa fé, da proporcionalidade, da
igualdade, da justiça e o da imparcialidade. No que concerne ao princípio da justiça, ele
consiste em assegurar aquilo que lhe é devido, que a Administração Pública aja como garante
da equidade.

2.5. Boa Governação e Combate à Corrupção

Segundo Estratégia de Reforma e Desenvolvimento da Administração Pública (2012-2025), o


fenómeno da corrupção é outra face da moeda que assola o sector público e tem custos
económicos elevados, porque contribui para a retracção dos investimentos, pois, consiste no
uso ilícito dos recursos públicos para fins particulares. No âmbito do sector público ela
floresce com a falta de transparência, burocracia excessiva, procedimentos de estruturas
demasiadas e complexas.

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No entanto, no âmbito do sector público ela floresce onde há falta de transparência, excessiva
burocracia, procedimentos e estruturas demasiado complexas. Por essa razão, o combate à
corrupção decorre naturalmente das mudanças positivas que forem operadas nas estruturas e
procedimentos de prestação de serviços, na profissionalização da Administração Pública, e
modernização na gestão e desenvolvimento de recursos humanos, na gestão de políticas
públicas e na gestão financeira e melhoria de mecanismos de prestação de contas.
Portanto, o combate à corrupção, é parte integrante da Reforma porque cada componente da
Estratégia Global da Reforma do Sector Público contribui na redução de oportunidades de
acesso ilícito aos recursos públicos. Ao se melhorar o funcionamento dos elementos acima
indicados, reduz-se o espaço para práticas ilícitas. Desta forma, o combate à corrupção
estimula o desenvolvimento económico porque reduz os custos de transacção dos agentes
económicos e promove o ambiente para uma efectiva boa governação. (República de
Moçambique. 2006.)

2.6. Democracia Participativa, Boa Governação

Governação é geralmente entendida como um sistema de valores, políticas e instituições,


através dos quais uma sociedade gere os seus negócios públicos, económicos e sociais, por via
da interacção entre o Estado, a Sociedade Civil e o mercado/sector privado. Dito de outra
forma, a Governação é o processo de tomada de decisões e o meio através do qual as decisões
são ou não implementadas. Nestes termos, as instituições públicas conduzem os assuntos
públicos, gerem os recursos públicos e garantem a realização dos direitos humanos. Por sua
vez, a Boa Governação materializa esse fim de uma forma que é essencialmente livre de
abuso de poder e de corrupção, obedecendo devidamente às normas de direito estabelecidas.
É de salientar, ainda, que o conceito de Boa Governação aparece como um instrumento de
institucionalização da Governação “Governance e é tido como condição indispensável na
promoção da solidez social e do desenvolvimento sustentável. Manifesta-se em diversas áreas
fundamentais para a edificação do Estado de Direito, nomeadamente: a separação de poderes,
o respeito pelos direitos humanos, a prestação vertical e horizontal de contas, a transparência
na governação eleitoral e na gestão financeira e no controlo da corrupção. Nesta ordem de
ideias, o entendimento comum aventa que países com um alto desempenho em cada uma
destas áreas têm melhores condições para a consolidação democrática, defesa do bem comum
e criação de condições de bem-estar social.
De acordo com Alcántra (1998 citado por Cambrão, 2018) a Governance é um instrumento
para conceber um sistema mais efectivo de autoridade e regulação no quadro da economia

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global, o que aventa ser a precondição para a sobrevivência da democracia nos Países em vias
de Desenvolvimento.
Daí que surjam conceitos como “sociedade civil organizada”, que pretende limitar os poderes
abusivos do Estado e do governo, ajudando, por um lado, a construir uma sociedade menos
desigual em termos políticos, económicos e sociais e, por outro, chamando a atenção para os
excessos praticados pelo governo e Estado, com vista a garantir os demais direitos e deveres
dos cidadãos.
Se é certo que a democracia representativa foi um progresso em relação a sistemas despóticos
e autocratas, também não é menos verdade que ela, hoje, desvela lacunas, incoerências e até
paradoxos. Por isso, a democracia participativa é um imperativo para os nossos tempos, pois é
ampliação da prática democrática para além da mera expressão do voto eleitoral.
Como diz Ngoenha temos o mau hábito de confundir e reduzir a democracia à competição
entre os partidos para a tomada de poder. Na realidade, a democracia é um processo que
regride ou progride, essencialmente, em função do papel que a cidadania joga no sistema
político, e na soldadura entre o sistema político e os outros sistemas sociais, e entre todos os
sistemas e o conjunto das instituições e potestades reunidas no Estado” (Ngoenha, 2015 citado
por Cambrão, 2018)

2.7.Teoria Geral do Estado

A Teoria Geral é a ciência que investiga e expõe os princípios fundamentais da sociedade


política denominada Estado, sua origem, estrutura, formas, finalidade e evolução. As teorias
sobre a origem do Estado derivam de raciocínios hipotéticos. Estado é a organização político-
jurídica de uma sociedade para realizar o bem público/comum, com governo próprio e
território determinado.
As que mais se destacam são:
a) Teoria da Origem Natural ou Espontânea entende que não há coincidência entre as
diversas formações dos Estados. Entende que o Estado surge naturalmente, a partir da
conjugação espontânea de diversos elementos, como família, a sociedade e outros
b) Teoria da origem familiar (teorias de Aristóteles ou de São Tomás de Aquino) a
família seria a célula-mãe do Estado, ou seja, a pessoa nasce em uma pequena
sociedade, pela própria natureza, não por invenção.
c) Teoria da origem patrimonial (Dalmo Dallari e Sahid Maluf): teoria que leva em
consideração o factor económico para o surgimento do Estado. Em virtude das
relações económicas que surgem os Estados e suas feições serão de acordo com o

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perfil económico das suas relações sociais. O Estado Feudal ajustava-se perfeitamente
a um modelo económico baseado no direito de propriedade.
d) Teoria da origem contratual o Estado tem origem num contrato social entre vários
indivíduos independentes, numa situação de liberdade plena ou “estado de natureza”,
que, por conta de uma situação de beligerância, convencionam por mútuo acordo a
substituição da liberdade plena pela liberdade civil obediente à lei.
e) Teoria da força: o Estado surgiu quando os mais fortes dominaram os mais fracos e
os submeteram ao trabalho. Ou seja, uma organização social imposta por um grupo
vencedor a um grupo vencido, para mantê-lo dominado.

Conclusão

Chegando ao fim do trabalho conclui-se que Governança, está bem clarificada a necessidade
de balizamento de regras que garantam uma conduta sólida para a empresa, assim como a
garantia de monitorização e aplicabilidade dessas regras que devem ser respeitadas e
cumpridas pelos intervenientes, administradores, controladores para tomada de decisões com
vista ao acordo com o interesse dos accionistas. Historicamente, o acréscimo e proliferação da
governança aconteceu em paralelo com a evolução do contexto económico-social, em que se
destacam a globalização, o avanço e crescimento de grandes empresas pelo mundo, a
evolução da tecnologia da informação, a integração de mercados financeiros, o aparecimento
de investidores institucionais, a par também de alguns escândalos em grandes empresas. A
governança destacou-se desta forma, solidificando a sua presença e crescimento, potenciando
a democracia corporativa para todos os elementos da sociedade civil, incluindo as minorias,
de forma a assegurar o respeito e segurança nos seus processos.

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Bibliografia

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Cambrão, Pedrito Carlos Chiposse (2018), “Papel da Sociedade Civil em prol da Boa
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2011). Autoridade nacional da Função Pública. Maputo, Moçambique.
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Paradigmas, Vida Económica , Porto,

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Correia, José Manuel Sérvulo, (1982) Noções de Direito Administrativo, vol. I, Lisboa,
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