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POLÍTICA DA

ESCOLA CUIABANA

PROGRAMA
@PORTAL DA
ESCOLA CUIABANA

CULTURA, TEMPOS DE VIDA, DIREITOS


DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO

1
EMANUEL PINHEIRO
Prefeito de Cuiabá

JOSÉ ROBERTO STOPA


Vice-Prefeito

EDILENE DE SOUZA MACHADO


Secretária de Educação

DEBORA MARQUES VILAR


Secretária Adjunta de Educação

MABEL STROBEL MOREIRA DA SILVA


Diretora de Gestão Educacional

ZILEIDE LUCINDA DOS SANTOS


Coordenadora Técnica de Ensino

MARCO ANTONIO ALVES BRAGA


Coordenador de Organização Curricular

FELICIANA CUNHA FIGUEIREDO


Coordenadora de Gestão e Legislação

ELIANE DE OLIVEIRA MENDES QUINHONE


Coordenadora de Formação

MARCELA REZENDE GUIMARÃES MARTINS


Coordenadora de Programas e Projetos

MAGNA MARIA BARROS


Coordenadora de Educação Especial

ESTEVÃO LUIS VASCONCELOS SOARES


Coordenador de Educação à Distância
2
ELABORAÇÃO:

MARCO ANTONIO ALVES BRAGA


Coordenador de Organização Curricular

CAMILE DE ARAUJO AGUIAR


Líder da Equipe da Educação Infantil
Assessores Pedagógicos
Albene Cezar de Arruda
Dalva do Carmo Ferreira
Eliane Aparecida Pereira de Mattos
Isabella Maria Curvo Bezerra Santiago
Izis Saraiva Feitoza dos Santos
Joyce Regina Carvalho de Jesus
Mônica Beurmann Ferreira Magalhães
Silva Rosa de Oliveira
Terezinha de Jesus Meira
Uilmara Sobrinho Castañon

ELIJANE GONÇALVES LOPES


Líder da Equipe Ensino Fundamental
Assessores Pedagógicos
Andréa dos Santos
Eliane Souza Pereira
Gabriela Calói Loss
Josemeire do Nascimento Ferreira
Josiane Moraes de Magalhães
Lídia Antonia de Siqueira San Martin de Souza
Lídia Soares de Campos
Lucilene de Souza Santos
Mariluci de Souza Farias Brandão
Mirian Januário de Oliveira Krummennauer
Rosanil Sales dos Santos
Suely Norberto Gomes
Valéria Aparecida Marconato

MARILENE DE SOUZA CARVALHO


Líder da Equipe de Educação de Jovens e Adultos

Assessores Pedagógicos
Cristiany das Graças Souza
Laura Sibele Castilho de Oliveira Ferreira

Revisão Geral
Marco Antonio Alves Braga
Zileide Lucinda dos Santos

3
SUMÁRIO

Apresentação 6

EDUCAÇÃO INFANTIL 8

CONCEITOS8

PRÁTICA PEDAGÓGICA 10

MATRIZ CURRICULAR DE REFERÊNCIA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL 15

O PROCESSO DE INSERÇÃO 16

A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E ESPAÇO 17

ESPECIFICIDADES DA 1ª INFÂNCIA 17

AS DIFERENTES LINGUAGENS DA INFÂNCIA 19

ASPECTOS METODOLÓGICOS 20

INSTRUMENTOS PARA REGISTRO DO PLANEJAMENTO EDUCACIONAL 21

MODALIDADES ORGANIZATIVAS 23

ITENS DO PLANEJAMENTO 24

PERFIL PROFISSIONAL 26

Avaliação Educacional 28

ELEMENTOS DA AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 29

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 31

AS AÇÕES DE INTERAÇÕES E BRINCADEIRAS DURANTE O PERÍODO DE


SUSPENSÃO DAS ATIVIDADES PRESENCIAIS NAS UNIDADES
EDUCACIONAIS:0 A 3 ANOS 31

PENSAR NO ACOLHIMENTO 32

SUGESTÃO DE ACOLHIMENTO ON LINE 33

SUGESTÃO PARA AS SEMANAS SEGUINTES 33

ORIENTAÇÕES ÀS FAMÍLIAS 33

A IMPORTÂNCIA DO MANUSEIO DO LIVRO DESDE MUITO PEQUENO 34

REFLEXÕES SOBRE INTERAÇÕES E BRINCADEIRAS 35


4
ALGUMAS ORIENTAÇÕES PARA AS UNIDADES QUE ATENDEM CRIANÇAS DE
0 A 3 ANOS – 1ª INFÂNCIA 36

AÇÕES DE INTERAÇÕES E BRINCADEIRAS DURANTE O PERÍODO DE


SUSPENSÃO DAS ATIVIDADES PRESENCIAIS NAS UNIDADES EDUCACIONAIS:
4 E 5 ANOS - 2ª INFÂNCIA 37

SUGESTÃO DE ACOLHIMENTO ON LINE 37

SUGESTÃO PARA AS SEMANAS SEGUINTES 37

ORIENTAÇÕES ÀS FAMÍLIAS, PROFESSORES E EQUIPE GESTORA 37

VÍDEOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS: POSSIBILIDADES DE VIVENCIAR


DIVERSAS EXPERIÊNCIAS 39

SUGESTÃO AOS FAMILIARES 44

IMPORTANTE: A INSERÇÃO DA CRIANÇA NAS ATIVIDADES A DISTÂNCIA45

SUGESTÕES DE ROTINA EM CASA – ISOLAMENTO SOCIAL 45

ENSINO FUNDAMENTAL 47

EDUCAÇÃO A DISTÃNCIA 49

1.Orientações para o Ensino a distância 49

2. Considerações acerca do ensino híbrido 51

3. Planejamento do Trabalho Pedagógico 52

3.1 Plano Anual ou de Ensino e Plano Bimestral 53

3.2 Plano de aula 54

4.Tempos e espaços escolares: implicações no processo de ensino aprendizagem


54

4.1 Faz diferença planejar 55

4.2 As crianças não aprendem do mesmo jeito: planejar para incluir todas as
crianças nas propostas pedagógicas 55

4.3 Ter proposta em relação às aprendizagens das crianças 56

4.4 Diversificar para prender a atenção dos estudantes 56

4.5 Ter cuidado estético com os materiais utilizados 56

4.6 Rotina, os diferentes tempos e ritmos dos estudantes em uma sala 57

5
4.7 Diversidade no currículo 58

5. Gestão das Unidades Educacionais para a Semana Pedagógica 58

5.1 Pense em um evento para receber os profissionais da educação 59

5.2 Estimule a integração entre a equipe: 60

5.3 Tenha um calendário pronto e bem definido 60

5.4 Planeje tempo de início e de término de um evento de recepção 61

5.5 Esclareça regras da Unidade e abra espaço para dúvidas 61

5.6 Organize o processo pedagógico 62

5.7 Contribuição das ferramentas tecnológicas na organização da semana


pedagógica 62

6. Avaliação da Aprendizagem 62

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 63

TEMPOS E ESPAÇOS ESCOLARES: IMPLICAÇÕES NO PROCESSO DE ENSINO


APRENDIZAGEM. 63

1.Período de acolhimento nas escolas de EJA 64

2. Faz diferença planejar. 65

2.1 Pontos relevantes no perfil do professor e planejamento da EJA. 65

3. Os estudantes não aprendem do mesmo jeito: planejar para incluir ao máximo


todos os estudantes nas propostas pedagógicas. 65

4. Organização metodológica do currículo da EJA 65

5. Ter cuidado estético com os materiais utilizados. 67

6. Procedimento com atendimento EaD. 67

Orientações sobre Procedimentos para a Realização de Atividades EaD 67

Considerações finais 71

Referências: 71

ANEXOS 76

6
Apresentação

Considerando o início do Ano Letivo de 2021, apresentamos às Equipes Gestoras


das Unidades Educacionais que atendem a Educação Básica, o documento
Orientativo para auxiliar na organização das ações pedagógicas no ano vigente.

Esse documento tem como objetivo estabelecer alguns elementos estruturais para
que as unidades elaborem suas ações em consonância com as Diretrizes
Curriculares Nacionais, BNCC (Base Nacional Comum Curricular), Política da Escola
Cuiabana, Cultura, Tempos de Vida, Direitos de Aprendizagem e Inclusão a
Proposta Político Pedagógica da SME, e os Indicadores de Qualidade na Educação
Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos, tendo a Educação
Especial como processo transversal, permeando todas as modalidades atendidas
pela rede municipal de educação de Cuiabá.

Vale ressaltar, que a participação de todos os profissionais na elaboração das


metas, objetivos e propostas de trabalho faz parte do processo democrático, sendo
necessária a valorização da tomada de decisões no coletivo, de modo que todos
sejam corresponsáveis pelo processo de gestão administrativa e pedagógica em
desenvolvimento na unidade.

Em consonância com a Política Educacional do município de Cuiabá, Escola


Cuiabana (2020), Programa @Portal da Escola CUIABANA 1 e em atendimento ao
Decreto Municipal nº 8.315 de 22 de janeiro de 2021, em seu Art. 1º, §1º e §2º, a

1As propostas pedagógicas orientadas, sugerem a produção de vídeos para os pais/familiares. Cada
professor(a)/TDI fica responsável pela organização e acompanhamento das atividades planejadas
para sua turma no grupo de WhatsApp. O Coordenador Pedagógico e equipe gestora, presente em
todos os grupos criados na unidade para o acompanhamento e possíveis intervenções dos trabalhos.
O Assessor Pedagógico da SME criará um grupo com as unidades de sua responsabilidade, para
monitorar, acompanhar e orientar o processo, além de possibilitar a garantia dos procedimentos do
@Portal da Escola Cuiabana.
7
Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá, por meio da Coordenadora Técnica de
Ensino, Coordenadoria de Orientação Curricular, a Secretaria Municipal de
Educação de Cuiabá, por meio da Coordenadoria Técnica de Ensino, apresenta às
unidades as orientações propostas pela Equipe de Educação Infantil/Ensino
Fundamental/EJA/COC/CTE/DGE/SME, quanto às possibilidades de
interações/brincadeiras e atividades direcionadas às crianças de Educação Infantil,
bem como das atividades direcionadas para crianças, adolescentes, jovens e
adultos, estudantes de todas as Unidades Escolares da Rede Municipal de
Educação de Cuiabá.

EDUCAÇÃO INFANTIL

CONCEITOS
Faz-se necessário considerar algumas concepções no que se refere ao
atendimento à Educação Infantil, com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais,
BNCC, Política da Escola Cuiabana, Proposta Pedagógica Municipal - Campos de
Experiências: O Eu, O Outro e o Nós - Corpo Gestos e Movimentos -Traços, Sons,
Cores e Formas - Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação - Espaço, Tempos,
Quantidades, Relações e Transformações.

• Criança - Os bebês, as crianças bem pequenas e crianças pequenas estão


sempre aprendendo e passando por transformações que em nenhum outro
momento da vida acontecerão com tamanha intensidade (SARMENTO, 2005;
SAYÃO, 2002; ARIÈS, 1981). De acordo com o DCNEI (2010) são sujeitos históricos
de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivenciam,
constroem sua identidade pessoal e coletiva, brincam, imaginam, fantasiam,
desejam, aprendem, observam, experimentam, narram, questionam e constroem
sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.

• Currículo - Propõe pensar nas necessidades e nos interesses das crianças em


um currículo flexível, diversificado, produtor de sentido, com objetivos claros e um
olhar singular a partir do diálogo entre Professores/TDIs e crianças (ARROYO, 1999;
LIMA, 2015, 2016; CANÁRIO, 2013; OLIVEIRA, 2013; SILVA, 1999; LOPES E

8
MACEDO, 2011). Conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os
saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural,
artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento
integral de crianças de zero a 5 anos de idade (DCNEI, 2010, p. 12).

• Infância - Refere-se ao início da construção histórica, social e cultural de uma


pessoa, momento de confiança plena no outro, de interações, descobertas,
experiências, em que se tem liberdade para potencializar a criatividade e imaginação
(MELO, 2007; OLIVEIRA-FORMOSINHO, KISHIMOTO, 2007; PINAZZA, 2007;
VYGOTSKY, 2008; KUHLMANN, 2015; CHARLOT, 2000). Uma fase da vida
humana na qual sua singularidade em perceber o mundo proporciona que utilizem
das diferentes linguagens, no qual formulam hipóteses e que se ressignificam por
meio das experiências de vida.

• Brincar - É essencial para o desenvolvimento cognitivo, motor,


socioemocional, interpessoal, da memória; construção da autonomia, criatividade,
imaginação; fortalecimento de vínculos, entre outros aspectos (BROUGÈRE, 1998;
KISHIMOTO, 2007, 2016; GOMES, RODRIGUES, BARROS, 2002; GOMES, 2016;
BOMTEMPO, 2012; WINNICOTT, 1982; SUTTON-SMITH, 2017). Por meio da
brincadeira, através dos movimentos o corpo é, para o bebê, a criança bem pequena
e a criança pequena, um objeto de conhecimento, instrumento de exploração e de
apropriação do mundo que permite a criação, recriação, construção de
conhecimento e da cultura lúdica.

• Interações - É de suma importância proporcionar espaços pensados para as


crianças elaborarem suas impressões, construir hipóteses sobre os contextos do
mundo com seus pares - criança/criança, criança/adulto, criança/meio ─ e grupos
nas brincadeiras nos quais compartilham e transformam experiências desenvolvidas
pelas vivências no momento em que se comunicam, agem e significam o mundo
(KUHLMANN, 2015; VYGOTSKY, 2008).

• Espaço - Compreendemos que o espaço, na perspectiva de lugar, é repleto


de experiências interativas e sua organização influencia pontualmente no
desenvolvimento infantil (LEFEBVRE, 2006; SANTOS, 2006; ANDRADE;
9
LORENSINI, 2017; CEPPI; ZINI, 2013; GANDINI, 2012; FORNEIRO, 1998; HORN,
2004; ZABALZA, 2007). A organização, interna e externa, proporciona condições
para a realização das práticas pedagógicas planejadas inovadoras e, assim, se torna
um elemento curricular eminente no processo de ensino e aprendizagem.

A Educação Infantil é um espaço do cuidar e do educar que deve estar


comprometido com a aprendizagem e desenvolvimento de todos os bebês, das
crianças bem pequenas e das crianças pequenas. Sendo assim, uma proposta de
educação Infantil inclusiva respeita a singularidade de cada estágio ou período de
desenvolvimento dos bebês e crianças nos seus aspectos físicos, cognitivos e
psicossociais e contempla toda a diversidade advinda dos contextos sociais
urbanos, do campo, indígenas, ribeirinhas, quilombolas, emigrantes e outros grupos.
(ESCOLA CUIABANA,2020, p.116).

Estimular para que a criança utilize as linguagens, seja corporal, musical, plástica,
oral e escrita, ajustadas às diferentes interações e situações de comunicação, de
forma a compreender e ser compreendida, expressar suas ideias, sentimentos,
necessidades e desejos, e avançando no seu processo de construção de
significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva. (POLÍTICA
EDUCACIONAL DE CUIABÁ, 2009, p. 61).

PRÁTICA PEDAGÓGICA
Conforme preconiza a Política da Escola Cuiabana, corroborada pelo Programa
@Portal da Escola Cuiabana, os Campos de Experiências possibilitam o
protagonismo e o desenvolvimento das crianças a partir das vivências em práticas
sociais e culturais, criativas e interativas com aprendizados significativos. Este
arranjo curricular organiza e integra brincadeiras, observações, interações e dão
intencionalidades para as práticas pedagógicas que acontecem no cotidiano da
creche/escola.

• O Eu, o outro e o nós - É na interação com os pares e com adultos que as


crianças vão constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão
descobrindo que existem outros modos de vida, pessoas diferentes, com outros
pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras experiências sociais (na família, na
instituição escolar, na coletividade), constroem percepções e questionamentos sobre
10
si e sobre os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identificando-se como
seres individuais e sociais. Ao mesmo tempo em que participam de relações sociais
e de cuidados pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de
autocuidado, de reciprocidade e de interdependência com o meio. Por sua vez, na
Educação Infantil, é preciso criar oportunidades para que as crianças entrem em
contato com outros grupos sociais e culturais, outros modos de vida, diferentes
atitudes, técnicas e rituais de cuidados pessoais e do grupo, costumes, celebrações
e narrativas. Nessas experiências, elas podem ampliar o modo de perceber a si
mesmas e ao outro, valorizar sua identidade, respeitar os outros e reconhecer as
diferenças que nos constituem como seres humanos.

Corpo, gestos e movimentos - Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos,
movimentos impulsivos ou intencionais, coordenados ou espontâneos), as crianças,
desde cedo, exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem
relações, expressam-se, brincam e produzem conhecimentos sobre si, sobre o
outro, sobre o universo social e cultural, tornando-se, progressivamente, conscientes
dessa corporeidade. Na Educação Infantil, o corpo das crianças ganha centralidade,
pois ele é o partícipe privilegiado das práticas pedagógicas de cuidado físico,
orientadas para a emancipação e a liberdade, e não para a submissão. Assim, a
instituição escolar precisa promover oportunidades ricas para que as crianças
possam, sempre animadas pelo espírito lúdico e na interação com seus pares,
explorar e vivenciar um amplo repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e
mímicas com o corpo, para descobrir variados modos de ocupação e uso do espaço
com o corpo (tais como sentar com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar
apoiando-se em berços, mesas e cordas, saltar, escalar, equilibrar-se, correr, dar
cambalhotas, alongar-se, etc.).

Traços, sons, cores e formas - Conviver com diferentes manifestações artísticas,


culturais e científicas, locais e universais, no cotidiano da instituição escolar,
possibilita às crianças, por meio de experiências diversificadas, vivenciar diversas
formas de expressão e linguagens, como as artes visuais (pintura, modelagem,
colagem, fotografia, etc.), a música, o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras.
Com base nessas experiências, elas se expressam por várias linguagens, criando
suas próprias produções artísticas ou culturais, exercitando a autoria (coletiva e
individual) com sons, traços, gestos, danças, mímicas, encenações, canções,
11
desenhos, modelagens, manipulação de di- versos materiais e de recursos
tecnológicos. Essas experiências contribuem para que, desde muito pequenas, as
crianças desenvolvam senso estético e crítico, o conhecimento de si mesmas, dos
outros e da realidade que as cerca.

Escuta, fala, pensamento e imaginação - Desde o nascimento, as crianças


participam de situações comunicativas cotidianas com as pessoas com as quais
interagem. As primeiras formas de interação do bebê são os movimentos do seu
corpo, o olhar, a postura corporal, o sorriso, o choro e outros recursos vocais, que
ganham sentido com a interpretação do outro. Progressivamente, as crianças vão
ampliando e enriquecendo seu vocabulário e demais recursos de expressão e de
com- preensão, apropriando-se da língua materna – que se torna, pouco a pouco,
seu veículo privilegiado de interação. Na Educação Infantil, é importante promover
experiências nas quais as crianças possam falar e ouvir, potencializando sua
participação na cultura oral, pois é na escuta de histórias, na participação em
conversas, nas descrições, nas narrativas elaboradas individualmente ou em grupo
e nas implicações com as múltiplas linguagens que a criança se constitui ativamente
como sujeito singular e pertencente a um grupo social. Desde cedo, a criança
manifesta curiosidade com relação à cultura escrita: ao ouvir e acompanhar a leitura
de textos, ao observar os muitos textos que circulam no contexto familiar,
comunitário e escolar, ela vai construindo sua concepção de língua escrita,
reconhecendo diferentes usos sociais da escrita, dos gêneros, suportes e
portadores.

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações - As crianças vivem


inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões, em um mundo constituído
de fenômenos naturais e socioculturais. Desde muito pequenas, elas procuram se
situar em diversos espaços (rua, bairro, cidade, etc.) e tempos (dia e noite; hoje,
ontem e amanhã, etc.). Demonstram também curiosidade sobre o mundo físico (seu
próprio corpo, os fenômenos atmosféricos, os animais, as plantas, as
transformações da natureza, os diferentes tipos de materiais e as possibilidades de
sua manipulação, etc.) e o mundo sociocultural (as relações de parentesco e sociais
entre as pessoas que conhece; como vivem e em que trabalham essas pessoas;
quais suas tradições e seus costumes; a diversidade entre elas, etc.).

12
Além disso, nessas experiências e em muitas outras, as crianças também se
deparam, frequentemente, com conhecimentos matemáticos (contagem, ordenação,
relações entre quantidades, dimensões, medidas, comparação de pesos e de
comprimentos, avaliação de distâncias, reconhecimento de formas geométricas,
conhecimento e reconhecimento de numerais cardinais e ordinais etc.) que
igualmente aguçam a curiosidade.
No âmbito da qualidade da educação na Escola Cuiabana, destaca-se a importância
em ofertar brinquedos e brincadeiras do repertório cultural, valorizando as
características étnico-raciais, ambientais e socioculturais, de modo a respeitar as
capacidades e potencialidades das crianças de explorar e representar o mundo,
construir sentidos pessoais e coletivos, apropriando-se de inúmeras formas de agir,
sentir e pensar as culturas (ESCOLA CUIABANA, 2020, p.116).

Em consonância com a Proposta Político Pedagógica da SME, a prática pedagógica


a ser implementada também deve considerar como eixos: as Narrativas, Ludicidade
e Arranjos Espaciais. (POLÍTICA EDUCACIONAL DE CUIABÁ, 2009, p. 77).

Vejamos:

Narrativas: envolvem memória, dimensão temporal, capacidade de compreender e


explicar acontecimentos e capacidade para organizá-los em uma cadeia lógica. Elas
podem ser vistas como veículo e material de construção sociocognitivo da realidade
e de significados, veículo que provoca campos de experiências intersubjetivas que
promovem compreensão das formas simbólicas, ao mesmo tempo em que é um
instrumento de organização da experiência social e de transformação desta em
discurso. (Política Educacional de Cuiabá,2009, p.45). O trabalho com as narrativas
envolve a escuta sensível e atenta aos relatos das crianças, através da organização
das vivências, roda de conversa, faz de conta, contação de histórias, reconto oral,
criação/recriação de histórias e narrativas espontâneas, enfim, possibilidades que
valorizam e potencializam o desenvolvimento e aprendizagem, estreitando vínculos
entre adultos e crianças.

Ludicidade: compreendida a partir do termo lúdico que se revela por meio das
brincadeiras. Estas são o lúdico em ação, formas pelas quais a criança inicia sua
aprendizagem sobre o mundo e sobre si mesma em um processo que caminha de
um estado de indiferenciação para a diferenciação, e tem como instrumento

13
primordial a internalização dos signos, que se dá mediante a aquisição da fala. Esse
processo possibilita à criança atingir o autocontrole e a simbolização.
Dessa forma, tem-se que toda a brincadeira, em especial, a brincadeira simbólica ou
de faz de conta, pode ser caracterizada como um sistema complexo de fala e, por
isso, deve ser compreendida como elemento orientador da prática pedagógica na
Educação Infantil. (POLÍTICA EDUCACIONAL DE CUIABÁ, 2009, p. 45-46).

Arranjos Espaciais: Auxiliam a concretização da proposta pedagógica, uma vez


que são compreendidos como recursos socioculturais capazes de estimular o
desenvolvimento proximal, potencializando as situações de interação social. A sala
de atividades deve ser organizada por meio de arranjos semiabertos que formam os
denominados cantinhos temáticos, cuja montagem deve ser motivada
preferencialmente pelo interesse das crianças, identificados em suas narrativas
espontâneas. (POLÍTICA EDUCACIONAL DE CUIABÁ, 2009, p. 64 - 67). O espaço
é um componente curricular que deve ser pensado e organizado de maneira segura,
a partir de um planejamento com propostas ricas de intencionalidades e mediação
por parte do educador que favoreçam: o interesse, a ludicidade, a autonomia e o
desenvolvimento das crianças, onde elas possam apropriar-se do conhecimento e
aprendizagem de uma maneira criativa.

MATRIZ CURRICULAR DE REFERÊNCIA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular, a Matriz Curricular de


Referência para a Educação Infantil na Rede Municipal de Cuiabá e a Política
Educacional Escola Cuiabana também tem como objetivo orientar a prática
pedagógica de acordo com os Eixos Norteadores: Interações e Brincadeiras, Direitos
de Aprendizagem, Campos de Experiências, Objetivos de Aprendizagem e
Desenvolvimento, Conhecimentos e Saberes, Possibilidades Didáticas.

Desse modo, o planejamento deve considerar os 06 (seis) Direitos de Aprendizagem


e desenvolvimento:

1. Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos,


utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o
respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.
14
2. Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos,
com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu
acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua
criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas,
cognitivas, sociais e relacionais.
3. Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento
da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da
realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das
brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes
linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.
4. Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras,
emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da
natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em
suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.
5. Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades,
emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões,
questionamentos, por meio de diferentes linguagens.
6. Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo
uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas
experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na
instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.

Os Campos de Experiência e os objetivos têm caráter de complementar,


auxiliando o professor a planejar atividades com maior clareza do que deve ser
desenvolvido em cada fase. Dentro dos Campos há objetivos de aprendizagem
composto por três grupos etários:

● Bebês: 0 a 1 ano e 6meses;

● Crianças Bem Pequenas: 1 ano e 7 meses a 3 anos e11meses;

● Crianças Pequenas: 4 anos a 5 anos e 11meses.

Os Cinco Campos de Experiência indicam quais são as experiências fundamentais


para que a criança aprenda e se desenvolva; enfatizam noções, habilidades,
atitudes, valores e afetos que as crianças devem desenvolver dos 0 aos 5 anos e
buscam garantir os direitos de aprendizagem das crianças.

15
O PROCESSO DE INSERÇÃO

O processo de inserção consiste em uma mudança que gera certo desequilíbrio na


criança, em seus familiares e mesmo nos educadores. Deve-se considerar que uma
boa inserção pode, com certos cuidados, incentivar a progressiva conquista de
autonomia da criança para além do contexto familiar. Os bebês, crianças bem
pequenas e crianças pequenas precisam ser recebidos considerando as suas
necessidades e a de seus familiares, quanto à ansiedade de mudança de sala ou
mesmo de mudança de nível escolar, como é o caso das crianças que serão
encaminhadas para as escolas no ano seguinte. É necessário que as Unidades
Educacionais contatem com a família nos casos de inserção ou reinserção, o
educador precisa ser ouvido e orientado neste processo durante o decorrer do ano,
assim como as crianças necessitam desse acolhimento, olhar cuidadoso e afetuoso.
(ESCOLA CUIABANA, 2020, p.126).

Ressaltamos que diante do contexto das atividades remotas com os bebês, crianças
bem pequenas e crianças pequenas é necessário um olhar atento em relação a
inserção a essa criança, já que o ano letivo iniciará on line sendo que a mesma
ainda não teve nenhum contato anterior com seu professor/educador, colegas e com
o espaço da unidade. Devemos pensar em estratégias para que essa criança se
sinta acolhida nos grupos de WhatsApp das turmas.

A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E ESPAÇO

Pensar a unidade de educação infantil como uma instância de formação


cultural, considerando as crianças como sujeitos de cultura e história, e, portanto,
sujeitos sociais é um desafio (KRAMER, 2003).
Nessa perspectiva, a Educação Infantil se constitui em um espaço importante
para o desenvolvimento das crianças. Para tanto se faz necessário compreender o
tempo de cada criança e proporcionar a elas situações diferenciadas de
aprendizagens em tempos e espaços diferentes.

16
Para tanto, existe a necessidade de uma infraestrutura e de formas de
funcionamento da instituição que garantam ao espaço físico constituir-se como um
ambiente que permita um bem-estar promovido pela estética, pela boa conservação
dos materiais, pela higiene, pela segurança e, principalmente, pela possibilidade de
as crianças brincarem e interagirem − eixos fundamentais que perpassam toda a
estrutura das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil.
Neste aspecto, é importante ressaltar que os espaços destinados às crianças
de diferentes faixas etárias devem ser pensados como espaço de experiências
educativas que possam ser vividas pelas crianças.

ESPECIFICIDADES DA 1ª INFÂNCIA

a) Crianças de 4 meses à 1 ano e 11 meses de idade (Berçário e Maternal)

Os espaços de berçário giram em torno de quatro princípios importantes e devem


proporcionar:

● Um ambiente organizado e ao mesmo tempo flexível;

● Conforto, segurança e ao mesmo tempo desafios;

● A interação com as diferentes linguagens;

● O bem-estar das crianças.

É importante considerar que nessa etapa do desenvolvimento os cuidados


individualizados de higiene e de alimentação ainda são de responsabilidade dos
adultos, porém isso não significa priorizar tais ações em detrimento das ações de
brincar e de explorar o espaço.
A área destinada à brincadeira deverá oportunizar às crianças o estar no
chão, o arrastar-se, o engatinhar, o estar com os outros e o interagir com diferentes
materiais. Esse espaço deverá constituir-se em um laboratório onde acontecem as
experiências sensoriais, sociais e motoras.

b) Crianças de 02 a 03 anos e 11 meses de idade (Jardim)

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O profissional que atua com essa faixa etária precisa compreender, conhecer
e reconhecer a criança como um ser no mundo, com natureza singular, que possui
características como ser que sente e pensa o mundo de um jeito próprio.Ter um
olhar sensível, a fim de compreender a criança em suas múltiplas linguagens, a
ponto de entender o que na maioria das vezes os gestos, os movimentos, os choros,
os silêncios, os olhares, às brincadeiras, às conversas entre as crianças, significam
para poder compreender as necessidades e as possibilidades de aprendizagens,
enquanto a linguagem verbal ainda não está desenvolvida.

ESPECIFICIDADES DA 2ª INFÂNCIA

c) Crianças de 04 a 05 anos e 11 meses de idade (Pré-escola)

O desenvolvimento do signo na criança é fundamental para o


desenvolvimento da escrita, dentre outros conhecimentos. Quando a criança no ato
de brincar compreende que um objeto pode ser substituído por outro, no processo
de representação, isso a auxilia a posteriormente substituir esse objeto pelo
desenho e pela escrita, assim como a auxilia a representar quantidades por
numerais. O brinquedo desempenha um papel essencial pelo fato de a criança
perceber, por meio dele, que determinados objetos podem denotar outros, tornando-
se, assim, seus signos.

AS DIFERENTES LINGUAGENS DA INFÂNCIA


De acordo com a Política da Escola Cuiabana (2020), no que se pauta ao
Letramento na Educação Infantil, refere-se às práticas sociais nas quais as crianças
participam, se apropriam e são mediadas pelas diferentes formas de linguagens
como as artísticas, corporais, linguísticas, matemáticas, científicas, sociais e
culturais.

• Letramento - Na Educação Infantil o termo refere-se às práticas sociais das


quais as crianças participam, se apropriam e são mediadas pelas diferentes formas
de linguagens como as artísti- cas, corporais, linguísticas, matemáticas, científicas,
sociais e culturais (EDWARDS; GANDINI; FORMAN, 2016).

• Linguística - O trabalho com a leitura e a escrita na Educação Infantil não tem


como foco a alfabetização. Para tanto, deve contribuir para que as crianças
18
valorizem a cultura oral e escrita presente no espaço educacional, favorecendo as
dimensões éticas e estéticas da linguagem como prática social (FONSECA, 2012;
GOULART, 2006; LERNER, 2002; COELHO, 2000; RE- SENDE, 2010;
ABRAMOVICH, 1997).

• Matemática - É um conhecimento construído através da história em uma


relação entre o ho- mem e a natureza, a natureza e as relações sociais e que foram
sistematizadas ao longo do tempo como uma construção coletiva e não linear
(ARAUJO, 2019; PALMA, 2016; LANNER DE MOURA, 1995; IFRAH, 1994; SILVA,
2016; NUNES; BRYANT, 1997; MIGUEIS; AZEVEDO, 2007; DUHALDE; CUBERES,
1998) Assim, o conhecimento matemático é uma construção so- cial que amplia
perspectivas para a criança na Educação Infantil em que venha elaborar ideias
sobre as noções matemáticas, constatando e se relacionando com o outro, para que
ela se constitua como um sujeito no meio social em que vive.

• Científico - Produto da ação humana, em função da sua capacidade de


pensar, viver o dia a dia produzindo saberes, conhecimentos, vivenciando e
dialogando com a ciência e a tecnologia, in- teragindo e experienciando com o meio
ambiente em que vivemos. As práticas pedagógicas na Educação Infantil deverão
desenvolver entendimentos e compreensão da realidade, buscando meios para as
transformações no intuito de tornar o mundo melhor (CHASSOT, 2000; ALVES
DUARTE, 2015; SANTOS, 2006).

● Arte - A Arte consiste em uma área do conhecimento que compreende o


patrimônio histórico e cultural da humanidade. Na Educação Básica é componente
curricular centrado em algumas linguagens: as Artes Visuais, a Dança, a Música e o
Teatro. Essas linguagens articulam saberes referentes a produtos e fenômenos
artísticos e envolvem as práticas de criar, ler, produzir, construir, exteriorizar e refletir
sobre formas artísticas. A sensibilidade, a intuição, o pensa- mento, as emoções e
as subjetividades se manifestam como formas de expressão no processo da
aprendizagem em Arte. (DRC/MT, 2018, p. 78).

Desse modo, os conhecimentos das diferentes linguagens são apenas alguns


dos quais as crianças precisam e devem ter acesso na Educação Infantil.

19
É importante destacar que atividades como: preencher fichas de tarefas simples,
ligar pontos, colorir desenhos prontos, exercícios repetitivos de coordenação motora,
preparatórios de alfabetização, fotocópias descontextualizadas, entre outros, não
constituem uma experiência significativa para a criança.
Nessa concepção, o planejamento curricular, na organização das situações
mediadoras de aprendizagens significativas, deve tomar a criança como centro de
suas decisões e considerar seus afetos, suas linguagens, seus modos de conhecer
e seus desejos, e garantir seus direitos. Ao elaborar o Projeto Pedagógico, as
Instituições de Educação Infantil devem ABOLIR "os procedimentos que não
reconhecem a atividade criadora e o protagonismo da criança pequena, que
promovam atividades mecânicas e não significativas para as crianças" (Parecer
2009, CNE/ CEB nº 20/09).

ASPECTOS METODOLÓGICOS

É preciso apoiá-las em suas práticas, na organização de pequenos grupos,


na interação com os diferentes grupos por faixa etária e no manuseio de diferentes
materiais, dentre outras coisas. Daí a importância do planejamento, e este deve
garantir experiências de interações e brincadeiras.
O planejamento pedagógico na Educação Infantil precisa ser discutido e
articulado aos sujeitos que estão inseridos nestes ambientes coletivos de educação,
assim é imprescindível trazer para a sala de aula, através dos planejamentos, as
manifestações que as crianças expressam no seu dia-a-dia, a partir de seus
balbucios, choros, falas, gestos, desejos, hipóteses e conhecimentos prévios, estes
são de suma relevância para um trabalho que respeite as culturas infantis.
Assim como nas interações online no qual os Professores/TDIs têm que manter um
diálogo com a família considerando suas devolutivas das atividades propostas, as
expressões e manifestações das crianças nos grupos de whatsApp.

INSTRUMENTOS PARA REGISTRO DO PLANEJAMENTO EDUCACIONAL

Nas especificidades de cada Unidade Educacional no período da Semana


Pedagógica, em coletivo com seus pares, deverão avaliar as ações administrativas,
financeiras e pedagógicas, realizadas no ano letivo de 2020 elencando os limites,
20
dificuldades e avanços para com base nestes parâmetros elaborarem seu Projeto
Político Pedagógico da Unidade (PPP), pautados nas primícias das Diretrizes
Curriculares Nacionais (2009), BNCC (2018), DRC/MT (2018), Proposta Pedagógica
Municipal para Educação Infantil (2009) e a Escola Cuiabana (2020), para assim
planejarem suas ações a serem efetivadas no ano letivo de 2021.
Assim, a Equipe da Educação Infantil de 2021, em estudos, discussões,
reflexões e seminários sobre os planejamentos, culminou que estas ações
planejadas para a infância, devem ser registradas nos instrumentos exemplificados
abaixo :

EDUCAÇÃO INFANTIL

PLANO ANUAL ( CRECHE E PRÉ-ESCOLA)


Identificação

Introdução

Justificativa

Objetivo Geral

Definição da organização dos Campos de Experiências

Direitos de Aprendizagem e desenvolvimento

Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento

Objetivo Curricular

Conhecimentos e saberes

Metodologia (Modalidades Organizativas: Sequência Didática, Projeto


Didático, Atividade Permanente)
Avaliação

Quadro de Rotina Semanal

Metas referente a frequência das crianças e participação da família.

21
EDUCAÇÃO INFANTIL

PLANO SEMESTRAL/ ZERO A 3 ANOS E 11 MESES


Objetivo Curricular

Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento

Conhecimentos e Saberes

Nome da Ação Pedagógica (Seqüência Didática, Projeto Didático,


Atividade Permanente)
Procedimentos Didáticos

Recurso/Local

Indicações Avaliativas

EDUCAÇÃO INFANTIL

PLANO BIMESTRAL/PRÉ-ESCOLA 4 E 5 ANOS

Objetivo Curricular

Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento

Conhecimentos e Saberes

Nome da Ação Pedagógica (Sequência Didática, Projeto Didático,


Atividade Permanente)
Procedimentos Didáticos

Recurso/Local

Indicações Avaliativas

MODALIDADES ORGANIZATIVAS
Cada Unidade Educacional, durante a Semana Pedagógica com o coletivo
dos profissionais, deverá definir quais modalidades organizativas utilizarão para
efetivar a prática pedagógica podendo ser constituídas dos seguintes elementos:
22
● Atividades Permanentes: São ações pedagógicas realizadas com alta
frequência, através de procedimentos, num intervalo de tempo, orientados pelos
objetivos de aprendizagem com intencionalidade.

● Projetos Didáticos: Conjuntos de atividades que giram em torno de uma


situação de resolução de problema ou de um produto final que se deseja obter, a
partir de temas que podem ser gerados ou pelo interesse espontâneo dos grupos de
crianças, mediante suas narrativas e necessidades e/ou pela iniciativa dos
educadores, segundo uma intencionalidade pedagógica bem definida através de
observações.

● Sequência Didática: Conjunto de atividades ligadas entre si, planejadas e


orientados por objetivos conceituais (relativos à construção de conhecimentos de
conceitos, fatos e princípios- representações, símbolos imagens, ideias) etapa por
etapa.

Neste sentido, compreendemos que é um equívoco tentar realizar o trabalho


tal e qual seria realizado de forma presencial. Os projetos, as sequências didáticas,
os trabalhos com livros na exata sequência em que foram elaborados (para as
escolas que o utilizam), os mesmos temas de todos os anos, não podem ser
trabalhados como se as famílias fossem substituir o trabalho docente e como se não
houvesse algo diferente que está afetando a vida das crianças.
Um currículo baseado nos campos de experiências precisa considerar quais
experiências estão acontecendo em casa, quais interesses, necessidades,
curiosidades, motivos novos emergiram. Por isso há a necessidade de escuta,
contextualização e reorganização. Nosso papel é oportunizar/ampliar as
experiências e criar condições, junto às famílias, para que elas aconteçam.
Pensar, por exemplo, as múltiplas relações da criança com a casa e a família,
com a produção artística e cultural, as práticas de letramento, os problemas sociais

23
e comunitários, os noticiários e as mídias sociais, entre tantas outras questões
acerca da proteção e seguridade que não podemos ignorar. O que importa aos
bebês e as crianças vivenciarem, descobrirem, experimentarem, construírem, nesse
momento?
Lembrar que não é a lógica de ter uma lista de conteúdo a cumprir e enviar
para casa. Trabalhar com campos de experiências é pressupor que os conteúdos
são vivenciados e ampliados por meio delas e não de forma transmissiva. As
experiências envolvem fazer, pensar, sentir.
É preciso considerar, na proposta, a diferença substancial entre as práticas
educativas com bebês e com as crianças maiores de 18 meses. A criação e
fortalecimento de vínculos/pertencimentos e a criação de espaços de produção
simbólica são dois aspectos que unem as propostas, independentemente da idade,
variando-se os suportes e linguagens. Como o uso de telas não é recomendado
para os bebês, podemos fazer uso de áudios para leitura, contação de histórias,
cantigas e músicas, mas, sobretudo, podemos criar sugestões para as famílias e
propostas de exploração sensoriais diversificadas.

ITENS DO PLANEJAMENTO

No momento de planejar, devemos considerar que todo planejamento, independente


da modalidade organizativa, deve contemplar os Campos de Experiências, os
Direitos de Aprendizagem e os Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento.

Vejamos abaixo os elementos principais que constituem o planejamento da Escola


Cuiabana:

PLANO SEMANAL/QUINZENAL

CRECHE/CEEI/CEIC/CMEI:

EIXOS NORTEADORES: Interações e Brincadeiras

24
DIREITOS DE APRENDIZAGEM: Conhecer-se, Conviver, Participar, Brincar,
Expressar-se e Explorar

CAMPOS DE EXPERIÊNCIA: O Eu, o Outro e o Nós; Corpo Gestos e


Movimentos; Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação; Traços, Sons, Cores e
Formas; Espaço, Tempo, Quantidades, Relações e Transformações.

COLETIVO DE ELABORAÇÃO (TDIs):

TURMA: DATA:

a) CONHECIMENTOS E SABERES:

b) OBJETIVOS DO CURRÍCULO:

c) OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO:

d) RECURSOS DIDÁTICOS:

PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS:

AVALIAÇÃO:

PLANO SEMANAL/QUINZENAL

EMEBs/ EMEBCs/CMEIS:

EIXOS NORTEADORES: Interações e Brincadeiras

25
DIREITOS DE APRENDIZAGEM: Conhecer-se, Conviver, Participar, Brincar,
Expressar-se e Explorar

CAMPOS DE EXPERIÊNCIA: O Eu, o Outro e o Nós; Corpo Gestos e


Movimentos; Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação; Traços, Sons, Cores e
Formas; Espaço, Tempo, Quantidades, Relações e Transformações.

NOME DO PROPESSOR(A) (REFERÊNCIA, ARTES E EDUCAÇÃO FÍSICA):

TURMA: DATA:

a) CONHECIMENTOS E SABERES:

b) OBJETIVOS DO CURRÍCULO:

c) OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO:

d) RECURSOS DIDÁTICOS:

PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS:

AVALIAÇÃO:

PERFIL PROFISSIONAL

O profissional para atuar na Educação Infantil deve ter conhecimento sobre o


desenvolvimento infantil e o processo de construção do conhecimento nessa faixa
etária. Esse profissional deve:

● Ser pesquisador, observador e mediador das aprendizagens e


desenvolvimento das crianças.
● Acompanhar o percurso das aprendizagens/ desenvolvimento das crianças
registrando os avanços e desafios de cada uma,
● Proporcionar atividades que apresentem desafios adequados a sua idade,
aos seus interesses e possibilidades registros diários sobre os aspectos individuais
observados, de forma a reunir dados significativos que embasem o seu
planejamento e a reorganização do ambiente educativo.

26
● Manter uma atitude curiosa e investigativa sobre as reações e manifestações
das crianças no dia a dia da instituição.
● Um profissional que valorize a diversidade de interesses e possibilidades de
exploração do mundo pelas crianças, respeitando sua identidade sociocultural,
proporcionar-lhes um ambiente interativo, acolhedor e alegre, rico em materiais e
situações a serem experienciadas.
De acordo com a Escola Cuiabana, Canário (2013) destaca quatro dimensões
essenciais para o professor da Educação Infantil. A saber:

• Professor analista simbólico - é aquele que conhece as particularidades do


aprendizado e desenvolvimento das crianças e regem conteúdos que devem ser
sistematizados com estas, e apreende a prática social em que estão inseridas e,
apoiado disso, decide a trabalhar com conhecimentos e saberes e metodologias
pertinentes a esta realidade.

• Professor profissional da relação - compreende que toda criança é única, ou


seja, tem uma história pessoal, que seu desenvolvimento ocorre numa influência
cultural, onde ele e a criança estão inseridos. Sendo assim, o professor precisa estar
atento e considerar as individualidades e características de cada criança nas
interações.

• Professor artesão - é aquele que cria, elabora práticas adequadas as


características dessa faixa etária.

• Professor construtor de sentidos - organiza sua práxis levando em consideração


aquilo que a criança manifesta, por meio de diferentes linguagens, sobre práticas e
situações que vivenciam.

Destacamos também que professores e TDIs da Educação Infantil precisam


compreender que a fragilidade e dependência infantil, singular desta fase de
desenvolvimento, requerem dele, dos demais profissionais e dos responsáveis pela
criança, ações de cuidado no educar e educar no cuidado. Cuidar também implica o
auxílio das necessidades infantis de segurança, proteção, bem-estar e saúde,
considerando seus afetos, emoções e sentimentos. Além disso, implica o
reconhecimento da importância das relações com os outros, bem como o

27
planejamento de um espaço que desperta a imaginação das crianças,
proporcionando descobertas e o instigar da curiosidade.
O trabalho do professor e do TDI requer intencionalidade, estudo e atenção
às orientações do Projeto Político Pedagógico da Unidade (PPP), pautados nas
primícias das Diretrizes Curriculares Nacionais (2010), BNCC (2018), DRC/MT
(2018), Proposta Pedagógica Municipal para Educação Infantil (2009) e a Escola
Cuiabana (2020) e das teorias da Educação. Enfatizamos que as práticas
pedagógicas devem acontecer na possibilidade de não fragmentar as experiências
vivenciadas pelas crianças, no seu entendimento de mundo de forma integral, no
conhecimento que estabelece na relação entre a razão e a emoção, expressão
corporal e verbal, experimentação prática e elaboração conceitual.

Ações pedagógicas na Educação Infantil

Fonte: DGGE/COC/EI/SME (2019)

Avaliação Educacional
Nas instituições educativas de Educação Infantil, por meio das diversas brincadeiras
e das interações, com as pessoas, com objetos e com o mundo, a criança terá a
oportunidade de compartilhar e vivenciar experiências, que a farão desenvolver
cognitiva, motora e afetivamente. Por tais razões, a avaliação na Educação Infantil
precisa partir da concepção do desenvolvimento infantil e de um olhar teórico-
reflexivo sobre as manifestações das crianças, respeitando o seu processo único de
desenvolvimento.

A avaliação educacional é um importante instrumento de reflexão sobre a prática


pedagógica, na busca de melhores caminhos para orientar as aprendizagens
infantis. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010, p. 29)

28
apontam que as instituições de Educação Infantil devem criar procedimentos para
acompanhar o trabalho pedagógico e a avaliação do desenvolvimento das crianças,
sem objetivos de seleção, promoção ou classificação, garantindo:

I – a observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das


crianças no cotidiano.

II – utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relatórios,


fotografias, dese- nhos, álbuns etc.).

III – a continuidade dos processos de aprendizagens por meio da criação de


estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pela criança
(transição casa/instituição de Educação Infantil, transições no interior da instituição,
transição creche/pré-escola e transição pré-escola/ Ensino Fundamental).

IV – documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho da


instituição junto às crianças e os processos de desenvolvimento e aprendizagem da
criança na Educação Infantil. A não retenção das crianças na Educação Infantil.

ELEMENTOS DA AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Fonte: DGGE/COC/EI/SME (2019)

a) Observaçãoo dia a dia com as crianças os professores precisam ter


capacidade de observá-las para decidir sobre a melhor maneira de intervir. Ou seja,
precisam acompanhar o cotidiano das crianças na instituição para identificar as
dificuldades e as potencialidades da turma. Essa observação, também, envolve a
organização do espaço, o favorecimento de materiais e a proposição de
brincadeiras, que possibilitem e promovam a interação das crianças com o

29
ambiente, com os objetos e com os seus pares.
Os professores precisam definir diariamente quais crianças observar, de forma que,
ao longo da semana, tenha observado todo o grupo de crianças. E, podem, dentre
outros aspectos, observar:
1) Quais foram os brinquedos preferidos. 2) Com quem e como brincou. 3) O que fez
de novo em cada semana. 4) Interagiu com a diversidade dos objetos e pessoas de
seu agrupamento e de outros. 5) Brincou de faz de conta (e demais brincadeiras),
com quem e o que fez. É pela observação diária dos interesses e do brincar de cada
criança que se pode acompanhar a qualidade do trabalho pedagógico.

b) Registros É preciso planejar como e quando colher os dados e sistematizar


os registros, quais sejam, fotografias, desenhos e outras produções das crianças,
verificar quais são os brinquedos e brincadeiras preferidos e suas razões para
elaborar relatórios significativos que descrevam o desenvolvimento cognitivo, motor
e emocional de cada criança. Os registros dos professores/TDIs e das crianças são
documentos pedagógicos importantes para garantir a reflexão sobre a prática e a
qualidade do ensino. Deverão resguardar a singularidade de cada criança e do
acompanhamento da sua história, construída a partir de suas vivências dentro e fora
da instituição.

c) Relatórios de avaliação Para Jussara Hoffman (1996), acompanhar o


processo de construção de conhecimento implica favorecer o desenvolvimento da
criança, orientá-la nas tarefas, oferecer-lhe novas leituras ou explicações, sugerir-lhe
investigações, proporcionar-lhe vivências enriquecedoras e favorecedoras à sua
ampliação do saber. Não significa acompanhar todas as suas ações e tarefas para
dizer que está ou não apto. Significa, sim, responsabilizar-se pelo seu
aprimoramento. De forma alguma é uma relação puramente afetiva ou emotiva,
significa uma reflexão teórica sobre as possibilidades ofertadas às crianças, para a
elaboração de esquemas de argumentação e o enfrentamento de novas
experiências.

Como pensar o planejamento.

30
1º-Tenha claro qual é a sua intencionalidade educativa. Ela vai te ajudar a definir os
direitos de aprendizagem bem como os objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento de cada campo de experiência que devem estar presentes na
proposta.

2º - Pense nas experiências que vão compor a atividade. A proposta pode promover
o desenvolvimento do corpo, do pensamento, da linguagem, da imaginação, dos
sentimentos, da investigação, do auto-cuidado, do respeito ao outro e ainda
despertar novos interesses nas crianças do grupo.

3º-Analise se as experiências estão alinhadas ao projeto pedagógico da sua unidade


escolar.

4º-Selecione os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que deverão ser


trabalhados na atividade e confira quais direitos de aprendizagem e
desenvolvimento estarão garantidos.

5º- Defina o que quer que as crianças aprendam, quais serão os materiais utilizados,
o espaço, a organização do grupo e o tempo que serão disponibilizados para a
realização da atividade

6º- Durante a execução da proposta, tenha um olhar observador para que possa,
posteriormente, avaliar a maneira como as crianças interagem com os materiais e
entre si, as estratégias que utilizam, as invenções e as criações que surgem a partir
do que foi oferecido etc.

7º -Após a execução da atividade, observe e reflita sobre o quanto e como cada


criança se aproximou dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento traçados na
elaboração da proposta. Nessa reflexão deverá entrar também em pauta a avaliação
do trabalho pedagógico para que, se for necessário, promover um
redimensionamento do planejamento para que esteja cada vez mais adequado e
ajustado às necessidades e interesses das crianças.

Para maiores detalhes, consultem o anexo no final do documento.

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

31
AS AÇÕES DE INTERAÇÕES E BRINCADEIRAS DURANTE O PERÍODO DE
SUSPENSÃO DAS ATIVIDADES PRESENCIAIS NAS UNIDADES
EDUCACIONAIS:0 A 3 ANOS

Mais uma vez somos obrigados a nos reinventar por conta da COVID 19, essa
doença triste que assola nosso país e o mundo todo. Somos obrigados a começar
2021 da forma que terminamos 2020, mas com a grande esperança de que dias
melhores virão e que brevemente poderemos pisar o chão das nossas unidades
educacionais, acolhendo a todos, crianças e adultos.
Sabemos que estamos passando por um momento difícil em relação ao enorme
desafio causado pela pandemia. Também estamos acompanhando o desafio que
está sendo para professores e educadores organizarem seus planejamentos de
forma on line, temos certeza, mais cedo ou mais tarde retornaremos e teremos
nossas unidades alegres e cheias de vida novamente, porém esta volta estará
condicionada a algumas mudanças como o protocolo de biossegurança.

Temos desafios a superar, pois professores, educadores e crianças estão abalados


emocionalmente, por não terem liberdade de rotina, de vivências de experiências, de
interações e brincadeiras e precisamos mais uma vez nos preparar para um retorno
não presencial, onde não nos (re)conhecemos.
O ensino a distância tem sido uma estratégia utilizada para continuar garantindo o
direito de bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas à educação até que
possamos estar juntos de forma presencial. Sabemos que com as crianças essa
proposta não é o ideal, porém, para o momento, é o que se faz possível.
Sendo assim, retomamos com o orientativo das ações pedagógicas que podemos
propor às famílias/crianças a fim de estabelecermos vínculos afetivos
imprescindíveis ao retorno.

PENSAR NO ACOLHIMENTO
O dicionário nos traz como definição de acolher como oferecer refúgio, proteção,
conforto. É nisto que pensamos neste momento de retorno acolher com respeito os
bebês e as crianças, suas famílias e todos os profissionais da unidade.
Pensar que o atendimento não presencial nunca será igual ao presencial, temos que
entrar no contexto familiar sem ser invasivo, insistente. Temos que pensar em algo
32
generoso, cuidadoso, ouvindo as famílias, buscando informações sobre suas rotinas,
suas realidades de tempo, horários de trabalho, com quem a criança fica. Acolher é
ouvir, escutar, se colocar no lugar do outro, buscando parceria para este momento
único e assim ter possibilidade de intervir e propor momentos em que possamos
contribuir para o aprendizado e desenvolvimento dessas crianças. Um acolhimento
que atenda ao desenvolvimento humano e à vida social em um momento
excepcional de novos desafios para as gerações atuais. Impõe-se dar mais atenção
aos sistemas expressivos, função simbólica, emoção e empatia, favorecer
comportamentos criativos e estimular cooperação integrados as experiências
vivenciadas.

SUGESTÃO DE ACOLHIMENTO ONLINE


Agendar horários presencial de forma individual ou de remotamente (meet, zoom,
skipe etc) para atender as famílias (um adulto responsável pela criança, a criança e
os professores/educadores), onde estabeleçam diálogo de apresentação:
● a escola apresentar sua proposta para 2021;
● os professores/educadores se apresentarem dizendo quem são e qual a sua
intenção para com essa família/criança;
● Ouvir a família em relação a rotina, seus anseios e ouvir as crianças;
● solicitar o número de telefone que a família utilizará para comunicação com a
Unidade escolar via WhatsApp.

SUGESTÃO PARA AS SEMANAS SEGUINTES


Acolher em grupos pelo WhatsApp, onde os educadores podem propor momentos
de musicalização, leitura e contação de história, entre outras práticas possíveis.
Acolher o grupo de crianças via WhatsApp, para um baile a fantasia, piquenique,
musicalidade, histórias e outros.
Para as interações com os bebês e crianças bem pequenas (de 0 a 3 anos),
destacamos algumas recomendações2:

2Alguns trechos desse orientativo foram extraídos no documento Trilhas de Aprendizagens: Brincadeiras e
Interações para crianças de 0 a 3 anos, disponível em https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/trilhas-de-
aprendizagens/
33
ORIENTAÇÕES ÀS FAMÍLIAS

● Conversem com suas crianças: elas aprendem a falar nas interações


com os membros da família. Por isso, ao andar pela casa, que tal apontar os
objetos, dizendo os nomes, conversando sobre o que são, para que servem? Essas
conversas e interações podem ser reproduzir no dia a dia e fortalecem o
desenvolvimento dos bebês e das crianças bem pequenas.

● O banho é um momento privilegiado de interação: Aproveite para


cantar, contar histórias, olhar para o bebê ou criança. Na hora da troca da fralda, por
exemplo, descreva suas ações: “Vamos trocar sua fralda, você vai ficar limpinho e
mais confortável”.

● Momento da alimentação: o bebê e a criança bem pequena se nutrem e


também aprendem:

o Que tal deixar que a criança tente se alimentar sozinha? Demora


um pouco mais e faz uma bagunça boa! Mas possibilita muito aprendizado!
o É importante nomear os alimentos e ir apontando-os ao colocar no
prato? Fale sobre o sabor, a cor, as sensações: quente, frio, amargo, doce.
o Ao preparar os alimentos, que tal pedir o reforço das crianças?
Elas podem selecionar os alimentos, ajudar a lavá-los, levá-los de um lugar para o
outro, misturar, fazer as receitas e servir.

● Contação de Histórias: as histórias, contadas ou lidas, fazem parte de


todas as culturas. Crianças pequenas precisam de muitas histórias (bebês também
gostam). Nas escolas, creches, CMEIs e CEICs, todo dia tem história! Em casa,
nesse período de isolamento, as histórias podem ser um momento de conexão entre
adultos e crianças, pois os contos aquecem o coração das crianças e dos adultos.
Há um tipo de história que a escola tem menos possibilidade de contar e é
fundamental para as crianças se constituírem como pessoas: são as histórias da
família. Compartilhar histórias sobre de onde é nossa família, em quantos somos
(irmãos, irmãs), quem mora perto, quem está longe, o gosto do bolo de milho feito

34
pela tia, o trabalho da avó e do avô, as brincadeiras da infância proporcionam um
bom momento para se divertir com as crianças e alimentar a sua imaginação.

A IMPORTÂNCIA DO MANUSEIO DO LIVRO DESDE MUITO PEQUENO

Pegar o livro, cheirá-lo, amassá-lo, mordê-lo. A relação de bebês e crianças bem


pequenas como livro é como a que têm com os brinquedos: passa pelos sentidos. O
cotidiano segue determinadas rotinas e o ideal é que a leitura esteja incluída nelas,
seja a história reconfortante lida pela mãe e/ou responsável na hora de dormir ou no
período da manhã.
Assim, as crianças experimentam sensações prazerosas provocadas pelo escutar e
o sentir. O bebê é um músico em estado puro, então é interessante dar a ele algo
musical e é a voz humana uma das primeiras coisas que o bebê aprende a ler e
interpretar.

REFLEXÕES SOBRE INTERAÇÕES E BRINCADEIRAS

Para nós, educadores da infância, as melhores INTERAÇÕES acontecem nas


BRINCADEIRAS, pois vemos o brincar como uma linguagem infantil. Sim! Os bebês
e crianças bem pequenas BRINCAM para se comunicar e interagir com o mundo! É
por essa razão que as orientações desse documento estão relacionadas com as
oportunidades de brincar. E em casa, o que podem os responsáveis realizar para
ajudarem nas brincadeiras dos bebês e das crianças?
Os bebês estão, em seus primeiros anos de vida, muito interessados em conhecer
as pessoas ao seu redor e a se comunicar com elas. A fala e o movimento são
grandes desafios.
Nesse momento, eles realizam muitas explorações corporais para conhecer o
próprio corpo e o de seu cuidador, seja por meio dos toques, do carinho, do olhar e
das brincadeiras. Brincar de canções que tenham movimento do corpo como, por
exemplo, “serra, serra, serrador”, bater palmas, dançar, girar as mãos. São sempre
muito gostosos e divertidos para os bebês.
Os bebês e as crianças são curiosos, ativos e têm muito prazer em conhecer o
funcionamento dos objetos! Pensem em momentos nos quais os pequenos possam
explorar, observar, ouvir, cheirar, sentir, rasgar, movimentar, escutar. Isso

35
proporcionará descobertas e prazer. Os objetos que temos em casa, especialmente
na cozinha, viram brinquedos muito interessantes!
As crianças bem pequenas necessitam brincar em espaços abertos com elementos
da natureza como barro, areia, folhas, entre outros. Os brinquedos que miniaturizam
o mundo ganham valor entre os bebês e crianças.
Os bonecos, os bichos da fazenda, os carrinhos, as vasilhas, talheres, panelas
misturadas com algumas pedrinhas, grãos e sementes viram comidas. Panos,
almofadas e caixas ajudam as crianças a montarem cenários e a compreenderem
melhor o mundo em que vivem. Essas e muitas outras brincadeiras são de faz de
conta!
As brincadeiras são muito importantes e os adultos, às vezes, podem ajudar a iniciar
a brincadeira, mas, assim que a criança começa a brincar sozinha, é o momento de
sair da atividade, sem deixar de supervisionar o tempo todo.
Se ela está feliz, não é necessário animá-la, pois o desejo de brincar, de fazer as
brincadeiras do seu jeito, de escolher como fazer em seu pequeno mundo é um
lugar gostoso, de aprendizagem e de constituição da sua personalidade.

ALGUMAS ORIENTAÇÕES PARA AS UNIDADES QUE ATENDEM CRIANÇAS


DE 0 A 3 ANOS – 1ª INFÂNCIA

A Socialização de informações é importante que a equipe gestora mantenha


canais virtuais de comunicação com as famílias, seja para repassar as orientações
com as que foram mencionadas nesse documento; encaminhamento de orientações
sobre cuidados de higiene para a prevenção à COVID-19, entre outras
A Mala Viajante Online auxilia as famílias com pouco acesso a livros de Literatura
Infantil, socializando histórias digitalizadas, contribui no momento familiar de
contação de história. Gestores, façam um combinado com os pais, criem uma rotina
de envio (pode ser de ao menos duas vezes na semana), disponibilizando livros em
pdf. Isso fortalece os vínculos entre crianças e seus familiares e entre a família e a
unidade.
Os Vídeos curtos feitos pelos Técnicos em Desenvolvimento Infantil (TDI), tem
o objetivo de aproximar as crianças com os profissionais, educadores e unidade
educacional. Os TDIs devem gravar alguns vídeos (entre 2 a 3 minutos no máximo)
com canções que fazem parte do universo infantil, contando histórias, propondo
36
brincadeiras, jogos, danças, circuitos, dentre outros, para enviar nos grupos de
Whatsapp da turma. Os vídeos podem ser postados até 3 vezes por semana no
máximo e ter um dia específico de envio, previamente acordado com as famílias.
Na oportunidade, enfatizamos que essas são sugestões com o objetivo de inserir, na
rotina da criança, um momento que as aproxime do contexto de interações
vivenciadas nas unidades educacionais. As ações desenvolvidas pelos gestores e
TDIs devem ser registradas e organizadas cronologicamente, conforme o portfólio
orientado pela Secretaria Municipal de Educação.

AÇÕES DE INTERAÇÕES E BRINCADEIRAS DURANTE O PERÍODO DE


SUSPENSÃO DAS ATIVIDADES PRESENCIAIS NAS UNIDADES
EDUCACIONAIS: 4 E 5 ANOS - 2ª INFÂNCIA

SUGESTÃO DE ACOLHIMENTO ON LINE

Agendar horários presencial de forma individual ou de remotamente (meet, zoom,


skipe etc) para atender as famílias (um adulto responsável pela criança, a criança e
os professores/educadores), onde estabeleçam diálogo de apresentação:
● a escola apresentar sua proposta para 2021,
● os professores/educadores se apresentarem dizendo quem são e qual a sua
intenção para com essa família/criança,
● Ouvir a família em relação a rotina, seus anseios e ouvir as crianças,
● solicitar o número de telefone que a família utilizará para comunicação com a
Unidade escolar via whatsApp.

SUGESTÃO PARA AS SEMANAS SEGUINTES

Acolher em grupos pelo whatsApp, onde os educadores podem propor momentos de


musicalização, leitura e contação de história, entre outras práticas possíveis.
Receber o grupo de crianças via whatsApp, para um baile a fantasia, piquenique,
musicalidade, histórias e outros.

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ORIENTAÇÕES ÀS FAMÍLIAS, PROFESSORES E EQUIPE GESTORA

A equipe gestora deve informar aos pais/família sobre a proposta pedagógica da


Educação Infantil, a concepção de criança, infância, o brincar e suas aprendizagens,
dos procedimentos quanto às interações online, para que estejam preparados e
possibilitem o acesso das crianças aos materiais, uma vez que um dos recursos a
serem utilizados será por meio do aplicativo de WhatsApp. O momento é de parceria
com a família.
Aos familiares que não possuem o acesso a tal aplicativo, a unidade/escola deverá
fornecer as orientações impressas, com as sugestões viáveis que os pais/família
possam oportunizar aos seus filhos (lembrando dos eixos norteadores da
Educação Infantil são as Interações e Brincadeiras).

Com relação aos professores de Arte e Educação Física, participarão do grupo das
suas turmas juntamente com o de referência, para envio e acompanhamento das
interações, conforme estrutura de rede, desenhada no Programa @Portal da Escola
Cuiabana. O coordenador, diretor e secretário deverão estar nos grupos da unidade
para acompanhamento, monitoramento e desenvolverá, com cada professor(a) a
organização das atividades, da seguinte forma:
● Os grupos de WhatsApp serão por turma, a fim de que o professor possa
interagir com as crianças, dando devolutiva, conforme o cronograma, acerca das
conversas e ações realizadas.
● O professor desenvolverá suas atribuições conforme a orientação da Equipe
Gestora da unidade, orientada pela sede SME.
● Importante que diariamente, seja mantida a relação entre professores e
crianças postando vídeos, cumprimentando-as, contando histórias, cantando
canções, dentre outros.

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● Conversas sobre como foi o seu dia, o que você fez hoje, entre outras.
EXCETO atividades mecanizadas, ou seja, reprodução de exercícios mecânicos
fotocopiados, que não valorizam o ato criador da criança e não vem ao encontro da
Proposta Pedagógica da Educação Infantil, estabelecida na Escola Cuiabana (2020).

● Realizar as Interações Online neste período, diariamente, requer uma rotina


do envio e fica a critério da unidade, estabelecendo o melhor horário das postagens,
considerando a especificidade da turma e acordado com os pais/família.

● Os professores devem organizar e manter o portfólio atualizado com as ações


realizadas com as crianças, registros relatos, deste período.

● Os vídeos necessitam ter entre 2 a 3 minutos no máximo de duração (exceção


para vídeos que explicam a etapa de uma ação, como por exemplo: passo a passo
de uma receita, construção de um brinquedo, brincadeira etc.).
● Os coordenadores pedagógicos devem manter uma rotina de monitoramento
e registros, conforme o formulário em anexo a esse documento.

VÍDEOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS: POSSIBILIDADES DE VIVENCIAR


DIVERSAS EXPERIÊNCIAS

Logo abaixo, apresentamos algumas sugestões:


1. Brincar de recitar parlendas:

2. Coelhinho da Páscoa disse: Professora diz: ‘Coelhinho da Páscoa disse


para pular em um pé só!”e as crianças devem imitar até a professora dizer para
parar ou modificar o pedido. Pode dizer movimentos como: gire, caminhe de frente,
de costas, sentados, imitando um coelho, imitando um coelho, um coelho comendo
chocolate... se a mamãe disser só - Coelhinho da Páscoa disse (sem a palavra
PARA) correr!!! As crianças devem ficar estátua.

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3. Estátua: Ao som de uma música a criança deve dançar ou caminhar pelo
espaço, quando a mesma parar o comandante de brincadeira diz: estátua e os
participantes devem ficar sem se mexer até a música recomeçar.

4. Brincando de gigante e anão: Em pé, as crianças atenderão ao comando


do comandante da brincadeira:

Gigante: elas terão que ficar na ponta dos pés e com os braços estendidos
Anão: abaixar-se e abraçar os joelhos.
Ir alternando o comando

5. Vamos encher a garrafa? De um lado uma garrafa pet de 2 litros ou mais,


do outro um balde e uma concha funda. Ao sinal de comando enche a concha com a
água do balde e leva despejando na garrafa pet.
6. Avião voador: Confeccionar a dobradura de um avião de papel e sugerir
que lancem o avião ao ar.
7. Brincando de Faz de Conta: Disponibilizar lençóis ou outros tecidos,
roupas e sapatos de adulto, bijuterias, conchas, panelas, caixas de papelão e outros
para que a (s) criança (s) crie brincadeiras e enredos a partir delas.

8. O Brincar Heurístico: envolve oferecer a (s) criança (s), uma grande


quantidade de objetos para que elas brinquem livremente, sem a intervenção dos
adultos.
9. Fazendo arte – disponibilizar folhas de papel sulfite, sacos de pão, caixas,
papelão, pedaços de tecidos e outros que tenha disponível, canetinhas, lápis de cor,
canetas, giz de cera e convidar as crianças a fazer o que elas quiserem.
10. Músicas da cultura infantil: Fui no Itororó, Atirei o pau no gato, Não atire o
pau no gato, A linda Rosa juvenil, Terezinha de Jesus, Você vai gostar de mim, Meu
limão meu limoeiro, De abóbora faz melão, A canoa virou, Minhoca, O sapo não lava
o pé, Eu vi um sapo, Meu pintinho amarelinho, Meu galinho, O cravo brigou com a
rosa, Borboletinha, Borboletão, Baratinha, Escravos de jó, Fui ao mercado, Ai eu
entrei na roda, Boi da cara preta, Ciranda cirandinha, Alecrim, Cabeça, ombro e pé,
Cai, cai, balão, Pula fogueira, Cachorrinho está latindo, O patinho na beira da lagoa,
Eu tenho um patinho lá em casa, Capelinha de melão, Meu chapéu tem três pontas,
Sítio do seu lobato, Onde está a Margarida, Como pode um peixe vivo, Se esta rua

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fosse minha, Samba criola, Tango tarango tango, Bambu tira bum, Seu lobo, Sai
piaba, Roda pião, Pombinha branca, Pirulito que até bate, Pintor de Jundiaí, Passa
passa, gavião, Pai Francisco, A cobra não tem pé, etc.
11. Conto e reconto de histórias: Pedir que a educadora selecione uma
história de Literatura Infantil, contá-la utilizando elementos como: chapéu, fantasia
ou outro elemento para auxiliar na história e depois, oportunizar o reconto oral e
pictográfico da criança, sugerindo a utilização de fantasias e materiais não
estruturados para tal, como: caixas de papelão, palitos, vasilhas e panelas velhas,
tecidos, etc. Também registrar a história com desenho em papel com lápis de cor,
tinta, ou o que tiver disponível em casa.

12. Vamos dançar: Através de um vídeo, a educadora poderá ensinar às


crianças uma coreografia de uma música do contexto infantil, incentivando-as a
participarem do momento, movimentando seu corpo no ritmo da música. Depois,
sugerir que convidem a família.
13. Artista mirim: A intenção desta aula é proporcionar às crianças a terem
contato com as artes plásticas. Sendo assim, a professora poderá apresentar a elas
uma obra de arte, falar um pouco sobre a biografia do artista, lançar o
questionamento sobre o que eles sabem sobre ser um artista. Apresentar às
crianças uma obra de arte de algum artista brasileiro de escolha da educadora, se
atentando ao perfil de suas crianças para que observem as cores, os traços do
artista e depois, incentivá-las a realizarem a releitura da obra. Algumas sugestões de
artistas e suas obras: IVAN CRUZ (Brincadeiras de criança); TARSILA DO AMARAL
(A Família, Manacá, Floresta), DALVA MARIA DE BARROS (Igreja de São
Benedito-1977), ADIR SODRÉ (Jardim das delícias) VITOR HUGO ( Pintura
fauna e flora no viaduto), SEBASTIÃO SILVA entre outros. A educadora poderá
realizar um vídeo apresentando a obra, falando sobre o artista (biografia),
incentivando-as a realizarem sua própria obra de arte com o que tiver disponível em
casa (lápis de cor, giz de cera, papel, guache).
14. Dramatizações de situações do cotidiano e histórias: disponibilizar
objetos do cotidiano, tecidos, fantasias, brinquedos e materiais manipuláveis para
que as crianças possam dramatizar a partir de uma história, de situações
vivenciadas ou livremente, explorando o jogo de papéis.
15. Vídeos de Interação da família/criança/professora: solicitar que os pais

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gravem um vídeo da sua criança para que todos os colegas e veja, como ela está e
o que está fazendo na sua casa.

16. Realizar um show de talentos: apresentar para os familiares e coleguinhas.

17. Montar um acampamento: dentro de casa ou na área externa.


18. Mímica: Brinque de mímica dos animais e depois peça para a criança
lembrar os animais e fazer uma lista com o nome deles. (escrita espontânea e/ou
desenho).
19. Dias “especiais”: invente dias “especiais”, como o dia do piquenique, dia da
festa do pijama, dia da cabana, dia de escolinha, dia de mercado, dias temáticos e
outros de acordo com a criatividade da família.

20. Entrevistando as Famílias: A atividade pode ocorrer na sala, ou outro lugar


que tenha uma boa acústica. Evite espaços com muito barulho, pois as crianças
precisam escutar o entrevistado e vice-versa. O local deve ser aconchegante e
propiciar o conforto das crianças e dos entrevistados. Materiais a serem utilizados:
Roteiro para entrevista (faz de conta). Para organização do espaço: cadeiras
confortáveis, tapetes, almofadas. Para registro da atividade: blocos para anotações,
lápis, canetas, câmera fotográfica ou celular. (deixar fluir a imaginação).
21. Circuitos: Crianças gostam de se imaginar em trilhas, desafios e aventuras.
Circuitos permitem despertar a criatividade e a desenvolver relações espaciais,
interpretar informações e representações gráficas. É possível construir um caminho
com base em conhecimentos prévios como, por exemplo, a partir de um desenho,
trilha para caça ao tesouro ou percurso pautado em elementos de uma história
contada anteriormente.
22. Alimentação saudável: dialogar sobre o que são alimentos saudáveis
(escolher temas frutas ou legumes) e porque consumi-los. Permitir que as crianças
expressem sobre, dizendo o que sabem sobre o tema. Cantar músicas, trabalhar
com contagem, identificação e diferenciação de texturas e cores através dos
alimentos; realizar brincadeiras, leitura de histórias, degustação, recortes e
colagens. Montar com a criança um cartaz. (permitir que as crianças produzam da
sua maneira).

23. Fotografias (atividades com foco no modo de sentir e agir): para realizar
esta atividade é necessário que os pais tenham selecionado com a criança algumas
fotografias de momentos que elas consideram importantes para poder se expressar.
42
Estabeleçam diálogos sobre elementos da foto, com questionamentos sobre o que
sentiram, o que a foto fez pensar, permitir que as crianças falem e expressem seus
sentimentos, suas curiosidades e, elaborem suas hipóteses sobre a foto. Registrar o
diálogo.
24. Experiências de gesto e movimento: colocar em um recipiente
(bacia/balde/panela etc.) água com várias tampinhas e dar a criança duas varetas
para que consiga retirar as tampinhas da água.

25. Experimentar e explorar diferentes objetos e materiais para a criança


expressar sua criatividade e fantasia na construção do seu conhecimento, como
colocar macarrão nas varetinhas, no barbante, contar palitos, identificar a tampa
certa de cada objeto.

Brincando com a imaginação: perguntar para a criança: Se você fosse um animal,


qual seria? Use a imaginação para criar esse animal;
Que tal uma máscara bem bonita desse animal? Desenho da família: Qual animal
cada membro seria?

26. Vamos brincar de desenhar?

27. Leitura Deleite: é imprescindível na Educação Infantil, selecione uma


história, leia antes de apresentar para a criança, leve em consideração o tempo de
atenção da criança, fazendo deste um momento prazeroso para os pequenos.
28. Caixinha de Tesouros: Fazer uma caixa de tesouros com diferentes
objetos: utensílios, tampinhas de caixinha de leite, colherinhas, pedrinhas, folhas de
diferentes tamanhos, pedaço de esponja de aço, algodão e tudo o que possa ter em
casa para colocar na caixa. Depois separar os objetos por tamanho (maior/menor),
43
cor(escuro/claro), textura (áspero, macio), agrupar os objetos (os grandes e os
pequenos/ os compridos e os curtos/ os largos e os estreitos), juntar os dos mesmos
tamanhos, de tamanhos diferentes.
29. Deixar alguns objetos no Sol para "medir a temperatura" qual está mais
quente ou mais frio. Brincar de restaurante: separar os pratos, os talheres, quantos
clientes tem? Quantos talheres preciso? Quantos pratos?
30. Fazer massinha de modelar: A educadora deverá apresentar às crianças a
receita de massinha caseira, mostrando passo a passo e os ingredientes utilizados.
Depois, sugerir que convidem alguém da família para realizar a receita. Pedir que
registrem o momento com imagens e desenhos.
2 copos de farinha de trigo
½ copo de sal
1 copo de água
1 colher de chá de óleo
Corante alimentício ou suco em pó
Misture todos os ingredientes secos, depois vá adicionando a água e o óleo.
Guarde em saco para conservar. Depois da massinha pronta deixe a criança
modelar como quiser. Escreva o nome dele(a) em letra de forma e sugira a ele que
monte o nome com as letras de massinha.

SUGESTÃO AOS FAMILIARES

O (a) professor (a) deve apoiar as famílias a inserir no seu cotidiano com a criança
contextos que fazem uso da linguagem oral, da leitura e da escrita espontânea.
● Garantir contextos de leitura diária.

● Convidar as crianças a ler e folhear livros.

● Improvisar um Espaço Garatuja como, por exemplo, no azulejo do banheiro,


(com tinta guache) ou num papel, papelão usando canetinhas, lápis de cor, ou no
chão da calçada com giz.
● Organizar o cantinho dos livros em casa.

● Escrever bilhetes, cartas para os coleguinhas e familiares (um adulto como


escriba).

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● Escrever/ ler receitas e produzi-las. (Fazer lista de ingredientes que também
pode ser por meio de desenhos)
● Fazer a lista de supermercado (escrita espontânea, desenhos).

● Marcar o calendário.

● Conhecer melhor a profissão de um familiar ou que a criança tenha


curiosidade.

● Entrevistar a família.

Para além disso, sugere-se orientar aos pais que para a criança pequena todos os
momentos de rotina se constituem em aprendizado. Comer, ir ao banheiro, dormir,
brincar, contar histórias, conversar, ouvir e ser ouvida. Que os diálogos e narrativas
das crianças devem ser aproveitados como momentos de reflexão sobre a vida, os
momentos vividos, o que ela sente, pois isso também é aprendizagem.

Lembrete: Não fazer nada também é muito saudável (Lurdes Atiê e Bianca Stock).

IMPORTANTE: A INSERÇÃO DA CRIANÇA NAS ATIVIDADES A DISTÂNCIA

Assim como pensamos na melhor forma de acolher os pequenos nas


unidades educacionais nos seus primeiros dias de atendimento presencial, também
precisamos planejar esta inserção neste momento de atividades remotas para a
criança, para a turma, levando em consideração que ainda não houve nenhuma
interação entre professor/educador/criança/família, pois iniciarão em novas turmas,
com novos colegas, professores e até mesmo em novas unidades educacionais.
Pensar em estratégias de como acolher esta criança e sua família no grupo
da turma para que as mesmas se sintam à vontade para começar a interagir,
planejar situações em que as crianças possam conhecer umas as outras, pensar em
ações pedagógicas em que a professora/educadora comece a identificar a criança e
algumas das suas especificidades.
A equipe gestora pode gravar vídeos dos espaços da unidade (sala,
refeitório, parquinho, etc.) para que as crianças possam rever ou conhecer sua nova
unidade, realizar o drive thru para as crianças conhecerem suas professoras e
professores.

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SUGESTÕES DE ROTINA EM CASA – ISOLAMENTO SOCIAL

Estamos vivendo um momento extraordinário em nossas vidas, as rotinas foram


transformadas da noite para o dia, no trabalho, nas unidades educativas, em casa e
em todos os lugares. Por isso estamos aqui, sugerindo algumas práticas que já
acontecem no contexto familiar para que valorizem as interações positivas no
contexto de um espaço limitado, garantindo o sentimento de segurança nas
crianças. Nas unidades de creches, CEICs, CEEI, CMEIs, EMEBs, EMEBCs,
pensamos no planejamento em tempos e espaços, como serão desenvolvidas as
atividades, as brincadeiras, interações e agora temos que pensar nesses tempos no
contexto familiar.

As crianças estão em um espaço contido, limitado de sua casa, com sua família e,
mesmo assim, elas precisam que essas práticas sociais do dia a dia aconteçam com
previsibilidade, regularidade e confiabilidade, para garantir que essas interações
aconteçam dentro do seio familiar, dentro deste contexto de mudança das rotinas.

Desse modo, em quais momentos do dia essas rotinas podem ser organizadas?
Sugerimos aqui o momento das refeições, vamos transformá-las em instantes
prazerosos e gostosos, promotores das relações positivas, ocasiões de encontro, de
partilha do dia a dia em casa. No café da manhã, a troca de olhares, conversar
sobre o que a criança gosta de comer e beber, perguntar como foi seu sono, se
dormiu bem, com que sonhou, compartilhar com a criança sobre como foi essa noite.
Para o adulto, é importante fazer com que a criança se sinta pertencente, que sua
opinião é importante e que esse adulto irá escutá-la atentamente e com muita
ternura.

Participar do almoço junto com a criança, sentar, comer junto com ela, deixá-la
escolher o que comer, se servir, perguntar porque escolheu aquela comida, ou
porque não quer comer algum legume, se ela já experimentou, o que ela acha de
experimentar, o porquê ela não quer comer algum cereal, contar para ela as suas
preferências quando o adulto era criança, que alimento você gostava e agora gosta
e como foi esse processo.

Compartilhar esses momentos da mesma forma no jantar. Essas circunstâncias são


muito importantes, pois estreitam os laços familiares, as relações humanas ficam
mais latentes, nos sentimos vivos e nos auxiliam também a passar por esse

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momento tão delicado e importante em que não só as famílias, as cidades, estados,
países, mas o mundo passa. Todas essas situações acontecem no contexto das
unidades educativas e podem ocorrer nas residências, com a mediação dos
familiares, pois são ações que acontecem em todas as casas cuiabanas.

Outra sugestão é estipular alguns combinados com as crianças, pois estão atentas a
todos os acontecimentos dentro da casa e no mundo e querem ser tratadas como
pessoas. Assim, seria interessante estipular
alguns acordos coletivos familiares, como juntar seus brinquedos ou guardar seus
chinelos. Elas têm esse entendimento dentro da sua representação simbólica e
podem contribuir com as suas limitações biológicas, psicológicas em compreender
toda a situação que estamos passando. Hoje, mais do que nunca, precisamos de
práticas colaborativas, um com outro para dar certo.

Quando as crianças sentem que podem cooperar com algo para melhor, elas
passam por esse processo com mais entendimento, visto que estamos todos em
casa e é nossa responsabilidade.

E a partir disso podemos criar elementos de continuidade no meio dessas situações


atípicas, em relação ao tempo em que as crianças frequentavam as unidades e
tinham a liberdade de andar na rua, sendo que hoje, em quarentena e longe dos
amigos, dos familiares, dos lugares que elas gostam de frequentar. Isso torna
importantíssimo que as famílias consigam se organizar para o estabelecimento de
rotinas.

Portanto, é o momento de pensar no outro, em cada um, em nós, um pensamento


coletivo e colaborativo, dentro de um contexto familiar e de mundo.

ENSINO FUNDAMENTAL

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O Ensino Fundamental é a segunda etapa da Educação Básica, com duração de 9
anos, a iniciar-se aos 6 anos de idade, conforme previsto na LDBEN 9.394/96 em
seu artigo 22. Na Rede Municipal de Educação o atendimento acontece desde o 1º
ano até o 9º ano, no entanto a maior demanda de atendimento tem sido os anos
iniciais.

O Ensino Fundamental recebe as crianças da Educação Infantil. Esse momento de


transição deve ser bem refletido e organizado para que haja uma continuidade nos
processos de aprendizagem e desenvolvimento respeitando-se as peculiaridades da
infância.

A formação no Ensino Fundamental, como preconiza a Política Educacional de


Cuiabá, Escola Cuiabana, deve ter como prioridade o desenvolvimento integral do
estudante, por meio de um trabalho pedagógico intencional, estruturado e
colaborativo.

Há uma rede de apoio para fortalecer o trabalho pedagógico na unidade e assegurar


os direitos de aprendizagem aos estudantes. Na unidade, o coletivo de professores,
a partir das orientações do Coordenador Pedagógico delineia o trabalho a ser
desenvolvido, tendo como norte as diretrizes pedagógicas da Secretaria Municipal
de Educação. A Equipe Gestora, e em especial o Coordenador Pedagógico em
diálogo constante com a equipe técnica da SME, por meio de assessoria
pedagógica, aperfeiçoa sua ação e assegura a implementação da política
educacional.

A assessoria pedagógica tem como objetivo fortalecer e orientar o trabalho


pedagógico desenvolvido nas unidades educacionais, tendo como referência as
diretrizes curriculares da SME e a realidade de aprendizagem de cada unidade.
Além disso, a assessoria se caracteriza enquanto uma articulação entre unidade e
secretaria de educação.

A Política Educacional, “Escola Cuiabana, Cultura, tempos de vida, direitos de


aprendizagem e inclusão”, orienta e estrutura inúmeros programas e projetos que
asseguram a aprendizagem dos estudantes. Em desenvolvimento temos o ProAC -
Programa de Alfabetização Cuiabano - direcionado para as turmas de alfabetização,
atendendo estudantes do 1º e 2º ano com o Projeto Novo Lendo Você Fica Sabendo
e os estudantes do 3º ano com o Projeto TEMA - Tempo de Mais Aprender. Ambos
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os projetos contam com formação continuada de 40h para professor e coordenador
pedagógico, acompanhamento e monitoramento da aprendizagem e uso de material
didático.

Além disso, o ProAC também prevê o atendimento de estudantes, excepcionalmente


em 2021, do 2º ao 9º ano com defasagem no processo de aprendizagem,
prioritariamente, os estudantes em níveis insuficiente e básico de desempenho
acadêmico, por meio do Projeto Sala de Apoio à Aprendizagem e Desenvolvimento
dos Estudantes.

Ainda, em atendimento aos estudantes do Ensino Fundamental há o Programa


Escola da Inteligência cujo objetivo é desenvolver a educação socioemocional no
ambiente escolar, atendendo as turmas a partir da Educação Infantil ao 9º ano. E em
fortalecimento ao IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o ProMP -
Programa de Melhoria da Proficiência, que em 2020 foi direcionado para estudantes
do 4º ano e em 2021 nas turmas de 5º ano, considerando que será um ano de
aplicação da Prova Brasil.

O trabalho pedagógico desenvolvido nesta etapa da Educação Básica está ancorado


numa perspectiva de currículo “cujo foco é o ciclo da vida humana e suas
temporalidades” (Escola Cuiabana, 2020, p. 143) considerando o contexto histórico
e social dos estudantes. Trabalho esse, norteado por uma abordagem metodológica
que rompe com o papel de estudante passivo, pelo contrário, ressignifica sujeitos,
tempos e espaços de aprendizagem. Uma perspectiva de metodologia ativa que
preza pelo desenvolvimento cognitivo, socioemocional, autonomia do estudante,
pesquisa e situações colaborativas de ensino e aprendizagem em diferentes
espaços, inclusive os digitais.

Em 2021, as atividades educacionais na Rede Municipal de Educação de Cuiabá,


conforme Decreto nº 8.315/2021, iniciarão de forma remota no dia 08/02/2021
perdurando até 31/03/2021. A partir do dia 01/04/2021, passam a ser realizadas pelo
sistema híbrido até o pleno restabelecimento das atividades presenciais. No entanto,
em função do contexto pandêmico, a organização das atividades por ensino remoto
ou híbrido tem um caráter flexível, dependente do nível de contaminação do vírus, a
ser regulada por decreto emitido pelo prefeito de Cuiabá.

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EDUCAÇÃO A DISTÃNCIA

1.Orientações para o Ensino a distância

Para efetivação do ensino remoto serão necessários alguns procedimentos, a saber:

● A equipe gestora deverá informar os pais e/ou responsáveis sobre os


procedimentos quanto às aulas remotas, para que estejam preparados e repassem
as atividades para seus filhos/os estudantes, uma vez que um dos recursos a serem
utilizados será o aplicativo whatsapp;

● Para cada turma deverá ser criado um grupo de whatsapp, sendo que os
professores responsáveis: nas turmas de 1º ao 6º ano será o pedagogo e nas
turmas de 6º ao 9º os professores de área.

● O coordenador pedagógico deverá estar em todos os grupos/turmas;

● Nas escolas que têm várias turmas do mesmo ano, orienta-se que as atividades
sejam as mesmas (se possível).

● O professor poderá desenvolver esse processo na sua casa, evitando exposição


e/ou aglomeração.

● As atividades a serem impressas, deverão ser preparadas pelo professor e


enviadas ao coordenador pedagógico para que ele organize a distribuição às
famílias, respeitando-se os protocolos de biossegurança;

● Se possível, zelar pela otimização da entrega de materiais para as famílias


que tenham estudantes matriculados em anos diferentes, para que elas possam
pegar os materiais dos diferentes anos no mesmo dia, evitando o deslocamento
repetido até a escola com a mesma finalidade.

● As atividades impressas podem ter caráter complementar, de revisão, de


avaliação ou outras finalidades pedagógicas, considerando sempre, os processos de
aprendizagem dos estudantes.

● Quanto à correção das atividades impressas, o coordenador deverá organizar um


cronograma junto aos professores e informar às famílias. Algumas correções e
devolutivas de atividades serão realizadas pelo whatsapp;

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● Além das atividades impressas, poderão ser orientadas as atividades dos livros
didáticos dos diversos componentes curriculares, programas e projetos.

● A rotina de envio de atividade ficará a critério da escola, pois há especificidades


nas diferentes turmas, considerando a faixa etária.

● A equipe gestora e cada professor de turma deverá buscar as formas de garantir


que todos tenham acesso aos materiais, sejam estes físicos ou online;

● O professor deverá manter os registros de seu trabalho pedagógico, organizados


(plano de aula, fotos, vídeos disponibilizados nos grupos, atividades enviadas pelos
estudantes, registros da aprendizagem, monitoramento);

● Quanto às atividades, é importante que sejam atrativas e adequadas em


qualidade e quantidade para que não sobrecarregue os estudantes e as
famílias/responsáveis legais. Nesse sentido, indicamos repensar os tempos e
espaços e as atividades propostas;

● É importante que, diariamente, seja mantida a relação professor-aluno,


posicionando as atividades do dia, colocando-se à disposição para tirar dúvidas;

● Organizar um guia de orientação aos familiares acerca das atividades a serem


desenvolvidas;

● Poderão ser realizadas atividades síncronas (vídeo chamada do WhatsApp ou


outra ferramenta de vídeo) e assíncronas (disponibilização de vídeo, aulas do @
Portal da Escola Cuiabana, atividades, livros e orientações impressas);

● É importante que o professor conheça a realidade da sua turma, as


aprendizagens dos estudantes, as possibilidades de acesso à internet e o contexto
de vivência para subsidiar o planejamento e as estratégias pedagógicas a serem
adotadas.

● É necessário o acompanhamento sistemático (monitoramento) do acesso e


desenvolvimento das atividades pelos estudantes;

● Instruir às famílias quanto ao acompanhamento do estudante em suas atividades,


orientando-as a deixarem que as crianças façam, oferecendo-lhe os recursos e
orientações necessárias.

51
2. Considerações acerca do ensino híbrido

O uso dos recursos tecnológicos é uma proposta de cunho emergente desde a


alfabetização até a saída do estudante para o Ensino Médio. Após o ano letivo de
2020 se reforçou ainda mais com a experiência, com as aulas remotas e a
perspectiva para outros formatos e principalmente o híbrido como destaca Bacich et
al (2015):

A integração das tecnologias digitais na educação precisa ser feita de modo criativo
e crítico, buscando desenvolver a autonomia e a reflexão dos seus envolvidos, para
que eles não sejam apenas receptores de informações. O projeto político-
pedagógico da escola que queira abarcar essas questões precisa ponderar como
fazer essa integração das tecnologias digitais para que os alunos possam aprender
significativamente em um novo ambiente, que agora contempla o presencial e o
digital. (BACICH et all, 2015, p. 68)

Assim como os momentos presenciais em salas de aula colaboram sobremaneira


com a socialização do conhecimento, a organização das atividades educativas tendo
as tecnologias digitais como recurso proporciona aos professores e estudantes o
conhecimento flexível, com continuidade e possibilidade de compartilhamento em
grupo da escola, na família e estudos individuais.

A proposta é desenvolver o ensino com rapidez, criatividade, de forma ativa, múltipla


e híbrida para dinamizar e garantir o espaço e tempo de aprendizagem.

3. Planejamento do Trabalho Pedagógico


Uma das reflexões que vamos trabalhar é sobre o planejamento escolar, na
perspectiva de que haja uma maior aproximação com o projeto político pedagógico,
o que se organiza nos planos de aulas e que possa ser um instrumento teórico-
prático reflexivo eficaz na organização do processo de ensino e aprendizagem.

Conforme Maximiliano Menegola e Ilza Sant’Anna (2005), o planejamento requer,


em primeiro lugar, conhecimento da realidade, das suas urgências e tendências.
Assim, a premissa da organização do processo de planejar é o conhecimento dessa
realidade, para a posteriori, se estabelecer os objetivos e possibilidades das ações a
serem realizadas. Numa segunda etapa, torna-se necessário estabelecer critérios de
avaliação desse processo, estabelecendo prazos e responsabilidades. Assim,

52
planejar consiste em [...] pensar sobre aquilo que existe, sobre o que se quer
alcançar, com que meio se pretende agir e como avaliar o que se pretende atingir
(MENEGOLA & SANT'ANNA, 2005, p.21).

Essa organização do trabalho pedagógico deve levar em consideração todas as


ações realizadas no processo educativo, tais como os resultados das avaliações
internas e externas, projetos educativos, direitos de aprendizagens a serem
inseridos e também ações burocráticas como calendário, matrizes estruturantes,
formação de turmas, alinhados ao Projeto Político Pedagógico, considerando as
implementações necessárias da Política Educacional da Escola Cuiabana, bem
como o Documento de Referência Curricular para Mato Grosso (DRC/MT).

O trabalho desenvolvido pelo coordenador pedagógico e por toda a equipe gestora


tem papel primordial e este deve fortalecer toda a equipe de profissionais, sendo
realizado de forma colaborativa e com o fortalecimento de relações saudáveis,
respeitosas e solidárias no ambiente escolar.

Apresentaremos sucintamente alguns instrumentos que constituem esse momento


imprescindível nesta organização: Plano anual ou de ensino, Plano Bimestral e
Plano de aula.

Levando em consideração a atual realidade, cabe à Coordenação Pedagógica


organizar o processo e orientar a elaboração dos Planos de Ensino (de acordo com
a especificidade de cada nível, etapas e modalidade) e definição do cronograma de
entrega.

A elaboração dos planos de ensino, é de responsabilidade dos professores, assim


como, o Monitoramento é responsabilidade da Coordenação Pedagógica, neste
sentido, faz-se necessário que sejam elaborados, monitorados de forma que a
entrega anteceda o início dos trabalhos e sigam as orientações enviadas pela SME.

3.1 Plano Anual ou de Ensino e Plano Bimestral


O processo educacional deve ter como premissa o ato de planejar, levando em
consideração que, as metas a serem alcançadas, precisam fazer parte de um
processo sistemático composto por etapas de curta, média e longa duração.

Podemos concluir que o Plano Anual, organiza as unidades temáticas para o ano
letivo e tem os seguintes componentes: justificativa do documento em relação ao

53
PPP da escola, objetivos gerais, objetivos específicos, objeto de conhecimento,
tempo provável e desenvolvimento metodológico. Ele deve ser elaborado no coletivo
de professores e apenas um para cada ano escolar.

A partir do Plano Anual, bimestralmente são feitos recortes a serem trabalhados que
seguem critérios de variedade, continuidade e complexidade nas habilidades e
objetos do conhecimento. Esse plano bimestral é o norte para o planejamento das
atividades diárias (Plano de aula).

3.2 Plano de aula


A aula é a forma que o processo de ensino se concretiza. Ele se constitui no
detalhamento do Plano Bimestral em que as unidades previstas, agora entra num
detalhamento, especificando e sistematizando a situação didática a partir da
organização de situações e de condições necessárias para que os estudantes
aprendam. Assim sendo, Libâneo, (2003, p.267), diz que: " O trabalho docente,
sendo uma atividade intencional e planejada, requer reestruturação e organização, a
fim de que sejam atingidos os objetivos de ensino".

Partimos da perspectiva que o planejar é uma atividade que se constitui momento


privilegiado e fundamental para reflexão da ação, do pensar o que se pretende fazer,
antes e depois. Assim como o Plano Anual, o Plano Bimestral e o Plano de Aula,
deve resultar em um documento escrito, que tem o objetivo de orientar as ações do
professor, sendo flexível e podendo ser revisado e aprimorado.

A coordenação pedagógica, juntamente com o coletivo de professores deve


organizar a rotina de entrega e análise do plano de aula. Considerando que o
coordenador deve recebê-lo com antecedência para fazer suas contribuições, antes
dele ser desenvolvido.

O plano de aula deve conter: identificação, área de ensino, componente curricular,


unidades temáticas ou práticas de linguagens/eixos, habilidades/direitos de
aprendizagem, objetos do conhecimento, procedimentos didáticos diários com
especificação da gestão do tempo. Esses elementos são previstos no Sistema de
Gestão Pedagógica da Rede Municipal de Educação.

Observação: Os Planos a serem trabalhados serão apresentados nos documentos


anexos. São os mesmos utilizados em 2020.

54
4.Tempos e espaços escolares: implicações no processo de ensino
aprendizagem
A organização didática pedagógica no espaço escolar reflete e revela a
compreensão que os professores e a equipe gestora têm acerca do processo de
ensino aprendizagem. No processo de planejamento das ações a serem
desenvolvidas na sala de aula, o professor é o grande responsável, no entanto “a
execução do planejamento envolve a participação de todos que atuam na escola,
pois, juntos, configuram essa realidade com aspectos profissionais, materiais e
organizativos”. (CASTANHEIRA, 2009, p. 37.)

Importante lembrar que a prática desenvolvida na escola e na sala de aula deve


estar alinhada com os documentos que norteiam a política da rede de ensino. Assim,
nos remetemos a Escola Cuiabana, denominação dada a política Educacional do
Município de Cuiabá, que tem como princípios educativos o direito à aprendizagem e
inclusão de todos que ingressam na rede, sendo garantidos a efetiva aprendizagem
dos conhecimentos curriculares.

Dessa forma, a aprendizagem parte do princípio da garantia do espaço e do tempo


para construção dos direitos de aprendizagem e/ou habilidades e competências em
cada etapa do desenvolvimento humano (Escola Cuiabana, 2020).

Nesse sentido, rever as atividades no cotidiano escolar pautadas na distribuição


correta do tempo e uso adequado dos espaços e ambientes, considerando os
diferentes acessos à aprendizagem, já que as crianças não aprendem do mesmo
jeito, percebendo os diferentes estilos de aprendizagem é primordial para
progressão das habilidades.

Para organizar didaticamente o tempo e os ambientes de aprendizagem, alguns


princípios pedagógicos são essenciais na discussão e direcionamento da prática dos
professores e, que geralmente são motivo de dúvidas no planejamento das ações
em sala de aula. Buscou-se orientação no livro organizado por Piccoli e Camini
(2012), intitulado “Práticas pedagógicas em alfabetização: espaços, tempo e
corporeidade” para qualificar as ações a serem desenvolvidas em sala de aula. Os
princípios são detalhados abaixo.

4.1 Faz diferença planejar


É por meio de um planejamento detalhado, com objetivos claramente traçados, que
o professor tem controle sobre os investimentos feitos em cada habilidade de leitura
55
e de escrita que precisam ser desenvolvidas e é assim que pode assegurar os
avanços dos alunos.

Contextualizadas em um planejamento consistente, as folhas de atividades do


acervo do professor podem adquirir outro sentido e serem bem aproveitadas, em
uma progressão que também pode ser visualizada pelos alunos.

4.2 As crianças não aprendem do mesmo jeito: planejar para incluir todas as
crianças nas propostas pedagógicas
É possível planejar propostas mais “abertas”, em que crianças/estudantes produzam
de acordo com suas possibilidades cognitivas. Todos podem, por exemplo, produzir
textos, desde que sejam incentivados a escrever, mediante a valorização de escritas
ainda distantes das formas convencionais.

Além disso, uma mesma atividade pode adaptar-se a diferentes níveis de


conceitualização da leitura e da escrita pela intervenção do professor.

Essa intervenção será central para aproximar diferentes raciocínios das crianças de
uma turma sobre um mesmo problema, pois o professor pode apresentar a atividade
de diferentes formas, desafiando e chamando a atenção para diferentes aspectos
em que cada criança/estudante possa aproveitar melhor aquela atividade, de acordo
com a proposta do professor.

4.3 Ter proposta em relação às aprendizagens das crianças


O primeiro passo para uma criança realizar algo que ainda não é capaz de efetuar
sozinha é fazê-la com auxílio de outra pessoa, seja do professor, colegas e da
família.

Uma decorrência disso é propor a produção de trabalhos em grupo, reunindo


crianças que estão em níveis próximos de conceitualização da leitura e da escrita,
de forma que elas tirem proveito de dúvidas comuns.

4.4 Diversificar para prender a atenção dos estudantes


As crianças/estudantes claramente nos sinalizam quando ficam cansadas e
entediadas. O corpo dá sinais de que é necessário trocar de atividade. Mas não
basta ter sensibilidade pedagógica para perceber quando isso é necessário. No
próprio planejar, essa variação já deve estar prevista: momentos de leituras e de
conversas sobre o que foi dito, análise coletiva de escrita de texto e palavra na

56
lousa, jogos desafiadores em grupos, atividades de sistematização individuais, entre
tantas outras possibilidades, devem estar presentes e ser variadas ao longo da aula.

4.5 Ter cuidado estético com os materiais utilizados


Materiais visualmente atrativos, não necessariamente, são sinônimos de materiais
caros. Você pode confeccionar grande parte deles: estruturas resistentes e
plastificadas garantem durabilidade maior, ainda que constantemente manipuladas.

Cores vibrantes, ilustrações claras, que não deixam dúvidas do que querem
representar, e letras de tamanho padronizadas, corretamente traçadas, contribuem
para gerar entusiasmo.

Cartazes que permitam leitura não apenas para quem se senta próximo a eles são
alguns cuidados estéticos para os quais precisam atentar.

Deve ser observada, também, uma diferença entre uma sala de aula textualizada, na
qual os materiais expostos retratam o trabalho em andamento da turma e que, por
isso, deve ser regularmente atualizado, e uma sala de aula visualmente poluída, em
que há excesso de cartazes, aglomeração e até sobreposto. Enquanto a primeira
sala desperta atenção, a segunda distrai.

4.6 Rotina, os diferentes tempos e ritmos dos estudantes em uma sala


Longe de argumentarmos a favor de uma rotina rígida, vale indicar que o inusitado e
o imprevisível têm lugar na parte flexível do planejamento. Nesta parte da aula deve
haver espaço para acolher as surpresas e as novidades: um dente de leite que caiu
e gerou uma discussão entre as crianças, uma ventania que levantou poeira e
encheu o pátio de folhas de árvores, despertando a curiosidade da turma, são
alguns exemplos.

Outro aspecto que merece reflexão e cuidado é o tempo do aluno, muitas vezes uma
criança pode levar 15 minutos para realizar uma tarefa, outra poderá finalizá-la
utilizando até três vezes mais tempo. O que fazer, então? Premiar os “adiantados”
com possibilidades lúdicas (brinquedos, jogos) nos parece uma alternativa
descabida, tendo em vista que redireciona o foco da aula para o que passa a ser
mais interessante: brincar e jogar.

Outra possibilidade tem sido experimentada em sala de aula e nos parecem bem
mais pertinentes: explorar a continuidade do próprio trabalho que está sendo feito,
propondo outro desafio ao aluno; ter um repertório de atividades extras que devem

57
ser regularmente alteradas, em sintonia com a temática e os conteúdos tratados em
aula: escolher um livro ou gibi para ser lido por fruição.

Também é na parte flexível do planejamento que o professor precisa ter cartas na


manga para aqueles minutinhos que restam de aula em que não é possível iniciar
um novo trabalho, mas que não devem ser desperdiçados, tendo em vista que
podem ser aproveitados em direção do objetivo de alfabetizar.

É de suma importância observar que flexibilizar não quer dizer alterar seu objetivo.
Mantenha-o, flexibilizando as estratégias, como forma inteligente de manter o foco,
permitindo que o grupo permaneça coeso e interessado na sua proposta de
trabalho, entendendo, inclusive, que há espaços em que eles podem propor
também, exercitando seu protagonismo.

Tornem preciosos os minutinhos ao final da aula ao chamar um aluno por vez ao


quadro para apagar determinada palavra (uma situação de leitura; faça o jogo da
forca no quadro negro, coordenando-o e também partilhando a coordenação com os
alunos.

4.7 Diversidade no currículo


O Ensino Fundamental sendo a etapa central da Educação básica que atende o
ciclo de desenvolvimento humano desde a infância até a adolescência conforme
estrutura de Ciclo de Formação da Escola Cuiabana - Cultura, Tempos de Vida,
Direitos de Aprendizagem e Inclusão (2020) aborda a importância de reconhecer na
diversidade um dos elementos balizadores das propostas pedagógicas.

Nesse contexto, o currículo no decorrer dos 9 anos do Ensino Fundamental


contempla os temas contemporâneos Transversais na BNCC (proposta de prática de
implementação/2019) sendo que o maior objetivo dessa abordagem é que o
estudante conclua a sua educação formal reconhecendo e aprendendo sobre os
temas que são relevantes para sua atuação na sociedade e assim compreender
questões diversas, como cuidar do planeta; administrar o seu dinheiro; cuidar de sua
saúde; usar as novas tecnologias digitais.

Entender e respeitar aqueles que são diferentes e conhecer seus direitos e deveres
como cidadão, premissas para a formação integral do estudante como ser humano.
Isso se configura como sendo uma das funções sociais da escola proposto pelas
concepções de educação humanista que embasam a Escola Cuiabana (2020) no

58
sentido de considerar o diálogo e formação de diferentes pessoas e participantes de
diversos grupos social/ cultural.

Nesse sentido, os projetos, planos e ações evidenciam as diferenças, o direito de


aprendizagem em consonância com os aspectos metodológicos, as propostas de
transição e ao desenvolvimento humano na etapa fundamental da educação básica.

5. Gestão das Unidades Educacionais para a Semana Pedagógica

A Semana Pedagógica é um evento de grande importância no contexto


escolar. Nesse momento, a Equipe Gestora, os técnicos e o corpo docente da
Unidade Educacional trabalham lado a lado nas atividades de planejamento do ano
letivo que se inicia, além de ser a melhor oportunidade para proporcionar
uma abertura de diálogo e cooperação na instituição de ensino. Por essas razões,
essa é também uma ocasião que exige planejamento e dedicação. Nesse momento,
é preciso se atentar às formas mais democráticas de interação entre esses
profissionais, com o objetivo de obter sucesso em mais uma empreitada
educacional.

O acolhimento é uma prática importante para o fortalecimento da equipe,


constituindo um princípio básico para estabelecer toda prática educativa. A ação do
acolhimento deve ser entendida como uma estratégia que dá início às práticas
pedagógicas alicerçadas nos princípios da educação integral. É também uma ótima
oportunidade receber os profissionais já atribuídos na unidade e também os novos
profissionais, integrando-os e deixando-os à par da realidade e cultura da escola.
Nessa ocasião, a equipe pedagógica orienta esses profissionais acerca das
especificidades das turmas com as quais eles trabalharão.

Neste sentido, reunimos algumas coordenadas fundamentais para o sucesso da


Semana Pedagógica em sua unidade. Vale refletir:

●Afinal, como receber a todos? Quais as melhores estratégias nesse momento?

● Como será o novo ano letivo de 2021?

● Como será o quadro de profissionais em 2021?

● Quais serão os nossos novos alunos?

59
● Como o coordenador pode acolher a todos e fazer com que cada um avance no
âmbito da unidade?

A semana deve ser previamente planejada, seguindo um cronograma


predeterminado e, principalmente, seus resultados precisam ser mensurados ao
longo do ano letivo. A seguir são apresentadas algumas dicas para organização da
semana pedagógica.

5.1 Pense em um evento para receber os profissionais da educação


O começo do ano em sua Unidade Educacional pode ser marcado por algum evento
de recepção, especial para todos os profissionais da Unidade Escolar. Ainda que a
equipe técnica e o corpo docente sejam um público com especificidades diversas, é
importante pensar em uma recepção especial, com dinâmicas que renove e fortaleça
a relação com a escola e que marca o início das atividades escolares.

Por essa razão, muitos gestores de Unidades Educacionais organizam eventos


como aulas inaugurais, reuniões iniciais, entre outros. O objetivo principal é abrir os
canais de comunicação, transmitir os valores da instituição, integrar as pessoas e
garantir um bom relacionamento ao longo do ano.

Receber os profissionais, deve ser um processo de muito cuidado, com calorosas


boas-vindas e as devidas apresentações. Também cabe na programação para o
primeiro dia, dar um panorama que seja o mais fiel possível sobre contexto
socioeducativo no qual a Unidade se insere, informando sobre a comunidade, os
entornos da escola, bem como sobre o perfil das famílias que a instituição atende.

5.2 Estimule a integração entre a equipe:


A equipe técnica também faz parte desse momento de início do ano escolar.
Recepcioná-los bem, envolve entre outras coisas, reuniões de apresentação para
integração dessa equipe que trabalhará junta nos meses que seguem. De
preferência, a atividades/dinâmicas que podem ser organizadas levando em
consideração as diferentes funções, já que esses profissionais terão o desafio de
trabalhar em conjunto durante o ano.

Incentive apresentações entre os colegas, especialmente se há membros novos na


Unidade, para que todos se conheçam. Além disso, é uma boa ideia contar com o
compartilhamento de experiências pessoais métodos de ensino, dicas de gestão de
tempo, desafios e histórias de sucesso relacionadas ao ensino nos anos passados.

60
Dividir com os colegas esse conhecimento adquirido promove o desenvolvimento
conjunto de todos e, consequentemente, o bom desempenho da Unidade
Educacional e aluno.

5.3 Tenha um calendário pronto e bem definido


É imprescindível já começar o ano com uma organização bem definida do ano letivo.
Como datas comemorativas, atividades da unidade e eventos especiais e qualquer
outro acontecimento relevante deve ser pré-agendado em um calendário escolar.

Pais, professores, alunos e a própria Equipe Gestora se beneficiam dessa


estratégia, porque podem planejar suas atividades a partir dessa programação.

5.4 Planeje tempo de início e de término de um evento de recepção


Independentemente da natureza de seu evento de recepção - seja para alunos, pais
de alunos ou professores e técnicos - é importante contar com horários bem
definidos de início e de término. Assim como qualquer reunião, ter uma pauta
preestabelecida e um planejamento de atividades torna esses eventos mais
produtivos.

Caso contrário, seus participantes podem se sentir frustrados pelo atraso na


conclusão, ou até mesmo pela indefinição em relação a seu tempo de duração.
Lembre-se que, por mais importante que sejam os assuntos tratados, os presentes
possuem compromissos e responsabilidades diversas. Fica difícil engajar um público
sem essas definições prévias. Por isso, planeje bem os horários de seus eventos.

5.5 Esclareça regras da Unidade e abra espaço para dúvidas


Tanto para pais e responsáveis, quanto para professores, técnicos e alunos, é
necessário que todos aqueles envolvidos na relação de ensino estejam cientes
das regras (Regimento da Unidade Educacional, mesmo que ainda esteja em
processo de atualização).

Normas de conduta, formas de avaliação de desempenho, penalidades, práticas


inaceitáveis, critérios de aprovação, entre outros, devem ser divulgados e discutidos
desde o início do ano escolar.

Afinal, pretende-se que as relações transcorram da melhor maneira possível. Para


isso, nada melhor do que garantir a máxima transparência das regras. De
preferência, prepare um manual, folder (de acordo com Regimento da Unidade

61
Escolar atual ou rediscutido com o grupo) com o registro escrito delas. Aproveite
todas as oportunidades do início do ano para esclarecer as dúvidas.

Depois desses dois primeiros momentos, cabe uma fala (curta!) de cada membro da
Equipe Gestora desejando um bom ano para todos. Bem, depois disso é hora de
entrar na pauta da reunião propriamente dita e explicar o que farão nesse e nos
outros dias do planejamento. Abaixo dicas para mapear as necessidades de
planejamento do ano letivo com base na avaliação das fragilidades e fortalezas da
Unidade Educacional.

E você, coordenador, já está fazendo a sua pauta? Como você planeja o primeiro
encontro?

5.6 Organize o processo pedagógico


Nesta ocasião, os professores novos deverão conhecer quais são as turmas que
estarão sob sua responsabilidade. Assim, os coordenadores pedagógicos deverão
apresentar a eles as informações sobre o desempenho e a aprendizagem dos
alunos que compõem essas turmas que foram registrados pelos docentes nos anos
anteriores. Os professores antigos das turmas podem ajudar os novatos com sua
experiência, explicando a eles o perfil dos alunos.

É um ótimo momento para programar atividades diagnósticas. Essas atividades são


importantes para identificar quais habilidades foram aprendidas e quais dificuldades
devem ser trabalhadas com prioridade. A partir dos resultados de avaliações
diagnósticas, é possível programar intervenções pedagógicas mais assertivas e
acompanhar melhor o desenvolvimento do aluno ao longo do ano letivo.

Outro aspecto imprescindível é a destinação do tempo para elaboração do


planejamento, de acordo com a Política Educacional do Município de Cuiabá.

5.7 Contribuição das ferramentas tecnológicas na organização da semana


pedagógica
O uso de ferramentas tecnológicas deve servir ao propósito de otimizar tarefas.
Além disso, o uso de tecnologia multimídia para exibição de imagens, sons e textos
pode ajudar a criar um ambiente de reuniões em que o foco não seja perdido.

Uma dica para otimizar o planejamento da Semana Pedagógica da sua escola seria


descentralizar o trabalho. Não deixe de buscar ajuda de seus colaboradores do setor
pedagógico e administrativo: saiba delegar tarefas.

62
Não se esqueça também de fazer a revisão e o registro de tudo que foi alterado
durante as reuniões. As deliberações da Semana Pedagógica serão a base para o
ano letivo em questão e devem ser constantemente revisitadas em reuniões ao
longo desse período. Por isso, atualize os documentos no computador e certifique-
se de que seu acesso seja facilitado para as constantes consultas durante as
próximas reuniões.

6. Avaliação da Aprendizagem
No Ensino Fundamental a avaliação acontece numa perspectiva pautada nas teorias
construtivista e sociointeracionista, denominada de avaliação mediadora, em que o
princípio é o acompanhamento do processo de aprendizagem numa dinâmica de
diálogo e reflexão e envolvendo todos os sujeitos da ação educativa.

Neste sentido, é importante a sistematização da ação avaliativa considerando as


seguintes dimensões, conforme aponta na Política Escola Cuiabana (2020, p. 171):

● Diagnóstica: utilizada como ponto de partida, para caracterizar a comunidade


na qual a escola está inserida, perfil dos estudantes ou mapeamento das
aprendizagens já construídas e/ou dificuldades de aprendizagem;

● Formativa: permite ao professor identificar metodologias mais adequadas às


necessidades de aprendizagem dos estudantes, sendo, portanto, contínua,
sistemática e flexível;

● Somativa: tem como foco os resultados de aprendizagem dos estudantes, em


uma situação educativa ou ao final de um ciclo, ano, período letivo, etc.

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

TEMPOS E ESPAÇOS ESCOLARES: IMPLICAÇÕES NO PROCESSO DE


ENSINO APRENDIZAGEM.

Em 1988, a Constituição Federal declara em seu artigo 205 que “A educação, direito
de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
63
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

A LDBEN3 (1996) transforma a Educação de Jovens e Adultos em uma modalidade


da Educação Básica, nas etapas de Ensino Fundamental e Médio. De acordo com o
art. 22 da mesma lei, “a Educação Básica tem por finalidade desenvolver o educando,
assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e
fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”.

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos,


é necessário que a EJA assuma a função reparadora de uma realidade injusta, que
não deu oportunidade nem direito à escolarização de tantas pessoas. Ela deve
também contemplar o aspecto equalizador da educação, possibilitando novas
inserções no mundo do trabalho, na vida social, nos espaços da estética e na
abertura de canais de participação. Mas há ainda outra função a ser desempenhada
pela EJA: a qualificadora, com apelo à formação permanente, voltada para a
solidariedade, igualdade e diversidade.

Um dos expoentes na alfabetização de jovens e adultos é Paulo Freire. Sua proposta


tem como objetivo uma educação democrática e libertadora, ele parte da realidade e
da vivência dos estudantes, construindo, a partir de um processo de reflexão-ação-
reflexão, a leitura da palavra e do mundo, no qual esse processo de reflexão da
prática, do planejamento e da avaliação, se efetiva como produção e difusão de
conhecimentos, para além da prática docente em sala de aula. Ou seja, os
Educadores/as da EJA desenvolvem essas atividades como professor-pesquisador,
de forma que os resultados dessa práxis são sistematizados e difundidos na forma de
textos científicos.

A Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá, comprometida em elevar os níveis de


escolarização da população que vive nesta cidade, estabelece para a EJA o
cumprimento da Meta 9 do Plano Municipal de Educação 2015/2024, quais sejam:

1. Elevar a escolaridade média, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de


escolarização da população de 15 a 39 anos de idade;

3 - A Educação de Jovens e Adultos é uma Modalidade de Educação Básica, prevista na Lei de


Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei n° 9394/96, Lei Complementar n° 49/98 – MT e está
regulamentada pelo Parecer n° 11/2000 CNE/CEB.

64
2. Reduzir de 5,4% para 0,5% o analfabetismo da população na faixa etária de 40 a
59 anos de idade ou mais.

3. Assegurar a melhoria pedagógica nas unidades educacionais da rede pública


municipal de Cuiabá, tendo em vista a melhoria da qualidade na oferta da Educação
de Jovens e Adultos.

Nesta perspectiva, pontuamos aqui alguns passos imprescindíveis para que ocorra
uma boa gestão pedagógica e tenha um resultado satisfatório para cumprir a Meta 9
estabelecida no PME/2015/2024, tais quais:

1.Período de acolhimento nas escolas de EJA

Cada escola deverá planejar as duas semanas iniciais e " criar estratégias para o
acolhimento de nossos estudantes".

Em se tratando de EJA, vale ressaltar a importância do acolhimento e da participação


do estudante, compreendido como sujeito de direito, em processo de escolarização.

O acolhimento, de forma virtual, pode ser realizado com vídeos feitos pelos
professores.

2. Faz diferença planejar.

Com base na concepção de que todos podem aprender ao longo do tempo. A escola
Cuiabana propõe uma prática pedagógica que tenha como fundamento a relação de
aprendizagem com saberes do cotidiano (Política da Escola Cuiabana pág.227).

Planejar é muito mais do que relacionar metodologias e conteúdos, mas sim nortear e
facilitar a aprendizagem significativa ao estudante da EJA. Permitindo ao mesmo
sentir-se parte do processo.

2.1 Pontos relevantes no perfil do professor e planejamento da EJA.

65
⮚ Na EJA o professor tem o papel de intermediar e facilitar ao estudante
ampliação do seu repertório para que consigam solucionar questões do
cotidiano com autonomia.
⮚ Deve contemplar as expectativas do estudante, sua cultura, características,
problemas de seu entorno e suas necessidades de aprendizagem.
⮚ Respeitar a realidade do estudante é fundamental.
⮚ Aproximar os conteúdos curriculares da realidade dos alunos.

3. Os estudantes não aprendem do mesmo jeito: planejar para incluir ao


máximo todos os estudantes nas propostas pedagógicas.
Para que a EJA possa garantir uma formação integral pela inclusão e qualidade social
é preciso um modelo pedagógico apropriado para a modalidade, de modo a atender a
diversidade dos sujeitos e inserção no mundo do trabalho. Sabemos que nem sempre
é possível elaborar um planejamento diário direcionado a cada estudante, mas é
possível planejar propostas mais “abertas”, em que eles produzam de acordo com
suas possibilidades cognitivas.

Todos os estudantes podem produzir textos, desde que sejam incentivados a


escrever, mediante a valorização da leitura e da escrita. Além disso, uma mesma
atividade pode adaptar-se a diferentes níveis de conceitualização pela intervenção do
professor, conforme o seu nível de aprendizado.

Essa intervenção será central para aproximar diferentes raciocínios dos estudantes de
uma turma sobre um mesmo problema, pois o professor deve apresentar diversas
atividades, desafiando e chamando a atenção para diferentes aspectos a fim de
aproveitar melhor as atividades.

4. Organização metodológica do currículo da EJA

66
A EJA também propõe diversas possibilidades metodológicas, dentre elas:

5. Ter cuidado estético com os materiais utilizados.


Os materiais devem ser direcionados ao público adulto, visando suas especificidades
e necessidades pedagógicas. As impressões devem ser feitas em fontes maiores,
proporcionando melhor visibilidade a todos. Os conteúdos trabalhados devem
obedecer a cada fase da modalidade, pois a EJA tem o seu público específico, que
não deve ser tratado como crianças e adolescentes.

67
O coordenador deve estar atento a todo o material preparado, deve verificar se de
fato corresponde ao planejamento previamente elaborado, bem como acompanhar a
sua execução. Nas salas de alfabetização virtual, o ambiente precisa ser
alfabetizador, proporcionando ao educando fontes de pesquisas e conhecimentos
dentro da sua realidade.

6. Procedimento com atendimento EaD.


A atividade EaD é uma forma de ensino/aprendizagem mediado por tecnologias que
permitem que o professor e os estudantes estejam em ambientes físicos diferentes.
Este atendimento é um complemento à carga horaria presencial, com atividades
virtuais elaboradas pelo professor que também atuará como Tutor de cada turma.
Cada estudante deverá acessar seu portal e responder às atividades propostas.

Orientações sobre Procedimentos para a Realização de Atividades EaD


Em função do processo de prevenção à disseminação do Coronavírus e, seguindo
as diretrizes do Ministério da Saúde e do Comitê de Enfrentamento ao COVID-19,
determinou a suspensão das aulas presenciais nas 12 unidades que atendem EJA
na Rede Pública Municipal de Educação de Cuiabá, no período de 08 de fevereiro a
31 de março de 2021, informamos à equipe gestora e professores os procedimentos,
estratégias e processos que devem ser realizados para assegurar o direito à
aprendizagem dos nossos estudantes, matriculados na Educação de Jovens e
Adultos.

Todas as orientações seguem à risca a determinação, descritas no Decreto nº 8.315


de 22 de janeiro de 2021, que traz a seguinte redação:

Capítulo 1 – Das disposições referentes à Rede Pública de Ensino.

Art. 1º As atividades educacionais no ano letivo de 2021, nas unidades da rede


pública municipal de ensino, se darão da seguinte forma:

68
Neste sentido o texto orienta as estratégias do processo pedagógico que será
organizado pela rede, gerenciado por cada escola, por meio da Equipe Gestora e
Professores.

1. Cada professor deverá criar um grupo, que será utilizado para envio e
acompanhamento das atividades.

Turmas Orientação

EJA Grupo de estudantes por turma

2. O COORDENADOR deverá estar em todos os grupos para acompanhamento


e monitoramento.

3. Cada ASSESSOR criará grupo específico de WhatsApp com suas escolas


para monitorar/acompanhar/orientar o processo, além de possibilitar a
garantia dos procedimentos orientados.

4. O coordenador desenvolverá, com cada professor, a organização das tarefas,


da seguinte forma:

a) O professor poderá desenvolver esse processo na sua casa, evitando


exposição e/ou aglomeração. Poderá enviar para a escola virtualmente, ao
mesmo tempo em que envia para os estudantes.

b) A equipe gestora poderá organizar plantões para entrega, considerando os


estudantes que não têm acesso à internet.

c) Quem estiver no plantão imprime e organiza para entregar aos estudantes.

d) A equipe gestora e os professores devem combinar com os estudantes o


cronograma para buscar as atividades e devolver para as correções.

e) Esse processo garantirá o monitoramento da participação dos estudantes.


Tanto de forma virtual quanto com as atividades impressas.

69
f) Importante que, diariamente, seja mantida a relação com os estudantes,
posicionando as atividades do dia, se colocando à disposição para tirar
dúvidas.

g) Considerando que o período de 01 a 04 de fevereiro está destinado ao


processo de formação virtual pela unidade escolar, as equipes devem se
organizar para receber os estudantes no dia 08 de fevereiro, formar os grupos
de WhatsApp, preparar um dia especial de recepção dos estudantes.

Sabemos que o estado de pandemia decretado pelo novo coronavírus afetou


profundamente a sociedade.

Tanto na educação presencial, quanto na educação a distância, é


imprescindível que o professor busque uma maior interação com os
estudantes, pois eles precisam se sentir acolhidos para a construção do
conhecimento.

5. É fundamental ter cuidado estético com os materiais utilizados.

6. Os materiais devem ser direcionados ao público adulto, visando suas


especificidades e necessidades pedagógicas. As impressões devem ser feitas
em fontes maiores, proporcionando melhor visibilidade a todos. Os conteúdos
trabalhados devem obedecer a cada fase da modalidade, pois a EJA tem o
seu público específico, que não deve ser tratado como crianças e
adolescentes.

7. O coordenador deve estar atento a todo o material preparado, deve verificar


se de fato corresponde ao planejamento previamente elaborado, bem como
acompanhar a sua execução.

8. Em relação às habilidades a serem trabalhadas em fevereiro e março, os(as)


Coordenadores (as) da EJA deverão mobilizar os professores para a escolha
destas.

9. Orientamos que cada unidade escolar organize as habilidades que serão


trabalhadas neste período por unidade. No período de 1 a 4 de fevereiro os
professores deverão organizar as habilidades por área de conhecimento.

70
10. Também orientamos que os professores no período de 1 a 4 de fevereiro
deverão organizar o planejamento das atividades EAD, que serão
desenvolvidas nos primeiros quinze dias.

11. As orientações gerais para o planejamento permanecem as mesmas


apresentadas em reuniões virtuais com os(as) Coordenadores(as) em 2020 e
também apresentado no Webnário no dia 25/01/2021.

12. Após a escolha das habilidades, cada unidade deverá encaminhar para a
assessora da unidade.

13. Orientamos que as habilidades sejam escolhidas levando em consideração


que os estudantes estarão em casa e nem sempre terão uma pessoa para
fazer com eles. Neste sentido, é de suma importância que o professor, envie
a orientação por vídeo ou textos no grupo de WhatsApp.

14. Os estudantes que buscarem as atividades na unidade devem receber as


atividades e poderão:

a. Combinar com o professor a entrega em dias específicos no horário


noturno, desta forma, será possível orientar o desenvolvimento das
mesmas. Esta agenda poderá ser feita individualmente, marcando um
tempo específico por estudante.

b. Ressaltamos que nestes casos, a organização deve seguir critérios


rigorosos de biossegurança, evitando aglomerações.

c. Os estudantes que forem à escola buscar atividades e receber as


orientações deverão estar com máscaras, utilizar álcool gel ou líquido
70% ao chegar e ao sair da escola.

d. Ser atendido individualmente ou até em duplas.

e. Estas considerações dizem respeito principalmente para estudantes do


processo de alfabetização.

f. Para os estudantes da 2ª e 3ª fase, é possível que as orientações


sejam feitas tanto de forma escrita, quanto com áudios ou vídeos para
que os mesmos não tenham dificuldades no desenvolvimento das
mesmas.
71
g. Orientamos que o foco do processo seja a qualidade da informação e o
plano domínio do conhecimento, sendo assim, a escolha das
habilidades e a quantidade escolhida para este período de 8 semanas
será crucial para o sucesso da aprendizagem.

h. A partir da experiência construída em 2020, entendemos que uma


habilidade poderá ser trabalhada em uma quinzena.

i. Alguns fatores devem ser levados em consideração:

i. A quantidade total de habilidades do componente escolar para


aquele ano;

ii. A proporcionalidade para 8 semanas de aula;

iii. Observar que esta matriz foi pensada para o processo


presencial;

iv. A proporcionalidade de tempo do período em questão na escola


da quantidade;

v. A complexidade da habilidade escolhida;

vi. A possibilidade que o estudante tem para desenvolver a


atividade de forma autônoma;

vii. O tempo que ele precisa para completar a tarefa.

15. Levando em consideração a atual realidade, cabe à Coordenação


Pedagógica organizar o processo e orientar a elaboração dos Planos de
Ensino (de acordo com a especificidade de cada nível/modalidade) e
definição do cronograma de entrega.

16. A elaboração dos planos de ensino, é de responsabilidade dos


professores/TDIs, assim como, o Monitoramento é responsabilidade da
Coordenação Pedagógica, neste sentido, faz-se necessário que sejam

72
elaborados, monitorados de forma que a entrega anteceda o início dos
trabalhos e sigam as orientações enviadas pela SME.

Considerações finais

A Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá - MT aciona neste


documento, orientações de ações para a prática pensada a partir da relação de
todos os envolvidos no processo educacional, especialmente os estudantes público-
alvo da Educação.

Organizar o ano letivo de 200 dias, é a primeira forma de garantir a recepção


harmônica e organizada para os profissionais, bem como de desenhar estratégias
de recepção para os estudantes, ao mesmo tempo em que a equipe pedagógica cria
estratégias para garantir os direitos de aprendizagem dos alunos.

Tomando como base os desafios de cada Unidade e da própria Rede de


Educação, o objetivo principal é desenvolver um trabalho com qualidade, que passa
pela formação dos profissionais e tenha como foco o desempenho dos nossos
estudantes.

Este documento será o primeiro de uma série pensada para todos os


aspectos que compõem o processo educacional, desenhado desde o início até a
finalização dos processos, inclusive para que tenhamos informações pedagógicas
capazes de subsidiar a análise e o crescimento geral da Rede Educacional do
município de Cuiabá.

Referências:

73
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espaco-em-sala-de-aula-e-as-suas-implicacoes-na-aprendizagem/55825. Acesso em
11/12/19

https://blog.portabilis.com.br/importancia-da-semana-pedagogica/ Acesso em
10/12/2019

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espaco-em-sala-de-aula-e-as-suas-implicacoes-na-aprendizagem/55825. Acesso em
11/12/19.

https://pt.scribd.com/document/222732368/Como-Fazer-o-Teste-Das-Quatro-
Palavras-e-Uma-Frase-de-Emilia-Ferreiro Pesquisado em 30/12/2019 às 16h43

ANEXOS

OUTRAS ORIENTAÇÕES PARA ORGANIZAÇÃO DOS GRUPOS DE WHATSAPP

78
PARA TURMAS DE PRÉ-ESCOLA:
1. Como as crianças da Pré-escola não possuem celular, logo, o contato será por
meio do celular dos pais. Nesse sentido, é de fundamental importância o
estabelecimento de horários para as postagens dos vídeos, interações entre
crianças e professor ou retorno acerca de atividades realizadas pelas crianças. Esse
combinado deve ser feito com os pais e contribuirá para que o professor não tenha
de responder mensagens nos três turnos do dia;

2. O professor deverá informar aos pais quais são os horários de funcionamento do


grupo e cumprir com essa rotina. Abaixo, seguem instruções sobre como desativar a
função de enviar mensagem por parte dos demais membros do grupo. Essa ação
pode ser feita, somente, por aqueles que são denominados administradores do
referido grupo. Vejamos:

Quando estiver no horário estabelecido para o encerramento das interações do dia:

79
80
MONITORAMENTO DA AÇÃO PEDAGÓGICA EM TURMAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
CREHE, CMEI, CEI, CEIC, EMEB, EMEBC
UNIDADE______________________________________COORDENADORA_________________________________________

ENTREGOU NA
DATA ASSINATU
TURMA PROF/TDI OBSERVAÇÕES
COMBINADA RA
SIM NÃO
 JARDIM II  MARIA APARECIDA X  A estrutura está de acordo com as
MATUTINO orientações, seguindo as considerações do
orientativo e faz orientações tanto para a
família e para as crianças.
     
     
     
     
     

     
No campo observações, tratar os seguintes tópicos: 1- A estrutura é coerente com as orientações? 2- O planejamento traz
sugestões do Orientativo? O planejamento prevê orientações para as crianças e família?

81

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