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PRÁTICAS

PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

PASSO A PASSO PARA DESENVOLVER AS


HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS NAS ESCOLAS

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO,


CULTURA E ESPORTES

GLADSON DE LIMA CAMELI


Governador do Estado do Acre

WHERLES FERNANDES DA ROCHA


Vice-Governador do Estado do Acre

MARIA DO SOCORRO NERI M. DE SOUZA


Secretária de Estado de Educação, Cultura e Esportes

GLEICICLEIA GONÇALVES DE SOUZA


Diretora de Ensino

ALDINO SCHATTAT
Chefe do Departamento de Educação Básica

DANIELLY FRANCO DE MATOS


Chefe da Divisão de Ensino Médio

EQUIPE DO NÚCLEO DE ENSINO MÉDIO


EM TEMPO INTEGRAL

ELISA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE


Coordenadora Geral do NEMTI

MARIA ELIANA LIMA RODRIGUES


Especialista em Gestão

CLÁUDIA MARIA VALENTE DA COSTA


Especialista em Infraestutura

SORAYA DO NASCIMENTO ALVES


Especialista Pedagógica

JOSELAINE DE OLIVEIRA GUIMARÃES


KEULLY MARIA DA COSTA BELARMINO
MARIA ELENIR LIMA RODRIGUES FARIAS
QUEILA BATISTA DOS SANTOS
Assessoras Pedagógicas

COLABORAÇÃO

SEDUC – Alagoas

SEED - Amapá

SEECT - Paraíba

SEE - Pernambuco

SEDUC – Rondônia

SEDUC – Sergipe

SEDUC - Tocantins
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

APRESENTAÇÃO
Olá, Educador!

O Caderno de Práticas Pedagógicas em Educação Socioemocional traz um pas-


so a passo para desenvolver as habilidades socioemocionais nas escolas, a partir
das mudanças da BNCC, que englobam a dimensão socioemocional, além dos
aspectos cognitivos, trazendo sugestões para o trabalho educativo que possi-
bilitam a compreensão das emoções e sentimentos pelos indivíduos, de forma
responsável, colaborativa e respeitosa.

Este material oportuniza o aprofundamento sobre o que é a educação socioemo-


cional a partir de estratégias pedagógicas, somadas a Matriz Curricular Socioe-
mocional do Ensino Médio em Tempo Integral e das Diretrizes Pedagógicas, que
tratam do planejamento, aplicação e avaliação das aulas, com base nos subsídios
metodológicos oferecidos, objetivando garantir aprendizagens significativas e
transformadoras, de forma sistematizada, progressiva e significativa.

Nesse sentido, traz exemplos de planos de aula como suporte para os professo-
res elaborarem seus planejamentos, levando em consideração o contexto local e
regional, às 10 competências da BNCC e os pilares da educação para a garantia
do desenvolvimento multidimensional do ser humano, apresentando, também,
uma discussão sobre a importância da formação dos professores e sobre a ne-
cessidade de um ambiente escolar acolhedor de aprendizagem, por meio do
acrônimo “SAFE” (seguro, em inglês) com intervenções Sequenciais, Ativas, Fo-
cadas e Explícitas.

Desse modo, apresenta 4 (quatro) passos cíclicos essenciais, conhecidos como


PDCA, que permeiam as ações pedagógicas e de gestão desenvolvidas no am-
biente escolar – planejar, aplicar, avaliar, corrigir e ajustar, uma vez que fazem
parte da rotina das Escolas Integrais. Ressalta as habilidades a serem desenvolvi-
das, a partir da BNCC, dentro da Formação Geral Básica (FGB) ou das trilhas de
Aprofundamento, por meio das Eletivas ou em aulas de Projeto de Vida (PV), por
exemplo, além das habilidades da Matriz Curricular Socioemocional do Ensino
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

Médio em Tempo Integral (EMTI), nas dimensões autoconhecimento e autorre-


gulação, participação social e habilidades de relacionamento, tomada de decisão
responsável, organizadas a partir de objetivos, parâmetros, habilidades e descri-
tores, bem como apresentando práticas socioemocionais e cognitivas, de forma
sistematizada e intencional.

Além disso, ressalta que as habilidades deverão ser definidas, no início do ano
letivo, de acordo com o contexto e as especificidades, a partir do Projeto Políti-
co Pedagógico (PPP) e do Plano de Ação da escola, em conjunto com a equipe
pedagógica, através de uma forma espiralada, estratégia pedagógica que pro-
põe que um assunto seja revisitado pelo estudante ao longo de sua vida escolar,
verificando as habilidades e o papel do educador no processo de aprendizagem
de modo que os estudantes encontrem respostas e reflitam sobre suas vidas e
seu papel na sociedade.

Nesse contexto, trata em relação a estrutura das aulas possibilitando reflexões


e conexões entre as vivências dos estudantes, através de registros, avaliações,
práticas ativas, ressaltando a necessidade de pensar em habilidades socioemo-
cionais que mais se encaixem com os componentes curriculares pelos quais são
responsáveis, promovendo um clima acolhedor de aprendizagem, que incentive
à reflexão, expressão de sentimentos e possibilidades que possam transformar
as relações e as pessoas.

O material traz alguns instrumentos para apoiar os professores no trabalho com


a Matriz Socioemocional EMTI, apresentando modelos de planos de aula por di-
mensão, considerando os aspectos culturais e contextuais, um exemplo de Auto-
avaliação por rubrica dividida em quatro diferentes níveis, podendo ser corrigida
e ajustada pelos professores, coordenadores e equipe pedagógica e, ainda, um
exemplo de Plano de Ação para ajustes e implementação.

Por fim, espera-se que este caderno possa trazer o suporte necessário para esti-
mular e desenvolver as competências socioemocionais.

Bom estudo!
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PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

ÍNDICE
INTRODUÇÃO 6

CONCEITOS FUNDAMENTAIS PARA A EDUCAÇÃO SOCIOEMOCIONAL 8

IMPLEMENTAR A EDUCAÇÃO SOCIOEMOCIONAL NA ESCOLA 13

Passo 1
PLANEJAR O CURSO 13

CONSULTE A MATRIZ 13

DEFINA AS HABILIDADES A SEREM TRABALHADAS 15

Passo 1 .2
PLANEJAR AS AULAS 19

ENTENDA O SEU PAPEL DE EDUCADOR 20

Passo 2
APLICAR AS AULAS 37

Passo 3
AVALIAR AS AULAS 39

AUTOAVALIAÇÃO POR RUBRICAS 40

Passo 4
CORRIGIR E AJUSTAR 42

EXEMPLOS DE AULAS 42

REFERÊNCIAS 60

ANEXO 1 62
ANEXO 2 63
ANEXO 3 64
ANEXO 4 65
ANEXO 5 66
ANEXO 6 67
ANEXO 7 68

5
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

INTRODUÇÃO
Promover uma educação, que possibilite a formação e o desenvolvimento
integral dos estudantes, preparando-os para enfrentar os novos desafios
impostos pela sociedade contemporânea, é imperativo para educadores
ao redor do mundo. No Brasil, esse compromisso se manifestou mais re-
centemente nas mudanças apresentadas pela Base Nacional Comum Cur-
ricular (BNCC).

De acordo com o que consta na BNCC, a todos(as) os(as) estudantes do


país deve ser assegurado o desenvolvimento de competências que englo-
bam não apenas os aspectos cognitivos já tradicionalmente contempla-
dos na escola, mas também a dimensão socioemocional, de modo a dar
condições para que os indivíduos possam compreender suas emoções e
sentimentos, atuar com discernimento e responsabilidade na sociedade,
respeitar e reconhecer o valor das diferenças, trabalhar de forma colabo-
rativa etc.

Porém, dado que esse novo paradigma representa uma novidade para a
grande maioria dos educadores, tornam-se fundamentais ações que lhes
permitam compreender o que, de fato, é a educação socioemocional e
que estratégias pedagógicas podem ser praticadas com vistas a desen-
volvê-la.

Tendo isso em foco, este material, que se soma à Matriz Curricular Socioe-
mocional de Ensino Médio em Tempo Integral e às Diretrizes Pedagógicas,
tem como objetivo contribuir para que os educadores possam planejar,
aplicar e avaliar aulas voltadas ao desenvolvimento das habilidades so-
cioemocionais, fornecendo subsídios metodológicos que deem a eles se-
gurança e consistência para promoverem experiências de aprendizagem
significativas e transformadoras.

Para tanto, inicia-se com uma apresentação, de maneira simples e direta,


dos principais conceitos referentes à educação socioemocional, as prin-
6
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

cipais abordagens para sua promoção e os componentes essenciais para


garantir que ela seja implementada de maneira bem sucedida. Em seguida,
apresenta-se um passo a passo que visa abordar, etapa por etapa, o traba-
lho que culmina no desenvolvimento das habilidades socioemocionais na
sala de aula. Por fim, são apresentados exemplos concretos de planos de
aulas com objetivo de servir como ponto de partida e de referência para
os educadores criarem suas próprias aulas, a partir das especificidades de
seus contextos e territórios.

Espera-se, dessa forma, potencializar o trabalho docente a partir das ha-


bilidades propostas pela Matriz Curricular Socioemocional EMTI, visando:
a) atender às dez competências gerais elencadas pela BNCC, sobretu-
do as competências 6, 8, 9, 10 (que tratam, respectivamente, dos temas
Trabalho e Projeto de Vida, Autoconhecimento e Autocuidado, Empatia e
Cooperação e Responsabilidade e Cidadania); b) dar mais sentido ao que
se aprende na escola; e c) colaborar para o desenvolvimento pleno das
singularidades e diversidades de nossos estudantes.

7
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

CONCEITOS FUNDAMENTAIS PARA


A EDUCAÇÃO SOCIOEMOCIONAL
Tornar a aprendizagem socioemocional uma realidade na escola demanda um
conjunto de ações coordenadas, bem como a mobilização de diferentes atores.
A fim de que esse trabalho ocorra de modo sistemático e eficaz, o primeiro passo
é garantir que todos tenham clareza sobre os principais conceitos 1 da área. A se-
guir, apresentam-se aqueles que dizem respeito diretamente à implementação:

O que é aprendizagem socioemocional?

Trata-se do “processo a partir do qual um indivíduo, jovem ou adulto, adquire e


efetivamente aplica os conhecimentos, habilidades e atitudes para desenvolver
identidades saudáveis, entender e gerenciar emoções, definir e alcançar metas
individuais e coletivas, sentir e demonstrar empatia por outras pessoas, estabe-
lecer e manter relacionamentos positivos e tomar decisões cuidadosas e respon-
sáveis”.

Essa definição é a base para o quadro teórico que sustenta a Matriz Curricular
Socioemocional de Ensino Médio em Tempo Integral, a qual se divide em três
grandes dimensões, como mostra o esquema na próxima página:

1 O referencial teórico no qual se apoiam as discussões apresentadas nesta parte é o CASEL (The Collabora-
tive for Academic, Social, and Emotional Learning), uma organização internacional sem fins lucrativos, com
sede em Chicago (EUA) e referência mundial na área.

8
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

ESQUEMA

Percepção Social e
Autoconhe- Habilidades de
cimento e Relacionamento
Autorregulação

Tomada de Decisão
Responsável

A APRENDIZAGEM SOCIOEMOCIONAL ENVOLVE:


• desenvolver identidades saudáveis;
• entender e gerenciar emoções;
• estabelecer e alcançar metas individuais e coletivas;
• sentir e demonstrar empatia por outras pessoas;
• estabelecer e manter relacionamentos positivos;
• tomar decisões cuidadosas e responsáveis.

As dimensões socioemocionais organizam as habilidades socioemocionais, que,


por sua vez, devem compor os objetivos de aprendizagens das aulas, conforme
será discutido mais adiante.

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PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

Como os estudantes desenvolvem suas habilidades


socioemocionais nas escolas?

Há quatro grandes abordagens que proporcionam o desenvolvimento das habi-


lidades socioemocionais por parte dos estudantes. São elas:

As formações voltadas ao desenvolvimento das habilidades so-


cioemocionais dos próprios educadores melhoram sua saúde
emocional e o relacionamento com seus estudantes, qualificam
FORMAÇÃO DE
sua compreensão dos temas centrais (o que ajuda a descons-
PROFESSORES
truir preconceitos pouco saudáveis no ambiente escolar), além
de contribuir para que eles se tornem referências positivas para
seus alunos.

As aulas diretas são aquelas destinadas especificamente ao desen-


volvimento de uma ou mais habilidades socioemocionais. Ideal-
AULAS DIRETAS mente, elas não devem acontecer de maneira isolada, mas integrar
o currículo escolar, a partir de um planejamento semestral/anual
em alinhamento aos valores e à missão da escola.

Aulas direcionadas à conexão curricular (também conhecidas


como aulas com duplo foco) constituem aquelas que desenvol-
CONEXÃO
vem intencional e simultaneamente tanto as habilidades perten-
CURRICULAR
centes aos componentes curriculares tradicionais quanto habili-
dades socioemocionais.

Um ambiente acolhedor de aprendizagem, construído por


AMBIENTE meio de ações que promovam uma sensação de pertencimento
ACOLHEDOR DE e bem-estar escolar (como espaços de escuta para todos os
APRENDIZAGEM membros da comunidade escolar ou projetos em que eles pos-
(CLIMA sam interagir), promove o desenvolvimento da dimensão socio-
ESCOLAR) emocional - além de melhorar o desempenho acadêmico dos
estudantes.

É preciso lembrar que as abordagens não devem ser responsabilidade apenas


dos professores de uma instituição escolar. Cabe à equipe gestora acompanhar
e apoiar o processo, criando espaços de planejamento, compartilhamento de
práticas entre pares, formações continuadas etc.
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PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

O que as intervenções voltadas ao desenvolvimento das habilidades


socioemocionais dos estudantes precisam ter para serem bem suce-
didas?

Alguns atributos podem assegurar a qualidade da promoção da aprendizagem


socioemocional, servindo como referência para pessoas que serão responsáveis
por sua implementação. Durlak et. al. (2011) falam sobre determinadas condi-
ções para pensar o desenvolvimento socioemocional por vias pedagógicas de
maneira bem sucedida, ressaltando a importância da utilização das metodolo-
gias ativas e de vivências concretas como forma de garantir o protagonismo e
o engajamento dos estudantes. Os autores supracitados, apoiando-se na litera-
tura científica e em estudos realizados, afirmam que o desenvolvimento socioe-
mocional gera melhores resultados quando trabalhado pelo professor de forma
intencional, sequencial/estruturada, ativa e explícita, de maneira articulada e in-
tegrada ao currículo, constatando ainda a importância de trabalhar no máximo
com duas competências por vez, de modo que haja tempo adequado para sua
vivência, reflexão e incorporação.

Tendo isso em vista, é apresentada a seguir a definição de cada um dos compo-


nentes necessários a serem garantidos para o desenvolvimento de um trabalho
mais significativo. Com o objetivo de facilitar sua memorização, eles podem ser
apresentados na forma do acrônimo “SAFE” (que significa “seguro/a”, em in-
glês) e indicam que as intervenções socioemocionais devem ser Sequenciais,
Ativas, Focadas e Explícitas, conforme tabela na próxima página.

Para acessar uma discussão mais


ampla sobre os conteúdos acima,
consulte as Diretrizes Pedagógicas
- Matriz Socioemocional,
disponibilizada por sua rede.

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PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

TABELA OU ICONOGRAFIA COM O ACRÔNIMO

Apresenta um percurso com etapas conectadas e coordenadas. A


Matriz Curricular Socioemocional EMTI, ao propor uma organização
S SEQUENCIAL
para as habilidades socioemocionais e permitir que elas possam ser
distribuídas de maneira progressiva, atende a esse atributo.

Promove atividades que envolvem a leitura, escrita e discussão de


problemas, dando aos estudantes a possibilidade de que eles parti-
cipem de sua resolução, abordando também tarefas mais complexas,
A ATIVA
como analisar, sintetizar e avaliar.
Em linhas gerais, envolvem os estudantes na execução de ações e na
reflexão sobre o que estão fazendo, de modo contínuo.

Dedica tempo e atenção para o desenvolvimento de habilidades so-


cioemocionais. O que pode ser feito por meio de duas ações: a) for-
mação de um time responsável, que é um grupo de educadores que
assumirá o papel de definir habilidades a serem trabalhadas no bi-
F FOCADA mestre/trimestre, aprofundar conhecimentos teóricos e práticos da
equipe na área, planejar, aplicar e acompanhar planos de aula; e b)
elaboração de um plano de implementação, o qual consiste em um
cronograma de trabalho que oriente as intervenções socioemocionais
da escola em um bimestre/trimestre.

Estabelece as habilidades socioemocionais como meta, e compartilha


essa informação com os estudantes, educadores, pais e demais mem-
bros da comunidade. É fundamental que o professor coparticipe os
objetivos de aprendizagem e as competências socioemocionais que
E EXPLÍCITA
serão trabalhadas durante a aula, deixando claro em que momento
estarão sendo mais mobilizadas, com o intuito de trabalhar e estimu-
lar a autopercepção e a autorregulação das aprendizagens por parte
dos estudantes.

12
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

IMPLEMENTAR A EDUCAÇÃO SOCIOEMOCIONAL


NA ESCOLA
Uma vez compreendidos os principais conceitos que permeiam a educação so-
cioemocional, faz-se necessário organizar o trabalho inicial de implementação
com a Matriz Curricular Socioemocional EMTI. Para isso, propomos 4 passos cí-
clicos essenciais: 1) Planejar, 2) Aplicar, 3) Avaliar e 4) Corrigir e Ajustar.

Vale ressaltar que, por conta do escopo deste material, o foco estará sobre as
abordagens Aulas Diretas e Conexão Curricular.

1. Planejar 2. Aplicar

IMPLEMENTAÇÃO

SEL
4. Corrigir e 3. Avaliar
Ajustar

PASSO 1
PLANEJAR O CURSO
Responsável(eis): Coordenador Pedagógico, Professor
Coordenador de Área e Professor

Planejar é uma etapa imprescindível para garantir que os resultados pretendidos


sejam alcançados, além de garantir que as ações aconteçam de modo organiza-
do. Durante o planejamento, abre-se espaço também para que sejam considera-
das as condições específicas de cada contexto, o que permite que se encontrem
soluções alternativas.

A seguir, apresentamos uma sequência de ações que podem orientar essa etapa:

• CONSULTE A MATRIZ
A Matriz Curricular Socioemocional de Ensino Médio em Tempo Integral
tem como uma de suas finalidades principais a promoção de uma apren-
13
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

dizagem socioemocional sistematizada e progressiva, que garanta o de-


senvolvimento significativo de conhecimentos, habilidades e atitudes que
compõem as competências das três dimensões: a) Autoconhecimento e
Autorregulação; b) Percepção Social e Habilidades de Relacionamento e
c) Tomada de Decisão Responsável.

Para tanto, sua estrutura teórica se organiza a partir de objetivos, parâmetros,


habilidades e descritores:

OBJETIVOS: os objetivos PARÂMETROS: OS DESCRITORES: os


são afirmativas amplas que os parâmetros de descritores são ainda mais
organizam os conteúdos e as aprendizagem são mais específicos, constituem
habilidades contempladas pela específicos que os objetivos, um detalhamento de uma
aprendizagem socioemocional. apresentando habilidade (em termos de grau
Eles partem das competências os conhecimentos que de complexidade), estando,
a serem desenvolvidas, e, assim os alunos devem ter portanto, associados a um
como na BNCC, apresentam, e as habilidades que conteúdo que o estudante deve
em linhas gerais, as habilidades, devem dominar. dominar em uma determinada
conhecimentos, atitudes e etapa escolar. Eles são
valores a serem perseguidos. expressos de tal modo que
permitam a mensuração por
meio de aspectos que podem
ser observados.

Objetivos Parâmetros Habilidades Descritores

HABILIDADES: as habilidades são mais


específicas que os parâmetros e indicam
o que educadores e alunos devem perseguir
em suas experiências de aprendizagem. ex. AA1EMH1 - Analisar como pensamentos
e emoções afetam a tomada de decisões e o
ESSE É O SEU FOCO PRINCIPAL: desenvolver
comportamento.
as habilidades em sala de aula.
Elas, assim como na BNCC, expressam
as aprendizagens essenciais, apresentando VERBO - Verbo(s) que explicita(m) o(s)
as práticas socioemocionais e cognitivas processo(s) cognitivo(s) envolvido(s) na
a serem desenvolvidas e se relacionando habilidade.
com diferentes objetos de conhecimento. COMPLEMENTO - Complemento do(s) verbo(s),
que explicita o(s) objeto(s) de conhecimento
As habilidades são escritas dentro do mesmo
mobilizado(s) na habilidade.
conceito das habilidades da BNCC:
MODIFICADOR - Modificadores do(s)
verbo(s) ou do complemento do(s) verbo(s),
que explicitam o contexto e/ou uma maior
especificação da aprendizagem esperada.
14
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

• DEFINA AS HABILIDADES A SEREM TRABALHADAS


Cada escola, em razão de estar inserida em um determinado contexto,
deve escolher as habilidades segundo suas especificidades, como as dis-
posições anunciadas em seu Projeto Político-Pedagógico, o perfil de es-
tudante que deseja formar, as potencialidades de sua equipe de educa-
dores etc.
Porém, a recomendação geral é de que Para acessar uma discussão mais
as habilidades sejam escolhidas conjun- ampla sobre os conteúdos acima,
consulte as Diretrizes Pedagógicas
tamente com a equipe pedagógica es- - Matriz Socioemocional,
colar no início do ano letivo, de modo a disponibilizada por sua rede.
estabelecer quais delas serão desenvol-
vidas na forma de Conexão Curricular,
ou seja, combinadas com as habilidades trabalhadas com outros compo-
nentes curriculares, dentro da Formação Geral Básica ou nas Trilhas de
Aprofundamento, e quais delas assumirão a forma de Aulas Diretas, isto
é, destinadas apenas ao desenvolvimento da aprendizagem socioemo-
cional focada, em possíveis Eletivas criadas ou em aulas de Projeto de
Vida que se baseiem nas habilidades da Matriz Curricular Socioemocio-
nal EMTI.

Conexão
Curricular

Formação Trilhas de
Básica Aprofundamento

Aulas
Diretas

Projeto
Eletivas
de Vida

Uma forma de organizar as habilidades para os três anos do ensino médio


é partir da divisão delas em cada um dos parâmetros, conforme apresen-
tado no esquema a seguir. Assim, as duas primeiras habilidades de cada
parâmetro seriam desenvolvidas no 1º ano, a segunda e terceira no 2º ano
(repetindo-se a segunda habilidade nesse ano) e a terceira e a quarta
15
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

habilidades no 3º ano (repetindo-se, desse modo, a terceira habilidade


nesse último ano). Com essa proposta, reforça-se a aprendizagem espi-
ralada, dando aos estudantes a chance de recuperarem e expandirem o
que aprenderam no ano anterior.

Parâmetro AA1: Identificar e gerenciar emoções e comportamentos.

Analisar como pensamentos e emoções


1º AA1EMH1 afetam a tomada de decisões e o compor-
tamento.

Elicitar maneiras de desenvolver atitudes


1º 2º AA1EMH2
positivas.

Avaliar como expressar emoções afeta os


2º 3º AA1EMH3
outros em diferentes situações.

Avaliar de que modo atitudes mais positi-


3º AA1EMH4
vas influenciam os outros.

Nesse modelo de planejamento, habilidades de todos os parâmetros são


trabalhadas ao longo de cada ano do ensino médio.

Outra possibilidade de organização das habilidades é estabelecê-las na


forma de Eletivas, em uma implementação gradual e de forma mais es-
pecífica para cada uma das dimensões, como, por exemplo, dividindo
os parâmetros por ano e escolhendo as habilidades que contemplem os
temas escolhidos:
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PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

AUTOCONHECIMENTO E AUTORREGULAÇÃO

CÓDIGO DO EXEMPLOS DE NOMES DE


ANO DESCRIÇÃO DO PARÂMETRO
PARÂMETRO ELETIVAS

Identificar e Equilíbrio emocional /


1º ano AA1 gerenciar emoções e Integração emocional /
comportamentos. Calma

Reconhecer qualidades Minha Identidade /


2º ano AA2
pessoais e ajuda externa. Conhecer a si

Demonstrar habilidades
relacionadas à realização Autorrealização / Tecer
3º ano AA3
de metas pessoais e sonhos
acadêmicas.

PERCEPÇÃO SOCIAL E HABILIDADES DE RELACIONAMENTO

CÓDIGO DO EXEMPLOS DE NOMES DE


ANO DESCRIÇÃO DO PARÂMETRO
PARÂMETRO ELETIVAS

• Reconhecer os
sentimentos e as
perspectivas dos outros. Eu e o outro / Identidade
1º ano PH1 +PH2
• Reconhecer e Alteridade
individualmente e no grupo
semelhanças e diferenças.
• Reconhecer
individualmente e no grupo
semelhanças e diferenças.
Diálogos sobre
2º ano PH2 +PH3 • Usar comunicação e diversidade
habilidades sociais para
interagir melhor com os
outros.
• Usar comunicação e
habilidades sociais para
interagir melhor com os
outros.
3º ano PH3 +PH4 Transformando conflitos
• Prevenir, gerenciar e
resolver problemas e
conflitos interpessoais de
maneira construtiva.
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PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

TOMADA DE DECISÃO RESPONSÁVEL

CÓDIGO DO EXEMPLOS DE NOMES DE


ANO DESCRIÇÃO DO PARÂMETRO
PARÂMETRO ELETIVAS

TD1 Considerar fatores éticos,


de segurança e sociais na
tomada de decisões.
+
Aplicar tomada de decisão Bem-estar na escola/
1º, 2º e 3º TD2 responsável diariamente Roda Viva escolar /
ano em situações sociais e Grêmio Estudantil /
acadêmicas. Líderes do futuro

+ Contribuir para o bem-


estar da escola e da
TD3 comunidade.

Na Formação Geral Básica e nas Trilhas de Aprofundamento, os educadores po-


derão analisar quais habilidades socioemocionais mais combinam com os conte-
údos dos componentes curriculares pelos quais são responsáveis Nesse modelo,
a conexão curricular necessita que seja definida a quantidade de habilidades
socioemocionais que serão trabalhadas e com que frequência elas serão exerci-
tadas .

Exemplo:

FREQUÊNCIA ESPECIFICAÇÃO DA DECISÃO DA EQUIPE PEDAGÓGICA

1 dia a cada duas Todas as aulas com conexão curricular com a habilidades x
semanas ey

Cada mês um
Conexão curricular com as habilidades do 1º parâmetro da
professor dedica
dimensão 1, 2 ou 3.
4 aulas para

A escolha de habilidades pode ainda ser realizada de maneira livre e autônoma, de


acordo com a avaliação da equipe pedagógica, considerando a pertinência e ne-
cessidade de desenvolvimento das habilidades em questão, além da quantidade de
18
aulas disponíveis na grade horária, do nível de formação e interesse dos educado-
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

res e assim por diante. A intencionalidade e a sistematização do desenvolvimento


dessas habilidades é o mais relevante, em um primeiro momento, para a imple-
mentação de ações para a promoção da aprendizagem socioemocional.

Exemplo:

FREQUÊNCIA 1º SEMESTRE 2º SEMESTRE

Habilidades a 6 habilidades (3 aulas


4 habilidades (2 aulas diretas
serem trabalhadas diretas e 3 conexões
e 2 conexões curriculares)
- DIMENSÃO 1 curriculares)

Habilidades a 5 habilidades (3 aulas


3 habilidades (2 aulas diretas
serem trabalhadas diretas e 2 conexões
e 1 conexão curricular)
- DIMENSÃO 2 curriculares)

Habilidades a 4 habilidades (2 aulas


2 habilidades (2 aulas diretas
serem trabalhadas diretas e 2 conexões
ou 2 conexões curriculares)
- DIMENSÃO 3 curriculares)

PASSO 1.2
PLANEJAR AS AULAS
Responsável(eis) Professor Coordenador de Área e Professores

Ainda dentro do passo de planejamento está o tempo que deve ser dedicado
para o delineamento das aulas com vistas a desenvolver as habilidades socioe-
mocionais definidas para o período letivo.

Recomenda-se que a elaboração das aulas ocorra de forma colaborativa. Assim,


a equipe gestora deve organizar reuniões em que os professores possam com-
partilhar referências e criar ideias novas.

Além disso, é extremamente importante que o planejamento incorpore as espe-


cificidades tanto da turma quanto da escola e do contexto mais amplo no qual
os estudantes, a quem as aulas serão direcionadas, estão inseridos.
19
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

Antes de começar a elaborar o curso , é extremamente importante que o profes-


sor tenha passado por um processo formativo que lhe possa ter fornecido subsí-
dios e informações essenciais sobre a prática pedagógica com a aprendizagem
socioemocional. Abaixo, listamos alguns pontos importantes nesse processo

• ENTENDA O SEU PAPEL DE EDUCADOR

Não se trata de terapia


• As aulas socioemocionais muitas vezes tocam em assuntos que dizem res-
peito à vida pessoal dos estudantes. Elas demandam um cuidado extra em
relação a como as conduzimos. É importante entender que, como uma fi-
gura de autoridade, podemos acolher os alunos em situações em que fica-
rem emocionados. Porém, se as questões que emergirem forem de cunho
psicológico, devemos direcioná-los aos profissionais especializados.

Facilitador da aprendizagem
• Mais do que nunca, o protagonismo estudantil se faz essencial. Para pro-
mover as habilidades socioemocionais, devemos facilitar as dinâmicas e
discussões, evitando assumir o papel de quem aponta os caminhos que
os estudantes devem seguir ou diz o que é certo e errado de se fazer.
Nosso papel principal é criar um espaço e um clima apropriado para
que os próprios estudantes encontrem suas respostas e reflitam sobre
suas vidas e ações em sociedade. Assim, procure facilitar o aprendizado
deles por meio de perguntas abertas2 e da promoção de debates que
estimulem o pensamento crítico da turma.

Compreenda os momentos da aula


• Para um melhor aproveitamento do tempo da aula, sugerimos que ela se
divida em três momentos: Introdução, Desenvolvimento e Reflexão.
• Na INTRODUÇÃO, utilize atividades que convidem os estudantes a tra-
zerem seus conhecimentos prévios, bem como faça a sensibilização ne-
cessária para o desenvolvimento da habilidade e estimule a curiosidade
acerca do que será trabalhado.

2 Veja a explicação do que são perguntas abertas no Passo 2 no ítem “pergunte para formar”.
20
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

• Na etapa de DESENVOLVIMENTO, aprofunde-se na habilidade em ques-


tão, promovendo o espaço e o tempo para que os estudantes a desen-
volvam por meio de atividades ativas.
• Por fim, na REFLEXÃO, permita que os estudantes façam as conexões
do que foi visto com a vida pessoal deles, em discussões com a turma
ou em pares, avaliações, autoavaliações ou registros.

Escolha práticas ativas


• Como já mencionado , as práticas ativas são fundamentais para a pro-
moção das habilidades socioemocionais de maneira bem sucedida. Para
facilitar a preparação, organizamos uma lista de atividades que podem
ajudá-los, com breves descrições de como aplicá-las.

ICONOGRAFIA COM OS TÍTULOS DAS PRÁTICAS:

Roda de Tempestade Dramatização Estudo de Entrevista (com


Conversa de Ideias caso especialista)

Embaixador e Debate Diz com giz Pensar, Júri simulado


Embaixadora juntar e
compartilhar

Carrossel Reflete, Momento Ahá O que está Web quest


registra e faltando?
retoma
21
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

RODA DE CONVERSA
( ) individual ( ) pares (X) grupos (X) turma

O QUE É?

A ‘’Roda de Conversa’’ é uma prática para abordar diferentes assuntos com os


estudantes de maneira mais interativa, dando-lhes oportunidades de falar e de
serem escutados, promovendo, assim, trocas significativas.

EM QUE SITUAÇÃO USAR?

• Levantar conhecimentos prévios;


• Despertar o interesse e a motivação dos estudantes;
• Sensibilizar a turma sobre a relevância pessoal de um determinado assunto/
tema;
• Construir um clima de segurança e confiança que torne os estudantes mais
abertos para uma vivência;
• Promover o compartilhamento de diferentes opiniões e perspectivas sobre um
determinado assunto/tema;
• Gerar ideias novas;
• Conectar assuntos/temas tratados na aula com experiências pessoais.

COMO CONDUZIR?
1. Faça uma roda de cadeiras ou permita que os estudantes se sentem em círculo
no chão;
2. Introduza o tema a ser discutido, permitindo que os estudantes façam contri-
buições a partir de seus conhecimentos e histórias pessoais;
3. Faça perguntas para instigar a participação dos estudantes e dê-lhes tempo
para pensar e compartilhar;
4. Permita que os estudantes se expressem sem seguir a ordem da roda;
5. Promova a mediação da roda de conversa de maneira que a discussão se man-
tenha relacionada ao assunto trabalhado.
DICAS:

• Os estudantes podem se sentir envergonhados, ou ainda não terem opiniões


formadas sobre o assunto discutido, por isso, é importante que você compreen-
da que possíveis momentos de silêncio fazem parte da construção do conheci-
mento. Nestes momentos, tente instigar a participação dos estudantes, trazen-
do exemplos próximos à realidade da turma.
• Procure não interromper a fala de ninguém, mas demonstre com um gesto que
o tempo de fala está acabando, se for o caso.

22
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

TEMPESTADE DE IDEIAS
(X) individual (X) pares (X) grupos (X) turma

O QUE É?

A ‘’Tempestade de Ideias’’ é uma prática de livre associação na qual o professor


apresenta sucintamente o tema a ser trabalhado para os alunos, e, em seguida,
pede para que eles façam as contribuições com base em conhecimentos prévios
ou ideias relacionadas ao tema.

EM QUE SITUAÇÃO USAR?

• Levantar conhecimentos prévios;


• Investigar um novo assunto/tema;
• Criar soluções para um problema;
• Gerar ideias novas.

COMO CONDUZIR?

1. Apresente brevemente aos estudantes o tema a ser trabalhado;


2. Explique aos estudantes que nessa prática eles deverão trazer primeiras ideias
ou conhecimentos prévios que têm acerca do tema proposto;
3. Peça para que os estudantes façam suas contribuições sem questioná-las nes-
se momento;
4. Reforce que, para surgirem boas ideias, é preciso criar um clima de não-julga-
mento, permitindo que qualquer tipo de ideia apareça sem ser vetada ou motivo
de zoação;
5. Oriente-os a anotar todas as contribuições na lousa ou na folha de atividade;
6. Após o final da prática, peça para que retomem as ideias ou conhecimentos
prévios que foram escritos e proponha uma análise mais criteriosa junto com
eles, estabelecendo critérios.

DICAS:

• Considere pedir para que os estudantes escolham os temas para serem objetos
de investigação na tempestade de ideias.

23
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

DRAMATIZAÇÃO
( ) individual ( ) pares (X) grupos ( ) turma

O QUE É?

A ‘’Dramatização’’ é uma prática na qual os estudantes devem interpretar perso-


nagens e construir cenas para representar determinado assunto.

EM QUE SITUAÇÃO USAR?

• Investigar um novo assunto/tema;


• Possibilitar espaços para a expressão artística dos estudantes;
• Aprofundar conhecimentos já adquiridos sobre um dado assunto/tema;
• Conectar assuntos/temas tratados na aula com experiências pessoais. Como
conduzir?

COMO CONDUZIR?

1. Explique aos estudantes a proposta da atividade de dramatização, expondo


o tema sobre o qual deverão interpretar;
2. Divida-os em grupos e, se possível, forneça espaços e objetos para compor
as cenas;
3. Oriente-os a discutir com seus grupos e a criar personagens e roteiros que
sejam relacionados ao tema;
4. Combine um dia para que as apresentações sejam feitas.

DICAS:

• Antes das apresentações, promova uma discussão sobre projeção de voz e


postura corporal de palco (você pode convidar um professor de artes para tra-
balhar esses aspectos);
• Instigue os estudantes a criar cenários e figurinos para auxiliar na drama-
tização.

24
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

ESTUDO DE CASO
( ) individual (X) pares (X) grupos ( ) turma

O QUE É?

O ‘’Estudo de Caso’’ é uma prática na qual os estudantes constroem conheci-


mento a partir da análise e investigação de uma situação específica.

EM QUE SITUAÇÃO USAR?

• Despertar o interesse e a motivação dos estudantes;


• Investigar um novo assunto/tema;
• Promover o compartilhamento de diferentes opiniões e perspectivas sobre um
determinado assunto/tema;
• Criar soluções para um problema;

COMO CONDUZIR?

• 1. Divida os estudantes em duplas ou grupos;


• 2. Distribua os casos ou situações que cada grupo deverá investigar;
• 3. Ofereça materiais que os estudantes poderão utilizar para fazer a análise do
caso (textos, informações específicas de cada caso, objetos, ferramentas etc);
• 4. Oriente-os a discutir sobre o caso, registrar e criar critérios para suas aná-
lises;
• 5. Peça para que os estudantes apresentem suas observações para a turma ao
final do estudo.

DICAS:

• Lembre-se de que nessa prática os estudantes devem ser os responsáveis por


investigar as situações, sendo o papel do professor somente oferecer as fontes
de consulta necessárias e o esclarecimento de dúvidas.

25
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

ENTREVISTA COM ESPECIALISTA


(X) individual ( ) pares ( ) grupos ( ) turma

O QUE É?

A ‘’Entrevista com Especialista’’ é uma prática na qual os estudantes devem pro-


curar uma pessoa com conhecimentos aprofundados sobre o tema a ser traba-
lhado e fazer seus próprios questionamentos para esclarecer suas perspectivas
e aprender novos assuntos.

EM QUE SITUAÇÃO USAR?

• Despertar o interesse e a motivação dos estudantes;


• Investigar um novo assunto/tema;
• Promover o compartilhamento de diferentes opiniões e perspectivas sobre um
determinado assunto/tema;
• Conectar assuntos/temas tratados na aula com experiências pessoais.

COMO CONDUZIR?

1. Apresente ou elicite o tema a ser trabalhado com os estudantes;


2. Oriente-os a procurar profissionais que atuam na área a ser trabalhada e a re-
alizar uma entrevista a partir de suas próprias dúvidas acerca do tema;
3. Promova a socialização das entrevistas ao final do projeto.

DICAS:

• Dê dicas de perguntas que os estudantes podem fazer aos profissionais ou


faça com que eles levantem os questionamentos a serem feitos na entrevista em
sala de aula.

26
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

EMBAIXADOR OU EMBAIXADORA
( ) individual ( ) pares (X) grupos ( ) turma

O QUE É?

‘’Embaixador ou Embaixadora’’ é uma prática na qual os estudantes, divididos


em grupos, devem pensar em soluções ou ideias para um problema proposto e,
em seguida, um integrante de cada grupo poderá sair e dialogar com os demais
grupos a fim de obter novas ideias.

EM QUE SITUAÇÃO USAR?

• Em que situação usar?


• Investigar um novo assunto/tema;
• Promover o compartilhamento de diferentes opiniões e perspectivas sobre um
determinado assunto/tema;
• Criar soluções para um problema;
• Gerar ideias novas.

COMO CONDUZIR?

1. Divida os estudantes em grupos de até 6 integrantes;


2. Apresente uma situação-problema para cada grupo e peça para que eles dis-
cutam entre si e proponham uma nova ideia ou resolução;
3. Em seguida, peça para que cada grupo escolha um integrante para ser o Em-
baixador ou Embaixadora, que será responsável por ir até os outros grupos, ou-
vir suas criações e resoluções e trazer novas ideias para a sua equipe. Os demais
integrantes deverão ficar responsáveis por continuar a desenvolver seus proje-
tos e explicar suas resoluções ou ideias para os embaixadores e embaixadoras
dos demais grupos;
4. Dê um tempo para que os estudantes rodem por todos os grupos;
5. Concluída a dinâmica, peça para que os embaixadores e embaixadoras retor-
nem aos seus grupos e compartilhem as ideias obtidas a partir das conversas
com as demais equipes. Espera-se que eles possam se apropriar dessas novas
ideias para melhorar suas próprias criações e resoluções.

DICAS:

• Considere utilizar a estrutura inversa de maneira que o embaixador ou embai-


xadora fique responsável por apresentar as ideias do próprio grupo, e os demais
integrantes saiam para conversar com os outros embaixadores e embaixadoras.
Nesse caso, dê antes mais tempo para que possam elaborar seus projetos antes
de visitarem as outras equipes.
27
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

DEBATE
( ) individual ( ) pares (X) grupos (X) turma

O QUE É?

O ‘’Debate’’ é uma prática na qual o professor traz um tema ou problemática que


deverá ser debatido com a turma.

EM QUE SITUAÇÃO USAR?

• Investigar um novo assunto/tema;


• Promover o compartilhamento de diferentes opiniões e perspectivas sobre um
determinado assunto/tema;
• Aprofundar conhecimentos já adquiridos sobre um dado assunto/tema;
• Criar soluções para um problema;
• Gerar ideias novas.

COMO CONDUZIR?

1. Traga um assunto polêmico ou uma problemática para os estudantes;


2. Divida a turma em dois grupos, que deverão assumir um posicionamento es-
pecífico “contra” ou “a favor” da questão;
3. Peça para que dois estudantes voluntários sejam os mediadores e façam a fa-
cilitação do debate, estabelecendo os tempos de fala e organizando perguntas
para cada uma das partes;
4. Dê tempo para que os grupos possam construir sua argumentação acerca da
questão problemática;
5. Promova o debate, esclarecendo dúvidas em relação à quantidade de réplicas
ou tréplicas e sobre as condutas esperadas, permitidas e proibidas;
6. Ao final, abra uma roda de conversa com toda a turma e questione os estu-
dantes acerca de como foi realizar a dinâmica, como se sentiram e o que pude-
ram aprender com ela.

DICAS:

Considere trocar os grupos de lado da questão problemática depois de um tem-


po, para que argumentem na posição oposta àquela que começaram.

28
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

DIZ COM GIZ


( ) individual ( ) pares ( ) grupos (X) turma

O QUE É?

‘’Diz com giz’’ é uma prática na qual os estudantes devem responder a uma per-
gunta ou listar os conhecimentos prévios ou ideias acerca de um determinado
tema apenas escrevendo-os.

EM QUE SITUAÇÃO USAR?

• Em que situação usar?


• Levantar conhecimentos prévios;
• Investigar um novo assunto/tema.

COMO CONDUZIR?

1. Escreva na lousa o tema que será trabalhado nessa aula ou alguma pergunta
sobre esse tema que deverá ser respondida pelos estudantes;
2. Peça para eles irem até a lousa e escreverem ideias, conhecimentos prévios ou
possíveis respostas para a questão. A ideia dessa prática é que os alunos expres-
sem seus conhecimentos apenas por meio da escrita ou do desenho;
3. Oriente a turma a fazer a atividade em silêncio, garantindo ainda que a lousa
não fique vazia e não acumule mais do que três estudantes por vez;
4. Após todos terem participado, faça uma reflexão colaborativa com os estu-
dantes sobre a atividade e sobre o resultado final.

DICAS:

Utilize gizes ou canetas coloridas e estilize a primeira palavra ou pergunta inicial,


exemplificando assim como a questão gráfica também pode comunicar muitas
coisas.

29
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

PENSAR, JUNTAR, COMPARTILHAR


( ) individual (X) pares ( ) grupos ( ) turma

O QUE É?

‘’Pensar, juntar, compartilhar’’ é uma prática na qual os estudantes refletem in-


dividualmente acerca de uma questão proposta pelo educador e, em seguida,
formam duplas para compartilhar e discutir suas ideias.

EM QUE SITUAÇÃO USAR?

• Investigar um novo assunto/tema;


• Promover o compartilhamento de diferentes opiniões e perspectivas sobre um
determinado assunto/tema;
• Gerar ideias novas;
• Conectar assuntos/temas tratados na aula com experiências pessoais;
• Promover a introspecção dos estudantes.

COMO CONDUZIR?

1. Apresente aos estudantes uma questão problemática e peça para que eles
reflitam individualmente sobre ela;
2. Em seguida, peça para que formem duplas e discutam entre si sobre a ques-
tão, de maneira que compartilhem e confrontem suas ideias;
3. Após a discussão em duplas, promova uma discussão com a turma inteira,
convidando alguns estudantes a compartilharem o que foi abordado entre as
duplas.

DICAS:

• Cuide do tempo para que ambas as partes tenham oportunidade de falar quan-
do estiverem em duplas;
• Na hora de socializar as respostas para a turma toda, esclareça que só será
possível ouvir alguns relatos.

30
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

JÚRI SIMULADO
( ) individual ( ) pares ( ) grupos (X) turma

O QUE É?

‘’O júri simulado’’ é uma prática na qual o professor apresenta uma situação-pro-
blema aos estudantes e estes, a partir do debate, argumentam e propõem um
veredito final em comum acordo.

EM QUE SITUAÇÃO USAR?

• Promover o compartilhamento de diferentes opiniões e perspectivas sobre um


determinado assunto/tema;

COMO CONDUZIR?

1. Apresente aos estudantes a situação-problema que será discutida;


2. Divida-os em 3 grupos: acusação, defesa e o júri;
3. Dê um tempo para que os grupos se reúnam e discutam suas argumentações;
4. Promova um cenário de tribunal e facilite o debate entre a acusação e a defe-
sa. O júri deverá assistí-lo;
5. Ao final do debate, o júri deverá ponderar ambas argumentações e discuti-las
a fim de obter uma decisão final em consenso absoluto.

DICAS:

• Promova o intermédio do debate, limitando os tempos de fala de cada parte.

31
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

CARROSSEL
( ) individual ( ) pares (X) grupos ( ) turma

O QUE É?

O ‘’Carrossel’’ é uma prática na qual os estudantes são divididos em grupos e


a aula ocorre por meio de estações que se utilizam de diferentes categorias de
aprendizado.

EM QUE SITUAÇÃO USAR?

• Despertar o interesse e a motivação dos estudantes;


• Investigar um novo assunto/tema;
• Aprofundar conhecimentos já adquiridos sobre um dado assunto/tema.

COMO CONDUZIR?

1. Para a condução dessa aula, você deverá preparar previamente as estações de


trabalho de maneira que cada estação trabalhe uma categoria de aprendizado
diferente;
2. Divida a turma em grupos e encaminhe cada equipe para uma das estações;
3. Oriente o que cada grupo deverá realizar em determinada estação;
4. Promova a rotação dos grupos de maneira que eles passem por todas as es-
tações;
5. Ao final da aula, promova uma avaliação das estações, instigando os estudan-
tes a compartilharem suas experiências de aprendizado.

DICAS:

• Você pode estabelecer uma folha de flip-chart ou cartolinas para cada estação
e pedir para os grupos que passarem por ali deixarem contribuições ou sínteses
acerca do que foi trabalhado/aprendido. Ao final, a turma pode analisar esses
registros coletivamente;
• As estações podem ser temáticas como, por exemplo, dentro de uma aula de
regulação emocional, cada uma contemplar uma emoção específica (medo, rai-
va, alegria etc), ou por metodologia de aprendizagem, como: visual, auditivo,
leitor e escritor e cinestésico.

32
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

O QUE ESTÁ FALTANDO?


(X) individual ( ) pares ( ) grupos ( ) turma

O QUE É?

‘’O que está faltando?’’ é uma prática na qual é apresentada aos estudantes uma
lista, texto ou diagrama relacionado a um conteúdo já trabalhado com informa-
ções propositalmente omitidas e eles devem identificar o que está faltando.

EM QUE SITUAÇÃO USAR?

• Avaliar um trabalho ou aprendizado.

COMO CONDUZIR?

1. Apresente aos estudantes uma lista, diagrama, texto ou outra forma de conte-
údo contendo informações relativas a um tema já trabalhado em sala de aula. É
importante que você omita algumas informações desse conteúdo;
2. Em seguida, peça para os alunos lerem e tentarem identificar as informações
que estão faltando e anotá-las no caderno;
3. Ao final da atividade, promova a socialização das respostas com a turma.

DICAS:

• Você pode criar um jogo dos 7 erros e dividir a turma em grupos para que des-
cubram o que está faltando de forma mais lúdica.

33
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

WEBQUEST
(X) individual (X) pares (X) grupos ( ) turma

O QUE É?

A ‘’Webquest’’ é uma prática na qual o docente apresenta um tema de pesquisa


aos estudantes e eles devem realizá-la na internet com o intermédio do professor.

EM QUE SITUAÇÃO USAR?

• Despertar o interesse e a motivação dos estudantes;


• Investigar um novo assunto/tema;
• Criar soluções para um problema;
• Gerar ideias novas.

COMO CONDUZIR?

1. Apresente aos estudantes o tema que será trabalhado na aula;


2. Divida os discentes da maneira que considerar mais pertinente para realizar a
pesquisa (em grupos, duplas ou individualmente);
3. Peça para que façam uma pesquisa detalhada sobre esse tema com o auxílio
da internet.

DICAS:

• Estimule os estudantes a buscar sites e fontes confiáveis para suas pesquisas,


estabelecendo critérios, pedindo referências etc.

34
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

REFLETIR, REGISTRAR E RETOMAR


( X ) individual (X) pares ( ) grupos ( ) turma

O QUE É?

‘’Refletir, registrar e retomar’’ é uma prática na qual o professor apresenta


uma questão aos estudantes e estes devem refletir acerca dela e registrar suas
ideias, podendo também compartilhá-las com seus pares. Depois, deverão en-
trar em contato com outra(s) atividade(s) que aprofundem o tema e, ao final,
retomar seus registros e comparar o que já sabiam e o que aprenderam após
a(s) tarefas(s).

EM QUE SITUAÇÃO USAR?

• Em que situação usar?


• Levantar conhecimentos prévios;
• Promover o compartilhamento de diferentes opiniões e perspectivas sobre um
determinado assunto/tema;
• Gerar ideias novas;
• Conectar assuntos/temas tratados na aula com experiências pessoais;
• Avaliar um trabalho ou aprendizado.

COMO CONDUZIR?

1. Inicie a dinâmica propondo alguma questão sobre a qual os estudantes irão


refletir;
2. Em seguida, peça para que eles reflitam e registrem em seus cadernos suas
considerações a respeito do tema. Você pode dividi-los em duplas e pedir para
compartilharem o que registraram;
3. Promova alguma outra atividade conectada ao tema em questão, de modo
que possam aprofundar seus conhecimentos;
4. Por fim, peça que retomem suas anotações e adicionem novas informações
ou ajustem aquelas que precisem ser corrigidas a partir dos novos conhecimen-
tos adquiridos.

DICAS:

• Peça exemplos para a turma de casos em que a ideia inicial se transformou


completamente, bem como registros que de fato se mostraram verdadeiros
após uma investigação mais profunda ;
• Procure criar um clima de não-julgamento acerca dos registros, reforçando
que o aprendizado é um processo.
35
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

MOMENTO ‘’A-HA’’
( ) individual ( ) pares ( ) grupos (X) turma

O QUE É?

O ‘’Momento A-Ha’’ é uma prática na qual é apresentado aos estudantes algum


vídeo ou conteúdo e eles devem identificar todos os momentos em que o assun-
to aborda a temática que foi ou será trabalhada na aula.

EM QUE SITUAÇÃO USAR?

• Em que situação usar?


• Levantar conhecimentos prévios;
• Despertar o interesse e a motivação dos estudantes;

COMO CONDUZIR?

1. Apresente aos estudantes um vídeo ou algum outro tipo de conteúdo que


contenha trechos relacionados ao assunto que foi ou será trabalhado em aula;
2. Peça para que anotem todos os momentos em que o tema de interesse for
mencionado no vídeo;
3. Ao final da atividade, promova a socialização das anotações com a turma.

DICAS:

• Você pode pedir para que os estudantes façam essa atividade ao verem filmes
em suas casas e trazerem os momentos “ahás” para a discussão em sala de aula.

36
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

PASSO 2
APLICAR AS AULAS
Responsável(eis) Professores

Após planejar, é hora de colocar em prática. A seguir, discorremos sobre algumas


realizações docentes que podem potencializar as aulas:

• PERGUNTE PARA FORMAR


Na prática docente, estamos a todo momento fazendo perguntas, mas
nem sempre se obtém os resultados esperados delas. Isso acontece por-
que, muitas vezes, elas são fechadas e não estimulam a reflexão.
Formular perguntas abertas ajuda os estudantes a pensar criticamente
sobre o conteúdo. As perguntas que têm mais de uma boa resposta têm
maior probabilidade de levar a uma discussão interativa.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE PERGUNTA ABERTA E PERGUNTA FECHADA:

PERGUNTAS FECHADAS PERGUNTAS ABERTAS

• Demanda respostas específicas (Sim ou • Encoraja pessoas a refletir/revelar


não, geralmente); o que é importante;
• Busca averiguar concordância/discor- • Propicia que as pessoas se expres-
dância; sem livremente;
• Limita as possibilidades de respostas; • Explora possibilidades, sentimen-
• Foca em fatos: quando, onde, o quê. tos e motivos.

• Exemplo de perguntas abertas:


• Como isso [assunto] aconteceu?
• De que forma isso [assunto] foi feito?
• Por que você se sentiu assim?
• Como isso [assunto] repercutiu para eles/elas?
• Como isso se relaciona com a sua história de vida?
• De que maneiras isso [assunto] poderia ser explicado?
• De que outras formas você poderia ter reagido?
• Há algo mais?
37
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

• ATENTE-SE À ENTONAÇÃO E AO RITMO DA VOZ


Nem sempre estamos conscientes a respeito de como a entonação e o
ritmo das nossas vozes são capazes de comunicar significados e afetar a
forma como as pessoas recebem aquilo que estamos tentando dizer. Por
conta disso, frequentemente acabamos não sendo capazes de alcançar
os outros, sobretudo quando tratamos de assuntos de natureza socioe-
mocional.
Tendo isso em mente, privilegie ritmos menos acelerados e uma entona-
ção mais grave (e se possível suave) ao conduzir questões introspectivas,
dado que isso contribui para que as pessoas se sintam confortáveis e se-
guras o suficiente para se abrirem àquilo que está sendo proposto. Igual-
mente, escolha uma entonação mais intensa e um ritmo mais acelerado
se sentir que a “energia” do encontro diminuiu.

• CONTE HISTÓRIAS AUTÊNTICAS


As aulas socioemocionais têm uma particularidade em comparação àque-
las que abordam assuntos mais técnicos: nelas, há espaços comuns para
que você compartilhe seus próprios insights ao ter estudado o que está
sendo discutido ou para que conte o que aqueles conhecimentos lhe per-
mitiram ver ou fazer de forma diferente em sua própria vida.
Contar histórias autênticas, que você se sinta à vontade em compartilhar,
em momentos determinados da aula, também ajuda a construir uma per-
cepção de que todos estão aprendendo e que aquilo que se discute não é
um assunto distante, mas algo que diz respeito à vida cotidiana de todos.
Vale ressalvar, porém, que se deve evitar que o tom daquilo que estiver
sendo compartilhado seja: “vocês também devem agir ou pensar como
eu agi ou pensei”. No lugar disso, o ideal é assumir o lugar de alguém que
sinceramente compartilha uma história real sobre isso(?) mesmo, sem
tentar convencer alguém de que está certo - quase como um amigo que
conta uma história com o simples objetivo de dividir um aspecto de sua
vida com alguém em quem confia.

• CONSTRUA UM CLIMA ACOLHEDOR DE APRENDIZAGEM


O clima da sala de aula ou da escola é influenciado por todos, e, por isso,
muitas vezes, se torna desafiador e pode ser negligenciado. Porém, peque-
nas ações com intencionalidade de promover mais harmonia e segurança
emocional podem transformar as relações e as pessoas profundamente.
38
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

Como professor(a), você pode começar por cumprimentar todos os es-


tudantes, olhando-os nos olhos. Também pode estabelecer momentos
de escuta e integração da turma a cada semana/ mês, de forma que eles
saibam que terão um momento para serem ouvidos.
Outras ações coordenadas com a escola podem ser feitas, como música
no intervalo (apresentada pelos estudantes), mural do reconhecimento,
dinâmica de integração entre alunos e funcionários, show de talentos dos
estudantes, cinema na escola para os funcionários organizado pelos es-
tudantes, café com a diretora ou diretor e alguns estudantes de cada
turma etc.

PASSO 3
AVALIAR AS AULAS
Responsável(eis) Professores e Professor Coordenador de Área

É natural que alguns educadores possam se sentir inseguros a respeito de como


avaliar quando se trata do trabalho com habilidades socioemocionais. Também
é provável que grande parte deles, intuitivamente, saiba que aferir simplesmente
o rendimento do estudante, atribuindo-lhe um conceito na forma de uma “nota”
para seu aproveitamento, tendo como base um teste, não seja o melhor caminho
para realizar a avaliação.

Sobre esse assunto, é preciso considerar primeiramente que um equívoco co-


mum consiste em considerar os instrumentos (isto é, como avaliar) sem que seja
realizada uma reflexão a respeito das finalidades (para que avaliar). Assim, o ide-
al é que o professor tenha clareza sobre o que pretende com a avaliação para só
depois escolher a melhor estratégia ou instrumento para alcançar esse objetivo.

Assim, se o que se busca é avaliar a qualidade da intervenção pedagógica, um


caminho profícuo pode ser a realização de uma reflexão sobre aquilo que foi
tido como bem sucedido e aquilo que poderia ter sido melhor, o que pode ser
feito tanto em reuniões entre pares quanto por meio de espaços de escuta dos
próprios estudantes, de modo que se possa receber deles feedbacks ou teste-
munhos relevantes. Ambas possibilidades fornecem ao professor subsídios para
39
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

que ele possa refletir sobre sua própria prática, contribuindo para sua melhoria.
Nesse contexto, é importante ter em mente que abordar assuntos socioemocio-
nais requer experiência e ninguém estará completamente pronto para facilitar
essas aulas já de primeira.

Se, por outro lado, o que se pretende avaliar é o desempenho dos estudantes,
a orientação geral é que a avaliação ocorra de maneira processual. Isso pode
ser feito:
• avaliando-se os estudantes ao longo das aulas a partir de atividades 3 que
realizam ou deixam de realizar;
• solicitando a cada estudante uma autoavaliação sobre sua participação e
rendimento na aula;
• definindo um trabalho individual a ser entregue sobre de que modo as
aulas impactaram seus pensamentos e reflexões (nesse caso, é impor-
tante discutir e explicitar os critérios avaliativos que serão empregados
nesse trabalho, como aprofundamento na autoinvestigação, descrição de
situações concretas etc.);
• usando a autoavaliação por rubricas em momentos específicos.

Autoavaliação por rubricas

Em se tratando de aprendizagem socioemocional, as rubricas são ferramentas


eficazes para classificar o desempenho dos estudantes em atividades pedagógi-
cas (como exercícios, trabalhos de pesquisa, trabalhos em grupo, entre outros)
com base em parâmetros variados. Elas devem ser construídas sob medida para
cada habilidade trabalhada, descrevendo níveis de desempenho e definindo, as-
sim, as expectativas de aprendizagem para as aulas.

Abaixo, apresenta-se um modelo de rubrica dividida em quatro diferentes níveis


de desempenho a partir de uma habilidade pertencente à dimensão de Autoco-
nhecimento e Autorregulação da Matriz Curricular Socioemocional EMTI:

3 É preciso ressaltar que, caso esse critério seja adotado como forma de avaliação, o professor deve estar
atento para atividades que não tenham sido realizadas em razão de abordarem aspectos emocionais delica-
dos para os estudantes. Em outras palavras, alguns estudantes podem não se sentir confortáveis o suficiente
para realizarem atividades que toquem em assuntos para os quais eles não estejam preparados. Nesses casos,
recomenda-se que o professor acolha a dificuldade do estudante e proponha alternativas de trabalho.
40
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

HABILIDADE NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 NÍVEL 4

Estabelecer Não Estabelece Estabelece Estabelece


etapas, prazos estabelece algumas todas as todas as
e recompensas etapas e etapas e etapas etapas
simbólicas em prazos em prazos em e prazos e prazos
uma planilha uma planilha uma planilha necessários necessários
para alcançar para alcançar para alcançar em uma em uma
uma meta uma meta uma meta planilha para planilha para
pessoal. pessoal. alcançar uma alcançar
meta pessoal. uma meta
pessoal, bem
como define
recompensas
simbólicas
para motivar-
se a cumpri-la.

Para avaliação do desempenho dos estudantes, recomenda-se que, após o de-


senvolvimento das aulas, seja reservado uma aula para que um conjunto de ru-
bricas seja entregue a eles, que devem ser orientados a usá-las como objeto de
autoavaliação, isto é, devem ser levados a tomar consciência sobre seus próprios
processos em relação a seu desenvolvimento socioemocional, registrando em
que nível consideram que estão em relação a cada habilidade trabalhada. Essa
autoavaliação deve ser mediada e complementada pelo professor, o qual pode
ampliar a perspectiva dos estudantes por meio de questionamentos e aponta-
mentos.

Os dados obtidos a partir de uma avaliação por rubricas também podem ser
utilizados no replanejamento das aulas, ajudando a identificar de que modo os
estudantes se apropriaram das habilidades socioemocionais trabalhadas e, nesse
sentido, quais delas devem ser retomadas em aulas futuras.

41
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

PASSO 4
CORRIGIR E AJUSTAR
Responsável(eis) Professores, Coordenadores e Equipe Pedagógica

Uma vez que as aulas tenham sido planejadas, aplicadas e avaliadas, é preciso
examinar a implementação socioemocional a fim de propor ajustes e correções,
bem como ampliar as ações de sala de aula e da escola.

Para essa etapa, é importante que, ao final de um bimestre/trimestre, toda a


equipe pedagógica envolvida na implementação esteja reunida e que todos res-
pondam a uma ferramenta a partir da qual possam ser identificadas as ações
realizadas, as avaliações sobre os impactos produzidos, bem como o que foi e o
que não foi bem sucedido e quais soluções podem ser encontradas como uma
forma de superar os obstáculos encontrados. Abaixo, encontra-se um exemplo
dessa ferramenta:

PLANO DE AÇÃO - AJUSTES DA IMPLEMENTAÇÃO


O que foi Quem foi Como O que Quais foram O que pode
feito? envolvido e podemos deu os principais ser realizado
impactado? perceber certo? desafios para superar
esses encontrados? os desafios
impactos? identificados?

As respostas individuais devem, então, servir para alimentar uma discussão que
deve culminar em um replanejamento para o próximo bimestre/trimestre.

EXEMPLOS DE PLANOS DE AULAS

Nesta parte, são apresentados alguns exemplos de aulas desenvolvidas a partir


da Matriz Curricular Socioemocional EMTI. Elas não formam uma sequência didá-
tica, embora apresentem conexões entre si, e têm como objetivo servir como um
ponto de partida para os educadores, fornecendo-lhes referência e inspiração
para que possam criar suas próprias aulas com autonomia e considerando todos
os aspectos culturais e contextuais.
42
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

Elas estão organizadas por dimensão da Matriz:

Percepção Social
Autoconhe- e Habilidades de
cimento e Relacionamento
Autorregulação
2 atividades
2 atividades

Tomada de Decisão
Responsável

2 atividades

DIMENSÃO DA MATRIZ EMTI: AUTOCONHECIMENTO E


AUTORREGULAÇÃO

EXEMPLO 1

TÍTULO: FAZENDO DRAMA


HABILIDADE(S) DA AA1EMH3
MATRIZ EMTI: Avaliar como expressar emoções afeta os outros em diferentes
situações.

COMPETÊNCIA(S) 6, 8, 9, 10
DA BNCC:

43
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

MATERIAIS
Cartões “Quem é você no conflito?”
NECESSÁRIOS:
PREPARAÇÃO: Imprimir previamente um conjunto de fichas do Anexo 1 ‘’Quem é
você no conflito?’’ para cada grupo.
REFERÊNCIAS: Livro: “Transformação de conflitos” de John Paul Lederach
PROCEDIMENTOS: INTRODUÇÃO
1. Inicie a aula dividindo os estudantes em grupos com 4 inte-
grantes cada;
2. Peça para que os estudantes compartilhem com seus grupos
uma história que envolva um conflito que tenham vivenciado ou
que estejam vivendo; Oriente-os a contar apenas as histórias que
se sentirem confortáveis em compartilhar. Dê um tempo para que
eles conversem;
3 Após a conversa, distribua uma ficha (anexo 1) para cada grupo.
Peça para que eles façam o recorte dos 5 cartões;
4. Em seguida, diga aos estudantes que deverão criar um conflito
baseado em uma das histórias contadas pelo grupo, ou juntando
mais de uma ideia, de maneira que o conflito tenha 4 personagens;
5. Oriente-os a preencher os 4 cartões, descrevendo sucintamen-
te cada um dos personagens do conflito, e também o cartão que
descreve o conflito sem contar o desfecho.

Desenvolvimento
1. Após os estudantes terem preenchido os cartões, peça para
que os grupos troquem os conflitos com as outras equipes de
forma que cada integrante possa ler apenas a descrição de um
dos personagens. O conflito deverá ser lido por todos os inte-
grantes do grupo;
2. Em seguida, diga que os grupos deverão fazer uma dramati-
zação do conflito de forma que cada um dos integrantes deverá
representar o personagem que recebeu e seu comportamento no
conflito com base nas descrições lidas. A apresentação não de-
verá ser ensaiada e cada grupo terá por volta de 5 minutos para
realizá-la;
3. Após a apresentação de cada grupo, peça para que os inte-
grantes da equipe que criou o conflito digam se o desfecho da
dramatização se aproximou ou não do desfecho da situação pro-
posta por eles.

44
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

ENCERRAMENTO
1. Ao final das apresentações, promova uma roda de conversa
com os estudantes com base nas seguintes questões:
A. Como foi representar o seu personagem na cena?
B. Como as personagens comunicaram suas emoções durante
os diferentes conflitos?
C. Que consequências individuais e coletivas a expressão das
emoções dos personagens produziu? Em outras palavras, como
isso afetou o conflito?
D. De que modo o desfecho da cena se assemelha à situação
real na qual ela foi inspirada?

SUGESTÕES PARA AUTORREFLEXÃO


AVALIAÇÃO: Proponha que os estudantes façam uma reflexão individual com
base nas seguintes questões:
• Como você geralmente comunica as suas emoções?
• Que impactos você considera que a sua maneira de expressar
emoções produz?
• Quais formas de expressar emoções vistas nas cenas você esta-
ria disposto a tentar praticar? Por quê?
ANEXOS: Anexo 1 - QUEM É VOCÊ NO CONFLITO?

EXEMPLO 2

TÍTULO: PROJETAR-SE
HABILIDADE(S) AA3EMH3
DA MATRIZ EMTI: Definir uma meta com etapas de ação, prazos e critérios para ava-
liar a sua realização.
AA3EMH4
Acompanhar o progresso de uma meta e avaliar o desempenho
em cada um dos critérios adotados.

COMPETÊNCIA(S)
DA BNCC: 6, 8, 9 e 10

MATERIAIS Ficha: ‘’Organização de uma meta’’.


NECESSÁRIOS:

45
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

Imprimir previamente uma ficha de ‘’Organização de uma meta’’


PREPARAÇÃO:
para cada estudante.
PROCEDIMENTOS:
Introdução
1. Inicie a aula pedindo para que os estudantes façam um círculo
com as carteiras;
2. Em seguida, peça para que levantem e andem aleatoriamente
pela sala;
3. Oriente-os de que sob seu sinal deverão formar duplas e discutir
com os colegas respondendo às seguintes questões:
a. Quantos anos você tinha há 5 anos?
b. O que você costumava fazer há 5 anos?
c. O que você gostava de fazer há 5 anos?
4. Respondidas as questões, oriente-os a retornar a caminhada;
5. Em seguida, oriente-os a formar duplas novamente com colegas
diferentes e discutir com eles, respondendo às seguintes questões:
a. Quantos anos você tem hoje?
b. O que você costuma fazer?
c. O que você gosta de fazer?
6. Respondidas as questões, oriente-os a retornar a caminhada;
7. Por fim, oriente-os a formar novas duplas mais uma vez e discu-
tir com os colegas respondendo às seguintes questões:
a. Quantos anos você vai ter daqui 5 anos?
b. O que você imagina que vai estar fazendo daqui a 5 anos?
c. O que você gostaria de ter realizado daqui a 5 anos?

DESENVOLVIMENTO
1. Concluída a atividade anterior, peça para que os estudantes re-
tomem seus lugares;
2. Promova uma reflexão com a turma acerca do futuro, de for-
ma que eles compreendam como criamos expectativas para nós
mesmos e que definir onde queremos chegar pode nos ajudar a
alcançar nossos objetivos;
3. Diga, também, que as projeções feitas por eles dizem respei-
to aos seus objetivos nas esferas pessoais, acadêmicas e também
profissionais;
4. Distribua para cada um deles a ficha ‘’Organização de uma
meta’’ (anexo 2);
5. Peça para que os estudantes a preencham com base na seguin-
te reflexão: Quais são seus sonhos e metas no âmbito pessoal,
profissional e acadêmico?

46
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

6. Oriente-os a estabelecer metas que sejam mensuráveis e especí-


ficas, de maneira que possam realizar um planejamento para alcan-
çá-las (leia mais em: https://blog.unifoa.edu.br/como-aplicar-me-
tas-smart/).
7. Em seguida, promova a reflexão com base na seguinte questão:
Quais desses sonhos e metas você sente que está pronto para as-
sumir a responsabilidade em perseguir? Peça para que eles anotem
a resposta na ficha;
8. Por fim, solicite que reflitam e listem as etapas necessárias que
devem ser feitas para que a meta seja alcançada, propondo datas
limites para a realização de cada uma dessas etapas.

Encerramento
1. Nesse momento da aula, será feita uma prática de refletir, regis-
trar e retomar;
2. Peça para que os estudantes façam duplas e compartilhem entre
si as metas a serem alcançadas e as etapas que devem ser realiza-
das;
3. Em seguida, promova uma reflexão acerca da importância de se
comemorar as pequenas conquistas como motivação para alcançar
as próprias metas;
4. Oriente os estudantes a discutir com suas duplas de que maneira
podem celebrar a conclusão de uma lista de afazeres, a realização
de uma etapa ou até mesmo a conquista de uma meta. Peça para
que marquem uma data com sua dupla para se encontrarem e reto-
marem essa ficha, analisando o que conseguiram atingir;
5. Convide voluntários para compartilharem suas contribuições
com toda a turma.

47
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

SUGESTÕES PARA AUTOAVALIAÇÃO BASEADA EM RUBRICAS


AVALIAÇÃO: Proponha que os estudantes façam uma autoavaliação com base
na rubrica abaixo. Compartilhe-a com eles e peça para que eles
mesmos avaliem suas metas pessoais, profissionais e acadêmicas,
convidando-os a refletir sobre o quão satisfeitos estão com a or-
ganização dessa meta e o que precisam melhorar para alcançar o
nível 4 da rubrica.

NÍVEL 1 NÍVEL 2 NÍVEL 3 NÍVEL 4

Estabele- Não Estabeleci Estabeleci Estabeleci


cer etapas, estabeleci algumas todas as todas as
prazos e etapas etapas etapas etapas
recompen- e prazos e prazos e prazos e prazos
sas simbó- em uma em uma necessários necessários
licas em planilha planilha em uma em uma
uma pla- para para planilha planilha para
nilha para alcançar alcançar para alcançar
alcançar uma meta uma meta alcançar uma meta
uma meta pessoal pessoal. uma meta pessoal, bem
pessoal. como defini
recompensas
simbólicas
para me
motivar a
cumpri–la.

ANEXOS: Anexo 2 - ORGANIZAÇÃO DE UMA META

48
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

DIMENSÃO DA MATRIZ EMTI: PERCEPÇÃO SOCIAL E HABILIDADES


DE RELACIONAMENTO

EXEMPLO 1

TÍTULO: RESPEITO É BOM E EU GOSTO

PH2EMH3
HABILIDADE(S) DA
MATRIZ EMTI: Avaliar estratégias para ser respeitoso e combater estereóti-
pos e preconceitos.
COMPETÊNCIA(S) DA 4, 9, 10
BNCC:
MATERIAIS - Ficha ‘’’Guia de Entrevista’’;
NECESSÁRIOS: - Ficha “Diagrama das Semelhanças”;
- Computador com acesso à internet.

- Imprimir a “Guia de Entrevista” para cada estudante e “Dia-


grama das Semelhanças” para cada estudante.
PREPARAÇÃO:
- Imprimir ou projetar o texto para ser trabalhado em aula
“Grupos Sociais”: https://mundoeducacao.uol.com.br/sociolo-
gia/grupos-sociais.htm

Introdução
1. Inicie a aula pedindo para que os estudantes escrevam em
seus cadernos suas definições sobre o que é respeito;
2. Em seguida, apresente o texto disponível no anexo sobre
grupos sociais de forma impressa ou projete-o na lousa e pro-
mova sua leitura.
3. Após a leitura, realize uma reflexão oral sobre o texto com
base nas seguintes questões:
a. O que são grupos sociais? Espera-se que os estudantes
PROCEDIMENTOS:
respondam que os grupos sociais são uma forma de asso-
ciação humana que demonstre interação entre seus mem-
bros.
b. Qual a diferença entre os grupos sociais primários e os
grupos sociais secundários? Espera-se que os estudantes
definam que os grupos sociais primários são aqueles em
que os membros têm um contato pessoal mais íntimo, en-
quanto nos grupos sociais secundários os membros não
têm tanta proximidade.

49
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

c. Dê exemplos de grupos sociais primários e secundários.


Espera-se que os estudantes listem como grupos sociais
primários: amigos, famílias, vizinhos; e como grupos so-
ciais secundários: igrejas e partidos políticos.
d. Um grupo de pessoas que se encontra regularmente para
praticar uma atividade esportiva, como futebol ou vôlei,
pode ser considerado um grupo social primário ou secun-
dário? Espera-se que os estudantes identifiquem que pode
se tratar tanto de um grupo social primário como secundá-
rio a depender do grau de proximidade entre os membros.
e. Um ônibus do tipo circular que contém pessoas indo para
o trabalho pode ser considerado um grupo social? Espera-
-se que os estudantes compreendam que não se trata de
um grupo social, pois não existe uma relação de proximida-
de entre os membros.

Desenvolvimento
1. Após a discussão e compreensão do texto, convide os estu-
dantes a refletir sobre os grupos sociais em que estão inseri-
dos, de maneira que consigam definir quais são primários ou
secundários;
2. Em seguida, peça para que os estudantes escolham uma
pessoa que participa de seu grupo social primário e uma pes-
soa que participa do secundário;
3. Diga a eles que nessa atividade irão investigar o que essas
pessoas selecionadas entendem por respeito por meio de uma
entrevista;
4. Distribua duas cópias do guia de entrevista (anexo 3) para
cada estudante;
5. Retire as possíveis dúvidas acerca das perguntas do guia e
de como os estudantes poderão estabelecer o contato para
entrevistar as pessoas selecionadas por eles;
6. Peça para que os estudantes tragam os guias de entrevista
respondidos para a próxima aula.

Encerramento
1. O encerramento ideal dessa aula deve ser feito após os estu-
dantes terem finalizado suas entrevistas;

50
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

2. Peça para que os estudantes retomem seus guias de entre-


vistas e divida-os em duplas;
3. Em seguida, distribua uma folha do “Diagrama das Seme-
lhanças” (anexo 4) para cada dupla;
4. Oriente os estudantes a fazer um Diagrama de Venn, que
consiste em um diagrama no qual em uma das circunferências
são colocadas as características exclusivas de um indivíduo
(no caso, ações consideradas respeitosas ou desrespeitosas
por cada um dos entrevistados - a dupla poderá escolher qual
dessas deseja fazer) e, na outra circunferência, as característi-
cas exclusivas do outro entrevistado. No meio das circunferên-
cias, há um ponto de intersecção, no qual devem ser coloca-
dos os itens comuns a ambos entrevistados. Segue abaixo um
modelo de preenchimento:

Grupos primários
Ações consideradas: respeitosas (X) ou desrespeitosas ( )

- Ajudar - Ajudar os
nas tarefas amigos nos
domésticas
- Avisar estudos
quando - Dar - "Sempre
chega nos bom dia responder as
lugares mensagens"
- Não deixar
o quarto - Lembrar dos
bagunçado aniversários

5. É válido lembrar que, ao preencher o Diagrama de Venn, os


estudantes devem sempre comparar entrevistados que per-
tencem ao mesmo tipo de grupo social, ou seja, entrevistados
de grupos primários com entrevistados de grupos primários,
e entrevistados de grupos secundários com entrevistados de
grupos secundários;
6. Após o preenchimento, discuta os diagramas com a turma,
levando-a a compreender que o conceito de respeito varia não
só de um grupo social para outro, mas também de um indiví-
duo para outro.
51
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

Reflexão individual
Peça para que os estudantes retomem a definição de respeito
que fizeram no começo da aula e atualizem-na, considerando
SUGESTÕES PARA as entrevistas e as trocas realizadas durante a aula com seus
AVALIAÇÃO colegas de classe.
Professor, avalie o quanto a noção de respeito reconstruída re-
flete uma percepção de que depende não apenas de indivíduo
para indivíduo, mas de grupo para grupo.

Texto para ser trabalhado em aula “Grupos Sociais”: https://


mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/grupos-sociais.htm
ANEXOS
Anexo 3 - GUIA DE ENTREVISTA

Anexo 4 - DIAGRAMA DAS SEMELHANÇAS

EXEMPLO 2

TÍTULO: ESCUTAR É ESCOLHA

PH1EMH2
HABILIDADE(S) DA Usar habilidades de conversação para entender os sentimen-
MATRIZ EMTI:
tos e as perspectivas dos outros.

COMPETÊNCIA(S) DA
BNCC: 4, 8, 9, 10

- Poema ‘’Sobre o amar e o ouvir’’ de Rubem Alves, disponível


MATERIAIS
no livro ‘’Ostra feliz não faz pérola’’;
NECESSÁRIOS:
- Ficha ‘’Como é minha escuta

- Imprimir o poema ‘’Sobre o amar e o ouvir’’ de Rubem Alves;


PREPARAÇÃO: - Imprimir uma ficha ‘’Como é minha escuta’’ para cada estu-
dante.

ALVES, Rubem. Sobre o amar e o ouvir. Disponível em: ‘’Os-


REFERÊNCIAS: tra feliz não faz pérola’’. Editora Planeta do Brasil. 2008. São
Paulo.
52
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

Introdução
1. Inicie a aula promovendo a leitura do poema ‘’Sobre o amar
e o ouvir’’ de Rubem Alves;
2. Em seguida, eles farão um exercício de refletir, registrar e
retomar;
3. Promova uma reflexão com os estudantes pedindo para que
eles anotem as respostas em uma folha de caderno com base
nas seguintes questões:
a. Quem é a pessoa que mais escutou você no decorrer da
sua vida?
b. O que essa pessoa costumava fazer enquanto te ouvia?
c. Quem é/são as pessoas para quem você mais oferece a
sua escuta?
d. Pense em uma ocasião em que ninguém ouviu o que você
tinha a dizer. Como você se sentiu?
e. Pense em uma ocasião em que você se sentiu ouvido com
respeito e compreensão. Qual foi a sensação?
f. O que pode atrapalhar a escuta de alguém?
4. Após o término dessa atividade, diga aos estudantes que
escutar é, antes de tudo, uma escolha. É necessário ter dispo-
PROCEDIMENTOS: sição para fornecer sua escuta a alguém.

Desenvolvimento
1. Concluída a atividade anterior, diga aos estudantes que eles
farão uma atividade de escuta. Avise-os que quem não se sen-
tir à vontade ou com disposição de fornecer sua escuta não é
obrigado a participar;
2. Divida a turma na metade;
3. Peça para que formem duas rodas de maneira que fique um
círculo interno e outro externo.
4. Oriente os estudantes dos dois círculos a se posicionar de
maneira que eles consigam olhar uns para os outros durante
todo o decorrer da atividade;
5. Diga aos estudantes que eles irão girar algumas vezes sobre
o seu comando, e que a cada vez que pararem, deverão olhar
para o colega que está a sua frente por aproximadamente 30
segundos;
6. Em seguida, peça para que o círculo externo gire 5 passos
para a esquerda, enquanto o círculo interno permanece parado;
7. Depois, solicite que o círculo interno gire 7 passos para a
direita, enquanto o círculo externo permanece parado;

53
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

8. Por fim, peça para que o círculo externo gire 3 passos para
a direita, enquanto o círculo interno permanece parado. Nesse
momento, os estudantes que ficarem frente a frente deverão
formar duplas para a próxima atividade;
9. Peça para eles se juntarem em algum canto da sala, de modo
que mantenham certa distância em relação às outras duplas;
10. Explique que deverão fazer um exercício de escuta com
sua dupla. Um de cada vez, compartilhará com o colega algo
que esteja passando ou sentindo naquele momento e que se
sinta confortável em contar.
11. Oriente-os a tentar ouvir o colega sem expressar reações
que possam demonstrar julgamentos ou juízos de valores so-
bre o que está sendo dito. Reforce que, enquanto o colega
está falando, eles deverão se manter em silêncio;
12. Dê em torno de 10 minutos para que eles conversem (5 mi-
nutos para cada um);
13. Ao final da atividade, peça para que agradeçam suas du-
plas por ouví-los.

Encerramento
1. Após o término da atividade, peça para que retomem as
respostas que escreveram no começo da aula e, com base no
exercício feito, avaliem a qualidade de suas escutas;
2. Em seguida, solicite que façam uma lista de ações que po-
deriam adotar para melhorar a própria escuta.

Autoavaliação
SUGESTÕES PARA Distribua uma ficha ‘’Como é minha escuta’’ para cada estu-
AVALIAÇÃO dante e peça para que eles a preencham de acordo com suas
próprias percepções.

ANEXOS ANEXOS Anexo 5 - COMO É A MINHA ESCUTA?

54
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

DIMENSÃO DA MATRIZ EMTI: TOMADA DE DECISÃO


RESPONSÁVEL

EXEMPLO 1

TÍTULO: ÉTICA DIGITAL

HABILIDADE(S) DA TD1EMH3
MATRIZ EMTI: Aplicar um raciocínio ético para avaliar práticas sociais.

COMPETÊNCIA(S) DA
BNCC: 4, 5, 9, 10

- Cartolinas ou folhas A3;


- Folhas sulfite,
- Pedaços de folhas (post-it),
MATERIAIS
- Canetas,
NECESSÁRIOS:
- Fita crepe,
- Projetor;
- Computador com acesso à internet.

- Providenciar uma sala de aula que possua uma lousa;


- Providenciar um projetor e um computador com acesso à
internet para abrir o seguinte link:
PREPARAÇÃO: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151206_
ghosting_relacionamentos_fn
- Recortar várias folhas sulfite em pedaços menores; Se prefe-
rir, você pode utilizar post-its.

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151206_
REFERÊNCIAS:
ghosting_relacionamentos_fn

Introdução
1. Inicie a aula explicando aos estudantes que eles farão uma
atividade de diz com giz, na qual você irá escrever uma pala-
vra na lousa e eles deverão escrever as palavras que associam
PROCEDIMENTOS a ela ou suas dúvidas sobre ela.
2. É importante lembrar que nessa atividade a comunicação
deve ser feita somente pela escrita;
3. Em seguida, escreva a palavra ‘’ghosting’’ na lousa e dê iní-
cio à atividade de forma que a lousa nunca fique vazia;

55
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

4. Após o término da atividade, projete o texto ‘’Ghosting: a


maneira cruel de acabar com relacionamentos na era digital’’
e promova a leitura junto com a turma;
5. Em seguida, estabeleça com os estudantes a relação entre
o texto e as palavras que foram escritas na atividade anterior
com base nas seguintes reflexões:
a. A lousa reflete o que lemos?
b. Você já viveu ghosting?
c. Você já fez ghosting para alguém?
6. Após essa discussão, peça para que os estudantes tra-
gam outros termos ou situações que retratam problemas
da era digital. Termos sugeridos: cancelamento, mansplai-
ning, término de relacionamento por intermédio das redes
sociais, hating);

Desenvolvimento
1. Concluída a atividade, divida a turma em grupos de quatro
integrantes;
2. Distribua pelos 3 termos levantados na atividade anterior
para cada grupo;
3. Em seguida, distribua cartolinas ou folhas A3 na mesma
quantidade de termos ou situações problemáticas que foram
distribuídas;
4. Peça para que eles façam uma web quest, ou seja, uma pes-
quisa na internet sobre cada um dos termos ou situações bus-
cando responder às seguintes questões:
a. O que significa o termo? Caso seja uma situação proble-
mática, peça para que eles a descrevam.
b. Por que essa situação acontece?
c. Quais os impactos dessa situação na vida das pessoas?

Encerramento
1. Após o término da atividade, anote na lousa o nome de todos
os termos ou situações problemáticas que foram trabalhados;
2. Distribua folhas sulfite para cada grupo e peça para que os
estudantes dividam e recortem a folha na mesma quantidade
de termos ou situações problemáticas que foram trabalhadas
pela turma;
3. Em seguida, solicite que cada um dos grupos apresente para
a turma seus termos ou problemáticas registradas na cartolina
ou folha A3;

56
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

4. Peça para que os demais estudantes que estão ouvindo


anotem nos pedaços de folha sulfite (ou post-its) comporta-
mentos que seriam mais apropriados para evitar que a situa-
ção problemática que está sendo apresentada aconteça;
5. Ao final de cada apresentação, solicite que os estudantes
colem os papéis com os comportamentos escritos por eles na
lousa ao redor de cada termo ou situação problemática.

Peça para que os estudantes analisem os comportamentos a


serem evitados para cada uma das situações problemáticas
SUGESTÕES PARA que foram trabalhadas e elaborem no caderno (em duplas ou
AVALIAÇÃO grupos) um manual de boas práticas no mundo digital, escre-
vendo como e porque esses comportamentos promovem um
melhor convívio social na internet.

ANEXOS Não há anexos para essa proposta de aula.

57
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

EXEMPLO 2

TÍTULO: PASSA OU NÃO PASSA?

TD2EMH3
HABILIDADE(S) DA
Analisar como as decisões do presente afetam sua carreira
MATRIZ EMTI:
acadêmica e profissional.

COMPETÊNCIA(S) DA
BNCC: 6, 8, 10

- Projetor;
MATERIAIS - Computador com acesso à internet;
NECESSÁRIOS: - Ficha: ‘’Roteiro das decisões’’
- Ficha: “Roteiro interativo”.

- Providenciar um projetor e um computador com acesso à


internet para assistir ao seguinte vídeo “você sobreviveria ao
PREPARAÇÃO: titanic?”: https://www.youtube.com/watch?v=blBCO-aG64o
- Imprimir 1 ficha ‘’Roteiro das decisões’’ e 1 ficha “Roteiro inte-
rativo” para cada grupo.

Introdução
1. Inicie a aula dizendo aos estudantes que eles irão participar
de um jogo;
2. Projete o vídeo ‘’Você sobreviveria ao Titanic’’ na lousa e
PROCEDIMENTOS jogue com eles, de acordo com as decisões da maioria;
3. Após o término do jogo, promova uma reflexão sobre como
as diferentes escolhas do personagem influenciaram no resul-
tado final e, da mesma forma, as decisões que tomamos hoje
em nossas vidas influenciam o nosso futuro.

58
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

Desenvolvimento
1. Divida a turma em grupos de 5 pessoas;
2. Oriente as equipes a pensar em um personagem que pode-
rá ou não passar do ano letivo em que os estudantes estão, a
depender de suas escolhas;
3. Diga que irão criar o roteiro de um jogo parecido com o que
foi jogado no início da aula;
4. Distribua um ‘’Roteiro das decisões'' para cada grupo;
5. Dê 20 minutos para que eles criem o personagem e pensem
nas situações de cada cena e cada decisão e registrem na fi-
cha “Roteiro Interativo”;
6. Durante o exercício, peça para que eles escolham um mem-
bro do grupo para ser o embaixador ou a embaixadora. Esse
membro deverá andar pelos outros grupos para ver o que es-
tão criando e trazer novas ideias para sua própria equipe.

Encerramento
1. Concluída a criação do roteiro, peça para que cada grupo
apresente suas ideias para o restante da turma;
2. Em seguida, promova uma reflexão sobre como as diferen-
tes escolhas que o personagem criado tomou o levaram a di-
ferentes resultados. Questione se o que foi criado seria real-
mente possível de acontecer na realidade;
3. Diga à turma que, se quiserem, poderão montar um vídeo
semelhante ao ‘’Você sobreviveria ao Titanic'', baseado em
seus roteiros e apresentar para a turma na próxima aula;

Oriente a turma a estabelecer uma rotina de estudos semanal


para duas semanas. Passadas essas semanas, proponha um
momento de reflexão com base nas seguintes perguntas:
- Você conseguiu cumprir os horários de estudo propostos
por você mesmo(a)? Por quê?
SUGESTÕES PARA
- O que você pode fazer para ajustar sua rotina para que ela
AVALIAÇÃO
seja mais proveitosa?
- Como você se sentiu ao cumprir ou não a rotina proposta
por você mesmo(a)?
- De que maneira realizar essa rotina de estudos impactou
você?

Anexo 6 - ROTEIRO DE DECISÕES


ANEXOS
Anexo 7 - ROTEIRO INTERATIVO

59
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Viviane Oliveira de. O uso da dramatização na avaliação do processo de
ensino-aprendizagem. Rev. bras. psicodrama [online]. 2019, vol.27, n.2, pp. 231-235.

de ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso. "Estudo de caso: seu potencial na educa-
ção." Cadernos de pesquisa 49 (2013): 51-54.
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3116723/mod_resource/content/1/world-
cafc3a9.pdf

BRASIL. Ministério da Educação (MEC. Caderno de práticas. Competências socio-


emocionais como fator de proteção à saúde mental e ao bullying. Dísponivel em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-pra-
ticas/aprofundamentos/195-competencias-socioemocionais-como-fator-de-pro-
tecao-a-saude-mental-e-ao-bullying Acesso em: 12 de out. 2021

BARBOSA, C.; MARINHO, D.; CARVALHO, L.O. Debate como metodologia de ensi-
no para aprendizagem crítica, 2019.

Saiba o que é e como desenvolver a rotação por estações no ensino superior. Sa-
raiva Educação. Disponível em: https://blog.saraivaeducacao.com.br/rotacao-por-
-estacoes/. Acesso em: 15/12/2021.

DURLAK, J. A., Weissberg, R. P.; Dymnicki, A. B.; TAYLOR, R. D. & SHELLINGER, K. B.


The impact of enhancing students' social and emotional learning: A meta-analysis
of schoolbased universal interventions. Child development. nV. 82, n. 1, 2011.SING,
N. PHOON, C. Not yet a dinosaur: the chalk talk. Advances in Physiology Education
2021 45:1, 61-66

SING, N. PHOON, C. Not yet a dinosaur: the chalk talk. Advances in Physiology
Education 2021 45:1, 61-66

60
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

VIEIRA, R. D.; MELO, V. F.; BERNARDO, J. R. R. O júri simulado como recurso didá-
tico para promover argumentações na formação de professores de física: o pro-
blema do 'gato'. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências (Online)., v.16, p.203
- 226, 2014.

VINHA, T. P.; MORAIS, A; TOGNETTA, L. R. P.; AZZI, R. G., ARAGÃO, A. M. F; MAR-


QUES, C. A. E.; SILVA, L. M.; MORO, A.; VIVALD, F. M. C; RAMOS, A.M; OLIVEIRA, M.
T. A; BOZZA, T. C. L. O clima escolar e a convivência respeitosa nas instituições
educativas (2016). Estudos em Avaliação Educacional Vol. 27 Núm. 64 Pág. 96-127.
Disponível em: http://publicacoes.fcc.org.br/index.php/eae/article/view/3747/3157.
Acesso em: 10/09/2021

WHAT IS THE CASEL FRAMEWORK?. Casel.org. 2021. Disponível em: https://casel.


org/fundamentals-of-sel/what-is-the-casel-framework/. Acesso em: 13 de outubro
de 2021.

61
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

ANEXOS
Anexo 1 - QUEM É VOCÊ NO CONFLITO?

PERSONAGEM 1 PERSONAGEM 2

Quem é você? Quem é você?

Quais são Quais são


suas principais suas principais
características no características no
conflito? conflito?

O que você está O que você está


sentindo? sentindo?

PERSONAGEM 3 PERSONAGEM 4

Quem é você? Quem é você?

Quais são Quais são


suas principais suas principais
características no características no
conflito? conflito?

O que você está O que você está


sentindo? sentindo?

CONFLITO
O que aconteceu?

Qual é o conflito?
62
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

Anexo 2 - ORGANIZAÇÃO DE UMA META


ORGANIZAÇÃO DE UMA META
Quais são seus sonhos e metas nos âmbitos:
Pessoal: Profissional: Acadêmico:

Quais desses sonhos e metas você sente que está pronto para assumir?

Etapas para alcançar um sonho ou meta:


Sonho ou meta:
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 Etapa 5

63
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

Anexo 3 - GUIA DE ENTREVISTA

Nome do entrevistado:

Nome do grupo social:

Tipo de grupo social (primário ou secundário):

Perguntas

O que significa respeito para você?

Que ações você considera respeitosas no ambiente familiar?

Que ações você considera respeitosas em espaços públicos?

Que ações você considera respeitosas no ambiente de trabalho?

Que ações você considera desrespeitosas no ambiente familiar?

Que ações você considera desrespeitosas em espaços públicos?

Que ações você considera desrespeitosas no ambiente de trabalho?

64
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

Anexo 4 - DIAGRAMA DAS SEMELHANÇAS

GRUPOS SOCIAIS PRIMÁRIOS

Ações consideradas:
respeitosas ( ) ou desrespeitosas ( )

GRUPOS SOCIAIS SECUNDÁRIOS

Ações consideradas:
respeitosas ( ) ou desrespeitosas ( )

65
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

Anexo 5 - COMO É A MINHA ESCUTA?


COMO É MINHA ESCUTA?
Preencha a tabela, dando notas de 1 a 5, sendo:
1. Não concordo nada.
5. Concordo plenamente.

1 2 3 4 5

Eu me senti confortável enquanto estava no papel de ouvinte.


1 2 3 4 5

Eu me senti confortável em compartilhar algo sobre mim para minha dupla.


1 2 3 4 5

Foi fácil para mim manter o contato visual durante toda a conversa.
1 2 3 4 5

Eu me senti conectado emocionalmente enquanto realizava o exercício.


1 2 3 4 5

Eu mantive uma neutralidade durante o exercício, sem fazer expressões em


concordância ou discordância enquanto ouvia.
1 2 3 4 5

Eu escuto as pessoas da minha família e meus amigos com frequência.


1 2 3 4 5

Eu me considero um(a) bom(boa) ouvinte.


1 2 3 4 5

66
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

Anexo 6 - ROTEIRO DE DECISÕES

PASSA
CENA 4

CENA 2 CENA 8

CENA 5

CENA 1 CENA 9

CENA 6

CENA 3 CENA 10

CENA 7 NÃO
PASSA

67
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

Anexo 7 - ROTEIRO INTERATIVO

Descreva as cenas e as decisões a serem tomadas em cada momento. Estabeleça


títulos para cada cena, de modo a facilitar o entendimento das possibilidades de
caminhos a serem escolhidos.

CENA 1 DECISÃO 1 CENA 2

DECISÃO 2 CENA 3

CENA 2 DECISÃO 1 CENA 4

DECISÃO 2 CENA 5

68
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

CENA 3 DECISÃO 1 CENA 6

DECISÃO 2 CENA 7

CENA 4 DECISÃO 1 PASSOU DE ANO!

DECISÃO 2 CENA 8*

CENA 5 DECISÃO 1 CENA 8*

DECISÃO 2 CENA 9*

69
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

CENA 6 DECISÃO 1 CENA 9*

DECISÃO 2 CENA 10*

CENA 7 DECISÃO 1 CENA 10*

DECISÃO 2 NÃO PASSOU DE ANO!

* Essas cenas são decisivas, pois, a partir delas, revela-se o final do roteiro: “Pas-
sou de ano” ou “Não Passou de ano”

CENA 8 DECISÃO 1 PASSOU DE ANO!

DECISÃO 2 NÃO PASSOU DE ANO!

70
PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS
EM EDUCAÇÃO
SOCIOEMOCIONAL

CENA 9 DECISÃO 1 PASSOU DE ANO!

DECISÃO 2 NÃO PASSOU DE ANO!

CENA 10 DECISÃO 1 PASSOU DE ANO!

DECISÃO 2 NÃO PASSOU DE ANO!

EXEMPLO DE PREENCHIMENTO:
CENA 1 DECISÃO 1 PASSOU DE ANO!
Um aluno chega Ele senta no O aluno X conhece a aluna Y, ela é super
na porta da fundão. inteligente, ajuda-o com as tarefas, ele se
sala de aula no sente feliz e entusiasmado para aprender.
primeiro dia e Começa a sair com os amigos para festas
vê as carteiras: e, em uma determinada festa, oferecem um
uma no fundão, cigarro para ele. (momento decisivo no final)
com alunos DECISÃO 2 NÃO PASSOU DE ANO!
rindo, e uma na Ele senta Ele passa o 1º dia inteiro sozinho, mas o
frente, isolada na cadeira professor aprende seu nome e vem falar com
perto da janela. isolada. ele no final da aula. O professor propõe que
ele seja seu auxiliar num projeto. (ele aceita
ou não?)
71
APOIO
INSTITUTO SONHO GRANDE
CONSULTORES: Laura Baggio e Alecs Diniz

DESIGN Renata Borges

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