Você está na página 1de 93

MODELO PEDAGÓGICO

Por que e como trabalhar o desenvolvimento


socioemocional dos estudantes em aula

DIÁLOGOS
SOCIOEMOCIONAIS
INSTITUTO AYRTON SENNA

PRESIDENTE DESIGN DE PRODUTOS EQUIPE TÉCNICA


Viviane Senna
Liliana Veja (coordenação) Gabriela Cáceres
Nittina Bianchi Daiane Zanon
VICE-PRESIDENTE
Inês Kisil Miskalo
Ewerton Fulini
LÍDER DE PROJETO Carlos Mandel
GERAÇÃO DE EVIDÊNCIAS (eduLab)
Laura Pizzo (coordenação)
Gisele Alves (coordenação)
Ana Carolina Cabral Melo Netto
Karen Teixeira

REDAÇÃO E EDIÇÃO DE TEXTOS

PROTÓTIPO E FORMAÇÃO DE Cynthia Sanches


EDUCADORES Thaiane Rezende
Camila Antunes Ana Carolina Cabral Melo Netto
Debora Souza Karen Teixeira
Silvia Lima (coordenação) Thais Brandão
Carolina Rodrigues Miranda (Consultora)
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 04
CONTEÚDO:
Unidade 1 – Educação integral e o desenvolvimento de competências socioemocionais 06

Unidade 2 - O que é a proposta Diálogos Socioemocionais 22

Unidade 3 – A avaliação formativa como estratégia para o desenvolvimento socioemocional 27

Unidade 4 – As metodologias dos diálogos socioemocionais 52

Unidade 5 – O componente Projeto de Vida e os materiais da proposta 60

Unidade 6 – Planejamento de atividades com Duplo Foco 68

ANEXOS 83
GLOSSÁRIO 85
Clique para
REFERÊNCIAS 89 navegar
INTRODUÇÃO

Caro(a) educador(a),

As competências socioemocionais são componentes indispensáveis para a formação integral dos estudantes. Todas as transições vividas pelos estudantes
dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio possuem relação com o desenvolvimento socioemocional, que diz respeito a aprender a se
relacionar consigo mesmo e com o outro, a estabelecer objetivos, tomar decisões e enfrentar situações adversas ou novas.

Muitos educadores já (re)conhecem a importância das competências socioemocionais e pesquisas científicas demonstram que trabalhar essas competências
de modo intencional em sala de aula impacta o desenvolvimento de crianças e jovens, tendo influência positiva na permanência do estudante na escola, no
clima escolar, na aprendizagem e em uma série de outras conquistas e realizações ao longo da vida.

O trabalho intencional com essas competências está dentro do conceito de educação integral que o Instituto Ayrton Senna propõe, que é aquela voltada ao
desenvolvimento pleno do estudante, nos âmbitos cognitivo e socioemocional, preparando-o para fazer escolhas com base em seu projeto de vida. Esse
conceito está alinhado com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que articula os conteúdos das áreas do conhecimento ao desenvolvimento de
competências e habilidades, incluindo as socioemocionais.

Considerando a importância da educação integral dos estudantes e baseado em um conjunto de evidências científicas, o Instituto Ayrton Senna criou o
Diálogos Socioemocionais , proposta educacional que apresenta uma metodologia de desenvolvimento e acompanhamento das competências
socioemocionais dos estudantes, fundamentada em práticas dialógicas e no processo de avaliação formativa que envolve o uso de um instrumento de
avaliação baseado em rubricas.
Para contribuir com sua reflexão e ação, este caderno apresenta a importância do tema e justifica a proposta Diálogos Socioemocionais pelas evidências
científicas robustas que levaram o IAS a se definir por este caminho, explicita o Modelo Pedagógico da proposta e traz orientações para inspirar o
planejamento de suas aulas por meio do Modelo Formativo. Assim, aqui você encontrará os fundamentos pedagógicos, a taxonomia de competências
socioemocionais, as metodologias ativas que sustentam o trabalho, bem como a concepção de avaliação formativa e os usos recomendados para o
instrumento de avaliação baseado em rubricas.

O conjunto de materiais do Diálogos Socioemocionais contempla, ainda, em outros capítulos, orientações sobre o que é importante saber para que a
proposta seja implantada na rede de ensino e beneficie todos os estudantes e profissionais que dela fazem parte, e como ela deve ser acompanhada na
rotina escolar, desde a sala de aula até a secretaria de educação, o que envolve as regionais de ensino, quando houver, segundo o documento Sistemática de
Acompanhamento. Além deste caderno, outra publicação envolve recomendações para a gestão escolar e para os profissionais que acompanham a
implementação da proposta nas secretarias de educação.

Não se pretende reduzir esta publicação a um mero guia sobre como fazer, mas que os conhecimentos e inovações aqui apresentados provoquem reflexões
que articulem teorias e práticas, e sejam fonte de inspiração para que o Diálogos Socioemocionais seja, de fato, componente ativo da política de educação
integral de sua rede de ensino. Buscamos, ao contrário, inspirar caminhos que contribuam com a educação integral dos estudantes.

Boa leitura e bom trabalho!


UNIDADE 1
EDUCAÇÃO INTEGRAL E O
DESENVOLVIMENTO DE
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS
UNIDADE 1
ÍNDICE – EDUCAÇÃO INTEGRAL E O DESENVOLVIMENTO
DE COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS

EDUCAÇÃO INTEGRAL E A FORMAÇÃO PLENA DOS ESTUDANTES 08

UMA ABORDAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO 09


SOCIOEMOCIONAL INTENCIONAL

QUAIS SÃO AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS 09


COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC E COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS 16
O QUE A CIÊNCIA SABE A RESPEITO DE COMO AS COMPETÊNCIAS 20
SOCIOEMOCIONAIS SE ASSOCIAM A RESULTADOS NA VIDA DAS PESSOAS
O DESENVOLVIMENTO INTENCIONAL DE COMPETÊNCIAS 21
SOCIOEMOCIONAIS

Clique para
navegar
UNIDADE 1
EDUCAÇÃO INTEGRAL E A FORMAÇÃO PLENA DOS ESTUDANTES

Educação integral e a formação


EDUCAÇÃO INTEGRAL NA BNCC
plena dos estudantes
Na BNCC, a educação integral tem como objetivo a formação e o
desenvolvimento humano global, o que:
A formação integral de jovens e adolescentes, considerando o contexto
contemporâneo e o direito do estudante ao seu desenvolvimento “implica compreender a complexidade e a não linearidade desse
intelectual, físico, social, emocional e cultural foi destacada, em 2017, desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que
pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ao apresentar a educação
privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão
integral como um fundamento pedagógico e um compromisso a ser
perseguido em todas as etapas da Educação Básica, se diferenciando, afetiva” (Brasil, 2017, p.16).
portanto, do conceito de tempo integral, ou seja, da simples expansão
do tempo vivido no espaço escolar.

Trata-se, em suma, da incorporação do desenvolvimento VALE REFORÇAR


socioemocional ao currículo escolar, trabalhado de forma intencional
junto com as demais áreas do conhecimento tradicionalmente
presentes na rotina escolar.
Vale reforçar que a divisão entre competências cognitivas e
socioemocionais não representa um dualismo do tipo cartesiano. Antes
de tudo, é uma simplificação didática. Sabemos que, na aprendizagem,
essas instâncias são simultaneamente mobilizadas, são indissociáveis e
se afetam mutuamente na constituição dos sujeitos.

8
UNIDADE 1
UMA ABORDAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL INTENCIONAL

Uma abordagem para o desenvolvimento


socioemocional intencional

Competências socioemocionais são definidas como as capacidades individuais


que se manifestam de modo consistente em padrões de pensamentos,
sentimentos e comportamentos, favorecendo o desenvolvimento pleno
dos estudantes e expandindo as oportunidades de aprendizagem escolar.
COMPETÊNCIAS
AUTOGESTÃO SOCIOEMOCIONAIS ABERTURA
Quais são as competências socioemocionais Determinação AO NOVO
Organização Curiosidade para
Responsabilidade aprender
Persistência Imaginação criativa
Foco Interesse artístico
O modelo conceitual para as competências socioemocionais adotado nessa
proposta é o chamado Cinco Grandes Fatores Socioemocionais (John, & De
Fruyt, 2015). A base desse modelo são os Cinco Grandes Fatores (CGF),
estrutura organizativa que sintetiza e ancora as capacidades pessoais em ENGAJAMENTO RESILIÊNCIA
um espaço conceitual conhecido e validado por vasta literatura, conferindo. COM OS OUTROS EMOCIONAL
Iniciativa social Tolerância ao estresse
Assertividade AMABILIDADE Autoconfiança
Entusiasmo Tolerância à frustração
A principal vantagem desse modelo está na base empírica intercultural que o Empatia
sustenta. Sua taxonomia foi replicada em várias culturas, resultando em um Respeito
Confiança
mapa conceitual robusto das características pessoais socioemocionais.

As cinco macrocompetências socioemocionais deste modelo compreendem


um conjunto de 17 competências socioemocionais, assim distribuídas:

9
UNIDADE 1
UMA ABORDAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL INTENCIONAL

AUTOGESTÃO

AUTOGESTÃO é a tendência a ser organizado, esforçado e responsável. Ela se reflete em pessoas mais autônomas, disciplinadas, eficientes, orientadas para seus
objetivos, e não impulsivas. Compreende as seguintes competências:

Responsabilidade Persistência

É a capacidade de gerenciar a nós mesmos a fim de conseguir É a capacidade de completar tarefas e terminar o que
realizar nossas tarefas, cumprir compromissos e promessas assumimos/começamos, ao invés de procrastinar ou desistir
que fizemos, mesmo quando é difícil para nós. quando as coisas ficam difíceis ou desconfortáveis.

Foco Determinação Organização

É a capacidade de focar, isto é, a capacidade de selecionar Relaciona-se com objetivos, ambição e motivação
É a capacidade de organizar o tempo, as coisas e
uma tarefa ou atividade e direcionar toda nossa atenção para trabalhar duro, com fazer mais do que apenas o
as atividades, bem como planejar esses
apenas à tarefa/atividade "selecionada". mínimo que se espera.
elementos para o futuro.

10
UNIDADE 1
UMA ABORDAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL INTENCIONAL

ENGAJAMENTO COM OS OUTROS

ENGAJAMENTO COM OS OUTROS é definida como orientação de interesses e energia em direção ao mundo externo, pessoas e coisas. A pessoa engajada é
amigável, sociável, autoconfiante, energética, aventureira e entusiasmada. Compreende as seguintes competências:

Iniciativa social Assertividade Entusiasmo

Diz respeito a habilidade de abordar e se conectar É a capacidade de expressar, e defender, suas opiniões, Consiste em envolver-se ativamente com a vida e com
com outras pessoas, sejam amigos ou pessoas necessidades e sentimentos, além de mobilizar as outras pessoas e a fazê-lo de uma forma positiva, isto é,
desconhecidas, e facilidade na comunicação. pessoas, de forma precisa. ter empolgação e paixão pelas atividades diárias e a vida.

11
UNIDADE 1
UMA ABORDAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL INTENCIONAL

AMABILIDADE

AMABILIDADE é a tendência a agir de modo cooperativo e não egoísta. A pessoa amável ou cooperativa se caracteriza como tolerante, altruísta, modesta,
simpática, não teimosa e objetiva. Compreende as seguintes competências:

Empatia Respeito Confiança

Diz respeito ao uso da nossa compreensão da realidade, da É a capacidade de tratar as pessoas com consideração, lealdade e Refere-se à habilidade de perceber que os
vida e habilidades para entender as necessidades e tolerância, isto é, demonstrar o devido respeito aos sentimentos, outros geralmente têm boas intenções e de
sentimentos dos outros, agir sobre esse entendimento com desejos, direitos, crenças ou tradições dos outros. perdoar aqueles que cometem erros
bondade e investir em nossos relacionamentos, prestando
apoio, assistência, sendo solidário.

12
UNIDADE 1
UMA ABORDAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL INTENCIONAL

RESILIÊNCIA EMOCIONAL

RESILIÊNCIA EMOCIONAL é a previsibilidade, consistência e equilíbrio de reações emocionais, sem mudanças bruscas de humor. Quando a pessoa não
tem essa competência desenvolvida, ela é emocionalmente instável e caracterizada como preocupada, irritadiça, ansiosa, impulsiva e não autoconfiante.
Compreende as seguintes competências:

Tolerância ao estresse Tolerância à frustração Autoconfiança

Consiste na capacidade de regular ansiedade e resposta ao É a presença de estratégias efetivas para regular suas Engloba um sentimento de força interior, isto é, a
estresse, e de resolver problemas com calma. emoções, como raiva e irritação, mantendo a tranquilidade e habilidade de se satisfazer consigo mesmo e sua vida, ter
serenidade frente às frustrações, evitando assim o mal pensamentos positivos e manter expectativas otimistas.
humor, fácil perturbação ou a instabilidade.

13
UNIDADE 1
UMA ABORDAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL INTENCIONAL

ABERTURA AO NOVO

ABERTURA AO NOVO é a tendência a ser aberto a novas experiências estéticas, culturais e intelectuais. A pessoa aberta a novas experiências caracteriza-
se como imaginativa, artística, excitável, curiosa, não convencional e com amplos interesses. Compreende as seguintes competências:

Curiosidade para aprender Imaginação criativa Interesse artístico

Diz respeito ao forte desejo de aprender e adquirir É a capacidade de gerar novas maneiras de pensar e Diz respeito a capacidade de admirar e valorizar
conhecimentos, e paixão pela aprendizagem. agir por meio da experimentação, aprendendo produções artísticas, de diferentes formatos como
com seus erros, ou a partir de uma visão de algo artes visuais, música ou literatura.
que não sabíamos.

14
UNIDADE 1
UMA ABORDAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL INTENCIONAL

A formação do estudante alinhada com as 10 competências


gerais da BNCC e as competências socioemocionais

Ver o adolescente e o jovem como estudante é fundamental, e ressalta o


compromisso da educação integral em criar espaços de aprendizagem
inclusivos, sem discriminação, preconceito, de respeito às diferenças a favor
BNCC, 2018, P.10
do desenvolvimento pleno de cada estudante nas dimensões intelectual,
física, social, emocional e cultural.

Uma importante contribuição para se pensar e praticar a formação do Na BNCC, competência é definida como a mobilização de
estudante são as 10 competências gerais da Educação Básica explicitadas conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades
pela BNCC. (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para
resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno
Ao definir essas competências, a BNCC (Brasil, 2017, p. 8) reconhece que a
exercício da cidadania e do mundo do trabalho”.
“educação deve afirmar valores e estimular ações que contribuam para a
transformação da sociedade, tornando-a mais humana, socialmente justa e,
também, voltada para a preservação da natureza”, ressaltando a importância
de se inter-relacionarem e se desdobrarem nas práticas pedagógicas de
modo articulado à “construção de conhecimentos, no desenvolvimento de
habilidades e na formação de atitudes e valores, nos termos da LDB” .

Cada competência geral é constituída por aspectos que conjugam


competências cognitivas e socioemocionais de modo integrado aos
princípios éticos, estéticos e políticos.

15
UNIDADE 1
UMA ABORDAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL INTENCIONAL

Competências gerais da BNCC e competências socioemocionais

Conheça o resultado de um estudo mais detalhado sobre as competências gerais preconizadas na BNCC e sua relação com as competências socioemocionais
apresentadas.

Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos Curiosidade para aprender (para valorizar o conhecimento e
sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e continuar aprendendo);
1 explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
Respeito e Responsabilidade (para usar o conhecimento na
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva).

Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria


das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a Curiosidade para aprender (para abordar ativamente a ciência, a
imaginação e a criatividade para investigar causas, elaborar e pesquisa e a reflexão);
2 testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções
Imaginação criativa (para investigar causas e hipóteses e gerar
(inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das
novas soluções para problemas importantes).
diferentes áreas.

Análise realizada por JOHN, Oliver (2019).

16
UNIDADE 1
UMA ABORDAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL INTENCIONAL

Competências gerais da BNCC e competências socioemocionais

Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, Interesse artístico (para apreciação de várias manifestações
3 das locais às mundiais, e também participar de práticas artísticas e culturais e participação em produções artísticas e
diversificadas da produção artístico-cultural. culturais).

Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como


Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital, bem como Iniciativa social (para expressar e compartilhar suas próprias
conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, experiências, ideias e sentimentos com os outros);
4 para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e
sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que Empatia (para produzir significados que levam à compreensão
levem ao entendimento mútuo. mútua).

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e


comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas Iniciativa social e Responsabilidade (para se comunicar com outras
diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se pessoas e divulgar informações de maneira ética);
5 comunicar, acessar e disseminar informações, produzir Imaginação criativa (ao utilizar as habilidades computacionais para
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e produção de conhecimento e resolução de problemas).
autoria na vida pessoa e coletiva.

Análise realizada por JOHN, Oliver (2019).


17
UNIDADE 1
UMA ABORDAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL INTENCIONAL

Competências gerais da BNCC e competências socioemocionais

Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e Determinação, Organização, Foco, Persistência e


apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe Responsabilidade (para ter objetivos claros e saber como alcança-
los; ter habilidade de fazer escolhas com autonomia);
6 possibilitem entender as relações próprias do mundo do
trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e
Assertividade (para conhecer suas preferências e fazer escolhas
ao seu projeto de vida com liberdade, autonomia, consciência
adequadas a elas)
crítica e responsabilidade.

Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis Empatia, Respeito e Assertividade (para negociar e defender
para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e adequadamente as ideias e os direitos humanos);
decisões comuns que respeitem e promovem os direitos humanos,
7 a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito
Responsabilidade e autoconfiança (para o consumo responsável
e o cuidado de si e dos outros), além de habilidades envolvidas em
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao
pensamento crítico (híbrida).
cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e Autoconfiança, Tolerância ao Estrese e Tolerância à Frustração
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e
8 reconhecendo suas emoções e as dos outros com autocrítica e
(para cuidar de sua saúde física e suas emoções, envolvendo a
resiliência emocional e a autoconsciência).
capacidade para lidar com elas.

Análise realizada por JOHN, Oliver (2019).


18
UNIDADE 1
UMA ABORDAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL INTENCIONAL

Competências gerais da BNCC e competências socioemocionais

Empatia (para ajudar a entender as experiências e pontos de vista


de outras pessoas);
Respeito (para aceitar a diversidade de outras pessoas sem
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
preconceito);
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da Confiança (para se envolver totalmente no diálogo e cooperar com
9 diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, as outras pessoas, independentemente de qualquer diferença na
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de história de vida);
qualquer natureza.
Entusiasmo (para demonstrar empolgação e engajamento em suas
atividades);

Tolerância à frustração (criação de estratégias para manter a


tranquilidade e serenidade, mesmo nos momentos adversos).

Empatia, Respeito e Confiança (para a ação coletiva com base em


princípios inclusivos e de apoio);
Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resistência e determinação, tomando decisões Iniciativa Social, Determinação e Responsabilidade (para se
10 com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, envolver com as ações e praticar o exercício da boa cidadania em
sustentáveis e solidários. uma sociedade diversa);
Tolerância ao estresse (para que tudo isso ocorra juntamente com
resiliência emocional).

Análise realizada por JOHN, Oliver (2019). 19


UNIDADE 1
UMA ABORDAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL INTENCIONAL

O que a ciência sabe a respeito de como as competências


socioemocionais se associam a resultados na vida das pessoas

Evidências nacionais e internacionais demonstram que o desenvolvimento de competências socioemocionais melhora o aprendizado e o ambiente escolar, além de
ter efeitos em outros aspectos da vida, como aprendizagem, empregabilidade, saúde, bem-estar, entre outros.

A seguir, reunimos alguns resultados de como cada macrocompetência se relaciona com diferentes aspectos de vida.

RELAÇÃO ENTRE MACROCOMPETÊNCIA E DIFERENTES ASPECTOS DE VIDA

Autogestão Engajamento com os outros Amabilidade Resiliência emocional Abertura ao novo

É importante para o resultado Os estudantes que o No contexto do Ensino Médio, Está associada à redução de Está relacionada ao avanço na
acadêmico. Estudos no Brasil desenvolvem podem se está associada à diminuição ausências no trabalho escolaridade, ao aumento de
indicam que altos níveis dessa adaptar mais facilmente ao da agressividade dos (Störmer e Fahr, 2010), à competências cognitivas, à
competência melhoram o mundo do trabalho (Cattan, estudantes (Duncan e promoção de equilíbrio salarial diminuição das taxas de
desempenho nas disciplinas 2010); além disso, diminui a Magnusson, 2010) e à redução (Pinger e Piatek, 2010; ausência na escola e à
de Matemática e Química evasão escolar (Carneiro et de indicadores de violência Rosenberg, 1965), à melhoria melhoria de notas escolares.
(Santos, Primi e Miranda, al, 2007). em geral (Santos, Oliani, de desempenho no emprego Um estudo realizado por
2017). Para além da esfera Scorzafave, Primi, De Fruyt e (Duckworth et al, 2011) e ao Santos, Primi e Miranda (2017)
escolar, essas competências John, 2017). aumento nas chances de indica que altos níveis desta
ajudam no alcance de metas ingresso no Ensino Superior competência melhoram o
profissionais, segundo estudo (Rosenberg, 1965). Estudos no desempenho nas disciplinas
de Barros, Coutinho, Garcia e Brasil também associam o de Português, História,
Muller (2016). desenvolvimento desta Geografia, Física e Biologia.
competência à diminuição de
distúrbios alimentares (Tomaz
e Zanini, 2009).

20
UNIDADE 1
UMA ABORDAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL INTENCIONAL

O desenvolvimento intencional de competências


socioemocionais

Durlak e colaboradores (2011) realizaram uma revisão de literatura e meta-


Para saber mais sobre o acrônimo SAFE, leia o anexo 04.
análise visando compreender quais as práticas mais eficazes para o
desenvolvimento das competências socioemocionais no ambiente escolar.
Os autores concluíram que os programas de desenvolvimento
socioemocional podem ser mais eficazes se usarem uma abordagem SEQUENCIAL: Determinar, durante o planejamento, situações variadas e
S
sequenciada e metodologias ativas de aprendizagem, concentrarem tempo sequenciais que possam mobilizar do modo cada vez mais complexo
suficiente no desenvolvimento de competências, e tiverem metas de determinada competência.
aprendizagem e desenvolvimento explícitas. Essas quatro práticas
recomendadas para atividades desafiadoras formam o acrônimo SAFE A
ATIVO: Adotar metodologias ativas de ensino e de aprendizagem que
(sequencial, ativo, focado e explícito). coloquem o estudante em situações ativas na construção do
conhecimento.

Como metodologias ativas, encontram-se a aprendizagem colaborativa, a


FOCADO: Garantir intencionalidade e tempo suficiente para que o
aprendizagem por projetos e a problematização, além de uma estratégia de F estudante possa exercitar a competência e observar a si mesmo em ação.
avaliação formativa estruturada, que se vale de um instrumento de Determinar, durante o planejamento das atividades, uma competência de
autoavaliação de competências socioemocionais baseado em rubricas. cada vez, como objeto de trabalho.

Por meio desse instrumento os estudantes são convidados a estabelecer E EXPLÍCITO: Explicitar o que é a competência em foco e propor o
metas pessoais, e a monitorá-las de forma a rever e/ou ajustar as suas estabelecimento individual de metas de desenvolvimento.
ações para alcança-las.

21
UNIDADE 2
O QUE É A PROPOSTA
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
UNIDADE 2
ÍNDICE – O QUE É A PROPOSTA DIÁLOGOS
SOCIOEMOCIONAIS

DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS: UMA VISÃO GERAL 24

O QUE É O DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS 25

COMO O DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS 26


ACONTECE NA ESCOLA

Clique para
navegar
UNIDADE 2
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS: UMA VISÃO GERAL

Diálogos Socioemocionais:
uma visão geral

A implantação dos Diálogos Socioemocionais como política de educação integral envolve uma visão
sistêmica da rede de ensino e visa cobertura universal de estudantes e profissionais das escolas,
regionais/diretorias, quando houver, e da Secretaria de Educação.

Daniel Combat/ Instituto Ayrton Senna


O Diálogos Socioemocionais acontece, de fato, na sala de aula, mas requer uma participação ativa da
Secretaria, inclusive para a definição sobre quais competências socioemocionais serão objeto de
desenvolvimento em cada ano/série (priorização), o que resultará de um diagnóstico prévio sobre a
realidade e as necessidades da rede.

Cabe também à Secretaria definir como a proposta acontecerá nas escolas: como um componente
curricular chamado projeto de vida, ou de forma integrada às aulas de determinadas disciplina, o que é
chamado de duplo foco.

Seja qual for o formato escolhido, é essencial que a Secretaria se organize para oferecer o modelo de
formação proposto, além de garantir seu monitoramento ao longo do ano.

Em seguida, iniciam-se o planejamento e a mobilização dos profissionais da rede para que a proposta
aconteça na escola. Para tanto, é essencial que todos conheçam seus princípios e objetivos.

Para saber mais sobre a implementação do Diálogos Socioemocionais, acesse o Caderno do Gestor.

24
UNIDADE 2
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS: UMA VISÃO GERAL

O que é o diálogos socioemocionais

Uma proposta que se articula A proposta favorece o desenvolvimento socioemocional dos estudantes, impactando também o desempenho acadêmico e outras
às políticas de educação esferas da vida, contribuindo para a instalação de políticas de educação integral.
integral

Focada em Práticas e As atividades propostas são planejadas e conduzidas com o uso de metodologias ativas e com a avaliação formativa como estratégia
vivências para o desenvolvimento socioemocional intencional.

Promotora de letramento Com base em uma metodologia que envolve a avaliação formativa e o uso de um instrumento baseado em rubricas, além de outras
e desenvolvimento estratégias, a proposta promove o desenvolvimento socioemocional dos estudantes de modo sequencial, estruturado, ativo, focado
socioemocional consistente e explícito.

Baseada em evidências Os fundamentos da proposta compreendem pesquisas e estudos sobre desenvolvimento socioemocional, tendo uma matriz de
competências abrangente e robusta, organizada a partir de evidências sobre sua maleabilidade e possibilidades de desenvolvimento no
ambiente escolar.

Coloca o professor como A proposta permite aos professores compreender o que é o desenvolvimento socioemocional e o que fazer para garantir
mediador do desenvolvimento intencionalidade no processo. Deste modo, oferece conhecimento e estratégias para articular o desenvolvimento socioemocional à
integral experiência e prática docente.

25
UNIDADE 2
COMO O DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS ACONTECE NA ESCOLA

Como o Diálogos Socioemocionais


acontece na escola
PROJETO DE VIDA

• Acontece em componente curricular específico;


• Possui material estruturado organizado em Orientações para Planos de
A proposta pode acontecer na escola de duas maneiras: em um Aulas;
componente curricular específico – como é o caso do Projeto de Vida – • Promove o desenvolvimento socioemocional dos estudantes de modo
ou como Duplo Foco, de modo articulado aos componentes da base articulado aos temas relacionados à construção da identidade e de
comum, como Língua Portuguesa, Matemática ou Geografia, por projetos de vida.
exemplo.

Clique e assista a um vídeo sobre a proposta na voz de estudantes e


professores do Ceará e Sobral! DUPLO FOCO

• Acontece em qualquer componente curricular das áreas do


conhecimento;
• Possui atividades exemplares e inspiracionais para o professor;
• Promove o desenvolvimento socioemocional dos estudantes de modo
articulado às habilidades específicas dos componentes curriculares.

26
UNIDADE 3
A AVALIAÇÃO FORMATIVA
COMO ESTRATÉGIA PARA
O DESENVOLVIMENTO
SOCIOEMOCIONAL
UNIDADE 3
A AVALIAÇÃO FORMATIVA COMO ESTRATÉGIA PARA O
DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL

AVALIAÇÃO FORMATIVA NA PROPOSTA 30 O QUE É O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO 36


DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS FORMATIVA DE COMPETÊNCIAS
SOCIOEMOCIONAIS BASEADO EM RUBRICAS
AVALIAÇÃO FORMATIVA: DA RÉGUA À BÚSSOLA 31
CONTRIBUIÇÕES DAS RUBRICAS 37
AVALIAÇÃO FORMATIVA COMO ESTRATÉGIA 33
PARA O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL PARÂMETROS PSICOMÉTRICOS 38

AVALIAÇÃO FORMATIVA E A INTERVENÇÃO 35 CONHEÇA O INSTRUMENTO 39


DO PROFESSOR

Clique para
navegar
UNIDADE 3
A AVALIAÇÃO FORMATIVA COMO ESTRATÉGIA PARA O
DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL

COMO UTILIZAR O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO 41 DEVOLUTIVA FORMATIVA (FEEDBACK) 47


FORMATIVA DE COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS
BASEADO EM RUBRICAS: DOIS USOS RECOMENDADOS CARACTERÍSTICAS DE UMA DEVOLUTIVA EFICAZ 48

AVALIAÇÃO: REGISTROS E COMUNICAÇÃO 42 A MEDIAÇÃO DO PROFESSOR DURANTE AS 49


DEVOLUTIVAS FORMATIVAS
PREPARAÇÃO PARA O USO DO INSTRUMENTO 43
RELATÓRIO DA TURMA: INFORMAÇÕES VALIOSAS 50
USO 1: ESTRUTURADO PELA REDE 44 PARA A DEVOLUTIVA E ACOMPANHAMENTO

USO 2: ESTRUTURADO PELO PROFESSOR 45


PLANO DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL 51

Clique para
navegar
UNIDADE 3
AVALIAÇÃO FORMATIVA NA PROPOSTA DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS

Avaliação formativa na proposta


Diálogos Socioemocionais

Tendo em vista o desenvolvimento integral dos estudantes, um bom caminho

Márcio Schimming/ Instituto Ayrton Senna


para a construção de um novo sentido para a avaliação é, em vez de perseguir a
régua, que traz a ideia de uma métrica, adotar a perspectiva da avaliação como
uma bússola: utilizar um conjunto diverso de instrumentos de avaliação,
entendendo que tais instrumentos são recursos poderosos para (re)orientar
professores ao longo do percurso.

Na proposta Diálogos Socioemocionais, a avaliação formativa é uma estratégia


central que se utiliza de um instrumento de avaliação formativa de competências
socioemocionais baseado em rubricas, cujo uso apoia o diálogo, o
autoconhecimento e a autorregulação dos estudantes no processo de
desenvolvimento.

30
UNIDADE 3
AVALIAÇÃO FORMATIVA NA PROPOSTA DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS

Avaliação formativa: da régua à bússola


DICA

A avaliação pode ser um poderoso instrumento de diálogo entre Uma ação de grande importância é o registro regular das observações
professores e estudantes na construção de uma relação crítica e ativa com
e práticas. O uso de um caderno pelo professor – tipo “diário de bordo”
o conhecimento e no desenvolvimento das competências
socioemocionais. – ou de ferramentas tecnológicas como vídeos, gravações de áudio,
blogs etc., para registrar de maneira livre e pessoal as reflexões sobre
O primeiro passo é perceber que avaliar não é apenas medir, e que a nota
não é o único indicador a ser considerado. Ela não é nem o ponto de o desenvolvimento da aula planejada, a aprendizagem dos
partida, nem o ponto de chegada. O ponto de partida é fazer boas estudantes, os desafios e conquistas do dia etc., é um instrumento
perguntas: Que efeito essa escola quer causar na vida do aluno? Que
avaliativo que, além de ser um guardião das memórias do processo
competências esse estudante precisa desenvolver para ser autônomo e
fazer escolhas responsáveis em sua vida? educativo, apoia a tomada de decisões pedagógicas mais
fundamentadas e permite o compartilhamento de práticas com os
A educação integral – que considera todas as dimensões do
colegas e gestores da escola.
desenvolvimento humano – demanda a busca de caminhos em que a
avaliação se configure num ato diagnóstico, em que os processos de
ensino e de aprendizagem sejam permanentemente revistos, analisados e
melhorados, a partir da combinação, sobretudo, dos pontos de vista do
professor e do estudante.

31
UNIDADE 3
AVALIAÇÃO FORMATIVA NA PROPOSTA DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS

Avaliação como bússola

Avaliar envolve a percepção do estudante sobre o próprio desenvolvimento, com vistas a incrementá-lo. É também, para o professor, um exercício constante de analisar e
aprimorar sua estratégia de ensino.

Avaliar não visa efeitos comparativos ou constrangedores. É um processo que passa pelo reconhecimento do desenvolvimento pessoal, mas que pode abranger práticas mais
colaborativas ao identificar as dificuldades e potencialidades em comum e propor possibilidades de os estudantes agirem com foco na ajuda mútua.

A avaliação é um instrumento de comunicação, de diálogo entre professor e estudante. É uma construção, marcada por múltiplos processos, de um conhecimento compartilhado
sobre o percurso do aluno, sempre na perspectiva de ampliar os horizontes de desenvolvimento e de aprendizagem.

Avaliar é assumir a corresponsabilidade nos processos de ensino e de aprendizagem. Professor e aluno – os dois sujeitos principais desse processo – se colocam em parceria. Cada
um assume o compromisso e a responsabilidade com o desenvolvimento mútuo.

Avaliar é fazer um convite ao estudante a sempre buscar novos modos de conhecer, a identificar novas possibilidades de aprender o que lhe parece difícil, de perceber que o caminho
da construção do conhecimento é múltiplo e, por isso, singular para cada estudante. É um exercício constante de abertura para o novo.

Avaliar é problematizar, é rever o processo de construção de respostas para as mais diversas questões, analisando as variadas possibilidades de elaboração de tais respostas. Há que
se compreender que aprender é tornar-se apto a resolver problemas complexos e a avaliação deve ser um exercício que incremente essa competência.

Avaliar é promover uma reflexão sobre a relação do jovem com o conhecimento – que deve ser de apropriação e recriação, e não de repetição. Afinal, conhecer não é só assimilar.
Conhecer é investigar, selecionar, interpretar informações. É estabelecer conexões entre ideias e teorias, num movimento de autoria intelectual. Ou seja: a avaliação precisa estar a
serviço do pensamento crítico.

Avaliar é um exercício rico em possibilidades. Pode envolver instrumentos variados e deve deslocar o olhar do aluno: convidá-lo a resolver problemas de novas maneiras, reinventar
seu jeito de aprender, romper com pensamentos padronizados e experimentar diversas formas de construir o conhecimento. É um processo que exige e desenvolve a criatividade.

32
UNIDADE 3
AVALIAÇÃO FORMATIVA NA PROPOSTA DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS

Avaliação formativa como estratégia para


o desenvolvimento socioemocional

EIXOS CENTRAIS DA AVALIAÇÃO FORMATIVA:


O Diálogos Socioemocionais propõe a avaliação formativa de competências
socioemocionais utilizando um instrumento de rubricas que promove o
letramento socioemocional dos estudantes, permitindo espaços
Atividades
qualificados pra a autorreflexão sobre o próprio desenvolvimento, desafiantes
permitindo sua autorregulação no processo. planejadas no
modelo SAFE Autoavaliação
Nessa proposta, a avaliação do desenvolvimento socioemocional dos utilizando o
estudantes é processual, dialógica, com perspectiva formativa, e instrumento de
rubricas
compreende quatro eixos centrais:

 Plano de desenvolvimento pessoal;


Plano de
▪ Atividades desafiantes planejadas no modelo SAFE; desenvolvimento
pessoal
▪ Autoavaliação utilizando o instrumento de rubricas; Devolutiva
▪ Devolutiva formativa (feedback). formativa
(feedback).

33
UNIDADE 3
AVALIAÇÃO FORMATIVA NA PROPOSTA DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS

• Autorregulação: envolve o planejamento, o monitoramento e


avaliação dos estudantes sobre seus pensamentos, sentimentos e
atitudes, buscando atingir as metas as quais se autopropuseram em seus
A AVALIAÇÃO FORMATIVA PROMOVE
planos de desenvolvimento pessoal ao longo do ano.

• Autorreflexão: é o exercício de concentração para analisar pensamentos,


sentimentos e atitudes no momento da autoavaliação utilizando o AUTORREGULAÇÃO
instrumento de avaliação formativa baseado em rubricas. É nesse
momento de interiorização que cada estudante identifica como se
percebe em cada competência, registrando exemplos de situações vividas
(evidências) que justifiquem suas respostas. AUTORREFLEXÃO

• Letramento socioemocional: envolve a compreensão dos


estudantes sobre o que é cada competência socioemocional, associando o
seu significado com experiências pessoais, ou seja, significando LETRAMENTO SOCIOEMOCIONAL
a competência em sua vida. Para que isso ocorra, o instrumento
de avaliação formativa baseado em rubricas apresenta o enunciado de
cada competência socioemocional e traz exemplos de sua importância.
Esse vocabulário comum permite um campo semântico compartilhado
entre professor e estudantes e entre pares.

34
UNIDADE 3
AVALIAÇÃO FORMATIVA NA PROPOSTA DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS

Avaliação formativa e a intervenção do professor

A avaliação formativa é uma estratégia que visa acompanhar o percurso de


ensino e de aprendizagem/desenvolvimento, e não apenas seu resultado ao
final de um ciclo ou período. Sua metodologia consiste em trazer ao professor

Márcio Schimming/ Instituto Ayrton Senna


subsídios necessários para que ele possa conhecer e intervir eficazmente na
mediação da aprendizagem até que o estudante alcance um objetivo
determinado. Ela ocorre quando:

 O tempo da interpretação dos resultados da avaliação permite que ela seja


feita de modo a favorecer a aprendizagem/desenvolvimento ao longo do
período em que ela se dá.

 A finalidade do uso da informação é fornecer feedback aos estudantes de


modo a contribuir com seu processo formativo ao longo desse mesmo
período.

35
UNIDADE 3
O QUE É O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA DE
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS BASEADO EM RUBRICAS

O que é o instrumento de avaliação


formativa de competências
socioemocionais baseado em rubricas

Instrumentos de avaliação formativa baseado em rubricas são cada vez mais utilizados na educação. As rubricas são feitas sob medida para as tarefas ou aprendizagens
que se deseja acompanhar e tornam mais fácil avaliar temas e competências complexas.

Na proposta Diálogos Socioemocionais, o instrumento baseado em rubricas:

 Compõe um tipo de matriz que define degraus de desenvolvimento de competências socioemocionais com critérios claros, ordenados e observáveis, tornando os
estudantes responsáveis pelo próprio desenvolvimento e orientando caminhos para seu crescimento.

 Os degraus se organizam em um percurso crescente de desenvolvimento das competências socioemocionais, de modo que o desenvolvimento de cada estudante seja
transparente para ele e para o professor.

 A utilização do instrumento de rubricas em diferentes momentos das atividades é estratégica para comunicar aos estudantes e professores sobre o progresso de cada
um e apoia o acompanhamento do desenvolvimento de suas competências.

 O exercício de autoconhecimento e a autorreflexão feitas pelo estudante com auxílio do instrumento por rubrica auxilia-o a entender quais pontos
necessita desenvolver para evoluir, o quanto se aproxima de dominar o conteúdo que está sendo desenvolvido e a regular sua própria aprendizagem (Andrade, 2000).

36
UNIDADE 3
O QUE É O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA DE
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS BASEADO EM RUBRICAS

Contribuições das rubricas

Outra contribuição importante das rubricas para o alcance das metas de


aprendizagem está relacionada à autoeficácia que, segundo Bandura (1997),
diz respeito à confiança pessoal na própria capacidade para realizar ações
com sucesso. A autoeficácia permeia todas as situações de aprendizagem
e é importante para os estudantes tanto para o estabelecimento de metas,

Estúdio Euka/ Instituto Ayrton Senna


quanto para o seu processo de tomada de decisão e comprometimento em
atingi-las.

Portanto, o instrumento de avaliação de competências socioemocionais


baseado em rubricas descreve o que se espera, em termos de
comportamentos ou conhecimentos, para cada nível de desenvolvimento
de uma competência, e possibilita ao estudante compreender quais são os
objetivos que deseja atingir.

Ao ler o instrumento, o estudante é capaz de compreender o que cada


degrau envolve e comparar o padrão de desempenho apresentado com
seus próprios comportamentos e conhecimentos. Isso o leva a refletir
acerca de seu estado atual de desenvolvimento, a partir de indicadores
padronizados, claros, objetivos, previamente estabelecidos e ordenados
em um percurso crescente de complexidade
(Cheng & Chan, 2019).

37
UNIDADE 3
O QUE É O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA DE
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS BASEADO EM RUBRICAS

Parâmetros psicométricos

O instrumento foi desenvolvido, testado e aperfeiçoado considerando


parâmetros psicométricos como validade e precisão. Ou seja, o objetivo era
construir um instrumento confiável, que permitisse o uso em contextos
diversos.

Daniel Combat/ Instituto Ayrton Senna


Propriedades psicométricas são características a serem apresentadas
pelos instrumentos e que garantam seu uso seguro e confiável (Noronha,
Freitas, & Ottati, 2002).

Nesse sentido, os estudos de verificação de parâmetros psicométricos na


elaboração do instrumento de avaliação de competência socioemocionais
buscaram evidências de validade e estimaram a precisão de sua estrutura
em um grande grupo de estudantes brasileiros dos anos finais do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio. Tais estudos são extremamente
importantes, pois visam assegurar que os diferentes degraus das rubricas
de fato identificam adequadamente diferentes níveis de habilidade nas
competências socioemocionais dos respondentes e que o faça de forma
segura e confiável.

38
UNIDADE 3
O QUE É O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA DE
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS BASEADO EM RUBRICAS

Conheça o instrumento

Na página a seguir, conheça como se organiza o instrumento de


avaliação de competências socioemocionais baseado em rubricas em
sua versão em papel. Ele também está disponível em versão digital.

O instrumento de avaliação formativa por rubricas de competências


socioemocionais está disponível no anexo 10, ao final deste caderno.

39
UNIDADE 3
O QUE É O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA DE
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS BASEADO EM RUBRICAS

COMPETÊNCIA SOCIOEMOCIONAL EM FOCO E DESCRIÇÃO DA


COMPETÊNCIA SOCIOEMOCIONAL

RELEVÂNCIA DA COMPETÊNCIA PARA A VIDA

DESCRIÇÃO DOS DEGRAUS DE DESENVOLVIMENTO

ORIENTAÇÃO PARA QUE O ESTUDANTE JUSTIFIQUE A RESPOSTA DE SUA


AUTOAVALIAÇÃO TRAZENDO UMA SITUAÇÃO VIVENCIADA (EVIDÊNCIA)

A disposição da rubrica pode variar um pouco em aplicações online, mas os


campos permanecem os mesmos.

40
UNIDADE 3
COMO UTILIZAR O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA DE
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS BASEADO EM RUBRICAS: DOIS USOS RECOMENDADOS

Como utilizar o instrumento de avaliação


formativa de competências socioemocionais
baseado em rubricas: dois usos recomendados

USO ESTRUTURADO PELA REDE


Existem dois modos de utilização do instrumento de avaliação baseado em
rubricas. O primeiro deles segue a recomendação da política educacional local,
gerando dados que são convertidos em relatórios de acompanhamento. O Nesse tipo de utilização, o professor recebe orientações da secretaria
segundo uso é construído pelo professor, de acordo com os objetivos de de educação sobre quais competências serão foco de desenvolvimento
desenvolvimento e de aprendizagem que estabelece. socioemocional a cada ano/série e em quais períodos acontecerá a
avaliação formativa com base no instrumento por rubricas. O professor
recebe, após a autoavaliação dos estudantes, o Relatório da Turma com
Toda avaliação gera dados que, quando coletados e analisados, promovem informações consolidadas que apoiam o seu trabalho.
informações que apresentam um diagnóstico dos estudantes/turmas que
permite uma intervenção qualificada. No caso da avaliação formativa no
Diálogos Socioemocionais , existem dois modos estruturados para a utilização
do instrumento: pela rede e pelo professor. USO ESTRUTURADO PELO PROFESSOR

Ambos os usos do instrumento, estruturado pela rede ou pelo professor, são Nesse tipo de utilização, o professor identifica a necessidade de
sempre articulados ao ciclo de avaliação formativa, ou seja, o uso do desenvolvimento de competências específicas na turma e articula a
instrumento é integrado à experiência do estudante em atividades desafiantes avaliação formativa, com base no instrumento por rubricas, com as
no modelo SAFE, às devolutivas formativas e ao estabelecimento de metas de atividades que está desenvolvendo junto aos estudantes.
desenvolvimento pessoal.

41
UNIDADE 3
COMO UTILIZAR O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA DE
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS BASEADO EM RUBRICAS: DOIS USOS RECOMENDADOS

Avaliação: registros e comunicação

REGISTRO E COMUNICAÇÃO
O instrumento de avaliação socioemocional baseado em rubricas é
central para o desenvolvimento dos estudantes, no entanto, é desejável o
(a) professor (a), ao planejar suas aulas, oriente cada estudante a ter um Primeiro, os estudantes se identificarão na
caderno de registro em que possam registrar impressões, dúvidas e primeira página do Cadernos de Respostas
aprendizagens, bem como intercale momentos de reflexão e de ação, do instrumento.
considerando a avaliação como prática de comunicação,
autodesenvolvimento e autorregulação. Assim, a avaliação gera insumos Depois, lerão as instruções e responderão
para a qualificação do processo formativo de cada estudante, bem como as rubricas de exemplo para entender
para o aperfeiçoamento contínuo do trabalho docente. melhor como responder o instrumento

Na primeira utilização do instrumento, em ambos os modos de utilização, Em seguida, responderão as rubricas


o professor orienta os estudantes para que se familiarizem com as socioemocionais pensando em como se
rubricas e se apropriem do procedimento. De modo geral, a utilização do comportam de modo geral em cada
instrumento possui os seguintes passos: competência socioemocional.

Por fim, registram, em campo específico


do instrumento , suas justificativas sobre
o degrau escolhido em cada competência,
citando uma situação concreta que ilustre
suas respostas.

42
UNIDADE 3
COMO UTILIZAR O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA DE
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS BASEADO EM RUBRICAS: DOIS USOS RECOMENDADOS

Preparação para o uso do instrumento

ESTUDE!

Antes de utilizar o instrumento de avaliação formativa de competências


socioemocionais baseado em rubricas com seus estudantes, fique atento aos três Por meio do estudo prévio desses materiais, é possível ter clareza a respeito de todo
passos iniciais: o processo para acompanhamento do desenvolvimento das competências
socioemocionais dos estudantes.
Estude os materiais da proposta Diálogos Socioemocionais : O primeiro passo
para realizar a aplicação das rubricas socioemocionais é se apropriar do
instrumento e de como ele é utilizado. Para isso, é essencial estudar os seguintes CONHEÇA!
materiais: Modelo pedagógico, Orientações para Planos de Aula (OPAs) - no caso de
Projeto de Vida -, Banco de atividades exemplares e Instrumento de Avaliação
Formativa baseado em rubricas. Ao conhecer os materiais da proposta é fundamental ter uma leitura cuidadosa
para os procedimentos padronizados de aplicação do instrumento, bem como da forma
como estão orientados. A padronização permitirá que todos os estudantes possam
Conheça os procedimentos padronizados: Ao conhecer os materiais da proposta, responder ao instrumento a partir de orientações concisas e que recebam o mesmo
é fundamental ter uma leitura cuidadosa para os procedimentos padronizados de tipo de informação. Deste modo, assim como os estudantes que já responderam ao
aplicação do instrumento, da forma como estão orientados no anexo 11 instrumento ao longo dos últimos anos, a padronização no uso contribui para a
‘Orientações para aplicação do instrumento de avaliação formativa’ deste caderno. obtenção de respostas seguras dos estudantes e que tornem seu uso confiável para
A padronização permitirá que todos os estudantes possam responder ao propósitos formativos.
instrumento a partir de orientações concisas e que recebam o mesmo tipo de
informação. Desse modo, assim como os estudantes que já responderam ao
instrumento ao longo dos últimos anos, a padronização no uso contribui para a
SIMULE!
obtenção de respostas seguras dos estudantes e que tornem seu uso confiável
para propósitos formativos.
Permite que você, professor (a), conheça o instrumento, sua formatação e os degraus
Simule uma autoavaliação para praticar: Para se familiarizar com as instruções e de desenvolvimento em cada competência por meio da experimentação. Além disso,
tempo de uso do instrumento de avaliação formativa de competências é um excelente modo de exercitar a empatia, colocando-se no lugar do estudante.
socioemocionais baseado em rubricas, simule uma autoavaliação, em um exercício
de homologia de processos.
43
UNIDADE 3
COMO UTILIZAR O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA DE
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS BASEADO EM RUBRICAS: DOIS USOS RECOMENDADOS

Uso 1: estruturado pela rede

Os gestores da rede de ensino podem estabelecer algumas aplicações para acompanhamento do desenvolvimento das competências socioemocionais. Quando esse é o
caso, é esperado que ela estabeleça até quatro ciclos de avaliação:

1º BIMESTRE: 2º E 3º BIMESTRES: 4º BIMESTRE:

• Autoavaliação das 17 competências • Autoavaliação das competências • Autoavaliação das 17 competências socioemocionais
socioemocionais (ou das competências priorizadas socioemocionais estabelecidas como ou das competências priorizadas pela rede utilizando o
pela rede) utilizando o Instrumento de Avaliação meta de desenvolvimento pela turma Instrumento de Avaliação Formativa com base
Formativa com base em rubricas – é recomendado utilizando o Instrumento de Avaliação em rubricas;
que sejam avaliadas, no mínimo, 2 competências; Formativa com base em rubricas; • Realização das devolutivas formativas (feedbacks).
• Feedback formativo, promove-se a reflexão da • Realização das devolutivas formativas • Acompanhamento das metas de desenvolvimento
turma sobre as duas competências mais (feedback); estabelecidas pelos estudantes e atualização dos PDPs;
desafiadoras para o grupo; • Acompanhamento das metas de • Balanço do exercício das competências
• Estabelecimento de metas de desenvolvimento desenvolvimento estabelecidas pelos socioemocionais no período letivo.
pessoal para até duas competências escolhidas estudantes e atualização dos PDPs. • Os resultados de uso do instrumento de avaliação
pela turma (dentre as priorizadas pela rede de formativa pelos estudantes geram informações que são
ensino); sistematizadas no Relatórios da Turma, permitindo
• Elaboração do PDP e registro de metas pessoais e ao professor uma visão clara e consolidada sobre
da turma. sua turma e qualificando suas intervenções.

44
UNIDADE 3
COMO UTILIZAR O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA DE
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS BASEADO EM RUBRICAS: DOIS USOS RECOMENDADOS

Uso 2: estruturado pelo professor

Em sua interação com a turma, o professor identifica necessidades e desafios específicos com relação ao desenvolvimento socioemocional dos estudantes.
Nestes casos, as rubricas podem ser integradas às atividades do seguinte modo:

1 2 3 4 5 6 7

Apresente aos Oriente a leitura Combine um tempo Para consolidar a Cada estudante Após algumas Durante esse
estudantes qual da rubrica adequado para que cada autoavaliação da turma, estabelece uma meta de semanas, oriente a processo, realize
competência correspondente estudante possa refletir o professor pode onde quer chegar em turma a realizar uma devolutivas
socioemocional e a autoavaliação e responder à promover a construção termos de nova autoavaliação formativas com os
será foco de dos estudantes, autoavaliação, de um mural. Realize, no desenvolvimento dessa utilizando a rubrica, estudantes.
desenvolvimento esclarecendo registrando um exemplo coletivo, o diálogo sobre competência e a repetindo o
no período e qualquer dúvida. concreto de situação as respostas do mural e registra. Oriente que, procedimento.
porquê. vivenciada que incentive o nas próximas aulas,
justifique sua resposta. compartilhamento das devem ficar atentos
justificativas. para exercitar essa
competência de modo
intencional.

Especificamente no Diálogos Socioemocional – Duplo Foco, o professor é convidado a articular uma competência socioemocional ao planejamento, execução e avaliação
de uma situação de aprendizagem. Para saber mais, confira a Unidade 6 " Planejamento de atividades Duplo Foco".

45
UNIDADE 3
COMO UTILIZAR O INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA DE
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS BASEADO EM RUBRICAS: DOIS USOS RECOMENDADOS

IMPORTANTE

Orientações gerais para o professor utilizar o instrumento com a turma

Alguns cuidados são importantes nos dois usos previstos do Instrumento (Projeto de Vida ou Duplo Foco):

Garanta um ambiente confortável!


Assegure que o local para a realização da autoavaliação dos estudantes (sala de aula, preferivelmente) tenha

Daniel Combat/ Instituto Ayrton Senna


boa luminosidade e condições adequadas para possibilitar aos estudantes responder às rubricas sem
qualquer tipo de pressão ou desconforto.

Ressalte que a autoavaliação não é uma prova!


Explique aos estudantes que não existem respostas certas ou erradas. Os alunos devem responder às
questões com calma, buscando marcar aquelas alternativas com as quais mais se identificam.

Garanta tempo adequado!


Não é indicado que estudantes respondam com pressa. É importante que possam responder a todas as
questões com calma e seriedade, garantindo assim que um bom processo de autorreflexão possa ocorrer.

Permita perguntas e esclareça dúvidas!


Informe aos alunos que eles podem fazer perguntas em caso de dúvidas sobre o sentido das palavras usadas
ou sobre o preenchimento do Instrumento de Avaliação Formativa baseado em rubricas. É muito importante
que o aluno entenda o que está sendo perguntado. Se for o caso, pode-se consultar o dicionário. No entanto,
atenção: Evite dar exemplos que influenciem a resposta do aluno.

46
UNIDADE 3
DEVOLUTIVA FORMATIVA (FEEDBACK)

Devolutiva formativa (feedback)

A devolutiva formativa (feedback) é um fator motivacional que promove o


conhecimento, as habilidades e o entendimento do estudante sobre algum DEVOLUTIVAS FORMATIVAS
aspecto ou área da sua vida. No contexto educacional, a devolutiva pode
acontecer após uma situação de avaliação, ou mesmo em momentos propícios
nas aulas, sendo considerada um recurso formativo quando ocorre durante a PROFESSOR - ESTUDANTE
situação de aprendizagem, enquanto ainda há tempo de agir sobre ela.
Portanto, realizar devolutivas não é sobre dar conselho, elogiar ou punir. Formato individualizado que promove
uma intervenção mais personalizada.
Na proposta Diálogos Socioemocionais as devolutivas acontecem a partir da
autoavaliação – realizada pelos estudantes por meio do uso do instrumento de
avaliação formativa de competências socioemocionais baseado em rubricas – PROFESSOR - TURMA
aliada à visão, experiência e conhecimento do professor, que oferece Formato que promove uma intervenção
informações necessárias para que cada estudante possa compreender melhor dialogada a partir de questões comuns.
seus desafios e possíveis caminhos de avanço para atingir seus objetivos.

As devolutivas formativas podem ser realizadas entre professor e estudante, ESTUDANTE - ESTUDANTE
professor e turma ou estudante e estudante. Formato que promove o diálogo entre pares
e o fortalecimento de vínculos de confiança.
Acesse o anexo 13 e saiba mais sobre a devolutiva formativa.

47
UNIDADE 3
DEVOLUTIVA FORMATIVA (FEEDBACK)

Características de uma devolutiva eficaz

Existem diferentes formatos e funções de devolutivas. Segundo Black e Wiliam (1998), as funções
principais são duas: diretiva e facilitadora. A devolutiva diretiva aponta para o estudante o que
precisa ser corrigido ou revisado. Já a devolutiva facilitadora fornece comentários e sugestões para
ajudar a guiar os estudantes em sua própria revisão. Seja qual for o tipo de devolutiva, conheça
algumas características de uma devolutiva eficaz:

Estúdio Euka/ Instituto Ayrton Senna


• Problematiza com o estudante caminhos de desenvolvimento, em vez de apenas focar em
checagem ou verificação de “fez/não fez” ou “certo/errado”.

• É específica, ou seja, se for genérica demais o estudante não se sentirá representado e pode
considerá-la inútil e frustrante.

• É específica, mas não complexa ou longa. Por exemplo, se a devolutiva for longa ou complicada, o
estudante simplesmente não prestará atenção na mensagem e o processo perde seu valor.
Portanto, é indicado que a devolutiva tenha foco.

• Permite ao estudante reconhecer os aspectos nos quais possui bom desempenho em quais
outros necessita aprimorar.

• É imparcial, objetiva e apresenta exemplos, ou seja, é embasada em comportamentos que podem


ser observados diretamente ou indiretamente e no grau de seu desenvolvimento em relação a um
comportamento esperado.

• Possui frequência, ou seja, também acontece após o estudante ter tido tempo para agir sobre o
que foi conversado para que possa continuar se desenvolvendo.

48
UNIDADE 3
DEVOLUTIVA FORMATIVA (FEEDBACK)

A mediação do professor durante as devolutivas formativas

A mediação do professor envolve sua presença pedagógica para:

• Observar os estudantes no dia a dia;

Diego Villamarin/ Instituto Ayrton Senna


• Acreditar no potencial de cada um;
• Valorizar o esforço e não apenas o resultado;
• Utilizar as rubricas;
• Perguntar sem julgar;
• Praticar a escuta ativa;
• Exemplificar, sempre;
• Não fazer comparações;
• Foco.

Acesse o anexo 13 e leia mais detalhadamente cada um dos pontos acima.

49
UNIDADE 3
DEVOLUTIVA FORMATIVA (FEEDBACK)

Relatório da turma: informações valiosas para a


devolutiva e acompanhamento

O Relatório da Turma, gerado com os dados da autoavaliação dos estudantes por ELEMENTOS PRESENTES NAS TRÊS PRINCIPAIS SEÇÕES
um sistema informatizado, é um documento que contribui na construção e
atualização da visão do professor sobre o desenvolvimento socioemocional da
turma, favorecendo a elaboração das devolutivas e o acompanhamento do
processo. Ele traz informações consolidadas sobre as respostas dos estudantes Gráficos comentados que permitem visualizar como a
sua turma está em relação às demais turmas da rede,
nas rubricas presentes no instrumento de avaliação formativa de competências
apresentando a média das respostas dos estudantes
socioemocionais.
da turma específica e as médias das demais turmas da
rede nas macrocompetências e competências
O Relatório da Turma é composto por cinco seções: socioemocionais.

• Por que este relatório é importante?


• Quem e o que está sendo observado neste relatório? Gráficos comentados que mostram como os estudantes
da turma se distribuem entre os degraus das rubricas e
• Como está a turma em relação à rede? entre os níveis de desenvolvimento socioemocional
• Como estão os estudantes da turma? para cada uma das competências socioemocionais.

• Como exercer mediação pedagógica para o desenvolvimento socioemocional?

Orientações para a realização de intervenções


Ao longo do ano, você poderá ter acesso aos Relatórios da Turma com
pedagógicas com vistas a promover o desenvolvimento
informações customizadas para cada momento do ciclo de avaliação formativa socioemocional dos estudantes.
estruturado pela rede de ensino. Esse ciclo pode ter até quatro momentos, um
para cada bimestre.

50
UNIDADE 3
PLANO DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL

Plano de Desenvolvimento Pessoal

O Plano de Desenvolvimento Pessoal é uma estratégia que envolve a


autorreflexão dos estudantes sobre seus pontos fortes (potências) e fracos
(desafios) e sobre como as competências socioemocionais serão
trabalhadas intencionalmente. Além do estabelecimento de metas pessoais
e de um conjunto de ações a serem executadas com vistas a alcançá-las,
promovendo também o automonitoramento e a autorregulação periódica do
estudante.

AUTORREFLEXÃO METAS AÇÕES


O Plano de Desenvolvimento Pessoal não é estanque, ao contrário, é um
documento vivo, dinâmico, que pode e deve ser revisitado e atualizado, Autorreflexão sobre Planejamento de Planejamento das
possibilitando o replanejamento das ações propostas inicialmente. as competências metas claras e com ações a serem
quer serão tempos definidos para realizadas para
desenvolvidas com o desenvolvimento das atingir as metas
O Plano de Desenvolvimento Pessoal propicia maior entendimento para o foco e porquê competências autopropostas
professor de como os estudantes estão construindo suas estratégias de escolhidas pela turma
desenvolvimento socioemocional, considerando que esse desenvolvimento é
um processo complexo e não-linear. Para os estudantes, possibilita uma
oportunidade de rever atitudes, repensar as próprias ações e de se
autorregularem no processo.
AUTOMONITORAMENTO E AUTORREGULAÇÃO
Saiba mais sobre o plano de desenvolvimento pessoal no anexo 14.

51
UNIDADE 4
AS METODOLOGIAS DOS
DIÁLOGOS SOCIOEMOCIONAIS
UNIDADE 4
ÍNDICE – AS METODOLOGIAS DOS DIÁLOGOS
SOCIOEMOCIONAIS

AS METODOLOGIAS ATIVAS E O PAPEL DO PROFESSOR 54

PRESENÇA PEDAGÓGICA: UM MODO DE MEDIAR O 55


PROCESSO DE APRENDIZAGEM COM QUALIDADE

APRENDIZAGEM COLABORATIVA: CONSTRUÇÃO 56


COLETIVA DO CONHECIMENTO

PROBLEMATIZAÇÃO: PROMOVENDO O 57
APRENDER A APRENDER

APRENDIZAGEM POR PROJETOS: 58


CONEXÃO COM A PRÁTICA

SALA DE AULA INVERTIDA: CONEXÃO COM A PRÁTICA 59

Clique para
navegar
UNIDADE 4
AS METODOLOGIAS ATIVAS E O PAPEL DO PROFESSOR

As metodologias ativas
e o papel do professor

A proposta Diálogos Socioemocionais está fundamentada em metodologias AS METODOLOGIAS ATIVAS ENGAJAM E REFORÇAM O PROTAGONISMO
ativas, comprometidas com a participação dos estudantes na construção de DO ESTUDANTE. PARA ISSO, É IMPORTANTE GARANTIR QUE:
conhecimentos, e na qualificação da mediação e da gestão da aula, do ensino e
da aprendizagem pelos professores.

Os estudantes tenham um papel ativo.


Prioritariamente, a proposta destaca a prática de três metodologias que
possibilitam aos jovens vivenciar concretamente a construção de
conhecimentos e a transformação de si mesmos e do contexto em que vivem,
Os professores estabeleçam com os estudantes uma relação de
experimentando, em grupos de trabalho e sob a orientação do(a) professor(a), o confiança e de abertura para o erro.
desenvolvimento de projetos que conectam saberes e competências:

Haja situações de aprendizagem colaborativas e


▪ Aprendizagem colaborativa complexas.

▪ Problematização
Tenham como base situações de aprendizagem estruturadas,
▪ Aprendizagem por projetos
intencionais e com a duração adequada para o desenvolvimento
▪ Sala de aula invertida de competências cognitivas e socioemocionais.

Para conduzir um trabalho pedagógico com base nessas metodologias, o


professor tem um papel como mediador de todo o processo, exercitando
intencionalmente sua presença pedagógica.

54
UNIDADE 4
PRESENÇA PEDAGÓGICA: UM MODO DE MEDIAR O PROCESSO DE APRENDIZAGEM COM QUALIDADE

Presença pedagógica: um modo de mediar o


processo de aprendizagem com qualidade

Presença pedagógica é uma condição essencial para favorecer uma boa mediação da aprendizagem. Por meio do seu exercício, o professor abre uma via de diálogo efetivo
com os jovens, acolhendo-os em suas singularidades ao mesmo tempo em que exige responsabilidade e compromisso, ajudando-os a gerirem suas aprendizagens e
desafiando-os a crescerem. Conheça 7 pontos importantes sobre a Presença Pedagógica:

1 2 3 4 5 6 7

Qualificar a Cabe ao professor Estar junto, em O engajamento e o Conduzir uma relação A presença Em situações de
interação professor- abrir-se relação de compromisso do educativa requer o pedagógica não é um conflitos relacionais,
estudante é a base cotidianamente para reciprocidade, professor com relação reconhecimento de dom de alguns o professor que atua
para o os estudantes e sua qualifica a interação e à aprendizagem dos uma dimensão de professores. Fazer-se com presença
estabelecimento de diversidade de possibilita o estudantes se autoridade. O presente na vida dos pedagógica busca
um bom convívio características, aprofundamento de traduzem na exercício da presença estudantes é uma envolver os
dentro e fora da sala interesses, demandas trocas comunicativas. confiança no pedagógica não atitude que se estudantes na
de aula e para e desafios. É É essencial falar e potencial de cada um, coloca o professor desenvolve, desde reflexão sobre os
promover a necessário consolidar escutar com o mesmo em expectativas como um “igual” (mito que haja disposição diferentes aspectos
aprendizagem e o uma relação de cuidado e atenção, elevadas sobre suas da horizontalidade), interior, abertura, da situação-problema
desenvolvimento de acolhimento e de favorecendo a capacidades para mas sim, traz sensibilidade e e na resolução desta,
competências exigência no compreensão mútua. aprender e na intencionalidade para compromisso para tal. em vez de agir como o
cognitivas e cotidiano escolar. persistência em a construção de uma único resolvedor.
socioemocionais. ensinar. influência construtiva
e respeitosa na vida do
estudante, ensinando
também pelo exemplo.

Leia o texto completo sobre presença pedagógica no anexo 05. 55


UNIDADE 4
APRENDIZAGEM COLABORATIVA: CONSTRUÇÃO COLETIVA DO CONHECIMENTO

Aprendizagem colaborativa:
construção coletiva do conhecimento

Aprendizagem colaborativa é uma metodologia que transforma as relações de aprendizado e a organização da turma. Trabalhando em times, cada estudante vai se
tornando apto a enfrentar, de modo cooperativo, os desafios de aprendizagem e do desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais,
corresponsabilizando-se tanto com relação à qualidade do convívio da turma quanto com o que está sendo ou não aprendido por ele mesmo e pelos colegas. Esse modo
de aprender promove a ampliação da autonomia dos estudantes em relação ao conhecimento e abre caminho a novos modos de interação com o professor e com os
pares. Conheça 7 pontos importantes sobre a Aprendizagem Colaborativa:

1 2 3 4 5 6 7
Planejar atividades Apresentar os objetivos Valorizar e propiciar a Estimular todos os Mediar e estimular a Promover o respeito à Garantir momentos para
complexas, que do trabalho: o que será organização do espaço estudantes a participação dos diversidade, a troca de a autoavaliação dos
necessitam do trabalho realizado e o que se físico para que os assumirem a liderança estudantes para saberes e a circulação estudantes sobre seu
colaborativo para serem espera alcançar. grupos de trabalho e a dos grupos de trabalho, resolverem por si da palavra nos desempenho como
resolvidas. Não deixar Estabelecer roda de conversa em rodízio, para que mesmos os problemas momentos da roda de participante no grupo ao
os estudantes sem combinados, tendo em coletiva possam ser possam experimentar de convívio ou de discussão coletiva, para longo das atividades. É
acompanhamento vista que todos estão formados situações em que serão aprendizagem, além das que todos os estudantes fundamental também
durante o trabalho aprendendo a trabalhar adequadamente. líderes e liderados. questões que os possam participar promover com a turma a
em grupos: é colaborativamente. Envolver a turma como Assim, todos desafiam, evitando ativamente. reflexão e a discussão
fundamental circular corresponsáveis na experimentam papeis e responder ou solucionar sobre os resultados
pela sala para ouvir, organização do espaço. responsabilidades de tais questões por eles. alcançados.
observar como estão se modo ativo e
organizando e se colaborativo.
desenvolvendo nesse
processo, além, é claro,
prestar assistência
quando necessário.

Leia o texto completo sobre Aprendizagem colaborativa no anexo 06. 56


UNIDADE 4
PROBLEMATIZAÇÃO: PROMOVENDO O APRENDER A APRENDER

Problematização: promovendo o
aprender a aprender

A problematização faz contraponto à ideia de que estudantes silenciosos e cadernos cheios de anotações são sinônimos de aprendizagem. Assim como a aprendizagem
colaborativa, a problematização é uma metodologia que se desenvolve pela participação em torno de situações-problema e que exige o exercício da presença
pedagógica do professor durante a mediação. Ela assume um papel de destaque na construção do conhecimento escolar, uma vez que é um meio de provocar a
participação, a criticidade, a curiosidade e a superação do conhecimento simplesmente transferido. Conheça 7 pontos importantes sobre a Problematização:

1 2 3 4 5 6 7

Problematizar é mais Problematizar a partir A problematização Resolver problemas de Considerar os saberes Orientar os estudantes Promover
que uma metodologia, é de perguntas acontece em um modo colaborativo: eis e as experiências dos com informações, deslocamentos, sair da
uma postura frente ao consistentes e bem ambiente protegido uma estratégia-chave estudantes. Cada um dicas de fontes de zona de conforto,
conhecimento. Cabe ao formuladas é um para o erro, no qual para lidar com situações- traz conhecimentos pesquisa e sugestões incentivar os alunos a
professor problematizar convite realmente hipóteses, opiniões problema complexas. A prévios e pode de métodos, com não se restringir a dar a
para que se instale nos instigante para que os conflitantes e participação articulada e (re)construí-los a partir vistas a incentivar o resposta que o
estudantes o processo alunos possam ir além equivocadas têm colaborativa dos de problematizações desenvolvimento da professor quer ouvir.
ativo de construção, de seus conhecimentos espaço e valor. estudantes possibilita a que levem essas autonomia intelectual Nada de acomodação,
busca e apropriação de prévios e ampliar organização de um plano bagagens em conta. dos estudantes. problematizar é sair da
saberes. repertórios e horizontes de ação cuja realização “mesmice”.
de sentidos. amplia o repertório
de conhecimentos e de
estratégias de
aprendizagem de
cada um.

Acesse o anexo 07 e saiba mais sobre a Problematização.


57
UNIDADE 4
APRENDIZAGEM POR PROJETOS: CONEXÃO COM A PRÁTICA

Aprendizagem por Projetos:


conexão com a prática

A aprendizagem por projetos abre oportunidades de aprendizagens significativas protagonizadas pelos estudantes. Os projetos são uma chave fundamental para o
desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais pelos alunos, fomentando a autonomia intelectual, tão importante na sociedade do conhecimento, e
sendo um terreno adequado para a concretização da integração curricular em profundidade. Conheça 7 pontos importantes sobre a Aprendizagem por Projetos:

1 2 3 4 5 6 7
Permite que os Promove a conexão Possibilita que os Tem na mediação do Permite aos estudantes Promove situações de Possibilita a
estudantes relacionem entre os interesses dos estudantes professor um aspecto- aprender aprendizagem personalização do
teoria e prática, por estudantes e a escola, estabeleçam uma chave. O acolhimento conhecimentos novos, estruturadas que currículo, ao possibilitar
meio de vivências e tornando a vivência relação ativa, reflexiva, dos interesses e das desenvolver habilidades envolvem transformar que os estudantes
situações estruturadas escolar aberta à colaborativa e singularidades dos de pesquisa, bem como planos em ação, possam escolher temas
e colaborativas que exploração do mundo a significativa ao acessar estudantes, o aporte de aprofunda o acessar, analisar, de projetos de pesquisa
envolvem colocar partir de interesses conhecimentos novos conhecimentos, a autoconhecimento. relacionar, produzir e ou de intervenção,
conhecimentos à prova
pessoais e coletivos. existentes e construir orientação em relação Realizar projetos é um compartilhar participar ativamente da
da realidade.
novos saberes. ao percurso do projeto, “palco” para o conhecimentos. construção e execução
a problematização dos desenvolvimento de desses projetos, ou
pontos de vista e competências mesmo, possam
escolhas dos cognitivas e idealizar e construir
estudantes e o estímulo socioemocionais. projetos de presente e
à aprendizagem são de futuro para suas
marcas importantes da vidas.
atuação do professor na
orientação de projetos.

Saiba mais sobre a Aprendizagem por Projetos no anexo 08.


58
UNIDADE 4
SALA DE AULA INVERTIDA: CONEXÃO COM A PRÁTICA

Sala de aula invertida:


Conexão com a prática

Ampliar o tempo de aprendizagem de modo intencional e estruturado para NA SALA DE AULA INVERTIDA:
além do período da aula, investindo na autonomia dos estudantes para ler,
pesquisar e formular suas questões sobre temas diversos, é o que a
metodologia sala de aula invertida propõe.
• O uso das diferentes tecnologias promove a inversão entre
A sala de aula invertida propõe o melhor aproveitamento do tempo das aulas, sala de aula e espaço fora da sala de aula.
ao considerar que muitas das etapas de aprendizagem podem ser realizadas
pelos estudantes em outros tempos e espaços de sua rotina extraescolar. • O espaço de aprendizagem em grupo se inicia por
Assim, atividades como a leitura de um texto ou a pesquisa sobre uma aprendizagem individual que retorna ao grupo para
determinado conteúdo podem ser realizadas de modo independente pela um movimento dinâmico e interativo
turma, orientada pelo professor.
• O educador orienta os alunos conforme aplicam conceitos e
Essa metodologia, em sua essência, propõe que os estudantes acessem se engajam criativamente em um assunto.
individualmente um roteiro de trabalho organizado pelo professor sobre o
assunto a ser explorado em aula e, durante o momento da aula, o professor,
contando com a participação ativa da turma, soluciona as dúvidas, corrige
equívocos, realiza discussões, exercícios e projetos sobre o material
disponibilizado, invertendo um momento que seria de exposição sobre o
tema para um momento de reflexão e aplicação dele.

Saiba mais sobre a Sala de Aula Invertida no anexo 09.

59
UNIDADE 5
O COMPONENTE PROJETO DE VIDA
E OS MATERIAIS DA PROPOSTA
UNIDADE 5
ÍNDICE – O COMPONENTE PROJETO DE VIDA E OS
MATERIAIS DA PROPOSTA

O QUE É PROJETO DE VIDA? 62

PROJETO DE VIDA COMO COMPONENTE CURRICULAR 64

ORIENTAÇÕES PARA PLANOS DE AULA E 65


CADERNO DO ESTUDANTE

COMO ESSES MATERIAIS ESTÃO ORGANIZADOS? 66


A OPA POR DENTRO 67

Clique para
navegar
UNIDADE 5
O QUE É PROJETO DE VIDA?

O que é Projeto de vida?

Projeto de Vida pode ser compreendido como o propósito pessoal que faz
com que alguém se engaje com empenho no cotidiano do próprio viver, PROJETO DE VIDA:ESTABILIDADE, SIM!
fundamentado em valores positivos e éticos. IMUTABILIDADE, NÃO!

O pedagogo Antônio Carlos Gomes da Costa dizia que o Projeto de Vida é um


“sonho com degraus”. É um sonho porque se refere a um objetivo de longo Vale destacar uma importante característica do projeto de vida: a
prazo e de difícil e exigente realização, um desejo profundo. É cheio de estabilidade (Damon, 2009) ou constância de propósito (Gomes da
degraus porque exige gestão e organização dos passos a seguir e Costa, 2001). Isto é, trata-se de uma meta não passageira que só
entendimento de que tudo o que deve ser feito depende de esforços e pode ser concluída no longo prazo, por isso necessita que sejam
recursos. postos alguns degraus ao longo do trajeto. Note-se que estabilidade
não é sinônimo de imutabilidade e imobilidade. O projeto de vida é
algo em movimento e aberto a transformações de acordo com os
Mais do que apenas se voltar para o futuro, pensar em um projeto de vida
acontecimentos na vida da pessoa. De toda maneira, embora possa
envolve abraçar o presente. Sobre esse ponto, Burnett & Evans (2017)
haver transformações em um projeto de vida, seu elemento
propõem a reformulação da clássica pergunta “O que você quer ser quando
motivador permanece.
crescer?”. Para eles, a questão que deve ser posta é: “No que você quer
crescer?”. Uma pequena revisão que faz toda a diferença, já que constrói a
ponte entre o hoje e o amanhã. Assim, um desejo distante torna-se algo que
pode começar a ser projetado no próprio instante de sua formulação. É no
agora que a pessoa define em que aspecto ou competência deseja
desenvolver. Há também o fato de que a pergunta passa ter o sentido de
processo, de trajeto, que se altera conforme as mudanças da vida.

62
UNIDADE 5
O QUE É PROJETO DE VIDA?

Para desenvolver o projeto de vida dos estudantes na escola, é fundamental a problematização acerca de seus modos de ver e conceber a si mesmos, os estudos, a vida
familiar e o mundo do trabalho. Muitas de suas concepções podem estar associadas a impressões negativas e estereotipadas da escola, dos conteúdos ensinados, das
relações professor-aluno, do baixo autoconhecimento, do relacionamento com colegas, das dificuldades de iniciar um curso superior, das profissões, entre outros.

Ressignificar como cada estudante pensa, sente e atua nas dimensões pessoal, social, acadêmica e profissional é um caminho para o desenvolvimento socioemocional e
para uma formação escolar que amplie seus campos de possibilidades.

DIMENSÃO ACADÊMICA: DIMENSÃO PESSOAL:


exercita sua autonomia e autogestão foca na relação do estudante consigo
para aprender na escola e fora dela de mesmo, sua história de vida, suas
modo curioso, investigativo e engajado. experiências e vivências, seus interesses.

DIMENSÃO PROFISSIONAL: DIMENSÃO SOCIAL:


promove a compreensão sobre o complexo mundo do trabalho, refere-se à relação do estudante com
bem como a identificação de seus interesses e motivações, e o o outro na sociedade e com o meio
estabelecimento de metas e planos para alcançá-las. ambiente.

63
UNIDADE 5
O QUE É PROJETO DE VIDA?

Projeto de Vida como componente curricular

O componente Diálogos Socioemocionais - Projeto de Vida propõe práticas


estruturadas em Orientações para Planos de Aulas (OPAs) que envolvem os
estudantes em sua integralidade, em meio a situações-problema que exigem um
saber fazer que une esforços cognitivos e socioemocionais, bem sintetizados nas
macrocompetências abertura ao novo, autogestão, resiliência emocional,
amabilidade e engajamento com os outros.

Daniel Combat/ Instituto Ayrton Senna


Sem a dimensão socioemocional desenvolvida, não há como construir um projeto
de vida alinhado a quem se é e a quem se quer ser e, menos ainda, efetivá-lo.

Em função da potência do projeto de vida para a vida escolar, a BNCC, explicita sua
importância para os currículos. Nesse documento, a escola é considerada como
um espaço que contribui para o delineamento do projeto de vida dos estudantes, o
que “ pode representar mais uma possibilidade de desenvolvimento pessoal e
social” (BNCC, 2018, p. 62). Nesse sentido, o projeto de vida tanto diz respeito “ao
estudo e ao trabalho como também no que concerne às escolhas de estilos de
vida saudáveis, sustentáveis e éticos” (BNCC, p.463).

64
UNIDADE 5
ORIENTAÇÕES PARA PLANOS DE AULA E CADERNO DO ESTUDANTE

Orientações para planos de


aula e caderno do estudante

Diálogos Socioemocionais – Projeto de Vida compreende um conjunto de materiais


que oferecem insumos para o professor realizar o trabalho com os estudantes:

Diego Villamarin/ Instituto Ayrton Senna


▪ Orientações para planos de aula (OPA): Materiais de referência para o professor
que trazem um conjunto de atividades articuladas e estruturadas com
indicações metodológicas sobre como conduzir e mediar as atividades, de modo
que o desenvolvimento de competências socioemocionais possa ser trabalhado
intencionalmente, bem como aspectos ligados à construção identitária e
elaboração de projetos de vida.

▪ Caderno do estudante: Material complementar à OPA. Possui fichas de trabalho


para a realização das atividades pelos estudantes.

▪ Instrumento de Avaliação Formativa das Competências Socioemocionais


baseado em rubricas: Material que traz o instrumento de avaliação formativa de
competências socioemocionais baseado em rubricas.

Acesse os anexos 10 e 17 e veja os materiais completos.

65
UNIDADE 5
ORIENTAÇÕES PARA PLANOS DE AULA E CADERNO DO ESTUDANTE

Como esses materiais estão organizados?

As OPAs e o Caderno do Estudante estão organizados em volumes bimestrais, cujas


atividades podem ser trabalhadas em componente curricular específico (1 hora/aula
semanal ou mais). A estrutura da OPA se organiza em: Introdução, Mapa de
Atividades e as Atividades.

Na Introdução de cada OPA são apresentadas dicas e recomendações para


favorecer o trabalho intencional das competências socioemocionais, as
metodologias propostas, e orientações para o planejamento das atividades e para a
gestão das aulas.

O Mapa de Atividades apresenta um breve resumo das atividades do bimestre. Já as


Atividades são apresentadas com um quadro-síntese contendo objetivos,
explicitação das competências gerais da BNCC e das competências socioemocionais
em foco, o modo de organização da turma, além dos recursos e providências
necessários e a duração prevista. Além disso, cada atividade compreende um
conjunto de orientações e boxes que têm como objetivo oferecer insumos para a
prática docente.

Vale destacar que as OPAs não pretendem ser uma “camisa de força”, uma
abordagem tecnicista ou que subjugue a autoria docente. As orientações nelas
expressam um caminho inspirador, considerando que é o professor o conhecedor
dos contextos locais e das dinâmicas da escola. Nesse sentido, as OPAs são abertas
às reedições de cada professor, que constrói na interação com os estudantes os
sentidos da prática educativa.

66
UNIDADE 5
ORIENTAÇÕES PARA PLANOS DE AULA E CADERNO DO ESTUDANTE

A OPA por dentro

No modelo Diálogos Socioemocionais - Projeto de Vida, as Orientações para Planos


de Aula (OPA) propõem um caminho didático para o desenvolvimento socioemocional
intencional e para a construção de um projeto de vida pelos estudantes, a partir de
processos reflexivos e ativos que envolvem questões identitárias (quem sou eu?) e a
elaboração de projetos de vida (quem eu quero ser?).

No anexo 19, conheça a atividade “Meu projeto de vida e minha família”, proposta
para a 1ª série do Ensino Médio, 3º bimestre, comentada de modo a explicitar esses
propósitos. Essa atividade tem o objetivo de discutir as aspirações das famílias
sobre o que desejam para o futuro de seus filhos e promover a apresentação e
conversa dos jovens com seus familiares sobre o que estão desejando e construindo
para si.

67
UNIDADE 6
PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES
COM DUPLO FOCO
UNIDADE 6
ÍNDICE – PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES COM
DUPLO FOCO

O QUE É DUPLO FOCO 70 78


PLANEJAMENTO DAS SEQUÊNCIAS DE ATIVIDADES –
RESILIÊNCIA EMOCIONAL
O PLANEJAMENTO DE AULAS COM DUPLO 71
FOCO NA METODOLOGIA SAFE PLANEJAMENTO DAS SEQUÊNCIAS DE ATIVIDADES – 79
ABERTURA AO NOVO

SENSIBILIZAÇÃO E AUTOAVALIAÇÃO 72 ELABORAÇÃO DO MAPA DE ATIVIDADES 80

DESENVOLVIMENTO E ACOMPANHAMENTO 73
AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS E O 81
O DIÁRIO DE BORDO DOCENTE 74 CONSELHO DE CLASSE
PLANEJAMENTO DAS SEQUÊNCIAS DE 75
ATIVIDADES – AUTOGESTÃO

PLANEJAMENTO DAS SEQUÊNCIAS DE ATIVIDADES – 76


ENGAJAMENTO COM OS OUTROS

PLANEJAMENTO DAS SEQUÊNCIAS DE ATIVIDADES - 77


AMABILIDADE

Clique para
navegar
UNIDADE 6
O QUE É DUPLO FOCO

O que é Duplo Foco?

O modelo Diálogos Socioemocionais - Duplo Foco permite que as competências


socioemocionais sejam trabalhadas com intencionalidade em qualquer
componente curricular. Também chamado de Modelo Integrado ao Componente

Daniel Combat/ Instituto Ayrton Senna


Curricular ou Área do Conhecimento, o professor de qualquer componente
curricular pode conduzir as aulas com foco no desenvolvimento socioemocional,
sendo empregadas atividades de maneira intencional e explícita nas sequências
didáticas de desenvolvimento cognitivo previstas pelo professor, desde que as
ações e atividades sejam planejadas.

Veja nas páginas seguintes orientações para o planejamento de atividades que


valorizem o desenvolvimento cognitivo e socioemocional.

70
UNIDADE 6
O PLANEJAMENTO DE AULAS COM DUPLO FOCO NA METODOLOGIA SAFE

O planejamento de aulas com


Duplo Foco na metodologia SAFE

Para articular o desenvolvimento socioemocional aos objetivos de aprendizagem do


componente curricular utilizando-se da estratégia SAFE, a seguinte organização é
PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES
proposta para pensar as situações de aprendizagem:

• Sensibilização e autoavaliação: apresentação da competência socioemocional


foco de desenvolvimento; levantamento do conhecimento prévio da turma sobre 1 Sensibilização e autoavaliação
ela e atividades de reflexão sobre como a vêm mobilizando.

• Desenvolvimento e acompanhamento: participação dos estudantes nas 2 Desenvolvimento e acompanhamento


atividades propostas, por meio de metodologias ativas; acompanhamento da
mobilização da competência socioemocional ao longo da situação de
aprendizagem, por meio de conversas com a turma. 3 Autoavaliação final e registros

• Autoavaliação final e registros: mais uma utilização do instrumento de avaliação


formativa (rubrica) da competência socioemocional; avaliação oral e compartilhada
pelos estudantes sobre seus avanços, aprendizagens e pontos de melhoria e
registros.

Acesse o anexo 18 ‘Duplo foco na prática: análise de uma atividade exemplo’ e veja
um exemplo de atividade com duplo foco e no anexo 16 um conjunto de atividades
exemplares para Língua Portuguesa e Matemática.

71
UNIDADEUNIDADE
1 6
O PLANEJAMENTO DE AULAS COM DUPLO FOCO NA METODOLOGIA SAFE

Sensibilização e autoavaliação
COLOCANDO EM PRÁTICA A SENSIBILIZAÇÃO E AUTOAVALIAÇÃO

O momento de sensibilização acontece logo na primeira aula de uma Apresente à turma o nome da competência socioemocional que será objeto
situação de aprendizagem e tem como objetivo apresentar aos 1 de desenvolvimento intencional nas próximas aulas, escrevendo seu nome
estudantes, de modo explícito, qual é a competência no quadro. É importante também destacar no quadro as habilidades
específicas que são objetivo de aprendizagem.
socioemocional que será foco de desenvolvimento intencional nessa
situação. Além disso, nesse momento é importante realizar uma breve
conversa para levantar os conhecimentos prévios da turma sobre a Peça aos estudantes que tragam, oralmente, exemplos de situações
2
competência socioemocional em questão, bem como fazer uso nas quais precisaram mobilizar essa competência em suas vidas.
do Instrumento de Avaliação Formativa com base em rubrica, de modo
que cada estudante possa iniciar o seu processo de autoconhecimento
Leia a definição da competência socioemocional presente no cabeçalho
e autorregulação ao longo das aulas que se seguirão. 3 do instrumento de rubrica, para ampliar a discussão sobre o significado desta.

Esta é uma oportunidade para desconstruir com os estudantes alguma


visão que porventura exista de que há um nível ideal no qual eles Converse sobre a importância dessa competência para a vida, dentro e fora da
4 escola.
devem se avaliar e todos os demais estão aquém do desejado. É
importante lembrar os estudantes que todos possuem todas as
competências, mas em graus diferentes e que este é um processo Continue a conversa engajando os estudantes a pensarem como essa competência
para aprofundar o autoconhecimento deles e as possibilidades para o socioemocional pode ser mobilizada ao longo das próximas aulas, buscando
5 construir relações entre os objetos de conhecimento que serão abordados na
desenvolvimento pleno. sequência de atividades e a competência socioemocional em foco.

Realize a primeira autoavaliação, propondo que os estudantes preencham


o instrumento de rubricas da competência em foco e, ao final, abra
6 espaço para ouvir alguns estudantes sobre o que descobriram com
essa autoavaliação e o que esperam desenvolver.

72
UNIDADEUNIDADE
1 6
O PLANEJAMENTO DE AULAS COM DUPLO FOCO NA METODOLOGIA SAFE

Desenvolvimento e acompanhamento
COMO ESTIMULAR O EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA SOCIOEMOCIONAL

O momento do desenvolvimento da sequência de atividades Coloque em ação estratégias de aprendizagem que façam uso de
promove oportunidades para que os estudantes possam mobilizar 1 metodologias ativas, que engajem os estudantes para resolverem
a competência socioemocional durante a aprendizagem das problemas, trabalhar entre pares ou realizar projetos, por exemplo. Deste
habilidades específicas. É durante a interação dos estudantes modo, conseguirão mobilizar de modo intencional a competência
socioemocional em foco.
com os objetos de conhecimento que é possível observar e
estimular o exercício da competência socioemocional.
Exercite, intencionalmente, a sua presença pedagógica. É justamente
2 a qualidade das interações do professor durante as aulas que irão contribuir
no desenvolvimento das competências socioemocionais como um todo.

Busque explicitar, para os estudantes, as oportunidades para


o desenvolvimento da competência socioemocional sempre que existirem e
3 os convide para sentir, pensar e agir de modo mais consciente e
com intencionalidade.

Realize periodicamente conversas ou pequenas dinâmicas ao longo


do processo para que os estudantes possam falar sobre como estão
mobilizando a competência socioemocional, como essa competência tem
colaborado para a aprendizagem das habilidades específicas, quais são os
4 principais desafios e quais são as conquistas que já tiveram no
processo. Formule perguntas que os ajudem a manter a conexão entre o que
vivenciam nas aulas e as suas experiências fora da escola. Se pertinente, a
partir dessa reflexão, convide os estudantes a planejarem, cada um, uma ação
que pode ser realizada com vistas a exercitar de modo intencional o
desenvolvimento daquela competência.

73
UNIDADEUNIDADE
1 6
O PLANEJAMENTO DE AULAS COM DUPLO FOCO NA METODOLOGIA SAFE

O diário de bordo docente

Para apoiar seu trabalho, sugerimos o uso de um diário de bordo docente para subsidiar o planejamento e também o acompanhamento do processo de autoavaliação
do desenvolvimento socioemocional pelos estudantes e, assim, realizar as devolutivas formativas.

Também é importante, em seu momento de reflexão, professor(a), registrar uma autoavaliação sobre a sua mediação do processo de desenvolvimento das
competências socioemocionais, a partir de perguntas como:

• Como você, professor(a) avalia a sua mediação e presença pedagógica nas etapas dessa aula, do planejamento à avaliação?

• Foi possível identificar o uso da competência socioemocional em foco pelos estudantes?

• As estratégias metodológicas utilizadas promoveram a aprendizagem entre pares?

• Saberia identificar o empenho dos estudantes para com as atividades e as suas principais dificuldades?

• Você foi capaz de oferecer apoio, promover a colaboração e/ou oferecer estratégias mais personalizadas de acordo com as dificuldades e motivação de cada um?

74
UNIDADEUNIDADE
1 6
O PLANEJAMENTO DE AULAS COM DUPLO FOCO NA METODOLOGIA SAFE

Planejamento das sequências de atividades


AUTOGESTÃO

Responsabilidade
Determinação

Persistência
Organização
O desenvolvimento das competências de autogestão exige situações de
aprendizagem que envolvam planejamento prévio e o cumprimento de ações para

Foco
a realização de etapas desafiadoras.

No decorrer do trabalho, o professor pode assinalar, via feedbacks Conseguir trabalhar duro.
estruturados, se houve determinação, capricho, atenção aos
detalhes e capacidade de superar obstáculos, por exemplo. Também é importante Conseguir vencer obstáculos difíceis.
promover diálogos sobre o processo, permitindo que os estudantes troquem
impressões e valorizem atitudes de organização, força de vontade e persistência. Ser ordeiro, apresentável e pontual.

Para o desenvolvimento de cada competência, foque em suas características Organizar-se e seguir um plano.
centrais quando estiver planejando suas escolhas metodológicas para a situação
de aprendizagem. Por exemplo, para Determinação, proponha situações em Priorizar a atenção seletiva.
que os estudantes precisem superar obstáculos e que vocês possam analisar e
valorizar o trabalho duro realizado e as conquistas, além de apontar os pontos de Se concentrar até em tarefas difíceis sem distrações.
atenção para desenvolvimento; para Persistência, proponha situações em os
estudantes têm como objetivo ir até o fim do que foi proposto mesmo em desafios Terminar o que começamos.
longos, buscando alternativas de solução da situação-problema; se o interesse
estiver em desenvolver o Foco, pense em situações que promovam o exercício da Ir até o fim sem desistir nem procrastinar.
atenção seletiva e a concentração em tarefas difíceis.
Para Responsabilidade, planeje situações nas quais os combinados sejam claros e Cumprir obrigações e compromissos.
compartilhados, sendo fundamental cumpri-los, de modo a não prejudicar o
andamento do trabalho e, por fim, se sua intenção é trabalhar Inspirar confiança por realizar o que prometemos.
a Organização, promova situações nas quais os estudantes
precisarão garantir ordem, sistematização e pontualidade para alcançar um bom
resultado.
75
UNIDADEUNIDADE
1 6
O PLANEJAMENTO DE AULAS COM DUPLO FOCO NA METODOLOGIA SAFE

Planejamento das sequências de atividades


ENGAJAMENTO COM OS OUTROS

Inciativa social

Assertividade
Para o desenvolvimento de competências socioemocionais de engajamento com

Entusiasmo
os outros, planeje situações que permitam o trabalho entre pares, colocando o
enfoque nas oportunidades de comunicação e de interação, ou seja, na qualidade
das interações produtivas e de convívio, nas quais é necessário se posicionar de
forma respeitosa. Metodologias que envolvam momentos de falar em público
(incluindo apresentações com colegas de outras turmas ou com pessoas
Se aproximar e se relacionar com os outros.
desconhecidas), o debate regrado, as rodas de conversa em que o turno da palavra
é rotativo e a prática da escuta ativa aconteça, a valorização do diálogo e de
Iniciar, manter e apreciar o contato social.
diversos pontos de vistas, de modo firme e respeitoso, são situações que engajam
os estudantes para a mobilização dessas competências socioemocionais,
Saber ouvir com atenção e conseguir dizer o que pensa
independentemente do conteúdo curricular a ser abordado. sem ser indiferente ou rude.

No decorrer do trabalho, o professor pode criar oportunidades para o exercício do Ter coragem para expressar um posicionamento sem
entusiasmo – ou seja, colocar energia - para aprender, comunicar-se, engajar-se ser agressivo.
nas atividades, para tomar decisões e promover reflexões sobre os momentos em
que cada um “dá o melhor de si”. Empenhar energia no que faz, dando o melhor de si.

Para o desenvolvimento da assertividade, planeje situações que desafiem os Contagiar com energia e otimismo.
estudantes a ouvir com atenção e se posicionar sem ser rude ou agressivo com os
outros. Já para desenvolver de modo intencional o entusiasmo, pense
em situações que requeiram a dedicação de energia, o otimismo, o “dar o melhor de
si”. Para desenvolver a iniciativa social, planeje situações em que esteja no centro
a capacidade de se relacionar com os outros, de iniciar, manter e finalizar um
diálogo, tirando o estudante da chamada “zona de conforto” sobre com quem ou
quais grupos ele normalmente dialoga.

76
UNIDADEUNIDADE
1 6
O PLANEJAMENTO DE AULAS COM DUPLO FOCO NA METODOLOGIA SAFE

Planejamento das sequências de atividades


AMABILIDADE

Para promover o desenvolvimento intencional das competências socioemocionais

Confiança
Respeito
Empatia
de amabilidade, inclua no planejamento da situação de aprendizagem de qualquer
componente curricular, metodologias que envolvam a aprendizagem entre
pares. Para isso, situações de trabalho em grupo com estudantes que não
costumam trabalhar juntos é um caminho interessante. Promova momentos de
aprendizagem colaborativa que promovam atitudes de confiar uns nos outros para Se colocar no lugar do outro.
conseguir chegar ao resultado final, de respeito às opiniões diversas e pontos de
vistas, de resolução pacífica e consensual nas negociações. Ajudar, prestar assistência tentando entender o outro.

No decorrer do trabalho, o professor promove a reflexão sobre a qualidade do Conviver bem, sem ofensas, intimidações e descasos.
trabalho em grupo, estimulando a ajuda mútua, a colaboração na resolução de
problemas, e prezando pelo bom convívio entre estudantes durante a realização Convivência pacífica e respeitosa.
das ações. Valorize sempre as atitudes de cooperação, de tolerância, de respeito e
aprendizado com as diferenças e de convivência pacífica. Se aproximar das pessoas com confiança.

Para desenvolver confiança, proponha situações que aproximem os Não ser ingênuo, mas também não julgar os outros.
estudantes para resolverem determinada questão de interesse de
todos, realizando combinados cujo cumprimento será acompanhado e é
determinante para o alcance dos resultados. Para desenvolver
intencionalmente a empatia, promova situações de modo articulado ao conteúdo
que está trabalhando, que desafiem os estudantes a se colocarem no lugar do
outro e a ajudar, tentando entendê-lo em seus sentimentos e necessidades e sem
julgamentos prévios. Por fim, para desenvolver o respeito, inclua em seu
planejamento situações metodológicas que englobem em seus objetivos o
exercício da convivência pacífica, sem ofensas, intimidações ou descaso e a
valorização da existência e participação do outro.
77
UNIDADEUNIDADE
1 6
O PLANEJAMENTO DE AULAS COM DUPLO FOCO NA METODOLOGIA SAFE

Planejamento das sequências de atividades


RESILIÊNCIA EMOCIONAL

Tolerância à frustração
Tolerância ao estresse
Para desenvolver as competências socioemocionais vinculadas à resiliência

Autoconfiança
emocional de modo integrado a qualquer componente curricular, planeje
situações de aprendizagem nas quais haja espaço para os estudantes
refletirem sobre si mesmos, seus potenciais e desafios e compartilharem
essas reflexões de modo seguro e empático.

No decorrer do trabalho, o professor pode promover enfrentamentos positivos


dos problemas, não permitindo que estudantes fiquem sozinhos e apartados, Controlar o medo e a ansiedade
tampouco que atuem de modo agressivo ou desrespeitoso. Sempre
valorizando a colaboração, o momento de fala, de escuta respeitosa e Encontrar o melhor caminho para situações difíceis.
promovendo a troca e acolhida das histórias individuais.
Sentir-se bem.
Para buscar desenvolver de modo intencional a competência tolerância ao
estresse, promova situações nas quais os estudantes possam encontrar o Acreditar no forçado “eu posso”.
melhor caminho para situações difíceis ou expressar quando se observam com
e como têm lidado com sentimentos como medo ou ansiedade. Caso você Controlar a raiva e a irritação.
tenha escolhido desenvolver tolerância à frustração, escolha situações que
valorizem e desenvolvam o saber recomeçar e controlar a raiva e irritação e, Saber recomeçar.
por fim, para desenvolver a autoconfiança, proponha situações em que os
estudantes possam fortalecer a crença em si mesmos, em seu potencial, nas
quais você, professor(a), exercita a sua presença pedagógica, valorizando as
capacidades de cada um e explicitando sua crença, sem meio termos, no
desenvolvimento deles.

78
UNIDADEUNIDADE
1 6
O PLANEJAMENTO DE AULAS COM DUPLO FOCO NA METODOLOGIA SAFE

Planejamento das sequências de atividades


ABERTURA AO NOVO

Imaginação criativa

Interesse artístico
Curiosidade para
Para promover o desenvolvimento intencional das competências socioemocionais
de abertura ao novo, planeje situações de aprendizagem que compreendam
a observação, a pesquisa e a aprendizagem mão na massa, por exemplo.

aprender
No decorrer do trabalho, o professor pode promover situações em que
sejam analisados, valorizados e compartilhados os achados de uma pesquisa, bem
como seu processo. Além disso, a ampliação do repertório cultural é fundamental, Aprender e explorar coisas diferentes.
considerando diferentes visões para determinados aspectos do conhecimento a
partir de diversas culturas, conhecer posicionamentos divergentes etc. Incentive Sentir prazer por adquirir novos conhecimentos e
atitudes de exploração, de abertura para novos conhecimentos, novos modos de habilidades
ver a vida e diferentes formas de apreciação e produção artística, considerando a
Conviver bem, sem ofensas, intimidações e descasos.
riqueza cultural das sociedades ao longo da história da humanidade.

Para desenvolver de modo intencional a curiosidade para aprender, Praticar, sentir e se expressar por meio da arte.
proponha situações em que seja possível valorizar o questionamento,
o aprendizado e a exploração de conhecimentos variados sobre um tema, bem Gerar novas/inéditas formas de fazer e pensar as coisas.
como incentive o prazer de conhecer cada vez mais e saber navegar em um mundo
com tantas informações e conhecimentos disponíveis, tomando precauções para Pensar “fora da caixa”.
checar fontes e identificar fake news. Para desenvolver a competência
socioemocional interesse artístico, planeje situações que valorizem a admiração
e apreciação de diversas formas de arte e a prática e expressão por meio da
produção de artefatos variados. Por fim, para o desenvolvimento da competência
socioemocional imaginação criativa, proponha situações que permitam a criação
de novas ideias/formas de fazer as coisas “fora da caixa”.

79
UNIDADEUNIDADE
1 6
O PLANEJAMENTO DE AULAS COM DUPLO FOCO NA METODOLOGIA SAFE

Elaboração do mapa de atividades

O objetivo do mapa de atividades é organizar as informações relativas às atividades COMO PREENCHER O MAPA DE ATIVIDADES
agendadas e executadas pelo corpo docente.

Recomenda-se que a Coordenação Pedagógica fique responsável por consolidar as A coordenação pedagógica deve gerenciar o preenchimento da
informações: planilha e consolidar as informações das atividades relativas à
Proposta.
• de todas as turmas que estejam trabalhando com a Proposta na sua escola, para
que toda a escola acompanhe como a Proposta está evoluindo; A coordenação pedagógica deve conversar com o corpo docente
para mapear em quais turmas e semanas há a intenção
• de forma simples e direta, acompanhando quais dias, turmas, componentes (planejamento) de sequência didática do Diálogos Socioemocionais
curriculares (ou área do conhecimento) e competências socioemocionais estão com uso da avaliação formativa.
sendo trabalhadas, para que não haja ausência de competências
socioemocionais no currículo, tampouco sobrecarga de atividades; Localizar na planilha essas turmas e semanas.

• atividades agendadas, atividades realizadas e não realizadas, além de


acompanhar em que momento a avaliação formativa foi realizada. Indicar qual (is) competência (s) será (ão) trabalhada (s) em cada
componente curricular nesses momentos previstos por docentes.
Para isso, é fundamental que o mapeamento esteja sempre atualizado. As
informações nele coletadas também são necessárias para que, a partir da análise Indicar o status da realização da atividade.
desses dados, seja possível tomar as decisões para correções de rota, a tempo de
evitar resultados indesejados e ampliar o potencial de aproveitamento das Espera-se que uma sequência didática, por ser uma atividade
atividades. baseada na metodologia de avaliação formativa, preveja o uso da
do instrumento baseado em rubricas por mais de uma vez.
Veja no anexo 16 ‘Mapa de atividades’ um modelo de mapa de atividades.

80
UNIDADEUNIDADE
1 6
AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS E O CONSELHO DE CLASSE

As competências socioemocionais
e o Conselho de Classe

Os Conselhos de Classe são oportunidades para promover o PARA PREPARAR-SE PARA O CONSELHO DE CLASSE:
compromisso da equipe escolar com o desenvolvimento dos estudantes
não apenas com relação à dimensão cognitiva, mas também
incorporado de modo responsável e informado a dimensão Consulte o Relatório de Devolutiva da Turma e seu diário de bordo com as
socioemocional. reflexões sobre o envolvimento e o desenvolvimento dos estudantes a cada aula.

Além disso, pense nos apoios que considerou importantes para oferecer aos
O Diálogos Socioemocionais pode contribuir com esta inserção, tanto
estudantes ao longo do período letivo. Durante o encontro, certamente surgirão
no componente Projeto de Vida, quanto no uso de Duplo Foco, uma vez oportunidades para a composição entre professores em prol do
que em seu processo são gerados dados qualitativos e quantitativos desenvolvimento pleno dos estudantes. Essas reflexões oferecerão boas pistas
sobre o desenvolvimento das competências socioemocionais nos para a construção de planos de ação para o período até o próximo Conselho.
estudantes a partir da perspectiva deles, via reflexões promovidas em
aula e via uso do instrumento de avaliação formativa com base em
rubricas.

Bimestralmente, os professores e gestores escolares têm acesso aos


Relatórios de Turma, além de contar com as observações e avaliações
dos professores sobre o desenvolvimento socioemocional integrado
às suas aulas. Essas informações são relevantes na composição de um
olhar holístico sobre os desafios e conquistas de cada estudante.

81
UNIDADEUNIDADE
1 6
AS COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS E O CONSELHO DE CLASSE

PRÁTICA RECOMENDADA

Ao incluir o desenvolvimento socioemocional dos estudantes no Conselho de Classe, professores e gestores promovem o olhar para os pontos fortes e pontos para
desenvolvimento de cada estudante. Essas informações compõem uma análise mais abrangente sobre os estudantes e contribuem para a construção de planos
de ação que tenham como objetivo seu desenvolvimento pleno, articulando a atuação dos profissionais da escola para a promoção e o acompanhamento de
oportunidades para desenvolvimento das competências socioemocionais em ambiente escolar.

Não deve ser o de atribuir nota ao processo de cada estudante ou utilizar este aspecto como critério para aprovação ou reprovação. Tampouco se deve comparar
o desenvolvimento de um estudante com outro. É uma ferramenta para apoiar os estudantes a estabelecerem seus planos a partir de quem são e de quem querem
ser.

Cada estudante, em sua singularidade, constrói e reconstrói sua trajetória. O compromisso da comunidade escolar com o desenvolvimento pleno dos estudantes
leva em consideração os aspectos socioemocionais como parte indissociável de aprendizagem e do desenvolvimento.

82
ANEXOS

ANEXOS

Ferramentas disponibilizadas e anexas no caderno: Tipo: Localização:

Diálogos_MP_3-FUND-O-adolescente-e-o-
01. O adolescente e o jovem PDF jovem_RGB_vf_26-03_COM.pdf

Diálogos_MP_4-FUND-Uma-abordagem-para-o-
02. Uma abordagem para o desenvolvimento socioemocional intencional PDF desenvolvimento-CSE_RGB_vf_26-03_COM.pdf

03. Quais são as competências socioemocionais PDF 03. Quais são as competências socioemocionais.pdf

04. O desenvolvimento intencional de competências


04. O desenvolvimento intencional de competências socioemocionais PDF socioemocionais.pdf

04.1. Relaçao competencias gerais e competencias


04.1. Relação competências gerais e competências socioemocionais PDF socioemocionais.pdf

Diálogos_MP_6-MA-Presenca-
05. Presença Pedagógica PDF Pedagogica_RGB_vf_26-03_COM.pdf

Diálogos_MP_7-MA-Aprendizagem-
06. Aprendizagem Colaborativa PDF colaborativa_RGB_vf_26-03_COM.pdf

Diálogos_MP_8-MA-Problematizacao_RGB_vf_26-
07. Problematização PDF 03_COM.pdf

Diálogos_MP_9-MA-Aprendizagem-por-
08. Aprendizagem por projetos PDF projetos_RGB_vf_26-03_COM.pdf

Diálogos_MP_10-MA-Sala-de-Aula-
09. Sala de aula invertida PDF Invertida_RGB_vf_26-03_COM.pdf

83
ANEXOS

Ferramentas disponibilizadas e anexas no caderno: Tipo: Localização:

10. Instrumento de avaliação formativa PDF 10. Instrumento de Avaliaçao Formativa.pdf

PDF
11. MANUAL DE
11. Orientações para aplicação do instrumento de avaliação formativa DAS RUBRICAS NO FORMATO ONLINE.pdf

12. Procedimentos
12. Procedimentos padronizados
padronizados PDF
Diálogos_MP_17-AVF-Procedimentos-Padronizados-
Instrumento_RGB_vf_26-03_SEM.pdf

PDF
Diálogos_MP_18-AVF-Devolutiva-
13. Devolutiva formativa Formativa_RGB_vf_26-03_COM.pdf

14. Plano de desenvolvimento pessoal PDF 13. Plano de desenvolvimento pessoal.pdf

15. Duplo foco na prática: análise de uma atividade exemplo PDF Diálogos_MP_11-b-Atividade-Por-
Dentro_CMYK_vf_15-04_COM.pdf

16. Mapa de atividades Excel 15. Mapa de Atividades.xlsx

17. Orientações para Planejamento de Aulas e Cadernos do Estudante – Projeto de Vida PDF Materiais_Escola

18. Banco18. Materiais


de Atividades para –sala
Exemplares de aula
Duplo Foco – Projeto de Vida PDF DS - Banco de Atividades Duplo Foco

19. OPA por dentro PDF DSE_MP_11-OPA-por-Dentro-PV.pdf

84
GLOSSÁRIO

GLOSSÁRIO
APRENDIZAGEM COLABORATIVA. Metodologia ativa que se baseia no princípio da
aprendizagem entre pares. Possibilita a ampliação da autonomia dos estudantes e da
capacidade de se corresponsabilizar em relação ao conhecimento e a novos modos de
interação com o professor e os colegas.

APRENDIZAGEM POR PROJETOS. Metodologia ativa que propõe um processo AVALIAÇÃO FORMATIVA COMO ESTRATÉGIA PARA O DESENVOLVIMENTO
estruturado, constituído por seis etapas: mobilização, iniciativa, planejamento, SOCIOEMOCIONAL. Não tem o objetivo de quantificar, de atribuir nota ou de avaliar ao
execução, avaliação e apropriação de resultados. Ao desenvolverem projetos (de vida, final de um processo; ela acontece ao longo do processo, em momentos variados, e é
de estudos, de intervenção ou de pesquisa), os estudantes aprendem a conhecer suas sempre voltada para o avanço socioemocional dos estudantes. Promove o letramento
motivações e interesses, a configurar um problema, a transformar a realidade, a socioemocional, a autorreflexão e a autorregulação dos estudantes e compreende
organizar as tarefas e se projetarem no futuro, a avaliar as vivências, intervindo nelas quatro eixos centrais: a participação dos estudantes em atividades desafiantes no
durante o processo e a generalizar aprendizados. modelo SAFE, a autoavaliação dos estudantes acerca de suas competências
socioemocionais utilizando um instrumento baseado em rubricas, as devolutivas
formativas (feedbacks) e a elaboração de planos de desenvolvimento pessoal pelos
AUTORREGULAÇÃO. Processo no qual o estudante estrutura, monitora e avalia o seu
estudantes.
próprio aprendizado (Zimmerman & Schunk, 2011), o que envolve autoconhecimento,
autorreflexão, controle de pensamentos, domínio emocional e mudança de
comportamento (Bembenutty, 2008; Wolters & Benzon, 2013). A autorregulação BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC). Documento de caráter normativo que
envolve crenças pessoais, aspectos motivacionais, uso de estratégias de define “o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os
aprendizagem e gerenciamento de emoções. estudantes devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica”
(Brasil, 2018, p.7). A regulação de uma base comum era prevista na Constituição Federal
de 1988 (artigo 210), nas Leis de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 (artigo 26) e nas
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM. Avaliação alinhada à educação integral que Diretrizes Curriculares Nacionais de 2010 (artigo 14).
considera as múltiplas dimensões do desenvolvimento humano. Configura-se num ato
diagnóstico, em que os processos de ensino e de aprendizagem são
permanentemente revistos, analisados e melhorados, a partir da combinação, COMPETÊNCIA. Mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos),
sobretudo, dos pontos de vista do professor e do estudante. Ao invés de perseguir a habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver
régua, que traz a ideia de uma métrica, adota-se a perspectiva da avaliação como uma demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do
bússola e uma prática dialógica. trabalho (BNCC, 2018).

85
GLOSSÁRIO

COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC: Visam assegurar aos estudantes uma formação DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL. Processo não linear que acontece ao longo da
humana integral, definindo o cidadão que se pretende formar, norteando a educação vida, variando de acordo com a idade dos estudantes e com o contexto no qual cada um
dos estudantes ao longo de toda a Educação Básica. Não existe uma hierarquia entre está inserido. É importante respeitar a individualidade dos estudantes e a diversidade
as 10 competências gerais, nenhuma é mais importante do que outra. Essas da turma para o trabalho intencional de desenvolvimento de competências
competências devem ser trabalhadas em todos os componentes curriculares (Fonte: socioemocionais.
materiais de apoio para implementação da BNCC. MEC, 2018).
DEVOLUTIVA FORMATIVA (FEEDBACK). Fator motivacional que promove o
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS. Capacidades individuais que se manifestam de conhecimento, as habilidades e o entendimento do estudante sobre algum aspecto ou
modo consistente em padrões de pensamentos, sentimentos e comportamentos. Por área da sua vida. É compreendida como a comunicação de informações ao estudante
algum tempo, acreditou-se que essas competências eram inatas e fixas, sendo a pelo professor com a finalidade de melhorar seu desempenho (Shute,2007). Também
primeira infância o estágio ideal de desenvolvimento. Hoje, com o avanço da pode ocorrer entre pares. Acontece após uma situação de avaliação, ou em momentos
neurociência, sabemos que o desenvolvimento humano é complexo e permanente e propícios nas aulas, sendo considerada um recurso formativo quando ocorre durante a
que as competências socioemocionais são maleáveis e possíveis de serem situação de aprendizagem, enquanto ainda há tempo de agir sobre ela. Portanto,
desenvolvidas tanto em experiências de aprendizagem que acontecem na escola realizar devolutivas não é sobre dar conselho, elogiar ou punir.
como fora de seus muros (John & De Fruyt, 2015).
EDUCAÇÃO INTEGRAL. Educação integral pode acontecer em escolas de tempo regular
COMUNIDADE DE PRÁTICA. Envolve o aprendizado coletivo dos docentes que dela ou de tempo integral e “visa à formação e ao desenvolvimento humano global, o que
fazem parte. É um ambiente em que professores compartilham conhecimentos, implica compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento,
trocam experiências, apresentam desafios concretos e busca-se soluções. Aproxima rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual
professores a partir de seus interesses e motivações, valorizando a autoria docente e (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa, ainda, assumir uma visão plural, singular e
o desenvolvimento profissional. integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os como
sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao seu acolhimento,
reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades”
DESENVOLVIMENTO INTEGRAL. Compreensão de que a educação integral, enquanto
(BNCC, 2018). Propõe a formação humana nas múltiplas dimensões, com foco no
processo formativo, deve atuar pelo desenvolvimento dos indivíduos nas suas
desenvolvimento de competências que preparem os estudantes a atuar de modo
múltiplas dimensões: física, intelectual, social, emocional e simbólica (Centro de
solidário, ético e responsável nos contextos contemporâneos.
Referências em Educação Integral).

86
GLOSSÁRIO

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA DE COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS PLANO DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL. Documento de registro de uso do
BASEADO EM RUBRICAS. Instrumento de avaliação formativa elaborado pelo Instituto estudante no qual ele estabelece suas ações e metas no desenvolvimento de
Ayrton Senna composto por 17 competências socioemocionais que influenciam competências socioemocionais escolhidas. Essa “memória” apoia o processo de
positivamente a aprendizagem e outros desfechos de vida, tais como continuidade autorreflexão e a revisão periódica de metas e ações, de acordo com suas
dos estudos, bem-estar, menor envolvimento com situações de risco, experiências ao longo do ano.
empregabilidade etc. É composto por níveis que descrevem como tais competências
se manifestam, propiciando aos estudantes a reflexão sobre o próprio
PRESENÇA PEDAGÓGICA. Envolve a mediação qualificada do professor. É um
desenvolvimento socioemocional a partir da percepção de desempenho em situações
exercício de interação, marcado pela abertura, pela confiança e pelo compromisso
concretas. Vale destacar que não existe um ideal de desenvolvimento socioemocional,
com o estudante, fortalecendo o vínculo interpessoal e a mediação da aprendizagem e
ou seja, não existe uma meta fixa e universal; ao contrário, o desejável e indicado é
de conflitos. O professor abre uma via de diálogo efetivo com os jovens, acolhendo-os
que cada estudante possa estabelecer suas próprias metas de desenvolvimento, de
em suas singularidades, ao mesmo tempo em que exige responsabilidade e
acordo com suas necessidades, interesses e desejos.
compromisso, ajudando-os a gerirem suas aprendizagens e desafiando-os a crescer.

LETRAMENTO SOCIOEMOCIONAL. Envolve a compreensão dos estudantes sobre o que


PROBLEMATIZAÇÃO. Metodologia ativa que fomenta o “aprender a aprender”,
é cada competência, socioemocional, associando o seu significado com experiências
promovendo a participação dos estudantes em torno de situações-problema, a
pessoais, ou seja, significando a competência em sua vida. Para isso, é preciso que o
criticidade, a curiosidade e a superação do conhecimento simplesmente transferido.
professor tenha claro o que é cada competência e como elas se organizam, ou seja,
conhecer sua taxonomia.
RUBRICAS. Tipo de matriz que explicita níveis de desenvolvimento ou compreensão
dimensionados para um conjunto de critérios de qualidade ou dimensões para um
METODOLOGIAS ATIVAS. As três metodologias ativas – que têm como base o
dado tipo de desempenho (Allen & Tanner, 2006). Em outras palavras, são um conjunto
exercício da presença pedagógica pelo professor – fazem parte da proposta Diálogos
de critérios com indicadores observáveis que refletem o nível de alcance de um dado
Socioemocionais. Elas orientam as práticas pedagógicas para uma abordagem coesa,
objetivo de aprendizagem (Biagiotti, 2005; Huong & Linh, 2017), As rubricas ainda
estruturada, intencional, compromissada, colaborativa e problematizadora. Além
contribuem para aumentar a acurácia da autoavaliação feita pelos estudantes, ou
disso, buscam a promoção do protagonismo dos estudantes, bem como o
seja, quanto mais eles fazem uso das rubricas, mais conseguem ser precisos em suas
desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais e a aprendizagem.
avaliações sobre si próprios (Andrade, Wang, Du, & Akawi, 2009; Jonsson & Svingby,
São elas: aprendizagem colaborativa, problematização e aprendizagem por projetos.
2007; Panadero & Romero, 2014).

87
GLOSSÁRIO

SAFE: Acrônimo para sequencial, ativo, focado e explícito. Segundo estudos de Durlak SALA DE AULA INVERTIDA: Modelo de ensino, em que o uso das diferentes
e colegas (2011) O desenvolvimento socioemocional apresenta melhores resultados tecnologias promove a inversão entre sala de aula e espaço fora da sala de aula, ou
quando as situações de aprendizagem são desenhadas pensando uma sequência de seja, o espaço de aprendizagem em grupo se inicia por uma aprendizagem individual
objetivos de aprendizagem, adota metodologias ativas para a sua execução, garante que retorna ao grupo para um movimento dinâmico e interativo, com um educador
tempo e intencionalidade para o desenvolvimento de uma competência por vez e que orienta os alunos conforme aplicam conceitos e se engajam criativamente em
explicita para os estudantes quais competências estão em foco a cada momento. um assunto.

88
REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS

▪ ABREU-E-LIMA, D. M. de, & ALVES, M. N. (2011). O feedback e sua importância no ▪ BIAGIOTTI, L. C. Conhecendo e aplicando rubricas em avaliações. Disponível em:
processo de tutoria a distância. Pro-Posições, 22(2), 189-205. HTTP://WWW.ABED.ORG.BR/CONGRESSO2005/POR/PDF/007TCF5.PDF Acessado
https://doi.org/10.1590/S0103-73072011000200013 em out 2016.
▪ ALLEN, D., & TANNER, K. (2006). Rubrics: tools for making learning goals and ▪ BLACK, P. AND WILIAM, D. Assessment and Classroom Learning', Assessment in
evaluation criteria explicit for both teachers and learners. CBE Life Sci Educ, 5(3), Education: Principles, Policy & Practice (1998). 5(1), 7-74. doi:
197-203. 10.1080/0969595980050102
▪ ALVES, G.A.S., SOUZA, M.S., & BAPTISTA, M.N. (2019). Validade e Precisão. Em: ▪ BROOKHART, S. M. How to give effective feedback to your students. Virginia, USA:
AMBIEL, R. A. M., RABELO, I. S., PACANARO, S. V., ALVES, G. A. S. & LEME, I. F. A. Association for Supervision and Curriculum Development, 2008.
S. (Orgs.). Avaliação Psicológica. Guia de consulta para estudantes e profissionais ▪ CALIENDO, M., D. Cobb-Clark, e A. Uhlendorff (2010). Locus of Control and Job
de psicologia. Belo Horizonte: Artesã. Search Strategies. IZA Discussion Paper No. 4750.
▪ ANDRADE, H., WANG, X. L., DU, Y., & AKAWI, R. L. (2009). Rubric-referenced self- ▪ CARNEIRO, P., C. Crawford, e Alissa Goodman (2007). The Impact of Early
assessment and self-efficacy for writing. The Journal of Educational Research, Cognitive and Non-Cognitive Skills on Later Outcomes. CEE Discussion Papers
102, 287–302. 0092, Centre for the Economics of Education, LSE.
▪ AUERBACH, R., ABELA, J., & RINGO HO, M. Responding to symptoms of ▪ CARVALHO, M. C. B. Ações Socioeducativas no pós-escola como enfrentamento
depression and anxiety: Emotion regulation, neuroticism and engagement in risky da iniquidade educacional. São Paulo: Cenpec, 2006. Disponível em:
behaviors. Behaviour Research and Therapy, 45(9),2182-2191, 2009. http://www.cenpec.org.br/modules/xt_conteudo/index.php?id=32. Acesso em:
▪ BANDURA, A. (1993). Perceived self-efficacy in cognitive development and jun. 2017
functioning. Educational psychologist, 28(2), 117–148. ▪ COOPER, M., AGOCHA, V., & SHELDON, M. A motivational perspective on risky
▪ _______.. (1997). Self-efficacy: The exercise of control. New York: W. H. Freeman behaviors: The role of personality and affect regulatory processes. Journal of
and Company,1997. Personality, 68(6),1059-1088, 2000.
▪ BANGERT-DROWNS, R. L., KULIK, C. C, KULIK, J. A., & MORGAN, M. T. The ▪ CUNHA, F., J. Heckman e S. Schennach (2010) Estimating the Technology of
instructional effect of feedback in test-like events (1991). Review of Educational Cognitive and Noncognitive Skill Formation. Econometrica, 78(3), 883–931.
Research, 67, 213-238. ▪ DAMON, W. O que o jovem quer da vida? Como pais e professores podem orientar
▪ BARROS, P.B., COUTINHO, D., GARCIA, B. & MULLER, L. O desenvolvimento e motivar os adolescentes. São Paulo: Summus, 2009.
socioemocional como antídoto para a desigualdade de oportunidades. Relatório ▪ DELORS, J. (org.). Educação um tesouro a descobrir. -Relatório para a UNESCO da
técnico INAF 2016. São Paulo: Instituto Ayrton Senna e Instituto Paulo Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. São Paulo: Editora
Montenegro, 2016. Cortez, 2012.

89
REFERÊNCIAS

▪ DUCKWORTH, A. and M. Seligman (2005). Self-Discipline Outdoes IQ ▪ HECKMAN, J. J.; MOON, S. H.; PINTO, R.; SAVELYEV, P. A.; YAVITZ, A. The
in Predicting Academic Performance of Adolescents. Psychological Science. rate of return to the HighScope Perry Preschool Program. Journal of Public Econo
16(12): 939-944. mics, Elsevier, vol. 94(1-2), pages 114-128, February. 2010.
▪ DUCKWORTH, A., M. Almlund, J. Heckman e ▪ HUTZ, C. S.; NUNES, C. H. S. S. Escala Fatorial de
T. Kaultz (2011). Personality psychology and Economics. Ajustamento Emocional/Neuroticismo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001.
IZA Discussion Paper 5500. ▪ INSTITUTO AYRTON SENNA. Modelo Pedagógico: Princípios,
▪ DUNCAN, G.J. and K. Magnuson (2010). The Nature and Impact of Early Metodologias Integradoras e Avaliação da Aprendizagem. Coleção Diretrizes para
Achievement Skills, Attention Skills, and Behavior Problems. Working paper 2010 a Política de Educação Integral, 2015.
at the Department of Education, UC Irvine. ▪ _______. Resumo Executivo. Coleção Diretrizes para a Política de Educação
▪ FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. Integral, 2015.
São Paulo: Paz e Terra, 1996. ▪ _______. A percepção dos professores em relação aos alunos. São Paulo, 2015. No
▪ _______. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. prelo
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008. ▪ JOHN, O.P., PRIMI, R., DE FRUYT, F., & SANTOS, D. Competências
▪ _______. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003. Socioemocionais no INAF 2015: Estrutura, Histórico e Avaliação. Relatório técnico
▪ FUNDAÇÃO TELEFÔNICA, VIVO. Juventude Conectada 2 (2016), Disponível em: INAF 2016. São Paulo: Instituto Ayrton Senna e Instituto Paulo Montenegro, 2016.
http://fundacaotelefonicavivo.org.br/wp-content/uploads/pdfs/Juventude- ▪ LEAL, ZÁIRA F. REZENDE GONZALEZ; FACCI, MARILDA GONÇALVES DIAS; SOUZA,
Conectada-2016.pdf Acesso em 20.10.2020. MARILENE PROENÇA REBELLO DE. Adolescência em foco, contribuições para a
▪ GALLO, W., J. Endrass, E. Bradley, D. Hell e S. Kasl (2003). The Influence of psicologia e para a educação (2014). Maringá: EDUEM. eISBN:9788576286585
Internal Control on the Employment Status of German Workers. Schmollers ▪ LLERAS, C (2008). Do Skills and Behaviors in High School Matter? The Contribution
Jahrbuch 123(1): 71-81. of Noncognitive Factors in Explaining Differences in Educational Attainment and
▪ GIMENO, Sacristán, J. Poderes instáveis em educação. Porto Alegre: Artes Earnings. Social Science Research, 37(3): 888-902.
Médicas Sul, 1999. ▪ LOUNSBURY, J. W.; R. Steel; J. Loveland;. e L. Gibson (2004). An Investigation of
▪ HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2001. Personality Traits in Relation to Adolescent School Absenteeism. Journal of Youth
▪ HALPERN, Robert; HECKMAN, Paul; LARSON, Reed. Realizing the potential of and Adolescence, 33(5): 457-466.
learning in middle adolescence. West Hills, CA: The Sally and Dick Roberts Coyote ▪ LUCKESI, C. C. O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem. Pátio. Porto
Foundation, 2013. Alegre: ARTMED. Ano 3, n. 12 fev./abr. 2000. Disponível em
▪ HATTIE, J. (2008). Visible learning: A synthesis of over 800 meta-analyses relating https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2511.pdf. Acesso em
to achievement. London: Routledge. 05/07/2017.

90
REFERÊNCIAS

▪ _______.. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico. São ▪ PORVIR. Nossa Escola em (Re)construção. Disponível
Paulo: Cortez, 2011. em https://porvir.org/nossaescola/. Acesso em 03 de novembro de 2021.
▪ MACHADO, N. J. Sobre a ideia de competência. In: PERRENOUD et al. ▪ PRIDEMORE, D. R., & KLEIN, J. D. Control of practice and level of feedback
As competências para ensinar no século XXI: a formação dos professores e o in computer-based instruction (1995). Contemporary Educational Psychology,
desafio da avaliação. Porto Alegre: Artmed, 2002. 20, 444-450.
▪ MARTIN, R. P. ▪ PRIMI, R.; SANTOS, D. D.; JOHN, O.; FRUYT,
(1989). Activity Level, Distractibility, and Persistence: Critical Characteristics in F. Development of an Inventory Assessing Social and Emotional Skills
Early Schooling. In: Temperament in Childhood. Kohnstamm, G. A., J. E. Bates e in Brazilian Youth. European Journal of Psychological Assessment, v. 32, p. 39-
M. K. Rothbart (eds.) Chichester, England, John Wiley and Sons Ltd.: 451-461 51, 2016.
▪ MISCHEL, W., & Ayduk, O. (2004). Willpower in a cognitive-affective processing ▪ ROSENBERG, M. Society and the adolescent self-image. Princeton, NJ:
system: The dynamics of delay of gratification. In: Handbook of self-regulation: Princeton University Press, 1965.
Research, Theory, and Applications. Baumeister, R. F. e K. D. Vohs (Eds.), (pp. 99– ▪ RUSSELL, M. K.; AIRASIAN, P. W. Avaliação em sala de aula: conceitos
129). New York: Guilford. e aplicações. 7.ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
▪ MORI, K. R. G. A mediação pedagógica e o uso das tecnologias da informação e da ▪ SANTOS, D., PRIMI, R. Resultados preliminares do Projeto de medição de
comunicação na escola. Dissertação de mestrado. São Paulo: PUC-SP, 2004. competências socioemocionais no Rio de Janeiro. 2014
▪ MORIN, E. A religação dos saberes: o desafio do século XXI. 2ª ed. Rio de Janeiro: ▪ SANTOS, D.D., PRIMI, R., MIRANDA, J. Socio-emotional development and learning
Bertrand Brasil, 2002. in school. Relatório Técnico não publicado. 2017
▪ PERRENOUD, P. Construir competências desde a escola. Porto Alegre: ARTMED, ▪ SERRES, M. Polegarzinha. Uma nova forma de viver em harmonia, de pensar as
1999. instituições, de ser e de saber. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.
▪ _______. Avaliação - Da Excelência à Regulação das Aprendizagens. Porto Alegre: ▪ SILVA, T.T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo.
ARTMED, 1999. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
▪ PIATEK, R. e P. Pinger (2010). Maintaining (Locus of) Control? Assessing the ▪ STÖRMER, S. e R. Fahr (2010). Individual Determinants of Work Attendance:
Impact of Locus of Control on Education Decisions and Wages. Institute for the Evidence on the Role of Personality. IZA Discussion Paper No. 4927
Study of Labor (IZA), Discussion Paper No. 5289. ▪ SHUTE, V. J. (2008). Focus on Formative Feedback. Review of Educational
▪ POKER, R. B. et al. Plano de desenvolvimento individual para o atendimento Research, 78(1), 153-189.
educacional especializado. Cultura Acadêmica/Oficina Universitária: Marília, ▪ SHUTE, V. J., HANSEN, E. G., & ALMOND, R. G (2007). An assessment for learning
2013. sys-tem called ACED: Designing for learning effectiveness and accessibility. ETS
Research Report No. RR-07-26, Princeton, NJ

91
REFERÊNCIAS

 TOMAZ, R., & ZANINI, D.S. Personalidade e Coping em Pacientes com


Transtornos Alimentares e Obesidade, 2009.
 VALENTE, J. A. A sala de aula invertida e a possibilidade do ensino
personalizado: uma experiência com a graduação em midialogia. In: BACICH, L. e
MORAN, J. Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem
teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2015.
 VITARO, F., M. Brendgen, S. Larose e R. Tremblay.
(2005). Kindergarten Disruptive Behaviors, Protective Factors, and Educational A
chievement by Early Adulthood. Journal of Educational Psychology 97(4): 617-
629.
 VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos
processos psicológicos superiores; org. Michael Cole... (et al.): tradução José
Cipolla Neto, Luís Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche. São Paulo:
Martins Fontes, 1998.
 WILLIAMS, S.E. (1997). Teachers' written comments and students' responses: A
socially constructed interaction. Artigo apresentado na Annual Meeting of the
Conference on College Composition and Communication (48th, Phoenix, AZ,
March 12-15, 1997). Disponível em: https://files.eric.ed.gov/fulltext/ED408589.pdf
acesso em: 05.11.2020.

92

Você também pode gostar