Você está na página 1de 28

UNIDADE II

O COMPONENTE CURRICULAR DE
MATEMÁTICA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL:

 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR – BNCC

 CURRÍCULO DE REFERÊNCIA DE MINAS


GERAIS – CRMG
O QUE É A BNCC?

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR - BNCC é o documento que define os


conhecimentos essenciais que todos os alunos da Educação Básica têm o direito de
aprender. É um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e
progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao
longo das etapas e modalidades da Educação Básica. Prevista em lei, ela deve ser
obrigatoriamente observada na elaboração e implementação de currículos das redes
públicas e privadas, urbanas e rurais.

Conforme definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº


9.394/1996), a Base deve nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino das
Unidades Federativas, como também as propostas pedagógicas de todas as escolas
públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo
o Brasil.

A Base estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que


todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Orientada pelos
princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais
da Educação Básica, a Base soma-se aos propósitos que direcionam a educação
brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade
justa, democrática e inclusiva.

IMPORTÂNCIA DA BNCC - Ao determinar com clareza o que os alunos têm o


direito de aprender, a BNCC poderá ajudar a melhorar a qualidade do ensino em
todo o Brasil. Como referência comum para todos os sistemas de ensino, a BNCC
contribui para promover a equidade educacional.

BNCC E A LEI - A BNCC está prevista na Constituição de 1988, na Lei de


Diretrizes e Bases, nas Diretrizes Curriculares Nacionais e no Plano Nacional de
Educação.

BNCC E OS CURRÍCULOS

A BNCC serve como referência para a construção e adaptação dos currículos de todas
as redes de ensino do país. As redes e escolas seguem com autonomia para elaborar,
por meio do currículo, metodologias de ensino, abordagens pedagógicas e avaliações,
incluindo elementos da diversidade local e apontando como os temas e disciplinas se
relacionam. BNCC e currículos têm, portanto, papeis complementares: a Base dá o
rumo da educação, mostrando aonde se quer chegar, enquanto os currículos traçam os
caminhos.
PRINCIPAIS MUDANÇAS QUE A BNCC TRAZ:

 Desenvolvimento integral: as 10 competências gerais norteadoras


contemplam aspectos cognitivos, sociais e pessoais a serem desenvolvidos
pelos alunos, como pensamento científico, crítico e criativo, capacidade de
argumentação, autonomia e resiliência.
 Aprendizagem ativa: cada conhecimento está ligado a uma habilidade que
permite ao aluno aplicá-lo a um fim. Há habilidades envolvendo processos
cognitivos mais sofisticados como investigar, analisar e criar, em contraposição
a outros mais passivos, como lembrar e identificar. Isso favorece o protagonismo
do aluno dentro e fora de sala de aula.
 Campo de Experiências: constituem um arranjo curricular que acolhe as
situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus
saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio
cultural.
 Progressão na aprendizagem: a progressão das aprendizagens organizada
ano a ano deixa mais claro o que se espera que o aluno aprenda e favorece o
desenvolvimento de habilidades mais complexas, especialmente nos anos finais
do Ensino Fundamental.

PROCESSO DE CONSTRUÇÃO

A BNCC é uma política de Estado – e não de um governo – construída de maneira


democrática e colaborativa, por meio de um processo iniciado em 2015. Seu
processo de elaboração foi conduzido pelo MEC, Consed, Undime e CNE, com a
participação da sociedade civil, de professores e de gestores. Durante o processo
de elaboração do documento, houve três etapas de revisão, a partir de sugestões
de aprimoramento feitas por especialistas, por educadores e pela sociedade. A
versão final da BNCC foi homologada em dezembro de 2017 pelo Ministro da
Educação.

O QUE A BNCC CONTÉM:

 10 competências gerais que os alunos devem desenvolver durante todas as


etapas da Educação Básica e que norteiam as aprendizagens em todas as
áreas do conhecimento.
 Direitos de aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil (conviver,
brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se).
 Cinco campos de experiência na Educação Infantil, nos quais as interações e
brincadeiras constituem os eixos estruturantes da prática pedagógica (O eu,
outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas;
Escuta, fala, pensamento e imaginação; Espaços, tempos, quantidades,
relações e transformações).
 Competências específicas de cada área do conhecimento e componente
curriculares do Ensino Fundamental, as quais estão relacionadas às
competências gerais.
 Conhecimentos e habilidades que todos os alunos devem desenvolver no
Ensino Fundamental, organizados ano a ano e por componentes. Essas
habilidades também se relacionam com as competências gerais.

DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO – EDUCAÇÃO


INFANTIL

 Conviver
 Brincar
 Participar
 Explorar
 Expressar,
 Conhecer-se

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO – EDUCAÇÃO


INFANTIL

Na Educação Infantil, as aprendizagens essenciais compreendem tanto


comportamentos, habilidades e conhecimentos quanto vivências que promovem
aprendizagem e desenvolvimento nos diversos campos de experiências, sempre
tomando as interações e brincadeiras como eixos estruturantes. Essas
aprendizagens, portanto, constituem-se como objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento.

Reconhecendo as especificidades dos diferentes grupos etários que constituem a


etapa da Educação Infantil, os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
estão sequencialmente organizados em três grupos de faixas etárias, que
correspondem, aproximadamente, às possibilidades de aprendizagem e às
características do desenvolvimento das crianças, conforme indicado na figura a
seguir. Todavia, esses grupos não podem ser considerados de forma rígida, já que
há diferenças de ritmo na aprendizagem e no desenvolvimento das crianças que
precisam ser consideradas na prática pedagógica.

IMPLEMENTAÇÃO DA BNCC NAS REDES E ESCOLAS

O que precisa acontecer para a BNCC chegar às salas de aula?

1. Fazer a revisão curricular das redes e dos PPP das escolas


2. Formação continuada de professores
3. Alinhar os materiais didáticos
4. Alinhar as matrizes das avaliações
BNCC: RESUMO DAS MUDANÇAS TRAZIDAS PELA BNCC

A Base Nacional Comum Curricular - BNCC é um documento com caráter


normativo que serve de referência para a elaboração dos currículos de todas as
escolas que ofertam educação básica no País. A base orienta não apenas na
construção dos currículos, mas na elaboração e revisão das propostas
pedagógicas, nas políticas para formação de professores, nos materiais didáticos
e avaliações.

Foi criada com o objetivo de promover a equidade por meio de uma formação
integral do cidadão. Quando se fala de uma educação completa, trata -se não
apenas do desenvolvimento intelectual, mas também social, físico, emocional e
cultural, compreendidos como fundamentais para uma total construção do saber.

Através da BNCC, e com base nas aprendizagens essenciais para garantir uma
formação integral, foram estabelecidas dez competências gerais que nortearão o
trabalho das escolas e dos professores em todos os anos e componentes
curriculares.
Além dos pontos citados, vale destacar que a Base Nacional fará com que todo o
País fale a mesma língua por meio de uma estrutura única baseada em
habilidades e competências.

A ideia, de forma geral, é que o aluno passe a aprender prioritariamente para a


vida, e não exclusivamente para a prova.

É importante destacar que a construção da BNCC foi toda elaborada de forma


democrática, envolvendo educadores e membros da sociedade.

Resumo das mudanças trazidas pela BNCC

A BNCC define dez competências gerais que englobam aspectos como:


Conhecimento, Pensamento científico, crítico e criativo; Repertório cultural;
Comunicação; Argumentação; Cultura digital; Autogestão; Autoconhecimento e
autocuidado; Empatia e cooperação; Autonomia e responsabilidade.

São contemplados elementos cognitivos, sociais e pessoais a serem


desenvolvidos pelos alunos que se aplicam a toda a área do conhecimento,
independente do componente curricular.

A ideia não é planejar uma aula específica sobre as competências contempladas


na base comum curricular, mas articular a sua aprendizagem à de outras
habilidades relacionadas às áreas do conhecimento.
A priorização do desenvolvimento de competências é muito mais modern a e
efetiva do que olhar para o desenvolvimento de um conteúdo específico.

Vale ressaltar que, a BNCC diz aonde se quer chegar com a educação, mas os
responsáveis pelos caminhos para chegar até lá são os currículos.

A estrutura da Educação Básica se inicia pelas competências gerais, sendo que


cada etapa é pensada em um formato diferente.

O Ensino Infantil é pensado sob a perspectiva de campos de experiências. O


Ensino Fundamental é dividido por áreas de conhecimento, competências
específicas para cada área, componentes curriculares, e competências exclusivas
de cada componente.
Para que tenhamos um processo de re (elaboração) dos currículos de forma
articulada, e para que não existam inúmeros modelos do documento no País, foi
criado um padrão de currículo através de um regime de colaboração.

A ideia é que os Estados junto com seus Municípios padronizem um modelo,


porém agregando as especificidades de cada cidade. O regime colaborativo acaba
abrindo portas para que outros assuntos possam ser trabalhados de forma
articulada, e não apenas na elaboração do currículo.

Principais impactos e desafios

O impacto se dará não apenas na re (elaboração) dos currículos, mas nos


processos de ensino e aprendizagem, gestão, formação de professores,
avaliações e no próprio Projeto Político-Pedagógico (PPP).

Nesse momento, nos encontramos na etapa 4 e 5 do processo de implementação


da BNCC:

1. Estruturação da governança da implementação.


2. Estudo das referências curriculares.
3. Re (elaboração) curricular.
4. Formação continuada.
5. Revisão dos projetos pedagógicos.
6. Materiais didáticos.
7. Avaliação e acompanhamento de aprendizagem.

Algumas das práticas previstas na Base Comum Curricular são aplicadas de forma
intuitiva em várias escolas, mas com a sistematização e o planejame nto do
processo educacional, essas práticas serão aplicadas de maneira intencional e
impactarão muito mais alunos em todo o território nacional.

Sabemos que a BNCC ainda possui inúmeras oportunidades de melhorias, mas é


verdade que trará um grande avanço para a educação no país. O documento
normativo, com certeza, passará por mais revisões ao longo dos anos. As
mudanças projetadas através da BNCC, em resumo, trazem uma grande
expectativa para garantirmos a questão do aprendizado e a constante melhoria do
ensino, temas centrais quando falamos da construção do saber.
A EDUCAÇÃO INFANTIL NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

A expressão educação “pré-escolar”, utilizada no Brasil até a década de 1980,


expressava o entendimento de que a Educação Infantil era uma etapa anterior,
independente e preparatória para a escolarização, que só teria seu começo no Ensino
Fundamental. Situava-se, portanto, fora da educação formal.

Com a Constituição Federal de 1988, o atendimento em creche e pré-escola às crianças


de zero a 6 anos de idade torna-se dever do Estado. Posteriormente, com a promulgação
da LDB, em 1996, a Educação Infantil passa a ser parte integrante da Educação Básica,
situando-se no mesmo patamar que o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. E a partir
da modificação introduzida na LDB em 2006, que antecipou o acesso ao Ensino
Fundamental para os 6 anos de idade, a Educação Infantil passa a atender a faixa etária
de zero a 5 anos.

Entretanto, embora reconhecida como direito de todas as crianças e dever do Estado, a


Educação Infantil passa a ser obrigatória para as crianças de 4 e 5 anos apenas com a
Emenda Constitucional nº 59/200926, que determina a obrigatoriedade da Educação
Básica dos 4 aos 17 anos. Essa extensão da obrigatoriedade é incluída na LDB em 2013,
consagrando plenamente a obrigatoriedade de matrícula de todas as crianças de 4 e 5
anos em instituições de Educação Infantil.

Com a inclusão da Educação Infantil na BNCC, mais um importante passo é dado nesse
processo histórico de sua integração ao conjunto da Educação Básica.

A EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Como primeira etapa da Educação Básica, a Educação Infantil é o início e o fundamento


do processo educacional. A entrada na creche ou na pré-escola significa, na maioria das
vezes, a primeira separação das crianças dos seus vínculos afetivos familiares para se
incorporarem a uma situação de socialização estruturada.
Nas últimas décadas, vem se consolidando, na Educação Infantil, a concepção que
vincula educar e cuidar, entendendo o cuidado como algo indissociável do processo
educativo. Nesse contexto, as creches e pré-escolas, ao acolher as vivências e os
conhecimentos construídos pelas crianças no ambiente da família e no contexto de sua
comunidade, e articulá-los em suas propostas pedagógicas, têm o objetivo de ampliar o
universo de experiências, conhecimentos e habilidades dessas crianças, diversificando
e consolidando novas aprendizagens, atuando de maneira complementar à educação
familiar – especialmente quando se trata da educação dos bebês e das crianças bem
pequenas, que envolve aprendizagens muito próximas aos dois contextos (familiar e
escolar), como a socialização, a autonomia e a comunicação.

Nessa direção, e para potencializar as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças,


a prática do diálogo e o compartilhamento de responsabilidades entre a instituição de
Educação Infantil e a família são essenciais. Além disso, a instituição precisa conhecer
e trabalhar com as culturas plurais, dialogando com a riqueza/diversidade cultural das
famílias e da comunidade.

As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB


nº 5/2009)27, em seu Artigo 4º, definem a criança como:

“... sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas


cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca,
imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra,
questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo
cultura” (BRASIL, 2009).

Ainda de acordo com as DCNEI, em seu Artigo 9º, os eixos estruturantes das práticas
pedagógicas dessa etapa da Educação Básica são as interações e a brincadeira,
experiências nas quais as crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos por
meio de suas ações e interações com seus pares e com os adultos, o que possibilita
aprendizagens, desenvolvimento e socialização.

A interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância, trazendo consigo muitas


aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral das crianças. Ao observar
as interações e a brincadeira entre as crianças e delas com os adultos, é possível
identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das frustrações, a resolução
de conflitos e a regulação das emoções.

Tendo em vista os eixos estruturantes das práticas pedagógicas e as competências


gerais da Educação Básica propostas pela BNCC, seis direitos de aprendizagem e
desenvolvimento asseguram, na Educação Infantil, as condições para que as crianças
aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes
que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas
quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural.
BNCC/MEC/2017- pág. 33 a 35
BNCC - TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL

A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita atenção, para
que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas, garantindo integração e continuidade
dos processos de aprendizagens das crianças, respeitando suas singularidades e as
diferentes relações que elas estabelecem com os conhecimentos, assim como a
natureza das mediações de cada etapa. Torna-se necessário estabelecer estratégias de
acolhimento e adaptação tanto para as crianças quanto para os docentes, de modo que
a nova etapa se construa com base no que a criança sabe e é capaz de fazer, em uma
perspectiva de continuidade de seu percurso educativo.

Para isso, as informações contidas em relatórios, portfólios ou outros registros que


evidenciem os processos vivenciados pelas crianças ao longo de sua trajetória na
Educação Infantil podem contribuir para a compreensão da história de vida escolar de
cada aluno do Ensino Fundamental. Conversas ou visitas e troca de materiais entre os
professores das escolas de Educação Infantil e de Ensino Fundamental – Anos Iniciais
também são importantes para facilitar a inserção das crianças nessa nova etapa da vida
escolar.

Além disso, para que as crianças superem com sucesso os desafios da transição, é
indispensável um equilíbrio entre as mudanças introduzidas, a continuidade das
aprendizagens e o acolhimento afetivo, de modo que a nova etapa se construa com base
no que os educandos sabem e são capazes de fazer, evitando a fragmentação e a
descontinuidade do trabalho pedagógico. Nessa direção, considerando os direitos e os
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, apresenta-se a síntese das
aprendizagens esperadas em cada campo de experiências. Essa síntese deve ser
compreendida como elemento balizador e indicativo de objetivos a serem explorados em
todo o segmento da Educação Infantil, e que serão ampliados e aprofundados no Ensino
Fundamental, e não como condição ou pré-requisito para o acesso ao Ensino
Fundamental.

SÍNTESE DAS APRENDIZAGENS

1. O eu, o outro e o nós

 Respeitar e expressar sentimentos e emoções.


 Atuar em grupo e demonstrar interesse em construir novas relações, respeitando
a diversidade e solidarizando-se com os outros.
 Conhecer e respeitar regras de convívio social, manifestando respeito pelo outro.
2. Corpo, gestos e movimentos

 Reconhecer a importância de ações e situações do cotidiano que contribuem para


o cuidado de sua saúde e a manutenção de ambientes saudáveis.
 Apresentar autonomia nas práticas de higiene, alimentação, vestir-se e no
cuidado com seu bem-estar, valorizando o próprio corpo.
 Utilizar o corpo intencionalmente (com criatividade, controle e adequação) como
instrumento de interação com o outro e com o meio.
 Coordenar suas habilidades manuais.

3. Traços, sons, cores e formas

 Discriminar os diferentes tipos de sons e ritmos e interagir com a música,


percebendo-a como forma de expressão individual e coletiva.
 Expressar-se por meio das artes visuais, utilizando diferentes materiais.
 Relacionar-se com o outro empregando gestos, palavras, brincadeiras, jogos,
imitações, observações e expressão corporal.

4. Escuta, fala, pensamento e imaginação

 Expressar ideias, desejos e sentimentos em distintas situações de interação, por


diferentes meios.
 Argumentar e relatar fatos oralmente, em sequência temporal e causal,
organizando e adequando sua fala ao contexto em que é produzida.
 Ouvir, compreender, contar, recontar e criar narrativas.
 Conhecer diferentes gêneros e portadores textuais, demonstrando compreensão
da função social da escrita e reconhecendo a leitura como fonte de prazer e
informação.

5. Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações

 Identificar, nomear adequadamente e comparar as propriedades dos objetos,


estabelecendo relações entre eles.
 Interagir com o meio ambiente e com fenômenos naturais ou artificiais,
demonstrando curiosidade e cuidado com relação a eles.
 Utilizar vocabulário relativo às noções de grandeza (maior, menor, igual etc.),
espaço (dentro e fora) e medidas (comprido, curto, grosso, fino) como meio de
comunicação de suas experiências.
 Utilizar unidades de medida (dia e noite; dias, semanas, meses e ano) e noções
de tempo (presente, passado e futuro; antes, agora e depois), para responder a
necessidades e questões do cotidiano.
 Identificar e registrar quantidades por meio de diferentes formas de representação
(contagens, desenhos, símbolos, escrita de números, organização de gráficos
básicos etc.).
BNCC – EDUCAÇÃO INFANTIL
O QUE É A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

A Base Nacional Comum Curricular - BNCC é um documento de caráter normativo que


define os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para todas as
crianças, jovens e adultos em escolas de Educação Básica de todo o Brasil. Prevista em
lei, ela deve ser obrigatoriamente observada na elaboração e implementação de
propostas curriculares dos sistemas e redes escolares públicas e privadas, urbanas e
rurais. Ao determinar com clareza o que os alunos têm o direito de aprender, a BNCC
tem como finalidade ajudar a melhorar a qualidade do ensino em todo o Brasil. Como
referência comum para todos os sistemas de ensino, a BNCC contribui para promover a
equidade educacional.

A BNCC E OS CURRÍCULOS

A BNCC não é currículo. Ela explicita direitos de aprendizagem e desenvolvimento dos


alunos, mas não a maneira como professores, escolas e sistemas de ensino trabalharão
para concretizá-los. O conjunto de saberes previsto na Base servirá como norte para a
construção e adaptação dos currículos de todos os sistemas de ensino do país. BNCC e
currículos têm, portanto, papeis complementares, dado que as aprendizagens se
materializam mediante ao conjunto de decisões do âmbito curricular, que adequam as
proposições da BNCC à realidade das redes de ensino e das instituições escolares.
Dessa forma, cada sistema e escola seguem com autonomia para refletir, construir e
estabelecer, por meio do currículo, aprendizagens específicas, metodologias de ensino,
abordagens pedagógicas, avaliação da aprendizagem, incluindo elementos da
diversidade local.
ESTRUTURA DA BNCC PROPOSTA PELO MEC

O que contém e como está organizada a terceira versão do documento:

 Conteúdos, conhecimentos e habilidades que os alunos têm o direito de aprender


e desenvolver na Educação Infantil e no Ensino Fundamental.
 Competências gerais que os alunos devem desenvolver em todas as áreas.
 Competências especificas de cada área e respectivos componentes curriculares.
 Progressão e sequenciamento dos conteúdos e habilidades de cada componente
curricular para todos os anos e períodos dessas duas etapas da Educação Básica.

DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

De acordo com os eixos estruturantes da Educação Infantil (interações e brincadeiras),


seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento devem ser assegurados às
crianças para que tenham condições de aprender e se desenvolver.

Conviver – Explorar
Brincar – Expressar
Participar – Conhecer-se
Seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento asseguram, na Educação Infantil, as
condições para que as crianças aprendam em situações nas quais possam
desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a
sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si,
os outros e o mundo social e natural.

 Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando


diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em
relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.

 Brincar de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes


parceiros (crianças e adultos), de forma a ampliar e diversificar suas possibilidades
de acesso a produções culturais. A participação e as transformações introduzidas
pelas crianças nas brincadeiras devem ser valorizadas, tendo em vista o estímulo
ao desenvolvimento de seus conhecimentos, sua imaginação, criatividade,
experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e
relacionais.

 Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da


gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização
das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos
materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando
conhecimentos, decidindo e se posicionando.

 Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções,


transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na
escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas
modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.

 Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades,


emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões,
questionamentos, por meio de diferentes linguagens.

 Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma


imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas
experiências e cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na
instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

Considerando os direitos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças e no


âmbito de cada campo de experiências, são definidos objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento organizados em três grupos de faixas etárias:
 zero a 1 ano e seis meses;
 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses;
 4 anos a 5 anos e 11 meses.

CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS

Considerando os direitos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças na


Educação Infantil, a BNCC estabelece cinco campos de experiências nos quais as
crianças podem aprender e se desenvolver.

 O eu, o outro e o nós.


 Corpo, gestos e movimentos.
 Traços, sons, cores e formas.
 Oralidade e escrita.
 Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
“ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES”.

As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões, em um


mundo constituído de fenômenos naturais e socioculturais. Desde muito pequenas, elas
procuram se situar em diversos espaços (rua, bairro, cidade etc.) e tempos (dia e noite;
hoje, ontem e amanhã etc.).

Demonstram também curiosidade sobre o mundo físico (seu próprio corpo, os


fenômenos atmosféricos, os animais, as plantas, as transformações da natureza, os
diferentes tipos de materiais e as possibilidades de sua manipulação etc.) e o mundo
sociocultural (as relações de parentesco e sociais entre as pessoas que conhece; como
vivem e em que trabalham essas pessoas; quais suas tradições e costumes; a
diversidade entre elas etc.).

Além disso, nessas experiências e em muitas outras, as crianças também se deparam,


frequentemente, com conhecimentos matemáticos (contagem, ordenação, relações
entre quantidades, dimensões, medidas, comparação de pesos e de comprimentos,
avaliação de distâncias, reconhecimento de formas geométricas, conhecimento e
reconhecimento de numerais cardinais e ordinais etc.) que igualmente aguçam a
curiosidade. Portanto, a Educação Infantil precisa promover interações e brincadeiras
nas quais as crianças possam fazer observações, manipular objetos, investigar e
explorar seu entorno, levantar hipóteses e consultar fontes de informação para buscar
respostas às suas curiosidades e indagações. Assim, a instituição escolar está criando
oportunidades para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e
sociocultural e possam utilizá-los em seu cotidiano.

ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES

Crianças de zero a Crianças de 1 ano e 7 meses Crianças de 4 anos a


1 ano e 6 meses a 3 anos e 11 meses 5 anos e 11 meses
Registrar observações,
Manipular, experimentar, arrumar e Identificar relações espaciais manipulações e medidas, usando
explorar o espaço por meio de (dentro e fora, em cima, embaixo, múltiplas linguagens (desenho,
experiências de deslocamentos de si e acima, abaixo, entre e do lado) e registro por números ou escrita
dos objetos. temporais (antes, durante e depois). espontânea), em diferentes
suportes.
Manipular materiais diversos e
variados para comparar as diferenças Classificar objetos, considerando Classificar objetos e figuras, de
e semelhanças entre eles. determinado atributo (tamanho, acordo com suas semelhanças e
peso, cor, forma etc.). diferenças.
Resolver situações - problema,
Experimentar e resolver situações- Analisar situações-problema do formulando questões, levantando
problema do seu cotidiano. cotidiano, levantando hipóteses, hipóteses, organizando dados,
dados e possibilidades de solução. testando possibilidades de solução.

Vivenciar diferentes ritmos, Utilizar conceitos básicos de tempo Relatar fatos importantes sobre seu
velocidades e fluxos nas interações e (agora, antes, durante, depois, nascimento e desenvolvimento, a
brincadeiras (em danças, balanços, ontem, hoje, amanhã, lento, rápido, história dos seus familiares e da
escorregadores etc.). depressa, devagar). sua comunidade.
Relacionar números às suas
Contar oralmente objetos, pessoas, respectivas quantidades e
--------- livros etc., em contextos diversos. identificar o antes, o depois e o
entre em uma sequência.
Registrar com números a
quantidade de crianças (meninas e Expressar medidas (peso, altura
meninos, presentes e ausentes) e a etc.), construindo gráficos básicos.
--------- quantidade de objetos da mesma
natureza (bonecas, bolas, livros).
OBJETIVOS DE APRENEM E DESENVOLVIME

SÍNTESE DAS APRENDIZAGENS PARA A TRANSIÇÃO PARA O ENSINO


FUNDAMENTAL

 Identificar, nomear adequadamente e comparar as propriedades dos objetos,


estabelecendo relações entre eles para a formulação, o raciocínio e a resolução de
problemas.
 Interagir com o meio ambiente e com fenômenos naturais ou artificias, demonstrando
atitudes de investigação, respeito e preservação.
 Utilizar vocabulário relativo às noções de grandeza (maior, menor, igual etc.), espaço
(dentro e fora) e medidas (comprido, curto, grosso, fino) como meio de comunicação
de suas experiências.
 Resolver, criar e registrar situações-problema do cotidiano e estratégias de resolução.
 Utilizar unidades de medida (dia / noite, dias / semanas / meses / ano) e noções de
tempo (presente / passado / futuro, antes /agora / depois), para responder a
necessidades e questões do cotidiano.
 Identificar e registrar quantidades por meio de diferentes formas de representação
(contagens, desenhos, símbolos, escrita de números, organização de gráficos.
CURRÍCULO REFERÊNCIA DE MINAS GERAIS – EDUCAÇÃO INFANTIL

A construção do Currículo de Referência da Educação Infantil do Estado de Minas


Gerais foi embasada em documentos oficiais, que apresentam os parâmetros de
qualidade; nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil; em sistemas
de ensino que têm atuado de forma significativa na educação de crianças; bem como,
em pesquisas e em outros saberes fundamentais, construídos nas vivências cotidianas.

Fruto de um amplo processo de discussão coletiva entre diferentes representantes e


setores da educação do Estado de Minas Gerais, a proposta curricular para a
Educação Infantil de todo o território estadual destina-se a balizar as ações
pedagógicas e intencionalidades educativas presentes na indissociável tarefa de
educar e cuidar, assim como situar a realidade estadual no contexto atual da primeira
etapa da educação básica.

Espera-se que o documento seja uma referência segura para as instituições


educacionais na (re) elaboração de seus Projetos Políticos Pedagógicos, como
também, possibilite aos docentes refletir sobre sua prática cotidiana por meio da
pesquisa e da formação continuada, favorecendo lhes a (re) descoberta de novas
possibilidades do fazer pedagógico da Educação Infantil, dando concretude a uma
educação de qualidade culturalmente orientada e socialmente referenciada para todos
os bebês e demais crianças pequenas.

De acordo com a BNCC, a Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica,


possui objetivos próprios, os quais devem ser alcançados a partir do respeito e do
cuidado. Afinal, trata-se da educação de crianças que se encontram em um tempo
singular da infância compreendida na faixa etária de 0 a 5 anos. Já a segunda etapa, a
qual corresponde ao Ensino Fundamental, se constitui como a etapa mais longa da
Educação Básica, atendendo crianças e adolescentes que, ao longo desse período,
passam por uma série de mudanças relacionadas a aspectos físicos, cognitivos,
afetivos, sociais, emocionais entre outros, exigindo uma proposta curricular alinhada às
necessidades específicas às infâncias e às adolescências, e que atenda suas
características, potencialidades e especificidades. O Ensino Fundamental regular se
subdivide em duas fases: anos iniciais (1º ano ao 5º ano); e anos finais (6º ano ao 9º
ano).
Nesse sentido, um aspecto fundamental a ser considerado é o processo de transição
da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, momento esse que requer muita
atenção para que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas. Isto significa garantir
a integração e a continuidade dos processos de aprendizagens das crianças. Nesse
caso, torna-se necessário estabelecer estratégias de acolhimento e de adaptação tanto
para as crianças quanto para os docentes, de modo que a nova etapa, o Ensino
Fundamental, principalmente os anos iniciais, construa-se com base no que a criança
já sabe e é capaz de fazer, em uma perspectiva de continuidade de seu percurso
educativo e de continuidade do trabalho pedagógico.

Para tanto, precisamos compreender que, apesar da Educação Infantil ter um fim em si
mesma e não ter como objetivo preparar os estudantes para o Ensino Fundamental,
estes dois segmentos são indissociáveis, pois envolvem processos que andam lado a
lado: conhecimentos e afetos, saberes e valores, cuidados e atenção.

Portanto, a Educação Infantil atua de forma positiva na formação do sujeito ao


proporcionar aos alunos o desenvolvimento dos objetivos de aprendizagem, que
promovem a aquisição dos direitos de aprendizagem relacionados às capacidades de
coordenação motora, lateralidade, noção de espaço e tempo, esquema corporal,
comunicação, entre outras, contribuindo efetivamente de forma importantíssima para o
processo de Alfabetização.

A BNCC, ao valorizar as situações lúdicas de aprendizagem, nos anos iniciais do


Ensino Fundamental, aponta para a necessária articulação com as experiências
vivenciadas na Educação Infantil. Tal articulação precisa prever tanto a progressiva
sistematização dessas experiências quanto o desenvolvimento, pelos estudantes, de
novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e formular
hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá-las, de elaborar conclusões, em
uma atitude ativa na construção de conhecimentos. É nesse sentido que o Currículo
Referência de Minas Gerais segue em sua construção.

A proposta do Currículo de Referência da Educação Infantil – MG foi materializar os


avanços educacionais definidos pela BNCC que assegurou os direitos fundamentais de
aprendizagem e de desenvolvimento das crianças, como também, evidenciou a
indissociabilidade entre o cuidar e o educar nas instituições de Educação Infantil, tendo
em vista as interações e as brincadeiras como eixos estruturantes dos campos de
experiências a serem trabalhados com as crianças de 0 a 5 anos e 11 meses, definindo
seus objetivos, bem como, organizando todos os saberes, conhecimentos, valores e
práticas para serem vivenciadas pelas crianças na perspectiva de sua formação
humana.
As orientações apresentadas no Documento Referência não se constituem no
Currículo a ser praticado nas creches e pré-escolas e não esgotam todas as
possibilidades de trabalho pedagógico, mas representam uma direção para a sua
construção, tendo em vista aquilo que se pretende consolidar quanto às
especificidades e identidades da primeira etapa da Educação Básica - a Educação
Infantil.

Considera-se importante o papel do professor neste processo, pois é a sua


intencionalidade pedagógica que favorece a mediação e a articulação necessárias
entre as vivências e as formas como as crianças se apropriam do mundo, aguçando a
sua curiosidade, estabelecendo relações, promovendo a sua expressão através de
múltiplas linguagens, contribuindo decisivamente para o seu desenvolvimento em todos
os seus aspectos: cognitivo, linguístico, social, afetivo, corporal, ético e estético.

Nesse sentido, faz-se necessário favorecer uma nova organização dos tempos e
espaços escolares, bem como novos investimentos na materialidade e,
prioritariamente, na formação inicial e continuada dos (as) professores (as), alinhada
aos novos princípios que oportunizarão um novo modo de cuidar e educar bebês e
demais crianças pequenas.

O grande desafio, das instituições de Educação Infantil, é organizar seu currículo e


articulá-lo, ter clareza sobre o tipo de pessoa que pretende formar e as contribuições
que a Educação Infantil pode dar na tarefa de construir uma sociedade mais justa, mais
igualitária, mais solidária e mais democrática, na qual todos possam ter acesso aos
bens culturais produzidos pela humanidade e se reconhecer como produtores de novos
saberes e conhecimentos e, portanto, capazes de transformar o mundo.
COMO O COMPONENTE CURRICULAR MATEMÁTICA SE APRESENTA NO
CURRÍCULO REFERÊNCIA DE MINAS GERAIS?
Letramento Matemático
Competências e as habilidades de raciocinar, representar, comunicar e argumentar
matematicamente, de modo a favorecer o estabelecimento de conjecturas, a
formulação e a resolução de problemas em uma variedade de contextos, utilizando
conceitos, procedimentos, fatos e ferramentas matemáticas (BNCC, 2017, pg. 264).
 Matemática relacionada entre si e com os outros componentes curriculares,
atribuindo significado ao conhecimento escolar e incentivando o raciocínio e a
capacidade de aprendizagem.
 Os conhecimentos matemáticos devem ser utilizados no cotidiano do estudante.
 Matemática com utilização da resolução de situações problemas, envolvendo:
 Raciocínio
 Comunicação
 Representação
 Argumentação
 Modelagem
 Desenvolvimento de Projetos
 Investigação

CORRELAÇÃO DO CURRÍCULO COM O TRABALHO PEDAGÓGICO DA ESCOLA


E SEU CORPO DOCENTE
EDUCAÇÃO INFANTIL NO CURRÍCULO REFERÊNCIA DE MINAS GERAIS

Objetivo Geral:

 Apresentar as especificidades da etapa Educação Infantil no Currículo


Referência de Minas Gerais por meio dos eixos estruturantes: Organização
Curricular na Educação Infantil, Planejamento, Gestão de sala de aula,
Avaliação e Transições.

Objetivos específicos:

1. Reconhecer os fundamentos legais da Educação Infantil.


2. Dominar o conhecimento da etapa tendo como referência os direitos de
aprendizagem e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento definidos para
cada faixa etária em conformidade com o Currículo Referência de Minas
Gerais.

Conteúdo programático:

1. Fundamentos Legais.
2. Definições e concepções que permeiam a etapa: educação Infantil, criança,
currículo e proposta pedagógica.
3. Ser professor da Educação Infantil.
4. O trabalho compartilhado: Família e escola.
5. Os seis Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento.
6. Os cinco Campos de Experiências.
7. Os Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento.

PLANEJAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Objetivo específico:

 Criar estratégias para o planejamento do cotidiano na Educação Infantil tendo


em vista os direitos de aprendizagem previstos no Currículo Referência de
Minas Gerais, reconhecendo as experiências da criança, o seu protagonismo,
privilegiando experiências colaborativas, respeitando percursos individuais e
coletivos, incentivando seu fazer como caminho para a construção de
significados e produção de sentidos.

Conteúdo programático:
1. As interações e a brincadeira.
2. O cuidar e o educar na Educação Infantil.
3. As múltiplas linguagens.
4. Inclusão, diversidades e identidades culturais.
5. Planejamento baseado na conexão entre os Campos de Experiência e os
Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento.
6. Planejamento do tempo, dos espaços e dos materiais.

GESTÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Objetivos específicos:

 Analisar e refletir sobre os diferentes arranjos e metodologias que propiciem


uma melhor gestão dos tempos e espaços formativos usados pelos educadores
considerando as faixas etárias da Educação Infantil.

 Organizar e proporcionar uma diversidade de experiências garantindo a


pluralidade de situações que promovam a aprendizagem e o desenvolvimento
pleno das crianças.

Conteúdo programático:

1. Intencionalidade pedagógica.
2. Organização da rotina, tempos, espaços e materialidades.
3. Organização de grupos e relação adulto criança.
4. Experiências infantis X Atividades propostas (contraponto).

AVALIAÇÃO E TRANSIÇÕES NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Objetivos específicos:

 Compreender a avaliação como ponto de partida para o planejamento da ação


pedagógica tendo como objetivo a melhoria da ação educativa e a equidade dos
processos educativos.

 Reconhecer os processos de transição buscando a continuidade da formação da


criança evitando rupturas.

Conteúdo programático:

1. Avaliação de contexto (condições da oferta) X Avaliação do desempenho da


criança (contrapontos defenderam avaliação das condições da oferta).
2. Observação e registros como instrumentos para subsidiar a avaliação.
3. Transições: de casa para a instituição de Educação Infantil, de um grupo etário
para outro, da creche para a pré-escola e da pré-escola para o Ensino
Fundamental.

Transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental

A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita atenção, para
que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas, garantindo integração e
continuidade dos processos de aprendizagens das crianças, respeitando suas
singularidades e as diferentes relações que elas estabelecem com os conhecimentos,
assim como a natureza das mediações de cada etapa. Torna-se necessário
estabelecer estratégias de acolhimento e adaptação tanto para as crianças quanto para
os docentes, de modo que a nova etapa se construa com base no que a criança sabe e
é capaz de fazer, em uma perspectiva de continuidade de seu percurso educativo. A
BNCC indica uma síntese de aprendizagens esperadas em cada um dos cinco campos
de experiências. Elas devem ser consideradas como elementos balizadores e
indicadores de objetivos a serem explorados na Educação Infantil, que serão
aprofundados no Ensino Fundamental, e não como pré-requisito ou condição à nova
etapa da escolarização.

Para isso, as informações contidas em relatórios, portfólios ou outros registros que


evidenciem os processos vivenciados pelas crianças ao longo de sua trajetória na
Educação Infantil podem contribuir para a compreensão da história de vida escolar de
cada aluno do Ensino Fundamental. Conversas ou visitas e troca de materiais entre os
professores das escolas de Educação Infantil e de Ensino Fundamental – Anos Iniciais
também são importantes para facilitar a inserção das crianças nessa nova etapa da
vida escolar.

Além disso, para que as crianças superem com sucesso os desafios da transição, é
indispensável um equilíbrio entre as mudanças introduzidas, a continuidade das
aprendizagens e o acolhimento afetivo, de modo que a nova etapa se construa com
base no que os educandos sabem e são capazes de fazer, evitando a fragmentação e
a descontinuidade do trabalho pedagógico.

A Educação Infantil, prevista na Base, é apenas uma etapa de preparação para o


Ensino Fundamental?

A Educação Infantil, que compreende a faixa etária de 0 a 5 anos e 11 meses, cumpre


papel fundamental no desenvolvimento curricular no presente e para o futuro da
criança. Considera-se a centralidade da experiência da criança, por meio de suas
relações com as práticas sociais, para poder elaborar, sistematizar e produzir seu
conhecimento nesta e nas próximas etapas de sua educação. Nisso consiste a
progressão curricular ao longo de sua vida. A Educação Infantil não é apenas uma fase
de preparação para o Ensino Fundamental, mas etapa privilegiada de aprendizagem,
formação da identidade da criança, onde devem se desenvolver cuidados e contato
com ambientes adequados e propostas desafiadoras e estimulantes.
EDUCAÇÃO INFANTIL NO CURRÍCULO REFERÊNCIA DE MINAS GERAIS

O Currículo Referência de Minas Gerais tem como objetivo: assegurar as


aprendizagens essenciais definidas para cada etapa da Educação Básica.

 O texto da Educação Infantil dispõe sobre os princípios e reafirma as


concepções apresentadas nas DCNEI.
 Apresentam os 06 (seis) Direitos de Aprendizagem, os 05 (cinco) Campos de
Experiências e os 99 Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento, em
consonância com a BNCC.
 Reafirma a importância das 10 Competências Gerais e ressalta o papel social da
Educação Infantil, ao se garantir os seis Direitos de Aprendizagem e as dez
Competências Básicas que estão contempladas.

DEZ COMPETÊNCIAS
1. Conhecimento
2. Pensamento científico, crítico e criativo
3. Repertório cultural
4. Comunicação
5. Cultura digital
6. Trabalho e projeto de vida
7. Argumentação
8. Autoconhecimento e autocuidado
9. Empatia e cooperação
10. Responsabilidade e cidadania.

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

Na organização do currículo da Educação Infantil foi considerado:

 Dois grandes eixos: as interações e a brincadeira.


 Princípios: éticos, políticos e estéticos:

 Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito


ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e
singularidades.
 Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito
à ordem democrática.
 Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de
expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais.
 Indissociabilidade entre: cuidar e educar.
 Criança como ser integral: que se relaciona com o mundo a partir do seu corpo
em vivências concretas com diferentes parceiros e em distintas linguagens.

ESTRUTURA DA BNCC E DO CURRÍCULO REFERÊNCIA DE MINAS GERAIS

No ensino tradicional o foco era no professor e no seu saber; no Currículo da Educação


Infantil de Minas Gerais, mantém o foco na criança, seus saberes, suas experiências e
seus contextos de vida. Ele não se estrutura por conteúdo, nem por área de
conhecimento ou componente curricular (disciplina).

OS SEIS DIREITOS DE APRENDIZAGEM

 Brincar
 Conviver
 Explorar
 Participar
 Expressar
 Conhecer-se

ORIGEM DOS DIREITOS DE APRENDIZAGEM

ÉTICO

 Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos,


utilizando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às
diferenças entre as pessoas.

 Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo


uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas
experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na
instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.

POLÍTICO

 Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da


gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização
das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos
materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando
conhecimentos, decidindo e se posicionando.
 Expressar como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades,
emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões,
questionamentos, por meio de diferentes linguagens.

ESTÉTICO
 Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos,
com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu
acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua
criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas,
cognitivas, sociais e relacionais.

 Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções,


transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na
escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas
modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.

OS DIREITOS DE APRENDIZAGEM E OS CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS

Os seis grandes direitos se efetivam em interface com os campos de experiência,


adotando características próprias de acordo com o campo em que está presente.

CONVIVER democraticamente com outras crianças e adultos, com eles se


relacionarem e partilhar distintas situações, utilizando diferentes linguagens, ampliando
o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à natureza, à cultura e às
diferenças entre as pessoas.

O EU, O OUTRO E O NÓS

CONVIVER com crianças e adultos em pequenos e grandes grupos, reconhecer e


respeitar as diferentes identidades e pertencimento étnico-racial, de gênero e de
religião.

CORPO GESTOS E MOVIMENTO

CONVIVER com crianças e adultos e experimentar, de múltiplas formas, a


gestualidade que marca sua cultura e está presente nos cuidados pessoais, dança,
música, teatro, artes circenses, jogos, escuta de histórias e brincadeiras.

TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS

CONVIVER e fruir das manifestações artísticas e culturais da sua comunidade e de


outras culturas - artes plásticas, música, dança, teatro, cinema, folguedos e festas
populares - ampliando a sua sensibilidade, desenvolvendo senso estético, empatia e
respeito às diferentes culturas e identidades.

ESCUTA, FALA PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO.

CONVIVER com crianças e adultos, compartilhando situações comunicativas


cotidianas, constituindo modos de pensar, imaginar, sentir, narrar, dialogar e conhecer.

ESPAÇO, TEMPO, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES


CONVIVER com crianças e adultos e com eles criar estratégias para investigar o
mundo social e natural, demonstrando atitudes positivas em relação a situações que
envolvam diversidade étnico-racial, ambiental, de gênero, de língua, de religião.

EXPERIÊNCIAS

A experiência da criança é o seu fazer no cotidiano na instituição escolar. Pressupõe


atividades abertas significativas, que permitem a investigação a pesquisa e ampliação
dos horizontes. Exigem um olhar atento dos professores para serem ampliadas. No
artigo 9º das DCNEI aponta um conjunto de 12 experiências que devem ser
trabalhadas com as crianças. Essas experiências foram agrupadas em 05 campos que
devem ser trabalhados de forma articulada. O arranjo curricular centrado nas
experiências das crianças pressupõe continuidade e produção de sentidos e induz a
renovação das práticas.

OS CINCO CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS INTER COMPLEMENTARES

O Eu, o Outro e o Nós


Corpo, Gestos e Movimento
Traços, Sons, Cores e Formas
Escuta, Fala, Pensamento e Imaginação
Espaços, Tempos, Quantidades, Relações e Transformações

Intencionalidade Pedagógica

Os Campos de Experiências são inter complementares e precisam ser trabalhados


com intencionalidade pedagógica. Isso significa planejar atividades que integrem o que
está proposto no currículo com os interesses e ideias das crianças do grupo.

Apresentação da estrutura

 Faixa Etária – Flexibilidade tendo em vista o amplo e diverso universo de


oportunidades e possibilidades.
 Direito de Aprendizagem – Adota caraterística própria de acordo com o Campo
de Experiência.
 Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento – Vinculados ao Campo de
Experiência a que pertencem, não devem ser trabalhados isoladamente.
Lembrando que os campos são inter complementares.
 Orientações Didáticas e Práticas Cotidianas – Apontamentos de alguns
caminhos para alcance dos objetivos.
Texto Introdutório

Fundamentação Teórica – O entendimento das concepções expressas no texto


introdutório da Educação Infantil amplia o olhar do (a) professor (a) e permite um
trabalho que ultrapassa a efetivação dos objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento.

Articulação com o Ensino Fundamental

Na perspectiva da integração entre a Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino


Fundamental, os Campos de Experiências fundamentam importantes processos das
crianças que terão continuidade e progressão nas demais etapas da Educação Básica,
quando serão tratados em Áreas de Conhecimento.

Transições

 De casa para a instituição de Educação Infantil


 De um grupo etário para outro
 Da creche para a pré-escola
 Da Educação Infantil para o Ensino Fundamental
 Entre os anos de escolaridade subsequentes

Desafios/perspectivas

 Mudanças curriculares exigirão mudanças culturais.


 Conhecimento dos documentos orientadores.
 Entendimento e estudo das concepções contidas no Currículo Referência/MG.
 Formação inicial e continuada alinhada aos novos propósitos.
 Organização dos coletivos de formação no espaço escolar.
 Importância do Coordenador Pedagógico na formação continuada e orientação
dos planejamentos.

Intencionalidade educativa

Para isto o educador precisa dar-se conta que a educação dos bebês acontece o
tempo todo, nas atividades recorrentes do dia-a-dia.
Educar os bebês é colocar-se junto às crianças para fazer a vida acontecer de modo
criativo, agradável, alegre ou silencioso, calmo.
Enriquecer a vida através de seus detalhes: sentimentos, sensações, pequenos
momentos que muitas vezes nos passam despercebidos. (Maria Carmem Silveira Barbosa)

Como é composta a habilidade:


 Verbo: indica o processo cognitivo.
 Complemento do verbo: objeto de conhecimento/ conhecimento/conteúdo
 Modificadores: indicam contexto ou maior especificação da aprendizagem.

Você também pode gostar