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BNCC – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Estrutura da BNCC:
- Base Nacional Comum Curricular: Referência Nacional para todas as escolas
de todas as redes
- Currículo Referência de cada Estado;

- Projeto Político Pedagógico: Referência interna da escola, prevendo seus


objetivos próprios e como se relacionam com o currículo;
- Plano de Aula do Professor: Planejamento de como as habilidades e as
competências serão desenvolvidas.

A BNCC é referência obrigatória para todas as escolas públicas e particulares.

• É um documento de caráter normativo que define: As Aprendizagens essenciais


que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação
Básica.

A BNCC se constitui como: Uma referência que orientará as escolas brasileiras,


embasada nos princípios éticos, que assegure a formação humana integral, os direitos de
aprendizagem e desenvolvimento de todos os estudantes ao longo de todas as etapas e
modalidades da Educação Básica.

A finalidade do BNCC é:

• Orientar a construção dos curriculares, de todas as escolas;

• Orientar o projetos político-pedagógicos das escolas;

• Estabelece as competências e habilidades que serão desenvolvidas pelos


estudantes ano a ano.

A Base indica o ponto aonde se quer chegar, o currículo traça o caminho até lá.

BNCC

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR, documento normativo e


obrigatório em todas as escolas públicas e particulares do Brasil.

O grande desafio é romper com uma cultura da fragmentação dos conhecimentos


e da passividade dos sujeitos.
A BNCC propõe um currículo integrado, a escola está se propondo a mudar, a se
transformar para que as crianças e os jovens e suas famílias possam se sentir
pertencentes a este espaço, possam ser sujeitos ativos.

A BNCC apresenta O QUE ensinar para cada ano. O currículo seria o COMO
ensinar.

A BNCC espera, que ao final da trajetória escolar todos os estudantes:

1 - Valorizem e utilizem os conhecimentos do mundo físico, social, cultural e


digital.
2 - Exercitem a curiosidade intelectual (investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade)
3 – Valorizem as diversas manifestações artísticas e culturais e também participem
de práticas de produção artística.
4 - Utilizem as diferentes linguagens – verbal, corporal, visual, sonora e digital –
bem como conhecimentos das linguagens artísticas, matemática e científica, para se
expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes
contextos,
5 - Compreendam, utilizem e criem tecnologias digitais de forma crítica,
significativa, reflexiva para se comunicar, produzir conhecimentos, resolver problemas.
6 - Valorizem a diversidade de saberes e vivências culturais, fazer escolhas
alinhadas ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade;
7 - Argumentem com base em fatos, dados e informações confiáveis, para
formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns,
8 - Conheçam, apreciem e cuidem de sua saúde física e emocional, reconhecendo
suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas;
9 - Exercitem a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro,
10 - Ajam com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e
determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos,
inclusivos, sustentáveis e solidários.

CURRÍCULO

O Currículo diz respeito à Organização Escolar,

• Currículo é experiência vivida e como tal envolve não só os conteúdos a serem


"ensinados", mas também práticas, atitudes, formas de organização do trabalho.
• O direito a aprender se materializa no currículo,
• Define o que ensinar, o porquê ensinar e o quando ensinar,

• Os educadores atualizam, constroem e dão feição ao currículo no cotidiano


vivido das escolas.

Muita coisa que é feita na escola, e não está prescrito no papel. Chamamos de currículo
oculto. Currículo é política, cultura, poder.

• Precisamos aperfeiçoar mais nossas reflexões sobre o currículo.

• Trabalhar Currículo significa possibilitar a articulação do trabalho pedagógico


com a realidade sociocultural das pessoas em aprendizagem, seus interesses,
mobilizando um clima de trabalho conjunto e de cooperação, a medida que os
conhecimentos vão sendo coletivamente construídos.
Como proposta curricular, responde as questões:

• O que ensinar? (quais conteúdos, habilidades e competências).

• Por que ensinar? (importância da disciplina na vida social e cultural).

• Quando ensinar? (faixa etária, ordenamento dos conteúdos e habilidades).

• Como ensinar? (procedimentos, metodologias, recursos didáticos).

• Como avaliar?

• A educação infantil pela primeira vez possui previsão de Direitos e Objetivos de


Aprendizagem em Currículo que deverá ser objeto da ação pedagógica com as crianças
nesta etapa.
• O currículo integrado, a escola está se propondo a mudar, a se transformar para
que as crianças e os jovens e suas famílias possam se sentir pertencentes a este espaço,
possam ser sujeitos ativos de seu processo de formação.

É preciso trazer para o currículo as capacidades que envolvam:

• repertório cultural, empatia, responsabilidade,

• cultura digital e projeto de vida,

• é preciso desenvolver um currículo integrado, interdisciplinar e


interdimensional, no qual o estudante atue como sujeito, construtor de aprendizagens
integradas que façam sentido para ele. Currículo
interdimensional.
Chamamos de currículo interdimensional, aquele que possibilita o exercício dos atuais
quatro pilares da Educação: o aprender a conhecer, o aprender a fazer e o aprender a
conviver e o aprender a ser, associando a formação básica a outros conteúdos e
experiências que garantam a melhoria das aprendizagens em todas as áreas do
conhecimento.

Projeto Político Pedagógico e Plano de Aula do Professor

Projeto Político Pedagógico

• O PPP define a identidade da escola e indica caminhos para ensinar com


qualidade.
• Se o projeto de sua escola está engavetado, desatualizado ou inacabado, é hora
de mobilizar esforços para resgatá-lo e repensá-lo.
• Infelizmente, muitos gestores espalhados pelo Brasil, veem o PPP como uma
mera formalidade a ser cumprida por exigência legal - no caso, pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996.

• O PPP precisa se tornar um documento VIVO e eficiente na medida em que


serve de parâmetro para discutir referências, experiências e ações de curto, médio e
longo prazos.
• Para elaborar o PPP é preciso envolver a comunidade nesse trabalho e
compartilhar a responsabilidade de definir os rumos da escola;
• O PPP da escola deve abarcar as diretrizes e perspectivas da BNCC e do
Currículo;
• Com um PPP bem estruturado, a escola ganha uma identidade clara, e a equipe,
segurança para tomar decisões.

O Planejamento Participativo é uma ferramenta para intervir na realidade, é


necessário que se organizem para definir que resultados pretendem buscar, não apenas
em relação a seus alunos, mas no que diz respeito às realidades sociais, e, que,
proponham práticas alternativas para ter influência na construção social.

Estes três documentos (BNCC, Currículo, PPP) devem estar inseridos, direta e
indiretamente, no Plano de Aula dos professores, permitindo que todo o arcabouço
legal, conceitual e material discutido possa se efetivar em sala de aula, ou fora dela, no
processo de ensino e aprendizagem com os estudantes.

Plano de aula

O plano de aula é considerado uma peça chave para o alcance de qualquer


objetivo profissional. Ele é responsável por nortear a realização de suas atividades, bem
como de suas ações, sendo imprescindível na carreira de um professor. O plano de aula
se refere à descrição específica de tudo que o professor executará em sala de aula
durante um período determinado, tendo em vista aprimorar a sua prática pedagógica e
melhorar o aprendizado dos alunos Tudo isso requer planejamento adequado às
necessidades locais, com atividades significativas e com uma prática pedagógica que
reconheça as aprendizagens que os estudantes já têm/já desenvolveram e o que eles
poderão construir a partir do currículo proposto.

Como elaborar o Plano de Aula de acordo com a BNCC

No plano de aula do professor contém: a BNCC, o Currículo do Estado e o


Projeto Político Pedagógico da Escola.

Para elaborar o Plano de Aula, o professor do Ensino Fundamental precisa


primeiramente conhecer a fundo as habilidades e as competências do ano que atua.
Depois de compreender o que a BNCC está dizendo para desenvolver, o professor vai
selecionar as habilidades e preparar as atividades que irá propor aos alunos para
desenvolver tais habilidades e competências do ano que trabalha.

Os professores da Educação Infantil precisam saber qual é a faixa etária que


trabalham e ter em mãos os Direitos de aprendizagem, os Campos de Experiências, as
Dez Competências gerais e os OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA ETAPA QUE
TRABALHA. Compreendendo esses quatro pontos, vai selecionar os objetivos de
aprendizagem que irá desenvolver e preparar as atividades para as crianças, desenvolver
tais objetivos de aprendizagem selecionados.

As Dez Competências Gerais da BNCC

Na BNCC, “COMPETÊNCIA é definida como a mobilização de conhecimento


(conceitos e procedimentos) e Habilidades (práticas cognitivas e socioemocionais),
atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida do pleno exercício da
cidadania e do mundo do trabalho.

Competências Gerais da Base Nacional Comum Curricular:

1. Conhecimento

2. Pensamento Científico, Crítico e Criativo

3. Repertório Cultural

4. Comunicação
5. Cultura Digital

6. Trabalho e Projeto de Vida

7. Argumentação

8. Autoconhecimento e Autocuidado

9. Empatia e Cooperação

10. Responsabilidade e Cidadania

As 10 Competências Gerais irão nortear o trabalho das escolas e professores em


todos os anos e componentes curriculares.

Cada área do conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza,


Ciências Humanas e Ensino religioso).

Estabelece competências específicas de áreas e de cada componente curricular,


cujo desenvolvimento deve ser promovido ao longo dos nove anos.

Competências Específicas

• Para garantir o desenvolvimento das competências específicas,

• Cada componente curricular apresenta um conjunto de habilidades que estão


relacionadas a diferentes objetos de conhecimento,
• que por sua vez são organizados em unidades temáticas ou por práticas de
linguagem em Língua Portuguesa.

A Educação no Brasil passa a ter uma concepção que chamamos de


INTEGRAL, uma educação que contempla todas as dimensões do desenvolvimento
humano.

• Ou seja, desenvolver a parte cognitiva, acadêmica, intelectual, mas também o


desenvolvimento físico, social, emocional e cultural.
• Para desenvolver todas essas dimensões a ideia então é que os currículos
brasileiros possam ter foco o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes.
• Não só aprender conteúdos, mas também desenvolver as habilidades para aplicar
os conteúdos apreendidos, resultando num preparo melhor para a vida.
• Por isso os currículos precisam desenvolver as competências gerais.
1º Competência: Conhecimento

• Como a gente desenvolve o repertório de conhecimento sobre o mundo físico,


digital, o mundo das ciências humanas, o mundo da matemática.
• Como a gente faz para que nosso aluno se aproprie desses conhecimentos que a
humanidade já produziu.

2º Competência: Pensamento Cientifico, Pensamento Crítico e


Pensamento Criativo.

• Desenvolver o pensamento cientifico, que os estudantes sejam capazes de pensar


cientificamente, elaborando hipóteses, testando, construindo teses,
investigando.

• Além disso que desenvolvam também o pensamento crítico, o aluno compreende


um experimento, mas tem criticidade para argumentar, problematizar o conhecimento
que vai adquirindo.
• E completando desenvolve também o pensamento criativo, onde o aluno é capaz
de pensar novas soluções, de pensar coisas por formas e ângulos e perspectivas
diferentes.

3º Competência: Repertorio Cultural

• É importante criar oportunidades para que os estudantes tenham acesso as artes,


aos bens culturais, a dança, a música, exposições, desenvolvendo a capacidade de
apreciar a arte e também serem produtores de arte e cultura.

4º Competência: Capacidade de Comunicação

• Que os estudantes sejam capazes de escutar, compreender o que o outro diz,


argumentar em cima, expressar suas ideias, seus sentimentos, suas opiniões, usando
múltiplas mídias,
• Que eles possam usar não só a linguagem escrita e verbal que é a tradicional da
escola, mas que eles desenvolvam a capacidade de usar os múltiplos meios de
comunicação, blogs, vídeos, rádios.

5º Competência: Cultura Digital

• Capacidade de desenvolverem conhecimentos sobre o mundo da tecnologia,


• Habilidades de saber lidar com as ferramentas da tecnologia,

• Usar de maneira crítica, ética, reflexiva, não apenas reproduzindo.

• Entender como essas mídias são programadas, para que eles possam fazer o
melhor uso dessas ferramentas.

6º Competência: Trabalho Projeto de Vida

• Capacidade dos estudantes de gerir a própria vida.

• Desenvolver projetos da sua vida profissional, acadêmica e pessoal.

• Saber estabelecer metas, desenvolver sonhos, se preparar para ter propósitos na


vida.

7º Competência: Argumentação

• O brasileiro tem mania de dar opinião sem estar fundamentado teoricamente,


sem ter dados precisos e verdadeiros do que está afirmando, simplesmente fala pelo
achismo, ouviu falar, o outro disse.
• Precisamos desenvolver nos estudantes a capacidade de argumentar ou afirmar
algo que esteja fundamentado, trazendo dados necessários para criar bons argumentos,
defender com propriedade suas ideias, falando com mais convicção.
• E também com a preocupação grande de não ferir os direitos humanos e
respeitar a argumentação do outro.

8º Competência: Autoconhecimento e Autocuidado

• De caráter mais íntimo, vai promover o desenvolvimento pessoal do estudante,


sua capacidade de autoconhecimento e de autocuidado, ou seja, eles serem capazes de
conhecerem o seu corpo, suas emoções, de saber gerenciar, gerir tudo isso, se afastarem
de situações de riscos, saberem cuidar bem da sua alimentação, da sua qualidade de
vida.

9º Competência: Empatia e Cooperação

• Fala muito do desenvolvimento social,

• Capacidade de conhecerem o mundo em que vivem,

• Serem agente de transformação,


• Desenvolver a capacidade de conhecer seus direitos, deveres, exercerem sua
cidadania com solidariedade, preocupação com a sustentabilidade, de realmente serem
Solidários, saberem Cooperar com os demais.

10º Competência: Responsabilidade e Cidadania

Desenvolvimento da autonomia, capacidade que vai sendo desenvolvida gradualmente


ao longo da educação básica.
• Desenvolver a determinação para realizarem todo o potencial que eles trazem
nessas competências gerais.
• É fundamental identificar como essas dez competências dialogam com as
habilidades de cada componente curricular.

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DA EDUCAÇÃO


INFANTIL
Organização Curricular na Educação Infantil

A Base Nacional Comum Curricular (2017) organizou o currículo da Educação


Infantil baseado nos direitos de aprendizagem e desenvolvimento que são apresentados
em relação a três faixas etárias:
- Etapa 01: Bebês de 0 a 1 ano e 6 meses;
- Etapa 02: Crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses;
- Etapa 03: Crianças de 4 anos a 5 anos e 11 meses.
Conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se, tendo a
brincadeira e as interações como eixos que orientam as práticas pedagógicas.
Com base nos direitos de aprendizagem, foram definidos os eixos dos currículos
em cinco campos de experiências, a saber:
• O eu, o outro e o nós;
• Corpo, gestos e movimentos;
• Traços, sons, cores e formas;
• Escuta, fala, pensamento e imaginação;
• Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
A BNCC preconiza seis direitos de aprendizagem que devem ser garantidos na
Educação Infantil, considerando as diferentes maneiras pelas quais bebês e crianças
aprendem e constroem sentidos sobre si, os outros e o mundo; as especificidades e as
características da vida contemporânea e a incorporação da Educação Infantil no sistema
educacional.
Esses direitos são:
1). CONVIVER: com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos,
utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito
em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.
2). BRINCAR: de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes
parceiros (crianças e adultos), de forma a ampliar e diversificar suas possibilidades de
acesso a produções culturais. A participação e as transformações introduzidas pelas
crianças nas brincadeiras devem ser valorizadas, tendo em vista o estímulo ao
desenvolvimento de seus conhecimentos, sua imaginação, criatividade, experiências
emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
3). PARTICIPAR: ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da
gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das
atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos
ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo
e se posicionando.
4). EXPLORAR: movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções,
transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e
fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as
artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.
5). EXPRESSAR: como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades,
emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por
meio de diferentes linguagens.
6). CONHECER-SE: e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo
uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências
de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e
em seu contexto familiar e comunitário.
Para que estes direitos sejam contemplados, a BNCC estruturou as
aprendizagens a serem alcançadas em todo o segmento da Educação Infantil
entrelaçando as situações e as experiências cotidianas da criança e seus saberes, aos
conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, científico e
tecnológico, por meio dos campos de experiências. Em cada campo de experiências os
direitos de aprendizagem ganham especificidades.
A educação infantil pela primeira vez possui previsão de Direitos e Objetivos de
Aprendizagem em Currículo que deverá ser objeto da ação pedagógica com as crianças
nesta etapa.
Os Cinco Campos de Experiências da Educação Infantil

A BNCC (2017) trouxe uma estrutura curricular própria para a Educação Infantil
por campos de experiências, tendo em vista o processo de formação integral da criança.
Este tipo de arranjo curricular se diferencia dos modelos tradicionais, ao propor a
construção da aprendizagem, mediada pelas experiências vivenciadas pelos bebês e
demais crianças pequenas.
As crianças se sentem naturalmente convidadas por diferentes objetos,
ambientes ou aspectos do mundo cultural sem precisar de autorização para interagir com
ele.
Por isso, muitas vezes, tudo aquilo que o adulto organiza no planejamento
acreditando ser o que elas precisam, é o que menos lhes desperta interesse.
Nesse sentido, a experiência do adulto deve ceder lugar à necessidade de
compreender e considerar a forma como as crianças interagem e aprendem nas
instituições de educação infantil. É fundamental que a experiência seja delas.
Ao pensar sobre a experiência infantil, deve-se compreender a criança como um
sujeito que pensa, cria e recria o mundo a sua volta por meio de experiências únicas, que
utilizam todo o corpo sensível.
E, entendendo, diante disso, que as crianças constroem um universo cultural
particular, em profunda interação com a cultura e a sociedade do mundo adulto.
As práticas pedagógicas precisam considerar a perspectiva da criança. Partir do
ponto de vista infantil, permitir que as crianças criem, explorem e sejam protagonistas
nas próprias experiências pode possibilitar a ampliação da reflexão e da ação docente,
melhorar a percepção do que é ser um adulto mediador e propor novas práticas
pedagógicas ampliadoras da experiência infantil.
Os campos de experiências constituem-se como forma de organização curricular
da Educação Infantil, para fundamentar e potencializar as experiências de distintas
naturezas, pelas quais as crianças deverão passar acontecer, tocar.
A organização curricular da Educação Infantil se projeta com uma abordagem
mais integradora, mais contextualizada e menos fragmentada, entendendo que os
conhecimentos não podem ser estruturados por conteúdos compartimentados, separados
em caixinhas, em disciplinas ou áreas de conhecimento, isoladas umas das outras.

Os Cinco Campos de Experiências:

1). Campo de Experiências: o Eu, o Outro e o Nós:


Na Educação Infantil, é preciso criar oportunidades para que as crianças entrem
em contato com outros grupos sociais e culturais, outros modos de vida, diferentes
atitudes, técnicas e rituais de cuidados pessoais e do grupo, costumes, celebrações e
narrativas.
Nessas experiências, elas podem ampliar o modo de perceber a si mesmas e ao
outro, valorizar sua identidade, respeitar os outros e reconhecer as diferenças que nos
constituem como seres humanos.

2). Campos de Experiências: Corpo, gestos e movimentos:


Na Educação Infantil, o corpo das crianças ganha centralidade, pois ele é o
partícipe privilegiado das práticas pedagógicas de cuidado físico, orientadas para a
emancipação e a liberdade, e não para a submissão.
Explorar e vivenciar um amplo repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e
mímicas com o corpo, para descobrir variados modos de ocupação e uso do espaço com
o corpo (tais como sentar com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar, caminhar
apoiando-se em berços, mesas e cordas, saltar, escalar, equilibrar-se, correr, dar
cambalhotas, alongar-se etc.).

3). Campo de experiências: Traços, sons, cores e formas:


- Conviver com as diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas, locais
e universais, no cotidiano da instituição escolar;
-Vivenciar diversas formas de expressão e linguagens, como as artes visuais, a música,
o teatro, a dança e o audiovisual, entre outras;
-Com base nessas experiências elas se expressam por várias linguagens, criando suas
próprias produções artísticas ou culturais;
-Exercitando autoria (coletiva e individual) com sons, traços, gestos, danças, mímicas,
encenações, canções, desenhos, modelagens, manipulação de diversos materiais e
de recursos tecnológicos.
-Essas experiências contribuem para que, desde muito pequenas, as crianças
desenvolvam senso estético e crítico, o conhecimento de si mesmas, dos outros e da
realidade que as cerca.

4). Campo de experiências: Escuta, fala pensamento e imaginação:

Desde o nascimento as crianças participam de situações comunicativas


cotidianas com pessoas com as quais interagem.
As primeiras formas de interação do bebê são os movimentos do seu corpo, o
olhar, a postura corporal, o sorriso, o choro e outros recursos vocais, que ganham
sentido com a interpretação do outro.
Progressivamente, as crianças vão ampliando e enriquecendo seu vocabulário e
demais recursos de expressão e de compreensão, apropriando-se da língua materna –
que se torna, pouco a pouco, seu veículo privilegiado de interação.
O destaque desse campo será dado à experiência da criança com a linguagem
verbal no diálogo e com outras linguagens, considerando a criança desde o nascimento,
de modo a ampliar, não apenas, esta linguagem, mas também o pensamento (sobre si,
sobre o mundo, sobre a língua) e sua imaginação.

5). Campo de experiências:


Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
Desde muito pequenas, elas procuram se situar em diversos espaços (rua, bairro,
cidade etc.) e tempos (dia e noite; hoje, ontem e amanhã etc.).
Demonstram também curiosidade sobre o mundo físico (seu próprio corpo, os
fenômenos atmosféricos, os animais, as plantas, as transformações da natureza, os
diferentes tipos de materiais e as possibilidades de sua manipulação etc.) e o mundo
sociocultural (as relações de parentesco e sociais entre as pessoas que conhece; como
vivem e em que trabalham essas pessoas; quais suas tradições e seus costumes; a
diversidade entre elas etc.).
[...] as crianças também se deparam, frequentemente com conhecimentos
matemáticos (contagem, ordenação, relações entre quantidades, dimensões, medidas,
comparação de pesos e de comprimentos, avaliação de distâncias, reconhecimento de
formas geométricas, conhecimento e reconhecimento de numerais cardinais e ordinais
etc.), que igualmente aguçam a curiosidade.
A instituição de educação infantil deve promover junto às crianças constantes
atividades exploratórias, contato com materiais diversos que permitam as crianças,
através das interações e brincadeiras, pensar os mundos da natureza e da sociedade,
incluindo os animais, as plantas, os objetos, a tecnologia, o comportamento humano e
outros aspectos da cultura, assim, elas vivenciam de modo integrado, experiências em
relação ao tempo, ao espaço, às quantidades, relações e transformações.

LEITURA DOS CÓDIGOS ALFANUMÉRICOS E TIPOS


DE HABILIDADES
De acordo com BNCC, os códigos alfanuméricos que vem nas habilidades,
expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos
diferentes contextos escolares.

Na Educação Infantil cada objetivo de aprendizagem e desenvolvimento é


identificado por um código alfanumérico cuja composição é explicada a seguir:

Segundo esse critério, o código EI02TS01 refere-se ao primeiro objetivo de


aprendizagem e desenvolvimento proposto no campo de experiências “Traços, sons,
cores e formas” para as crianças bem pequenas (de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11
meses).
Cumpre destacar que a numeração sequencial dos códigos alfanuméricos não
sugere ordem ou hierarquia entre os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.

AVALIAÇÃO DE ACORDO COM A BNCC

A Avaliação não é classificatória, não é medida e não deve ser realizada ao final
do processo. Ela deve ser sistemática e contínua, tendo como objetivo principal a
melhoria da ação educativa. Avaliação e Registro na Educação Infantil.
A avaliação da aprendizagem anda de mãos dadas com a ação de planejar. Ela
informa sobre os processos de aprendizagem da criança e subsidia o trabalho do
professor, apontando as necessidades de continuidade, de avanços ou de mudanças no
seu planejamento e no desenvolvimento das ações educativas.
A avaliação está a serviço da regulação do ensino e da aprendizagem, portanto,
ela deve ser sistemática e contínua, tendo como objetivo principal a melhoria da ação
educativa, conforme ressalta Jussara Hoffmann Um dos pressupostos básicos dessa
prática é, justamente, o seu caráter investigativo e mediador, e não para constar.
A permanente curiosidade dos professores sobre as crianças é premissa básica da
avaliação em Educação Infantil, e não a intenção de julgar como positivo ou negativo o
que uma criança é ou não capaz de fazer e de aprender.
A avaliação na Educação Infantil tem como foco fornecer informações acerca
dos processos e das aprendizagens das crianças, atendendo aos princípios de que as
crianças aprendem de formas diferentes, em tempos diferentes, a partir de diferentes
vivências pessoais e experiências anteriores.
Portanto, o papel da escola é desenvolver o potencial e as habilidades de cada
indivíduo sem qualquer tipo de discriminação, oportunizando a sua participação de
forma ativa e abrangente nos contextos sociais e culturais.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996), o artigo 31
estabelece que:
• “[...] a avaliação far-se-à mediante o acompanhamento e o registro do seu
desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino
fundamental”.

Nestas condições, fica estabelecido que é de responsabilidade das instituições de


ensino de Educação Infantil a criação de procedimentos para acompanhamento do
trabalho pedagógico e para a avaliação do desenvolvimento das crianças, utilizando a
observação crítica, criativa e contínua, além de instrumentos variados de registros e de
documentação.
A observação e o registro constituem-se nos principais instrumentos de que o
professor da Educação Infantil dispõe para apoiar sua prática avaliativa.

Por meio da observação sistemática, o professor pode registrar contextualmente


os processos de aprendizagens das crianças, a qualidade das interações e acompanhar os
processos de desenvolvimento, obtendo informações sobre as experiências das crianças
na instituição.
Esta observação e as diferentes formas de registro (diário de campo, diário de
aula, livro de memória do grupo, portfólios, fotografias, vídeos, depoimento de pais
etc.) fornecem aos professores uma visão integral das crianças, ao mesmo tempo em que
revelam suas particularidades.
Para acompanhar e avaliar as crianças, é importante: • a observação sistemática,
crítica e criativa do comportamento de cada uma, dos grupos, das brincadeiras e
interações entre elas no cotidiano.
Além disso, é fundamental a utilização de múltiplos registros realizados por
adultos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.), em diversificados
momentos.
Neste sentido, entende-se que quanto mais variada for a escolha de instrumentos
de registro do professor mais fontes de informação ele terá para apoiá-lo na sua
reflexão, construção de sentidos e criação de novos caminhos no processo de ensino
aprendizagem. Conclui-se que a avaliação, baseia-se nas experiências vividas pela
criança, na observação e utilização de múltiplos registros dessas experiências, que
visam administrar, de forma contínua os processos de desenvolvimento e de
aprendizagem da criança na Educação Infantil. Ensino Fundamental.
Avaliação nos Anos Iniciais ela deve ser feita por meio de diferentes
instrumentos e linguagens — não só por meio de testes escritos; avaliar não só
conhecimentos, como também competências e habilidades, valores e atitudes
aprendidos ao longo do tempo e demonstrados não só dentro da escola, mas também
fora dela.
A utilização de diferentes linguagens, além da verbal — teatro, filme, dança,
música, pintura, expressão corporal, grafismos, etc. —, leva em conta as diferentes
aptidões dos estudantes Essas práticas devem proporcionar a educação integral dos
estudantes nas suas dimensões física, intelectual, afetiva, social, ética, moral e
simbólica, para que eles possam sentir-se estimulados, curiosos e capacitados para
resolver com autonomia demandas mais complexas, tanto das situações específicas de
aprendizagem na escola, quanto da vida, de modo mais amplo.
A proposta é estimular a aprendizagem a autonomia intelectual dos alunos por
meio de atividades planejadas pelo professor para promover o uso de diversas
habilidades de pensamento como interpretar, analisar, sintetizar, classificar, relacionar e
comparar, trazendo para a aula questões práticas de vivências para serem analisadas à
luz da teoria e dando significado ao conhecimento.
Todo esse processo deve se dar através de uma aprendizagem ativa, onde o
estudante se faz protagonista do processo ensino aprendizagem devendo se engajar de
maneira participativa e colaborativa na aquisição do conhecimento.
Na aprendizagem ativa, o professor parte das habilidades que pretende
desenvolver em seus estudantes, mais do que no conteúdo a ser transmitido. O estudante
interage com o objeto do conhecimento, com o outro e com o próprio professor,
reconhecendo-se no lugar de sujeito no processo de conhecer e organizar situações de
aprendizagem.
Nessa interação, o professor também é sujeito aprendiz no processo educativo e,
sendo assim, também aprende. Mas não o mesmo que o aluno.
Suas aprendizagens referem-se- além do que concerne a ele como pessoa
(valores, emoções, sentimentos, modo de se relacionar com o outro etc.) – isso
evidencia seu papel social de professor: o que ensinar; como ensinar; de que modo os
alunos compreenderam o que foi tematizado na atividade planejada.
A prática educativa é individual, com respostas diversas e surpreendentes. Não
existe receita pronta nem avaliação conclusiva, só orientadora. Avaliação
A transformação depende mais do uso que se faz dos resultados da avaliação do
que dos procedimentos e ferramentas utilizados. A nota é apenas uma representação
simplificada de um momento do processo de aprendizagem.
O que vale é o crescimento do aluno em relação a si próprio e aos objetivos
propostos. O processo de avaliar tem, basicamente, três passos:
- Conhecer o nível de desempenho do aluno (constatação da realidade);
- Comparar essa informação com aquilo que é considerado importante no
processo educativo (qualificação);
- Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados.

Seja pontual ou contínua, a avaliação só faz sentido quando provoca o


desenvolvimento do educando.
Cabe ao professor listar os itens realmente importantes, informá-los aos alunos e
evitar mudanças sem necessidade. Utilização da avaliação escolar contínua avalia-se o
aluno no seu progresso diário, na forma como vai progredindo à medida em que entra
em contato com novos conceitos, novas fórmulas e novas interpretações sobre um
determinado assunto.
Assim, avaliar um aluno não ficará restrito e condicionado a notas, mas, sim, ao
comportamento assumido durante as aulas, sua assertividade, interesse e pontualidade,
evolução.
A avaliação tem um sentido amplo e deve ser feita de formas diversas, com
instrumentos variados, sendo o mais comum, em nossa cultura, a prova escrita.
Portanto, em lugar de exaltarmos os malefícios da prova em favor de uma
avaliação sem provas, procuramos seguir o princípio: se tivermos que elaborar provas,
que sejam bem feitas, atingindo seu real objetivo.
É necessário redimensionar a prática de avaliação no contexto escolar pois não é
acabando com a prova que se melhora o processo de avaliação da aprendizagem, mas
sim ressignificando o instrumento e elaborando-o em uma nova perspectiva pedagógica
(MORETO, 2008).
Então, não só o aluno, mas também o professor e todos os envolvidos na prática
pedagógica podem, a partir dela, refletir sobre sua própria evolução na construção do
conhecimento.
A discussão sobre os instrumentos preparados pelo professor pode ser um
caminho para a conscientização, ajudando professores a melhor compreender o processo
de avaliação. (HOFFMANN, 2005,p.19)
Avaliar é dinamizar oportunidades de reflexão e exige um acompanhamento
permanente do professor, propondo sempre ao aluno novas questões, novos desafios.
Dessa maneira, a avaliação deixa de ser um momento terminal do processo
educativo como acontece hoje e passa a representar a busca incessante pela
compreensão das dificuldades do educando e a dinamização de novas oportunidades de
conhecimento
As questões são encaradas como desafios a serem enfrentados. O aluno passa a
se sentir seguro diante de determinadas questões colocadas pelo professor, entusiasmado
de pôr à prova suas descobertas, sem medo de errar. Dessa maneira ele tenta mais,
inventa mais e consequentemente faz novas descobertas. Precisamos saber exatamente
por que estamos avaliando para poder decidir os instrumentos de avaliação a serem
usados, bem como as formas de registro dos resultados. O aluno é um elemento ativo no
processo ensino-aprendizagem, como é também o professor. Portanto a relação entre
ambos deve ser de constante interação para a produção do conhecimento.

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DO ENSINO


FUNDAMENTAL

O propósito da ampliação do Ensino Fundamental


Assegurar a todas as crianças um tempo mais longo no convívio escolar,
proposta do MEC com a implantação do ensino fundamental de nove anos (6 a 14 anos)
A ampliação do ensino fundamental começou a ser discutida no Brasil em 2004,
mas o programa só teve início em algumas regiões a partir de 2005.
Um aspecto fundamental é a transição da Educação Infantil para o Ensino
Fundamental, torna-se necessário estabelecer estratégias de acolhimento e de adaptação
tanto para as crianças quanto para os docentes, de modo que a nova etapa, o Ensino
Fundamental, principalmente os anos iniciais, construa-se com base no que a criança já
sabe e é capaz de fazer, em uma perspectiva de continuidade de seu percurso educativo
e de continuidade do trabalho pedagógico.
São dois segmentos que são indissociáveis, pois envolvem processos que andam
lado a lado: conhecimentos e afetos, saberes e valores, cuidados e atenção.
Portanto, a Educação Infantil atua de forma positiva na formação do sujeito ao
proporcionar aos alunos o desenvolvimento dos objetivos de aprendizagem, que
promovem a aquisição dos direitos de aprendizagem relacionados às capacidades de
coordenação motora, lateralidade, noção de espaço e tempo, esquema corporal,
comunicação, entre outras, contribuindo efetivamente de forma importantíssima para o
processo de Alfabetização.
A BNCC, ao valorizar as situações lúdicas de aprendizagem, nos anos iniciais do
Ensino Fundamental, aponta para a necessária articulação com as experiências
vivenciadas na Educação Infantil.
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, as crianças estão vivendo mudanças
importantes em seu processo de desenvolvimento que repercutem em suas relações
consigo mesmas, com os outros e com o mundo.
Ao longo do Ensino Fundamental, a progressão do conhecimento ocorre pela
consolidação das aprendizagens anteriores, pela ampliação das práticas de linguagem e
pela experiência estética e intercultural das crianças, considerando tanto seus interesses
quanto suas expectativas em relação ao que ainda precisam aprender.
Além do mais, desenvolve-se, nesta trajetória, a autonomia intelectual, a
compreensão de normas e os interesses pela vida social, o que lhes possibilita lidar com
sistemas mais amplos, que dizem respeito às relações dos sujeitos entre si, com a
natureza, com a história, com a cultura, com as tecnologias e com o ambiente.
No Ensino Fundamental – Anos Finais, a escola pode contribuir para o
delineamento do projeto de vida dos estudantes, ao estabelecer uma articulação não
somente com os anseios desses jovens em relação ao seu futuro, mas também com a
continuidade dos estudos no Ensino Médio.
A escola deve estar atenta a culturas distintas, sendo necessário que a escola
dialogue com a diversidade de formação e vivências para enfrentar com sucesso os
desafios de seus propósitos educativos.
Nessa perspectiva, a construção coletiva dos Projetos Políticos Pedagógicos
(PPP) torna-se essencial na efetivação de um currículo territorial, regional ou local que
contemple as especificidades de cada comunidade e reflita, na sala de aula, em
aprendizagem significativa.
De acordo com a BNCC o Ensino Fundamental, estrutura-se em Áreas do
Conhecimento e seus respectivos componentes curriculares:
I). Linguagens:
a) Língua Portuguesa;
b) Língua Inglesa;
c) Arte;
d) Educação Física.

II). Matemática:
a) Matemática;

III). Ciências da Natureza:


a) Ciências.

IV). Ciências Humanas:


a) Geografia;
b) História.

V). Ensino Religioso:


a) Ensino Fundamental

Os direitos e objetivos de aprendizagem do Ensino Fundamental também


seguem código alfanumérico.
As duas primeiras Letras do Código alfanumérico se referem à etapa de Ensino
Fundamental (EF).
O primeiro par de números se refere ao ano em que as habilidades devem ser
trabalhadas. Se uma habilidade possui referência para mais de um ano, ela deve ser
trabalhada em todos os anos.
As letras em sequência indicam o componente a ser trabalhado.
O último par de é a posição do objetivo de aprendizagem na numeração
sequencial.
Nos primeiros anos o processo de alfabetização deve ser o foco da ação
pedagógica, Concomitantemente ao processo de alfabetização, a literatura, as artes e as
práticas corporais compõem o conjunto de linguagens imprescindíveis para a formação
estética, sensível, ética e afetiva da criança.
Nos anos subsequentes, ampliação do repertório de conhecimentos e vivências
das diversas práticas de linguagens.
Anos Finais, o foco deverá ser a compreensão dos sentidos e significados sociais
e culturais das diversas práticas de linguagens em consonância com a responsabilidade
do uso da expressão e da comunicação como meio de promoção de paz e da
prosperidade.
A área de Linguagens deve garantir aos alunos o desenvolvimento de
Competências específicas. Compreender as linguagens como construção humana,
histórica, social e cultural. Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem
(artísticas, corporais e linguísticas). Utilizar diferentes modalidades de linguagem –
verbal (oral e escrita) e não verbal (corporal, visual, sonora) e digital –, para se
expressar e partilhar informações. Utilizar diferentes linguagens para defender pontos
de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos.
Leitura do código alfanumérico do Ensino Fundamental:
Competências específicas e os Campos de Atuação dos Anos
Iniciais
Todas as competências especificas das áreas de conhecimento e dos
componentes curriculares estão no documento original da BNCC.
Na página 65 do documento original da BNCC tem as COMPETÊNCIAS
ESPECÍFICAS DE LINGUAGENS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL I:
1) Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e
cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas
de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e
culturais.
2) Conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e
linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar
aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e
colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e
inclusiva.
3) Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e
escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar
informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e
produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.
4) Utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o
outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o
consumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando criticamente
frente a questões do mundo contemporâneo.
5) Desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas
manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas
pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de
práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural,
com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.
6) Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de
forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais
(incluindo as escolares), para se comunicar por meio das diferentes linguagens e
mídias, produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver projetos
autorais e coletivos.
É importante fazer a leitura das competências especificas das áreas do
conhecimento e dos componentes curriculares que trabalha.

Os campos de atuação previstos para os anos iniciais:


CAMPO DA VIDA COTIDIANA: Campo de atuação relativo à participação em
situações de leitura, próprias de atividades vivenciadas cotidianamente por crianças,
adolescentes, jovens e adultos, no espaço doméstico e familiar, escolar, cultural e
profissional. Alguns gêneros textuais deste campo: agendas, listas, bilhetes, recados,
avisos, convites, cartas, cardápios, diários, receitas, regras de jogos e brincadeiras.
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO: gêneros deste campo: lendas, mitos, fábulas,
contos, crônicas, canção, poemas, poemas visuais, cordéis, quadrinhos, tirinhas, charge/
cartum, dentre outros.
CAMPO DA VIDA PÚBLICA: gêneros textuais deste campo: notas; álbuns
noticiosos; notícias; reportagens; cartas do leitor (revista infantil); comentários em sites
para criança; textos de campanhas de conscientização; Estatuto da Criança e do
Adolescente; abaixo-assinados; cartas de reclamação, regras e regulamentos.
CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA: gêneros deste campo em
mídia impressa ou digital: enunciados de tarefas escolares; relatos de experimentos;
quadros; gráficos; tabelas; infográficos; diagramas; entrevistas; notas de divulgação
científica; verbetes de enciclopédia.

1º e 2º ANO

Campos de atuação: Da vida Cotidiana


EIXOS: ORALIDADE: Parlendas; quadra; quadrinhas; trava línguas; canções e
cantigas.
LEITURA: Quadras; quadrinhas; parlendas; trava línguas; listas; agendas; calendários;
convites; receitas; instruções de montagens (digitais ou impressos); montagem e
legendas para álbuns, fotos ou ilustrações (digitais ou impressos); cantigas e canções;
bilhetes, recados; avisos; cartas; e-mail; receitas; relatos.
PRODUÇÃO DE TEXTO: ORAL: Recitar parlendas; quadras; quadrinhas; trava
línguas; cantigas e canções; recados; avisos; convite; receitas; instruções de montagem.
ESCRITO: Cantigas; quadras; quadrinhas; parlendas; trava-línguas; poemas e textos
versificados (Letras de canções, quadrinhas, cordel), poemas visuais. Tiras e histórias
em quadrinhos.
LEITURA DOS CÓDIGOS ALFANUMÉRICOS E TIPOS
DE HABILIDADES

De acordo com BNCC, os códigos alfanuméricos que vem nas habilidades,


expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos
diferentes contextos escolares.
Na Educação Infantil cada objetivo de aprendizagem e desenvolvimento é identificado
por um código alfanumérico cuja composição é explicada a seguir:

Segundo esse critério, o código EI02TS01 refere-se ao primeiro objetivo de


aprendizagem e desenvolvimento proposto no campo de experiências “Traços, sons,
cores e formas” para as crianças bem pequenas (de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11
meses).
Cumpre destacar que a numeração sequencial dos códigos alfanuméricos não
sugere ordem ou hierarquia entre os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.
No Ensino Fundamental, para garantir o desenvolvimento das competências
específicas, cada componente curricular apresenta um conjunto de habilidades. Essas
habilidades estão relacionadas a diferentes objetos de conhecimento – aqui entendidos
como conteúdos, conceitos e processos –, que, por sua vez, são organizados em
unidades temáticas.
Respeitando as muitas possibilidades de organização do conhecimento escolar,
as unidades temáticas definem um arranjo dos objetos de conhecimento ao longo do
Ensino Fundamental adequado às especificidades dos diferentes componentes
curriculares.
Cada unidade temática contempla uma gama maior ou menor de objetos de
conhecimento, assim como cada objeto de conhecimento se relaciona a um número
variável de habilidades, conforme ilustrado a seguir:

As habilidades expressam as aprendizagens essenciais que devem ser


asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares. Para tanto, elas são descritas
de acordo com uma determinada estrutura, conforme ilustrado no exemplo a seguir, de
História (EF06HI14).

Os modificadores devem ser entendidos como a explicitação da situação ou


condição em que a habilidade deve ser desenvolvida, considerando a faixa etária dos
alunos.
Ainda assim, as habilidades não descrevem ações ou condutas esperadas do
professor, nem induzem à opção por abordagens ou metodologias.
Essas escolhas estão no âmbito dos currículos e dos projetos pedagógicos, que,
como já mencionado, devem ser adequados à realidade de cada sistema ou rede de
ensino e a cada instituição escolar, considerando o contexto e as características dos seus
alunos.
Nos quadros que apresentam as unidades temáticas, os objetos de conhecimento
e as habilidades definidas para cada ano (ou bloco de anos), cada habilidade é
identificada por um código alfanumérico cuja composição é a seguinte:

Segundo esse critério, o código EF67EF01, por exemplo, refere-se à primeira


habilidade proposta em Educação Física no bloco relativo ao 6º e 7º anos.
No Ensino Fundamental, estrutura-se em Áreas do Conhecimento e seus
respectivos Componentes Curriculares:

I). Linguagens:
a) Língua Portuguesa;
b) Língua Inglesa;
c) Arte;
d) Educação Física.

II). Matemática:
a) Matemática;
III). Ciências da Natureza:
a) Ciências.

IV). Ciências Humanas:


a) Geografia;
b) História.

V). Ensino Religioso:


a) Ensino Fundamental

Tipos de Habilidades:
• Habilidade Idêntica à da BNCC
• Habilidade Desmembrada
• Habilidade Modificada
• Habilidade Criada

Habilidade Idêntica à da BNCC:


• (EF15LP14) Construir o sentido de histórias em quadrinhos e tirinhas,
relacionando imagens e palavras e interpretando recursos gráficos (tipos de balões, de
letras, onomatopeia).
• EF - Indica a etapa - Ensino Fundamental
• 15 - Indica o bloco de anos – 1º ao 5º ano de escolaridade
• LP - Indica o Componente Curricular – Língua Portuguesa
• 14 - Indica a numeração sequencial da habilidade no Currículo

Habilidade Desmembrada:
• (EF02MA04A) Compor números naturais de até três ordens com suporte de
material manipulável, por meio de diferentes adições.
• EF - Indica a etapa - Ensino Fundamental
• 02 - Indica o ano de escolaridade - 2º ano
• MA - Indica o Componente Curricular – Matemática
• 04 - Indica a numeração sequencial da habilidade no Currículo
• A - Indica uma habilidade desmembrada, sendo representada por A, B ou C que
possui grande número de verbos, tornando-a complexa para ser avaliada e desenvolvida.

Habilidade Modificada:
• (EF06GE09X) Elaborar modelos tridimensionais (maquetes), blocosdiagramas
(representação do relevo) e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação
de elementos e estruturas da superfície terrestre.
• EF - Indica a etapa - Ensino Fundamental
• 06 - Indica o ano de escolaridade - 6º ano
• GE - Indica o Componente Curricular – Geografia
• 09 - Indica a numeração sequencial da habilidade no Currículo
• X - Indica uma habilidade modificada
Exemplo da modificada: (EF07HI09) Analisar os diferentes impactos da
conquista europeia da América para as populações ameríndias e identificar as formas de
resistência (Original BNCC);
(EF07HI09X) Analisar os diferentes impactos da conquista europeia da América
para as populações ameríndias e identificar as formas de resistência, observando as
diferentes estratégias de resistência dos distintos grupos indígenas que povoavam Minas
Gerais. (Modificada MG).

Habilidade Criada:
• (EF08ER30MG) Discutir como a presença religiosa atua no cenário político
contemporâneo brasileiro.
• EF - Indica a etapa - Ensino Fundamental
• 08 - Indica o ano de escolaridade - 8º ano
• EF - Indica o Componente Curricular – Ensino Religioso
• 30 - Indica a numeração sequencial da habilidade no Currículo
• MG - Indica uma habilidade criada no Currículo
Habilidade Criada – Outra:
• (EF35EF01P3) Experimentar e fruir brincadeiras e jogos populares do Brasil e
do mundo, incluindo os afro-brasileiros e os de matriz indígena e africana.
• EF - Indica a etapa - Ensino Fundamental
• 35 - Indica o bloco de anos de escolaridade - 3º ao 5º ano
• EF - Indica o Componente Curricular – Educação Física • 01 - Indica a
numeração sequencial da habilidade no Currículo
• P3 - Indica uma habilidade da BNCC reestruturada no Currículo considerando a
progressão para o ano de escolaridade.

AVALIAÇÃO DE ACORDO COM A BNCC

A Avaliação não é classificatória, não é medida e não deve ser realizada ao final
do processo. Ela deve ser sistemática e contínua, tendo como objetivo principal a
melhoria da ação educativa. Avaliação e Registro na Educação Infantil.
A avaliação da aprendizagem anda de mãos dadas com a ação de planejar. Ela
informa sobre os processos de aprendizagem da criança e subsidia o trabalho do
professor, apontando as necessidades de continuidade, de avanços ou de mudanças no
seu planejamento e no desenvolvimento das ações educativas.
A avaliação está a serviço da regulação do ensino e da aprendizagem, portanto,
ela deve ser sistemática e contínua, tendo como objetivo principal a melhoria da ação
educativa, conforme ressalta Jussara Hoffmann Um dos pressupostos básicos dessa
prática é, justamente, o seu caráter investigativo e mediador, e não para constar.
A permanente curiosidade dos professores sobre as crianças é premissa básica da
avaliação em Educação Infantil, e não a intenção de julgar como positivo ou negativo o
que uma criança é ou não capaz de fazer e de aprender.
A avaliação na Educação Infantil tem como foco fornecer informações acerca
dos processos e das aprendizagens das crianças, atendendo aos princípios de que as
crianças aprendem de formas diferentes, em tempos diferentes, a partir de diferentes
vivências pessoais e experiências anteriores.
Portanto, o papel da escola é desenvolver o potencial e as habilidades de cada
indivíduo sem qualquer tipo de discriminação, oportunizando a sua participação de
forma ativa e abrangente nos contextos sociais e culturais.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996), o artigo 31
estabelece que:
• “[...] a avaliação far-se-à mediante o acompanhamento e o registro do seu
desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino
fundamental”.

Nestas condições, fica estabelecido que é de responsabilidade das instituições de


ensino de Educação Infantil a criação de procedimentos para acompanhamento do
trabalho pedagógico e para a avaliação do desenvolvimento das crianças, utilizando a
observação crítica, criativa e contínua, além de instrumentos variados de registros e de
documentação.
A observação e o registro constituem-se nos principais instrumentos de que o
professor da Educação Infantil dispõe para apoiar sua prática avaliativa.

Por meio da observação sistemática, o professor pode registrar contextualmente


os processos de aprendizagens das crianças, a qualidade das interações e acompanhar os
processos de desenvolvimento, obtendo informações sobre as experiências das crianças
na instituição.
Esta observação e as diferentes formas de registro (diário de campo, diário de
aula, livro de memória do grupo, portfólios, fotografias, vídeos, depoimento de pais
etc.) fornecem aos professores uma visão integral das crianças, ao mesmo tempo em que
revelam suas particularidades.
Para acompanhar e avaliar as crianças, é importante: • a observação sistemática,
crítica e criativa do comportamento de cada uma, dos grupos, das brincadeiras e
interações entre elas no cotidiano.
Além disso, é fundamental a utilização de múltiplos registros realizados por
adultos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.), em diversificados
momentos.
Neste sentido, entende-se que quanto mais variada for a escolha de instrumentos
de registro do professor mais fontes de informação ele terá para apoiá-lo na sua
reflexão, construção de sentidos e criação de novos caminhos no processo de ensino
aprendizagem. Conclui-se que a avaliação, baseia-se nas experiências vividas pela
criança, na observação e utilização de múltiplos registros dessas experiências, que
visam administrar, de forma contínua os processos de desenvolvimento e de
aprendizagem da criança na Educação Infantil. Ensino Fundamental.
Avaliação nos Anos Iniciais ela deve ser feita por meio de diferentes
instrumentos e linguagens — não só por meio de testes escritos; avaliar não só
conhecimentos, como também competências e habilidades, valores e atitudes
aprendidos ao longo do tempo e demonstrados não só dentro da escola, mas também
fora dela.
A utilização de diferentes linguagens, além da verbal — teatro, filme, dança,
música, pintura, expressão corporal, grafismos, etc. —, leva em conta as diferentes
aptidões dos estudantes Essas práticas devem proporcionar a educação integral dos
estudantes nas suas dimensões física, intelectual, afetiva, social, ética, moral e
simbólica, para que eles possam sentir-se estimulados, curiosos e capacitados para
resolver com autonomia demandas mais complexas, tanto das situações específicas de
aprendizagem na escola, quanto da vida, de modo mais amplo.
A proposta é estimular a aprendizagem a autonomia intelectual dos alunos por
meio de atividades planejadas pelo professor para promover o uso de diversas
habilidades de pensamento como interpretar, analisar, sintetizar, classificar, relacionar e
comparar, trazendo para a aula questões práticas de vivências para serem analisadas à
luz da teoria e dando significado ao conhecimento.
Todo esse processo deve se dar através de uma aprendizagem ativa, onde o
estudante se faz protagonista do processo ensino aprendizagem devendo se engajar de
maneira participativa e colaborativa na aquisição do conhecimento.
Na aprendizagem ativa, o professor parte das habilidades que pretende
desenvolver em seus estudantes, mais do que no conteúdo a ser transmitido. O estudante
interage com o objeto do conhecimento, com o outro e com o próprio professor,
reconhecendo-se no lugar de sujeito no processo de conhecer e organizar situações de
aprendizagem.
Nessa interação, o professor também é sujeito aprendiz no processo educativo e,
sendo assim, também aprende. Mas não o mesmo que o aluno.
Suas aprendizagens referem-se- além do que concerne a ele como pessoa
(valores, emoções, sentimentos, modo de se relacionar com o outro etc.) – isso
evidencia seu papel social de professor: o que ensinar; como ensinar; de que modo os
alunos compreenderam o que foi tematizado na atividade planejada.
A prática educativa é individual, com respostas diversas e surpreendentes. Não
existe receita pronta nem avaliação conclusiva, só orientadora. Avaliação
A transformação depende mais do uso que se faz dos resultados da avaliação do
que dos procedimentos e ferramentas utilizados. A nota é apenas uma representação
simplificada de um momento do processo de aprendizagem.
O que vale é o crescimento do aluno em relação a si próprio e aos objetivos
propostos. O processo de avaliar tem, basicamente, três passos:
- Conhecer o nível de desempenho do aluno (constatação da realidade);
- Comparar essa informação com aquilo que é considerado importante no
processo educativo (qualificação);
- Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados.

Seja pontual ou contínua, a avaliação só faz sentido quando provoca o


desenvolvimento do educando.
Cabe ao professor listar os itens realmente importantes, informá-los aos alunos e
evitar mudanças sem necessidade. Utilização da avaliação escolar contínua avalia-se o
aluno no seu progresso diário, na forma como vai progredindo à medida em que entra
em contato com novos conceitos, novas fórmulas e novas interpretações sobre um
determinado assunto.
Assim, avaliar um aluno não ficará restrito e condicionado a notas, mas, sim, ao
comportamento assumido durante as aulas, sua assertividade, interesse e pontualidade,
evolução.
A avaliação tem um sentido amplo e deve ser feita de formas diversas, com
instrumentos variados, sendo o mais comum, em nossa cultura, a prova escrita.
Portanto, em lugar de exaltarmos os malefícios da prova em favor de uma
avaliação sem provas, procuramos seguir o princípio: se tivermos que elaborar provas,
que sejam bem feitas, atingindo seu real objetivo.
É necessário redimensionar a prática de avaliação no contexto escolar pois não é
acabando com a prova que se melhora o processo de avaliação da aprendizagem, mas
sim ressignificando o instrumento e elaborando-o em uma nova perspectiva pedagógica
(MORETO, 2008).
Então, não só o aluno, mas também o professor e todos os envolvidos na prática
pedagógica podem, a partir dela, refletir sobre sua própria evolução na construção do
conhecimento.
A discussão sobre os instrumentos preparados pelo professor pode ser um
caminho para a conscientização, ajudando professores a melhor compreender o processo
de avaliação. (HOFFMANN, 2005,p.19)
Avaliar é dinamizar oportunidades de reflexão e exige um acompanhamento
permanente do professor, propondo sempre ao aluno novas questões, novos desafios.
Dessa maneira, a avaliação deixa de ser um momento terminal do processo
educativo como acontece hoje e passa a representar a busca incessante pela
compreensão das dificuldades do educando e a dinamização de novas oportunidades de
conhecimento
As questões são encaradas como desafios a serem enfrentados. O aluno passa a
se sentir seguro diante de determinadas questões colocadas pelo professor, entusiasmado
de pôr à prova suas descobertas, sem medo de errar. Dessa maneira ele tenta mais,
inventa mais e consequentemente faz novas descobertas. Precisamos saber exatamente
por que estamos avaliando para poder decidir os instrumentos de avaliação a serem
usados, bem como as formas de registro dos resultados. O aluno é um elemento ativo no
processo ensino-aprendizagem, como é também o professor. Portanto a relação entre
ambos deve ser de constante interação para a produção do conhecimento.
INTENCIONALIDADE PEDAGOGICA BNCC

A intencionalidade pedagógica como estratégia de ensino.


Intencionalidade pedagógica é um princípio que rege o trabalho do professor.
Na BNCC encontramos esse princípio denominado de “intencionalidade educativa”.
Para a BNCC, a intencionalidade educativa ou pedagógica aparece em todas as
atividades do educador que envolvem a organização e a promoção de experiências que
estimulem os alunos a conhece a si e ao outro, além de compreender relações com a
natureza, com a produção científica e com a cultura. Agir com intenção é sinal de
consciência do que se está fazendo, e isto se aplica as ações pedagógicas de sala de aula.
Trabalhar com intencionalidade pedagógica significa ter uma abordagem
consciente e deliberada na prática educacional, onde cada ação e decisão do professor
são orientadas por objetivos claros de aprendizagem.
A intencionalidade pedagógica envolve o planejamento cuidadoso das
atividades, estratégias e recursos utilizados em sala de aula, de modo a criar um
ambiente propício para o desenvolvimento dos alunos.

Ao pé da letra, podemos entender a intencionalidade pedagógica como: o ato de


colocar em prática uma intenção que tem finalidades pedagógica, o aprendizado do
aluno. O educador precisa ter isso em mente de maneira clara quando propõe uma
atividade para os alunos.

Fazendo perguntas tipo:


• Como essa atividade pode contribuir com a rotina dos alunos?
• Quais são os possíveis impactos?
• O que ela pode trazer de aprendizado?
• Todas essas questões podem ser pensadas a partir da intencionalidade
pedagógica.

A maneira como a intencionalidade pedagógica aparece na escola pode variar de


acordo com a etapa de ensino: Educação Infantil, Educação Fundamental I/II e Ensino
Médio.

• Na Educação Infantil, a intencionalidade está presente na rotina de cuidados,


na hora da história e nas festividades, mas também nas atividades propostas
pelos professores e trabalhos em grupo.
• Os educadores precisam planejar tarefas que permitam às crianças ter novas
experiências com autonomia e serem protagonistas de suas próprias jornadas
do conhecimento.
O ato de ensinar e aprender requer olhar e cuidados pedagógicos por ter
“intenções” a serem contempladas. Isso acontece em vários momentos como:
• na hora da acolhida,
• rotina inicial,
• rodinha,
• participar das atividades propostas,
• hora do conto,
• da música,
• momento de criatividade (trabalho diversificado);
• A intencionalidade pedagógica pode estar expressa de maneira clara no
Projeto Político Pedagógico (PPP), um documento que demonstra a proposta
educacional de ensino de uma instituição.
• As atividades precisam ser bem planejadas, seguindo objetivos que permitem
ao aluno ganhar novas habilidades e construir seu desenvolvimento de
maneira integral.
• Os recursos tecnológicos precisam ser usados a favor da didática e do
interesse dos alunos, garantindo que os professores cumpram seus propósitos
de ensino.
• Proporcionar experiências de participação dos alunos, expressão e
conhecimento de si mesmos.
• É importante que existam projetos que visem ajudar as crianças na
inteligência emocional, o que ajuda a enfrentar desafios de maneira
consciente e pautadas no bem-estar individual e coletivo.

Por trás de cada atitude, temos uma fala, uma ação, uma intenção pedagógica
dando sentido a tudo:
• Educação com intenção parte de educadores comprometidos com os alunos,
profissionais ativos e nunca passivos a respeito do que se fazem.
• Quando um professor trabalha com intencionalidade pedagógica, ele tem em
mente o que deseja alcançar com suas aulas e como pode auxiliar os alunos a
atingirem os objetivos educacionais.
• Trabalhar com intencionalidade: implica em conhecer bem a BNCC, as
necessidades e os interesses dos alunos, além de adaptar as práticas
pedagógicas de acordo com as características individuais de cada estudante.
• O professor seleciona estratégias de ensino apropriadas para o conteúdo e
para as habilidades que pretende desenvolver nos alunos.
• Ele também avalia continuamente o progresso dos estudantes, buscando
identificar possíveis lacunas de aprendizagem e ajustar sua abordagem de
ensino de acordo.
• A intencionalidade pedagógica está alinhada com a ideia de que a
aprendizagem é um processo ativo e significativo, no qual o professor
desempenha um papel fundamental ao planejar e criar experiências
educacionais enriquecedoras.
• Esse enfoque contribui para um ambiente de ensino mais eficaz, que
promove o engajamento dos alunos, o desenvolvimento de habilidades
essenciais e a construção de conhecimento de forma consistente e coerente.

Para trabalhar efetivamente com a BNCC, é fundamental adotar uma abordagem


pedagógica baseada na intencionalidade:
• A BNCC serve como um referencial para os currículos escolares,
• orientando a definição dos objetivos de aprendizagem
• e o planejamento das atividades educacionais.
• Ao trabalhar com intencionalidade pedagógica em relação à BNCC,
• os professores têm em mente os objetivos específicos de cada etapa de
ensino, as habilidades e competências a serem desenvolvidas pelos alunos, e
adaptam suas práticas pedagógicas de acordo com essas diretrizes.

A intencionalidade pedagógica permite aos professores selecionar estratégias de


ensino e recursos adequados para alcançar os objetivos de aprendizagem estabelecidos
na BNCC:
• Eles podem planejar sequências didáticas, projetos, atividades e avaliações
que sejam coerentes com as expectativas curriculares e favoreçam o
desenvolvimento integral dos estudantes.
• identificar lacunas de aprendizagem e promover aulas mais personalizadas,
atendendo às necessidades individuais dos alunos.
• Eles podem ajustar suas práticas, oferecendo apoio adicional aos estudantes
que enfrentam dificuldades e desafiando aqueles que já dominam os
conteúdos, tudo isso alinhado às competências e habilidades estabelecidas
pela BNCC.
• a intencionalidade pedagógica é uma abordagem fundamental para garantir
que a BNCC seja implementada de maneira eficaz, promovendo uma
educação de qualidade, coerente e alinhada com as necessidades dos
estudantes.

A intencionalidade pedagógica é revelada nas escolhas, do planejamento à


observação:
• As escolhas são muitas: forma de agrupamento, espaço, tempo, origem dos
materiais, quantidade, disposição no espaço.
• se um dos objetivos for incentivar o conviver, é importante organizar o
espaço de modo que seja possível circular com facilidade. Se a
• intenção for promover uma exploração de elementos da natureza, faz mais
sentido organizar uma caixa com pedras, sementes, folhas e galhos do que
com sucata.
• A observação precisa ser planejada com intencionalidade pedagógica.
• Enquanto brincam, as crianças podem desempenhar diversas ações físicas,
conversar entre si, fazer perguntas à professora e demonstrar curiosidade por
elementos que não façam parte da proposta planejada.
• é impossível conseguir observar todos os detalhes das descobertas diversas
que uma mesma atividade provoca em cada criança.
• Por isso é preciso escolher por que, como e o que observar.

A intencionalidade pedagógica requer um olhar apurado para toda a rotina, desde


o acolhimento, a forma como o espaço é preparado, a higiene, a alimentação, o repouso,
e as brincadeiras, e funciona como um verdadeiro norte para o trabalho, já que torna
harmonioso todo esse fluxo entre uma ação e outra – com a flexibilidade necessária para
atender as especificidades do momento de cada criança e de cada grupo.
Conforme a própria BNCC também reforça, em todos esses processos é
imprescindível a ação sistêmica do docente, que planeja, propõe, observa, analisa e
replaneja sua prática pautado em evidências.
Trabalhar com intencionalidade pedagógica no Ensino Fundamental envolve:
ações e estratégias voltadas para o planejamento e desenvolvimento de atividades
educacionais alinhadas aos objetivos de aprendizagem definidos para essa etapa.
Aqui estão algumas práticas que podem ser adotadas:
1 - Familiarize-se com a Base Nacional Comum Curricular, entendendo os
conhecimentos, competências e habilidades esperados para cada ano do
Ensino Fundamental. Isso fornecerá uma base sólida para orientar suas
práticas pedagógicas.
2 Com a BNCC, estabeleça objetivos específicos para cada aula ou unidade de
ensino. Identifique as habilidades que deseja desenvolver nos alunos e
planeje atividades que estejam alinhadas a esses objetivos.
3 - Reconheça as necessidades e características individuais dos alunos em sua
sala de aula. Adapte suas estratégias e recursos de ensino para atender às
diferentes formas de aprendizagem, interesses e ritmos de cada estudante.
4 - Organize as atividades de forma sequencial e progressiva, de modo que os
alunos possam construir seu conhecimento de maneira gradual. Crie uma
sequência lógica de aulas e recursos que permitam a consolidação e
aprofundamento dos conceitos.
5 - Procure criar conexões entre as diferentes disciplinas, integrando os
conteúdos e habilidades em atividades e projetos que abordem temas
transversais. Isso ajuda os alunos a perceberem as conexões entre os
diferentes campos do conhecimento.
6 - Explore uma variedade de recursos e materiais didáticos, como livros,
vídeos, jogos, tecnologias digitais e recursos manipulativos. Isso enriquece
as experiências de aprendizagem e atende às diferentes preferências e estilos
de aprendizagem dos alunos.
7 - Implemente estratégias de avaliação formativa para acompanhar o
progresso dos alunos e identificar possíveis lacunas de aprendizagem. Utilize
essas informações para ajustar suas práticas pedagógicas e fornecer feedback
significativo aos estudantes.
8 - Estimule a participação ativa dos alunos em atividades de aprendizagem,
envolvendo-os em discussões, debates, resolução de problemas e trabalhos
em grupo. Isso fomenta o engajamento e a construção coletiva do
conhecimento.

Lembre-se de que: a intencionalidade pedagógica requer planejamento


cuidadoso e uma reflexão contínua sobre as práticas de ensino. Ao estabelecer objetivos
claros e adaptar suas estratégias às necessidades dos alunos, você estará promovendo
uma educação mais significativa e eficaz no Ensino Fundamental.
Ao entender esses aspectos fundamentais da intencionalidade pedagógica em
toda a Educação Básica, os educadores podem criar ambientes de aprendizagem
significativos, direcionados e adaptados às necessidades dos alunos. Essa abordagem
contribui para o desenvolvimento integral dos estudantes, preparando-os para enfrentar
os desafios do mundo contemporâneo.

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