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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL – UEMS

SÍNTESE DE ARTIGOS SOBRE A BNCC


DISPLINA: DIDÁTICA
PROFESSORA: SHIRLEY
DISCENTE: FERNANDO IGLESIAS ANTUNES
RGM: 46132

De acordo com o estipulado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB,


Lei nº 9.394/1996), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deve servir como guia para os
currículos adotados pelos sistemas de ensino estaduais e municipais em todo o Brasil. Ela
também deve influenciar as propostas pedagógicas de todas as escolas, sejam elas públicas ou
privadas, que ofereçam Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. A BNCC
estabelece os conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes
desenvolvam ao longo de sua trajetória na educação básica. Alinhada com os princípios éticos,
políticos e estéticos delineados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, a
BNCC contribui para a educação integral dos indivíduos e para a construção de uma sociedade
justa, democrática e inclusiva (BRASIL, 2017).
A BNCC estabelece um conjunto fundamental de aprendizagens que todos os alunos
têm direito a adquirir. Essas aprendizagens são representadas por 10 competências que têm
como objetivo a formação integral dos indivíduos, contribuindo para a construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva. As 10 competências definidas na BNCC podem ser
agrupadas em diferentes eixos, compreendendo: conhecimento; pensamento científico, crítico
e criativo; repertório cultural; comunicação; cultura digital; trabalho e projeto de vida;
argumentação; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; responsabilidade e
cidadania. Cada uma dessas competências se desdobra em saberes considerados essenciais para
uma formação completa dos indivíduos (ALMEIDA, 2019).
Na Educação Infantil, as competências gerais são desdobradas em direitos de
aprendizagem e desenvolvimento, que incluem: conviver, brincar, participar, explorar,
expressar-se e conhecer-se. Esses direitos são distribuídos em 5 campos de experiência,
abrangendo: Eu, o outro e nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas;
Escuta, fala, pensamento e imaginação; Espaços, tempos, quantidades, relações e
transformações. Para cada faixa etária, desde 0 a 1 ano e 6 meses até 4 anos a 5 anos e 11 meses,
são definidos objetivos específicos de aprendizagem e desenvolvimento. No Ensino
Fundamental, a BNCC é organizada em áreas de conhecimento, competências específicas para
cada área, componentes curriculares e competências específicas de cada componente. Essas
etapas são subdivididas em Anos Iniciais e Anos Finais, e para cada uma delas são estabelecidas
Unidades Temáticas, Objetos de Conhecimento e Habilidades a serem desenvolvidas
(ALMEIDA, 2019).
No ensino médio, Língua Portuguesa e Matemática destacam-se como as únicas
disciplinas que possuem habilidades específicas a serem desenvolvidas ao longo de toda a etapa
do Ensino Médio. Em contraste com a BNCC do ensino fundamental, a BNCC para o ensino
médio adota uma abordagem oposta, não especificando habilidades a serem adquiridas em anos
ou disciplinas específicas, nem estabelecendo sequências ou simultaneidades rígidas, tornando
assim o currículo mais flexível. Nesse contexto, a BNCC do ensino médio valoriza abordagens
integradas e questiona de forma mais incisiva o papel das disciplinas tradicionais, chegando a
argumentar que é necessário diminuir a centralidade delas no processo de ensino-aprendizagem.
As disciplinas escolares são percebidas como potencialmente descontextualizadas, promovendo
uma visão fragmentada do conhecimento e contribuindo para uma formação superficial e
abrangente dos estudantes. Além disso, elas são vistas como um obstáculo à diversificação dos
sistemas de ensino, devido à carga horária que ocupam no currículo escolar (LOPES, 2019)
A BNCC, ao priorizar as "habilidades", as "competências", os "procedimentos" e a
"formação de atitudes" em detrimento dos conteúdos tradicionais e do processo de ensino, pode
ser interpretada como uma abordagem que busca preparar os estudantes para atender às
demandas do mercado de trabalho. No entanto, é importante ressaltar que muitos educadores
desejam que a BNCC não se torne um conjunto vago de diretrizes desprovidas de conteúdo,
cujo único propósito seja adaptar os indivíduos ao sistema capitalista. Em vez disso, eles
aspiram a uma BNCC que esteja alinhada com os interesses da classe trabalhadora, onde a
missão da escola seja a democratização do acesso aos conhecimentos científicos, artísticos e
filosóficos que representam um patrimônio universal (BRANCO, 2021).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A construção participativa da Base Nacional Comum Curricular. MEC, SAEB,. Disponível em:
https://undime.org.br/uploads/documentos/phpeWVcPP_55e0c1e7d4bbb.pptx. Acesso em
08/09/2023.
A Base. Mec. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base. Acesso em
08/09/2023
BARREIROS-UERJ, Débora. Base nacional comum curricular (BNCC): sujeitos, movimentos
e ações políticas. 38ª Reunião Nacional da ANPEd – 01 a 05 de outubro de 2017 – UFMA –
São Luís/MA.
BRANCO, Emerson Pereira; ZANATTA, Shalimar Calegari. BNCC e Reforma do Ensino
Médio: implicações no ensino de Ciências e na formação do professor. Revista Insignare
Scientia-RIS, v. 4, n. 3, p. 58-77, 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC 4ª versão.
Brasília, DF, Dez./2017.
DE ALMEIDA MERLI, Angélica. A homologação da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) e suas implicações para a construção de propostas curriculares. Movimento-revista de
educação, n. 10, p. 173-194, 2019.
LOPES, Alice Casimiro. Itinerários formativos na BNCC do Ensino Médio: identificações
docentes e projetos de vida juvenis. Retratos da escola, v. 13, n. 25, p. 59-75, 2019.

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