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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA

ANÁLISE E DESCRIÇÃO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR – BNCC:


Seus impactos e contribuições na formação escolar

Uberlândia
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA

ANÁLISE E DESCRIÇÃO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR – BNCC:


Seus impactos e contribuições na formação escolar

Projeto de Pesquisa apresentado para Seleção do


Mestrado Acadêmico do Programa de Pós-graduação em
História – 2023-1. Linha de Pesquisa Práticas Culturais e
Relações de Poder, Edital Nº 2/2022 PPGHI/UFU.

ORIENTADORES PRETENDIDOS:

1. Prof. Dr. Deivy Ferreira Carneiro

2. Prof. Dr. Sérgio Paulo Morais

Uberlândia
2022
RESUMO:

A BNCC é um conjunto de normas que se caracteriza por trazer dez competências que em seu
cerne, são as principais formas de ensino, que deve ser introduzida nas escolas desde o
primeiro ano do ensino fundamental, até o terceiro ano do ensino médio, o que pode
prejudicar e/ou colaborar, em muitos aspectos da vida acadêmica dos indivíduos Brasileiros.
Esse estudo tem o objetivo de Analisar criticamente, todo o contexto, que engloba a Base
Nacional Comum Curricular – Bncc. O presente trabalho é relevante, por trazer para debate
um tema de extrema importância, visto que, este documento, visa ditar normas e regras, para
uma população que está se inserindo na sociedade, e que por isso, merece toda a atenção
necessária para que não ocorra uma mecanização do ensino fundamental e básico, e que esse
projeto possa contribuir para que suscite, na população acadêmica, o interesse de
aprofundamento no estudo da temática em questão. Como metodologia será uma pesquisa de
campo, transversal, analítica de abordagem quali-quantitativa, utilizando como critério de
inclusão estudantes e professores de duas escolas, uma pública e outra particular da cidade de
Uberlândia-MG. Por fim, acredita-se que com a aplicação do projeto será possível identificar
fatores e evidencias de como se pode intervir de maneira positiva para uma melhor qualidade
do ensino, tanto dos que estão ensinando, quanto dos que estão aprendendo.

PALAVRAS CHAVE: BNCC. Escolas. Ensino Fundamental. Ensino Médio.


1 INTRODUÇÃO

A educação no Brasil é tema de debates desde os tempos da colonização até os dias


atuais, diversas áreas do conhecimento se uniram para tratarem do assunto, passando de
geração em geração, e a partir das mais variadas discussões sobre qual o modelo de educação
seria o mais adequado e atrelado, as questões sociais de um país tão complexo quanto este, no
decorrer de muitos anos através de diversos embates e lutas, das mais variadas classes do
conhecimento, foi criada a Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Mas, o que seria essa
sigla? Para que ela serve? Que benefícios ela traz para os estudantes e professores? Será que a
pauta da melhoria da educação se encerra com a criação dessa BNCC? A partir da criação
desta os problemas da educação no Brasil foram resolvidos? Será que o que está descrito nela
é realmente uma base comum a todas as crianças brasileiras? O viés estabelecido por ela
atende o interesse comum de todo os envolvidos?
Esses são questionamentos que surgem ao leitor, quando este se depara com o que a
BNCC traz em sua descrição, certamente todos os questionamentos acima elencados, não
terão respostas nesse texto, nem em outro que se trate da temática em questão. Pois, a sigla
BNCC, apenas significa as iniciais de um documento que traz normas e procedimentos que as
escolas e os professores, devem seguir, traz também metas que os governantes devem
assumir.
No entanto, no Brasil já possui um documento que é muito mais importante do que
uma base nacional comum de ensino aprendizagem, que é a Constituição Federal de 1988,
onde nela está descrito que a educação é direito de todos os cidadãos brasileiros, não
importando sua origem social, étnica, religiosa etc. E coloca como dever do Estado prover
uma educação de qualidade para todos, e o que ocorre no Brasil?
Todos sabem dos problemas que a Educação enfrenta em seu dia a dia, ou seja, se o
documento pode-se assim dizer, mais importante de um país, na maioria de seus artigos não
são respeitados, imagina a criação de outro documento que tem por base a CF de 88, irá fazer
algo de diferente para a questão da educação?
Por esse motivo, se pretende nesse trabalho apresentar propostas de como utilizar o
que está nela descrito, para de alguma forma, transitar nos moldes por ela apresentado, de
uma forma que melhore a forma de ensinar aos alunos nas salas de aula. Em outras palavras a
BNCC por ser mais um instrumento criado, com o objetivo de estruturar e melhorar a
educação no Brasil deve ser debatido quanto às diversas interpretações que lhe são dadas.
2 JUSTIFICATIVA

O mundo vive em um modo de produção capitalista, onde foi instituída e é praticada


uma estratégia político-econômica neoliberal, essa é a realidade que assola todo o globo, e no
Brasil não é diferente. E as escolas estão presentes nessa conjuntura, que uma vez inserida
ficará subordinada, infelizmente, ao sistema capitalista, que verá nessas instituições uma
forma de ganho positivo para ele, tornando as escolas espaços de aprendizagem mecânica,
condicionando os jovens a se formarem em mão de obra qualificada e barata nos moldes de
sua produção.
Ao fazer uma breve análise da BNCC é evidente que seus objetivos passam por esse
viés de preparação da “molecada” para o mercado de trabalho, deixando de lado questões de
formações socioculturais, robotizando e os preparando para obedecerem a ordens sistemáticas
de determinados cargos/funções. Ou seja,

[...] é sempre uma organização mais ou menos adequada, e uma interligação de


valores, práticas e significados que de outro modo estão separados e são mesmo
dispares, e que ela especificamente incorpora numa cultura significativa e numa
ordem social efetiva. São, em si mesmas, resoluções vivas – no sentido mais amplo,
resoluções políticas – de realidades econômicas específicas. (WILLIAMS, 1979,
p.118).

Segundo Filipe, Silva e Costa (2021), nos tempos atuais, há uma formação escolar
capitalista, que aparentemente, possibilita a manutenção do poder da classe dominante sobre a
trabalhadora, a partir da formação desta para as exigências do mundo do trabalho, ou seja,
buscam-se impor um modelo de escola capitalista onde é possível encontrar um espaço de
disputas entre as classes sociais, pela hegemonia sobre o conhecimento, que os indivíduos
aprendem em sala de aula, muitas vezes não obtendo nenhum impacto no desenvolvimento de
uma consciência crítica coletiva. Certamente isso se deve, aos arautos desse modelo de
escolarização que insistem em desenvolver dispositivos legais de controle de gestores,
professores, bem como das avaliações e do currículo.
Partindo desse viés, e sabendo que a BNCC é uma política nacional curricular que se
constitui enquanto um documento normativo, que tem como premissas, selecionar e organizar
os conhecimentos a serem ensinados ao longo dos níveis e modalidades da Educação básica
no Brasil, cabe à discussão, sobre quais são os interesses atendidos, a partir dessas escolhas.
Pois, apesar desse documento definir estratégias e descrever conceitos, tais como as
competências apresentadas em seu texto, a BNCC não dispõe de dispositivos que favoreçam a
implantação de melhores condições de trabalho para os professores.
Na concepção de Pinto e Melo (2021), os entusiastas e formuladores da BNCC,
entendem que implantaram um currículo comum a todos os indivíduos do território nacional,
correspondendo dessa forma, a uma essencial medida para o alcance da pretendida qualidade
do ensino público, bem como para a superação das desigualdades escolares que assolam o
país, principalmente nos contexto sociais mais vulneráveis.
No entanto, “Toda educação que faz jus a esse nome envolve a relação de
mutualidade, uma dialética, e nenhum educador que se preze pensa no material a seu dispor
como uma turma de passivos recipientes de educação”. (THOMPSON, 2002, p. 13). Porém é
sobre esse olhar mecanizado que se pauta a BNCC, ou seja, apesar dos entusiastas a verem
como a solução para os problemas da educação no Brasil, na verdade só estão querendo impor
um modelo bancário que produzam apenas seres capazes de exercer determinada função, sem
se importar, ou criticar os trabalhos por eles produzidos.
Corroborando com a citação acima, nas palavras de Pinto e Melo (2021), apesar de
todo esse entusiasmo, por parte dos interlocutores da BNCC, definir padrões curriculares em
nível nacional, e desconsiderar as particularidades locais, seus valores e suas culturas, como
também a diversidade dos sujeitos e de suas formas de vivenciar as infâncias e juventudes,
não ajudam em nada, pelo contrário, só reforça o desrespeito com as multiplicidades que
envolvem não somente a escola, mas a sociedade como um todo, retirando a possibilidade de
uma formação para o exercício da liberdade e da autonomia.
Desse modo, evidencia-se que a definição da Base não é capaz de superar as
desigualdades escolares, ao contrário, tem grandes chances de intensificá-las, visto que:

A BNCC, ao tratar de qualidade educacional, está interessada na melhoria dos


resultados das avaliações externas e, por sua vez, do Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (IDEB). As competências e habilidades preconizadas em seu texto
pouco correspondem à formação humana dos estudantes, de propiciá-los uma
educação crítica e significativa, e sim, ao estreitamento entre o que se ensina e o que
se avalia para, desse modo, melhorar o ranking do país no contexto internacional.
Ao analisar o texto da Base observa-se a definição de códigos para cada
competência e habilidade listada. Essa definição pode ser compreendida como
“adequação às estruturas de avaliação, ranqueamento e responsabilização”,
contribuindo para maior controle dos resultados dos estudantes e do trabalho do
professor. (PINTO e MELO, 2021, p. 11).
Em vista disso, entende-se que esse documento, além de ser um “um chicote moderno
na mão do feitor”, para os professores, não preconiza a capacidade real dos alunos, e sim as
notas por eles alcançadas, pois, dessa forma, terá números para apresentar aos órgãos
competentes e assim provarem que as iniciativas de criação dessa base estão colhendo os
frutos por eles almejados. Por eles quem? Ao mercado financeiro, ao mercado produtor de
subempregos, aos verdadeiros “donos da bola”.
Em sua conceituação inicial a BNCC traz o seguinte: “A Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e
progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver [..].”
(BRASIL, 2018, p, 07). Como pode ser visto, ela já inicia informando que se trata de um
documento que vai ditar normas e regras, depois continua que irá definir modelos de
aprendizagem essenciais que todos os alunos devem desenvolver. Será que todos os alunos
“DEVEM” desenvolver as mesmas habilidades? Será que todos têm as mesmas necessidades?

O que precisa ser dito não é que um modo de vida seja melhor que o outro, mas que
esse é um ponto de conflito de enorme alcance; que o registro histórico não acusa
simplesmente uma mudança tecnológica neutra e inevitável, mas também a
exploração e a resistência à exploração; e que os valores resistem a ser perdidos bem
como a ser ganhos. A literatura rapidamente crescente da sociologia da
industrialização é como uma paisagem que foi devastada por anos de seca moral: é
preciso viajar por dezenas de milhares de palavras crestadas pela abstração a-
histórica entre cada óasis de realidade humana. (THOMPSON, 1988, p. 101).

Quando se fala da BNCC são levantadas diversas inquietações, tais como: os planos
políticos por trás das escolhas de formação de um currículo, questões sobre o que é proposto e
o que é realmente aplicado nas salas de aula ou em materiais didáticos, as influências e
consequências dessas definições. Quanto aos conceitos apresentados pelos criadores da
BNCC pode-se citar o seguinte:

Na verdade, segundo sua própria natureza econômica, a sociedade burguesa não


pode deixar de separar, na medida do possível a dimensão técnica da chamada
dimensão espiritual e não deixar de excluir as idéias técnicas de qualquer direito de
co-participação social. (BENJAMIN, 2012, p. 61).

Nesse sentido, vale pensar na função da história ao longo do tempo e principalmente


sua ação na educação brasileira. Isto é, ela se constitui a fim de formar uma identidade
nacional e uma mentalidade coletiva. Seja através da educação formal ou de um “ensino
crítico” que não é dissociado do nacionalismo. Assim como as grades de ensino que se
tornaram vãs propostas, de acordo com os valores e desejos que estão associados a uma
hegemonia epistemológica. No entanto a história, enquanto disciplina acadêmica, deveria se
ater aos seguintes pontos:

1 - Historiografia, no sentido tradicional (a reconstituição de eventos passados); 2 -


A antropologia, a análise cultural, a crítica textual (a interpretação da entrevista); 3 -
O espaço intermediário (como esses eventos produzem determinada memória e
determinada narrativa). (PORTELLI, 2018, p. 18).

No entanto, o currículo proposto pela BNCC tem suas bases numa tradição política
onde as narrativas são escolhidas e dispostas cronologicamente, centradas no capitalismo e no
eurocentrismo, isso porque a disciplina em âmbito escolar é tratada de forma acrítica, onde se
nega a história um lugar de disputa de poder de outros sujeitos e outras perspectivas.
Dessa forma, a educação brasileira vai estar marcada mais pelas dinâmicas de um
ensino voltado a formar cidadãos, assim como “profissionalizar” os jovens. No sentido de
construir brasileiros prontos para ingressarem sem questionamentos, e sem ofertar outras
opções de formações no mercado de trabalho. Porque, é feita num processo de preparação,
onde o indivíduo tem um destino e ele precisa se adaptar as dinâmicas capitalistas. Por onde é
reforçado mecanismos de manutenção de um sistema de classes.
Por outro lado, isso ressalta que embora, as propostas da BNCC, na teoria, se pautem
na inclusão de novos sujeitos, de novas perspectivas, na construção de criticidade dos alunos e
no desenvolvimento de autonomia. Na prática não caminha bem assim, pois a BNCC e o
projeto político-econômico-social por trás dela se transforma numa mão invisível que controla
através da coerção e da coesão social dos alunos e professores.
Nesse sentido, é necessária a compreensão do professor sobre os efeitos dessas
políticas reformadoras e captar qual sua relação com a educação de qualidade que se almeja.
Portanto, é fundamental uma formação que possibilite ao docente uma ação-reflexiva sobre
sua prática, tendo em vista que o papel do professor não é de mero transmissor de conteúdos
programados, mas um facilitador da construção desse conhecimento e a partir das
experiências dos alunos.
Por consequência, outro desafio que se posta ao professor em sala de aula é de ter um
olhar mais cuidadoso sobre seus alunos, na perspectiva de uma construção de saberes pautada
na troca de experiências entre os discentes e os conteúdos formatados por um currículo.
“Isto porque, espera-se que os conhecimentos e práticas pedagógicas sejam
pensados e planejados em contextos concretos que levem a uma maior
autonomia e compromisso do professor com os contextos socioculturais,
onde a Escola se insere.” (TAMANINI, NORONHA, 2019, p. 109).

Sendo assim, ao pensar nas propostas produzidas pelo documento, em questão, o


estudo de história vem sendo colocado em xeque, visto que ela como disciplina, se mostra
como necessária, pois com o seu ensino o jovem pode desenvolver uma leitura melhor e
maior do mundo em que ele habita. Isto é, os ajudam a compreenderem melhor as dinâmicas
por trás de sua realidade, do seu espaço, da sua nação, de sua classe.
No entanto, na prática, a BNCC parte de um ensino “euro centrado”, em que muitas
lacunas são preenchidas de forma vaga e superficial. Como por exemplo: a história das
mulheres, dos indígenas, dos negros, que ora é resumida a uma curiosidade de rodapé ou
abordada de forma completamente superficial.
De forma elementar, ao identificar os eventos considerados importantes na história do
Ocidente, ordenando-os cronologicamente e situando-os no espaço geográfico. Percebe-se que
se faz necessário desenvolver as condições necessárias para que os alunos também
compreendam e reflitam sobre os significados da produção, circulação e uso de documentos,
elaborando críticas sobre formas de registro e memória já através de uma ou mais línguas.
Entretanto,

Seria fácil encontrar muitos casos do mesmo teor. Na partida de xadrez da pesquisa,
as majestosas torres disciplinarem se deslocam implacavelmente em linha reta; o
gênero ensaístico, ao contrário, move-se como o cavalo, de modo imprevisível,
saltando de uma disciplina para outra, de um conjunto textual para outro.
(GINZBURG, 2007, p. 13).

Ou seja, é preciso reconhecer e interpretar diferentes versões dele, reconhecendo


pressupostos e avaliando argumentos para desenvolver as habilidades para desenvolver suas
próprias proposições.
A BNCC traz em suas diretrizes procedimentos que, teoricamente, preconiza
ferramentas que propicie uma melhor aprendizagem sobre a utilização de uma forma de
registro memorial, constituído por meio de uma seleção de eventos históricos consolidados na
cultura historiográfica contemporânea. Como primeiro procedimento ela trata sobre a
cronologia, que deve ser pensada como um instrumento compartilhado pelos professores de
história com vistas a questionar a proposição, o sentido e discutir os sentidos dos
acontecimentos por diferentes culturas e sociedades. Pois, o ensino de história se justifica na
relação entre o presente e o passado, valorizando o tempo vivido e seu protagonismo, para que
possa participar ativamente da construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
O segundo procedimento apresentado no texto diz respeito à escolha de fontes e
documentos. O exercício de transformar um objeto em documento é prerrogativa do sujeito
que o observa e o interroga para desvendar a sociedade que o produziu. O documento, para o
historiador, é o campo da produção do conhecimento histórico; portanto, é esta a atividade
mais importante a ser desenvolvida com os alunos, portanto a compreensão dos sentidos que a
sociedade atribuiu aos documentos suas utilidades, permitindo que os estudantes desenvolvam
a sua capacidade com os documentos.
O terceiro procedimento citado envolve a escolha de duas ou mais proposições que
analisam um mesmo tema ou problema por ângulos diferentes, o exemplo mostrado é sobre a
guerra do Paraguai, para mostrar como de fato os diversos pontos de visões são
diferentes. Continua com a sistematização dos acontecimentos que se conforma às noções de
espaço. Os eventos selecionados permitem a constituição de uma visão global da história,
palco das relações entre o Brasil, a Europa, o restante da América, a África e a Ásia ao longo
dos séculos. A valorização da história da África e das culturas indígenas afro-brasileiras é
enfatizada não apenas pelo tema da escravidão, mas principalmente pela história do
conhecimento produzido por essas populações ao longo de sua duração.
Dessa forma, pode se entender que esses três procedimentos já pré-estabelecidos pelo
programa da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), vem em busca de propiciar e
adequar um material, que teoricamente, ela trata que é necessário desenvolver e ajustar as
condições essenciais de aprendizagem para que os alunos dos anos fundamentais, e do ensino
médio, possam usufruir de uma melhor forma, e para fazer com que os professores entendam
e reflitam sobre os significados da importância da BNCC para o ensino formal, mas, como é
visto corriqueiramente no Brasil, nem tudo que está escrito no papel é cumprido com rigor.
3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Analisar criticamente todo o contexto que engloba a Base Nacional Comum Curricular
– Bncc.

3.2 Objetivos Específicos

Descrever as Leis que embasam teoricamente a BNCC;


Apresentar suas diretrizes e aplicações;
Demonstrar suas implicações na formação escolar;
Identificar quais os pontos deve ser melhorado;
Fornecer subsídios teóricos e práticos sobre as atuações dos professores pautados pela
BNCC.
4 FONTES E METODOLOGIA

Será realizada uma pesquisa de campo, transversal, analítico de abordagem quali-


quantitativa. Onde os participantes serão professores e estudantes de uma escola pública e
uma escola particular da cidade de Uberlândia – MG. Será levada em consideração as
diretrizes e esquemas educacionais apontados e descritos na BNCC. A escola pública será a
Escola Estadual Seis de Julho, situada na Rua Benjamin Constant, 865 e a escola particular
será a Escola Pirlimpimpim/São Paschoall - Unidade II, situada na Av. Cesário Alvim, 1354 -
Nossa Sra. Aparecida.
Serão considerados como critérios de inclusão somente a disciplina de história do
sexto ao nono ano, com o intuito de fazer um paralelo, de como essa disciplina é lecionada
nas escolas, e ver quais das duas conseguirão adaptar seus planos de ensino ao que é pedido
na BNCC. Ou verificar pelo menos quem chegou mais perto do que esse documento
normativo preconiza.
Como procedimento o acadêmico irá visitar as escolas preteridas, buscará um acordo
para que possa colher informações a partir de uma observação direta e de análise documental
das instituições, e após formalizado o acordo, colher as assinaturas do Termo de
Comprometimento Livre e Esclarecidas – TCLE, para que ele possa ter acesso aos planos de
ensino de aula, e poder acompanhar um determinado número de aulas, sem intervir nas aulas e
sem opinar nada sobre o cotidiano das escolas, as visitas serão apenas para observar e tomar
notas do que for necessário e relevante para a pesquisa.
As variáveis a serem estudadas serão: Sexo, escolaridade, religião, idade, local de
nascimento, qualidade de vida, será aplicado um questionário socioeconômico para saber
sobre qual classe social os alunos pertencem, entre outros elementos que forem necessários
para colher o maior número de informações acerca dos pesquisados.
Os questionários que serão aplicados durante a pesquisa serão produzidos com
perguntas e respostas de múltiplas escolhas, onde o aplicador irá distribuir para os alunos,
para que eles respondam individualmente, serão perguntas fundamentadas nas dez
competências que são apresentadas na BNCC, com o intuito de compreender se o que é
adotado em sala de aula se coaduna com o que está descrito nas normas deste documento.
Quanto à análise documental, para que não haja nenhum pensamento de intervenção
ou desconforto em ter alguém bisbilhotando seus documentos, estes, serão voltados
estritamente para os planos de ensino da disciplina de história.
Com isso espera-se obter benefícios quanto ao entendimento do que se trata a BNCC
na prática em dois contextos escolares, um da rede pública, outro da rede privada. E assim
possibilitar aos interessados sobre o tema, após a análise documental e a observação de
campo, produzir uma dissertação que contenha medidas que contribuam para que os
professores e os alunos possam participar de ações efetivadas que contribua para a promoção
educação em um contexto mais geral. Outra benesse, que haverá a partir da efetivação desse
projeto, serão os dados colhidos que servirá para que sejam construídas medidas
institucionais, que tenham o objetivo de minimizar os efeitos deletérios que esse conjunto de
normas, possa suscitar em uma determinada instituição escolar.
Dessa forma, contribuindo para a comunidade acadêmica, um melhor entendimento de
como se deve efetivar um tratamento adequado da BNCC no âmbito escolar seja ele, na esfera
pública ou privada.
O critério de amostragem será compreendido por conveniência, ou seja, todos os
alunos e professores da disciplina de história, que se enquadrarem nos critérios de inclusão
farão parte da pesquisa.
Para análise dos dados, serão colhidos elementos a partir da verificação dos planos de
ensino e da aplicação do questionário, que poderá ser chamado de sócio demográfico, onde
será realizada uma descrição estatística a partir dos dados encontrados nas listas de
frequências das instituições, que serão objetos de estudo do projeto. Tais dados coletados
serão apresentados através de tabelas, onde constarão os problemas encontrados e os objetos
de estudo, com suas respectivas percentuais e médias.
Os dados que o pesquisador irá coletar e analisar serão repassados em forma de
Dissertação de Mestrado, para a Universidade Federal de Uberlândia, para que os professores
do curso de História possam apreciar e tecer uma análise final.
5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

5.1 ETAPAS DA PESQUISA

I ETAPA: PESQUISA BIBLIOGRÁFICA


II ETAPA: VISITA A ESCOLA PÚBLICA
III ETAPA: VISITA A ESCOLA PRIVADA
IV ETAPA: ASSINATURA DOS TERMOS
V ETAPA: ELABORAÇÃO DO PROJETO
VI ETAPA: COLETA DE DADOS
VII ETAPA: OBSERVAÇÃO DIRETA – ESCOLA PÚBLICA
VIII ETAPA: OBSERVAÇÃO DIRETA – ESCOLA PRIVADA
IX ETAPA: APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO – ESCOLA PÚBLICA
X ETAPA: APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO – ESCOLA PRIVADA
XI ETAPA: ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS
XII ETAPA: ENTREGA DA DISSERTAÇÃO E DEFESA
5.2 CRONOGRAMA 2023
ETAPAS Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

I X X
II X X
III X X
IV X X
V X X X X X X X X X X X X
VI X X X X X X X X X X X X
VII X X X X X X X X X
VIII X X X X X X X X X
IX X
X X
XI X X X X X X X X X
XII

5.3 CRONOGRAMA 2024


ETAPAS Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

I
II
III X X
IV X X
V X X X X X X X X X X X X
VI X X X X X X X X X X X X
VII X X X X X X X X X
VIII X X X X X X X X X
IX

X
XI X X X X X X X X X
XII X
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história.
Obras Escolhidas. Volume I. São Paulo: Brasiliense, 2012.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC): educação é a base. Brasília, DF:
MEC/CONSED/UNDIME, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.
mec.gov.br/images/BNCC_publicacao.pdf. Acesso em: 10 ago. 2022.

FILIPE, Fabiana Alvarenga; SILVA, Dayane dos Santos; COSTA, Áurea de Carvalho. Uma
base comum na escola: análise do projeto educativo da Base Nacional Comum Curricular.
Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação [online]. 2021, v. 29, n. 112, pp. 783-
803. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-40362021002902296>. Acessado em 10
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GINZBURG, Carlo. Nenhuma ilha é uma ilha: quatro visões da literatura inglesa. São
Paulo: Companhia das Letras, 2007.

PINTO, Samilla Nayara Dos Santos; MELO, Savana Diniz Gomes. MUDANÇAS NAS
POLÍTICAS CURRICULARES DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL: REPERCUSSÕES DA
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Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0102-469834196>. Acessado em 10 de agosto de
2022.

PORTELLI, Alessandro. História Oral como arte da escuta. Letra & Voz, 2018.

TAMANINI, P. A.; NORONHA, V. M. G. O Ensino De História e a BNCC: Livros Didáticos


Sob Uma Análise Comparativa, Revista Teias v. 20, n. 57, Abr./Jun. 2019, p. 109-125.

THOMPSON, Edward P. Costumes em Comum: estudos sobre a cultura popular


tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

______________. Os Românticos: a Inglaterra na era revolucionária. Rio de Janeiro:


Civilização Brasileira, 2002.

WILLIAMS, Raymond. Marxismo e Literatura. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.

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