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Base Nacional Comum Curricular

UM PROGRAMA DA:

Fundação Telefônica Vivo

Escolas Conectadas

Estudos do módulo 1

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o documento que determina o conjunto de


aprendizagens essenciais que todos os alunos brasileiros têm o direito de desenvolver a cada
ano e etapa da Educação Básica.

A discussão a respeito da necessidade de estabelecer conteúdos mínimos para o ensino é


antiga. Isso estava previsto em alguns marcos legais, como a Constituição de 1988 e a Lei de
Diretrizes e Bases (LDB) de 1996. Sancionado em 2014, o Plano Nacional de Educação (PNE)
também indica a BNCC como uma das estratégias para se atingir as metas de qualidade para a
Educação no período 2014-2024.

Em 2015, começou a construção do documento, que teve o texto referente às etapas de


Educação Infantil e Ensino Fundamental homologado em dezembro de 2017. No fim do ano
seguinte, foi a vez da BNCC do Ensino Médio. Como diretriz nacional, a BNCC é obrigatória.

Vale ressaltar que a BNCC não é um currículo. Como o próprio nome diz, base é o que sustenta.
A BNCC é, portanto, o ponto de partida para a construção de um currículo, ao organizar e
articular as habilidades a serem construídas da Educação Infantil ao Ensino Médio. Seu foco
está em “o que ensinar”, em “que aprendizagens oportunizar”. A parte do “como ensinar”
(como promover aprendizagens essenciais), que também compõe um currículo, não entra no
documento. Isso fica a cargo de redes, gestores escolares e professores. Pode-se dizer que os
currículos são o caminho para conquistar os objetivos que a BNCC exige.

A Base também não deve ser confundida com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação
Básica (DCNs) ou os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Esses documentos foram
referências para sua construção. Como a Base, as DCNs têm força de lei, ou seja, são
obrigatórias. Mas elas são genéricas. As diretrizes definem, por exemplo, as áreas de
conhecimento que devem integrar um currículo, mas não chegam a tratar do que deveria ser
aprendido em cada uma delas.

Os PCNs, por sua vez, não são obrigatórios, o que significa que a escola define se quer ou não
utilizar aquelas sugestões. Estes servem mais como uma referência pedagógica, pois tratam de
concepção, metodologia e sugestões didáticas, por exemplo. Outra diferença é que os objetivos
de aprendizagem sugeridos nos parâmetros são por ciclos e não por ano, como a BNCC, que é,
portanto, mais específica e traz detalhamentos que os outros documentos não têm.

Estrutura BNCC

Para avançar na compreensão sobre a BNCC, é necessário conhecer sua estrutura, ou seja,
saber como as informações estão organizadas e o que significam os termos-chaves. É muita
informação! Mas não desanime. Para ajudar, elaboramos um infográfico, disponível a seguir.
O infográfico apresenta a estrutura, mas não detalha tudo.

Educação Infantil

Nesta etapa, os direitos de aprendizagem, os campos de experiências e os objetivos de


aprendizagem e desenvolvimento giram em torno de dois eixos estruturantes para a
elaboração dos currículos locais: interações e brincadeiras. “A criança pequena organiza as
ideias e sentimentos, compreende o mundo por meio da brincadeira. Com isso, não quero
dizer que ela vai brincar para aprender. A criança já brinca e, porque faz isso, ela aprende. De
certa maneira, brincar é a linguagem da criança. É algo tão importante que está na Base duas
vezes: como eixo estruturante e como direito de aprendizagem”, explica Silvana Augusto,
formadora do Instituto Avisa Lá e coordenadora da pós-graduação em Educação Infantil no
Instituto Singularidades.

Sobre as interações, Silvana afirma: “As interações estão presentes desde muito cedo, inclusive
entre os próprios bebês, que percebem e reagem às ações dos outros”. O texto introdutório da
BNCC completa o raciocínio: “Ao observar as interações e a brincadeira entre as crianças e
delas com os adultos, é possível identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação
das frustrações, a resolução de conflitos e a regulação de emoções”. Há ainda o papel do
objeto, com o qual os bebês também interagem.

Os trechos acima são excertos da reportagem Quais mudanças que a BNCC propõe para a
Educação Infantil e como colocá-las em prática?, que explica vários dos conceitos por trás do
documento e traz exemplos para ajudar no planejamento do professor.

Para saber em detalhes quais são os seis direitos de aprendizagem, leia: Entenda os seis
direitos de aprendizagem propostos pela BNCC.

Se sua principal dúvida é sobre os cinco campos de experiências, você pode se aprofundar no
assunto realizando o curso gratuito Os campos de experiências na Educação Infantil ou ler o
texto O que são os campos de experiências da Educação Infantil.
Ensino Médio

Entre as definições mais importantes da BNCC para o Ensino Médio, foi aprovado que apenas
Língua Portuguesa e Matemática serão os componentes obrigatórios nos três anos, e os demais
conhecimentos poderão ser distribuídos ao longo da etapa, sejam concentrados em um ano,
ou em dois, ou mesmo distribuídos em três. Os currículos estaduais também deverão ser
adaptados e implementados e trarão as especificidades locais ao documento.

A aprovação da BNCC segue as diretrizes estabelecidas na Reforma do Ensino Médio de 2016,


que estruturou o aprendizado em cinco itinerários formativos: linguagens e suas tecnologias,
matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e
sociais aplicadas e formação técnica e profissional. Com a reforma, ficou estabelecido também
que as escolas poderão escolher como vão ocupar 40% da carga horária do Ensino Médio. Os
demais 60% são definidos pela BNCC.

Os dois parágrafos foram retirados da reportagem BNCC do Ensino Médio: o que especialistas
pensam sobre o texto aprovado. Como o título sugere, nela você encontra comentários sobre
os pontos positivos e também críticas a respeito do documento.

A seguir, apresentamos informações sobre um ponto essencial da BNCC: as dez competências


gerais. São elas que orientam e estruturam o documento

As dez competências gerais da BNCC

A BNCC foi elaborada considerando como pilares dez competências gerais que vão nortear o
trabalho das escolas em todos os anos e componentes curriculares da Educação Básica. Elas
constituem o propósito final de tudo que os estudantes irão vivenciar, aprender e desenvolver
da Educação Infantil até o Ensino Médio. São direitos essenciais.

Vale lembrar que o documento considera competência como sendo a “mobilização de


conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e
socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do
pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho” (BRASIL, 2018, p. 8).

Na prática, a BNCC aponta a necessidade de assegurar a aprendizagem dos alunos nos


componentes curriculares tradicionais, mas não só. Ela também indica que as escolas
promovam o desenvolvimento intelectual, social, físico, emocional e cultural, compreendidos
como dimensões fundamentais para a perspectiva de uma educação integral.

E quais são estas competências? Para facilitar o entendimento, ganharam títulos que sintetizam
suas principais características:

1 – Conhecimento

2 – Pensamento científico, crítico e criativo

3 – Repertório cultural

4 – Comunicação

5 – Cultura digital

6 – Trabalho e projeto de vida

7 – Argumentação

8 – Autoconhecimento e autocuidado

9 – Empatia e cooperação

10 – Responsabilidade e cidadania

Este curso gratuito traz explicações sobre as dez competências gerais e apresenta sugestões de
como preparar a escola para trabalhar as competências, incluindo o planejamento da formação
dos professores.

Papel de gestores, professores e alunos na implementação da BNCC


Qual aluno, como sociedade, queremos formar? Para conseguir responder a esta importante
pergunta, a estratégia é ler o capítulo introdutório da BNCC, que define qual concepção de
educação norteará a Educação brasileira.

Como comentamos na etapa anterior, o documento orienta-se por uma concepção de


Educação Integral, na qual o desenvolvimento de crianças e jovens deve ser promovido em
todas as suas dimensões: intelectual, física, emocional, social e cultural. Assim, o documento
aponta que a Educação Básica brasileira deve promover a formação dos estudantes como
pessoas, profissionais e cidadãos, para que eles sejam capazes de construir uma sociedade
mais justa, ética, democrática, responsável, inclusiva, sustentável e solidária.

Essa perspectiva de educação já estava presente em documentos referenciais anteriores, como


a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), as Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCNs) e o Plano Nacional de Educação (PNE).

O documento também coloca a necessidade de construir aprendizagens relevantes, que façam


sentido para os estudantes e transformem positivamente a vida deles. É o rompimento com a
lógica conteudista e fragmentada. Isso está explícito, por exemplo, neste trecho da introdução:
“A BNCC propõe a superação da fragmentação radicalmente disciplinar do conhecimento, o
estímulo à sua aplicação na vida real, a importância do contexto para dar sentido ao que se
aprende e o protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de seu projeto
de vida” (BRASIL, 2018, p. 15).

Crianças e jovens com participação ativa

Do ponto de vista dos alunos, a educação integral requer a participação reflexiva, protagonista
e colaborativa deles no cotidiano de suas escolas, na relação com seus pares e na construção
do próprio conhecimento. Nas decisões da instituição, essa participação pode ser exercida por
meio do grêmio estudantil ou de colocações em assembleias, por exemplo. Nas práticas e nos
projetos pedagógicos, ela se concretiza quando a criança ou o jovem interage, opta, propõe e
cria juntamente com o professor e os colegas. E isso deve ser estimulado durante toda a
Educação Básica. Não é à toa que direitos de aprendizagem e desenvolvimento, no caso da
Educação Infantil, são verbos. E as habilidades, para os Ensinos Fundamental e Médio, também
começam por verbos. Eles indicam que experiências e aprendizagens vêm da ação, de um fazer
que está junto à cognição e aos sentimentos.

Tornar crianças e jovens protagonistas exige quebrar a lógica de tratá-los somente como
receptores de conteúdos e com interesses previamente estabelecidos. Construir a autonomia
necessária para que eles possam participar ativamente do próprio processo de aprendizagem
demanda de professores e gestores a criação de espaços de diálogo. Só assim a realidade, os
questionamentos e as motivações dos estudantes poderão ser utilizados para favorecer a
aprendizagem.

Professor orientador e incentivador

No planejamento, que passa a ser feito com base em habilidades e não em conteúdos, a
mediação pedagógica assume novo enfoque, no qual o professor é orientador e incentivador –
tornando-se parceiro do estudante e instigando-o a compartilhar e refletir. “O papel do
professor continua sendo o de alguém que acredita no potencial dos alunos, que tem altas
expectativas sobre a aprendizagem, que planeja bem a aula, que conduz na sala um ambiente
desafiador, mas estimulante. Hoje, há muitos estudos mostrando aspectos do trabalho docente
como um grande agente que articula e faz a mediação da aprendizagem. Mas o professor
também precisa estudar, precisa de apoio, de incentivo e valorização, para que consiga fazer
tudo que se espera dele”, diz Katia Smole, diretora do Mathema e do Instituto Reúna, no texto
O papel do professor é acreditar no potencial dos alunos.

A mudança de ensino por meio de memorização e transmissão de conhecimento para uma


proposta que entende o aluno como protagonista e agente de construção de saberes também
pressupõe a adoção de abordagens investigativas, em que os conhecimentos prévios dos
alunos se articulam com aqueles que são os objetivos da atividade educativa.

Essa articulação não deve ficar restrita a apenas uma área de conhecimento, por isso o
incentivo, no texto da BNCC, para a interdisciplinaridade – “forma de encontrar conexões entre
as disciplinas para se estudar um tema de interesse com o objetivo de responder aos
questionamentos suscitados por ele, criando um significado para a aprendizagem. Para isso, as
diferentes áreas do conhecimento ajudam a buscar as respostas”, coloca Selene Coletti, no
texto 7 dicas para trabalhar a interdisciplinaridade no Fundamental 1. Professora com atuação
na Educação Infantil e nos primeiros anos do Fundamental, Selene foi uma das vencedoras do
Prêmio Educador Nota 10 em 2016. Como a coordenação pedagógica pode colaborar para
colocar em prática a interdisciplinaridade? A reportagem de capa de GESTÃO ESCOLAR
Interdisciplinaridade apresenta alguns caminhos.

Escola democrática e acolhedora

Para formar os alunos, o professor também necessita desenvolver as dez competências gerais
colocadas na BNCC. Não basta ter conhecimento do componente curricular a ser ensinado. É
preciso também desenvolver atitudes, valores e habilidades que permitam a ele ser o exemplo
para o estudante.
O mesmo raciocínio vale para os processos dentro da escola. Gestão, formação de professores,
avaliação e o próprio projeto político-pedagógico (PPP) são pontos que deverão ser repensados
para que tudo esteja alinhado com os princípios da BNCC. Para contribuir com seu
desenvolvimento, as escolas precisam ser instigantes e acolhedoras, tanto no que diz respeito à
estrutura física quanto ao clima escolar. Não dá para desenvolver empatia, colaboração,
valorização da diversidade, autoestima, responsabilidade e cidadania, por exemplo, sem
vivências práticas.

Papel de Gestores e Alunos na implantação da BNCC

Como consta neste material, a BNCC orienta a elaboração dos currículos municipais e
estaduais. Nas escolas, deve ser feita a revisão do projeto político-pedagógico (PPP), para que
se alinhe a esses referenciais. Depois, as propostas são concretizadas nos planos de aula dos
professores. Isso significa que, para a implementação efetiva da Base nas instituições de
ensino, é necessário o envolvimento de todos: secretarias, gestores, docentes, funcionários,
alunos e famílias.

Para planejar, o professor deve ter condições para realizar um trabalho coletivo, contando com
o apoio de colegas docentes e também da coordenação pedagógica. Afinal, é por meio de
trocas e reflexões sobre práticas pedagógicas e experiências bem-sucedidas que se constrói um
bom planejamento.

O exemplo citado por Eliane é hipotético e trata de apenas uma das habilidades de Ciências. A
seguir, fazemos uma curadoria de reportagens, vídeos e cursos produzidos por NOVA ESCOLA
em que são apresentados casos reais e exemplos de todas as etapas e componentes
curriculares para ajudá-lo a compreender como planejar propostas para desenvolver
competências e habilidades em sintonia com as indicações da Base.

Educação Infantil

- Como trabalhar os campos de experiências com o desenho coletivo mostra como uma
professora desenvolveu uma atividade alinhada à BNCC com crianças pequenas (4 anos a 5
anos e 11 meses). O texto também traz links para vídeos com atividades no tanque de areia
(crianças bem pequenas) e uma leitura para bebês.

- A Trilha BNCC da Educação Infantil reúne vários conteúdos sobre o tema, incluindo um relato
de Evandro Tortora, professor de Educação Infantil em uma escola municipal de Campinas (SP)
e colunista de NOVA ESCOLA, sobre como planeja as atividades com sua turma.
Ensino Fundamental

A série de vídeos BNCC na Prática leva você para dentro da sala de vários professores para
mostrar como eles estão trabalhando propostas que contemplem as indicações da Base. Os
temas são:

- Escrita coletiva com alunos da alfabetização;

- Textos multissemióticos na aula de Língua Portuguesa (turma de 4º ano);

- Língua Portuguesa: como ensinar gramática de forma contextualizada (turma de 9º ano);

- Matéria e Energia no Fundamental 1 (5º ano);

- Matéria e Energia no Fundamental 2 (8º ano);

- Astronomia no Fundamental 1 (5º ano);

- Introdução ao pensamento algébrico (1º ano).

Ensino Médio

Ensino Médio na BNCC: como desenvolver propostas em sala apresenta uma série de cursos
gratuitos, que detalham as mudanças para este ciclo e debatem casos reais.

Sistematização

O ano de 2020 seria o da implementação da BNCC. Mas ninguém contava com uma pandemia
que transformaria o cenário educacional no mundo todo. As escolas foram fechadas, o ensino
remoto se impôs como alternativa e a realidade de desigualdade no acesso à internet não
pôde ser ignorada. Tudo isso colocou diretores, coordenadores pedagógicos e professores com
a necessidade de priorizar o que seria possível incluir nos processos de ensino e aprendizagem.
Ninguém conseguiu realizar tudo o que estava previsto no início do ano.

Para 2021, os desafios continuam. Afinal tem sido preciso planejar considerando também o
que foi feito em 2020 e o que não foi feito. Vivemos novamente um ano atípico, em que a
priorização é necessária nas escolas. Mas como fazer isto?

Antes de tudo vale enfatizar que as habilidades indicadas na BNCC devem ser consideradas sob
a perspectiva da continuidade das aprendizagens ao longo da escolarização, ou seja, elas se
relacionam entre si e determinam uma progressão, “que pode tanto estar relacionada aos
processos cognitivos em jogo – sendo expressa por verbos que indicam processos cada vez
mais ativos ou exigentes – quanto aos objetos de conhecimento – que podem apresentar
crescente sofisticação ou complexidade –, ou, ainda, aos modificadores – que, por exemplo,
podem fazer referência a contextos mais familiares aos alunos e, aos poucos, expandir-se para
contextos mais amplos”, como explica o texto de introdução da Base (BRASIL, 2018, p. 31).

Um dos caminhos para priorizar é identificar, dentro do que é essencial (todas as habilidades
indicadas na BNCC), quais são as habilidades focais, ou seja, aquelas inegociáveis, pois
englobam aprendizagens que são pré-requisitos e garantem a progressão ano a ano.

Este trabalho de priorização não deve ser feito isoladamente pelo professor. Cabe às redes de
ensino, com base na BNCC e também nas características locais, estabelecer o que deve ser
priorizado no currículo. Com essas orientações, gestores e professores poderão aprimorar o
planejamento para 2021.

Esse planejamento deve considerar que cada habilidade demanda um processo para ela ser
desenvolvida, o qual, por sua vez, é marcado por objetivos de aprendizagem distintos. Assim,
não dá para falar apenas em progressão ano a ano. Deve-se considerar também a progressão
de objetivos no mesmo ano.

O Instituto Reúna, organização parceira de NOVA ESCOLA, fez justamente esse trabalho de
identificar quais são as habilidades focais, de acordo com a BNCC, e criou os mapas de foco –
documentos para orientar a flexibilização dos currículos. Você pode acessá-los aqui.

O curso de NOVA ESCOLA Fechamento e Planejamento – ideias para a transição entre 2020 e
2021 traz uma entrevista com Fabiana Cabral, coordenadora de projetos sociais do Reúna, na
qual ela explica quais foram os critérios utilizados para elaborar esses mapas. Ela fala, entre
outros pontos, sobre a necessidade de o professor, ao pensar na progressão e nas habilidades
focais, não olhar apenas para o componente curricular que ele está lecionando, mas também
para a integração dessas habilidades priorizadas com as outras áreas do conhecimento,
prezando pela interdisciplinaridade.

No mesmo curso, que é gratuito, Katia Chiaradia comenta a importância de adotar a


priorização este ano. Katia fez parte do Time de Autores de NOVA ESCOLA, produzindo planos
de aula de Língua Portuguesa, e, em 2020, trabalhou com redes de ensino para apoiar a
priorização dos currículos neste contexto que estamos vivendo.

O tema da priorização também aparece em outro curso gratuito: A escola após a pandemia:
como conduzir o retorno às aulas. Nele, Katia Smole, diretora do Instituto Reúna e do Grupo
Mathema, lembra que o próprio Conselho Nacional de Educação (CNE) emitiu parecer
favorável à priorização, considerando o caráter de exceção do período em que vivemos. Nas
aulas desse curso, há também discussões sobre avaliação, planejamento, diálogo entre equipe
gestora e docente e diálogo com as famílias, entre outros pontos.

Revisão

A BNCC não é currículo, mas orienta a construção das propostas curriculares das redes
municipais e estaduais;

● O documento é obrigatório e deve ser considerado em qualquer modalidade de ensino:


presencial, parcialmente presencial ou remoto;

● Brincadeira e interação são os dois eixos estruturantes da BNCC de Educação Infantil, que
indica também seis direitos de aprendizagem e cinco campos de experiências;

● A organização dos componentes curriculares no Ensino Fundamental é composta de


unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades;

● No Ensino Médio, apenas Língua Portuguesa e Matemática são obrigatórias nos três anos;

● As dez competências gerais compõem os pilares da BNCC e norteiam todo o trabalho de


escolas e professores ao longo de toda a Educação Básica;
● O documento aponta para a necessidade de trabalhar a educação integral de crianças e
jovens, promovendo o desenvolvimento intelectual, físico, social, cultural e emocional;

● A Base indica a necessidade de a escola construir aprendizagens relevantes, que façam


sentido para os estudantes e transformem positivamente a vida deles;

● A Educação integral demanda a participação reflexiva, protagonista e colaborativa dos


estudantes no cotidiano de suas escolas, na relação com seus pares e na construção do próprio
conhecimento;

● No planejamento, que passa a ser feito com base em habilidades e não em conteúdos, a
mediação pedagógica assume novo enfoque, no qual o professor é orientador e incentivador;

● Gestão, formação de professores, avaliação e o próprio projeto político-pedagógico (PPP)


são pontos que deverão ser repensados para que tudo esteja alinhado com os princípios da
BNCC;

● A BNCC orienta a elaboração das propostas curriculares municipais e estaduais. Nas


escolas, deve ser feita a revisão do projeto político-pedagógico (PPP) para que ele se alinhe a
esses referenciais. Depois, as propostas são concretizadas nos planos de aula dos professores;

● Para priorizar o currículo, é necessário pensar nas habilidades focais, aquelas que são
inegociáveis, ou seja, são pré-requisitos para as aprendizagens do ano seguinte e, assim,
garantem a progressão ano a ano.

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