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Divisões Regionais do Brasil

Regionalizar significa dividir o espaço a partir de critérios específicos, agrupando áreas


com características comuns, que podem ser naturais, históricas, culturais ou
socioeconômicas.
A criação do IBGE – a “maior agência de planejamento territorial do governo
brasileiro” (Almeida, 2003, p. 79) – se dá num contexto de radical tranformação do
Estado brasileiro, como ficou já demonstrado em estudos consagrados sobre os
sucessivos governos de Getúlio Vargas (Schwartzman, 1982; dos Santos, 1987). Octavio
Ianni (1979) mostra que a partir da década de 1930 se acelera o processo de
desmantelamento do “Estado oligárquico” existente, e a ação estatal ganha maior
institucionalidade, se tornando mais complexa.
Os processos de burocratização e centralização do poder político se materializam na
criação de Conselhos, Comissões, Institutos, Companhias, Fundações, além da
promulgação de uma série de leis e de decretos que alterariam a história do país.

Regionalização de 1913
A primeira divisão regional do Brasil foi feita por Delgado de Carvalho, em 1913, tendo
por base os elementos do meio físico e a posição geográfica do país. Os critérios
utilizados para fazê-la foram físicos (relevo, clima e vegetação ), já que a natureza era
considerada duradoura e as atividades humanas, mutáveis.
A divisão regional deveria ser baseada em critérios que resistissem por bastante tempo.
Tal divisão demonstra uma preocupação muito grande em fortalecer a imagem do Brasil
como uma nação, uma vez que a República havia sido proclamada há poucos anos, em
15 de novembro de 1889.
Dividia-se o país em cinco regiões (“ os cinco brasis”), segundo aspectos físicos:
Setentrional, Norte Oriental, Central, Oriental e Meridional. Ainda não existiam os
estados do Amapá, Roraima ou Mato Grosso do Sul, por exemplo.
Regionalização de 1940
Em 1940, com o aumento da migração do Nordeste para o Sudeste, o Instituto de
Geografia e Estatística (IBGE) elaborou uma nova proposta de divisão para o país que,
além dos elementos físicos, considerou os aspectos socioeconômicos.
Os estudos da Divisão Regional do IBGE tiveram início em 1941, sob a coordenação do
Prof. Fábio Macedo Soares Guimarães. O objetivo principal de seu trabalho foi de
sistematizar as várias “divisões regionais” que vinham sendo propostas, de forma que
fosse organizada uma única Divisão Regional do Brasil para a divulgação das
estatísticas brasileiras.
A região Norte era composta pelos estados do Amazonas, Pará, Maranhão e Piauí e pelo
território do Acre. Goiás e Mato Grosso formavam com Minas Gerais, a região Centro.
Bahia, Sergipe e Espírito Santo formavam a região Leste. O Nordeste era composto por
Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Paraná, Santa Catarina,
Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro pertenciam à região Sul.
Criado em 1936, o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), seria o responsável
por coletar dados estatísticos sobre o país e ajudar na administração pública.
Regionalização de 1945
De acordo com a divisão regional estabelecida em 1945, o Brasil passou a ter sete
regiões: Norte, Nordeste Ocidental, Nordeste Oriental, Centro-Oeste, Leste Setentrional,
Leste Meridional e Sul.
Na porção norte do Amazonas foi criado o território de Rio Branco, atual estado de
Roraima; no norte do Pará foi criado o Estado do Amapá.
Mato Grosso perdeu uma porção a noroeste (batizado como território de Guaporé) e
outra ao sul (chamado território de Ponta Porã). O Sul, Paraná e Santa Catarina foram
cortados a oeste, criando o território de Iguaçu.
A capital do Brasil foi transferida para Brasília, em 21 de abril de 1960, na Região
Centro-Oeste. Assim, o município neutro do Rio de Janeiro se transforma no estado da
Guanabara, enquanto o território restante passa a se denominar Rio de Janeiro.
Em 1962, o Território Federal do Acre foi elevado para estado e o Território Federal do
Rio Branco passou a se chamar Território Federal de Roraima.

Regionalização de 1970
Nesta década, estabelecem-se as cinco grandes regiões que conhecemos hoje: Norte,
Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
Em 1975, o estado da Guanabara é extinto, se funde ao estado do Rio de Janeiro,
convertendo-se em sua capital.
Em 1979, o estado do Mato Grosso é desmembrado para a criação do estado do Mato
Grosso do Sul cuja capital é Campo Grande
Foi criada a região Sudeste, composta pelos estados de São Paulo e Rio de Janeiro,
sendo agrupados a Minas Gerais e Espírito Santo.
O Nordeste recebeu Bahia e Sergipe. Todo o território de Goiás, ainda não dividido,
pertencia ao Centro-Oeste.

Regionalização de 1990
A regionalização atual é de 1970, adaptada em 1990, em virtude das alterações da
Constituição de 1988. Com as mudanças realizadas, ficou definida a divisão brasileira
que permanece até os dias atuais.
Em 1990, o norte de Goiás torna-se o estado de Tocantins, criado em 05 de outubro de
1988, e sua capital é a cidade de Palmas.
A Constituição de 1988 extingue os últimos territórios federais no Brasil, Amapá e
Roraima, que são elevados à categoria de estados.
Também o arquipélago de Fernando de Noronha, deixa de ser um território federal e
passa a ser um distrito do estado de Pernambuco.

Complexos regionais ou regiões geoeconômicas


Divisão regional proposta pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger em 1967. A principal
diferença é que essa regionalização não considera os limites políticos dos estados e
segue um critério de formação histórico-econômica do país.
A modernização econômica do território, em curso desde a década de 1960, tem um
papel fundamental na caracterização das regiões.
O Centro-Sul é a região mais desenvolvida, em que se observa intensa modernização
econômica do território, enquanto a Amazônia é uma região em que esse processo ainda
não é intenso.
Por fim, o Nordeste é uma região que foi pujante no passado, mas que foi perdendo
importância ao longo do tempo.

Os quatro Brasis ou regionalização de Milton Santos


Essa regionalização utiliza um critério com base no processo histórico de ocupação e
transformação do território a partir do conceito de meio técnico-científico-
informacional.
O MTCI está inserido no contexto da Terceira Revolução Industrial e, assim, a Região
Concentrada (Sul + Sudeste) é a que apresenta o estágio mais avançado de inserção na
globalização, com denso sistema de fluxos (comunicação e transportes) e elevado índice
de atividades modernas.
No Centro-Oeste, também se observa um intenso processo de modernização, porém,
em razão do emprego de alta tecnologia na produção agropecuária.
O Nordeste apresenta apenas alguns pontos de inserção de recursos tecnológicos
avançados, enquanto a Amazônia se trata de uma região de baixa densidade
demográfica e recursos tecnológicos.

https://www.todamateria.com.br/divisao-regional-do-brasil/#:~:text=O%20Brasil
%20%C3%A9%20dividido%20em,foram%20incorporadas%2C%20como%20o
%20Acre.
https://descomplica.com.br/d/vs/aula/propostas-de-regionalizacao-do-brasil/
https://www.google.com/amp/s/mundoeducacao.uol.com.br/amp/geografia/o-processo-
divisao-regional-territorio-brasileiro.htm
https://metadados.snirh.gov.br/geonetwork/srv/api/records/046a1be6-7c41-427d-8d41-
32e47345df80
https://www.ibge.gov.br/geociencias/cartas-e-mapas/redes-geograficas/15778-divisoes-
regionais-do-brasil.html

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