Não é incomum ouvir dizer que o Brasil é um país continente,
devido a sua grande extensão territorial o Brasil é conhecido
como um país de dimensões continentais isso significa que sozinho já poderíamos ser um continente. Para se ter uma ideia, retirando a Rússia todos os outros países europeus caberiam dentro do nosso território.
Somos o quinto maior país do mundo em extensão territorial
ficando atrás apenas da Rússia, Canadá, Estados Unidos e China. Por ser assim tão grande, se faz necessário dividir o território em regiões, para facilitar administração, criação de políticas públicas, a divulgação de dados estatísticos e a compreensão das dinâmicas que ocorrem em nosso país.
Antes de conhecer a atual regionalização do território brasileiro,
vamos recordar o significado de região que é um importante conceito geográfico. Compreendemos a regionalização como o agrupamento de elementos semelhantes do espaço geográfico a partir de critérios, é como dividir o espaço em partes que abrigam elementos iguais ou semelhantes, e ao dividir o espaço em partes formamos as regiões. A divisão regional do Brasil Atualmente o Brasil é composto por 27 unidades da federação (26 estados e o distrito federal) que estão distribuídas em cinco Grandes Regiões, também conhecidas como Macrorregiões, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi o órgão federal responsável por estabelecer a regionalização oficial do Brasil.
No entanto, o território brasileiro nem sempre apresentou a atual
regionalização. Podemos observar ao longo da história do nosso país outras configurações territoriais, veja a Figura I: Em 1940, como apresenta a Figura I, considerando os aspectos físicos e econômicos, o IGBE apresentou a proposta de divisão do território brasileiro em cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro, Este e Sul.
Em 1960, pautado pelos mesmo critérios de regionalização, o
IBGE apresenta a divisão regional do Brasil em: Norte, Nordeste, Centro- Oeste, Leste e Sul. Na Figura II, nos chama atenção o surgimento dos territórios do Amapá, Rio Branco e Rondônia, além da transferência do Distrito Federal da Região Sul para o Centro- Oeste.
MODERNA. MAESTU J. (Org.) OBRA COLETIVA. Projeto Buriti
Geografia 5º ano. 4ª ed. São Paulo: Moderna, 2019. Atualmente a regionalização do IBGE considera aspectos naturais, sociais e econômicos. Na Figura III, observamos o surgimento de novos estados como Tocantins, Acre, Amapá, Roraima, Rondônia e Mato Grosso do Sul, além da extensão da região nordeste até a Bahia e o surgimento da região Sudeste.
Uma das principais características da regionalização oficial do
Brasil, proposta pelo IBGE, é o respeito às fronteiras das unidades da federação, observe que em nenhuma das regionalizações apresentadas pelo IBGE desde 1940 um estado faz parte de duas regiões ao mesmo tempo.
Regionalizações não oficiais
Existem outras possibilidades de regionalização do território brasileiro, no entanto, ainda que muito discutidas por estudiosos, são propostas não oficiais, é preciso compreender que o Governo Federal reconhece e adota como divisão oficial do Brasil apenas a proposta pelo IBGE. Veja a Figura IV:
A Figura IV apresenta os Complexos Regionais ou Macrorregiões
Geoeconômicas, a regionalização foi proposta em 1967 pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger e considera as características econômicas dos espaços geográficos como critério de regionalização. É possível observar que as regiões não respeitam os limites dos estados e divide o Brasil em: Complexo Amazônia, Nordeste e Centro- Sul. O geógrafo Milton Santos, no início dos anos 2000, propôs a regionalização brasileira segundo o meio técnico- científico- informacional os critérios de regionalização estão ligados a inserção das regiões brasileiras ao meio técnico- científico- informacional sendo as regiões diferenciadas pela densidade de recursos técnicos, informacionais e pela rede de transporte e comunicação integradas às atividades econômicas. Essa possibilidade de regionalização é conhecida como os “quatro brasis”: Região Amazônica, Nordeste, Centro-Oeste e região Concentrada.
Regionalização de Goiás No início dos anos 90, o IBGE vai
regionalizar o estado de Goiás em Mesorregiões e Microrregiões tendo como critério de regionalização “o processo social como determinante, o quadro natural como condicionante e a rede de comunicação e de lugares como elemento da articulação espacial.” Veja o mapa: Como observamos na Figura V, o estado de Goiás está dividido em cinco Mesorregiões: Centro Goiano, Leste Goiano, Noroeste, Norte Goiano e Sul Goiano. No entanto, essa não foi a primeira proposta de regionalização administrativa do território goiano e nem a última, o próprio IBGE em 2017 propõe o fim das Mesorregiões e passa a propor as Regiões Geográficas Imediatas e Intermediárias. Ainda assim, o mapa presente na Figura V, é visto com frequência na imprensa ou sendo utilizado pelo poder público.
Antônio Teixeira Neto aponta a existência de regiões
geoeconômicas (Sudoeste Goiano, Mato Grosso Goiano, Sudeste Goiano e o Corredor da “Belém-Brasília”), apresentando outra possibilidade de regionalização administrativa para o estado de Goiás. Existem diversas possibilidades de regionalização do espaço geográfico, ao longo deste texto apresentamos apenas algumas regionalizações administrativas do estado de Goiás e do Brasil. Vale ressaltar que o agente regionalizador é quem estabelece os critérios de regionalização que vão formar uma nova região.