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Resenha Crítica: 2.

Organização Regional do Brasil Segundo Pedro


Pinchas Geiger

O texto em análise discute a complexa questão da organização regional do Brasil


a partir da perspectiva de Pedro Pinchas Geiger. O autor destaca que a unidade
territorial do Brasil é um desafio considerável devido à sua vastidão e à
diversidade de relações políticas, culturais, econômicas e sociais presentes no
país. Geiger propõe uma divisão regional que considera essa complexidade, e o
texto aborda o conceito de região como parte integrada dinamicamente em um
conjunto maior.

O conceito de região é explorado de forma abrangente, começando pela análise


de seu significado popular e sua origem etimológica. A região é vista como uma
porção de um todo, e Geiger ressalta a importância de compreender que ela não
pode ser entendida como uma unidade completamente independente ou isolada,
mas sim como parte de um conjunto maior. Essa definição é crucial para a
compreensão da organização regional proposta por Geiger.

O texto também destaca a complexidade do conceito de região na Geografia,


onde é utilizado tanto no senso comum quanto de forma científica. A região é
frequentemente associada à ideia de limites que conferem diversidade espacial,
sendo utilizada em expressões como "a região mais pobre" ou "a região
montanhosa". Além disso, a região pode ser entendida como uma unidade
administrativa, onde ocorre o controle político e administrativo dos Estados.

A Geografia é apresentada como uma ciência que faz discussões sistemáticas


e acaloradas sobre o conceito de região, devido às diversas correntes do
Pensamento Geográfico. O texto ressalta que a Geografia não é a única
disciplina a utilizar o conceito de região, mas suas discussões são mais
aprofundadas e detalhadas devido à sua natureza analítica.

No entanto, é importante notar que o texto não aprofunda a discussão sobre as


diferentes correntes do Pensamento Geográfico e como cada uma delas aborda
o conceito de região. Além disso, o leitor poderia se beneficiar de exemplos
concretos que ilustrassem como diferentes abordagens do conceito de região
impactaram a organização regional do Brasil.
Em resumo, o texto oferece uma introdução sólida ao conceito de região e à
complexidade da organização regional do Brasil segundo Pedro Pinchas Geiger.
No entanto, uma discussão mais aprofundada das correntes do Pensamento
Geográfico e exemplos concretos teriam enriquecido ainda mais a compreensão
do tema.
Resenha Crítica: Compreensão das Diversas Concepções de Região

O texto aborda a evolução das concepções de região na Geografia ao longo do


tempo, explorando três correntes teóricas principais: a Geografia Tradicional, a
Nova Geografia e a Geografia Crítica. Essas correntes proporcionaram
diferentes perspectivas sobre o conceito de região, influenciando a forma como
os geógrafos abordam e entendem as diferenças espaciais.

A Geografia Tradicional, que inclui o Determinismo ambiental e o Possibilismo,


deu origem à concepção de região natural e geográfica. A região natural
baseava-se na ideia de que o meio ambiente influencia diretamente o homem,
levando à criação de regiões com características naturais comuns. Já o
Possibilismo, como uma reação ao Determinismo, enfatizava a harmonia entre
elementos naturais e humanos na definição de regiões.

A Nova Geografia, com sua abordagem quantitativa, introduziu uma visão mais
abstrata das regiões, definindo-as como conjuntos de lugares com diferenças
internas menores do que as diferenças externas. Essa corrente introduziu
abordagens estatísticas para identificar regiões homogêneas e funcionais, mas
foi criticada por sua falta de abordagem crítica das questões sociais.

A Geografia Crítica, fundamentada no Materialismo Histórico e Dialético, trouxe


uma visão mais crítica das regiões. Ela enfatizou a importância da análise
histórica e das relações sociais na compreensão das regiões. A Geografia Crítica
permitiu que os geógrafos considerassem questões como desigualdade social,
segregação urbana e outros fatores sociais ao definir regiões.

Em resumo, o texto oferece uma visão panorâmica das diferentes abordagens à


compreensão de regiões na Geografia. No entanto, é importante destacar que
cada abordagem teve suas limitações e críticas, e a escolha de uma delas muitas
vezes depende do contexto de pesquisa e das questões específicas a serem
abordadas. A compreensão das diversas concepções de região enriquece o
campo da Geografia, permitindo aos geógrafos uma análise mais abrangente e
aprofundada das diferenças espaciais e suas implicações sociais.
Resenha Crítica: Divisão Geoeconômica do Brasil de Pedro Pinchas Geiger

O texto aborda a história da divisão regional do Brasil, destacando a contribuição


de Pedro Pinchas Geiger na proposição de uma nova metodologia de
regionalização baseada em aspectos geoeconômicos. Esse enfoque é crucial
para entender as diferentes características das regiões brasileiras e como elas
se desenvolveram ao longo do tempo.

A divisão regional do Brasil teve início em 1941, coordenada pelo Professor


Fábio Macedo Soares Guimarães, com o objetivo de unificar as várias propostas
de divisão regional em uma única estrutura para divulgação de estatísticas. A
primeira divisão oficial estabeleceu cinco grandes regiões: Norte, Nordeste,
Leste, Sul e Centro-Oeste. Essa divisão inicial foi fundamental para organizar os
dados estatísticos do país.

Em 1976, as mesorregiões foram introduzidas como um nível de agregação


intermediário entre as grandes regiões e as microrregiões homogêneas,
buscando uma maior precisão na análise de dados. No entanto, em 1990, o IBGE
atualizou a divisão regional com base em um modelo conceitual que considerava
o impacto diferenciado do desenvolvimento capitalista no território nacional.
Atualmente, o Brasil é dividido em cinco grandes regiões: Norte, Nordeste, Sul,
Sudeste e Centro-Oeste.

Pedro Pinchas Geiger desafiou essa divisão regional convencional em 1964,


propondo uma nova abordagem baseada em complexos geoeconômicos em vez
de regiões. Ele identificou três grandes unidades econômicas: o Centro-Sul, que
engloba o Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste; o Nordeste, que reúne os
estados nordestinos com fortes raízes históricas; e a Amazônia, como uma vasta
fronteira de recursos a ser explorada. Essa divisão não se alinhava com os
limites regionais tradicionais dos estados, o que proporcionou uma visão mais
dinâmica e integrada do desenvolvimento do Brasil.

No entanto, essa abordagem geoeconômica de Geiger também tem suas


limitações. Ao não considerar os limites regionais estabelecidos pelos estados,
pode dificultar a análise e a comparação de dados específicos para cada unidade
federativa. Além disso, as transformações econômicas e sociais posteriores
podem ter alterado significativamente a dinâmica das regiões, tornando
necessário revisitar e atualizar essa divisão.

Em resumo, o texto destaca a importância da divisão regional do Brasil na


organização de dados estatísticos e na compreensão das diferenças
geoeconômicas e sociais no país. A proposta de Geiger de uma divisão baseada
em complexos geoeconômicos trouxe uma perspectiva inovadora, mas também
levantou desafios metodológicos. A divisão regional é uma ferramenta essencial
para o planejamento e a formulação de políticas públicas, mas deve ser
adaptada às mudanças e realidades em constante evolução.
Resenha Crítica: Centro-Sul na Divisão Geoeconômica do Brasil de Pedro
Pinchas Geiger

O texto aborda a região do Centro-Sul do Brasil na divisão geoeconômica


proposta por Pedro Pinchas Geiger. Essa região é caracterizada por sua
importância histórica e econômica, sendo um núcleo polarizador com destaque
para as metrópoles Rio de Janeiro e São Paulo, além de outros espaços em
crescimento.

A composição da região Centro-Sul é resultado de diversos movimentos ao longo


da história do Brasil. Destacam-se a expansão cafeeira, a colonização e
migração europeia moderna e o processo de industrialização como fatores que
moldaram essa região. O Centro-Sul se destaca como uma região industrial e
urbana, abrigando as duas principais metrópoles nacionais, Rio de Janeiro e São
Paulo. Além dessas metrópoles, outras cidades também exercem papel de
forças polarizadoras, como Curitiba e Porto Alegre.

Um dos aspectos destacados é a influência dos imigrantes europeus no


desenvolvimento da indústria na região, o que contribuiu para a expansão de
algumas grandes cidades, como o Rio de Janeiro e São Paulo. Essa colonização
urbana europeia desempenhou um papel significativo na transformação
econômica e social do Centro-Sul.

Outro fator que impulsiona o desenvolvimento da região Centro-Sul são as


condições climáticas favoráveis, com áreas propícias para o cultivo de
plantações devido ao clima quente e úmido. Em altitudes elevadas, a
temperatura é atenuada, criando condições adequadas para a agricultura. Além
disso, a presença de importantes jazidas minerais na região contribui para o
desenvolvimento industrial.

No entanto, é importante notar que a divisão proposta por Geiger não segue os
limites regionais tradicionais dos estados, o que pode dificultar a análise precisa
de dados específicos para cada unidade federativa. Além disso, a descrição da
região Centro-Sul se concentra principalmente em suas características
econômicas e geográficas, deixando de lado aspectos sociais e culturais que
também são relevantes para compreender plenamente essa região.
Em resumo, a região Centro-Sul desempenha um papel fundamental na
economia e na história do Brasil. A divisão geoeconômica proposta por Geiger
destaca sua importância como uma das três grandes unidades econômicas do
país. No entanto, é importante considerar não apenas seus aspectos geográficos
e econômicos, mas também os aspectos sociais e culturais que moldam essa
região de forma mais abrangente.
Resenha Crítica: Nordeste na Organização Regional do Brasil por Pedro
Pinchas Geiger

O trecho do texto aborda a região Nordeste no contexto da organização regional


do Brasil, conforme a visão de Pedro Pinchas Geiger. A análise destaca que o
Nordeste é uma região menos desenvolvida em comparação com o Centro-Sul
e que sua estrutura econômica está mais centrada na agricultura, o que a torna
subordinada ao Centro-Sul.

O Nordeste é descrito como uma região que não se estruturou em regiões


industriais, o que a coloca em uma posição de dependência em relação ao
Centro-Sul. A economia nordestina é caracterizada como agrária, com uma
estrutura organizacional considerada arcaica e produtividade inferior às regiões
do Centro-Sul. Além disso, o Nordeste é apontado como uma região onde as
relações intra-regionais são mais fortes do que as inter-regionais, o que significa
que suas dinâmicas econômicas são mais voltadas para o próprio Nordeste do
que para outras regiões do país.

O texto também menciona a importância do Nordeste como uma região propícia


para reforma agrária. Embora algumas cidades desenvolvam atividades fabris,
essa industrialização é considerada incipiente em comparação com o Centro-
Sul, devido à falta de uma base industrial sólida.

Em relação às características físicas, o Nordeste é apresentado como uma


região com chuvas irregulares, o que afetou o desenvolvimento da vegetação e
do solo. O texto argumenta que essa irregularidade das chuvas influenciou o
padrão de expansão agrícola nos séculos XIX e XX, concentrando-se nas áreas
mais úmidas ao sul do Nordeste.

Uma observação crítica que pode ser feita é que o texto não explora as causas
subjacentes à disparidade de desenvolvimento entre o Nordeste e o Centro-Sul
em maior profundidade. Não fica claro por que o Nordeste não conseguiu
desenvolver uma base industrial sólida ou como as características físicas da
região contribuíram para essa situação.

Além disso, o texto poderia ter se aprofundado nas políticas públicas e nas
estratégias de desenvolvimento regional que foram adotadas ao longo do tempo
para lidar com as desigualdades regionais no Brasil, especialmente no Nordeste.
Uma análise mais detalhada desses aspectos teria enriquecido a compreensão
das dinâmicas regionais no país.

Em resumo, o trecho fornece uma visão geral da região Nordeste no contexto da


organização regional do Brasil conforme a perspectiva de Pedro Pinchas Geiger.
No entanto, deixa de explorar algumas questões-chave que poderiam aprofundar
a compreensão das razões subjacentes às disparidades regionais no Brasil.
Resenha Crítica: A Região da Amazônia na Divisão Regional de Pedro
Pinchas Geiger

O trecho em questão aborda a região da Amazônia dentro da perspectiva de


organização regional do Brasil, de acordo com a visão de Pedro Pinchas Geiger.
Geiger descreve a Amazônia como uma vasta unidade geográfica caracterizada
pela escassa ocupação humana, que se limita principalmente a áreas ao longo
dos rios. Ele enfatiza que a região é composta por domínios naturais e que a
ocupação humana é limitada, refletindo-se nos fluxos comerciais de pequenos
volumes de mercadorias destinadas à exportação e distribuição de produtos
importados.

A macrocefalia urbana na Amazônia é evidenciada pela concentração


populacional em Belém e Manaus, de acordo com a perspectiva de Geiger. Essa
ênfase na concentração populacional em algumas cidades da região é explicada
pela geografia desafiadora da Amazônia, que impõe restrições à ocupação
humana devido à sua natureza complexa e vastidão.

Comparando a visão de Geiger sobre a Amazônia na década de 1960 com a


situação atual, o texto destaca a coerência de sua análise em vários aspectos.
A Amazônia continua sendo uma região com uma ocupação demográfica
escassa, com Manaus e Belém ainda funcionando como polos regionais. No
entanto, houve mudanças significativas, incluindo investimentos em
infraestrutura e o surgimento de novos nichos econômicos na região.

O texto também menciona mudanças no contexto político e institucional


brasileiro, com Speridião Faissol assumindo a liderança da Geografia no IBGE
após uma série de reformas na estrutura do instituto. Essa mudança coincidiu
com uma retomada do interesse pela Geografia Regional, à medida que a
Geografia Sistemática expandia seu espaço.

No entanto, Geiger critica a obsolescência da divisão regional estabelecida na


década de 1940 pelo IBGE, argumentando que ela sobrepôs a o quadro
socioeconômico ao quadro natural. Ele reconhece a utilidade da divisão regional
como uma ferramenta para a coleta de dados estatísticos e comparação ao longo
dos anos, mas destaca a necessidade de revisão e atualização.
Uma análise crítica desse trecho revela que ele fornece uma visão interessante
da região da Amazônia sob a perspectiva de Geiger, destacando a complexidade
da ocupação humana nessa vasta região e as limitações geográficas impostas
pela natureza. No entanto, a análise poderia ter se aprofundado nas mudanças
políticas e econômicas que afetaram a região da Amazônia desde a década de
1960, bem como nas implicações dessas mudanças para o desenvolvimento
regional.

Além disso, a crítica de Geiger à obsolescência da divisão regional do IBGE


levanta questões importantes sobre a necessidade de políticas de regionalização
mais atualizadas e dinâmicas que reflitam com precisão a realidade econômica
e social em constante evolução do Brasil.

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