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CPM DENDEZEIROS - 2024

I UNIDADE - 4/3 a 22/5 GEOGRAFIA


Prof. Pedro Anselmo de S São Thiago
1ª Semana - 11 a 15/3
Entrega e correção durante a semana

2ª Série - Ensino Médio e EM Integral A Regionalização do Brasil

Fonte:
https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/ensino_fundamental/geografia-a-divisao-politico-administrati
va-e-a-divisao-regional-do-brasil/

🚩Para começar!
A regionalização é um processo de divisão de um espaço ou território em regiões, com o objetivo
de facilitar o estudo, a compreensão e o gerenciamento dessas áreas. No Brasil, a regionalização é
fundamental para entender as características geográficas, sociais, econômicas e culturais do país,
dado seu vasto território e diversidade. Este artigo visa explorar como o Brasil é regionalizado,
focando nos critérios adotados para essa divisão e nas características de cada região.
A regionalização do Brasil é uma ferramenta essencial para entender a complexidade e a
diversidade do país. Cada região possui suas peculiaridades, que influenciam diretamente nas
políticas públicas e no desenvolvimento econômico e social. Compreender essas divisões e
características é fundamental para todos nós, pois permite uma visão mais ampla e integrada do
território brasileiro, além de fomentar a consciência sobre a importância da gestão e conservação
dos recursos naturais e culturais do país.
Critérios de Regionalização - O Brasil pode ser regionalizado de diferentes maneiras, dependendo
dos critérios adotados. Os dois principais métodos de regionalização são:
● Regionalização Geoeconômica (Complexos Regionais): Proposta pelo geógrafo Pedro
Pinchas Geiger em 1967, esta regionalização leva em conta aspectos econômicos, sociais
e naturais, dividindo o país em três grandes complexos regionais: Amazônia, Nordeste e
Centro-Sul. Esta divisão busca refletir as dinâmicas internas e as relações econômicas
entre as áreas.

Fonte: https://www.infoescola.com/geografia/complexos-regionais-do-brasil/

● Regionalização Político-Administrativa: Adotada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística), divide o Brasil em cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste,
Sudeste e Sul. Essa divisão é baseada em critérios histórico-culturais e de localização
geográfica, facilitando a gestão administrativa e a implementação de políticas públicas.
(Observar o mapa da abertura da aula)

As Regiões do Brasil - IBGE


● Norte: Predominância da Floresta Amazônica, grande biodiversidade e baixa densidade
populacional. A economia é marcada pela exploração de recursos naturais, como a
mineração e a extração de madeira, além do crescente turismo ecológico.
● Nordeste: Diversidade de paisagens, incluindo zonas áridas (sertão), zonas semiáridas
(agreste) e litoral. A região tem forte identidade cultural, com destaque para festas
populares e culinária. Economicamente, destaca-se pela agricultura, turismo e, em
algumas áreas, pela indústria.
● Centro-Oeste: Predominância do Cerrado e importantes bacias hidrográficas. A região é
um importante centro agropecuário do país, com destaque para a produção de soja, milho
e carne.
● Sudeste: É a região mais populosa e industrializada do Brasil, com destaque para o setor
de serviços, indústria e finanças. Possui grande diversidade cultural e importantes centros
urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro.
● Sul: Clima subtropical, com invernos mais frios. A economia é marcada pela agricultura
(especialmente a produção de grãos e a viticultura), pela indústria e pelo turismo. A
região tem forte influência da imigração europeia em sua cultura e arquitetura.

Os quatro Brasis de Milton Santos

Fonte: https://www.tudogeo.com.br/2019/04/02/os-quatro-brasis-de-milton-santos/

Milton Santos, um dos geógrafos brasileiros mais influentes do século XX, propôs uma visão
crítica sobre a regionalização do Brasil que difere das abordagens tradicionais, como a divisão
político-administrativa do IBGE ou a regionalização geoeconômica de Pedro Pinchas Geiger. A
contribuição de Milton Santos para a regionalização do Brasil está mais atrelada à sua crítica
sobre o processo de urbanização e a forma como o território brasileiro é organizado e vivenciado.
Embora Milton Santos não tenha proposto uma divisão regional do Brasil de forma tão direta
quanto as classificações do IBGE ou de Geiger, suas obras trazem reflexões profundas sobre o
espaço geográfico brasileiro, enfatizando a dinâmica espacial, a urbanização e os fluxos
econômicos e culturais. Ele defendia a ideia de que a organização do espaço é resultado da ação
humana sobre o meio, marcada por relações de poder, tecnologia e trabalho.
Santos destacava a importância de se entender o território não apenas por suas divisões físicas ou
administrativas, mas como um espaço heterogêneo, caracterizado pela diversidade e pelas
desigualdades. Ele via o Brasil como um mosaico de "territórios" e "territorialidades" específicas,
influenciadas pela globalização, pelas redes de comunicações e pela mobilidade das pessoas, bens
e informações.
Uma das contribuições mais significativas de Milton Santos para a geografia e para o
entendimento do Brasil é o conceito de "espaço geográfico como um conjunto indissociável,
composto por um conjunto de sistemas de objetos e um conjunto de sistemas de ações", o que
implica considerar tanto os aspectos materiais quanto as práticas sociais no estudo das regiões.
Ele enfatizava a necessidade de análise das regiões a partir de suas especificidades, levando em
conta o processo de produção do espaço, que é dinâmico e reflete as transformações sociais,
econômicas e políticas.
Portanto, a proposta de Milton Santos para a compreensão do Brasil não se traduz numa divisão
regional específica, mas sim numa abordagem metodológica que valoriza a compreensão do
espaço a partir das relações sociais, econômicas e políticas que o configuram. Ele convida a olhar
para além das divisões territoriais convencionais, para entender como as diferentes regiões do
Brasil são formadas, transformadas e interconectadas dentro de contextos locais e globais.
Milton Santos não propôs especificamente uma teoria dos "Quatro Brasis", mas suas análises e
contribuições para a geografia e para o entendimento da realidade brasileira destacam a
complexidade e a diversidade do país, indo além de simplificações. No entanto, a ideia de dividir
o Brasil em múltiplas realidades ou "brasis" pode ser interpretada a partir de seus estudos sobre
as disparidades regionais, a urbanização e os efeitos da globalização no território nacional.
Ao discutir a organização espacial e as desigualdades no Brasil, Milton Santos enfatizava a
existência de uma geografia marcada por contrastes significativos, não apenas entre regiões, mas
dentro delas, revelando diferentes "Brasis" que coexistem. Essas diferenças são resultado de
processos históricos, sociais, econômicos e políticos que moldam o espaço geográfico de
maneiras distintas. Embora Santos não tenha delineado uma teoria dos "Quatro Brasis", sua obra
permite entender o Brasil como um mosaico de realidades espaciais, cada uma com suas próprias
características, desafios e dinâmicas.
Milton Santos argumentava que a globalização e a modernização tecnológica contribuíram para a
reconfiguração do espaço geográfico, criando novos centros de poder e marginalizando outros.
Isso resultou em um país fragmentado, onde áreas altamente urbanizadas e integradas à economia
global convivem com regiões marcadas pela pobreza, exclusão social e falta de infraestrutura
básica. A regionalização proposta divide o país em região Concentrada, Centro-Oeste,
Nordeste e Amazônia.
A divisão regional leva em consideração os aspectos socioeconômicos e o meio geográfico,
destacando a articulação do território brasileiro inserido como uma economia periférica no
capitalismo globalizado. A partir da difusão histórica das técnicas, busca analisar os fluxos que
ocorrem através da infraestrutura que dá suporte às redes de informação, mercadorias, capitais e
pessoas.
● Região Concentrada: é formada pelos estados do Sudeste e do Sul (São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), sendo
caracterizada como a região de maior consolidação das técnicas, ciência e informação.
Além da maior concentração populacional e das maiores cidades, possui os maiores
complexos industriais, os principais portos, aeroportos e rodovias, infovias, shopping
centers, redes de supermercados, bem como as principais universidades com as maiores
produções científicas do país. Esta região é marcada por uma densa rede urbana, devido a
uma urbanização associada a um setor de comércio e serviços diversificados. A
agricultura é moderna, com intensa utilização de tecnologia. A cidade de São Paulo
constitui-se um polo nacional, estando onipresente em todo o território e centralizando o
capitalismo nacional.
● Região Amazônica: é formada pelos estados do Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre
e Rondônia. Possui baixas difusão de técnicas no espaço além de uma baixa densidade
demográfica. Foi a última região a ampliar a mecanização na produção industrial e
agrícola. Nesta região, os sistemas de informação aparecem através de formas externas,
como por exemplo os satélites do SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia) e os
radares do RADAM (Projeto Radar Amazônia). Possui enclaves modernos, representados
por megaprojetos econômicos como o da Zona Franca de Manaus e o projeto Grande
Carajás, contrastando o sistema de movimento rápido e moderno com o sistema de
movimento lento predominante na região.
● Região Centro-Oeste: essa região, que diferentemente da classificação do IBGE inclui o
estado do Tocantins, possui uma agroindústria moderna, mecanizada e competitiva,
pautada na produção de soja e milho, porém, é subordinada aos interesses das firmas da
região Concentrada.
● Região Nordeste: essa região possui um espaço de rugosidades, que são as marcas de
heranças do passado, oferecendo resistências à difusão do meio
técnico-científico-informacional, que aparece de maneira pontual, por meio de
infraestruturas e redes informacionais. Suas vias, entretanto, servem mais aos migrantes
do que a economia em si, já que a região constitui uma área de repulsão devido a razões
históricas do uso do território nordestino.

🚨Agora é com você!


1. Como as diferentes regionalizações do Brasil contribuem para a compreensão das
identidades culturais específicas de cada região? Reflita sobre a importância de entender
essas divisões para apreciar a diversidade cultural brasileira.
2. De que maneira as características econômicas de cada região, conforme definidas pela
regionalização geoeconômica e político-administrativa, influenciam as políticas públicas e
o desenvolvimento econômico regional no Brasil?
3. Reflita sobre o impacto da globalização nas diferentes "realidades" do Brasil identificadas
por Milton Santos. Como a globalização pode reforçar ou reduzir as desigualdades
regionais?
4. Analise o papel da tecnologia no desenvolvimento das diferentes regiões do Brasil,
considerando as perspectivas de Milton Santos sobre modernização tecnológica e espaço
geográfico. Como a tecnologia pode contribuir para o desenvolvimento equilibrado e
sustentável das regiões brasileiras?

🎯 Para saber mais!


1. Regionalização do Brasil IBGE - Geobrasil
2. Regionalização do Brasil - IBGE, Geiger e Milton Santos (Resumo ilustrado)

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