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DIVISÃO POLÍTICA E REGIONALIZAÇÃO DO BRASIL – 7º ano

A divisão política do Brasil consiste na organização do país em unidades político-


administrativas que possuem autonomia, suas próprias competências e responsabilidades na
administração do país, composta por cinco níveis de governo: União, Estados, Distrito Federal, Municípios e
Territórios. O Brasil é uma república federativa composta por 26 estados federados, um Distrito Federal e
mais de 5.570 municípios. Vou explicar brevemente cada uma dessas divisões políticas:
1. União: É o nível de governo central do Brasil, representado pelo governo federal. A União é
responsável por questões de âmbito nacional, como a política externa, defesa, segurança pública,
política monetária, comércio exterior e administração das leis federais. O governo federal é
composto pelos poderes executivo, legislativo e judiciário.
2. Estados Federados: O Brasil é composto por 26 estados federados, que possuem autonomia
política, administrativa e legislativa em relação ao governo federal. Cada estado possui sua própria
constituição, governador, assembleia legislativa e poder judiciário. Os estados têm competências
para legislar sobre diversos assuntos, como segurança pública, educação, saúde, transporte e meio
ambiente.
3. Distrito Federal: O Distrito Federal (DF) é uma unidade federativa especial, onde está localizada a
capital do país, Brasília. O DF possui um estatuto de autonomia política e administrativa semelhante
ao dos estados, mas com algumas particularidades devido ao fato de abrigar a sede do governo
federal e o poder executivo.
4. Municípios: Os municípios são as menores unidades político-administrativas do Brasil. Atualmente,
existem mais de 5.570 municípios no país. Cada município possui sua própria prefeitura, câmara de
vereadores e poder judiciário municipal. Os municípios têm competências para legislar sobre
assuntos de interesse local, como infraestrutura urbana, serviços públicos municipais, saúde básica
e educação infantil.
5. Territórios: Os territórios são áreas com características especiais e têm um estatuto diferenciado.
Atualmente, não existem territórios no Brasil. No passado, o país possuía territórios federais, como
Fernando de Noronha, que tinham administração direta do governo federal.
Essa divisão política do Brasil é fundamental para a organização e o funcionamento do
Estado, permitindo a descentralização do poder e a distribuição de competências entre as diferentes
esferas governamentais. Essa estrutura política busca garantir a representação e a participação dos
cidadãos em diferentes níveis de governo, promovendo a governança democrática e o desenvolvimento
regional.
Regionalizar uma área significa dividi-la em regiões. Essa divisão, contudo, não é feita de
qualquer maneira; ela segue critérios específicos. A regionalização do Brasil é um conceito importante na
geografia, que busca dividir o país em regiões com características semelhantes, levando em consideração
aspectos físicos, socioeconômicos e culturais. Existem diferentes formas de regionalizar o Brasil, mas uma
das mais utilizadas é a regionalização oficial, definida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
De acordo com essa regionalização, o Brasil é dividido em cinco regiões: Norte, Nordeste,
Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Cada uma dessas regiões possui características distintas em relação ao clima,
relevo, economia, cultura e densidade demográfica.
A Região Norte é a maior do país em extensão territorial e possui uma grande quantidade
de florestas tropicais, como a Amazônia. É uma região rica em recursos naturais, com destaque para a
exploração da biodiversidade e a produção de commodities, como madeira, minérios e produtos agrícolas.
A Região Nordeste é conhecida por seu clima semiárido e sua diversidade cultural.
Apresenta uma grande variedade de paisagens, desde praias paradisíacas até o sertão. A economia
nordestina é baseada principalmente na agricultura, pecuária, turismo e indústria de transformação.
A Região Centro-Oeste é caracterizada pelo cerrado, um bioma de vegetação
predominante. É uma região importante para a produção agropecuária do país, com destaque para a
produção de grãos, como soja e milho. Também abriga a capital federal, Brasília.
A Região Sudeste é a mais populosa e industrializada do Brasil. Nela estão localizados os
estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Possui uma grande diversidade
econômica, com destaque para a indústria, serviços, agricultura e turismo. Também é uma região rica em
recursos naturais, como minérios e petróleo.
A Região Sul possui um clima subtropical e é conhecida por suas paisagens serranas e
praias. É uma região com forte influência europeia em sua cultura e economia. Destaca-se pela produção
agropecuária, com ênfase na produção de grãos, como trigo e arroz, e na criação de gado.
Essa regionalização oficial é utilizada para fins estatísticos e administrativos, auxiliando na
compreensão das diferenças e desigualdades regionais no país. No entanto, é importante ressaltar que o
Brasil é um país diverso, e outras regionalizações também podem ser consideradas, levando em conta
aspectos históricos, socioeconômicos ou culturais específicos.
Outra proposta adotada para regionalização do território brasileiro é a adotada pelo
geógrafo Pedro Pinchas Geiger, com a divisão em regiões geoeconômicas, individualizada segundo critérios
econômicos e geográficos. Nessa divisão, ao contrário do que ocorre com a divisão regional do IBGE, os
limites das regiões não coincidem com a dos estados. Isso significa que um Estado, dependendo de suas
características, pode ter parte de seu território em uma região e parte em outra. É o caso do Maranhão, de
Minas Gerais, Mato Grosso e Tocantins. São os grandes Complexos Regionais que se dividem em três
grandes unidades autônomas: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul.
A regionalização em complexos regionais é uma abordagem alternativa à regionalização
oficial do Brasil, que busca agrupar os estados do país em regiões com características socioeconômicas e
culturais mais semelhantes. Essa regionalização tem como base a análise das relações econômicas e dos
fluxos de interdependência entre as diferentes áreas do país.
Os complexos regionais são agrupamentos de estados que possuem características
econômicas e produtivas semelhantes, formando áreas de influência e interação. Essa abordagem leva em
consideração fatores como atividades econômicas dominantes, infraestrutura, relações comerciais, fluxos
migratórios e integração regional.
Esses complexos regionais geoeconômicos são:
1. Complexo Amazônia: Corresponde à região da Amazônia Legal, abrangendo
estados da Região Norte do Brasil, e maior parte do estado do Mato Grosso e a porção oeste do
Maranhão. É caracterizado pela presença da Floresta Amazônica e uma grande diversidade de
recursos naturais. Apresenta atividades econômicas relacionadas à exploração de madeira,
mineração, pesca e agropecuária e potencial energético, com destaque para a produção de energia
hidrelétrica.
2. Complexo Nordeste: Inclui a parte leste do estado do Maranhão, os demais
estados da Região Nordeste do Brasil e a porção norte de Minas Gerais. É marcado pelo clima
semiárido em algumas áreas, com destaque para o sertão nordestino. Possui uma economia
diversificada, envolvendo agricultura irrigada, a agroindústria, o turismo litorâneo, pecuária,
indústria têxtil, atividades relacionadas a produção de energia eólica e setor de serviços. Também
se destaca pela riqueza cultural e histórica.
3. Complexo Centro-Sul: Corresponde ao sul do Mato Grosso e os demais
estados localizados nas regiões Centro-Oeste, a porção centro-sul de Minas Gerais e os demais
estados do Sudeste e todos os estados da região Sul do Brasil. É a região mais desenvolvida e
industrializada do país, com destaque para a indústria automobilística, metalúrgica, química e de
tecnologia. Também se destaca na agroindústria, produção agropecuária, principalmente na cultura
da soja e na criação de gado, setor financeiro, comércio e serviços. Possui uma densa rede urbana e
é a região mais populosa do Brasil.
Essa abordagem dos complexos regionais busca evidenciar as relações econômicas e a
complementaridade entre as diferentes áreas do país, destacando os fluxos de produção, consumo e
circulação de bens e serviços. É importante ressaltar que a regionalização em complexos regionais não é
uma classificação oficial, mas uma maneira de compreender as dinâmicas regionais do Brasil a partir de
diferentes perspectivas, considerando a formação histórico-econômica do país. Considera também a
recente modernização econômica que ocorreu no espaço urbano e no campo e estabeleceu novas formas
de vínculo entre as regiões do território brasileiro, além de criar uma nova dinâmica de relações entre a
sociedade e a natureza.
No final do século XX, os geógrafos Milton Santos e Maria Laura Silveira elaboraram uma
nova proposta de regionalização brasileira. O critério principal da regionalização proposta por Milton
Santos e María Laura Silveira foi o “meio técnico-científico-informacional”, isto é, a informação e as
finanças estão irradiadas de maneiras desiguais e distintas pelo território brasileiro, determinando “quatro
brasis”:
Região Amazônica – inclui os estados do Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre e
Rondônia. Baixas densidades técnicas e demográficas.
Região Nordeste – inclui os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Primeira região a ser povoada, apresenta uma agricultura
pouco mecanizada se comparada à Região Centro-Oeste e à região Concentrada.
Região Centro-Oeste – inclui Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins.
Apresenta uma agricultura globalizada, isto é, moderna, mecanizada e produtiva.
Região Concentrada – inclui Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo,
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É a região que concentra a maior população, as maiores
indústrias, os principais portos, aeroportos, shopping centers, supermercados, as principais rodovias e
infovias, as maiores cidades e universidades. Portanto, é a região que reúne os principais meios técnico-
científicos e as finanças do país.
A regionalização do Brasil segundo o meio técnico-científico-informacional é uma
abordagem proposta por Milton Santos para compreender as transformações no território brasileiro em
relação à influência das tecnologias, da ciência e da informação. Essa regionalização considera a forma
como esses elementos impactam a organização do espaço geográfico e as dinâmicas socioeconômicas.
Segundo essa perspectiva, o meio técnico-científico-informacional é composto por redes
de comunicação, transporte e informação que conectam diferentes lugares e permitem a circulação de
conhecimentos, produtos e serviços em uma escala global. Essas redes são fundamentais para a economia
e a sociedade contemporâneas, influenciando diretamente a organização do território.

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