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INTRODUÇÃO

O processo de regionalização mundial é um conceito muito amplo e discutido na ciência


geográfica. Regionalizar significa dividir o espaço geográfico para melhor compreender os
fenômenos físicos, sociais, políticos e naturais. Uma região se configura como uma área
delimitada, definida por suas características comuns, por exemplo: um bioma, o Cerrado.

E por meio deste trabalho iremos apresentar uma dessas regiões.


O QUE É REGIONALIZAÇÃO?

Pode-se entender por regionalização a divisão de um grande espaço territorial, com critérios
previamente estabelecidos, em áreas menores que passam a ser chamadas de regiões.
Cada região diferencia-se das outras por apresentar particularidades próprias.

O processo de regionalização do mundo é um conceito muito amplo e discutido na ciência


geográfica. Regionalizar significa dividir o espaço geográfico, a fim de um melhor
entendimento dos fenômenos físicos, sociais, políticos e naturais.

Compreende-se a ideia de diferenciação de áreas no contexto geral e de aproximação


dessas áreas por meio de suas características comuns. Uma região configura-se como uma
área delimitada, definida por suas características comuns, por exemplo: um bioma, o
Cerrado, que é uma região do planeta Terra com semelhanças nos seus aspectos naturais.
Nesse caso, considera-se o elemento natural (fitofisionomia do Cerrado) como critério para
a criação de uma região.

Critérios de regionalização

Pode-se dizer que são vários os critérios utilizados para fazer-se uma regionalização, de
maneira a reduzir-se o espaço geográfico e dividi-lo. Destacam-se os seguintes critérios:

Critérios físicos: criação de regiões unificando áreas com algum elemento físico comum,
como:
- clima
- relevo
- vegetação
- hidrografia

Critérios socioeconômicos: baseiam-se na divisão que considera aspectos sociais, como:


- idioma
- distribuição da riqueza
- concentração de renda
- industrialização
- áreas de maior ou menor desenvolvimento
- violência
- geração de emprego

Critérios religiosos: referem-se à criação de regiões considerando as religiões pelo mundo:


- católicos
- muçulmanos
- judeus
- protestantes
Critérios políticos: tipo de regionalização bastante utilizado na Guerra Fria, com a divisão do
mundo, por meio de aspectos políticos ligados à ideologia e aos modos de vida capitalista e
socialista, marcada pela existência do Muro de Berlim.

Critério geográfico: considera-se a localização espacial ou algum aspecto da geografia do


lugar, como a divisão do continente americano em Américas do Norte, Central e do Sul.

COMO OCORREU A REGIONALIZAÇÃO NO BRASIL?

Desde as Capitanias Hereditárias, em 1534, até a criação do estado do Tocantins, em 1988,


várias mudanças foram feitas no desenho do mapa brasileiro.
Da mesma forma, à medida que a população crescia era necessário organizar o território
para melhor administrá-lo.
Vejamos como ocorreu a regionalização brasileira:

1822
Na época da independência do Brasil, o país não estava dividido por regiões.
O Brasil possuía 19 províncias, dentre as quais se encontrava a Cisplatina, atual Uruguai.
Também vemos que a atual Região Norte não era subdividida e todo o território chamava-se
Grão-Pará.
No entanto, em 1828, a província da Cisplatina consegue sua independência e surge o
Uruguai.

1889
No ano da instalação do regime republicano, o Brasil estava dividido em 20 estados.
Em 1853, o Paraná havia se emancipado de São Paulo, constituindo um território autônomo
e a província do Grão-Pará é dividida em duas, surgindo os estados do Amazonas e do
Pará.

1913
A primeira proposta de divisão regional no Brasil foi feita em 1913, a fim de melhorar o
ensino da geografia nas escolas. Dividia-se o país em cinco regiões, segundo aspectos
físicos: Setentrional, Norte Oriental, Oriental, Meridional.
Ainda não existiam os estados do Amapá, Roraima e Mato Grosso do Sul, por exemplo.

1940
O Brasil passa a ser dividido em cinco regiões, segundo aspectos físicos e
socioeconômicos: Norte, Centro, Nordeste, Sul e Leste.
Com o aumento da migração do Nordeste para o Sudeste, outra divisão regional foi
realizada, dessa vez pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Criado em 1936, este organismo seria o responsável por coletar dados estatísticos sobre o
país e ajudar na administração pública.
Nesta época, os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio
de Janeiro pertenciam à Região Sul.

1945
O Brasil se encontrava repartido em sete regiões: Norte, Nordeste Ocidental, Nordeste
Oriental, Centro-Oeste, Leste Setentrional, Leste Meridional e Sul.
Foram criados territórios como Rio Branco (atual estado de Roraima) e Iguaçu (porção
oeste de Santa Catarina e Paraná).

1960
A capital do Brasil foi transferida para Brasília, em 21 de abril de 1960, na Região
Centro-Oeste. Assim, o município neutro do Rio de Janeiro se transforma no estado da
Guanabara, enquanto o território restante passa a se denominar Rio de Janeiro.
Em 1962, o Território Federal do Acre foi elevado para estado e o Território Federal do Rio
Branco passou a se chamar Território Federal de Roraima.

1970
Nesta década, estabelecem-se as cinco grandes regiões que conhecemos hoje: Norte,
Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
Em 1975, o estado da Guanabara é extinto, se funde ao estado do Rio de Janeiro,
convertendo-se em sua capital.
Quatro anos depois, o estado do Mato Grosso é desmembrado para a criação do estado do
Mato Grosso do Sul cuja capital é Campo Grande.

1990
O norte de Goiás torna-se o estado de Tocantins, criado em 05 de outubro de 1988, e sua
capital é a cidade de Palmas.
A Constituição de 1988 extingue os últimos territórios federais no Brasil, Amapá e Roraima,
que são elevados à categoria de estados.
Também o arquipélago de Fernando de Noronha, deixa de ser um território federal e passa
a ser um distrito do estado de Pernambuco.

REGIÕES GEOECONÔMICAS DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

De acordo com Geiger, são três as regiões geoeconômicas: Amazônia, Centro-Sul e


Nordeste.
Essa organização regional favorece a compreensão das relações sociais e políticas do país,
pois associa os espaços de acordo com suas semelhanças econômicas, históricas e
culturais.
Diferentemente da divisão proposta pelo IBGE, os complexos regionais não se limitam
apenas às fronteiras entre os Estados. Nessa regionalização, o norte de Minas Gerais, por
exemplo, encontra-se no Nordeste, enquanto o restante do território mineiro está localizado
no Centro-Sul
Essa organização regional é muito útil para a geografia, pois oferece uma nova maneira de
entender a história da produção do espaço nacional.

Região geoeconômica Amazônia

É a maior das três. Tem aproximadamente 5 milhões de km2, extensão que corresponde a
quase 60% do território brasileiro. Compreende todos os Estados da região Norte (com
exceção do extremo sul de Tocantins), o oeste do Maranhão e praticamente todo o Mato
Grosso.
Apesar de sua dimensão, possui o menor número de habitantes do país. Em muitos pontos
da região acontecem os chamados "vazios demográficos". A maioria da população está
localizada nas duas principais capitais do complexo, Manaus e Belém. Na economia
predominam o extrativismo animal, vegetal e mineral. Destacam-se também o pólo
petroquímico da Petrobras e a Zona Franca de Manaus, que fabrica a maior parte dos
produtos eletrônicos brasileiros.

Região geoeconômica Centro-Sul

Abrange as regiões Sul e Sudeste (exceto o norte de Minas Gerais), Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e o sul do Tocantins. Compreende aproximadamente
2,2 milhões de km2.
É a região mais dinâmica do ponto de vista econômico. São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte são as cidades de maior destaque.
O Centro-Sul é o principal destino de migrantes de diversos pontos do país e onde se
encontra cerca de 70% de toda a população brasileira.
Possui a economia mais diversificada, baseada na agricultura de exportação e,
principalmente, na indústria. É responsável pela produção da maior parte do Produto Interno
Bruto nacional.

Região geoeconômica Nordeste

Com uma área de aproximadamente 1,5 milhões de quilômetros quadrados, é a segunda do


país em população. Inclui todo o Nordeste da divisão oficial (com exceção do oeste do
Maranhão) e o norte de Minas Gerais, onde se localiza o Vale do Jequitinhonha.
Historicamente, é a mais antiga do Brasil. É também a mais pobre das regiões, com
números elevados de mortalidade infantil, analfabetismo, fome e subnutrição. Assim como
acontece em grande parte do território brasileiro, a população nordestina é mal distribuída.
Cerca de 60% fica concentrada na faixa litorânea e nas principais capitais. Já no sertão e no
interior, os níveis de densidade populacional são baixos, devido, em grande parte, à seca.
Contudo, possui muitas riquezas históricas e culturais, tanto do ponto de vista arquitetônico,
como de costumes e tradições.

OS QUATRO BRASIS

Geopoliticamente, o Brasil vem sendo dividido há muito tempo em cinco regiões distintas:
Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Contudo, alguns geógrafos e estudiosos
vêm, ao longo do tempo, propondo outras formas de divisão do país. A divisão regional do
território brasileiro em “quatro Brasis” foi proposta pelo professor Milton Santos e pela
professora Maria Laura Silveira, em 2001.
Milton Santos utilizou como bases de sua classificação a informação e as finanças no país,
e a forma como são geograficamente distribuídas. Nesse contexto, ele chegou a “quatro
brasis”, representados pela Região Amazônica, Região Nordeste, Região Centro-Oeste e
Região Concentrada.

A divisão em 4 Brasis
A Região Amazônica abrange os estados do Norte do país, sem o Tocantins, e apresenta
baixa densidade demográfica. Possui uma infraestrutura de transportes com poucas
possibilidades de rápido deslocamento – como aeronáutica, fluvial ou mesmo rodoviária.
A região possui pouca ou reduzida concentração tecnológica urbana se comparada às
demais regiões. Há uma grande presença de atividades tradicionais, do extrativismo mineral
ou vegetal é um paradoxo, com algumas poucas localidades responsáveis pela produção de
bens de tecnologia e com boa infraestrutura nessa área.

A Região Nordeste, dos “quatro Brasis”, coincide com a delimitação oficial atual,
compreendendo todos os estados da Região Nordeste. A ocupação e povoamento da área
são antigos, porém seguiram uma linha esparsa e levaram a uma ocupação pouco densa. A
instalação de infraestruturas e as redes de informação são existentes e podem atingir um
evoluído estágio em alguns locais, mas seguem um caráter descontínuo ao longo do
território.

A Região Concentrada é formada pelos estados do Sudeste e do Sul e, além de possuir a


maior densidade demográfica do país, é onde o desenvolvimento da ciência e da tecnologia
se apresenta de forma mais contínua pelo território.
As redes de informação nas duas regiões apresentam um caráter consistente, já
desenvolvido por décadas. Em termos de tecnologia, as duas regiões já detinham a
liderança tecnológica no surgimento dos primeiros parques industriais, e já cumpriram
evoluções para as economias de serviços e, mais recentemente, de tecnologia da
informação. O contraste em relação às demais regiões é nítido e marcante.
Além disso, essa área também possui níveis elevados de acesso à saúde, educação, lazer
e serviços modernos, o que apoia e dá fomento ao crescimento e desenvolvimento
populacional.

A Região Centro-Oeste compreende, além dos estados definidos como Centro-Oeste pelo
IBGE, mais o estado de Tocantins. Atuando como uma região periférica em relação ao
Sul-Sudeste, é uma área que apresenta bom acesso e uso das redes de informação e, a
despeito de possuir uma economia basicamente agropecuária, desenvolve essa atividade
com tecnologia e processos modernos e avançados.
CONCLUSÃO

A regionalização do Brasil foi muito importante para o país, as divisões regionais fizeram
parte de uma contribuição para termos as culturas regionais que conhecemos hoje.

Sendo assim ,podemos atribuir diversos fatores para a regionalização do país, diversas
características influenciaram esse processo,como por exemplo, o êxodo rural, que foi um
fenômeno gritante no século passado.

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