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CPM DENDEZEIROS - 2024

I UNIDADE - 4/3 a 22/5 GEOGRAFIA


Prof. Pedro Anselmo de S São Thiago
2ª Semana - 18 a 22/3
Entrega e correção durante a semana

Planejamento Regional no
2ª Série - Ensino Médio e EM Integral Brasil: uma ferramenta para o
desenvolvimento sustentável

Fonte:
https://br.freepik.com/fotos-premium/planejamento-urbano-sustentavel-ilustracao-em-aquarela-conceito-d
e-parque-verde_52134519.htm

🚩Para começar!
O Brasil, com suas vastas dimensões territoriais, diversidade cultural, e disparidades
socioeconômicas, enfrenta desafios únicos em termos de planejamento e gestão do território. O
planejamento regional emerge como uma estratégia vital para endereçar essas questões,
promovendo o desenvolvimento sustentável através da coordenação de políticas públicas que
considerem as especificidades de cada região. Esta aula visa explorar a importância do
planejamento regional no Brasil, seus principais objetivos, métodos, desafios, e alguns exemplos
de sucesso.
O que é Planejamento Regional?
O planejamento regional pode ser definido como o processo de organização do espaço
geográfico, levando em conta suas características naturais, econômicas, sociais, culturais e
políticas, com o objetivo de promover o desenvolvimento equilibrado das diferentes regiões de
um país. No contexto brasileiro, isso implica considerar a diversidade do país e buscar reduzir as
desigualdades regionais.
Objetivos do Planejamento Regional - Os principais objetivos do planejamento regional no
Brasil incluem:
● Promover o Desenvolvimento Sustentável: Garantir que o desenvolvimento econômico
das regiões aconteça de maneira sustentável, preservando o meio ambiente para as futuras
gerações.
● Reduzir Desigualdades Regionais: Diminuir as disparidades socioeconômicas entre as
diferentes regiões do país.
● Otimizar o Uso dos Recursos: Utilizar de forma mais eficiente os recursos disponíveis
em cada região, evitando desperdícios e sobreposições de esforços e investimentos.
● Fomentar a Participação Social: Incentivar a participação da comunidade local nas
decisões que afetam a região, promovendo uma governança mais democrática e inclusiva.
Métodos e Ferramentas de Planejamento
O planejamento regional utiliza uma variedade de métodos e ferramentas, incluindo análises
socioeconômicas, estudos de impacto ambiental, mapeamento geográfico, e modelos de
simulação. Estes instrumentos ajudam na compreensão das dinâmicas regionais e na formulação
de estratégias adaptadas às necessidades e potencialidades de cada região.
● Análises Socioeconômicas: são estudos que avaliam as condições sociais e econômicas
de uma região ou população. Eles abordam variáveis como renda, emprego, educação,
saúde, e desigualdade, para compreender como fatores econômicos afetam a qualidade de
vida e a coesão social. Exemplos:
○ Pesquisas sobre o impacto da educação no desenvolvimento econômico local,
avaliando como o aumento no nível de escolaridade da população pode levar a
uma maior produtividade e renda.
○ Estudos sobre a distribuição de renda e a incidência de pobreza em diferentes
regiões, identificando áreas que necessitam de intervenções políticas e sociais para
reduzir desigualdades.
● Estudos de Impacto Ambiental (EIA): são análises técnicas e científicas destinadas a
prever as consequências ambientais de projetos de desenvolvimento antes de sua
execução. Os EIAs buscam identificar, prever, avaliar e mitigar os efeitos negativos no
ambiente, garantindo a sustentabilidade das ações propostas.
○ Avaliação do impacto de uma nova usina hidrelétrica sobre a biodiversidade local
e os recursos hídricos, incluindo medidas de mitigação para proteger espécies
ameaçadas e garantir a qualidade da água.
○ Análise dos efeitos de um novo empreendimento imobiliário sobre o sistema de
drenagem natural de uma área, propondo soluções para evitar inundações e
poluição.
● Mapeamento Geográfico: envolve a criação de mapas para representar características
físicas, biológicas, políticas, econômicas, culturais, ou qualquer outro aspecto relevante de
uma área geográfica. Estes mapas ajudam a visualizar dados espaciais, facilitando a
análise e a tomada de decisões.
○ Mapas de vulnerabilidade climática, mostrando regiões mais suscetíveis a eventos
extremos como enchentes e secas.
○ Mapas de uso do solo, identificando áreas de preservação ambiental, zonas
agrícolas, áreas urbanas e industriais.
● Modelos de Simulação: são ferramentas computacionais que reproduzem o
comportamento de sistemas reais, permitindo a análise de cenários e a previsão de
resultados sob diferentes condições. São utilizados em diversas áreas, incluindo
economia, ecologia, urbanismo, e saúde pública.
○ Simulações de mudanças climáticas, modelando os efeitos de diferentes níveis de
emissão de gases de efeito estufa sobre o clima global e regional.
○ Modelos de simulação de tráfego urbano, ajudando no planejamento de redes
viárias e na avaliação de políticas de mobilidade urbana.
Desafios do Planejamento Regional no Brasil: Apesar de sua importância, o planejamento
regional enfrenta vários desafios no Brasil, tais como:
● Complexidade Territorial: A vasta extensão territorial e a grande diversidade regional
tornam o planejamento uma tarefa complexa.
● Desigualdades Profundas: As significativas disparidades socioeconômicas entre regiões
exigem abordagens específicas e recursos substanciais para promover um
desenvolvimento mais equilibrado.
● Políticas Públicas Fragmentadas: A falta de integração entre as políticas públicas em
diferentes níveis de governo pode comprometer a eficácia do planejamento regional.
● Resistência às Mudanças: Interesses estabelecidos e a resistência à mudança podem
dificultar a implementação de novas políticas e abordagens.
Exemplos de Sucesso
Existem vários exemplos de sucesso em planejamento regional no Brasil que demonstram o
potencial dessa abordagem. Um deles é o desenvolvimento do agronegócio no Centro-Oeste,
que foi fortemente influenciado por políticas de incentivo à modernização da agricultura e à
expansão da infraestrutura. Outro exemplo é o crescimento da indústria de tecnologia da
informação no Sul e Sudeste, apoiado por iniciativas de educação e formação de capital humano,
juntamente com investimentos em infraestrutura de comunicações.
Histórico do planejamento regional no Brasil
O planejamento regional no Brasil tem um histórico que reflete as transformações econômicas,
sociais e políticas do país ao longo do tempo. Desde os primeiros esforços de organização do
território até as políticas atuais voltadas para o desenvolvimento sustentável, o planejamento
regional tem passado por diversas fases, cada uma com suas características próprias.
● Início do Século XX até a Década de 1930: Os Primeiros Passos - No início do século
XX, o planejamento territorial e regional no Brasil estava fortemente ligado à questão da
ocupação e do desenvolvimento agrícola, principalmente com a expansão da cafeicultura.
A preocupação com a organização do espaço era mínima, e não havia uma política
nacional de planejamento regional.
● Década de 1930 a 1950: Era Vargas e o começo do Planejamento Governamental - A
era de Getúlio Vargas marcou o início de um esforço mais sistemático de planejamento
econômico e territorial, com o Estado assumindo um papel central na economia. Nesse
período, foram criadas várias instituições voltadas para o desenvolvimento e
planejamento, como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e
a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Ainda assim, o planejamento regional como
prática integrada e focada no desenvolvimento equilibrado de diferentes regiões do país
ainda estava em seus estágios iniciais.
● Década de 1950 a 1960: O Plano de Metas e a SUDENE - Sob a presidência de
Juscelino Kubitschek, o Brasil viu a implementação do Plano de Metas, que priorizava a
industrialização e a modernização da infraestrutura. Foi nesse contexto que o
planejamento regional ganhou destaque, especialmente com a criação da
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) em 1959, sob a
liderança de Celso Furtado. A SUDENE visava combater as desigualdades regionais e
promover o desenvolvimento econômico do Nordeste através de políticas e investimentos
direcionados.
● Década de 1970: Os PND’s I e II - Durante o regime militar, o Brasil implementou dois
planos de desenvolvimento: o I PND e o II PND. O Primeiro Plano Nacional de
Desenvolvimento (I PND) no Brasil foi instituído durante o governo do general Emílio
Garrastazu Médici, entre 1969 e 1974, sendo parte do projeto desenvolvimentista do
Regime Militar. Esse plano foi sintetizado pelo Programa de Metas e Bases para a Ação
do Governo em 1970​. As metas do Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND)
do Brasil estavam focadas em promover um crescimento econômico acelerado,
modernizar a infraestrutura do país e diminuir as disparidades regionais. O I PND é
considerado um marco na história econômica do Brasil, associado a um período de
intenso crescimento econômico conhecido como "Milagre Econômico". No entanto, esse
crescimento veio com custos sociais e políticos significativos, incluindo aumento da
dívida externa, pressões inflacionárias e repressão política.
O Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND) do Brasil foi implementado
durante o governo do presidente Ernesto Geisel, entre 1975 e 1979, em um contexto de
tentativa de manter o ritmo de crescimento econômico do país em meio a desafios
internos e externos, incluindo o primeiro choque do petróleo de 1973. O II PND visava
consolidar e expandir os avanços econômicos alcançados durante o "Milagre Econômico"
brasileiro, apesar de um cenário econômico global menos favorável. As metas principais
do II PND incluíam a diversificação das fontes de energia, a substituição de
importações, o desenvolvimento industrial, a integração nacional e desenvolvimento
regional, o controle inflacionário e equilíbrio fiscal e, por fim, a expansão do mercado
interno.
O II PND é notável por sua escala ambiciosa e pela quantidade significativa de recursos
financeiros alocados para atingir seus objetivos. No entanto, as altas taxas de investimento
foram acompanhadas por um aumento substancial da dívida externa. Além disso, a
implementação do plano coincidiu com dificuldades econômicas crescentes, incluindo a
elevação da inflação e desequilíbrios fiscais, que culminaram em crises econômicas nos
anos seguintes.
● Década de 1980 em diante: Redemocratização e Novas Diretrizes - Com a
redemocratização do país na década de 1980, o planejamento regional passou por um
processo de revisão e reorientação. A Constituição de 1988 reforçou o papel dos estados e
municípios no planejamento e gestão do desenvolvimento regional, promovendo uma
visão mais descentralizada e participativa. Desde então, o planejamento regional no Brasil
tem sido marcado pela busca de um desenvolvimento mais sustentável e equilibrado,
considerando as especificidades de cada região e incentivando a participação da sociedade
civil nas decisões.
● Século XXI: Sustentabilidade e Desafios Contemporâneos - No século XXI, o
planejamento regional no Brasil enfrenta o desafio de promover o desenvolvimento
sustentável em um contexto de globalização econômica, mudanças climáticas e
crescentes demandas sociais. Políticas públicas têm sido formuladas com foco na
sustentabilidade ambiental, inclusão social e desenvolvimento econômico regional.

🚨Agora é com você!


1. O que é planejamento regional e qual sua importância no contexto brasileiro?
2. De que forma os Estudos de Impacto Ambiental (EIA) são utilizados no planejamento
regional?
3. Você pode dar exemplos de sucesso de planejamento regional no Brasil?
4. De que maneira o Plano de Metas e a criação da SUDENE marcaram a evolução do
planejamento regional?
5. Quais foram os focos principais do I PND e do II PND no Brasil?
6. No século XXI, quais são as novas diretrizes que moldam o planejamento regional
brasileiro em prol da sustentabilidade?

🎯 Para saber mais!


1. REFLEXÕES ACERCA DA SUSTENTABILIDADE E O DESENVOLVIMENTO
REGIONAL NO BRASIL
2. A PNDR E O PLANEJAMENTO REGIONAL BRASILEIRO NO INÍCIO DO SÉCULO
XXI Simone Affonso da Silva
3. Desenvolvimento Sustentável: o que é e objetivos - CEBDS
4. Políticas de Desenvolvimento Regional - Geobrasil {Prof Rodrigo Rodrigues}
5. Desenvolvimento sustentável - Brasil Escola

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