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DESENVOLVIMENTO REGIONAL

1. A CONVERGÊNCIA
ECONÓMICA

1º Ciclo em Ciências Empresariais


Docente: Anderson Galvão (arg@estg.ipp.pt)
DESENVOLVIMENTO REGIONAL

1. Introdução ao Desenvolvimento Regional

2. A convergência económica

2.1. Conceitos e Problemáticas

2.2. Medidas de convergência

2.3. Convergência regional na U.E.

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1. INTRODUÇÃO AO
DESENVOLVIMENTO REGIONAL

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O QUE É O DESENVOLVIMENTO REGIONAL?

O desenvolvimento regional é um conceito amplo que pode ser entendido como um esforço global que visa
reduzir as assimetrias regionais e promover a eficácia e a qualidade dos territórios. Desta forma, pode-se
referir que o desenvolvimento regional tem como objetivos fundamentais:
- A promoção do crescimento de um território;
- O combate às disparidades regionais;
- A otimização dos recursos e potencialidades endógenas das regiões;
- A promoção do ordenamento do território;
- A preservação ambiental;
- A garantia de uma maior participação dos diferentes atores nas soluções para os problemas criados
pelas dinâmicas regionais, especialmente no que respeita à atenuação dos, cada vez mais, evidentes
desequilíbrios territoriais e sociais.
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Fonte: Observatório Regional de Lisboa e Vale do Tejo, 2010
CONCEITOS IMPORTANTES EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL

• Crescimento Económico

Há crescimento num determinado período quando a generalidade dos agregados macroeconómicos evolui
no sentido favorável do bem-estar da generalidade das pessoas. Estes agregados são variáveis que
descrevem as facetas da atividade económica reconhecidos pelos sistemas estatísticos internacionais.
Medem a atividade segundo a produção, o rendimento e a despesa.

Existe limitações, nomeadamente:


- No que diz respeito à economia paralela (em 2010 => 20% do PIB nacional – 33 mil milhões de euros =>
sectores + afetados: vendas de automóveis, restauração, táxis, lojas com serviços não especializados).
- Deixa de fora muitos bens públicos de acesso livre, jardins, ruas sem portagem, etc.

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CONCEITOS IMPORTANTES EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL

Existe limitações, nomeadamente:


- A correlação positiva mas imperfeita do PIB com o bem-estar (a morte de alguém na estrada, apesar de
tragédia pessoal, familiar, social, etc – perde-se um trabalhador/consumidor, e não reduz o PIB, pelo
contrário aumenta, porque as estatísticas oficiais captam apenas o impacto do óbito na atividade das
agências funerárias.

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CONCEITOS IMPORTANTES EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL

• Desenvolvimento Económico
Ocorre desenvolvimento económico quando a generalidade das pessoas melhora a qualidade da sua vida.
É um conceito simples mas bastante profundo.
A qualidade de vida das pessoas depende do seu rendimento, sem ele, numa economia de mercado, não
consome nada nem tão pouco desfruta de qualquer satisfação, O valor do PIB e da taxa de desemprego
são certamente bons indicadores, na qualidade de vida das pessoas, mas não chegam…
Em dado momento a qualidade de vida é afetada por variáveis como o rendimento disponível, o nível de
educação, acesso a infraestruturas e equipamentos de utilização coletiva (água, escolas, hospitais,
estradas, parques, etc.) a prevalência de infeções no estado geral sanitário da população, taxas de
mortalidade infantil, o rendimento mínimo exigível para uma vida condigna, níveis de poluição sonora,
atmosférica, dos solos, etc… Há assim uma variedade considerável de indicadores a influenciar o grau de
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desenvolvimento.
CONCEITOS IMPORTANTES EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL

O desenvolvimento económico e o crescimento económico são dois conceitos distintos mas que se
complementam reciprocamente. Podemos definir o crescimento económico como a capacidade que uma
economia (País, Região, Localidade) tem em aumentar a sua capacidade produtiva, referente à produção
de bens e serviços, tendo em consideração todos os fatores (tecnológicos, investimento, força de trabalho
e etc…) e tem como indicador, normalmente, o produto interno bruto. Ao desenvolvimento económico,
devemos acrescentar, à definição de crescimento económico anterior, a melhoria dos níveis de qualidade
de vida da população, quer ao nível da saúde, educação, emprego, etc.

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CONCEITOS IMPORTANTES EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL

A relação dos dois conceitos anteriores e o Desenvolvimento Sustentável prende-se essencialmente na


questão da sua complementaridade, em que para garantir a satisfação das necessidades das gerações
atuais, não comprometendo as gerações futuras, os recursos disponíveis no planeta devem ser utilizados
de forma razoável, preservando habitats e espécies. O crescimento económico deve ser “comedido” e
sustentado, permitindo o desenvolvimento económico e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos,
mas nunca comprometendo a sustentabilidade global da Terra e geracional da Humanidade.

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CONCEITOS IMPORTANTES EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL

• Desenvolvimento Regional
Dos exemplos de variáveis que influenciam a qualidade de vida, apercebemo-nos de como todas as
observações dependem crucialmente do local em que são medidas, assim:
➢ O rendimento de um Professor Universitário nos EUA é maior, em média, que em Portugal;
➢ A poluição atmosférica que incomoda pessoalmente alguém é a ocorrida no lugar onde passa maior
parte do tempo (veja-se a diferença de níveis cidade/campo)
➢ O acesso a um curso superior de medicina é mais barato para quem reside na cidade onde é
lecionado…
➢ Etc…
A qualidade de vida depende, em muito, do lugar onde nos encontramos.

Não faz sentido falar de Desenvolvimento económico sem falar de espaço,


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sem regiões!!
CONCEITOS IMPORTANTES EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL

• Desenvolvimento Regional Sustentável


Está intimamente relacionado com durabilidade, que decorre da natureza das variáveis que concorrem
para a formação da qualidade de vida;

✓ Sustentabilidade ambiental - decorre do valor que todas as sociedades valorizam a preservação de


uma certa equidade intergeracional na fruição de recursos naturais;
✓ Sustentabilidade social - não faz sentido falar em qualidade de vida ou projetar uma qualquer
trajetória da sua melhoria ao longo do tempo se esses processos gerarem dinâmicas de exclusão
social acima do que se pressinta como intolerável.

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CONCEITOS IMPORTANTES EM DESENVOLVIMENTO
REGIONAL

• Desenvolvimento Regional Sustentável


O Estado de desenvolvimento regional sustentável, num qualquer território é responsabilidade de todos:
• Das empresas, das famílias e das administrações públicas na medida em que as decisões diárias
afetam o nível dos indicadores que concorrem para a qualidade de vida;
• Dos agentes presentes nesse território mas também dos agentes residentes noutras regiões, do país e
do estrangeiro, dadas as inúmeras interdependências económicas criadas pelos fluxos intergeracionais
de comércio de bens e fatores de produção;
• Da geração atual de cidadãos mas igualmente de gerações anteriores na medida em que as decisões
tomadas em dado momento condicionam o espaço de escolha possíveis das gerações seguintes.

Em suma o desenvolvimento regional sustentável é um fenómeno sistémico


(interdisciplinar) ou holístico (integral) no seio do qual todos influenciam e são
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influenciados por todos!!!
POLÍTICA DE COESÃO EUROPEIA

• A União Europeia representa uma comunidade e um mercado interno de cerca de 500 milhões de
cidadãos, o que potencia as disparidades económicas e sociais entre os 27 Estados-Membros – dados
referentes a 2020.
• Uma em cada quatro regiões tem um PIB (produto interno bruto) por habitante inferior em 75% à média
da União Europeia com 27 Estados-Membros.
• A Política de Coesão é o instrumento privilegiado para a realização desse objetivo promovendo o
desenvolvimento equilibrado dos 27 Estados-Membros. Seja na redução das disparidades entre os
níveis de desenvolvimento, seja na coesão social, seja na criação de oportunidades em todo o território
da União.

A Coesão Económica e Social é um objetivo fundamental da UE 13


POLÍTICA DE COESÃO EUROPEIA

O QUE TORNA A POLÍTICA DE COESÃO ESPECIAL?


• Ajuda as regiões mais pobres da Europa a vencer significativamente o seu atraso e incentiva a criação
de emprego em grande escala em domínios com elevado desemprego.

QUE REGIÕES?
• Todo o território da União Europeia é coberto por um ou vários dos objetivos da política de coesão.
Para definir a elegibilidade geográfica, a Comissão baseia-se em dados estatísticos.
• A Europa está dividida em vários grupos de regiões correspondentes à nomenclatura NUTS
(nomenclatura das unidades territoriais estatísticas), sendo estas regiões, no caso de Portugal, as 5
regiões do Continente (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve) e as 2 regiões Autónomas (Madeira e
Açores). 14
POLÍTICA REGIONAL EUROPEIA

A atividade do principal instrumento da Política Regional Europeia são os Fundos Estruturais da UE.

Estes Fundos Estruturais articulam-se em torno de três objetivos:

Objetivo 1: promover o desenvolvimento e o ajustamento estrutural de regiões cujo desenvolvimento está


atrasado: regiões NUTSII com menos de 75% do PIB per capita da UE.

Objetivo 2: apoiar a reconversão económica e social de áreas que se defrontam com dificuldades
estruturais (em que o critério da taxa de desemprego é determinante), tais como: zonas em mutação
socioeconómica nos sectores da indústria e dos serviços; zonas rurais em declínio; zonas urbanas em
dificuldade; zonas em crise dependentes da pesca.

Objetivo 3: apoiar a adaptação e modernização de políticas e sistemas de educação, formação


profissional e emprego, tornando em todo o território da União os cidadãos mais aptos para o trabalho. 15
POLÍTICA REGIONAL EUROPEIA

A partir dos regulamentos de 1998, a atribuição dos Fundos Estruturais é feita de acordo com quatro
princípios:

1. Concentração dos Fundos, tendo em conta as características das áreas e das ações a desenvolver.

2. Partenariado, ou seja, cooperação estreita entre a Comissão Europeia e as "autoridades


competentes“ (a nível nacional, regional e local) de cada Estado-Membro em todas as fases do
processo.

3. Adicionalidade: os fundos da U.E. não se substituem a investimentos nacionais, antes devendo


complementá-los e ampliá-los.

4. Programação: não se financiam projetos isolados, devendo todos enquadrar-se em programas


multianuais, plurissectoriais e se possível inter-regionais. 16
POLÍTICA REGIONAL EUROPEIA

POLÍTICA REGIONAL EUROPEIA NO CONTEXTO EUROPEU E NACIONAL

De acordo com alguns especialistas, historicamente enraizada na execução dos Fundos Estruturais da
União Europeia, a Política Regional em Portugal passa atualmente por um complexo processo de
transformação.

Para ajudar a compreender esse processo e enquadrar a Política Regional Nacional e Europeia num
contexto mais alargado, organizou-se esta temática da forma que se segue, recorrendo à vasta
documentação nacional e internacional existente sobre esta matéria:

1. Anos 1918-1945: O Movimento Pan-Europeu no período entre guerras (liderado por um conde
austríaco, que sonhava com uma europa pacifica, unida e igualitária)
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POLÍTICA REGIONAL EUROPEIA

POLÍTICA REGIONAL EUROPEIA NO CONTEXTO EUROPEU E NACIONAL

2. Anos 1945-1959: O início da cooperação possível na Europa (após a Segunda Guerra Mundial surgiram
várias organizações e organismos internacionais, entre as quais se destacam: a OCDE, BENELUX, NATO,
Conselho da Europa, a CECA, a CEE e a CEEA ou Euratom).

3. Anos 1960-1969: Os anos 60 – Um período de crescimento na Europa

4. Anos 1970-1979: Os anos 70 – Uma comunidade em expansão

5. Anos 1980-1989: Os anos 80 – Uma Europa em mutação

Período de apoio comunitário 1986-1988 e Período programação 1989-1993

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POLÍTICA REGIONAL EUROPEIA

POLÍTICA REGIONAL EUROPEIA NO CONTEXTO EUROPEU E NACIONAL

6. Anos 1990-1999: Os anos 90 – Uma Europa sem fronteiras

Período programação 1994-1999 – Consolidação e duplicação dos recursos financeiros

(Em 1992: o Tratado de Maastricht define os critérios de convergência entre as economias dos países
participantes – visando a moeda única e em 1993 foram suprimidos os controlos relativos ao tráfego de
mercadorias no mercado interno).

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POLÍTICA REGIONAL EUROPEIA

POLÍTICA REGIONAL EUROPEIA NO CONTEXTO EUROPEU E NACIONAL

7. Anos 2000-2020: Uma década de expansão e uma crise global sem precedentes

Período programação 2000-2006 – Assegurar o êxito do alargamento (QCA III) (A 1 de Janeiro de 2002, o
euro tornou-se a moeda única de 300 milhões de europeus dos 12 países da União Europeia)

Período programação 2007-2013 – Concentração no crescimento e emprego (QREN)

Período programação 2014-2020 - Concentração no Crescimento Inteligente, Sustentável e Inclusivo


(Acordo Parceria)

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DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

No que se refere ao Desenvolvimento Territorial, o Comité das Políticas de Desenvolvimento Territorial


(TDPC) da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – é o principal fórum
internacional de discussão e de troca de experiências sobre o desenvolvimento regional, a competitividade
regional, as politicas territoriais nas zonas urbanas, o desenvolvimento rural, a governança aos vários
níveis e as estatísticas e indicadores regionais.

O programa de trabalho do Comité (TDPC) assenta em dois temas, a competitividade regional e a


governança aos vários níveis.

Os fatores de competitividade e as suas implicações em termos de governança são igualmente estudados


numa série de exames nacionais das politicas regionais, e das estatísticas e indicadores regionais.

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DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

A representação da Delegação de Portugal no Comité das Políticas de Desenvolvimento Territorial da


OCDE é assegurada pelo Instituto Financeiro para Desenvolvimento Regional (IFDR), em parceria com o
Observatório do QREN – http://www.observatorio.pt/, desde a criação deste último.
Neste Comité, o IFDR aprova e transmite a posição das autoridades nacionais sobre os documentos que
se encontram para discussão normalmente organizados por quatro grandes temas:
- Estratégias para a Competitividade Regional;
- Fomento da Inovação a Nível Regional;
- Reformar as Políticas, visando o Desenvolvimento Regional;
- Definir Prioridades para o Investimento Público e Serviços, visando o Desenvolvimento Regional.
As posições transmitidas ao Comité são normalmente consensualizadas a nível nacional com as entidades
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com responsabilidades nas respetivas áreas.
DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

O Estudo Territorial sobre Portugal integra-se num programa mais vasto de estudos territoriais nacionais
da iniciativa do Comité de Desenvolvimento Territorial da OCDE. Os objetivos de tais estudos são
múltiplos visando:

- Estabelecer a natureza e amplitude dos desafios territoriais no âmbito de um quadro de análise


comum;

- Ajudar os governos a avaliar as suas políticas territoriais e a melhorá-las;

- Avaliar a repartição das competências e dos recursos entre os diferentes níveis de administração;

- E identificar e difundir a informação sobre as melhores práticas relativamente à gestão pública.

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DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

O Estudo Territorial Nacional sobre Portugal ilustra, de uma forma prática, como a mudança no modelo de
política regional está a ser implementada.

As recomendações da OCDE foram as seguintes:

• Melhorar a articulação entre política de inovação e a política regional;

• Estimular projetos resultantes de uma abordagem da base para o topo (down up) e baseados em recursos
regionais competitivos;

• Ajudar as regiões mais atrasadas a identificarem nichos de desenvolvimento;

• Acompanhar as regiões menos desenvolvidas;

• Clarificar a função das CCDR enquanto promotores de maior coerência entre as políticas e facilitadores de
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cooperação;
DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

• Encorajar a colaboração funcional com base em possíveis sinergias e no desenvolvimento comum de


projetos;

• Promover a participação de todos os intervenientes adotando os meios de comunicação mais adequados.

• Explorar mecanismos de avaliação a fim de identificar e difundir boas práticas nos projetos de
desenvolvimento regional.

• Promover a responsabilidade, a monitorização e a avaliação contínua das políticas através da


disseminação de indicadores de desempenho e de informações sobre as avaliações efetuadas.

• Reforçar o “papel motor” do governo central, enquanto fornecedor de orientações estratégicas e facilitador
de iniciativas criativas.

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PORTUGAL 2020 – ACORDO PARCERIA

Que Fundos Europeus Estruturais e de Investimento estão ao serviço no novo Período de Programação
2014-2020 (Portugal 2020 – Acordo Parceria)?

• FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional): Destina-se a reforçar a coesão económica e


social na União Europeia através da correção dos desequilíbrios regionais.

• FSE (Fundo Social Europeu): Tem por objetivo melhorar o emprego e as possibilidades de emprego na
União Europeia.

• Fundo de Coesão: destina-se aos Estados-Membros cujo Rendimento Nacional Bruto (RNB) por
habitante seja inferior a 90% da média da UE. Visa reduzir as disparidades económicas e sociais e
promover o desenvolvimento sustentável.

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PORTUGAL 2020 – ACORDO PARCERIA

Que Fundos Europeus Estruturais e de Investimento estão ao serviço no novo Período de Programação
2014-2020 (Portugal 2020 – Acordo Parceria)?

• FEADER (Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural): Visa reforçar a política de


desenvolvimento rural da União Europeia e simplificar a sua implementação

• FEAMP (Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e da Pesca): destina-se a ajudar os pescadores a
cumprir as regras da nova Política Comum das Pescas (como a proibição das devoluções ao mar, através
de investimentos em artes de pesca mais seletivas).

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PORTUGAL 2020 – ACORDO PARCERIA

Principais diferenças entre os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento no período de programação


2007-2013 / 2014-2020

2007 - 2013 2014 - 2020


• FEDER
• FSE
• FEDER
• F. COESÃO
Fundos • FSE
• FEADER
• F. COESÃO
• FEAMP (Fundo Europeu dos Assuntos
Marítimos e da Pesca)

O “Portugal 2020” está estruturado em quatro domínios temáticos – (1) Competitividade e


Internacionalização, (2) Inclusão Social e Emprego, (3) Capital Humano, e (4) Sustentabilidade e
Eficiência no Uso de Recursos – e dois domínios transversais – (1) Reforma da Administração Pública
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e (2) Territorialização das intervenções.
PORTUGAL 2020 – ACORDO PARCERIA

Principais diferenças entre os objetivos que prosseguem os Fundos Europeus Estruturais e de


Investimento no período de programação 2007-2013 / 2014-2020

2007 - 2013 2014 - 2020

• Convergência: FEDER, FSE,


FCOESÃO • Investimento no Crescimento e no
• Competitividade Regional e do Emprego nos Estados-Membros e
Objetivos
Emprego: FEDER, FSE regiões
• Cooperação Territorial Europeia: • Cooperação Territorial Europeia
FEDER

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PORTUGAL 2020 – ACORDO PARCERIA

Principais diferenças entre as etapas formais de programação dos Fundos Europeus Estruturais e de
Investimento no período de programação 2007-2013 / 2014-2020

2007 - 2013 2014 - 2020

Etapas • Quadro de Referência Estratégico


• Acordo de Parceria
formais de Nacional (QREN)
programação • Programas Operacionais
• Programas Operacionais

As orientações e prioridades da aplicação dos fundos estruturais estão definidas no Acordo de Parceria –
“Portugal 2020”, documento construído com base nas prioridades estratégicas de Portugal para o ciclo
2014-2020 e nos pressupostos do Acordo de Parceria, em alinhamento com a Estratégia Europa 2020 e
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como Programa Nacional de Reformas.
PORTUGAL 2020 – ACORDO PARCERIA

Fundos Europeus para o período de programação 2014-2020

A fim de contribuir para a estratégia da União para um Crescimento Inteligente, Sustentável e Inclusivo,
cada FEEI deve apoiar os seguintes objetivos temáticos:

• Reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação;

• Melhorar o acesso às TIC;

• Reforçar a competitividade das PME, do setor agrícola e do setor das pescas e da aquicultura;

• Apoiar a transição para uma economia de baixo teor de carbono em todos os setores;

• Promover a adaptação às alterações climáticas e a prevenção e gestão dos riscos;

• Preservar e proteger o ambiente e promover a utilização eficiente dos recursos; 31


PORTUGAL 2020 – ACORDO PARCERIA

Fundos Europeus para o período de programação 2014-2020

• Promover transportes sustentáveis e eliminar os estrangulamentos nas principais infraestruturas das


redes;

• Promover a sustentabilidade e a qualidade do emprego e apoiar a mobilidade dos trabalhadores;

• Promover a inclusão social e combater a pobreza e a discriminação;

• Investir na educação, na formação e na formação profissional para a aquisição de competências e a


aprendizagem ao longo da vida;

• Reforçar a capacidade institucional das autoridades públicas e das partes interessadas e a eficiência da
administração pública.
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PORTUGAL 2020 – ACORDO PARCERIA

Filme Portugal2020 | Crescimento Inteligente, Sustentável e Inclusivo:

https://www.youtube.com/watch?v=PL2ArS5Coww

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2. A CONVERGÊNCIA
ECONÓMICA

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2.1. CONCEITOS E PROBLEMÁTICAS

A teoria do Crescimento Económico oferece-nos vários modelos que apresentam previsões diferentes:

• Quer em termos de viabilidade de um crescimento sustentado;

• Quer da convergência do rendimento per capita.

Esta diversidade de corolários tem servido de estimulo à investigação empírica sobre a convergência dos
níveis de desenvolvimento quer ao nível internacional quer ao nível inter-regional.

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2.1. CONCEITOS E PROBLEMÁTICAS

No quadro Neoclássico da convergência:

(1) Assume-se uma perfeita mobilidade dos fatores capital e trabalho, ignorando na análise os efeitos de
incerteza associados ao investimento e os atritos inerentes aos movimentos migratórios,

(2) Consideram-se duas economias com estruturas semelhantes (com parâmetros relativos à poupança, à
evolução demográfica e à tecnologia idênticos, portanto com o mesmo nível de steady-state)

Steady-state – estado estável ou estacionário – situação em que as regiões convergem para um ponto
terminal e não existem diferenças a nível tecnológico, industrial, capital humano, condições estruturais

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2.1. CONCEITOS E PROBLEMÁTICAS

No quadro Neoclássico da convergência:

A explicação neoclássica para que as regiões mais pobres cresçam mais rápido do que as mais ricas reside
no facto de existirem rendimentos de crescente à escala no capital. Assim sendo, a taxa de retorno é
negativamente relacionada com o stock de capital, ceteris paribus.

Então, os países com capital escasso ou que detêm um stock de capital mais baixo, espera-se que cresçam
mais rápido, pois os retornos que os investimentos proporcionam esperam-se mais elevados. Daí o efeito
esperado de convergência do nível de rendimento (aproximação do nível de rendimento das economias
mais ricas).

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2.1. CONCEITOS E PROBLEMÁTICAS

Na teoria Keynesiana, destacam-se alguns contributos de economistas, como Myrdal (1957) e Kaldor (1970)
que conduziram ao aparecimento dos modelos de causalidade circular e cumulativa. Ao contrário dos
neoclássicos, estas abordagens partiram da conceção de espaço heterogéneo, logo, desequilibrado.

Estes economistas assumiam que, num dado momento histórico, certas regiões apresentavam vantagens em relação às
restantes (por exemplo: maiores taxas de remuneração dos fatores produtivos) que poderiam revelar-se estratégicas para a
dinâmica de crescimento económico. Essas vantagens sustentariam um círculo virtuoso de crescimento, incentivando, num
contexto de liberdade de circulação, o afluxo de fatores de produção às regiões favorecidas, sustentando assim o
crescimento económico no longo prazo. A partir do momento em que ocorria a expansão do produto, as empresas situadas
na região beneficiavam quer de economias de escala (ganhos de eficiência internos), quer de economias de aglomeração
(ganhos de eficiência externos).
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2.1. CONCEITOS E PROBLEMÁTICAS

Processo circular e cumulativo de crescimento:

Maiores taxas de Atração dos


remuneração dos fatores
fatores produtivos

Processo
cumulativo de Economias de
crescimento Efeitos de escala
escala

Economias Efeitos de
externas aglomeração
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2.1. CONCEITOS E PROBLEMÁTICAS

O quadro de análise Neo-Schumpeteriano, no seu modelo inicial, considera que o crescimento depende de
dois impulsos principais:

i. A Inovação, na medida em que esta origina, na economia onde tem lugar, aumentos de eficiência
na utilização dos recursos, expansão da procura pela geração de novos mercados, etc.

Inovação → Divergência

ii. A Difusão, sendo que o processo de difusão gera efeitos análogos ao da inovação, nos países ou
regiões adotantes das inovações ocorridas no exterior.

Difusão → Convergência
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2.1. CONCEITOS E PROBLEMÁTICAS

Curiosidade: Critérios de convergência (ou Critérios de Maastricht,1992)

Com o objetivo de assegurar a convergência duradoura, que constitui um elemento indispensável para a
realização da União Económica e Monetária (UEM), o Tratado de Maastricht estabeleceu cinco critérios de
convergência que cada Estado membro deve respeitar para poder aderir à moeda única. A análise do
respeito destes critérios de convergência fez-se sobre a base de comunicações da Comissão e do Banco
Central Europeu (BCE). Estes critérios são os seguintes:

- A relação entre o défice público e o produto interno bruto não deve ultrapassar os 3%;

- A relação entre a dívida pública e o produto interno bruto não deve ultrapassar os 60%;

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2.1. CONCEITOS E PROBLEMÁTICAS

- Um grau de estabilidade duradoura dos preços, e uma taxa de inflação média (observados durante um
período de um ano antes da análise) que não deve ultrapassarem mais de 1,5% os dos três Estados
membros que apresentem os melhores resultados em matéria de estabilidade de preços;

- As taxas de juro de longo prazo não devem superar em mais de 2% dos três Estados membros que
apresentemos melhores resultados em matérias de estabilidade de preços;

- Participação no mecanismo europeu de taxas de câmbio (mecanismo que limita as flutuações entre o euro
e as moedas nacionais) durante dois anos.

Convém, no entanto, salientar que uma vez na zona euro, os Estados-Membros devem continuar a respeitar
os critérios relativos ao défice orçamental e à dívida pública.
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2.2. MEDIDAS DE CONVERGÊNCIA

Para a definição empírica do processo de convergência tem sido proposta a existência de uma
correlação negativa entre o rendimento per capita inicial e o ritmo de crescimento, para uma dada cross-
section de países ou de regiões. Neste contexto somos conduzidos ao conceito de convergência Beta.

Estamos perante convergência Beta quando as economias mais pobres tendem a crescer mais
rapidamente do que as mais ricas.

A convergência Sigma, por outro lado, está presente quando a dispersão dos níveis de produto per
capita efetivo de um conjunto de economias tende a diminuir ao longo do tempo.

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2.2. MEDIDAS DE CONVERGÊNCIA

O conceito de convergência Sigma e Beta estão, obviamente, relacionados.

Se os níveis de crescimento per capita de duas economias se aproximam ao longo do tempo é porque a
economia mais pobre está a crescer mais rapidamente.

Por outras palavras uma condição necessária para que exista convergência Sigma é a existência de
convergência Beta.

Teoricamente, podemos encontrar convergência Beta sem que ocorra convergência Sigma – é possível a
região mais pobre crescer mais rapidamente do que a mais rica sem se observar uma diminuição da
dispersão dos rendimentos ao longo do tempo. Por isso a convergência Beta, embora necessária, não é
condição suficiente para a convergência Sigma.
44
2.2. MEDIDAS DE CONVERGÊNCIA

Exemplos 1: Relação entre convergência Sigma e convergência Berta

A Economia A tem um maior PIB per capita do que a economia B no A

momento 0. No entanto as evoluções são distintas (A mais rica e B mais B


Ln(y)

pobre).
tempo
Conclusões: 0 t

• A taxa de crescimento no período de 0 a t da economia A é menor do


Ln(y) – logaritmo do PIB per capita de
que a taxa de crescimento da economia B – houve convergência Beta duas economias, A e B, ao longo do
tempo
• Mas, porque a dispersão de Ln(y) é menor no momento t do que no
momento 0 – podemos também afirmar que houve convergência
Sigma 45
2.2. MEDIDAS DE CONVERGÊNCIA

Exemplos 2: Relação entre convergência Sigma e convergência Beta

A Economia A tem um maior PIB per capita que B no momento 0. No


A
entanto as evoluções são distintas (A mais rica e B mais pobre).
Ln(y) B
Conclusões:
• A taxa de crescimento no período de 0 a t da economia A é maior do que a tempo

0 t
taxa de crescimento da economia B (a economia inicialmente mais rica vê o
seu rendimento per capita crescer a uma taxa superior) – ausência de Ln(y) – logaritmo do PIB per capita de
duas economias, A e B, ao longo do
convergência Beta tempo

• A dispersão de Ln(y) é maior no momento t do que no momento 0 (a


distância entre economias é maior em t que em 0) –também não houve
46
convergência Sigma.
2.2. MEDIDAS DE CONVERGÊNCIA

Exemplos 3: Relação entre convergência Sigma e convergência Beta

A Economia A tem um maior PIB per capita que B no momento 0. No


entanto as evoluções são distintas (A mais rica e B mais pobre). B

Ln(y)
Conclusões: A

• A taxa de crescimento no período de 0 a t da economia A é menor do que tempo

a taxa de crescimento da economia B (a economia inicialmente mais pobre 0 t

vê o seu rendimento per capita crescer a uma taxa superior) – Temos Ln(y) – logaritmo do PIB per capita de
duas economias, A e B, ao longo do
convergência Beta. tempo

• A dispersão de Ln(y) é maior no momento t do que no momento 0 (a


distância entre economias é maior em t que em 0) –Não houve convergência
47
Sigma.
2.2. MEDIDAS DE CONVERGÊNCIA

As Assimetrias Regionais em Portugal: análise da convergência vs divergência ao nível dos


municípios.
José Ferreira Silva e J. Cadima Ribeiro – Núcleo de Investigação em políticas Económicas da Universidade do Minho – NIPE WP
13/2013

Há muito que a literatura empírica sublinha a realidade socioeconómica assimétrica que Portugal
apresenta, contrastando sobretudo litoral e interior, mas também “Norte” e “Sul”. A presente comunicação
analisa a evolução das assimetrias ao nível dos municípios do país. Na análise da convergência a que se
procedeu usou-se como proxy do nível de bem-estar ou de desenvolvimento dos municípios o Indicador
per capita de Poder de Compra (IpcPC) no período 1995-2009.

48
2.2. MEDIDAS DE CONVERGÊNCIA

As Assimetrias Regionais em Portugal: análise da convergência vs divergência ao nível dos


municípios.

Os resultados alcançados sugerem que: i) persistem divergências de desenvolvimento acentuadas entre


os vários municípios portugueses; ii) no período em análise, verificou-se convergência, quer absoluta,
quer condicionada, entre os municípios; iii) é na convergência condicionada que se obtêm os resultados
mais robustos.

49
2.2. MEDIDAS DE CONVERGÊNCIA

As Assimetrias Regionais em Portugal: análise da convergência vs divergência ao nível dos


municípios.

De um ponto de vista mais específico, os objetivos da comunicação foram os seguintes:

i. Verificar, com recurso a metodologias estatísticas adequadas, se as assimetrias regionais em


Portugal tenderam a diminuir, aumentar ou a estabilizar com o tempo;

ii. Verificar se há uma associação entre posição geográfica dos municípios e desenvolvimento, para
perceber as razões da chamada litoralização do país;

iii. Identificar que fatores estão na base da convergência ou divergência de níveis de desenvolvimento
económico dos municípios portugueses.
50
As Assimetrias Regionais em Portugal: análise da convergência vs
divergência ao nível dos municípios
José Ferreira Silva e J. Cadima Ribeiro – Núcleo de Investigação em políticas Económicas da Universidade do Minho - NIPE WP 13/ 2013

Discussão dos Resultados – Convergência Sigma


A convergência σ é uma das medidas utilizadas para avaliar a convergência entre os municípios nacionais.

Conclusões:
i) em primeiro, é de relevar a existência de um
comportamento regular de diminuição da dispersão no
período objeto de análise, ou seja, verifica-se
convergência σ;
ii) é possível distinguir duas fases distintas de
convergência: na primeira fase, entre 1995 e 2004,
denota-se uma tendência forte de convergência,
evidenciada por uma diminuição acentuada da
dispersão; na segunda fase, entre 2004 e 2009, verifica-
se uma desaceleração da convergência, evidenciada
por uma ténue diminuição da dispersão; por fim,
iii) constata-se que as assimetrias existentes no território
continental português são superiores às que existem 51
nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
As Assimetrias Regionais em Portugal: análise da convergência vs
divergência ao nível dos municípios
José Ferreira Silva e J. Cadima Ribeiro – Núcleo de Investigação em políticas Económicas da Universidade do Minho - NIPE WP 13/ 2013

Discussão dos Resultados – Convergência Sigma


Da análise da convergência σ (Figura 1) podem retirar-se as seguintes conclusões:
i. em primeiro, é de relevar a existência de um comportamento regular de diminuição da dispersão no
período objeto de análise, ou seja, verifica-se convergência σ;
ii. é possível distinguir duas fases distintas de convergência: na primeira fase, entre 1995 e 2004, denota-
se uma tendência forte de convergência, evidenciada por uma diminuição acentuada da dispersão; na
segunda fase, entre 2004 e 2009, verifica-se uma desaceleração da convergência, evidenciada por
uma ténue diminuição da dispersão;
iii. constata-se que as assimetrias existentes no território continental português são superiores às que
existem nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
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As Assimetrias Regionais em Portugal: análise da convergência vs
divergência ao nível dos municípios
José Ferreira Silva e J. Cadima Ribeiro – Núcleo de Investigação em políticas Económicas da Universidade do Minho - NIPE WP 13/ 2013

Discussão dos Resultados – Convergência Beta

Neste contexto, a convergência β verificar-se-á quando


o coeficiente de convergência associado à variável do
IpcPC inicial (lnpodcmp95) for negativo e
estatisticamente significativo.

De acordo com os resultados das estimações realizadas, os coeficientes de convergência são negativos e
apresentam significância estatística, como seria de esperar. Portanto, os resultados obtidos são favoráveis
53
à hipótese de convergência absoluta do IpcPC entre os municípios nacionais para o período de 1995-2009.
As Assimetrias Regionais em Portugal: análise da convergência vs
divergência ao nível dos municípios

José Ferreira Silva e J. Cadima Ribeiro – Núcleo de Investigação em


políticas Económicas da Universidade do Minho - NIPE WP 13/ 2013

Discussão dos Resultados – Convergência Beta

No quadro 3, apresentam-se os resultados das estimações da


equação da convergência β condicionada para o total dos
municípios portugueses.
Na hipótese da convergência β condicionada, a convergência é
condicionada pelas seguintes diferenças estruturais de cada
município: o nível dos investimentos, o setor de atividade
económica, o capital humano, o progresso tecnológico e a posição
geográfica.
Conclusão: Globalmente, a introdução no modelo das variáveis
mencionadas melhorou a qualidade do ajustamento (R²) e teve
expressão no coeficiente de convergência e na velocidade da
54
convergência.
2.2. MEDIDAS DE CONVERGÊNCIA

As Assimetrias Regionais em Portugal: análise da convergência vs divergência ao nível dos


municípios.

Conclusões Finais

Em síntese, dos resultados empíricos obtidos retiram-se três conclusões principais:


i. Os dados analisados permitem-nos concluir que existem divergências acentuadas no desenvolvimento
dos vários municípios portugueses, destacando-se, neste âmbito, o desnível entre os municípios do
Litoral e os do Interior, com vantagem para os primeiros;
ii. Observa-se a convergência no IpcPC entre os municípios portugueses no período de análise, no
entanto a convergência encontrada está condicionada pelas características estruturais dos municípios;
iii. Finalmente, constata-se que a posição geográfica tem influência na variação do IpcPC dos municípios.
55
2.3. CONVERGÊNCIA REGIONAL NA U.E.

É legitimo esperar-se que o aprofundamento do processo europeu de integração económica tenha vindo a
conduzir a uma interação crescente entre as diferentes economias integrantes.

À luz da teoria económica do crescimento e de um conjunto lato de trabalhos empíricos realizados


incidindo sobre diferentes universos e a diferentes níveis de análise (países, regiões), os resultados desta
interação crescente sobre a evolução das disparidades dos níveis de desenvolvimento estão longe de ser
previsíveis.

O processo de integração tanto poderá acompanhar-se e, mesmo, acelerar um desejável processo


de convergência como poderá, num cenário oposto, acentuar as disparidades regionais de níveis
de desenvolvimento…!
56
2.3. CONVERGÊNCIA REGIONAL NA U.E.

Evolução das disparidades regionais na U.E.

As disparidades de níveis de desenvolvimento entre regiões europeias permanecem elevadas.

Em 1998, para as regiões NUTS II, temos Inner London, no Reino Unido, a registar um nível relativo do
PIB por habitante de 243% da média da U.E., enquanto por ex: Ipeiros (região grega) aparece com um PIB
por habitante de 42% da média da U.E.

Em 1998, das 206 regiões NUTS II, 46 registavam um PIB por habitante inferior a 75% da média da EU
(incluindo 5 das 7 regiões Portuguesas).

Nas regiões NUTS II da U.E., em 2009, o PIB per capita variou entre 28% da média da U.E.-27, em
Severozapaden, na Bulgária, e 343% na região de Inner London, no Reino Unido (ver Mapa1).
57
O uso de paridades de poder de compra padrão (PPS) torna possível
comparar o poder de compra em todas as regiões dos Estados-Membros
onde existem moedas diferentes e diferentes níveis de preços.
- Nas regiões NUTS 2 da UE, o PIB per capita variou entre 28% da
média da UE27 (6400 PPS) em Severozapaden, na Bulgária, e 343%
(85800 PPP) na região de Inner London, no Reino Unido.
- O Luxemburgo, (com 266% da média UE-27), a região de Bruxelas
(216%), e a região alemãd e Hamburgo (188%) ocupam as segunda a
quarta posições na tabela das regiões como PIB per capita mais elevado,
seguidas das regiões circundantes das capitais da Eslováquia, da França
e da República Checa com 178%, 177% e 175% da média UE-27,
respetivamente.
- Muitas das regiões com elevado PIB per capita correspondem a regiões
circundantes das capitais ou regiões contíguas – é o caso da Bélgica, da
República Checa, Dinamarca, Irlanda, Espanha, França, Luxemburgo
(que é apenas uma região), Países Baixos, Áustria, Eslováquia, Mapa 1: PIB per capita, imparidade de poder de
compra padrão (PPS), por NUTS II da U.E., em58
%
Finlândia, Suécia e Reino Unido. da média da U.E.-27, 2009 Fonte: Eurostat
Em 2014, as regiões europeias que registaram um PIB per capita,
em PPS:

• Mais elevado, entre 121% e 263%, foram as regiões da


Noruega, da Suécia, da Dinamarca, dos Países Baixos, da
Alemanha, da Suíça, da Áustria, e da Irlanda;

• Intermédio, entre 85% e 121%, foram as regiões de Espanha,


de França, Bélgica, Itália, Reino Unido, Finlândia e Islândia.

• Baixo, entre 53% e 73%, foram as regiões da Estónia, Letónia,


Polónia, Hungria, Croácia, Roménia e da Grécia.

Mapa: Produto Interno Bruto (PIB) per capita, em


paridade de poder de compra padrão (PPS), Index
(U.E.28=100) - 2014

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