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Estudo Estatístico

ODS

Tratamento e Análise de dados

Mestrado de Logística

Trabalho realizado por:

Ariana Moreno, nº 13589

Mariana Lima, nº 20864

Docente:

Filipe Carvalho

Data: 09/12/2022
Escola Superior de Ciências Empresariais

Índice

1. Introdução ______________________________________________________________ 3

2. A ONU e os objetivos do Desenvolvimento Sustentável ______________________ 4

2.1. Análise dos objetivos em estudo ________________________________________ 8

3. Resultados da análise estatística _________________________________________ 10

3.1. ODS 1: Erradicar a pobreza, em todas as suas formas, em todos os lugares _ 10

3.2. ODS 10: Reduzir as desigualdades no interior dos países e entre países ____ 13

3.3. Análise Comparativa entre ODS1 E ODS 10 _____________________________ 16

4. Conclusão _____________________________________________________________ 18

5. Bibliografia ____________________________________________________________ 19

6. Anexos _______________________________________________________________ 20

Índice de Figuras
Figura 1: Taxa de pobreza dos idosos __________________________________________ 9

Figura 2: Taxa de pobreza após impostos e transferências ________________________ 9

Figura 3: Pessoas em risco de pobreza e exclusão social ________________________ 10

Figura 4: Pessoas em risco de pobreza de renda após transferências sociais ______ 11

Figura 5: Taxa de Risco de pobreza da população empregada ___________________ 12

Figura 6: Taxa de pobreza dos idosos _________________________________________ 13

Figura 7: Desigualdade na distribuição do rendimento (S80/S20) _________________ 14

Figura 8: Análise de Estatística de Desigualdade de Rendimentos S80/S20 ________ 15

Figura 9: Coeficiente de Gini _________________________________________________ 15

Figura 10: Análise comparativa entre ODS1 E ODS10 ___________________________ 16

Figura 11: Avaliação do ODS 1 E ODS10 de acordo com SDR-2022 ______________ 17

Figura 12: Objetivos do desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 ____________ 20

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1. Introdução

Atualmente formulam-se vários objetivos para fazer face à redução da


desigualdade e pobreza, entre países e dentro destes, e, neste sentido, são várias as
políticas económico-sociais que vão ao encontro do desenvolvimento dito sustentável.
Esta sustentabilidade não é alcançada senão, de entre outros aspetos, operando na
atenuação de desigualdades extremas (Doyle & Stiglitz, 2014).

São vários os autores que atribuem uma conexão entre estes três aspetos. O
triângulo de Bourguignon (Pobreza-Desenvolvimento-Desigualdade), por exemplo, foca
a interação entre estes três fenómenos, permitindo concluir que tanto maior será o nível
de pobreza quanto maior for o nível de desigualdade. Por isso, a estratégia para o
desenvolvimento deve, entre outros fatores, focar-se na diminuição das desigualdades
(Bourguignon, 2004; Michalek & Výbošťok, 2019).

Os ODS, ou Agenda 2030, procuram solucionar problemas existentes tanto em


países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. Pretende-se ao nível da
coordenação de políticas públicas e através da análise, recolha e multiplicação de
ferramentas metodológicas, avançar cada vez mais para o desenvolvimento global e
sustentável.

Este trabalho irá focar-se, particularmente, em dois dos objetivos dos ODS: “1-
Erradicar a pobreza em todas as suas formas e lugares; 10 – Reduzir as Desigualdades
no interior dos países e entre países”.

Primeiramente, através do capítulo 2, abordaremos os 17 Objetivos de


Desenvolvimento Sustentável de uma forma geral. Na parte final deste capítulo,
explicaremos os motivos pelo qual elegemos os ODS1 e ODS10 para o nosso estudo
estatístico.

No capítulo 3, iremos apresentar os resultados estatísticos obtidos. Nesta análise


destacaremos 3 indicadores de cada ODS em estudo e, de seguida, realizaremos uma
pequena comparação entre os ODS 1 e 10.

Por fim, no capítulo 4, analisaremos as conclusões retiradas do estudo estatístico


realizado e apresentaremos sugestões para futuros trabalhos sobre o tema.

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2. A ONU e os objetivos do Desenvolvimento Sustentável

O objetivo do presente trabalho é apresentar a Agenda 2030 da ONU


(Organização das Nações Unidas), assim como os seus 17 objetivos1 do
desenvolvimento sustentável (ODS) e averiguar em que medida afetam o
desenvolvimento tecnológico e a inovação empresarial.

ODS 1 – Fim da pobreza


A pobreza é uma realidade que assola todo o mundo, não só na falta de
rendimento, mas também retrata na privação da igualdade de direitos sobre recursos
económicos e serviços básicos (tais como sistemas financeiros, recursos naturais, e
segurança contra calamidades naturais, sociais ou económicas).

ODS 2 – Fome zero


Este objetivo visa erradicar a fome, assegurado a segurança alimentar e a boa
nutrição, além de promover a agricultura sustentável, dado que agricultura industrial
ameaça os ecossistemas (perda de biodiversidade, diminuição da qualidade do solo e
emissão de poluentes) (Blesh, Hoey, Jones, Friedmann, & Perfecto, 2019).

ODS 3 – Saúde e bem-estar


Embora os MDG (Millennium Development Goals) não tenham tido os resultados
esperados, permitiram alguns sucessos, por exemplo nas Américas, onde muitos países
não só atingiram o proposto, como o ultrapassaram, nas áreas do saneamento e
qualidade da água. Como tal, a OMS divulgou 6 pontos para promover este objetivo:
• Ação intersectorial por várias partes; • Financiamento sustentável;
• Fortalecimento de sistemas de saúde; • Inovação e pesquisa científica;
• Monitorização e avaliação. • Respeito pela igualdade e direitos
humanos;

ODS 4 – Qualidade da educação


O aumento da pobreza, a escassez de recursos naturais e as alterações climáticas
são alguns conflitos que podem ser resolvidos parcialmente com foco em valores, ética
e responsabilidade social das empresas. Para isso, é imperativo assegurar a
participação da nova geração de líderes na missão do desenvolvimento sustentável
através da educação.

1
A lista geral dos 17 ODS encontra-se na Figura 12 nos Anexos

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ODS 5 – Igualdade de género


Este é caracterizado por várias metas, incluindo:
• Eliminar todas as formas de violência contra as mulheres e raparigas quer
em ambientes públicos, quer em privados;
• Combater todas as práticas prejudiciais, tais como o casamento
infantil/forçado e a mutilação genital feminina;
• Atenção ao trabalho doméstico não renumerado;
• Direitos à reprodução e à saúde sexual e reprodutiva;
• Participação total e efetiva, assim como liderança a todos os níveis nas
tomadas de decisão na política, economia e vida pública;
• Igualdade de direitos das mulheres nos recursos económicos, incluindo
terrenos e propriedades (Razavi, 2016).

ODS 6 – Água potável e saneamento


A água e o saneamento são os núcleos do desenvolvimento sustentável. São os
pilares da saúde e bem-estar humanos. Além do propósito doméstico, a água é
necessária para a produção de energia, bens alimentares e indústria.
O custo de implementação de tecnologias para a redução de gastos de água é
uma das maiores barreiras para a sua implementação, quer no setor privado, quer no
público.

ODS 7- Energias renováveis e acessíveis


Este ODS apela à garantia do acesso universal a serviços de energia modernos,
à melhoria da eficiência energética e ao aumento da quota das energias renováveis. A
fim de acelerar a transição para um sistema energético a preços acessíveis, fiável e
sustentável que satisfaça estas necessidades, os países têm de facilitar o acesso à
investigação e às tecnologias no domínio das energias limpas e de promover o
investimento em soluções eficientes em termos de recursos e de energia.

ODS 8 – Trabalho digno e crescimento económico


Reconhece a importância de um crescimento económico sustentável e de
elevados níveis de produtividade económica para a criação de empregos de qualidade
bem remunerados, bem como para a eficiência na utilização dos recursos no consumo
e na produção. Apela à criação de oportunidades de pleno emprego e de trabalho digno
para todos, a par da erradicação do trabalho forçado, do tráfico de seres humanos e do
trabalho infantil, bem como à promoção de direitos laborais e de ambientes de trabalho
seguros.

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ODS 9 – Indústria, inovação e infraestruturas


Apela à criação de infraestruturas resilientes e sustentáveis e promove uma
industrialização inclusiva e sustentável. Reconhece igualmente a importância da
investigação e da inovação para encontrar soluções duradouras para os
desafios sociais, económicos e ambientais.

ODS 10 – Redução das desigualdades


Estudos mostram que as desigualdades económicas e sociais prejudicam a
saúde, o bem-estar e a coesão social, promovem a competição por “status” e
consumismo, além de aumentar a violência. A desigualdade dificulta a redução da
pobreza, enfraquece o crescimento económico e compromete a democracia.
Assim, este ponto pretende reduzir as desigualdades não só a nível económico,
mas também ao nível de género, idade, deficiência, raça, classe, etnia, religião e
oportunidade.

ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis


Visa renovar e planear as cidades e outros aglomerados humanos de uma forma
que ofereça oportunidades para todos, com acesso a serviços básicos, energia,
habitação, transportes e espaços verdes, reduzindo simultaneamente a utilização de
recursos e o impacto ambiental.

ODS 12 – Produção e consumo sustentáveis


Apela a um conjunto abrangente de ações por parte das empresas, decisores
políticos, investigadores e consumidores, a fim de se adaptarem a práticas sustentáveis.
Prevê a produção e o consumo sustentáveis baseados numa capacidade tecnológica
avançada, na eficiência na utilização dos recursos e na redução dos resíduos a nível
global.

ODS 13 – Ação climática


Visa implementar o compromisso assumido na Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Alterações Climáticas e operacionalizar o Fundo Verde para o Clima. Visa
reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação dos países aos riscos naturais
relacionados com o clima e às catástrofes daí resultantes, com especial destaque para
o apoio aos países menos desenvolvidos.

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ODS 14 – Vida submarina


A eficácia deste ODS depende da sua implementação em conjunto com outras
políticas relevantes e instrumentos legais, tais como a UNCLOS (United Nations
Convention on the Law of the Sea) e a CBD (Convention on Biological Diversity).
Este conjunto tem feito esforços para integrar a biodiversidade e os serviços do
ecossistema no setor das pescas, incluindo como parte da abordagem do ecossistema,
focando-se nas obrigações internacionais para a transferência de tecnologia como meio
holístico de implementação da ODS 14 e das implicações locais no contexto de pesca
em pequena escala.

ODS 15 – Vida dos ecossistemas terrestres


Uma nova atitude direcionada à natureza deve ser formulada, de modo a lidar com
os problemas atuais relacionados com a degradação mundial do ambiente, para isso, é
necessária uma resposta por parte dos governos, nova e apropriada. As reflexões sobre
a governação global, tomaram lugar em resposta aos desafios internacionais, e enfatiza
a importância de estes trabalharem em conjunto com os atores internacionais,
representantes da sociedade civil e atores privados.

ODS 16 – Paz, justiça e solidez das instituições


Os ODS oferecem uma narrativa universal contra a radicalização e o extremismo
violento, o conflito e a desordem. A tarefa que agora surge é concretizar o impacto
derivado da perspetiva dos ODS para arquitetar a paz. Como a interface entre a
segurança e as formas de desenvolvimento progressivo pertencem aos processos de
constitucionalização alargados na lei internacional, podese verificar uma convergência
nos debates decorrentes para um projeto Kantianista, tais como a criação de um corpo
consistente na lei internacional, levando a um status onde os estados, internamente, se
regem por princípios constitucionais globalmente aceites (Werther-Pietsch, 2018).

ODS 17 – Parcerias para atingir os objetivos


Em 2015, os líderes mundiais adotaram a Agenda 2030 para o desenvolvimento
sustentável, que visa terminar com a pobreza, eliminar as injustiças e combater as
alterações climáticas. Para atingir estes objetivos, é necessário a interação de várias
organizações, tais como governo, empresas e sociedade civil. É necessário mobilizar
os recursos existentes assim como os desenvolvimentos tecnológicos, recursos
financeiros e capacidade de construção de modo a contribuir para um futuro mais
sustentável e benéfico para todos. (UN WSS, 2017).

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2.1. Análise dos objetivos em estudo


Este trabalho irá focar-se, particularmente, em dois dos objetivos: ODS 1-
“Erradicar a pobreza em todas as suas formas e lugares” e ODS10 – “Reduzir as
desigualdades entre todos os países e entre países”.

Na nossa opinião, a pobreza e as desigualdades sociais são os objetivos base a


combater. Em pleno século XXI já deveriam ter sido erradicadas ou, pelo menos,
apresentar uma incidência mais residual, mas infelizmente ainda têm um enorme
impacto no mundo. Concordamos, igualmente, com o autor Bourguignon (2004) e a sua
teoria sobre: “O triângulo de Bourguignon (Pobreza-Desenvolvimento-Desigualdade)”,
como citamos anteriormente.

Para a realização deste trabalho recorremos a artigos publicados RCAAP, tais


como: “Objetivos do desenvolvimento sustentável e políticas de redução da
desigualdade e pobreza na Europa” (Miranda, Helena 2020), “Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU – Desafios ao Desenvolvimento
Tecnológico e à Inovação Empresarial” (Marques, Marcelo 2019).

Os autores consultados chegaram às seguintes conclusões:

(Miranda, Helena 2020), Verifica-se que embora já existam fortes indícios de


progressão no desenvolvimento sustentável, muitos países, maioritariamente os países
em desenvolvimento, possuem ainda muitos entraves económicos, sociais e culturais
que impedem avanços significativos nas áreas da sustentabilidade e do
desenvolvimento sustentável.

(Marques, Marcelo 2019), Apesar de que para os países desenvolvidos, as metas


específicas no quadro da pobreza e redução das desigualdades assumam um grau de
aplicabilidade e adequabilidade inferior, em comparação com os países em
desenvolvimento, ainda existe um longo caminho a percorrer na erradicação da pobreza
e redução das desigualdades no espaço europeu.

Recorremos ao “Reporte de Desenvolvimento Sustentável” para identificarmos


quais os países com maior interesse para a nossa análise.

Comparativamente a Portugal, decidimos analisar a Dinamarca e a Estónia pelo


seu posicionamento nestes seguintes indicadores. O primeiro apresenta o melhor
indicador da Europa e o segundo ocupa a pior posição.

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Apresentamos os resultados nos seguintes gráficos:

Figura 1: Taxa de pobreza dos idosos


Acedido em: 26/11/2022

Figura 2: Taxa de pobreza após impostos e transferências


Acedido em: 26/11/2022

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3. Resultados da análise estatística


Neste trabalho como método de estudo e análise dos dados utilizamos o
PORDATA, EUROSTAT, INE e SUSTAINABLE DEVOLPMENT REPORT, SDR_2022
DATABASE.

3.1. ODS 1: Erradicar a pobreza, em todas as suas formas, em


todos os lugares

A meta para este objetivo na UE, até 2030, é: o número de pessoas em risco de
pobreza ou exclusão social deve ser reduzido em pelo menos 15 milhões, incluindo pelo
menos 5 milhões de crianças.

Figura 3: Pessoas em risco de pobreza e exclusão social


Fonte: Eurostat Database (sdg_01_10); acedido em: 26/11/2022

Como se pode observar, o rácio apresentado pela Dinamarca tem uma taxa
reduzida comparativamente com Portugal e Estónia.

É de notar que ao longo dos anos analisados (2015 a 2021), a taxa de pobreza e
exclusão social apresentada pela Dinamarca exibiu poucas oscilações 18,6% em 2015;
17,3% em 2021, sendo 2020 o melhor ano (16,3%).

Da mesma forma, repara-se que Portugal apresentou um decréscimo significativo


até 2020. Em 2015, 26,4% da população considerava-se em risco de pobreza e
exclusão social e 20% em 2020. Infelizmente, em 2021 este rácio subiu para 22,4%.

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Destaca-se também que, neste ano, a taxa subiu o que se tinha reduzido em 2 anos e
meio.

No ano de 2015, a Estónia apresentava um valor de 23,6% e em 2021 um valor


de 22,2%. Pode-se verificar que em 2021 Portugal e Estónia encontram-se com taxas
muito próximas.

Figura 4: Pessoas em risco de pobreza de renda após transferências sociais


Fonte: Eurostat Database (sdg_01_20); acedido em: 26/11/2022

Inicialmente neste indicador repara-se que os 3 países em estudo apresentavam


poucas discrepâncias entre eles: Portugal (17,9%), Estónia (15,8%), Dinamarca
(13,3%).

No entanto a situação económica da Estónia agravou-se consideravelmente até o


último ano analisado. Relativamente à Dinamarca, esta mais uma vez exibiu uma taxa
estável ao longo dos anos.

Nos anos de 2014 e 2015, Portugal atingiu a pior taxa dos anos em estudo
(19.5%). Em 2020 expôs a taxa mais baixa, 16,2%.

No último ano analisado (2021), verificamos que a Dinamarca assinalava uma taxa
de 12,3% enquanto Portugal detinha 18,4% e Estónia 20,6%.

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Figura 5: Taxa de Risco de pobreza da população empregada


Fonte: PORDATA Acedido em: 26/11/2022

Este rácio mostra em que países há maior e menor percentagem de pessoas que,
mesmo trabalhando, têm rendimentos inferiores ao limiar do risco de pobreza, já tendo
em conta as transferências sociais recebidas.

Em 2004 os países em estudo ostentavam os seguintes valores: Portugal (12,4%),


Estónia (9,1%) e Dinamarca (4,8%).

Comparando os valores anteriores com os de 2021 apenas Portugal melhorou a


sua taxa reduzindo-a para 11,2%. Os restantes países agravaram a sua situação
(Estónia 0,9% e Dinamarca 1,2%).

É de notar que Portugal entre 2009 e 2017 não apresentou oscilações


significativas (10,3% e 10,8%, respetivamente).

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3.2. ODS 10: Reduzir as desigualdades no interior dos países e


entre países

Figura 6: Taxa de pobreza dos idosos


Fonte: Sustainable Development Report (sdg_10) Acedido em: 26/11/2022

O indicador reflete a taxa de pobreza dos idosos e a UE definiu 6,1% como valor
objetivo.

Neste gráfico facilmente notamos que a Taxa de Pobreza dos idosos com mais de
66 anos na Dinamarca se encontra próximo do objetivo da UE.

Como se pode verificar, Portugal ocupa o segundo lugar. A partir de meados de


2010 apresentou valores próximos de 10% até ao último ano analisado.

A Estónia apresenta valores muito elevados ao longo dos anos estudados.

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Figura 7: Desigualdade na distribuição do rendimento (S80/S20)


Fonte: PORDATA (sdg_10_41) Acedido em: 26/11/2022

O indicador de desigualdade da distribuição de rendimento S80/S20 compara o


rendimento dos 20% mais ricos com o rendimento dos 20% mais pobres de uma
população. Quanto maior é este indicador maior é a desigualdade da distribuição de
rendimento entre a população.

Nesta tabela observamos que nos últimos 21 anos as taxas dos 3 países pouco
evoluíram.

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Em 2021, a Dinamarca apresentava um rácio de 3,9%, o que significa que 20%


dos mais ricos era 3,9 vezes superior aos 20% mais pobres. No caso da Estónia o rácio
é de 5% e de Portugal de 5,7%.

Figura 8: Análise de Estatística de Desigualdade de Rendimentos S80/S20


Fonte: PORDATA (sdg_10_41) Acedido em: 26/11/2022- Adaptada no SPSS

Em relação à média das desigualdades, de acordo com a tabela anterior, verifica-


se que Portugal apresenta o rácio mais elevado (6,076), seguido da Estónia (5,610) e
da Dinamarca (3,880).

Segundo a Wikipédia, a mediana é o valor que separa a metade maior e a


metade menor de uma amostra, ou seja, 4; 5,5 e 6 são os valores que correspondem
respetivamente à sua metade.

Por fim, o desvio padrão indica uma medida de dispersão dos dados em torno
da média amostral, ou seja, é a margem de erro que os dados podem tomar em relação
à sua média.

Figura 9: Coeficiente de Gini

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O Coeficiente de Gini é um indicador de desigualdade na distribuição do


rendimento que visa sintetizar num único valor a assimetria dessa distribuição. Assume
valores entre 0 (quando todos os indivíduos têm igual rendimento) e 100 (quando todo
o rendimento se concentra num único indivíduo).

A UE definiu como objetivo a longo prazo, o valor de 27,5.

Verificamos que a Dinamarca apresentava o valor mais próximo do objetivo (28,2


valores). A Estónia ocupa a 2ª posição, com 30,3 valores e Portugal ocupa a 3ª, com
33,5 valores.

3.3. Análise Comparativa entre ODS1 E ODS 10


40

35

30

25

20

15

10

0
Portugal (2015)
Dinamarca(2011)
Dinamarca(2012)
Dinamarca(2013)
Dinamarca(2014)
Dinamarca(2015)
Dinamarca(2016)
Dinamarca(2017)
Dinamarca(2018)

Portugal (2011)
Portugal (2012)
Portugal (2013)
Portugal (2014)

Portugal (2016)
Portugal (2017)
Portugal (2018)
Estonia (2011)
Estonia (2012)
Estonia (2013)
Estonia (2014)
Estonia (2015)
Estonia (2016)
Estonia (2017)
Estonia (2018)

ODS1 ODS10

Figura 10: Análise comparativa entre ODS1 E ODS10


Fonte SDR-2022: DataBase Acedido em: 26/11/2022

Como podemos constatar a Dinamarca contém valores mais reduzidos no ODS


10 (Redução de Desigualdades) do que no ODS1 (Fim da Pobreza), contrariamente à
Estónia onde os valores mais baixos se encontram no ODS 1 e o ODS10 toma valores
descontrolados.

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Os valores do ODS 1 entre Portugal e Estónia são relativamente próximos, no


entanto, verifica-se que na Estónia os valores do ODS 10 são muito díspares face a
Portugal.

Podemos ainda verificar que ao longo dos anos, Portugal aproximou os valores
da pobreza aos da desigualdade.

De forma a concluirmos o nosso estudo, obtivemos as seguintes conclusões:

Figura 11: Avaliação do ODS 1 E ODS10 de acordo com SDR-2022


Fonte SDR-2022: DataBase Acedido em: 26/11/2022

De acordo com a base de dados, a Dinamarca é o único país que está dentro
dos objetivos impostos pela ONU.

Em relação à Estónia, verificamos que o ODS 1 está próximo de ser cumprido,


no entanto, no ODS 10 tem um longo caminho a percorrer.

Quanto a Portugal os objetivos estão prestes a ser cumpridos, no entanto ainda


existem metas que podem ser melhoradas.

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4. Conclusão
Neste Trabalho pretendemos estudar de que forma os ODS, desenvolvidos pela
Organização das Nações Unidas, podem ser um motor de redução das Desigualdades
e Pobreza na Europa. Para tal, foi realizada uma análise do progresso de alguns
indicadores, bem como a avaliação da relevância e adequabilidade das metas
estabelecidas para os países em análise: Dinamarca, Estónia e Portugal.

Apesar de que para os países desenvolvidos, as metas específicas no quadro


da pobreza e redução das desigualdades assumam um grau de aplicabilidade e
adequabilidade inferior, em comparação com os países em desenvolvimento, ainda
existe um longo caminho a percorrer na erradicação da pobreza e redução das
desigualdades no espaço europeu.

Neste sentido, quando se fala em redução de Desigualdades, no seu todo, os


indicadores de pobreza assumem particular relevância no seio da UE.

Tendo em conta as análises do progresso dos indicadores selecionados neste


Trabalho, bem como, os desafios que se colocam na implementação dos ODS, é
possível concluir que ainda existem algumas debilidades no conjunto de medidas
apresentadas. Em suma, verificou-se que Portugal se encontra perto de alcançar os
objetivos em estudo. A Estónia, apresenta valores relativamente próximos aos de
Portugal, no entanto, quando falamos em desigualdades, são necessárias mudanças
significativas. A Dinamarca é o país exemplo a seguir pelos restantes países membros
da UE.

O período que agora atravessamos agrava as desigualdades e desencadeará


uma crise social e económica grave. Neste momento, grande parte da população já
considerada em situações de vulnerabilidade terá tendência em cair na pobreza
extrema, muito devido às alterações de rendimentos familiares e ao custo de vida
inflacionado.

Neste sentido, como recomendação para trabalhos futuros, seria relevante que
se realizassem estudos de impacto, tendo em conta as alterações provocadas pela
pandemia e pelo conflito Rússia-Ucrânia. Desta forma, poderíamos analisar quais os
impactos destas duas situações na eficácia e eficiência no seguimento dos Objetivos,
bem como nos indicadores que levam ao progresso ou retrocesso dos mesmos.

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5. Bibliografia

Miranda, Helena Sofia de Sousa (2020). Objetivos do Desenvolvimento


Sustentável e Políticas de Desigualdade e Pobreza na Europa.
[Dissertação de Mestrado, Universidade de Economia e Gestão de
Lisboa]. Repositório da Universidade Técnica de Lisboa.

http://hdl.handle.net/10400.5/21014

Marques, Marcelo (2019). Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da


ONU – Desafios ao Desenvolvimento Tecnológico e à Inovação
Empresarial. [Dissertação de Mestrado, Instituto Superior de Engenharia
de Lisboa (ISEL)]. Repositório do Instituto Politécnico de Lisboa.

https://repositorio.ipl.pt/handle/10400.21/12318

PORDATA. (Novembro 2022). https://www.pordata.pt

EUROSTAT. (Novembro 2022). https://ec.europa.eu/eurostat

INE. (Novembro 2022). https://www.ine.pt

SUSTAINABLE DEVOLPMENT REPORT. (Novembro 2022).


https://dashboards.sdgindex.org

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6. Anexos

Figura 12: Objetivos do desenvolvimento sustentável da Agenda 2030


Fonte: (European Comission, 2016b)

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