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Licenciatura em Ciências Empresariais

Análise Financeira
DOCUMENTOS BASE DA ANÁLISE FINANCEIRA: RELATO ANUAL E INTERCALAR
Elaborado por: Fernanda Leão (FML)
Docentes: José Mendes
Introdução

OBJETIVOS DA UC
A análise financeira foca-se, principalmente, no seguinte:

 Identificação e análise do ajustamento dos principais fluxos financeiros,


visando testar as condições de equilíbrio ao normal funcionamento da
empresa;

 Análise da rendibilidade dos capitais e da eficiência da sua utilização;

 Identificação e mensuração dos riscos operacionais e financeiros;

 Análise do crescimento sustentável;

 A estimativa da criação de valor.

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 2
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Introdução

OBJETIVOS DA UC
A análise financeira sustenta-se, essencialmente, nos documentos
de prestação de contas das organizações:
 Demonstrações financeiras, previstas na normalização
contabilística aplicável;
 Relatório de gestão; e
 Outros relatórios, tais como os de bom governo e de
sustentabilidade.

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Demonstrações Financeiras
Previstas no SNC

Estrutura e conteúdo

NCRF 1 NCRF 2

Demonstração Demonstração
Demonstração
dos resultados das alterações
Balanço Anexo dos fluxos de
por naturezas e no capital
caixa
por funções próprio

PE Modelo reduzido Modelo reduzido n/a Modelo reduzido n/a


+
ME Modelo reduzido Modelo reduzido n/a n/a n/a

Nota: ESNL com modelo específico e ME com notas no verso do Balanço

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Demonstrações Financeiras
Período de relato

Segundo o §9º da NCRF 1, as DF devem ser apresentadas pelo menos


anualmente, sendo que se houver alteração para um período diferente
do ano, a entidade deve divulgar:

 O período abrangido pelas DFs (semestre, trimestre, biénio, …);


 A razão para utilizar um período diferente; e
 O facto de que não são inteiramente comparáveis as quantias
comparativas da DR, DACP, DFC e notas do anexo relacionadas.

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Demonstrações Financeiras
Balanço

 Pode ser definido como um quadro patrimonial que evidencia a


situação económico/financeira duma entidade num dado
momento, mostrando os recursos que esta utiliza e as fontes de
financiamento que lhe permitem usufruir desses recursos;

 Representa o património duma entidade em composição e valor.


Disponibiliza informação que permite ao utente, nomeadamente,
avaliar a liquidez e a solvabilidade da entidade de relato,
divulgando, devidamente agrupados e classificados, os ativos, os
passivos e o capital próprio;

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Demonstrações Financeiras
Balanço

Informação a ser apresentada na face do balanço:

Segundo o §25º da NCRF 1, a informação mínima a apresentar na face


do balanço consta do respetivo modelo publicado através da Portaria
986/2009, de 07/09;

Podem, no entanto, ser adicionadas linhas de itens adicionais, títulos e sub-


totais, quando tal apresentação for relevante para uma melhor
compreensão da posição financeira da entidade. (§26º da NCRF 1).

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Demonstrações Financeiras - Balanço

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Demonstrações Financeiras
Balanço

Organização:

 Está organizado de forma a evidenciar os diferentes ciclos de


financiamento da empresa, a curto prazo e a m/l prazo;

 Por conseguinte, de acordo com o §10º da NCRF 1, as entidades


devem separar os ativos e passivos correntes dos não correntes e
apresentá-los desta forma na face do balanço.

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Demonstrações Financeiras - Balanço

Fonte: Gomes & Pires (2010, p.77)


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Demonstrações Financeiras - Balanço

Fonte: Gomes & Pires (2010, p.79)


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Demonstrações Financeiras
Balanço
Características do modelo de balanço:

 Ordenação do ativo: ordem crescente de liquidez;

 Ordenação do passivo: ordem crescente de exigibilidade;

 Indexação ao ANEXO: coluna com a designação “notas”, na qual se


inscrevem os números das notas do anexo onde são encontradas
divulgações adicionais sobre os respetivos itens;

 Comparabilidade temporal: permitida pela divulgação da informação


relativa ao período de relato e ao período imediatamente anterior.

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Demonstrações Financeiras
Demonstração dos Resultados

Documento que evidencia o desempenho duma entidade durante


o período de relato, mostrando as componentes positivas e
negativas que deram origem ao resultado líquido, permitindo,
assim, avaliar:
 economicamente tal entidade; bem como
 as contribuições da gestão para prosperidade da mesma.

O normativo nacional prevê dois tipos de demonstrações dos


resultados: por naturezas e por funções.

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Demonstrações Financeiras
Demonstração dos Resultados
Informação a ser apresentada na face da DR:

 Segundo o§33º da NCRF 1, a informação mínima a apresentar na face da


DR consta do respetivo modelo publicado através da Portaria 986/2009, de
07/09;

 Podem, no entanto, ser adicionadas linhas de itens adicionais, títulos e


sub-totais, quando tal apresentação for relevante para uma melhor
compreensão do desempenho da entidade. (§34º da NCRF 1).

 Os itens a apresentar devem basear-se numa classificação que atenda à


sua natureza, podendo, adicionalmente, ser apresentada uma DR com
uma classificação dos itens por funções (§36º da NCRF 1).

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Demonstrações Financeiras

Demonstração dos resultados por


naturezas
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Demonstrações Financeiras
Demonstração dos Resultados
Demonstração dos resultados por naturezas

 Nesta DF os elementos são classificados atendendo à natureza


dos rendimentos e dos gastos (operacional e financeira)

 Com efeito, a DRN está estruturada de modo a permitir obter


diretamente, e por esta ordem, o EBITDA (Earnings Before
Interest, Taxes, Depreciation and Amortization), o EBIT (Earnings
Before Interest and Taxes), o RAI (Resultados Antes de Impostos)
e o RLP (Resultado Líquido do Período).

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Demonstrações Financeiras
Demonstração dos Resultados
Alguns itens da DRN:

 Resultado das atividades descontinuadas: integra o resultado


proveniente das atividades, unidades, subsidiárias ou segmentos
cessados e que contribuíram para a formação do RLP. Não tem
interferência no cálculo deste, visando funcionar como
divulgação acessória, a qual se mostra positiva no âmbito da
função preditiva que as DF devem garantir;

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Demonstrações Financeiras
Demonstração dos Resultados

 Resultado líquido do período atribuível: informação a divulgar


nas contas consolidadas, para distinguir a parte dos resultados
afeta aos detentores de capital da empresa-mãe dos afetos aos
interesses minoritários;

 Resultado por ação básico: visa medir os interesses de cada


ação ordinária, calculando-se através da divisão do RLP
(reduzido dos dividendos preferenciais) pelo nº médio
ponderado de ações ordinárias em circulação.

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Demonstrações Financeiras
DACP
Demonstração das alterações no capital próprio:

 Documento que evidencia as mutações ocorridas no capital próprio


duma entidade durante um determinado período, fazendo a conciliação
entre os saldos iniciais e finais de cada um dos elementos que
compõem tal grandeza.

As alterações no capital próprio entre duas datas refletem o aumento ou a


redução dos ativos líquidos duma entidade durante o período de referência,
com exceção das alterações resultantes de transações com os detentores de
capital, agindo como tal, bem como dos custos de transação associados,
diretamente, a tais operações (§40º da NCRF 1). Por exemplo, aumentos de
capital e dividendos.

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Demonstrações Financeiras
DACP
O objetivo da DACP é, portanto, o de mostrar as variações que
ocorreram na composição e valor do capital próprio.

Trata-se de um quadro de dupla entrada que combina informação em


linha com informação em coluna. Cada uma das colunas corresponde
aos itens do capital próprio que se encontram evidenciados no modelo
de balanço, ao passo que nas linhas estão discriminados os factos
suscetíveis de gerar as alterações no capital próprio.

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Demonstrações Financeiras
DACP

A DACP introduz o conceito de resultado integral (comprehensive


income), o qual se encontra expresso no §41º da NCRF 1. Este traduz-
se,

na agregação direta do resultado líquido do período com


todas as variações ocorridas em capitais próprios, não
diretamente relacionadas com os detentores de capital,
agindo enquanto tal.

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Demonstrações Financeiras
DACP
Rubricas a incluir na face da DACP:
Segundo o §38º da NCRF 1, as rubricas a incluir na face da DACP
constam do respetivo modelo publicado através de Portaria.

 Capital subscrito: evidencia o total do capital social subscrito pelos


EM COLUNA

sócios/acionistas, independentemente de se encontrar, ou não,


realiado;

 Ações (quotas) próprias: Ações (quotas) que a empresa compra


dela própria (aparecem a deduzir ao valor do capital próprio);

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Demonstrações Financeiras
DACP
Prestações suplementares (sociedades por quotas) e Prestações
acessórias (sociedades anónimas): entradas em dinheiro exigidas aos
sócios/acionistas para reforço do capital da sociedade, as quais
podem ser restituídas aos sócios/acionistas por sua deliberação,
desde que o Capital Próprio não fique inferior ao capital social +
reserva legal;
EM COLUNA

 Prémios de emissão: diferença entre o preço de emissão das ações


e o valor nominal das mesmas;

Reservas: constituídas, sobretudo, através da retenção de lucros,


visando o incremento dos fundos das entidades. As reservas legais
são as impostas por legislação, podendo existir outras reservas, por
exemplo, decorrentes do contrato de sociedade ou de deliberação
dos sócios/acionistas.
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Demonstrações Financeiras
DACP
Resultados transitados: quantias relativas a lucros ou prejuízos de
períodos anteriores, não distribuídos/aplicados;

Ajustamentos em ativos financeiros: resultam da utilização do


método da equivalência patrimonial;
EM COLUNA

Excedentes de revalorização: resultam da aplicação do modelo de


revalorização aos ativos fixos;

 Outras variações no capital próprio: Diferenças de conversão


cambial de DF; ajustamentos por impostos diferidos; subsídios;
doações e outras situações suscetíveis de reconhecimento no capital
próprio;

RLP: lucro ou prejuízo de cada período económico.


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Demonstrações Financeiras
DACP
Primeira adoção do novo referencial contabilístico: alterações
resultantes da aplicação pela 1ª vez do SNC, de acordo com a NCRF 3;

Alterações de políticas contabilísticas: ajustamentos decorrentes da

ALTERAÇÕES NO PERÍODO
aplicação retrospetiva de PC e da correção de erros, conforme NCRF 4;
EM LINHA

Diferenças de conversão de DF: quantias que decorrem da existência


de entidades no perímetro de consolidação que relatam em moeda
diferente;

Realização do excedente de revalorização dos AFT e do AI: valor do


excedente de revalorização correspondente ao uso, venda ou abate
dos ativos;

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Demonstrações Financeiras
DACP
Excedente de revalorização dos AFT e AI: importâncias que
decorrem da aplicação do modelo de revalorização aos AFT e AI;

ALTERAÇÕES NO PERÍODO
Ajustamentos por impostos diferidos: correspondem a diferenças
temporárias de tributação;
EM LINHA

Outras alterações reconhecidas no capital próprio: quantias


relativas a variações no capital próprio ocorridas no período e que não
constem das linhas anteriormente referidas, nem estejam
relacionadas com operações com os detentores de capital;

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Demonstrações Financeiras
DACP
Realizações de capital: entrega por parte dos sócios/acionistas do
capital subscrito;

OPERAÇÕES C/DETENTORES DE CP
Realizações de prémios de emissão: entrega por parte dos
sócios/acionistas da diferença entre o valor de aquisição e o valor
nominal do capital subscrito;
EM LINHA

Distribuições: quantias relativas à distribuição de lucros/dividendos


aos detentores de capital;

Entradas para cobertura de perdas: quantias relativas a entregas dos


detentores de capital para cobrir os prejuízos obtidos pela entidade;

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Demonstrações Financeiras
DACP
Outras operações: variações ocorridas no capital, relacionadas com
operações com os detentores de capital, não contempladas nas linhas

OPERAÇÕES C/DETENTORES DE CP
anteriores. (Por exemplo, deliberações da AG não suscetíveis de
serem evidenciadas nas linhas anteriores)
EM LINHA

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Demonstrações Financeiras - DACP

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 29
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Demonstrações Financeiras
DFC
Documento que mostra como foi gerada a variação em caixa e seus
equivalentes, visto que nos fornece informações sobre os influxos
(recebimentos, entradas) e exfluxos (pagamentos, saídas) monetários,
distinguindo-os de forma estruturada em operacionais, de investimento
e de financiamento.

A DFC regista, portanto, a origem dos recebimentos e o


destino dos pagamentos realizados por uma entidade
durante um determinado período de tempo. Ou seja,
mostra a forma como as entidades geram e utilizam o
dinheiro num dado intervalo temporal.

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 30
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Demonstrações Financeiras
DFC
Não obstante o balanço nos fornecer a indicação sobre o valor de caixa e seus
equivalentes e respetiva variação, através desta DF não é possível explicar a
forma como tal mutação ocorreu.

A DR também nos fornece pistas sobre a referida variação. Todavia, ter


lucro/prejuízo não é condição para que a libertação de meios monetários siga
o mesmo sentido, já que os resultados contabilísticos são económicos, logo
independentes de pagamentos e recebimentos.

Então, a DFC vem complementar o relato financeiro, fornecendo informação


adicional, cuja recolha implica encarar a informação contabilística numa base
de caixa.

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Demonstrações Financeiras - DFC

 Previsão dos fluxos futuros;


 Apoiar a elaboração do orçamento;
 Avaliar a capacidade das entidades para solver
Utilidade da DFC

compromissos e pagar juros e dividendos;


 Avaliar as decisões da gestão ao nível da aplicação dos
recursos monetários;
 Avaliar a flexibilidade financeira das entidades;
 Compreender as razões para as diferenças entre o RL e
meios financeiros libertos;
 Analisar as variações ocorridas na liquidez e na
solvabilidade.

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 32
intercalar
Demonstrações Financeiras - DFC

Definições (§3 da NCRF 2):

 Caixa: dinheiro em cofre e depósitos à ordem;

 Equivalentes de caixa: “investimentos financeiros a curto prazo,


altamente líquidos que sejam prontamente convertíveis para quantias
conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a um risco insignificante
de alterações de valor”. Em geral, um investimento só se qualifica como
EC quando tiver um vencimento a CP, seja de 3 meses ou menos a partir
da data de aquisição (§4 da NCRF 2) (exemplo: ações cotadas para
negociação);

 Fluxos de caixa: entradas e saídas de caixa e seus equivalentes.

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 33
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Demonstrações Financeiras – DFC
Componentes
Os fluxos de caixa devem ser classificados em função da atividade que os
gerou. A NCRF 2 prevê 3 tipos de atividades:
 Operacionais: são as principais atividades produtoras de rédito da
entidade e outras atividades que não sejam de investimento ou de
financiamento (§3 da NCRF 2);

 Investimento: são as que estão relacionadas com a aquisição e


alienação de ativos a longo prazo, bem como de outros investimentos
não incluídos em equivalentes de caixa (§3 da NCRF 2);

 Financiamento: são as que resultam em alterações na dimensão e


composição do capital próprio, bem como nos empréstimos obtidos
por uma entidade (§3 da NCRF 2).

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 34
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Demonstrações Financeiras - DFC

fonte de financiamento duma entidade


FAO elevado é um bom indicador, visto
que no LP estas devem ser a principal
 Pagamento de empréstimos

Geram FC para  Pagamento de dividendos


Atividades
operacionais
 Realizar investimentos

 Manter a capacidade operacional

Fonte: §9 da NCRF 2

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 35
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Demonstrações Financeiras – DFC

 Recebimentos de caixa provenientes da venda de bens e da prestação de


serviços;

 Recebimentos de caixa provenientes de royalties, honorários, comissões e


outros réditos;

 Pagamentos de caixa a fornecedores de bens e serviços;

 Pagamentos de caixa a empregados;

 Pagamentos ou recebimentos de caixa relativos a impostos sobre


rendimento, a menos que estes se relacionem com as outras atividades; e

 Recebimentos e pagamentos de caixa de contratos detidos com a


finalidade de negócio.

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 36
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Demonstrações Financeiras – DFC

Exemplo de FC de atividade operacional (exercício):

A sociedade “APOLO, S.A.” vendeu, durante o ano N, 1.000.000 €, sujeitos a


IVA à taxa normal. As dívidas de clientes em 31/12/N-1 e em 31/12/N eram,
respetivamente, de 200.000 € e 100.000 €.

Pedido:
apure o fluxo de caixa do ano N, relativo aos recebimentos de clientes

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 37
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Demonstrações Financeiras - DFC

Atividades de investimento

Geram

Recursos suscetíveis de produzir rendimentos e


fluxos de caixa operacionais no futuro

Fonte: §12 da NCRF 2

Uma entidade que está a investir, poderá estar a construir as bases para o seu
futuro. Assim, a elevados FCN destas atividades, podem corresponder elevados
FCP nas atividades de financiamento.

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 38
intercalar
Demonstrações Financeiras – DFC

 Pagamentos relativos à aquisição de AFT, AI e de outros ativos com caráter


de permanência;

 Recebimentos relativos à alienação de AFT, AI e de outros ativos com


caráter de permanência;

 Pagamentos para aquisição de instrumentos de capital próprio ou de


dívida de outras entidades (que não sejam pagamentos dos instrumentos
considerados como sendo equivalentes de caixa ou dos detidos para
finalidades de negócio);

 Recebimentos relativos a vendas de instrumentos de capital próprio ou de


dívida de outras entidades (que não sejam recebimentos dos instrumentos
considerados como equivalentes de caixa e dos detidos para as finalidades
do negócio);
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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 39
intercalar
Demonstrações Financeiras – DFC

 Adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a outras entidades;

 Recebimentos de caixa provenientes do reembolso de adiantamentos e de


empréstimos feitos a outras entidades;

 Pagamentos de caixa para instrumentos financeiros derivados, exceto


quando os contratos sejam mantidos para as finalidades do negócio, ou os
pagamentos sejam classificados como atividades de financiamento; e

 Recebimentos de caixa provenientes de instrumentos financeiros


derivados, exceto quando os contratos sejam mantidos para as finalidades
do negócio, ou os recebimentos sejam classificados como atividades de
financiamento.

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 40
intercalar
Demonstrações Financeiras – DFC

Exemplo de FC de atividade de investimento (exercício):

A sociedade “ZEUS, S.A.” dedica-se à fabricação de veículos pesados de


mercadorias. Durante o ano N:
• Vendeu, a pronto, um robô de pintura no montante de 100.000 €,
sujeitos a IVA à taxa normal;
• Comprou um veículo para a administração no valor de 50.000 €, com IVA
incluído à taxa normal, tendo pago 50% aquando da entrega e o restante
pagará em N+1;
• Depreciou os AFT, cujo montante global ascendeu a 250.000 €

Pedido:
apure o fluxo de caixa do ano N, relativo às atividades de investimento.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 41
intercalar
Demonstrações Financeiras - DFC

Atividades de financiamento

Fornecem

Informação útil para a previsão de futuras


reivindicações dos fornecedores de capitais duma
entidade

Fonte: §13 da NCRF 2

Através das atividades de financiamento, uma entidade obtém os fundos


necessários para o lançamento e manutenção do seu negócio, sendo de esperar
elevados FCP no início de atividade, bem como em alturas de alavancagem do
negócio associadas, em geral, à concretização de investimentos.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 42
intercalar
Demonstrações Financeiras – DFC

 Recebimentos de caixa provenientes da emissão de ações ou de outros


instrumentos de capital próprio;

 Pagamentos de caixa por aquisição de ações (quotas) próprias, redução do


capital ou amortização de ações (quotas);

 Recebimentos provenientes da emissão de certificados de dívida,


empréstimos, livranças, obrigações, hipotecas e outros empréstimos
obtidos a curto ou longo prazo;

 Desembolsos de caixa de quantias de empréstimos obtidos; e

 Pagamentos de caixa por um locatário para a redução de uma dívida em


aberto relacionada com uma locação financeira.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 43
intercalar
Demonstrações Financeiras – DFC

Exemplo de FC de atividade de financiamento(exercício):

Relativamente à sociedade “LAPA, S.A.”, são conhecidos os seguintes factos


ocorridos durante o ano N:
 Realização do aumento de capital no valor de 15.000 €;
 Aplicação do RLP de N-1 no valor de 20.000 €: 10.000 para reservas e o
restante distribuído pelos acionistas;
 Liquidação de juros de empréstimos no montante de 1.000 €;
 Obtenção de novo empréstimo no valor de 5.000 €.

Pedido:
apure o fluxo de caixa do ano N, relativo às atividades de
financiamento.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 44
intercalar
Demonstrações Financeiras – DFC

Relato dos fluxos de caixa

Existem dois métodos para o relato dos fluxos de caixa das atividades
operacionais: o direto e o indireto. Não obstante, a NCRF 2 apenas
permite a utilização do método direto (§14 da NCRF 2), dado que este
proporciona informação mais detalhada e completa, útil para a
estimativa dos fluxos de caixa futuros.

No método indireto os fluxos de caixa das atividades operacionais são


obtidos através de ajustamentos realizados sobre o RLP, ao passo que o
método direto exige a apresentação dos recebimentos e pagamentos
brutos de caixa.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 45
intercalar
Demonstrações Financeiras – DFC

Fonte: Gomes & Pires (2010, p.96)

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 46
intercalar
Demonstrações Financeiras – DFC

Segundo o §16 da NCRF 2, no relato de fluxos de caixa das


atividades de investimento e de financiamento, uma
entidade deve divulgar separadamente as principais classes
dos recebimentos brutos de caixa e dos pagamentos brutos
de caixa provenientes de tais atividades, exceto quando seja
permitido relatar numa base líquida.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 47
intercalar
Demonstrações Financeiras – DFC

O§17 da NCRF 2, possibilita o relato numa base líquida dos seguintes


fluxos de caixa, provenientes de quaisquer das atividades:

 Recebimentos e pagamentos (de caixa) por conta de clientes


quando o fluxo de caixa reflita as atividades do cliente e não os da
entidade; e

 Recebimentos e pagamentos (de caixa) dos itens em que a rotação


seja rápida, as quantias sejam grandes e os vencimentos sejam
curtos.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 48
intercalar
Demonstrações Financeiras – DFC

Fluxos de caixa em moeda estrangeira

 Devem ser registados na moeda funcional, aplicando-se a taxa de câmbio


em vigor à data da ocorrência do fluxo de caixa;

 Quando se tratarem de fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira,


estes devem ser transpostos às taxas de câmbio (moeda funcional/moeda
estrangeira) das datas em que foram gerados;

 O efeito das alterações das taxas de câmbio sobre caixa e seus


equivalentes detidos ou devidos numa moeda estrangeira é relatado na
DFC para se proceder à reconciliação entre o início e o fim do período de
relato.
LCE - Análise Financeira
FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 49
intercalar
Demonstrações Financeiras - DFC

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 50
intercalar
Demonstrações Financeiras
ANEXO

Documento que visa desenvolver e comentar quantias incluídas nas


outras demonstrações financeiras, bem como divulgar factos ou
situações que, não tendo expressão nestas últimas, sejam suscetíveis
de influenciar a interpretação do relato financeiro por parte dos
utentes da informação financeira.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 51
intercalar
Demonstrações Financeiras
ANEXO
Vantagens do ANEXO:

 Complementa as divulgações efetuadas através das outras DF,


detalhando a informação quantitativa destas e apresentando
informação qualitativa;

 Fornece indicações sobre as bases contabilísticas em que assenta o


relato financeiro duma entidade, promovendo a sua transparência;

 Possibilita a comunicação de certas exceções e restrições relativas


aos elementos das outras DF.

Possibilita a interpretação contextualizada da informação financeira

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 52
intercalar
Demonstrações Financeiras
ANEXO

Informação a ser apresentada no anexo, conforme o§43 da NCRF 1


:

 Bases de preparação das DF e políticas contabilísticas usadas;

 Divulgações exigidas pelas NCRF que não sejam apresentadas nas


restantes DF; e

 Divulgações adicionais não apresentadas nas restantes DF e que são


relevantes para uma melhor compreensão das mesmas.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 53
intercalar
Demonstrações Financeiras
ANEXO

Informação a ser apresentada no anexo:

 O modelo publicado através da Portaria 986/2009, de 07/09, não deve


ser encarado como um formulário, mas apenas como uma compilação
das divulgações exigidas pelas NCRF;

 Segundo o §44 da NCRF 1, as notas do anexo devem ser apresentadas


de uma forma sistemática, devendo existir uma referência cruzada
entre cada um dos itens de uma qualquer outra DF e a respetiva nota
do anexo, se existir;

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 54
intercalar
Demonstrações Financeiras
ANEXO

 A numeração das notas do anexo não constitui uma ordem numérica


rígida. Isto é, cada entidade deverá criar a sua própria sequência
numérica em função das divulgações que terá de efetuar

Não obstante, deverá ser seguida a ordem


estabelecida pelo §45 da NCRF 1

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 55
intercalar
Demonstrações Financeiras
ANEXO
Ordem estabelecida pelo §44 da NCRF 1:

 Identificação da entidade;
 Referencial contabilístico de preparação das DF;
 Resumo das principais políticas contabilísticas adotadas;
 Informação de suporte a itens apresentados nas restantes DF;
 Passivos contingentes e compromissos contratuais não
reconhecidos;
 Divulgações exigidas por diplomas legais;
 Informações de caráter ambiental.

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 56
intercalar
Demonstrações Financeiras
ANEXO

Notas 1 a 4: teor igual para 1. Identificação da entidade;


2. Referencial contabilístico;
todas as entidades
3. Adoção pela primeira vez das NCRF —
Rígido
divulgação transitória;
4. Principais políticas contabilísticas.

 Discriminação de valores, critérios e opções das


Notas 5 e seguintes: rubricas das demais DF (em ligação com as NCRF
aplicadas);
Flexível  Outras divulgações;

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 57
intercalar
DF - ANEXO
(artigo 66º -A do CSC)
1 - As sociedades devem prestar informação, no anexo às contas:

a) Sobre a natureza e o objetivo comercial das operações não incluídas no balanço e o


respetivo impacte financeiro, quando os riscos ou os benefícios resultantes de tais
operações sejam relevantes e na medida em que a divulgação de tais riscos ou
benefícios seja necessária para efeitos de avaliação da situação financeira da
sociedade;

b) Separadamente, sobre os honorários totais faturados durante o exercício financeiro


pelo revisor oficial de contas ou pela sociedade de revisores oficiais de contas
relativamente à revisão legal das contas anuais, e os honorários totais faturados
relativamente a outros serviços de garantia de fiabilidade, os honorários totais
faturados a título de consultoria fiscal e os honorários totais faturados a título de
outros serviços que não sejam de revisão ou auditoria.
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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 58
intercalar
DF - ANEXO
(artigo 66º -A do CSC)

2 - As sociedades que não elaboram as suas contas de acordo com as normas


internacionais de contabilidade adotadas nos termos de regulamento comunitário
devem ainda proceder à divulgação, no anexo às contas, de informações sobre as
operações realizadas com partes relacionadas, incluindo, nomeadamente, os
montantes dessas operações, a natureza da relação com a parte relacionada e outras
informações necessárias à avaliação da situação financeira da sociedade, se tais
operações forem relevantes e não tiverem sido realizadas em condições normais de
mercado.

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 59
intercalar
DF - ANEXO
(artigo 66º -A do CSC)

3 - Para efeitos do disposto no número anterior:

a) A expressão 'partes relacionadas' tem o significado definido nas normas


internacionais de contabilidade adotadas nos termos de regulamento comunitário;

b) As informações sobre as diferentes operações podem ser agregadas em função da


sua natureza, exceto quando sejam necessárias informações separadas para
compreender os efeitos das operações com partes relacionadas sobre a situação
financeira da sociedade.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 60
intercalar
Limitações dos documentos
contabilísticos
 Não refletem valores atuais, pois a contabilidade segue, em regra,
a base do custo histórico, combinado com outros critérios, sendo
que a pluralidade de critérios pode enviesar a comparação entre
empresas;

 Existem elementos patrimoniais valorizados através de estimativas;

 Existem práticas pouco usuais nas empresas, como é o caso das


revalorizações que ficam ao critério da gestão de cada empresa;

 Muitas rubricas com valor efetivo para a empresa não aprecem no


balanço, devido a problemas de fiabilidade na mensuração.
LCE - Análise Financeira
FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 61
intercalar
Relatório de gestão
(artigo 66º do CSC)
1 - O relatório da gestão deve conter, pelo menos, uma exposição fiel e clara da
evolução dos negócios, do desempenho e da posição da sociedade, bem como uma
descrição dos principais riscos e incertezas com que a mesma se defronta.

2 - A exposição prevista no número anterior deve consistir numa análise equilibrada e


global da evolução dos negócios, dos resultados e da posição da sociedade, em
conformidade com a dimensão e complexidade da sua atividade.

3 - Na medida do necessário à compreensão da evolução dos negócios, do


desempenho ou da posição da sociedade, a análise prevista no número anterior deve
abranger tanto os aspetos financeiros como, quando adequado, referências de
desempenho não financeiras relevantes para as atividades específicas da sociedade,
incluindo informações sobre questões ambientais e questões relativas aos
trabalhadores.
LCE - Análise Financeira
FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 62
intercalar
Relatório de gestão
(artigo 66º do CSC)
4 - Na apresentação da análise prevista no n.º 2 o relatório da gestão deve, quando
adequado, incluir uma referência aos montantes inscritos nas contas do exercício e
explicações adicionais relativas a esses montantes.

5 - O relatório deve indicar, em especial:

a) A evolução da gestão nos diferentes sectores em que a sociedade exerceu atividade,


designadamente no que respeita a condições do mercado, investimentos, custos,
proveitos e atividades de investigação e desenvolvimento;

b) Os factos relevantes ocorridos após o termo do exercício;

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 63
intercalar
Relatório de gestão
(artigo 66º do CSC)
c) A evolução previsível da sociedade;

d) O número e o valor nominal ou, na falta de valor nominal, o valor contabilístico das
quotas ou ações próprias adquiridas ou alienadas durante o período, a fração do
capital subscrito que representam, os motivos desses atos e o respetivo preço, bem
como o número e valor nominal ou contabilístico de todas as quotas e ações próprias
detidas no fim do período;

e) As autorizações concedidas a negócios entre a sociedade e os seus administradores,


nos termos do artigo 397.º;

f) Uma proposta de aplicação de resultados devidamente fundamentada;

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 64
intercalar
Relatório de gestão
(artigo 66º do CSC)
g) A existência de sucursais da sociedade.

h) Os objetivos e as políticas da sociedade em matéria de gestão dos riscos financeiros,


incluindo as políticas de cobertura de cada uma das principais categorias de
transações previstas para as quais seja utilizada a contabilização de cobertura, e a
exposição por parte da sociedade aos riscos de preço, de crédito, de liquidez e de
fluxos de caixa, quando materialmente relevantes para a avaliação dos elementos do
ativo e do passivo, da posição financeira e dos resultados, em relação com a utilização
dos instrumentos financeiros.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 65
intercalar
Relatório de gestão
(artigo 66º do CSC)
6 - Ficam dispensadas da obrigação de elaborar o relatório de gestão as
microentidades, tal como definidas no n.º 1 do artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 158/2009,
de 13 de julho, alterado pela Lei n.º 20/2010, de 23 de agosto, pelo Decreto-Lei n.º 36-
A/2011, de 9 de março, e pelas Leis nºs 66-B/2012, de 31 de dezembro, e 83-C/2013,
de 31 de dezembro, desde que procedam à divulgação, quando aplicável, no final do
balanço, das informações mencionadas na alínea d) do n.º 5 do presente artigo.

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FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 66
intercalar
Demonstração não financeira
(artigo 66º-B do CSC)
1 - As grandes empresas que sejam entidades de interesse público, que à data de
encerramento do seu balanço excedam um número médio de 500 trabalhadores
durante o exercício anual, devem incluir no seu relatório de gestão uma demonstração
não financeira, nos termos do presente artigo.

2 - A demonstração não financeira a que se refere o número anterior deve conter as


informações bastantes para uma compreensão da evolução, do desempenho, da
posição e do impacto das suas atividades, referentes, no mínimo, às questões
ambientais, sociais e relativas aos trabalhadores, à igualdade entre mulheres e
homens, à não discriminação, ao respeito dos direitos humanos, ao combate à
corrupção e às tentativas de suborno, incluindo:

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 67
intercalar
Demonstração não financeira
(artigo 66º-B do CSC)
a) Uma breve descrição do modelo empresarial da empresa;

b) Uma descrição das políticas seguidas pela empresa em relação a essas questões,
incluindo os processos de diligência devida aplicados;

c) Os resultados dessas políticas;

d) Os principais riscos associados a essas questões, ligados às atividades da empresa,


incluindo, se relevante e proporcionado, as suas relações empresariais, os seus
produtos ou serviços suscetíveis de ter impactos negativos nesses domínios e a forma
como esses riscos são geridos pela empresa;

e) Indicadores-chave de desempenho relevantes para a sua atividade específica.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 68
intercalar
Demonstração não financeira
(artigo 66º-B do CSC)
3 - Caso uma empresa não aplique políticas em relação a uma ou mais questões
referidas no número anterior, a demonstração não financeira deve apresentar uma
explicação clara e fundamentada para esse facto.

4 - A demonstração não financeira referida no n.º 1 deve incluir também, se adequado,


uma referência aos montantes inscritos nas demonstrações financeiras anuais e
explicações adicionais relativas a esses montantes.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 69
intercalar
Demonstração não financeira
(artigo 66º-B do CSC)

5 - Em casos excecionais, podem ser omitidas informações relativas a factos iminentes


ou a assuntos em curso de negociação, se existir um parecer dos membros do órgão
de administração, de direção e de fiscalização devidamente fundamentado e assinado
nos termos dos nºs 3 e 4 do artigo 65.º, considerando que a divulgação de tais
informações é suscetível de prejudicar gravemente a posição comercial da empresa e
desde que essa omissão não constitua obstáculo à compreensão correta e equilibrada
da evolução, do desempenho, da posição e do impacto das atividades da empresa.

6 - Para cumprimento do presente artigo, as empresas podem recorrer a sistemas


nacionais, da União Europeia ou internacionais, devendo nesse caso ser especificado o
sistema utilizado.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 70
intercalar
Demonstração não financeira
(artigo 66º-B do CSC)
7 - Uma empresa que seja uma filial fica isenta da obrigação prevista no n.º 1, desde
que a informação não financeira sobre essa empresa e as respetivas filiais seja incluída
no relatório de gestão consolidado, elaborado nos termos do artigo 508.º-C e do
presente artigo, ou em disposições equivalentes previstas em ordenamentos jurídicos
de outros Estados-Membros da União Europeia.

8 - Uma empresa que elabore um relatório separado do relatório de gestão,


correspondente ao mesmo exercício anual, que inclua as informações exigidas para a
demonstração não financeira previstas no nº 2 e seja elaborado nos termos previstos
nos nºs 3 a 6, fica isenta da obrigação de elaborar a demonstração não financeira
prevista no n.º 1.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 71
intercalar
Demonstração não financeira
(artigo 66º-B do CSC)
9 - O relatório separado referido no número anterior deve ser:

a) Publicado juntamente com o relatório de gestão; ou

b) Disponibilizado ao público no sítio na Internet da empresa, num prazo não superior


a seis meses após a data de encerramento do balanço, e ser referido no relatório de
gestão.

10 - Uma empresa que apresente a demonstração não financeira referida no n.º 1 ou o


relatório separado referido no n.º 8 fica dispensada da apresentação das referências
de desempenho não financeiro previstas no n.º 3 do artigo 66.º.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 72
intercalar
Demonstração não financeira
(artigo 66º-B do CSC)
11 - Para efeitos do presente artigo, considera-se:

a) Entidades de interesse público, as assim qualificadas pelo artigo 3.º do Regime


Jurídico de Supervisão de Auditoria, aprovado nos termos do artigo 2.º da Lei n.º
148/2015, de 9 de setembro;

Exemplos: empresas cotadas, instituições de crédito, empresas de investimento, …

b) Grandes empresas, aquelas que excedam pelo menos dois dos três limites definidos
no n.º 3 do artigo 9.º, apurados nos termos do artigo 9.º-A, ambos do Decreto-Lei n.º
158/2009, de 13 de julho, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de
junho.
Balanço: 20.000.000€; VN: 40.000.000€; Nº médio de trabalhadores: 250

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 73
intercalar
Relatório de bom governo

 Visa divulgar o grau de acolhimento das recomendações da CMVM sobre o


governo das sociedades emitentes de ações admitidas à negociação em
mercado regulamentado;

 Procede à descrição da estrutura do governo, bem como das políticas e


práticas observadas pelas referidas sociedades.

 Estrutura prevista no anexo ao Regulamento da


CMVM n.º 4/2013

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 74
intercalar
Relatório de sustentabilidade

 Visa mostrar aos principais stakeholders o impacto da atividade


empresarial na perspetiva do Desenvolvimento Sustentável, bem como
divulgar a estratégia das empresas neste âmbito;

 É de caráter facultativo, mas tem vindo a sentir-se um crescimento na sua


elaboração;
 O Global Reporting Initiative faculta diretrizes para a
elaboração;
 O BCSD Portugal (Conselho Empresarial para o
Desenvolvimento Sustentável) possui uma base de
dados deste tipo de relatórios.

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 75
intercalar
Relatório Integrado

 O relatório integrado é um paradigma recente de reporte organizacional


que engloba a informação financeira e não financeira das
empresas/organizações;
 Visa gerar maior transparência às entidades que o utilizam para, assim,
gerar maior valor a elas;
 É de caráter facultativo, mas tem-se acentuado a sua adoção;

A Estrutura Internacional para o Relato Integrado foi


desenvolvida pelo IIRC (International Integrated Reporting
Council)

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 76
intercalar
Bibliografia

Código das sociedades comerciais.

Sistema de Normalização Contabilística.

Gomes, J. & Pires, J. (2010) Sistema de Normalização


Contabilística – Teoria e Prática. Porto: Vida Económica.

https://www.integratedreporting.org/wp-
content/uploads/2015/03/13-12-08-THE-INTERNATIONAL-IR-
FRAMEWORK-Portugese-final-1.pdf

https://www.globalreporting.org/

LCE - Análise Financeira


FML Documentos base da análise financeira: relato anual e 77
intercalar

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