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Meta
Apresentar alguns aspectos dos principais relatórios contábeis exigidos pela legislação
societária e dos orientados pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis.
Objetivos
Pré-requisitos:
Desta forma, para esta aula iremos apenas dar uma ligeira relembrada em alguns
aspectos normativos, conceituais, das estruturas de elaboração das demonstrações, da
classificação de algumas contas específicas e outros detalhes, além de buscar
compreender como cada demonstração pode ser importante para efeitos de análise.
2 Demonstrações Contábeis
Balanço Patrimonial
2
Vale destacar que o Art. 176 da lei das S/As apresenta como obrigação de
elaboração as seguintes demonstrações:
I – balanço patrimonial;
3
Assim, se observarmos o que a Lei das S/As exige e a orientação do CPC, o que
tem prevalecido, na prática, são as orientações do CPC. Então, embora tenhamos, por
exemplo, a exigência da apresentação da demonstração dos lucros ou prejuízos
acumulados (DLPA) pela Lei das S/As, não há essa previsão pelo CPC. Isso pode ser
explicado, pois as empresa S/A já apresentam a conta de lucros acumulados dentro de
outra demonstração, a Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido (DMPL).
A Lei das S/As também não exige a elaboração da Demonstração dos Resultados
Abrangentes (DRA), mas existe a orientação da elaboração por parte do CPC, o que tem
sido realizado, na prática.
1
Também disponibilizarei um material extra na aula 2.
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relatórios como a Demonstração de Fluxo de Caixa, a Demonstração de Resultados
Abrangentes e a Demonstração do Valor Adicionado. Essas demonstrações também são
importantes para a análise, mas devido ao nosso tempo que é bem limitado, serão apre-
sentados em material a parte.
Ativo
Passivo
Patrimônio Líquido
A mesma Lei menciona que, no ativo, as contas serão dispostas em ordem de-
crescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
Ativo circulante
Passivo circulante
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O Patrimônio líquido divide o lado direito do Balanço Patrimonial com o passivo
apresentando os subgrupos: capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação pa-
trimonial, reservas de lucro, prejuízo acumulado, ações em tesouraria entre outras.
Vale lembrar também, que nem sempre saberemos ao certo os prazos de venci-
mento de contas de ativos e/ou de passivos, por isso, é preciso cautela para qualquer di-
agnóstico numa análise. O analista iniciante pode cometer o erro, por exemplo, em afir-
mar que uma determinada empresa tem capacidade de pagamento no curto prazo em
determinado período, mas que na verdade não tem. Por exemplo, suponha hipotetica-
mente que no balanço de uma empresa tenha registrado somente as contas a receber no
valor de $100.000,00 com prazos que variam de 90, 120 e até 360 dias e, no passivo, te-
nha contas pagar no valor de $ 90.000,00 com vencimento em 60 dias. Sem a informação
correta dos prazos, o analista é direcionado a dizer que a empresa tem condições de pa-
gar suas obrigações no curto prazo, porém como vimos no exemplo, na verdade, não tem.
Para tanto, quando o analista tem o conhecimento dessa informação ele poderá
realizar ajustes e garantir melhor interpretação para análise.
Não estamos considerando os valores das contas nesse primeiro momento, pois
agora o importante é ter atenção as nomenclaturas das contas. No BP, apresentado no
quadro 1, por exemplo, são apresentadas contas bastante elementares (ou comuns), mas
provavelmente tem contas que vocês ainda não tem conhecimento ainda. Nesse caso,
como atividade, sugiro que procure anotar o nome das contas que ainda não conhece e
faça uma pesquisa na internet para aprofundamento. Esse conhecimento será importante
futuramente para uma melhor interpretação e elaboração do relatório de análise.
O que for diferente disso deve ser classificado no ativo não circulante.
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Assim, a conta que não se enquadrar nessa definição, deve ser classificada no
longo prazo e, dependendo da natureza do ativo de longo prazo ele poderá ser classifica-
do como: Ativo realizável no longo prazo, Investimentos, Imobilizado e/ou em Intangíveis.
Porém, por hora, o analista pode se deparar com contas classificadas erroneamen-
te (ou propositalmente) fora do período correto. Nesse caso, cabe ao analista o julgamen-
to no sentido de ajustar a sua base de dados para uma correta classificação.
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
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que deveria ter sido aplicada era a da “Essência Sobre a Forma”, mas as empresas não
faziam.
Voltando as contas do BP, uma conta muito importante e que deve ser analisada
com cuidado é a conta caixa e equivalente de caixa. É recomendo sempre verificar a De-
monstração do Fluxo de Caixa em conjunto com o BP.
Outro cuidado importante a ser tomado é que como contas semelhantes poderão
ser agrupadas. Por exemplo, na conta clientes é possível incluir outros recebíveis ou cré-
ditos, quando há algo relevante a ser destacado em alguma conta que foi agrupada a ou-
tra, a recomendação é que ela fique em destaque.
Quando nos referimos a “Relevância”, não queremos dizer apenas a questão mate-
rialidade (montante), talvez o mais importante seja a magnitude dessa materialidade. O
quão importante essa informação é para a tomada de decisão, independentemente de ter
o valor de um real ou de dez milhões de reais. Contudo, na ausência de informações (ou
pela falta de conhecimento), na prática, para efeito de análise, costuma-se destacar uma
conta em determinado grupo quando o seu valor representa mais que 10% do montante
daquele grupo.
Por exemplo, suponha que o total de ativo circulante num determinado período seja
de $90.000,00 e na conta “outros ativos de curto prazo” conste uma conta que foi agrega-
da a esse grupo, como as despesas antecipadas no valor de $10.000,00, como esse valor
é maior do que 10% do total do AC, é usual colocá-la em linha destacada dentro do AC.
Mas, é importante salientar que isso é realizado em relatório a parte, é um procedimento
extra contábil e, novamente, vai do discernimento do analista.
Outras contas que merecem atenção também são, a conta clientes (ou contas a re-
ceber) já aparece com o seu valor líquido, pois inclui a Perda Estimada para Crédito de
Liquidação Duvidosa (PECLD), a conta estoque (inclui ativos biológicos, almoxarifado,
produtos em processamento, matéria prima e outros) etc.
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As contas passiveis de classificação no Ativo realizável no longo prazo (ARLP) po-
dem ser as mesmas contas do Ativo circulante (exceto Caixa e equivalente de caixa) des-
de que tenham prazo de vencimento superior a doze meses a contar da data do balanço,
isto é, que possam ser classificadas no longo prazo, isso se o ciclo operacional for igual
ou inferior a doze meses.
Em suma, com relação ao agrupamento de contas, para efeito de cálculo dos indi-
cadores, é bem prático porque ele reduz a quantidade de contas o que facilita o cálculo,
mas é preciso cautela, pois pode esconder informações importantes para efeitos de análi-
se. Para isso, sempre que o analista achar conveniente, vale abrir essas contas para que
seja possível identificar alguma inconsistência ou informação escondida. Um dos cami-
nhos é por meio da verificação de notas explicativas.
Enfim, imagino que vocês estejam percebendo o quão complexo pode ser realizar
uma boa análise. Não pretendemos esgotar esse assunto aqui, por isso veremos alguns
detalhes também da Demonstração do Resultado.
Atividade 1
Atende aos objetivos 1, 2 e 3
2 - Qual é o conhecimento inicial que o analista precisa ter para realizar uma
boa análise das demonstrações contábeis?
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4 - Quais são os elementos da posição patrimonial e financeira de determinada
empresa?
6 – Com base nos saldos das contas abaixo, classifique-as montando a estru-
tura do Balanço Patrimonial de acordo com a norma vigente, supondo que a
data dos saldos seja de 31/12/x1.
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r) Ajuste de Avaliação Patrimonial, no valor de R$ 42.000,00.
Resposta comentada
1 – Tendo em vista que o CPC é o órgão responsável pelo controle das normas contábeis brasileira,
correlacionadas às normas internacionais, as normas referidas são as apresentadas pelo CPC. As-
sim, as demonstrações contábeis exigidas são BP, DRE, DRA, DFC, DMPL e DVA. Observa-se que a
DFC só é obrigatória para as sociedades por ações de capital aberto e de capital fechado com Pa-
trimônio Líquido Superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais); e a DVA é obrigatória apenas
para as sociedades por ações de capital aberto.
2 – É muito importante que o analista saiba ler adequadamente uma demonstração contábil. Para
isso, é preciso que tenha um razoável conhecimento das normas vigentes a respeito do reconhe-
cimento, mensuração e divulgação dos elementos das demonstrações contábeis.
5 – Para o ativo, as contas deverão ser classificadas em ordem decrescente de grau de liquidez;
enquanto para o passivo, as contas devem ser classificadas pelo grau de exigibilidade; isto é, pelo
prazo de vencimento das obrigações.
6 – Esse é um Balanço Patrimonial com algumas contas hipotéticas. Não está completo, mas
exemplifica algumas classificações.
Como pode-se observar, os recursos disponíveis em conta corrente foram classificados na conta
caixa e equivalente de caixa.
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Em contas a receber, tivemos duas classificações. Uma no curto prazo, no valor de R$ 83.000,00,
com vencimento em 300 dias a contar da data do balanço – isto é, se a data do balanço é
31/12/x1, 300 dias ainda tem vencimento no fechamento de x2, inferior a doze meses da data de
fechamento do balanço do período seguinte. A outra, no longo prazo, com valor de R$ 80.000,00,
vence no período de x3, tendo em vista que o vencimento é em 500 dias a contar da data do ba-
lanço.
Além disso, há um saldo de PECLD para contas a receber de curto prazo, no valor de R$ 8.000,00.
Geralmente, essa perda vem agrupada com contas a receber, sendo divulgada pela empresa ape-
nas o valor líquido; e a descrição é apresentada em notas explicativas.
No exercício, não foi apresentada a conta PECLD para contas a receber de longo prazo, mas é pro-
vável que haja também, tendo-se em vista o prazo maior, que gera maior incerteza quanto ao seu
recebimento.
Na conta estoque, foi classificada a conta mercadorias para revenda, no valor de R$ 25.000,00.
Porém, nesse subgrupo, poderiam entrar, também: a matéria prima para a produção de mercado-
rias (se for empresa industrial), produtos em processamento, almoxarifado, ativos biológicos etc.
Tributo a recuperar é classificado no ativo, já que é um direito da empresa pelo pagamento a mai-
or ou pela compensação de determinado tributo. É possível que sua classificação também seja
realizada no longo prazo, dependendo da previsão de compensação, ou de estorno do tributo.
Geralmente, quando é classificado no ARLP, tem o nome de tributos diferidos a recuperar.
Os tributos também podem ser classificados no passivo, desde que sejam uma obrigação da em-
presa. Porém, a sua nomenclatura correta, nesse caso, seria tributos a pagar, para classificação no
passivo circulante e tributos diferidos a pagar, para a classificação no passivo não circulante.
Os investimentos em empresas controladas foram classificados no subgrupo de investimento do
ativo não circulante, tendo em vista que são investimentos permanentes.
Neste subgrupo, devem ser classificadas as participações societárias em controladas e coligadas,
as quais a empresa pretende manter por motivos estratégicos em caráter permanente. Além dis-
so, classificam-se neste subgrupo as propriedades para investimento, que são terrenos e edifica-
ções, mantidos para renda ou valorização; os quais não estão sendo utilizados para finalidades
produtivas.
A patente tecnológica adquirida é classificada como um ativo intangível, que é um ativo não mo-
netário, identificável e sem substância física, destinado à manutenção das operações, e não à ven-
da. Trata-se de um direito de produzir algo que trará benefícios econômicos para a empresa, por
vários períodos.
No imobilizado, foram classificados a loja e os veículos, considerando que são utilizados para o
funcionamento da atividade operacional. Como é um exercício simples, não foi considerada a de-
preciação.
No passivo circulante, foram classificadas as obrigações de curto prazo, sendo que as mesmas con-
tas poderiam estar no passivo não circulante, se o vencimento fosse superior a doze meses da da-
ta do balanço.
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Por fim, no patrimônio líquido, foram classificadas as contas de capital social, reserva de capital e
ajuste de avaliação patrimonial, como apresentado na figura abaixo.
Observem que o total do ativo é igual ao total do passivo mais o PL.
Balanço Patrimonial
Em 31/12/x1
Ativo Passivo
Ativo Circulante 222.000,00 Passivo Circulante 215.000,00
Caixa e Equivalente de Caixa 12.000,00 Fornecedores 150.000,00
Contas a receber 83.000,00 Empréstimos 30.000,00
(-) PECLD -8.000,00 Salários a pagar 35.000,00
Contas a receber líquidas 75.000,00 Passivo Não Circulante 50.000,00
Estoque 25.000,00 Financiamento 50.000,00
Tributos a recuperar 10.000,00
Despesas antecipadas 100.000,00 Patrimônio Líquido
Ativo Não Circulante 400.000,00 Capital Social 300.000,00
- ARLP 80.000,00 Reserva de capital 15.000,00
Contas a receber 80.000,00 Ajuste de Avaliação patrimonial 42.000,00
- Investimentos 42.000,00 Total do PL: 357.000,00
- Intangível 90.000,00
- Imobilizado: 188.000,00
Loja 150.000,00
Veículos 38.000,00
Total do Ativo: 622.000,00 Total Passivo + PL 622.000,00
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2.2 Demonstração dos Resultados
A DRE mostra o lucro (ou prejuízo) obtido pela empresa ao confrontar as receitas
com as despesas (e/ou custos). Desta forma, ela apresenta a sua importância para análi-
se, pois é possível verificar o desempenho econômico e realizar projeções para os próxi-
mos períodos. Se a empresa vem reduzindo o lucro ou incorrendo em prejuízos, por
exemplo, é possível verificar se há reduções das receitas e/ou aumento das despesas e
ajustar a estratégia realizando um melhor controle das operações para os períodos se-
guintes. Além disso, é possível relacionar algumas medidas de resultado com as contas
do Balanço Patrimonial para verificar a rentabilidade da empresa e, também, relacionar as
medidas de resultado com a receita para verificar o nível de lucratividade em determinado
período. Em suma, é uma demonstração de grande importância para analisar as ativida-
des de uma empresa e identificar se ela é lucrativa, se possui boa margem de lucro, se
possui vantagens competitivas e para melhorar as perspectivas de desempenho. Contu-
do, para um melhor aproveitamento da Demonstração, ela precisa ser analisada em con-
junto com outras demonstrações, sobretudo, com o Balanço Patrimonial.
DRE
Receitas
Despesas
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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Além disso, considerando que o Imposto Sobre Produto Industrializado (IPI) é cal-
culado sobre o valor bruto das vendas, isto é, é calculado “por fora”, ainda deveria haver
outra receita além da receita bruta. Alguns especialistas têm recomendado a adaptação
do plano de contas criando a conta “Faturamento Bruto”, deduzindo o IPI do Faturamento
Bruto. Logo, a DRE iniciaria da seguinte forma:
DESPESAS OPERACIONAIS:
RESULTADO FINANCEIRO:
- Despesa Financeira
Descontos concedidos por antecipação de pagamento de
duplicatas (contas a receber).
Comissões e despesas bancárias
Perdas com as ações da empresa x
Juros pagos por atraso a fornecedor
Variações monetárias passivas
- Receita Financeira
Descontos obtidos de fornecedores
Juros auferidos pela valorização das ações da empresa z
Variações monetárias ativas
Juros auferidos por AVP de clientes de longo prazo
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Saber essas classificações é muito importante para efeitos de análise, já que ge-
ralmente é preciso realizar alguns ajustes para o cálculo de alguns indicadores.
Com relação ao assunto do resultado operacional, vale salientar que há uma pro-
posta sendo discutida para a modificação da DRE. Essas modificações foram sinalizadas
pelo International Accounting Standards Board (IASB) e poderão impactar várias empre-
sas. É um tema que ainda está em discussão, e que se a minuta for aprovada, só deverá
estar em funcionamento após o ano de 2025. De qualquer forma, se houver interesse na
discussão, caso queiram se antecipar, recomendo a leitura do artigo:
http://ojs.fipecafi.org/index.php/RevFipecafiCCF/article/view/24/11
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Atividade 2
Atende aos objetivos 1,2 e 3
4 – Com base nas demonstrações abaixo, indique com um “X” nas colunas da direita quais são ori-
entadas (ou exigidas) pelo CPC 26, e/ou pela Lei 6.404/76, e marque “NA” quando “não aplicável”.
Demonstrações contábeis CPC 26 Lei 6.404/76
Balanço patrimonial
Demonstração das origens e aplicações de recursos
Demonstração dos resultados
Demonstração dos resultados abrangentes
Demonstração das mutações do patrimônio líquido
Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados
Demonstrações de dívidas acumuladas
Demonstração dos fluxos de caixa
Demonstração do valor adicionado
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Resposta comentada
1 – A demonstração dos resultados tem grande importância para os gestores, principalmente para
a verificação do desempenho empresarial, pois, por meio da DRE, é possível verificar se a empresa
é lucrativa ou não. Além disso, é importante para a realização de controle das atividades operaci-
onais e para a prospecção de resultados, melhorando a competitividade. Contudo, para seja mais
bem utilizada, é importante a análise em conjunto com outras demonstrações, principalmente
com o balanço patrimonial.
(3) Comissões e despesas bancárias – referem-se a despesas fora do escopo da atividade fim da
empresa.
(2) Despesas com o IPVA do veiculo do SAC – uma vez que o veiculo é do serviço de atendimento
ao cliente (SAC), essas despesas estão diretamente relacionadas com vendas.
(3) Ganho com aplicações financeiras – referem-se a recursos aplicados em contas bancárias ou a
investimentos de curto prazo, logo, esses ganhos estão relacionados ao resultado financeiro.
(1) Despesa com salários dos gerentes – os gerentes fazem parte da equipe administrativa, logo,
essas despesas estão relacionadas às despesas administrativas.
(1) IPTU do prédio da Contabilidade/Jurídico – o pessoal da contabilidade ou do jurídico faz parte
do pessoal administrativo, logo o tributo se relaciona às despesas administrativas.
(2) Despesas com Marketing e propaganda - MKT e propaganda têm o objetivo de manter ou gerar
mais vendas, logo essas despesas estão relacionadas às despesas com vendas.
(3) Juros por atraso no pagamento de fornecedores – são despesas financeiras.
(2) Despesas de salário da equipe de vendas – estão relacionadas às despesas com vendas.
(1) Despesas com limpeza e manutenção - essas despesas, como não têm uma especificação, clas-
sificam-se como despesas gerais (ou administrativas).
(2) Despesas com comissões de venda – estão diretamente relacionadas à vendas.
(2) Perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa – PECLD reduz a conta de clientes, que
está relacionada a vendas. Logo, a despesa se classifica como despesa de vendas.
(1) Despesas com salário do pessoal da contabilidade – como já foi dito, a contabilidade faz parte
do administrativo; logo, essas despesas estão relacionadas às despesas administrativas.
(2) Gastos com gasolina do veículo de serviço de atendimento ao consumidor – serviço de atendi-
mento ao consumidor (SAC) é um serviço de atendimento às vendas; logo, esses gastos estão dire-
tamente relacionados às despesas com vendas.
Enfim, toda a despesa operacional terá uma especificação, que relacionará sua classificação com
um item da DRE. Quando não há uma especificação, geralmente as despesas são classificadas co-
mo despesas gerais e administrativas.
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4 – Com base no quadro, as demonstrações são orientadas (ou exigidas) pelo CPC 26 e/ou pela Lei
6.404/76, conforme a seguir.
Demonstrações contábeis CPC 26 Lei 6.404/76
Balanço patrimonial x x
Demonstração das origens e aplicações de recursos NA NA
Demonstração dos resultados x x
Demonstração dos resultados abrangentes x NA
Demonstração das mutações do patrimônio líquido x NA
Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados NA x
Demonstrações de dívidas acumuladas NA NA
Demonstração dos fluxos de caixa x x
Demonstração do valor adicionado x x
Conclusão
Vimos nesta aula, que diversos relatórios são exigidos pela lei das S/As, mas que,
de acordo com as normas do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, mais especifica-
mente do CPC 26, há uma brecha normativa para a apresentação dos relatórios conforme
orientações do CPC. Sendo assim, nem todos os relatórios exigidos pela Lei 6.404/76 são
de fato aplicados pelas empresas; por outro lado, existem relatórios que sequer são cita-
dos pela Lei, como a demonstração de resultados abrangentes, mas que têm sido apre-
sentados pelas empresas, na prática.
Além disso, foram apresentados os critérios para a classificação de contas no ba-
lanço patrimonial. Esses critérios são importantes para efeitos de padronização e, conse-
quentemente, para a consistência na apresentação das informações. Na DRE, há também
algumas recomendações para a correta classificação das contas. Cada item deve ser
classificado de acordo com a sua especificação e, normalmente, há uma relação direta
com o item de despesa. Quando não há essa especificação, como para a classificação
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em despesas com vendas, a prática utilizada é a classificação em despesas gerais e ad-
ministrativas. Quando a despesa operacional não for classificável nem como administra
(ou geral) e nem com vendas, pode ser classificada em outras receitas/despesas operaci-
onais. Nesse subitem, geralmente, classificam-se os ganhos e perdas na alienação de
ativos, ou quando ocorrem perdas com incêndios, enchentes sem que haja a cobertura de
seguros e outros itens.
Destaca-se também que o resultado apresentado na DRE vem do confronto entre
as receitas e as despesas, evidenciando o desempenho econômico; o que é útil para rea-
lizar projeções e ajustar a estratégia, aplicando um melhor controle das operações, para
os períodos seguintes.
Nesse contexto, de forma geral, os relatórios demonstram a sua utilidade para o
controle das operações empresariais. Nesse caso, vimos por enquanto o BP e a DRE, os
quais são os relatórios mais importantes e mais utilizados na Contabilidade. Contudo, é
preciso cautela com a sua análise, que deve ser realizada em conjunto com os demais
relatórios, e nunca de forma isolada.
Resumo
21
Referências:
22
Aula 1 – b - Principais relatórios contá-
beis
Meta
Apresentar alguns aspectos conceituais, normativos e de estruturação das Demonstra-
ções DRA, DFC e DVA.
Objetivos
Esperamos que no decorrer dos estudos que você seja capaz de:
1 – Ter uma visão geral das demonstrações do resultado abrangente, dos fluxos de caixa
e do valor adicionado.
2 - Reconhecer as estruturas das demonstrações e a importância delas para a Contabili-
dade
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1 Introdução
Na aula anterior vimos alguns aspectos gerais das principais demonstrações contábeis
orientadas pelo CPC 26 com um pouco mais de detalhamento sobre a demonstração do resultado
e do balanço patrimonial. Nesta Aula veremos alguns aspectos da demonstração dos resultados
abrangentes, da demonstração dos fluxos de caixa e da demonstração do valor adicionado. As
demais demonstrações vocês terão o conteúdo em outras disciplinas. Uma parte está na ementa
da disciplina “Contabilidade Intermediária” e, sobre a DVA, provavelmente, terão um conteúdo
mais detalhado na disciplina “Contabilidade Socioambiental”, logo, por aqui veremos algo bem
elementar.
Composição e estrutura
De acordo com o CPC 26, os “outros resultados abrangentes” compreendem:
a) Variações na reserva de reavaliação quando permitidas legalmente;
Além disso, segundo o mesmo pronunciamento, a DRA deve ter como estrutura mínima:
O resultado líquido do exercício;
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Os itens de outros resultados abrangentes ainda precisam ser divididos em:
(i) itens que não serão reclassificados subsequentemente para o resultado do período; e
(ii) itens que serão reclassificados subsequentemente para o resultado do período, quando
condições específicas forem atendidas.
O mesmo deve ser realizado para a parcela dos outros resultados abrangentes de empresas
investidas reconhecida por MEP.
Assim, uma estrutura básica de DRA deve ser elaborada conforme quadro 2.1
Enfim, embora a DRA já tenha algum tempinho de existência, pois veio com o processo de
convergência da contabilidade com a sua aplicação a partir de 2010, ela é uma demonstração
ainda pouco explorada na prática. Mas, não deixa de ser um relatório importante no computo dos
relatórios e, os profissionais de contabilidade precisam conhecê-la melhor. Por isso, estamos
apresentando alguns conceitos iniciais aqui para vocês irem se familiarizando, provavelmente ela
será revista em disciplinas mais avançadas ao longo do curso.
4) Com base nas normas do CPC 26, sobre a DRA, apresente a estrutura mínima exi-
gida para a sua elaboração.
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b. Resposta falsa. Com relação as características e utilidades da Demonstração de
Resultado Abrangente, os investidores necessitam prestar atenção especial ao lucro
abrangente.
c. Resposta verdadeira. De acordo com o CPC 26, os “outros resultados abrangentes”
compreendem: Variações na reserva de reavaliação quando permitidas legalmente;
Ganhos e perdas atuariais em plano de pensão; Ganhos e perdas derivados de con-
versão de demonstrações contábeis de operações no exterior; Ajuste de avaliação pa-
trimonial (ganhos e perdas de ativos financeiros disponíveis para venda); e, Ajuste de
avaliação patrimonial.
4) Com base nas normas do CPC 26, sobre a DRA, a estrutura mínima exigida para a
DRA é a seguinte:
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O resultado líquido do exercício
Cada item dos outros resultados abrangentes classificados conforme a nature-
za
Parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconheci-
da por MEP; e
O resultado abrangente do period
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Figura 2.2 – Fluxos de caixa
Fonte: https://www.freepik.com/free-vector/colorful-infographic-financial-flowchart-money-transfer-
transactions_10703427.htm#page=1&query=cash%20flows&position=1 Autoria: Freepik.com
Contudo, desde 1999 alguns órgãos como o Instituto de Auditores Independentes do Brasil
(Ibracon) e a CVM já vinham recomendando a apresentação da DFC.
A DFC substituiu a antiga Demonstração das Origens e Aplicações de Recurso (DOAR) e deve
ser preparada seguindo as orientações do CPC 03, o qual foi elaborado com base na norma
internacional IAS 7 (Statements of Cash Flows) que é semelhante a norma americana FAZ 97
(Statements of Cash Flows).
Das demonstrações apresentadas, vale dizer que a Demonstração do Fluxo de Caixa não é
exigida pela legislação para a companhia de capital fechado com patrimônio líquido inferior a R$
2.000.000,00 (dois milhões de reais), na data do balanço. Porém, mesmo para essas empresas, o
Conselho Federal de Contabilidade e outras entidades recomendam a sua elaboração. Além
disso, vale ressaltar que boa parte das instituições financeiras (para efeito de análise de crédito),
tem exigido a sua elaboração.
30
Demonstração dos Fluxos de Caixa
Em cada uma das atividades da estrutura apresentada pode ter um conjunto de contas
passíveis de classificação que pode ser alterada de acordo com o modelo de negócio.
Vejam a seguir como ficaria a classificação de algumas contas para uma empresa do ramo
comercial ou industrial.
Pagamentos de tributos
31
Fluxo das atividades de financiamento:
A DFC pode ser elaborada, em seu fluxo de atividades operacionais, pelo método direto ou pelo método
indireto. Pelo método direto, a demonstração é apresentada de forma mais simplificada, as principais clas-
ses de recebimentos brutos e pagamentos brutos são divulgadas.
Com base nas contas apresentadas acima, podemos montar uma estrutura de DFC mais
completa conforme quadro 2.2 elaborada, conforme CPC 26 pelo método direto.
Como é possível ver no quadro 2.2, o raciocínio na elaboração da DFC é bem lógico, de modo
que se há saída de recursos financeiros o sinal é negativo e se há entrada de recursos na
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empresa o sinal é positivo. Além disso, as classificações são de acordo com o que de fato ocorre
na empresa, se o gasto é com relação ao que a empresa trabalha, ou seja, está ligado a atividade
fim, são classificados como operacionais, isto é, fazem parte da operação principal. Se está
relacionada a alguma aplicação financeira, a investimentos, compra ou venda a vista de
imobilizados, são classificados como atividade de investimento. Por fim, se estão relacionados a
origem do recurso, isto é, de quem capitaliza ou financia a empresa, normalmente, sócios,
instituições financeiras ou terceiros, são classificados como atividades de financiamento.
Assim, a elaboração e análise da DFC pode ser importante para:
Verificar a capacidade de pagamento do negócio.
Para elaborar a DFC pelo método indireto, é preciso realizar alguns ajustes iniciando do Lucro Lí-
quido da Demonstração dos Resultados. O lucro líquido ou o prejuízo é ajustado pelos efeitos de transações
que não envolvem caixa, pelos efeitos de quaisquer diferimentos ou apropriações por competência sobre
recebimentos de caixa ou pagamentos em caixa operacionais passados ou futuros, e pelos efeitos de itens
de receita ou despesa associados com fluxos de caixa das atividades de investimento ou de financiamento.
Como pode ser observado, o método direto parece mais simples. Porém, a empresa que elaborar
a DFC pelo método direto deverá apresentar a conciliação entre o lucro líquido e o caixa gerado pelas ativi-
dades operacionais apresentando em notas explicativas. Logo, na prática elas acabam elaborando a de-
monstração pelo método indireto, tendo em vista que a conciliação já é realizada nela.
De certa forma, apesar de o método direto apresentar uma demonstração com informa-
ções mais simplificadas, pois é um espelho dos fluxos de atividades operacionais, de investimento
e de financiamento, o método indireto contém mais informações relevantes, já que apresenta
também a conciliação ente o lucro e o caixa gerado, além dos fluxos do método direto. A concilia-
ção apresenta os ajustes que não afetam o caixa, como exemplo, temos: Depreciação, amortiza-
ção e exaustão; receita de equivalência patrimonial; perda na baixa de imobilizado etc.
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Demonstração dos Fluxos de Caixa
(Método indireto)
Além disso, há também as transações de investimento e financiamento que não afetam o caixa ou
equivalentes de caixa. Essas transações devem ser excluídas da demonstração dos fluxos de caixa. Tais
transações devem ser divulgadas nas notas explicativas às demonstrações contábeis, de modo que forne-
çam todas as informações relevantes sobre essas atividades de investimento e de financiamento.
Vejam um modelo mais completo de Demonstração de Fluxos de Caixa pelo método direto:
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DEMONSTRAÇÕES DO FLUXO DE CAIXA
EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO
(Em Reais mil)
2006 2005
Atividades operacionais
Recebimento de Clientes 655.143 706.896
Outros Recebimentos 40.454 41.948
Pagamento de Fornecedores (117.539) (103.608)
Pagamento de Salários e Encargos Sociais (47.188) (45.325)
Pagamento de Impostos e Contribuições (74.010) (137.270)
Outras Despesas (71.755) (203.037)
Caixa gerado pelas atividades operacionais 385.105 259.604
Atividades de investimento
Recebimentos de Aplicações e Outros Recebimentos 6.926 1.643
Pagamento pela Aquisição de Imobilizado (2.400) (48.815)
Caixa aplicado em atividades de investimento 4.526 (47.172)
Atividades de financiamento
Pagamento de Empréstimos (Principal e Juros) (237.988) (279.214)
Distribuição de Dividendos (104.415) (44.100)
Caixa aplicado nas atividades de financiamento (342.403) (323.314)
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Em suma, a intenção aqui foi só apresentar alguns aspectos gerais da demonstração dos
fluxos de caixa, em disciplinas mais avançadas os alunos terão a oportunidade de elaborá-la e
trabalhar com maior profundidade outros elementos.
Para complementar o seu conhecimento, recomendamos fortemente assistir esses vídeos do profes-
sor Mario Jorge.
Clique aqui:
Vídeo 1
https://www.youtube.com/watch?time_continue=226&v=NOt8ORLyXKs&feature=emb_logo
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ATIVIDADE 02 - atende aos objetivos 1 e 2
4 - Apresente “V” para “Verdadeiro” e “F” para “Falso” nas assertivas abaixo.
a) ( ) Equivalente de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liqui-
dez que são prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que es-
tão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor. Assim, um investimento
normalmente qualifica-se como equivalente de caixa somente quando tem venci-
mento de curto prazo, por exemplo, seis meses ou menos, a contar da data da
aquisição.
b) ( ) Demonstração de Fluxos de Caixa veio em substituição à Demonstração Lu-
cros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e deve ser preparada seguindo as orienta-
ções do CPC 26 R2.
c) ( ) As sociedades por ações de capital aberto são obrigadas a apresentar a De-
monstração de Fluxo de Caixa.
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1 - A DFC é um relatório contábil de apresentação obrigatória para as empresa de ca-
pital aberto e para aquelas de capital fechado com patrimônio líquido superior a R$
2.000.000,00 (dois milhões de reais). Esse relatório tem o propósito de demonstrar as
entradas e saídas de caixa realizadas por uma empresa em determinado período.
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4 Demonstração do Valor Adicionado
A Demonstração do Valor Adicionado (também chamada de DVA) tem por objetivo apresentar
o valor agregado (riqueza gerada) por uma empresa em determinado período e a sua distribuição
para os atores da sociedade.
O valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela
diferença entre o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros.” Inclui também o valor
adicionado recebido em transferência, isto é, produzidos por terceiros e transferidos à entidade.
Desse modo, a DVA presta informações a todos os agentes econômicos interessados na
empresa, como: empregados, clientes, fornecedores, financiadores e governo.
A DVA não era obrigatória no Brasil até a promulgação da Lei nº 11.638/2007, desde então,
passou a ser obrigatória para as Sociedades por Ações (companhias abertas). Contudo, mesmo
antes de ser obrigatória era incentiva e sua divulgação apoiada pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM).
A DVA é um relatório contábil elaborado pelas empresas para demonstrar aos usuários da
contabilidade o valor da riqueza econômica gerada e a sua distribuição entre os elementos que
contribuíram para a sua criação.
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A regra atual que regula a elaboração e apresentação da DVA é o Comitê de Pronunciamento
nº 09 (CPC 09) aprovado em 30/10/2008 e divulgado em 12/11/2008. O CPC 09 foi aprovado e
referendado pelos órgãos reguladores:
CVM - Deliberação CVM nº 557/08;
Para os usuários de maneira geral a DVA permite visualizar a realidade empresarial sob dois
enfoques:
a) o econômico, relativo ao valor gerado; e
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Estrutura básica da DVA:
1 - Receita
Segundo o CPC 09, a entidade deve elaborar a DVA e apresentá-la como parte integrante das
suas demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada exercício social.
Conforme visto na figura 2.5, sobre a estrutura básica da DVA, ela é dividida em 8 grupos,
onde a soma dos itens do grupo 1 apresenta o somatório da riqueza gerada pela empresa e a
soma dos itens do grupo 2 apresenta os custos para a geração dessa riqueza. Assim, subtraindo
os custos (insumos adquiridos de terceiros) da riqueza gera (receita), tem-se o Valor Adicionado
Bruto (grupo 3). Na sequencia, é apresentado o somatório do grupo 4 (depreciação, amortização e
exaustão). Com a subtração do somatório do grupo 4 pelo somatório do grupo 3, tem-se valor
adicionado líquido produzido pela entidade (grupo 5). Posteriormente são adicionados os valores
recebidos em transferência formando o total do grupo 6. Com a soma dos grupos 5 e 6, tem-se o
Valor Adicionado total a distribuir. Por fim, é apresentado o detalhamento da distribuição do valor
adicionado a distribuir.
Assim, a DVA em sua primeira parte, deve apresentar de forma detalhada a riqueza criada pela
entidade. Os principais componentes da riqueza criada estão apresentados a seguir nos seguintes
itens:
Receitas
Venda de mercadorias, produtos e serviços inclui os valores dos tributos incidentes
sobre essas receitas (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), ou seja, corresponde ao
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ingresso bruto ou faturamento bruto, mesmo quando na demonstração do resultado tais
tributos estejam fora do cômputo dessas receitas.
Outras receitas da mesma forma que o item anterior, inclui os tributos incidentes
sobre essas receitas.
Provisão para créditos de liquidação duvidosa Constituição/Reversão. Inclui os
valores relativos à constituição e reversão dessa provisão.
A segunda parte da DVA deve apresentar de forma detalhada como a riqueza obtida pela
entidade foi distribuída. Os principais componentes dessa distribuição estão apresentados a
seguir:
Distribuição da riqueza
A distribuição da riqueza gerada pode ser resumida em quatro subgrupos:
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1. Pessoal valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na forma de: remunera-
ção direta, benefícios e FGTS.
2. Impostos, taxas e contribuições valores relativos a tributos federais, estaduais e municipais.
3. Remuneração de capitais de terceiros valores pagos ou creditados aos financiadores exter-
nos de capital, como: juros, aluguéis, royalties e outros.
4. Remuneração de capitais próprios inclui os valores pagos ou creditados aos sócios e acio-
nistas por conta do resultado do período, tais quais: juros sobre o capital próprio (JCP), divi-
dendos, lucros retidos e prejuízos do exercício, lucros retidos etc.
Para um melhor entendimento, a seguir é apresentada uma estrutura de DVA com um pouco
mais de detalhes.
Quadro 2.4 - Modelo da Demonstração de Valor Adicionado
1 – RECEITA
1.1 – Venda de mercadorias, produtos ou serviços
1.2 – Outras receitas
1.3 – Receita relativas à construção de ativos próprios
1.4 PECLD/ reversão
2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS:
2.1 – Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos
2.2 – Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3 – Perda/ recuperação de valores ativos
2.4 – Outras
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO ( 1-2)
4 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1 – Resultado de equivalência patrimonial
6.2 – Receitas Financeiras
6.3 – Outras
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO:
8.1 – Pessoal:
8.1.1 – Remuneração direta
8.1.2 – Benefícios
8.1.3 - FGTS
8.2 – Tributos;
8.2.1 – Federais
8.2.2 – Estaduais
8.2.3 - Municipais
8.3 – Remuneração de capitais de terceiros;
8.3.1 – Juros
8.3.2 – Alugueis
8.3.3 - Outras
8.4 - Remuneração de capitais próprios.
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8.4.1 – JSCP
8.4.2 – Dividendos
8.4.3 – Lucros retidos/ prejuízos do exercício
8.4.4 – Participação dos não controladores nos lucros
Assim, como a DRA e a DFC, a apresentação da DVA nesta aula teve apenas o propósito de
familiarizar o aluno com alguns aspectos gerais desses importantes relatórios da contabilidade.
Neste momento, você não tem que se preocupar em decorar as contas constantes nas estruturas
dessas demonstrações, mais importante é saber da sua existência e utilidade na contabilidade.
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2 – A estrutura da DVA consiste na apresentação da realidade empresarial sob dois
enfoques: a) o econômico, relativo ao valor gerado; e b) o social, correspondente as
rendas distribuídas.
4-
a) A resposta é falsa. Sua elaboração deve levar em conta além do CPC 09, alguns
aspectos do CPC 00 para efeitos de base conceitual e de mensuração, e o CPC 26
para a Elaboração e apresentação das Demonstrações Contábeis.
b) A resposta é verdadeira. Os dados da DVA, em sua grande maioria, são obtidos
principalmente a partir da Demonstração do Resultado. Mas, também tem uma in-
terface com a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).
c) A resposta é verdadeira. A segunda parte da DVA deve apresentar de forma de-
talhada como a riqueza obtida pela entidade foi distribuída. Desta forma, os princi-
pais componentes desta distribuição são Pessoal, Tributos, Remuneração de Capi-
tais de Terceiro e Remuneração de Capitais Próprios.
Fim atividade
Conclusão
Vimos nesta Aula complementar que dos relatórios apresentados apenas a DRA é obrigatória
para todas as empresas. A DVA é obrigatória para todas as sociedade por ações de capital aberto
(S/As) e a DFC é obrigatória para todas as S/As e para as sociedades de capital fechado com
patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), na data do balanço. Desta
forma, as sociedades de pequeno porte de capital fechado não estariam obrigados, por lei, a
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apresentar a DFC. Contudo, vale ressaltar que mesmo assim o Conselho Federal de
Contabilidade e outras entidades recomendam a sua elaboração para todas as empresas.
Sobre as estruturas de elaboração, vimos que as três demonstrações apresentam estruturas
relativamente simples, cada um com o seu propósito específico. A DRA, parte do lucro líquido
para demonstrar o resultado abrangente, a DFC apresenta os fluxos de entrada e saída e de
recursos classificados em operacionais, de investimento e de financiamento com o intuito de
segregar as suas funções na contabilidade chegando ao saldo final de caixa disponível no
período. Por fim, a DVA apresenta no início da estrutura, as receitas como riquezas geradas pela
entidade e, na segunda parte (final), apresenta como essa riqueza foi distribuída para alguns
atores da sociedade.
Desta forma, concluímos que a DRA tem sua importância na contabilidade, pois mesmo que os
resultados ainda não tenham sido realizados eles podem demonstrar indícios do que pode
acontecer no futuro, numa perspectiva abrangente do lucro. Já a DFC tem sua importância, pois
mostra como tem ocorrido os fluxos de acordo com suas classificações. Assim, como mostra a
geração de caixa operacional para manter o negócio em funcionamento e dar suporte aos fluxos
de investimento e de financiamento, além de poder realizar previsões para futuros fluxo de caixa.
Por fim, a DVA tem sua importância condicionada, sobretudo, a informação que traz sobre os
fatores econômicos e sociais, ou seja, de geração de riqueza e de distribuição dessa riqueza
perante a sociedade.
Resumo
A Demonstração dos Resultados Abrangentes tem por objetivo apresentar o resultado que
vai além do resultado demonstrado na DRE. São valores de realizações incertas, isto é, que pode-
rão ser realizados ou não num futuro próximo. O lucro abrangente ocorre por uma atualização dos
valores do ativo ou do passivo que impacta temporariamente no patrimônio líquido. O registro é
realizado apenas para deixar a contabilidade mais atualizada, ainda não há a realização contábil
daquela “atualização”. No Brasil, a DRA é de elaboração obrigatória para todas as empresas e
poderá ser apresentada em quadro próprio ou dentro da DMPL. A sua estrutura inicia pelo lucro
líquido, computando os outros resultados abrangentes ocorridos no períodos e chegando ao resul-
tado abrangente total. Para os investidores é uma importante demonstração contábil, já que o re-
sultados criam expectativas futuras e poderão ser indícios sinalizando que algo poderá ocorrer.
A Demonstração dos Fluxos de Caixa tem por objetivo apresentar os saldos resultantes
das entradas e saídas de caixa e equivalente de caixa da empresa em determinado período. Os
equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez que são pronta-
mente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco
de mudança de valor. No Brasil, a DFC veio em substituição a antiga DOAR, ela não é exigida
para a companhia de capital fechado com patrimônio líquido inferior a R$ 2.000.000,00 (dois mi-
lhões de reais), na data do balanço. Mas, o Conselho Federal de Contabilidade e outras entidades
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recomendam a sua elaboração para todas as empresas. Dentre outras finalidades, a DFC é im-
portante para verificar a capacidade de pagamento do negócio; realizar a previsão de fluxos de
caixa futuros; analisar a capacidade de pagamento de dividendos; administrar a geração de caixa
operacional etc.
A Demonstração do Valor Adicionado tem por objetivo apresentar o valor agregado (rique-
za gerada) por uma empresa em determinado período e a sua distribuição para os atores da soci-
edade. O valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa e a distribuição aos atores
sociais estão na forma de pagamentos e benefícios com pessoal, tributos, capitais de terceiros e
capitais próprios. Assim, a DVA permite visualizar a realidade empresarial sob os enfoques eco-
nômico, relativo ao valor gerado; e o social, correspondente as rendas distribuídas. No Brasil, a
DVA é obrigatória para as sociedade por ações de capital aberto e sua a estrutura básica é dividi-
da em 8 grupos. A sua importância na contabilidade pode ser demonstrada, sobretudo, para saber
o quanto de riqueza determinada empresa está gerando e o quanto está distribuindo em forma de
pagamento de pessoal, tributos, juros e rendimentos.
Referências:
GELBCKE, Ernesto Rubens; SANTOS, Ariovaldo; IUDÍCIBUS, Sergio. de; e MARTINS, Eliseu;
Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as normas
internacionais do CPC. São Paulo: 3ª edição. ed. GEN/Atlas, 2018.
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Informações para a próxima aula
Na próxima Aula veremos um novo assunto, sobre introdução à análise.
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