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Aula 5: Impostos incidentes sobre vendas- Introdução ao tema

Vocês estudaram na disciplina Contabilidade 1 sobre as deduções da Receita Bruta, na Demonstração


do Resultado do Exercício (DRE), para o cálculo da Receita Líquida, demonstrado a seguir:

Receita Bruta
(-) Deduções da Receita Bruta:
Desconto incondicional
Vendas canceladas
Abatimentos e devoluções
Impostos e contribuições incidentes sobre receitas
(=) Receita Líquida

Nas próximas aulas vamos estudar sobre os tributos que incidem sobre as receitas em determinadas
empresas.

Portanto, os objetivos da aula são:

 Conhecer os principais tributos incidentes sobre as receitas.

Os tributos que incidem sobre as receitas com vendas são proporcionais às receitas geradas em
determinado período e estão vinculados ao preço de venda. Portanto, quanto maior o preço e maior
o volume vendido, maior serão os tributos sobre as vendas.

Os tributos incidentes sobre as receitas que estudaremos são os seguintes:

 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);


 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);
 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); e
 Programa de Integração Social (PIS).

Estes tributos podem ser classificados como indiretos, uma vez que incidem sobre transações de
mercadorias, de modo que a cobrança é feita em cima do que é consumido.

Por outro lado, os impostos considerados diretos são aqueles que incidem sobre o lucro das
empresas ou sobre bens do patrimônio, tais como o Imposto de Renda, o IPTU e o IPVA.

Além disso, os tributos podem ser cumulativos ou não cumulativos.

Um tributo é cumulativo quando incide em todas as etapas intermediárias dos processos produtos e
de comercialização de um bem. Isso influencia o custo do produto, já que o imposto incide sobre o
imposto.

Por sua vez, um tributo é não cumulativo quando na etapa posterior ao processo de produção ou de
comercialização o imposto pago ou recolhido na etapa anterior é deduzido do novo valor a ser
recolhido.

Entre os tributos sobre vendas que nós estudaremos o IPI e o ICMS são não cumulativos.
Já o PIS e o COFINS podem ser cumulativos ou não cumulativos, dependendo do modo como são
calculados. Em nosso material, vamos usar as alíquotas aplicadas quando estes tributos são
cumulativos. Isso acontece quando a empresa trabalha com lucro presumido, que representa um
modo de tributação simplificado para determinação da base de cálculo do Imposto de Renda e da
Contribuição social sobre o lucro de pessoas jurídicas, que presume o seu lucro a partir de suas
receitas sujeitas à tributação. Além disso, a legislação efetua uma distinção de acordo com o setor de
atividade da empresa, podendo ser cumulativo ou não cumulativo.

Ainda, podemos classificar os tributos em “por dentro” e “por fora”.

Dizemos que o tributo é “por dentro” quando ele está incluído na base de cálculo. Por sua vez, um
tributo é considerado “por fora” quando é cobrado a parte.

Por exemplo, uma mercadoria custa R$1.000 e sobre ela incide R$100 de tributos.

No caso do tributo “por dentro”, a base de cálculo será de R$1.100 e a alíquota do tributo de
R$100/R$1.100, ou seja, de aproximadamente 9,1%

Já no caso do tributo “por fora”, a base de cálculo será de R$1.000 e a alíquota do tributo de
R$100/R$1.000= 10%.

Entre os tributos sobre vendas que nós estudaremos o ICMS, o PIS e o COFINS são tributos “por
dentro”, enquanto o IPI é um tributo “por fora”.

Portanto, segue um pequeno resumo sobre os tributos que vamos estudar nas próximas aulas:

Tributo IPI ICMS PIS COFINS


Esfera Federal Estadual Federal Federal
Alíquota estudada varia varia 0,65% 3,00%
Cumulatividade (em nosso estudo) não cumulativo não cumulativo cumulativo cumulativo
Incidência "por fora" "por dentro" "por dentro" "por dentro"

O fato de o IPI e do ICMS serem não cumulativos e do PIS e da COFINS estudados serem cumulativos
significa que o tratamento contábil é diferenciado. Adotamos aqui esse procedimento, com o
objetivo de evidenciar as duas formas de tributação.

Base de cálculo

Os tributos que iremos estudar incidem sobre uma base de cálculo, de modo a serem obtidos do
seguinte modo:

Base de cálculo x alíquota do tributo.

Por exemplo, uma indústria fabrica canetas e vende para papelarias. Em dezembro de 2018 uma
papelaria comprou 500 canetas, por R$2.500.

A base de cálculo para a incidência do tributo é de R$2.500.

Na venda, a base de cálculo é aplicada sobre a Receita Bruta deduzida dos descontos incondicionais,
das vendas canceladas e dos abatimentos e devoluções.
Por exemplo, uma empresa vende 200 unidades de mercadoria a R$50 cada. A empresa oferece um
desconto comercial de 20%. Depois da venda, o comprador devolve 40 unidades.

Portanto, a empresa vendeu 200 unidades – 40 que foram devolvidas= 160 unidades.

Além disso, o preço de venda era de R$50, que com o desconto de 20% foi de R$40.

A receita sobre a qual o imposto vai incidir é de 160 unidades x R$40= R$6.400

Referências utilizadas na aula:

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Contabilidade Comercial, 9ª edição. Ed. Atlas: São Paulo,
2010.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens; SANTOS, Ariovaldo do. Manual de
Contabilidade Societária, 3ª edição. Ed. Atlas: São Paulo, 2018.

PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária, 8ª edição. Ed. Freitas Bastos: Rio de
Janeiro, 2018.

SOUZA, Acilon Batista. Contabilidade de Empresas Comerciais. Ed. Atlas: São Paulo, 2002.

SZUSTER, Natan; CARDOSO, Ricardo Lopes; SZUSTER, Fortunée Rechtman; SZUSTER, Fernanda
Rechtman; SZUSTER, Flávia Rechtman. Contabilidade Geral. 4ª edição. Ed. Atlas: São Paulo, 2013

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