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TRIBUTOS INCIDENTES

SOBRE COMPRAS E
VENDAS
TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE VENDAS E
SERVIÇOS
• Os tributos incidentes sobre as vendas
guardam proporcionalidade com o preço da
venda, mesmo que o montante do referido
tributo integre a sua própria base de cálculo.
• Os mais importantes impostos sobre as vendas:
– ICMS, IPI, PIS e COFINS
• TRIBUTOS SOBRE VENDAS CUMULATIVOS E NÃO
CUMULATIVOS
• Os tributos sobre vendas podem ser cumulativos e não
cumulativos:
– Cumulativos – quando cobrados em todos os estágios da
cadeia produtiva com base no valor de cada etapa da cadeia.
Também chamados de tributos em cascata.
– Não Cumulativos – quando cobrados em todos os estágios da
cadeia produtiva com base no valor agregado de cada etapa
da cadeia.
– Ex.:
• Empresa A vendeu por 100 para a empresa B
• Empresa B vendeu por 200 para a empresa C
• Empresa C vendeu por 400 para Consumidor
• Taxa de 10% estabelecida pelo governo
• Empresa A – 10% de 100 = 10
• Empresa B – 10% de 200 = 20
• Empresa C – 10% de 400 = 40
• De forma cumulativa o valor total do imposto arrecadado seria de $ 70
• Da forma não cumulativa:
– Empresa A – 10% de 100 = $ 10 menos $ 0,00 = 10
– Empresa B – 10% de 200 = $ 20 menos $ 10,00 = $ 10
– Empresa C – 10% de 400 = $ 40 menos $ 20,00 = $ 20
– Total de arrecadado $ 40,00
– A dedução é chamada de crédito do imposto.
– Cada produtor pode deduzir de sua obrigação tributária o valor já pago na etapa anterior.
• No Brasil, há dois impostos não cumulativos: o ICMS e o IPI; o
ICMS de competência estadual e o IPI de competência federal.
• Há também duas contribuições que incidem sobre vendas: o PIS
e a COFINS, ambas de competência federal, e podem assumir as
duas modalidades de incidência: cumulativa e não cumulativa.
• A utilização do crédito para diminuir o valor a ser pago quando
da venda se chama recuperação de impostos.
• Importante: os tributos cumulativos não são recuperáveis e
seu valor integra o custo de aquisição da mercadoria. Os não
cumulativos são recuperáveis, e seu valor não integra o custo
de aquisição da mercadoria.
CONTABILIZAÇÃO DO ICMS RECUPERÁVEl
• ICMS recuperável
– Nas compras – as compras devem ser
contabilizadas com a diminuição do ICMS
destacado na NF.
– Nas vendas – as vendas devem ser contabilizadas
pelo valor total e o ICMS deve ser contabilizado à
parte, como despesa operacional redutora da
receita bruta, para apuração da receita líquida.
ICMS
• É de competência dos estados e do Distrito
Federal;
• É considerado imposto por dentro, pois seu valor
está incluído no valor das mercadorias ou serviços
constantes da nota fiscal.
• Integra a sua própria base de cálculo, por isso é
chamado imposto por dentro.
• O ICMS é calculado mediante a aplicação de uma
alíquota sobre o valor das mercadorias ou serviços;
• ICMS não recuperável
– Quando a empresa não recupera o ICMS, o custo
das aquisições incluirá os impostos não
recuperáveis.
Mecanismo de incidência do ICMS
• Quando a empresa compra, paga ao fornecedor junto
com o custo da mercadoria, uma parcela de ICMS;
• Quando a empresa vende, recebe do cliente, junto
com o valor da venda, uma parcela de ICMS, que
deverá ser repassada ao governo do estado;
• Antes de repassar ao governo a parcela do ICMS
recebida do cliente (constante da NF), a empresa
poderá compensar, desse total, o valor do ICMS que
pagou ao fornecedor (constante da NF) por ocasião da
compra da mercadoria que está sendo vendida;
Exemplo:
• Vamos supor que foi adquirida mercadorias de um
fornecedor no valor de $ 100, com ICMS incluso de
$ 18. Dessa forma, foi pago ao fornecedor o valor
de $ 100, sendo $ 82 do custo da mercadoria e 18
de ICMS;
• Em seguida foi vendida mercadoria a um cliente por
$ 150, com ICMS incluso de $ 27. Dos $ 150
recebido (receita bruta de vendas), $ 123
correspondem a receita líquida de vendas e $ 27, ao
ICMS que deveria ser recolhido ao governo;
• Como o ICMS é um imposto não cumulativo, poderá
ser compensado desses $ 27 devidos, os $ 18 do
ICMS da compra, recolhendo apenas $ 9 (27 – 18);
• Então:
– O valor do ICMS pago na compra representa um direito
da empresa com o governo estadual;
– O valor do ICMS recebido do cliente na venda representa
uma obrigação com o governo estadual;
– O direito de utilizar o crédito extingue-se após 5 anos
contados da data da emissão da nota fiscal;
Contabilização do ICMS
• Compra de mercadorias, à vista, no valor de $ 10.000, com ICMS
de $ 1.800:
– D - Compras 8.200
– D – ICMS a recuperar 1.800
– C – Caixa 10.000
• Venda de mercadorias, à vista, no valor de $ 30.000, com ICMS
de $ 5.400:
– D – Caixa
– C - Venda de Mercadorias 30.000
– D – ICMS sobre vendas 5.400
– C - ICMS s/vendas a recolher 5.400

• No último dia do mês, efetua-se o seguinte
lançamento de compensação do ICMS:
– D – ICMS a recolher 1.800
– C – ICMS a recuperar 1.800
• No dia do vencimento da obrigação:
– D - ICMS a recolher 3.600
– C – Bco c/movimento 3.600
Informações adicionais
• Na venda de produtos com incidência
somente de ICMS, o valor total da NF
corresponde ao valor da receita bruta de
vendas, por exemplo:
– Venda de 50 unidades de determinado produto,
por $ 10 a unidade com alíquota de 18% de ICMS:
nesse caso o valor total da nota fiscal será de $
500, sendo o ICMS destacado no valor de $ 90. o
valor da receita bruta de vendas será de $ 500.
• Para que a empresa tenha direito de recuperar
o valor do ICMS pago ao fornecedor no
momento da compra de mercadoria, é
necessário que, ao ser vendida, essa
mercadoria sofra incidência desse imposto;
caso contrário, o valor do ICMS incidente
sobre a compra integrará o custo de
mercadoria;
O TRATAMENTO DA RECUPERAÇÃO DE
IMPOSTOS
• Regime de Tributação: Lucro Presumido
• EMPRESA INDÚSTRIAL
– O IPI e ICMS não representam custo na aquisição
de matéria prima, pois ao vender o produto a
empresa recupera os impostos na venda;
– Essa empresa, ao vender o produto, pagará IPI,
ICMS, PIS e COFINS, tendo como despesa apenas o
PIS e a COFINS pois não são recuperáveis;
• EMPRESA COMERCIAL
– Quando adquire produto de uma indústria, paga
IPI, ICMS, PIS e COFINS, recuperando apenas o
ICMS.
– O PIS, COFINS e IPI na aquisição representam
custo;
• Nota fiscal no valor de $ 13.000 para aquisição de
mercadoria, sendo $ 10.000 de mercadoria e $ 3.000
de IPI. Destacam-se o valor de $ 1.800 de ICMS, PIS - $
65 e COFINS - $ 300.
• Na indústria: recuperará o IPI e o ICMS, valor do
estoque: $ 8.200.
• No comércio: recuperará o ICMS: $ 1.800; valor do
estoque: $ 11.200;
• Na Prestação de Serviços: não recuperará nenhuma
dos impostos; estoque: $ 13.000.
• Regime de Tributação: Lucro Real
EMPRESA INDUSTRIAL
– Para uma indústria que adquire matéria-prima pagando
IPI, ICMS, PIS e COFINS, nenhum deles representa custo,
pois ao vender o produto cobra do cliente todos esses
impostos;
• EMPRESA COMERCIAL
– Quando adquire produtos de uma indústria, paga
IPI, ICMS, PIS e COFINS, como o IPI não é cobrado
na venda, não há recuperação. Então o IPI é custo
para empresa comercial.
• Nota fiscal no valor de $ 13.000 para aquisição de
mercadoria, sendo $ 10.000 de mercadoria e $ 3.000
de IPI. Destacam-se o valor de 1.800 de ICMS, PIS - $
165 e COFINS - $ 760.
• Na indústria: recuperará o IPI, ICMS, PIS e COFINS,
valor do estoque: $ 7.275.
• No comércio: recuperará o ICMS, PIS e COFINS; valor
do estoque: $ 10.275;
• Na Prestação de Serviços: recupera apenas o PIS e a
COFINS; estoque: $ 12.075.
PIS E COFINS

PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL E DE


FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO DO SERVIDOR
PÚBLICO - PIS E CONTRIBUIÇÃO PARA
FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS
REGIMES VIGENTES
• REGIMES DE APURAÇÃO:
– INCIDÊNCIA CUMULATIVA
• Não permite a dedução de créditos nos débitos
apurados;
– INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA
• Consiste em deduzir dos débitos apurados, os
respectivos créditos admitidos pela legislação;
• INCIDÊNCIA CUMULATIVA
– BASE DE CÁLCULO:
• É o valor das receitas oriundas das atividades principais
da pessoa jurídica (Artigo 12 do Decreto-Lei 1.598 de
1977, com redação dada pelo art.2º da Lei nº 12.973 de
2014
• Deverão ser excluídos da base de cálculo:
• VENDAS CANCELADAS, DEVOLUÇÕES DE VENDAS e DESCONTOS
INCONDICIONAIS
• IPI DESTACADO NA NF;
• ICMS DESTACADO NA NF;
• DE RECUPERAÇÃO DE CRÉDITOS BAIXADOS COMO PERDA, QUE NÃO
REPRESENTEM INGRESSO DE NOVAS RECEITAS;
• RESULTADO POSITIVO DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS;
• LUCROS E DIVIDENDOS.
• AS RECEITAS DECORRENTES DA VENDA DO ATIVO NÃO CURCULANTE,
CLASSIFICADO COMO IMOBILIZADO, INTANGÍVEL OU INVESTIMENTO.
• DAS RECEITAS ISENTAS OU COM ALÍQUOTA ZERO.
– ALIQUOTAS
• PIS – 0,65%
• COFINS – 3% para pessoas jurídicas em geral
• Instituições financeiras e assemelhados – 4%
– EMPRESAS COM APURAÇÃO DO LUCRO PELO
PRESUMIDO;
• INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA
– BASE DE CÁLCULO: abrange todas as receitas
auferidas pela pessoa jurídica,
independentemente de sua denominação ou
classificação contábil.
• Deverão ser excluídos da base de cálculo:
• DESCONTOS INCONDICIONAIS
• IPI DESTACADO NA NF;
• ICMS DESTACADO NA NF;
• DE RECUPERAÇÃO DE CRÉDITOS BAIXADOS COMO PERDA, QUE
NÃO REPRESENTEM INGRESSO DE NOVAS RECEITAS;
• RESULTADO POSITIVO DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS;
• LUCROS E DIVIDENDOS.
• AS RECEITAS DECORRENTES DA VENDA DO ATIVO NÃO
CURCULANTE, CLASSIFICADO COMO IMOBILIZADO, INTANGÍVEL
OU INVESTIMENTO.
• DAS RECEITAS ISENTAS OU COM ALÍQUOTA ZERO.
• As vendas canceladas não constituem
exclusão da receita bruta para o cálculo, mas
darão direito a crédito por ocasião da entrada
no estabelecimento do contribuinte.
• ALÍQUOTAS:
– PIS: 1,65%
– COFINS: 7,60%
• EMPRESAS COM APURAÇÃO PELO LUCRO REAL;
• DESCONTO DE CRÉDITO:
• OS VALORES APURADOS PODERÃO SOFRER DESCONTOS
DE CRÉDITOS, MEDIANTE A APLICAÇÃO DAS MESMAS
ALÍQUOTAS SOBRE OS VALORES:
– Dos bens para revenda, exceto mercadorias sujeita
a ST e a incidência monofásica das contribuições.
– Das aquisições de bens e serviços utilizados como
insumos, inclusive combustível e lubrificantes;
(matéria prima, embalagens, etc)
– Dos bens recebidos em devolução, que já tenham
integrado base para cálculo;
– Energia Elétrica consumida nos estabelecimentos
da PJ;
– Alugueis de prédios, máquinas e equipamentos utilizados na
atividade e pagas à PJ;
– Vale Transporte, Vale Refeição ou Vale Alimentação, Fardamento
fornecido aos empregados por PJ que explore atividade de
prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção;
– Contraprestação de arrendamento mercantil de pessoas
jurídicas;
– Dos encargos de depreciação e amortização;
– Fretes nas vendas, nas aquisições de mercadorias para revenda e
insumos, se ônus do vendedor;
– Fretes nas compras de mercadorias e insumos com ônus do
comprador;
• Não geram crédito
– Combustíveis e lubrificantes se não forem custo de
produção;
– Despesas financeiras decorrentes de empréstimos e
financiamento, despesas de seguro e taxa de
administração de cartão de débito/crédito;
– IPI se for destacado na nota de compra
representando crédito para o comprador, se for
custo para o comprador gera crédito.
– Mão de obra paga a pessoa física.
INCIDÊNCIA DO PIS E COFINS NAS RECEITAS
FINANCEIRAS
• REGIME CUMULATIVO – não sofre incidência
• REGIME NÃO CUMULATIVO
– As alíquotas do PIS e da COFINS sobre receita financeira,
inclusive operações de hedge, no regime não cumulativo, serão
calculados pelas alíquotas 0,65% e 4%, respectivamente.
– Aplicam-se as alíquotas de 1,65% e 7,6% para o PIS e a COFINS,
nos Juros de Capital Próprio.
– Alíquotas zero nas contribuições incidentes sobre receitas
financeiras de variações monetárias em função da taxa de
câmbio nas operações de exportação e obrigações de
empréstimos e financiamentos.

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