Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Entende-se por compra e venda o contrato segundo o qual uma das partes se obriga a
transferir o domínio de uma coisa a outra, mediante o pagamento, por esta, de certo preço
em dinheiro.
Aquele que, para fazer jus ao domínio, assume a obrigação de pagar certo preço em dinheiro
é chamado comprador.
Obs: apesar de carregar duas operações no nome, o contrato é um só. A compra e a venda se
fazem de maneira simultânea.
Obs.: O regime jurídico da compra e venda mercantil não possui diferença nas delimitações
dos direitos e obrigações em relação a compra e venda cível.
Por meio dele, o empresário obtém as mercadorias que irá revender com lucro.
❐ Requisitos
A única diferença, assim, entre a compra e venda mercantil e a cível está na disciplina das
consequências da instauração da execução concursal do patrimônio do comprador.
❐ Objetivos do comprador
Quando o comprador, mesmo sendo empresário, adquire bem que não é estritamente
necessário ao desenvolvimento de sua atividade econômica, a coisa, para o direito, não
se considera insumo — embora até possa considerar-se como tal para outras tecnologias,
como a economia ou a administração de empresas —, e o contrato de compra e venda
correspondente não é mercantil. Caracteriza-se, nessa hipótese, uma relação de consumo.
❐ Elementos do contrato
O montante a ser pago pelo comprador ao vendedor é fixado exclusivamente por eles.
Mesmo se o preço é estipulado por arbitragem, prevalece a vontade dos contratantes,
que escolheram livremente esse procedimento.
O estado pode controlar preços de forma direta ou indireta. No primeiro caso, a lei interfere
em sua composição por meio dos seguintes instrumentos:
a – congelamento (bloqueio de elevações dos preços praticados em determinadas datas).
b – tabelamento (fixação do preço máximo para venda ao consumidor), autorização ou
homologação (licenças administrativas para aumento dos preços em segmentos estratégicos
da economia).
c – monitoramento (comunicação dos aumentos praticados para a autoridade administrativa).
O preço pode ser pago à vista ou a prazo, em função exclusivamente do contratado entre
comprador e vendedor. Na primeira hipótese, convenciona-se que o dinheiro sai da
propriedade do comprador e ingressa na do vendedor no ato do fechamento do contrato.
Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa
estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que
estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional. (Vide
ADIN 5867) (Vide ADC 58) (Vide ADC 59) (Vide ADPF 131)
Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais,
sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a
capitalização anual.
Há, porém, casos em que o contrato se torna perfeito desde o momento em que as partes
dão o consentimento, embora estabeleça que, se ocorrer certo evento futuro, o contrato
será considerado como desfeito, voltando as partes à situação em que estavam antes de
contratar. A essa condição acordada pelas partes dá-se o nome de resolutiva. Ocorrendo
o evento resolve o contrato, extinguindo-se o direito que nascera com o acordo de vontades.
Em contratos sujeitos à condição suspensiva, o vínculo geral não existe senão depois de
verificada à condição; já nos contratos sujeitos à condição resolutiva o vínculo existe desde a
celebração do acordo e só deixará de existir se se verificar a condição.
❐ Formação do contrato
O contrato pode ocorrer por meio oral, escrito (papel) ou virtual (eletrônico, magnético e
similares).
Esse período encerra quando uma das sociedades se sente segura para formular a proposta
inicial e submetê-la à outra.
O destinatário, então, elabora uma contraproposta (é uma fase onde as partes tentam
alcançar um consenso enquanto analisam a melhor maneira, cada uma, de não saírem
prejudicadas e otimizarem seus lucros). Nessa fase, não há contrato, portanto, não há direito
nem obrigações.
A proposta é vinculativa para o proponente, salvo estipulação contrária (CC, art. 427;
CC-16, art. 1.080).
Ela deixa de ser obrigatória se o destinatário não a aceitar no prazo para resposta.
Se, contudo, não se fixou prazo para a resposta, reputa-se que têm o mesmo efeito liberatório
a não aceitação imediata do presente ou o decurso de tempo razoável para o ausente
pronunciar-se (CC, art. 428, I a III; CC-16, art. 1.081, I a III).
Em qualquer caso, se o destinatário manifesta a recusa da proposta, esta não é mais
obrigatória para o proponente. A aceitação é a adesão incondicional aos termos da
proposta, expressa imediatamente (entre contratantes presentes), no prazo fixado ou razoável
(entre ausentes).
❐ Obrigações do vendedor
Omisso o contrato sobre o ato da tradição, considera-se que ela ocorre no momento da
entrega (real ou simbólica) das mercadorias, ou de título representativo, no lugar em que se
encontravam ao serem vendidas (CC, art.493)
Dada a falta de acordo entre as partes, correm por conta do vendedor as despesas com a
tradição (CC, art. 490).
Apresentando-se a coisa inapta ao uso que o comprador legitimamente poderia esperar, por
deficiência na qualidade ou quantidade, configura-se o vício.
Está também viciado o bem que, embora não apresente deficiência nenhuma, tem valor
inferior ao do comprado.
Nesses casos, o comprador tem direito de optar entre o desfazimento do contrato (ação
redibitória) ou a redução proporcional do preço (ação estimatória ou quanti minoris).
Assinala a lei o prazo decadencial de 30 dias para o comprador manifestar sua opção de modo
formal perante o vendedor. Esse prazo conta-se do recebimento das mercadorias, quando o
vício é manifesto. Sendo oculto, conta-se de sua manifestação, limitado porém o prazo a 180
dias da entrega efetiva da coisa.
Não tem direito a indenização o comprador que tinha conhecimento da reivindicação antes
do contrato.
❐ Obrigações do comprador
❐ Contrato de fornecimento
São contratos de compra e venda mercantil que possuem execução periódica ou contínua,
estes contratos garantem ao comprador maior segurança de suprimento dos insumos em caso
de escassez no mercado.
No fornecimento, uma das partes se obriga a vender e a outra a comprar a coisa objeto
de contrato, como em qualquer outra compra e venda. A nota particular do fornecimento
é a prévia definição, pelo acordo de vontade dos contratantes, de uma ou mais condições de
negócio.
Se o varejista quer ter garantia de suprimento, pode contratar com o atacadista a compra de
uma quantidade mínima mensal do produto, ficando data de entrega, preço e prazo de
pagamento a serem estipulados a cada remessa.
❐ Função
Quando uma das partes do contrato de compra e venda mercantil é empresário estabelecido
no Brasil e a outra não, o negócio se inclui no conceito de comércio exterior.
❐ Câmbio
A moeda desempenha diversas funções. Em primeiro lugar, ela é meio de pagamento. Ela é
também medida de valor e serve como parâmetro para comparação entre bens ou direitos de
diferentes naturezas. A terceira função da moeda é de reserva de valor. A maior ou menor
liquidez do empresário guarda relação com o montante de dinheiro disponível em seu
patrimônio (caixa, depósito bancário, aplicação financeira etc.).
A compra e venda cujo objeto é a moeda estrangeira denomina-se câmbio. Nele, a moeda
nacional é meio de pagamento do preço, e a estrangeira, a coisa vendida. Somente
determinadas instituições financeiras ou empresas autorizadas pelo Banco Central
podem operar o câmbio, e apenas em hipóteses específicas, como turismo ou comércio
exterior.
No comércio internacional, é usual a repartição dessas despesas entre as partes. Para auxiliar
a contratação dessa matéria, uma entidade privada, a Câmara do Comércio Internacional, tem
divulgado, desde os anos 1930, sua interpretação sobre as principais cláusulas utilizadas pelas
partes (os INCOTERMs: FOB, FAS, CIF etc.).
❐ INCOTERMs
Os chamados Incoterms (International Commercial Terms / Termos Internacionais de
Comércio) servem para definir, dentro da estrutura de um contrato de compra e venda
internacional, os direitos e obrigações recíprocos do exportador e do importador,
estabelecendo um conjunto padronizado de definições e determinando regras.
Tabela INCOTERMs:
Nas cláusulas do Grupo “F”, o transporte principal é pago pelo comprador, ficando o
vendedor responsável pela saída da mercadoria das fronteiras de seu país. Desdobra-se em
três:
– FCA, FAS e FOB. Na compra e venda feita na condição FCA (transportador livre), o
vendedor cumpre suas obrigações ao entregar as mercadorias aos cuidados de empresa
transportadora indicada pelo comprador, desde que desembaraçadas para exportação.
Por fim, a cláusula DDP (entregue com impostos de importação pagos) corresponde a
negócio em que o vendedor entrega as mercadorias no estabelecimento do comprador,
arcando com a totalidade dos custos, salvo o referente ao PSI.