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De acordo com informações do Banco Central, órgão este que norteia e rege questões
financeiras em nosso país, as operações de Leasing ou arrendamento mercantil e estabelecido
em contrato às partes são denominadas “arrendador” e “arrendatário”, conforme sejam, de
um lado, um banco ou sociedade de arrendamento mercantil e, de outro, o cliente. O objeto
do contrato é a aquisição, por parte do arrendador, de bem escolhido pelo arrendatário para
sua utilização. O arrendador é, portanto, o proprietário do bem, sendo que a posse e o
usufruto, durante a vigência do contrato, são do arrendatário. O contrato de arrendamento
mercantil pode prever ou não a opção de compra, pelo arrendatário, do bem de propriedade
do arrendador.
O certo, inequívoco, é que a operação exige uma parcela financeira como entrada, que
é registrada como antecipação do VRG, e ainda, que durante o prazo do arrendamento o
"arrendatário" continua pagando parcelas que não são de arrendamento, mas de
complemento do preço do bem, que constam também como antecipação mensal do VRG.
Os contratos de Leasing são regidos por uma taxa de juros remuneratórios, geralmente
menores do que a taxa do CDC, haja vista, do bem ainda ser do Arrendador (instituição
financeira). Nesse contexto não é difícil encontrarmos o valor do VRG sendo cobrado
antecipadamente e ser lançado como valor de entrada da operação financeira.
Seguindo o fundamento acima, pode-se verificar que o contrato cita uma taxa de juros
no importe de 1,53%, sendo que a taxa calculada efetivamente foi de 1,55% conforme Planilha
de Evolução do Financiamento conforme Instituição, juntada pelo Autor, para demonstrar e
instruir a demanda judicial . Desta forma não há o que se falar sobre a não incidência dos juros
remuneratórios, haja vista que está explicita no contrato em questão.
Apurado o valor a ser “financiado” temos o cálculo do valor da parcela devida, cuja
composição é feita pela soma de dois componentes: contraprestação e valor do VRG. O VRG é
definido através de um coeficiente descrito em contrato. A cobrança das parcelas precisa ser
remunerada por uma taxa de juros pactuada ao longo do prazo contratado. Se não houvesse
remuneração, ou melhor, ganho por parte das instituições, não haveria razão desta operação
ser realizada, o lucro embutido no juro deve existir nas relações comerciais existentes entre as
partes em epígrafe.
No caso em epígrafe o Réu não informa em contrato, o que deveria ser sua obrigação
de fazer, a taxa de juros aplicada, mas também não demonstra de forma clara a obtenção dos
valores da contraprestação e VRG, logo se faz devida a manifestação do Banco acerca da
obtenção dos valores pagos pelo Autor, para que seja elucidado de forma concreta a questão
da aplicação de juros ou não. Tais informações sobre a obscuridade em que o tema é tratado
pela Instituição Financeira, que nem nos contratos de aditamento são fornecidas informações
sobre como chegaram ao saldo devedor base, quais encargos moratórios aplicados, qual a
forma de cálculo utilizada, mais uma vez, demonstrando a unilateralidade do contrato.
Nestes termos,
Pede deferimento.