CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL

O contrato de análise mercantil trata-se de um contrato oneroso, que não existe sem
contraprestação financeira, sinalagmático, logo, gera vantagens para ambas as partes, bilateral
diante da constatação de obrigações recíprocas entre as partes, misto pois trata-se da junção
de mais de um modelo de contrato, comulativo pois cada parte arca com a sua obrigação,
paritário pois as partes têm que compactuar com as condições, principal pois independe de
outros contatos para existir, e real pois o contrato somente se efetiva com a entrega do bem ao
arrendatário.

A eventual decomposição de referida contraprestação bem demonstra tratar-se de contrato

complexo, pois reúne elementos de outros tipos contratuais. É contrato de execução
continuada, porque o valor das contraprestações devidas, pelo uso do bem e para possibilitar o
eventual exercício da opção de compra, deverá ser saldado mês a mês, paulatinamente,
protraindo-se a execução do contrato no tempo. É contrato de adesão, diante das condições e
cláusulas contratuais estabelecidas unilateralmente pela arrendante.

Este contrato trata-se mais de um financiamento do que uma locação ou aquisição de

patrimônio. O Leasing tem previsão legal na lei nº 6.099 de 1974, que estipula cláusulas
imprescindíveis no contrato, no artigo 5º da referida lei existem diversas posições sobre a
tipicidade ou não deste modelo de contrato, porém pesa-se pela tipicidade do contrato, por ter
o mesmo nomen juris.

O arrendamento mercantil pode ser de dois tipos, operacional e financeiro. É Operacional

quando as prestações pagas pelo arrendatário não ultrapassam 90% do valor do bem e tem
prazo inferior e 75% da vida útil econômica do bem, e não há previsão de valor residual fixo, o
valor é calculado conforme o valor de mercado do bem. O contrato que não se encaixar nestes
parâmetros é classificado como Financeiro.

De acordo com a NBCT 10.2, um arrendamento mercantil é classificado como financeiro se ele
transferir todos os riscos e benefícios inerentes a propriedade, caso contrário é operacional.
Misto: o contrato de leasing é a junção de três contratos em um só, quais sejam:
Financiamento, Locação e Promessa de Compra e Venda.

Paritário: Via de regra, o contrato será paritário, pois as partes compactuaram as condições,
contudo, admite-se o contrato de adesão nos contratos de leasing de carros, direcionados à
massa. Ainda que se enquadre no último caso, o contrato de adesão ainda sim terá discutidas
as contraprestações.

Comulativo: referido contrato se enquadra nesta classificação, pois ambas as partes tem
acertadas suas obrigações, o arrendatário pagar suas contraprestações e fazer sua opção ao
final do contrato, o arrendador, passar a posse do bem ao arrendatário enquanto percebe as
contraprestações certas mensais, ou seja, ambas as partes tem obrigações equivalentes e
podem perceber .

Principal: o contrato de leasing independe de quaisquer outros contratos para existir. Solene:
tem obrigatoriamente de ser escrito e obedecer alguns pré-requisitos, em instrumento público
ou particular.

FINANCEIRO E OPERACIONAL

No arrendamento mercantil financeiro o prazo variará conforme a vida útil do bem.

O prazo deverá ser de no mínimo 2 (dois) anos, quando tiver por objeto bem com vida útil de
até 5 (cinco) anos, ou de no mínimo 3 (três) anos, para bens com vida útil superior a 5 (cinco)
anos.

OUTRAS MODALIDADES DE LEASING NÃO DISCIPLINADAS DE FORMA ESPECÍFICA NO

BRASIL:

a)leasing back (leasing de retorno) é contrato pelo qual o arrendatário, proprietário do bem, o
aliena para o arrendador e ao mesmo tempo o recebe de volta, na condição de arrendatário
(apenas possuidor direto);

b)sefl-leasing (auto-leasing) é o contrato realizado entre empresários coligados ou do mesmo

grupo econômico (no Brasil não terá tratamento tributário de arrendamento mercantil, nos
termos do artigo 2º, da lei n. 6.099/1974);

c)dummy corporation é a criação de um truste para emissão de debênture cujos valores

arrecadados serão aplicados em bens objetos de leasing;

d)leasing purchase é a operação de emissão de títulos voltados à aquisição do bem

arrendado. A arrendatária será a proprietária do bem após o resgate de todos os títulos.