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INTRODUÇÃO

As operações de leasing podem ser vistas como uma alternativa para a aquisição de bens móveis
e imóveis em situações de limitação de recursos. A base do leasing está na possibilidade de
explorar recursos para a obtenção de lucro de uma atividade produtiva através da utilização de
bens e produtos sem deter, necessariamente, a propriedade dos mesmos. No Brasil, o reflexo da
utilização desta alternativa está no constante crescimento dos contratos de leasing, tornando-se
uma das modalidades mais dinâmicas entre as operações de crédito. O seu desenvolvimento
confere contribuição importante, tanto para a viabilização de investimentos do setor produtivo
como para o atendimento da demanda de crédito para financiar grandes projetos ou ativos, como
é o caso de aeronaves na aviação civil.

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leasing, (NIYAMA, Jorge Katsumi 2000 pag.45 ) é um contrato através do qual
a arrendadora ou locadora (a empresa que se dedica à exploração de leasing) adquire
um bem escolhido por seu cliente (o arrendatário, ou locatário) para, em seguida, alugá-lo a este
último, por um prazo determinado.

Para Ross (1995) o leasing é definido como um acordo contratual entre um arrendatário e um
arrendador, determinando que o arrendatário tem o direito de usar o ativo e deve, em troca, fazer
contraprestações periódicas ao arrendador

Segundo Niyama (1982), o leasing nasceu da ideia de que o fato gerador dos rendimentos de
uma entidade decorre do uso e não necessariamente da propriedade de um bem. Assim é possível
afirmar que no sentido econômico, a operação de leasing permite o uso e apropriação dos
benefícios de um bem sem deter legalmente a sua propriedade.

Ao término do contrato o arrendatário pode optar por renová-lo por mais um período, por
devolver o bem arrendado à arrendadora (que pode exigir do arrendatário, no contrato, a garantia
de um valor residual) ou dela adquirir o bem, pelo valor de mercado ou por um valor residual
previamente definido no contrato.

O cliente deste tipo de crédito, é, tipicamente, uma empresa, podendo, no entanto, ser, também,
contratado por pessoa física.

O leasing é um contrato denominado na legislação brasileira como “arrendamento mercantil”. As


partes desse contrato são denominadas “arrendador” e “arrendatário”, conforme sejam, de um
lado, um banco ou sociedade de arrendamento mercantil e, de outro, o cliente. O objeto do
contrato é a aquisição, por parte do arrendador, de bem escolhido pelo arrendatário para sua
utilização. O arrendador é, portanto, o proprietário do bem, sendo que a posse e o usufruto,
durante a vigência do contrato, são do arrendatário. O contrato de arrendamento mercantil pode
prever ou não a opção de compra, pelo arrendatário, do bem de propriedade do arrendador.

O leasing se assemelha a uma operação de aluguel, na qual durante o período da operação,


aquele que contrata o leasing tem o direito de utilizar o bem. No Brasil, as operações de leasing
foram regulamentadas pelo Banco Central – BACEN em 1972, porém apenas do ponto de vista
das arrendadoras. Somente em 1998 a CVM normalizou a contabilização de tais operações para
as empresas arrendatárias que sejam listadas naquele órgão. Em 2001 o Conselho Federal de

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Contabilidade (CFC) através da Resolução 945, também normalizou a contabilização de leasing
seguindo os mesmos critérios estabelecidos, tanto na SFAS 13, como na IAS 17. Mais
recentemente foi aprovada a lei 11.638/2007 que obriga as sociedades anônimas a reconhecer as
operações de leasing financeiro da mesma forma que o IASB, FASB e CFC recomendavam.
Alguns autores como Weygandt, Kieso e Kimel (2005), Niyama e Gomes (2002), Brigham,
Gapenski e Ehrhardt (2001), Iudicibus, Martins e Gelbke (2000), que abordam este assunto,
concentram-se em analisar como as empresas arrendatárias devem reconhecer mensurar e
evidenciar as operações de leasing em suas demonstrações contábeis. Por outro lado, Schroder,
Clark e Cathey (2005) analisam as características das operações de leasing sob o ponto de vista
do American Institute of Certified Public Accountants (AICPA) quem primeiro fez a distinção
entre leasing operacional e leasing financeiro recomendando sua classificação diferenciada para
cada tipo de operação.

Ou seja, é um contrato que possibilita a uma pessoa física ou jurídica a utilização de


equipamentos ou imóveis, a um prazo determinado, por mediação de um arrendador.

Este tipo de contrato também é conhecido como arrendamento mercantil e as partes envolvidas


são:

o “arrendador” – geralmente um banco ou uma sociedade de arrendamento mercantil;

o “arrendatário” – que é quem solicita a operação.


Desta forma, o arrendador é o proprietário do bem e a posse, durante o período estipulado pelo
contrato são do arrendatário, semelhante ao contrato de aluguel.

O leasing é amplamente utilizado por empresas e seu entendimento não é complexo.

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Tipos de leasing

Existem quatro tipos diferentes de leasing.

Apesar do leasing financeiro ser o mais comum, o leasing operacional e o leasing back também
são uma possibilidade.

Veja quais são as diferenças entre esses quatro tipos:

Leasing financeiro

É a forma mais comum de arrendamento mercantil.

A empresa arrendadora compra um bem escolhido pelo arrendatário e a posse deste bem é
transferida ao arrendatário por um período pré-determinado, por meio do pagamento de
contraprestações.

Ao final do contrato, o arrendatário pode devolver o bem, renovar o arrendamento ou adquiri-lo.

Este tipo de contrato geralmente tem um prazo de dois a três anos e, durante este período, todos
os riscos e custos ficam por conta do arrendatário.

Algumas características comuns ao leasing financeiro são:

O prazo de arrendamento é baseado no tempo de vida útil do bem;


Se o arrendatário decidir adquirir o bem ao final do contrato, o valor do residual a ser pago é bem
menor frente ao valor de aquisição inicial. Isso ocorre porque os valores das prestações pagas
acabam por amortizar o valor total do bem;

É comum a previsão do Valor Residual Garantido (VRG) a ser pago ao final ou


antecipadamente, já incluso nas prestações.

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O VRG é o valor assegurado ao arrendador durante o contrato, representando a quantia mínima,
além das contraprestações, que o arrendador irá receber do arrendatário.

Leasing operacional

Além das opções de compra e renovação do contrato, o leasing operacional permite que o
arrendatário possa devolver o bem e substituí-lo.

Além disso, os custos com despesas e manutenção ficam por conta do arrendador, por isso é um
tipo de leasing muito utilizado por empresas.

Neste tipo de contrato é estabelecido um prazo mínimo de 90 dias de arrendamento e o valor


pago nas contraprestações não pode ultrapassar 90% do custo bem.

Leasing back

O contrato de leasing back é realizado exclusivamente entre pessoas jurídicas.

Geralmente, uma das empresas (arrendatária) vende seus bens a outra (arrendadora), que os
transfere de volta através de um contrato de leasing.

É uma forma de obter capital de giro, utilizada por empresas em dificuldades financeiras ou que
não estão fazendo uso de determinados ativos.

Leasing imobiliário

O leasing imobiliário é, muitas vezes, considerado um financiamento.

Para pessoas físicas pode não ser a alternativa mais interessante, mas para as empresas, muitas
vezes o leasing imobiliário é uma excelente forma de conseguir um espaço físico para o
empreendimento.

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Assim como o leasing financeiro, no leasing imobiliário a empresa conseguirá alugar o imóvel e
poderá comprá-lo ao término do contrato, por um valor mais atrativo.

Opção de Compra

Os contratos de Leasing, tanto nos financeiros como nos operacionais, deverão obrigatoriamente
conter cláusulas fixando as condições para exercício do direito de optar 15 pela renovação do
contrato, pela devolução do bem ou pela aquisição do bem. No Leasing operacional, a devolução
do bem no final do contrato será comum porque a opção de compra deverá ser feita pelo valor de
mercado do bem. Essa condição desestimula o Leasing operacional porque a arrendatária não
terá vantagem fiscal. A maioria dos contratos continuará sendo na modalidade de Leasing
financeiro por causa da vantagem fiscal arrendatária. Nessa modalidade, dificilmente a
arrendatária deixará de exceder a opção de compra do 'bem no vencimento do contrato porque o
valor residual é ínfimo em relação ao valor de mercado do bem. Na verdade, os contratos de
Leasing financeiros vêm funcionando como contratos de venda e compra a prestações, com a
vantagem de a arrendatária poder contabilizar as contraprestações exigíveis como custo ou
despesa operacional na determinação do lucro real.

Vantagens e desvantagens do leasing

 Antes de decidir se leasing é para a sua empresa ou não, é preciso entender as vantagens e
desvantagens.

De fato, o leasing pode ser extremamente estratégico para diversos modelos de negócios,
resultando em economia, praticidade e eficiência.

Para outros, no entanto, as desvantagens podem ser fatores determinantes para alguns gestores, e
por isso elas precisam estar bem claras.

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Vantagens do leasing

A prática do leasing traz vários benefícios para as empresas.

São algumas vantagens:

 você pode escolher o bem, com todas as características necessárias, e negociar descontos
de pronto pagamento;
 o processo administrativo é simples e rápido;
 é possível celebrar contratos de duração inferior à vida útil do bem. Desta forma, evita-se
a obsolescência e facilita a renovação tecnológica;
 existe a opção de aquisição do bem ao final do contrato, a partir do pagamento de um
valor residual previamente combinado;
 resulta em benefícios fiscais para a empresa;
 no caso da aquisição de espaços, por exemplo, os valores de juros costumam ser menores
do que em financiamentos.
Desvantagens do leasing

Apesar de ser uma excelente opção, pode não ser a mais recomendada para todas as empresas.

É preciso que você esteja ciente de que:

 enquanto decorre o contrato, não é possível adquirir o bem;


o não cumprimento das cláusulas contratuais decorre em penalizações significativas e/ou por
finalização antecipada do contrato;
caso o bem ainda não tenha sido quitado, o processo da venda é muito burocrático.

Diferença entre Leasing e Financiamento

Leasing e financiamento são procedimentos diferentes, entretanto, o conceito de ambos costuma


ser confundido.

No caso do leasing, o bem é de propriedade do arrendador (geralmente um banco).


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Este concede o direito de uso do bem, mediante o pagamento de contraprestações, por um prazo
determinado.

Ao fim do contrato, existe a possibilidade de compra do bem pelo arrendatário.

Já no financiamento o cliente compra o bem, utilizando recursos de terceiros, como bancos e


empresas de crédito.

Ao pagar todas as prestações do financiamento, o cliente se torna dono do bem, tendo-o


registrado em seu nome.

Como fazer leasing financeiro

Para fazer o leasing financeiro, é preciso ter um contrato entre o arrendatário (empresa ou pessoa
física interessada no arrendamento mercantil) e o arrendador (banco ou instituição
financeira responsável por oferecer crédito ao interessado).

Uma das vantagens dessa prática é a possibilidade de adquirir alguns bens e não ter incidência
do IOF nas transações.

Dessa forma, os valores ficam mais interessantes, e o leasing se torna financeiramente


estratégico para muitos negócios.

Os benefícios do leasing financeiro

O leasing financeiro muitas vezes se mostrou uma grande oportunidade para as empresas.

Isso porque, felizmente, através dessa prática é possível adquirir o bem após a operação com
condições mais interessantes.

Dentre elas, estão:

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aprovação de crédito costuma ser mais rápida e menos burocrática que se comparado ao
financiamento tradicional;

os juros oferecidos são menores, uma vez que o bem arrendado já é tido como garantia pelas
instituições financeiras.

Taxa de juros do leasing

Um dos maiores benefícios do leasing, como citado anteriormente, é a ausência do imposto sobre
operações financeiras

Ou seja, nesse contexto, não existe a cobrança de juros e taxas do Imposto sobre Operações
Financeiras, o que permite que muitos empresários enxerguem nessa possibilidade uma saída
mais estratégica para a empresa.

Exercícios

Consideremos um contrato de locação financeira celebrado de acordo com os seguintes dados:

Data de celebração: 03.01.2020;

Valor de contrato: 100.000,00;

Prazo do contrato: 2 anos;

Rendas trimestrais antecipadas:22.000,00;

Vida útil do bem 3 anos.

Vejamos que a taxa nominal aplicada neste contrato é de 10%, e taxa de juro efectiva trimestral é
de 5%

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Isso será: 8*22.000,00 + 20.000,00 = 196.000,00

Data Capital em Rendas Capital Amort Custo


divida em divida total
(antes) Juros Amort.C Total (depois)

03.01.20 100.000,00 22.000,00 22.000,00 78.000,0


0
03.04.20 78.000,00 3.900,0 18.100,00 22.000,00
0 74.100,0
03.07.20 74.100,00 14395,00 22.000,00 0 10.000.00 21.124,75
3.705,0
03.10.20 70.395,00 0 10475,25 22.000,00 70.395,0
0
3.519,7
5 66.875,0
0

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Demonstração de Lançamento de Leasing Financeiro

Na escrita do locador
41 Clientes
a 46 Outros credores
P/ contrato
1.2 bancos
a Diversos
p/ opção de compra
a 41 clientes
a 44 Estado
Na escrita do Locatário
3.2 activos tangíveis
a 4.6 outros credores
P/ contrato
Diversos
a 1.2 bancos
P/ renda
6.9 gastos e perdas financeiros
4.6 outros credores
4.4 Estado
6.5 Amortização do período
a 3.8 amortizações acumuladas
P/ amortização anual
4.6
4.4
a 1.2
P/ renda

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Demonstração de lançamento de leasing Operacional

Locador

3.2 Ativos tangíveis


a 4.6 outros credores
P/ aquisição
4.1 clientes
a 7.2 Prestação de serviços
a 4.4 Estado
P/ renda
1.2 bancos
a 4.1 clientes
P/recebimento
6.5 Amortização do período
a 3.8 amortização acumulada
P/amortização do ativo
Locatário
Diversos
6.3 fornecimento e serviços de terceiros
4.4 Estado
a 1.2 bancos
P/ renda

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Conclusão:
O leasing pode ser muito interessante para os mais diversos tipos de empresas.

É muito importante ter claro o que é leasing e quais são seus tipos para, finalmente, encontrar
aquela opção que faz mais sentido para a realidade da sua empresa.

Quando o assunto é o patrimônio da empresa, é importante entender todos os caminhos para


adquirir bens e reduzir os custos do negócio.

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10.Referências bibliográficas

NIYAMA, Jorge Katsumi. O Tratamento contábil do “leasing” (Arrendamento Mercantil) nas


demonstrações financeiras das sociedades arrendadoras. Dissertação de Mestrado, São Paulo,
mimeo. 1982.

ROSS, Stephen A. Administração financeira. São Paulo, Atlas, 1995.

SCHROEDER, Richard G. CLARK, Mytle W. CATHEY, Jack M. Financial accounting theory


and analysis. 8ª Ed. United State, Wiley. 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE LEASING. Histórico do


leasing/definições/conceitos/leasing no Brasil. Disponível em www.abel.com.br. Acessada em
15/01/2008.

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