FINANCIAMENTO

DE VEÍCULOS

CURSO
PREPARATÓRIO
CERTIFICAÇÃO
PARA
CORRESPONDENTE
BANCÁRIO E
ELABORAÇÃO:
SERVIÇOS Febracon
(COMPLETO) Faculdade Innovare
Versão: 2017.01.001
 TODOS OS DIREITOS SÃO
RESERVADOS – É PROIBIDA A
REPRODUÇÃO TOTAL OU
PARCIAL, DE QUALQUER
FORMA OU POR QUALQUER
MEIO. A VIOLAÇÃO DOS
DIREITOS DO AUTOR (LEI Nº
9.610/98) É CRIME
ESTABELECIDO PELO ARTIGO
184 DO CÓDIGO PENAL.

SÃO PAULO, 2017

TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS 2

Sumário

1. ............................................... Modalidades de Financiamento

para Veículos - 5

2. ............................................... Crédito Direto ao Consumidor

(CDC) - 6

3. ............................................... Leasing ou Arrendamento

Mercantil - 7
3.1 Leasing Financeiro - 8
3.2 Leasing Operacional - 9
3.3 Valor Residual Garantido (VRG) - 10
3.4 Juros - 10
3.5 Depreciação do Bem - 10
3.6 Impostos - 11
3.7 Contrato de Arrendamento - 11

4. ............................................... Consórcios - 12
4.1 Consórcio versus Financiamento - 13
4.2 Administração e Contemplação - 14

5. ............................................... Exercícios - 15

6. ............................................... Referências - 19

TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS 3

Objetivos do Curso

Ao final deste curso, o aluno terá desenvolvido habilidades e competências para

conhecer o funcionamento dos tipos de financiamento para aquisição de veículos.

Introdução

As opções relativas à aquisição de automóveis, atualmente, se delineiam pelas

modalidades como: CDC, Leasing e Consórcios, quando não se dispõe de recursos
suficientes para compra à vista.

Com o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) o cliente adquire utilizando recursos

obtidos junto à instituição financeira, que por sua vez mantém o direito de
propriedade deste bem até que seja quitada esta operação. No Leasing, a aquisição
de um bem conta com alguns diferenciais, pois são envolvidas duas partes neste
contrato de arrendamento mercantil, o “arrendador” e “arrendatário”, de um lado, um
banco ou sociedade de arrendamento mercantil e, de outro, o cliente que arrenda o
bem escolhido, que é adquirido e disponibilizado pelo arrendador, com ou sem a
opção de compra ao final. Graças as suas peculiaridades tais como, a não
incidência de alguns impostos, a possibilidade de aquisição ou não do bem
envolvido após término de contrato e outras que serão apresentadas até o final
deste curso, o Leasing é uma maneira bastante interessante de atingir os objetivos
desejados pelos clientes. Por fim, pode-se recorrer aos sistemas de Consórcios, nos
quais pessoas se cotizam em grupo para adquirir bens que individualmente não
teriam disponibilidade de recursos para tanto, a um custo razoável para pessoas
que tenham “paciência” para uma eventual espera.

TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS 4

1. Modalidades de
Financiamento para
Veículos

O
financiamento pode ser
entendido como uma espécie
de compra parcelada, por
meio de um empréstimo.
O cliente escolhe o veículo e então
solicita para uma instituição financeira
financiá-lo, ou seja, a instituição paga
para a loja ou concessionária e o
cliente paga as parcelas do veículo
para a instituição financeira (bancos e
instituições de crédito).
Existem diversos modelos de
financiamento sendo eles:
 Crédito Direto ao Consumidor
(CDC);
Independente do modelo de
financiamento escolhido é importante
saber que para veículos novos as
taxas de juros são mais baixas. Isto
ocorre por tratar-se de um bem que
será considerado como garantia, caso
a financiadora tenha que tomar de
volta em razão de inadimplência de
pagamento das parcelas, e o seu valor
no mercado será maior que a de um
veículo usado.
A seguir serão tratadas as diferentes
modalidades existentes para
financiamento de veículos.

 Leasing ou Arrendamento
Mercantil;

 Consórcio.

Antes de fazer o financiamento é

preciso planejar-se. Assim, muitas
instituições financeiras dispõem em
seus sites de um simulador de
financiamento de veículos, uma
ferramenta que permite que o futuro
comprador apresente o valor que
poderá ser dado a título de entrada e
qual modelo de veículo, esses dados
são cruzados e é apresentada uma
estimativa das parcelas que deverão
ser pagas.

TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS 5

2. Crédito Direto ao
Consumidor (CDC)
Trata-se de uma operação de crédito
concedida por uma instituição
financeira, bancos ou por meio de
lojas de departamentos a pessoas
físicas ou jurídicas para a aquisição de
bens e serviços. Sua maior utilização
é, normalmente, para a aquisição de
veículos e eletrodomésticos.
O consumidor que contrata esse tipo
de crédito passa a desfrutar
imediatamente de um bem que será
pago com sua renda futura. Os cartões
de crédito também podem conceder
crédito direto ao consumidor para
aquisição de bens.
O bem adquirido, sempre que
possível, serve como garantia da
operação de crédito, de especial modo
para aquisição de veículos, ficando a
instituição financeira vinculada pela
figura jurídica da alienação fiduciária
com a qual o cliente transfere a ela,
financiadora, a propriedade do bem
adquirido, mediante o empréstimo do
dinheiro, até o pagamento total de sua
dívida. No caso do cliente deixar de
efetuar o pagamento, a instituição
financeira poderá reaver o bem.
O prazo do CDC pode variar de três a
60 meses e financiar parte ou 100%
do valor do bem, já que uma parte do
pagamento pode ser feita no momento
TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS
da aquisição, na forma de uma
entrada.
No caso específico de financiamento
de veículos e a depender do contrato
efetivado entre o banco e a empresa,
o prazo do financiamento pode chegar,
em casos especiais, a 96 meses. O
prazo também pode variar sempre em
função do valor e tipo do bem, da
capacidade de pagamento do
comprador e das condições da
economia em vigência no mercado.
A vantagem deste tipo de empréstimo
é que o consumidor passa a ter a
posse do bem no ato da compra, sem
precisar pagar seu valor total. As
parcelas são acrescidas de juros cujas
taxas são menores do que os do
cheque especial ou dos cartões de
crédito. As taxas variam segundo a
instituição financeira e podem ser
consultadas no site do Banco Central.
Neste tipo de financiamento ocorre à
incidência do IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras), que é
normalmente financiado, além da taxa
de cadastro, seguro do bem (que em
alguns casos pode também ser
financiado) além de outros seguros.
6
3. Leasing ou
Arrendamento Mercantil
A regulamentação das operações de
leasing e sua contratação no Brasil,
sob a denominação de arrendamento
mercantil, tiveram início com a
promulgação da Lei 6.099, de
12/09/1974, subjugando-o às normas
do Conselho Monetário Nacional
(CMN) e à fiscalização do Banco
Central (BACEN). Desde então, as
operações de leasing são uma
alternativa eficiente aos
financiamentos de longo prazo no
mercado financeiro.
As partes desse contrato são
denominadas: “arrendadora”
(instituição financeira ou sociedade de
arrendamento mercantil) e composta por dois valores:
“arrendatária” (cliente). A arrendadora
adquire o bem escolhido pela
arrendatária, e esta o utiliza durante o
contrato, mediante o pagamento de
uma contraprestação.
A arrendadora é, portanto, a
proprietária do bem, sendo que a
posse e o usufruto, durante a vigência
do contrato, são da arrendatária. A
operação de arrendamento mercantil
assemelha-se a um contrato de
aluguel, e pode prever ou não a opção
de compra, pelo arrendatário, do bem
de propriedade do arrendador.
TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS
O leasing é uma operação com
características legais próprias, não se
constituindo operação de
financiamento. Nas operações de
leasing, o bem é arrendado à
arrendatária, e pode ser adquirido ou
não por ele ao final do contrato. Nas
operações de financiamento, o bem é
sempre adquirido pela pessoa que
contratou o financiamento.
O cliente, por sua vez, detém todos os
direitos de uso sobre o bem (fazer
boletim de ocorrência, retomar a
posse, fazer reparos etc.), mas não
pode vendê-lo, na medida em que o
bem não lhe pertence, mas sim, à
instituição financeira ou sociedade de
arrendamento mercantil.
A parcela do leasing geralmente é
Um a título de arrendamento/aluguel, e
outro de Valor Residual Garantido
(VRG).
A diferença entre leasing financeiro e
operacional está diretamente ligada às
intenções da arrendatária no momento
de contratar a operação.
7

3.1 Leasing Financeiro
É a operação na qual a arrendatária
tem a intenção de ficar com o bem ao
término do acordo, exercendo a opção
de compra pelo valor previsto no
contrato.
A arrendadora receberá da
arrendatária a totalidade dos valores
previstos contratualmente. O risco de
obsolescência (desvalorização por
tempo de uso) e as despesas de
manutenção, assistência técnica e
serviços correlatos à operacionalidade
do bem arrendado são de
responsabilidade da arrendatária.
No Leasing Financeiro a arrendadora
(instituição financeira ou sociedade de
arrendamento mercantil) recebe 100%
do valor do bem arrendado, não
incorrendo em risco de produto, ou
seja, a arrendatária (cliente) sempre
opta pela compra do equipamento,
previamente estabelecido pelo VRG.
Do ponto de vista estritamente
financeiro, trata-se, basicamente, de
um financiamento de médio e longo
prazo que, ao final de vigência do
contrato, dá à arrendatária o direito,
estabelecido no início da vigência do
contrato, de escolher uma dentre três
alternativas:
 Renovar o contrato pelo valor
estabelecido;
 Comprar o bem – opção de
compra pelo valor estabelecido;
TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS
 Devolver o bem à arrendadora.
Portanto, ao final do contrato, a
arrendatária tem a opção de compra
do bem por um valor previamente
estabelecido, que pode ser o valor de
mercado, um valor simbólico ou um
valor mínimo denominado Valor
Residual Garantido – VRG -,
normalmente representado como um
percentual do valor do bem arrendado.
A empresa de leasing chega ao VRG
com base no prazo de duração do
contrato e no período especial de
depreciação do bem arrendado, que
lhe é concedido pela legislação que
regulamenta as operações de
arrendamento mercantil.
O prazo mínimo de arrendamento para
veículos é de 24 meses, período este
estabelecido pelo BACEN. O contrato
de leasing, por ter um prazo mínimo
definido, não permite a sua quitação
antes desse prazo. O direito à opção
de compra só é adquirido ao final do
prazo de arrendamento. A arrendatária
não pode adquirir o bem
antecipadamente. No entanto, é
admitida, desde que previsto em
contrato, a transferência dos direitos e
obrigações contratuais a terceiros,
desde que de acordo com a empresa
arrendadora.
As despesas adicionais ficam a cargo
da arrendatária, tais como despesas
de seguro, manutenção, registro de
contrato, ISS (Imposto sobre Serviços)
e demais encargos que incorram sobre
8

o bem arrendado. Não incide o IOF
(Imposto sobre Operações
Financeiras) nas operações de
arrendamento.
O Lease Back é uma operação
variante do leasing financeiro, pela
qual uma pessoa jurídica vende bens
do seu imobilizado a uma empresa de
leasing e, de maneira simultânea, os
arrenda de volta com a opção de
compra exercitável após o término do
prazo contratual. Esta é uma forma de
obtenção de recursos por parte da
empresa para poder obter recursos
para capital de giro.
3.2 Leasing Operacional
É a operação na qual a arrendado, o que representa um custo
ARRENDATÁRIA não tem a intenção
de adquirir o bem ao final do contrato.
Assim, após a utilização do bem pelo
prazo contratual, a ARRENDATÁRIA
poderá exercer a opção de compra
pelo valor de mercado.
A manutenção, a assistência técnica e
os serviços correlatos à operação do
bem arrendado podem ser de
responsabilidade do ARRENDADOR
ou da ARRENDATÁRIA. Em ambas as
modalidades de leasing, financeiro ou
operacional, elimina-se a necessidade
de imobilizar recursos nos ativos,
permitindo que tais recursos sejam
canalizados para financiar o processo
produtivo.
TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS
Ao contrário do leasing financeiro, o
arrendatário pode rescindir o contrato
a qualquer tempo, mediante pré-aviso
contratualmente especificado.
Esta opção permite a redução de
custos para o arrendatário, já que as
prestações não amortizam o bem e ele
não tem a opção de compra no final do
contrato. Na prática, as operações de
leasing operacional funcionam quase
como um aluguel. Se o arrendatário
quiser adquirir o bem ao final do
contrato, terá de negociar com a
empresa arrendadora, e a aquisição,
se houver, será feita pelo valor de
mercado.
O valor presente das contraprestações
do arrendamento, incluindo os custos
e serviços de operação, não deve
ultrapassar 90% do custo do bem
mais baixo. Tal fato ocorre porque o
bem não fica para a empresa, sendo
apenas uma concessão de uso, sem
imobilização do ativo no balanço da
empresa.
Esta modalidade é mais simples para
o cliente, funcionando quase que
como um aluguel. As prestações
mensais dão direito ao uso do produto,
pois a propriedade do bem permanece
com a arrendadora.
Ao final do contrato, o cliente que
queria ficar com o veículo tem de
comprá-lo pelo valor de mercado ou
devolvê-lo para a companhia.
9
A vantagem do leasing operacional
para os clientes, nesses casos, é que
o valor pago mensalmente é inferior ao
arrendamento financeiro, já que não
se paga pela compra e todas as
despesas – manutenção, seguro e
licenciamento – são pagas pela
empresa arrendadora, dona do bem.
As vantagens fiscais permanecem, já
que o cliente pode descontar as
contraprestações do Imposto de
Renda. Com isso o custo é mais baixo,
já que o valor presente das
contraprestações não pode exceder
90% do custo do bem adquirido.
O prazo contratual da operação deve
ser inferior a 75% do prazo de vida útil
econômica do bem, com um mínimo
de 90 dias.
3.3 Valor Residual
Garantido (VRG)
O VRG é a parcela que deve ser paga
em caso de opção pela compra do
bem. Ele pode ser antecipado em
única parcela, pago ao longo do
parcelamento, ou ainda, pago
integralmente ao final do contrato, em
caso de compra.
Por padrão, as instituições financeiras
oferecem o parcelamento do VRG,
pelo tempo estabelecido no contrato, o
que gera maior entrada de recursos,
uma vez que o cliente paga,
simultaneamente o valor do
TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS
arrendamento e da antecipação de
VRG.
3.4 Juros
Sendo um contrato inicialmente para
locação, mas com opção de compra, e
sendo o bem uma propriedade do
banco, o valor da parcela refere-se ao
aluguel ou compra. Ambos os valores
refletem puro acerto entre as partes,
ou seja, aquele que oferece o bem
para alugar ou vender, o faz pelo
preço que entende ser justo, e aquele
que aceita o aluguel exigido tem
ciência do acerto.
Assim, independe se a instituição
financeira computou juros
capitalizados no valor do contrato para
formação do saldo devedor, pois tanto
o aluguel quanto à venda são critérios
exclusivos daquele que dispõe do
bem.
3.5 Depreciação do Bem
Ao não exercer a opção de compra do
bem, o VRG, se antecipado, será
devolvido. Assim, o cliente tem a
possibilidade de recuperar parte do
valor investido, e dar início a outro
empreendimento, ou renovar o
contrato, possibilitando a troca do bem
por outro mais novo.
10
 3.6 Impostos
Conforme exposto anteriormente, no
arrendamento mercantil a instituição
financeira adquire o bem e o aluga
para o cliente, ou seja, não se trata de
uma concessão de crédito
propriamente dita. Assim, não é
cobrado IOF.
O imposto incidente no leasing é o ISS
(Imposto Sobre Serviços) – instituído
pela Lei Complementar nº 116/2003,
na qual é citado em seu artigo 5º que
o contribuinte é o prestador de serviço,
ou seja, é o responsável pelo
pagamento aquele que fornece o
serviço de locação/venda, ou seja, a
instituição financeira.
As contraprestações de leasing são
itens totalmente dedutíveis no lucro
tributável para efeito de cálculo do
imposto de renda, ocasionando,
consequentemente, redução
substancial no custo final da operação.
Desta forma, parte do aluguel é
recuperada indiretamente pela
empresa sob a forma de economia no
imposto de renda.
3.7 Contrato de
Arrendamento
O contrato de leasing tem como
característica obrigatória, a
possibilidade da arrendatária optar em
adquirir o bem pelo valor residual
TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS
previamente determinado, restitui-lo ou
renovar o contrato. O arrendamento
mercantil possui contratante específico
pelo qual depende a existência do
negócio jurídico e tempo determinado,
pelo artigo 5º da Lei 6.099/74, que
dispõe:
“Os contratos de arrendamento
mercantil conterão as seguintes
disposições:
a) prazo do contrato;
b) valor de cada
contraprestação por períodos
determinados, não
superiores a um semestre;
c) opção de compra ou
renovação de contrato, como
faculdade do arrendatário;
d) preço para opção de compra
ou critério para sua fixação,
quando for estipulada esta
cláusula.
No caso de aquisição de veículos
automotivos, a Lei 11.649/2008 dispõe
que após a quitação de todas as
parcelas, das obrigações pecuniárias e
do envio à arrendadora dos
comprovantes de pagamento dos
IPVAs, dos DPVATs, assim como das
multas e carta na qual a arrendatária
manifesta, de maneira formal, sua
opção pela compra do bem. A
empresa arrendadora deverá, no
prazo de até 30 dias úteis, após o
11
recebimento dos documentos, remeter consórcios, além de exigir capitais
à arrendatária: mínimos para funcionamento,
regulação de todas as etapas da
 O Documento Único de operação (aplicação dos recursos
Transferência (DUT), coletados, entrega de bens etc.).
devidamente assinado, com a
finalidade de possibilitar à Mais recentemente foi promulgada a
arrendatária as providências Lei Nº 11.795/2008, que passou a
quanto à transferência de definir consórcio como a reunião de
propriedade do veículo; pessoas naturais e jurídicas em grupo,
com prazo de duração e número de
cotas previamente determinados,
 A nota promissória vinculada ao promovida por administradora de
contrato com o devido carimbo consórcio, com a finalidade de
de “liquidada” ou “sem efeito”, propiciar a seus integrantes, de forma
assim como o termo de isonômica, a aquisição de bens ou
quitação do respectivo contrato serviços, por meio de
de arrendamento mercantil. autofinanciamento. Além disto, a
mesma lei define o grupo de consórcio
como uma sociedade não
personificada constituída por
4. Consórcios consorciados para atender os fins do
consórcio, criando de especial modo a
Para quem deseja adquirir um bem ou
segurança jurídica, garantindo todo o
serviço, mas não tem recursos
respaldo legal para esta atividade.
suficientes, tendo contudo, paciência
para esperar, pode valer a pena aderir Os principais segmentos de
a um consórcio, pois ao juntar-se a um consórcios são:
grupo de pessoas que desejam
adquirir o mesmo bem, pode ser  Imóveis;
possível transformar o desejo em  Tratores, equipamentos
realidade a um custo mais aceitável. rodoviários, máquinas e
equipamentos agrícolas,
Com a Lei Nº 5.768/1971, o Governo
embarcações, aeronaves,
Federal passou a controlar as
veículos automotores
operações de consórcios, sendo seu
destinados ao transporte de
funcionamento dependente de
carga com capacidade acima
autorização da Secretaria da Receita
de 1,5 ton. e veículos
Federal (SRF) até início de 1991,
automotores para transporte
quando a Lei 8.177/1991 atribuiu ao
coletivo com capacidade acima
Banco Central (BC) a incumbência de
de 20 passageiros;
regulamentar e fiscalizar os
TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS 12
  Veículos automotores não
incluídos no segmento anterior;
 Motocicletas e motonetas;
 Outros bens móveis duráveis;
 Serviços de qualquer natureza.
A opção de aquisição de veículos, ou
de outro bem ou serviços, exige
disciplina na hora de pagar as
parcelas mensais. O inadimplente que
ainda não foi contemplado pode ser
impedido de votar nas assembleias do
grupo, já no primeiro mês de atraso e
até ser excluído. Neste caso o
inadimplente recebe o valor de volta o
valor já pago apenas no encerramento
do grupo, tendo ainda que pagar multa
e juros.
No caso específico de Consórcio de
automóveis, a grande maioria das
administradoras é vinculada a uma
montadora de veículos, o que facilita a
venda de cotas no mercado por meio
de suas concessionárias autorizadas.
Indiferente ao segmento, as operações
de consórcio compreendem:
 Captação de recursos junto aos
grupos de consórcios
 Administração dos grupos e dos
recursos coletados
 Contemplação, aquisição e
entrega dos bens.
4.1 Consórcio versus
Financiamento
TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS
Na prestação do consórcio não há
cobrança juros, o que se cobra é uma
taxa de administrativa mensal, cuja
base é o valor do produto. As parcelas
do produto, como no caso dos
automóveis, são reajustadas conforme
a variação do preço do próprio bem.
As vantagens do consórcio em relação
ao financiamento podem ser
consideradas como:
 Ser menos burocrática para
quem não tem como comprovar
renda mensal, ou que não
atenda aos critérios para
obtenção de financiamento;
 Por não incidir cobrança de
juros, ter custos menores
mesmo tendo a taxa
administrativa;
 Induzir à poupança mensal para
a aquisição de um objeto
desejado.
A concorrência em relação ao
consórcio não é o crédito, mas sim
a dificuldade de se poupar e
programar os gastos.
Há também algumas desvantagens
em relação ao financiamento,
destacando-se:
 A contemplação do bem
estar sujeita a sorteio ou
lance;
 Vinculação à inadimplência
dos membros do grupo que
13
 pode prejudicar os bons
pagadores;
 O custo a ser pago aos
desistentes, que deverá,
como já dito, ser pago ao
final do prazo de vida do
consórcio;
 O consorciado não pode
dispor do bem a qualquer
momento, exceto se obtido
por meio de lance, pois a
posse do bem só ocorre ao
final do prazo do consórcio,
que para automóveis pode
ser de 72 meses.
A prestação mensal, em geral,
é calculada pela soma do fundo
comum, da taxa de
administração, do fundo de
reserva e do seguro.
O saldo das receitas deve ser aplicado
diariamente em operações do
mercado aberto, lastreadas em títulos
públicos ou em aplicações em fundos
de investimentos, sendo os
rendimentos rateados
proporcionalmente aos percentuais
aplicados pelos grupos.
A contemplação dos bens aos
consorciados é efetuada por meio de
sorteio e lance. No caso de sorteado,
o consorciado recebe uma carta de
crédito, e não o bem em si, que só
poderá adquirir o bem quando os
créditos forem efetivados e liberados
na referida carta. No caso dos lances,
os valores tido como vencedores
serão considerados pagamentos
antecipados de prestações vincendas.

4.2 Administração e
Contemplação
A administração é realizada por uma
empresa não financeira,
regulamentada pelo BC, que deve
formar os grupos e administrar os
recursos coletados dos consorciados e
os recursos utilizados para aquisição
dos bens.

São receitas das administradoras as

taxas de adesão - que é cobrada uma
única vez durante a formação do
grupo - e as taxas de administração –
que não possui percentual
estabelecido variando caso a caso.
TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS 14
5. Exercícios

01) De acordo com o artigo 5º da Lei 6.099/74 quais são os itens /disposições
que os contratos de arrendamento mercantil (leasing) devem conter.
Assinale a alternativa CORRETA:

a) Prazo, valor do financiamento, opção de venda ou encerramento de contrato

e valor da parcela;

b) Prazo, valor da contraprestação, opção de compra ou renovação de contrato

e preço para opção de compra;

c) Vencimento, valor da contraprestação, opção de aluguel ou renovação de

contrato e valor da parcela mensal;

d) Vencimento, valor do empréstimo, opção ou renovação de aluguel e valor da

parcela.

02) A modalidade conhecida como arrendamento mercantil ou leasing envolve

o cliente (arrendatário) e a empresa de leasing (arrendador) e, dependendo
do contrato, o cliente, ao encerramento do prazo contratual, poderá
exercer o direito de compra do bem em pauta. Assinale a alternativa que
aponta, corretamente, uma vantagem dessa modalidade:

a) O arrendatário pode depreciar o bem e, consequentemente, aproveitar os

benefícios tributários;

b) O risco de obsolescência do bem é da arrendatária;

c) Usar o valor residual que normalmente o bem terá ao término do contrato;

d) Os pagamentos efetuados a título de aluguel são dedutíveis como despesas

do exercício, com reflexos na liquidez da empresa.

TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS 15

03) Independente do modelo de financiamento escolhido é importante saber
que carros novos acabam tendo uma taxa de juros:

a) Mais baixa, por ser um bem que caso a financiadora tenha que pegar de
volta por inadimplência, seu valor no mercado será maior que a de um
usado;

b) Mais alto, por ser um carro novo e com custo elevado;

c) Igual independente se o carro for novo ou usado;

d) Mais baixa, mas somente para veículos populares.

04) A principal característica do Leasing Operacional é:

a) Funcionar como uma forma similar ao financiamento bancário;

b) É a operação na qual a arrendatária não tem a intenção de adquirir o bem

ao final do contrato;

c) Representar uma forma de desconto de duplicatas;

d) Operar na antecipação do pagamento de cheques pré-datados.

05) Quando uma pessoa jurídica vende bens do seu imobilizado a uma
empresa de leasing e os arrenda de volta com opção de compra, temos:

a) Um lease back;

b) Um leasing puro;

c) Um leasing financeiro;

d) Um leasing operacional.

TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS 16

06) Em relação aos títulos de crédito, é INCORRETO afirmar que:

a) A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade

como título de crédito, implica em invalidade do negócio jurídico que lhe
deu origem;

b) A letra de câmbio se diferencia do cheque por consistir em ordem de

pagamento à vista ou a prazo;

c) Nota promissória é promessa escrita de pagamento de certa soma em

dinheiro;

d) Duplicata é considerada título de crédito causal porque representa saque

relativo a crédito advindo de contrato de compra e venda mercantil ou da
prestação de serviços.

07) O arrendamento mercantil (leasing) é uma operação com características

legais próprias. Assinale a alternativa CORRETA:

a) Sua destinação se dá exclusivamente à pessoa jurídica;

b) Há cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF);

c) Não se constitui uma operação de financiamento. O bem é arrendado à

arrendatária e pode ser adquirido ou não por ela ao final do contrato;

d) O prazo mínimo de arrendamento é de um ano para bens com vida útil de

até cinco anos.

08) Com relação ao Consórcio, assinale a alternativa INCORRETA:

a) Não há cobrança de juros nas prestações, apenas a taxa de

administração mensal;

b) As parcelas do produto, no caso de automóveis, são reajustadas

conforme a variação do preço do próprio bem;

c) Há menos burocracia uma vez que não há necessidade de comprovação

de renda mensal;

d) O consorciado pode dispor do bem a qualquer momento, mesmo que não

tenha efetuado o lance.
TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS 17
09) O CDC traz vantagens no financiamento de veículos. Assinale a alternativa
que afirme uma das VANTAGENS:

a) As taxas de juros são mais baixas nos prazos de financiamentos curtos e

mais elevadas no caso de financiamentos mais longos;

b) Em períodos longos, o consumidor acaba pagando uma pesada parcela

de juros;

c) As prestações podem ser antecipadas e o plano quitado a qualquer

momento;

d) Não é possível quitar antecipadamente as parcelas, é necessário esperar

o término do financiamento.

10) Em um financiamento de veículos a garantia normalmente é:

a) Não há garantia;

b) Desconto de beneficio do INSS do tomador;

c) Desconto da folha de pagamento do tomador;

d) O próprio veículo.

Gabarito

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

B B A B A A C D C D

TEMA VI – FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS 18

6. Referências
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FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. Rio de Janeiro:

Qualitymark Editora Ltda, 2013.

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