Você está na página 1de 7

GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Aval

 O aval é uma garantia pessoal dada por uma pessoa, o avalista, em favor de outra pessoa ou empresa, o avalizado, assegurando
que o avalizado cumprirá com uma obrigação financeira.
 O aval pode ser utilizado como uma forma de garantia para operações de crédito (empréstimos, financiamentos, etc).
 Quando uma pessoa ou empresa apresenta um aval como garantia, ela está se comprometendo a pagar a dívida do avalizado,
caso este não cumpra com suas obrigações financeiras.
 No Brasil, o aval é regulamentado pela Lei Uniforme de Genebra, que define as regras gerais para as garantias pessoais.
 O aval é uma forma de garantia bastante utilizada no sistema financeiro nacional, pois aumenta a segurança das operações de
crédito e reduz os riscos para as instituições financeiras.
 Apesar do aval ser uma garantia pessoal, o avalista é responsável apenas até o limite do valor avalizado. Ou seja, se o avalizado
não cumprir com sua obrigação financeira e o total da dívida for maior do que o valor avalizado, o avalista não será responsável
pelo valor excedente.
 É importante que o avalista analise cuidadosamente os riscos envolvidos antes de conceder um aval, sendo recomendado que
sejam estabelecidos limites claros e precisos para o valor do aval, bem como para o prazo de vigência e demais condições, a fim
de evitar prejuízos financeiros e problemas futuros.
Fiança

 Fiança: consiste na responsabilidade assumida por uma terceira pessoa, o fiador, de arcar com as obrigações financeiras caso o
devedor principal, o fiado, não cumpra com suas responsabilidades.
 A fiança é um dos mecanismos utilizados para garantir o pagamento de obrigações financeiras, tais como: empréstimos,
financiamentos, contratos de câmbio, etc. É uma das formas de garantia que podem ser exigidas pelos credores como forma de
minimizar riscos de inadimplência. Na fiança, o fiador assume o risco de ter que pagar a dívida caso o fiado não o faça.
 A fiança está sujeita a regulação e supervisão por parte das autoridades competentes, como o Banco Central do Brasil e a
Comissão de Valores Mobiliários.
 Existem 3 tipos de fiança: convencional, solidária ou bancária.
 Fiança Convencional: é a mais comum, sendo utilizada quando uma pessoa se compromete a ser fiador de outra pessoa física ou
jurídica.
 Fiança Solidária: o fiador assume a responsabilidade pela dívida como se fosse o próprio devedor.
 Fiança Bancária: é dada por uma instituição financeira que se responsabiliza por garantir uma operação de crédito entre dois
terceiros.
 O fiador é responsável por garantir o pagamento das obrigações financeiras caso o devedor principal não cumpra com suas
responsabilidades. Se o devedor não paga a dívida, o fiador terá que arcar com ela, podendo ser acionado judicialmente pelo
credor para que pague a dívida, caso o devedor não o faça.
 Para ser fiador, é necessário: ter renda compatível com o valor da dívida, não ter restrições de crédito e não ter pendências
financeiras. Deverá também assinar um contrato de fiança para formalizar a garantia. A fiança envolve riscos para o fiador, que
pode ter que arcar com uma dívida que não é sua.
 A fiança tem limites legais, ou seja, não é possível garantir uma dívida que ultrapasse o valor do patrimônio do fiador. Além
disso, a fiança também pode ter um limite máximo estabelecido pela instituição financeira, que pode variar de acordo com a
política de crédito da instituição e a análise de risco do cliente.
Penhor Mercantil

 Penhor Mercantil: é uma das formas de garantia utilizadas no sistema financeiro nacional, sendo uma garantia real, ou seja,
envolve um bem móvel como garantia do pagamento de uma dívida. No caso específico do penhor mercantil, o bem utilizado
como garantia é o estoque de mercadorias de uma empresa.
 O penhor mercantil é utilizado principalmente para garantir operações de crédito, como empréstimos e financiamentos, e pode
ser oferecido tanto por pessoas físicas como por empresas. Quando uma empresa solicita um empréstimo ou financiamento,
pode oferecer seu estoque de mercadorias como garantia, de forma a minimizar o risco de inadimplência e reduzir as taxas de
juros cobradas pelo credor.
 Ao oferecer o estoque de mercadorias como garantia, a empresa está assumindo o compromisso de quitas a dívida caso haja
inadimplência. O credor, por sua vez, tem a garantia de que poderá recuperar o valor emprestado por meio da venda das
mercadorias penhoradas, caso seja necessário.
 O processo de penhora mercantil exige que seja feita uma avaliação do estoque de mercadorias, a fim de determinar o valor
que pode ser utilizado como garantia. Esse valor deve ser superior ao montante do empréstimo ou financiamento solicitado
pela empresa. Além disso, o estoque de mercadorias deve estar livre e desembaraçado de qualquer ônus ou dívida, e é preciso
que seja lavrada uma escritura pública de penhor mercantil. É necessário também que a empresa mantenha um controle
rigoroso do estoque de mercadorias penhorado, incluindo adoção de medidas para evitar perdas, furtos ou deterioração das
mercadorias, que podem comprometer o valor da garantia.
 O processo de penhora mercantil é regulado pelo Banco Central do Brasil, que estabelece as regras para o uso do penhor
mercantil como garantia, tais como a forma de avaliação do estoque e as taxas máximas de juros que podem ser cobradas pelos
credores. O objetivo é garantir que o uso do penhor mercantil seja realizado de forma segura e transparente, protegendo os
interesses dos credores e dos tomadores de crédito.
 Para que o penhor mercantil seja válido, é necessário que o bem oferecido como garantia esteja livre e desembaraçado de
qualquer ônus ou dívida. Além disso, é preciso que seja lavrada uma escritura pública de penhor mercantil, que deve ser
registrada no Cartório de Títulos e Documentos.
 O penhor mercantil oferece diversas vantagens para as empresas, como a possibilidade de obter crédito com taxas de juros
mais baixas do que em outras formas de financiamento, além da flexibilidade de escolher o valor e o prazo do empréstimo de
acordo com suas necessidades. Porém, envolve riscos para a empresa, como a perda do estoque em caso de inadimplência,
além de exigir um cuidado especial na gestão do estoque de mercadorias.

Alienação Fiduciária
 Alienação Fiduciária: é um tipo de garantia que pode ser usada em transações financeiras, como empréstimos e financiamentos,
onde o devedor (que geralmente é comprador de um bem, como um carro ou imóvel) dá esse bem como garantia ao credor,
geralmente um banco ou instituição financeira, até que o pagamento da dívida seja concluído.
 Na alienação fiduciária, durante o período em que o bem está em garantia ele é propriedade do credor. O devedor ainda pode
usá-lo normalmente, porém o mesmo não é de sua propriedade até que a dívida seja quitada. Caso o devedor não cumpra com
as obrigações de pagamento, o credor pode executar a garantia, ou seja, tomar posse do bem para saldar a dívida.
 A alienação fiduciária é regulamentada pela Lei n° 9.514/1997, que estabelece as regras para a constituição, registro e execução
desse tipo de garantia.
 A alienação fiduciária é muito comum em financiamento de carros, onde o veículo é dado como garantia do empréstimo.
 Em imóveis, a alienação fiduciária é usada em hipotecas, onde o imóvel é dado como garantia do empréstimo para a compra da
casa ou apartamento.
 A alienação fiduciária pode ser utilizada não apenas em bens móveis, como carros, máquinas e imóveis, mas também em outros
tipos de ativos, como recebíveis, direitos creditórios, cotas de fundos de investimento e ações.
 A alienação fiduciária também é utilizada em operações de leasing financeiro, que consiste no aluguel de um bem por um
período determinado. Nesse caso, o bem é dado em garantia ao arrendador, que pode ser uma instituição financeira, até que as
parcelas do leasing sejam quitadas.
 A alienação fiduciária é uma forma de garantia mais ágil e segura para os credores do que a penhora, que é um processo judicial
utilizado para garantir o pagamento de uma dívida, pois permite que o credor tome posse do bem de forma mais rápida e
simples, sem a necessidade de um processo judicial.
 A alienação fiduciária envolve riscos para o devedor, pois em caso de inadimplência, o bem dado em garantia pode ser tomado
pelo credor para quitar a dívida.

Hipoteca
 Hipoteca: é uma forma de garantia que pode ser utilizada em empréstimos e financiamentos, principalmente no setor
imobiliário, onde o devedor, que geralmente é o comprador de um imóvel, dá o imóvel como garantia ao credor, geralmente
um banco ou instituição financeira, até que o pagamento da dívida seja concluído.
 Na hipoteca, durante o período em que o imóvel está em garantia, o devedor ainda pode usá-lo normalmente, mas o imóvel
não é de sua propriedade até que a dívida seja quitada. Caso o devedor não cumpra com as obrigações de pagamento, o credor
pode executar a garantia, ou seja, tomar posse do imóvel para saldar a dívida.
 Uma das diferenças entre a hipoteca e a alienação fiduciária é que na hipoteca o bem dado em garantia permanece na
propriedade do devedor, enquanto na alienação fiduciária o bem passa a ser propriedade do credor até a quitação da dívida,
embora o devedor possa utilizá-lo.
 A hipoteca é regulamentada pelo Código Civil e pela Lei n° 10.931/2004, que estabelece as regras para a constituição, registro e
execução desse tipo de garantia.
 O registro de hipoteca é obrigatório no Cartório de Registro de Imóveis da localidade onde o imóvel está situado para que seja
válido perante terceiros.
 A hipoteca pode ser uma forma interessante de garantia para quem precisa de um financiamento para a compra de um imóvel,
pois os juros costumam ser mais baixos do que em outras modalidades de empréstimos. Porém, caso a dívida não seja paga,
pode acarretar na perda do imóvel.

Fianças Bancárias
 Fiança bancária: é uma garantia financeira fornecida por um banco em nome de um cliente, que é normalmente utilizado como
uma garantia para um contrato ou acordo.
 Na fiança bancária, o banco emite uma carta de fiança em nome do cliente, comprometendo-se a pagar uma determinada
quantia caso o cliente não cumpra com as obrigações estabelecidas no contrato, podendo essa quantia ser o valor total do
contrato ou um valor menor, estabelecido previamente.
 Fianças bancárias são normalmente utilizadas em contratos de obras e serviços, licitações, aduanas, aluguel de imóveis, etc,
ajudando a garantir que as obrigações contratuais serão cumpridas, e oferecendo segurança às partes envolvidas.
 A fiança bancária pode ter custos associados, como taxas, juros e comissões, e pode afetar o limite de crédito do cliente junto
ao banco, pois ao emitir uma fiança bancária, o banco reserva um valor do limite de crédito do cliente como garantia, o que
pode limitar a disponibilidade de crédito para outras operações, como empréstimos e garantias. Pode também exigir análise de
crédito e apresentação de garantias por parte do cliente.
 Fianças bancárias tem prazo de validade, geralmente de 1 ano, e podem ser renovadas a cada vencimento.
 Tipos de fiança bancária:
a) Fiança de Licitação: garante que a empresa licitante irá cumprir todas as obrigações.
b) Fiança de Execução: garante que a empresa contratada irá cumprir todas as obrigações contratuais acordadas, como prazos,
qualidade do serviço ou produto entregue, entre outras.
c) Fiança de Adiantamento de Pagamento: garante a devolução dos valores pagos antecipadamente pelo contratante caso a
empresa contratada não cumpra as obrigações estabelecidas no contrato.
d) Fiança Judicial: é utilizada em processos judiciais como garantia de pagamento de indenizações ou valores estabelecidos em
sentenças judiciais.
e) Fiança de Aluguel/Garantia de Locação: é utilizada em contratos de aluguel de imóveis residenciais ou comerciais, garantindo
ao proprietário do imóvel o pagamento do aluguel e eventuais danos causados pelo locatário.
f) Fiança de Aduana: é exigida para liberar mercadorias importadas ou exportadas, garantindo o pagamento de taxas e tributos
devidos.
g) Fiança de Pagamento: é utilizada em transações comerciais para garantir o pagamento de dívidas ou obrigações financeiras
assumidas por uma das partes.
h) Fiança Imobiliária: é uma modalidade de garantia de crédito imobiliário, utilizada como alternativa ao uso de hipoteca ou
alienação fiduciária.

Fundo Garantidor de Crédito (FGC)


 Fundo Garantidor de Crédito (FGC): é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que tem como objetivo garantir os depósitos
realizados por pessoas físicas e jurídicas em instituições financeiras, em caso de insolvência da instituição.
 Se uma instituição financeira que aderiu ao FGC não conseguir honrar seus compromissos financeiros e entrar em liquidação
extrajudicial, falência ou intervenção, o FGC garante o pagamento de até R$ 250.000,00 por CPF/CNPJ, incluindo principal e
juros, limitado ao valor do saldo existente na data da decretação da intervenção ou da liquidação extrajudicial.
 O FGC garante depósitos em conta corrente, conta poupança, depósito a prazo, depósito à vista, letras de câmbio, letras
hipotecárias, letras de crédito, letras imobiliárias, entre outros.
 Alguns investimentos (tais como ações, debêntures e fundos de investimento) não são cobertos pelo FGC.
 As instituições financeiras aderem voluntariamente ao FGC e, para participar, devem cumprir requisitos de solvência e liquidez,
além de contribuir financeiramente com o fundo.
 O FGC é uma importante ferramenta de proteção aos investidores, e contribui para a estabilidade do sistema financeiro
nacional. Porém, a garantia oferecida pelo FGC não elimina completamente o risco de perda do capital investido, pois há
situações em que o valor a ser recebido pode ser menor do que o investido, especialmente em caso de depósitos acima do
limite garantido pelo fundo.
 Além da garantia oferecida aos investidores, o FGC possui outras atribuições:
a) Monitoramento das instituições financeiras, acompanhando a situação financeira das instituições financeiras que aderiram
ao fundo e, caso detecte algum problema, pode tomar medidas preventivas para evitar a insolvência da instituição;
b) Intervenção e liquidação extrajudicial, podendo o FGC intervir e até mesmo decretar liquidação extrajudicial de instituição
financeira que aderiu ao fundo e enfrenta dificuldades financeiras que ameaçam sua viabilidade;
c) Contribuição para estabilidade do sistema financeiro, ao garantir que os depósitos realizados pelos investidores, ajudando a
manter a confiança dos consumidores no sistema financeiro, contribuindo para a estabilidade do mercado financeiro;
d) Incentivo à concorrência entre instituições financeiras, oferecendo uma garantia aos investidores e resultando em produtos
e serviços melhores e mais acessíveis;
e) Cobertura para alguns títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras aderidas ao fundo, tais como Letras de
Crédito Imobiliário e Letras de Crédito do Agronegócio.

Você também pode gostar