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1.

INTRODUÇÃO

Um empréstimo bancário não é mais do que um contrato, entre o cliente e o banco, no qual o
banco empresta um montante solicitado pelo cliente. Este montante solicitado, que será pago
pelo cliente, é acrescido de uma taxa de juro, a vigorar na data do contrato. O banco deve
reunir e analisar o maior número possível de informações do cliente, antes de proceder à
concessão do crédito bancário, para amenizar os riscos financeiros e não enfrentar casos de
incumprimento.

O empréstimo é uma atividade que está presente desde o tempo dos nossos antepassados.
Outrora, se os camponeses necessitassem de um empréstimo, quer ele fosse de certos bens ou
de produtos agrícolas, recorriam aos grandes proprietários, que lhos concediam em troca de
certos benefícios. Caso houvesse qualquer incumprimento no pagamento do empréstimo por
parte dos camponeses, poderiam estes, por exemplo, ver as suas terras confiscadas. Assim,
com o desenvolvimento do conceito de dinheiro, a criação da moeda e a criação dos bancos
centrais, para a criação das políticas monetárias dos países, o crédito tornou-se algo essencial
e imprescindível, nas instituições financeiras. Os bancos tomaram consciência de que, se
concedessem um crédito e o cobrassem aos devedores, pelo tempo de duração do empréstimo
e ainda, se aceitassem depósitos de credores, compensando-os pelo tempo de permanência do
dinheiro no banco, estes, conseguiriam obter lucros através da diferença entre as taxas de juro
pagas e as taxas de juro cobradas. No entanto, existe uma possibilidade de o devedor entrar
em incumprimento no pagamento do empréstimo e o banco sofrer perdas financeiras. Assim,
torna-se importante e imperativo estudar o perfil do cliente e consoante o risco que o cliente
apresente, o banco decide se concede ou não, o crédito bancário.

2. Objectivos

2.1. Objectivo Geral: Conceituar empréstimo bancário.

2.2. Objectivo Específico: Compreender financiamentos bancários e os seus conteúdos.

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3. Empréstimos

Estamos perante um empréstimo bancário, isto é, um contrato de crédito, quando uma


instituição de crédito concede dinheiro a um cliente. Neste processo, a instituição de crédito
assume o papel de credor/mutuante e o cliente adquire o papel de devedor/mutuário. O cliente
tem a obrigação e o dever, de devolver a quantia total, acrescido de encargos, tais como juros
e outros custos, numa data acordada na celebração do contrato.

Estão autorizadas a conceder crédito aos mutuários, todas as instituições de crédito e algumas
sociedades financeiras, desde que estejam registadas no Banco Central.

Moradi e Rafiei (2019) definem um banco como um tipo de instituição financeira, que presta
serviços. Dentro destes serviços está compreendido a concessão de empréstimos bancários, a
aceitação de depósitos e ainda a oferta de produtos de investimento básico.

Odegua (2020) considera que os empréstimos são concedidos, em geral, a


indivíduos/consumidores, por bancos ou instituições financeiras, numa data acordada e
normalmente concedidos para muitos propósitos, tais como negócios, saúde, estudos ou até
mesmo para uso pessoal.

3.1. Risco de crédito


O risco de crédito é um dos riscos mais comuns, quando se fala de uma instituição financeira.
Corresponde ao risco associado à incapacidade de o cliente cumprir com as suas obrigações
financeiras acordadas, perante a instituição financeira.

Maradi e Rafiei (2019) definem assim o risco de crédito, como sendo a probabilidade de não
pagamento, de atraso no pagamento ou da incapacidade de reembolsar um empréstimo, por
parte dos clientes. Consideram um risco muito importante de analisar e de ter em conta, visto
que a sobrevivência de um banco está diretamente relacionada com risco.

Assim, as instituições financeiras controlando da melhor forma o seu risco de crédito, podem
gerir e garantir a sua sustentabilidade e estabilidade financeira.

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Como é de esperar, quanto maior for o risco de crédito associado a um cliente, maior é a
probabilidade de o cliente não cumprir com as suas obrigações. Do mesmo modo que, quanto
menor for o risco de crédito associado a um cliente, maior é a probabilidade de o cliente
saldar as suas dívidas para com o banco.

Munkhdalai et al. (2019) consideram que um sistema de controlo e análise de crédito seria
algo fundamental a adotar em instituições de crédito, de modo a satisfazer um princípio de
perda mínima para a sua sustentabilidade. Seria um sistema de controlo e análise que apoiaria
a tomada de decisão, gerindo potenciais riscos, de maneira a maximizar a estabilidade
financeira da instituição.
A taxa de juros é o preço do “aluguel” do dinheiro por um determinado prazo. É o
percentual calculado pela divisão dos juros que foram contratados pelo capital
emprestado/poupado.
Juro é a remuneração cobrada pelo empréstimo de dinheiro. É expresso como um
percentual sobre o valor emprestado e pode ser calculado de duas formas: juros simples ou
juros compostos. O juro pode ser compreendido como uma espécie de "aluguel" de dinheiro.

3.2. Tipos de Empréstimos

Empréstimo consignado
Crédito pessoal
Crédito estudantil ou universitário
Crédito habitacional
Crédito automovel
Crédito consolidado
Antecipação de 13º salário

3.2.1. Empréstimo consignado

Também conhecido como crédito consignado, essa opção é uma solução que chama muita
atenção por ser prática de ser solicitada. Nesse caso, os valores do empréstimo serão cobrados
diretamente na folha de pagamento ou da aposentadoria de quem solicitou.

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Como existe essa segurança de que o pagamento será debitado do salário do contratante, a
liberação do crédito costuma ser muito simples e rápida de ser feita. Inclusive, hoje em dia é
possível contratar crédito consignado através de aplicativos de bancos ou sites (de forma
online).

Além da praticidade, essa opção também é muito procurada porque possui taxas de juros
menores, além de prazos mais longos para pagamento. Além disso, o tomador não precisa
indicar como irá utilizar o dinheiro solicitado. Ou seja, não é necessário apresentar nenhuma
justificativa para a solicitação do empréstimo.

No entanto, é importante deixar claro que essa linha de crédito deve ser muito bem planeada.
No momento de fazer a contratação, faça simulações e escolha uma opção que atenda às suas
necessidades para que você não tenha outros pagamentos comprometidos.

3.2.2. Crédito pessoal

O crédito pessoal geralmente é oferecido por instituições financeiras, como bancos. É um tipo
de empréstimo onde o tomador pode utilizá-lo da forma que preferir, assim como o crédito
consignado.

Para solicitar a quantia que deseja (de acordo com as políticas do credor), o consumidor não
precisa oferecer uma garantia para o pagamento do empréstimo. No entanto, essa opção está
sujeita à análise de crédito para sua aprovação.

3.2.3. Crédito estudantil ou universitário

Esse tipo de crédito é destinado a estudantes de curso superior que não podem arcar com o
pagamento das mensalidades de seus estudos. O crédito estudantil, ou universitário, pode ser
privado, sendo contrato com bancos ou empresas que são especializadas em financiamentos.

3.2.4. Crédito habitacional

O crédito para habitação é disponibilizado para a aquisição, reforma ou construção de


imóveis. Essa opção também pode ser contratada como financiamento, ou seja, o valor total
será parcelado e pago de acordo com taxas de juros.

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Geralmente, a contratação é feita por um banco. Logo, o consumidor passa a ter uma dívida
com a instituição financeira. Para solicitar o crédito para habitação é necessário verificar as
condições e os documentos exigidos pelo banco.

3.2.5. Crédito automóvel

Se você deseja comprar um veículo, mas precisa de um empréstimo para te ajudar com esse
objetivo, pode contratar um crédito automotivo. Como os carros, principalmente os novos,
costumam ter valores elevados, muitos vão por esse caminho para facilitar o pagamento.

3.2.6. Crédito consolidado

Se você possui diversas dívidas com um banco, pode pagá-las através de um crédito
consolidado. Como o próprio nome já diz, essa opção faz uma consolidação das dívidas.

Vamos supor que você tenha dívida de cheque especial, cartão de crédito e empréstimo em
um banco. Para pagar tudo isso, você pode verificar se a instituição financeira oferece crédito
consolidado. Ou seja, você terá apenas uma dívida a pagar (que incluirá todas as outras)

3.2.7. Antecipação de 13º salário

Algumas pessoas acabam contratando essa opção com instituições financeiras e não
percebem que se trata de um empréstimo. Geralmente, a antecipação do 13º salário é feita
pelo banco onde o consumidor tem conta ativa.

O banco oferece um determinado valor que deverá ser pago (ou debitado) durante o período
de pagamento do 13º salário. Ou seja, você solicita um valor agora que será pago apenas
quando você receber o seu 13º.

4. As principais formas de financiamento

Em um contrato de financiamento existem cláusulas que determinam o valor das


prestações. A prestação é, portanto, a questão mais importante em um financiamento, seja
qual for o financiamento. Isso porque, dependendo de como ela é constituída, os valores
podem crescer ou decrescer ao longo de todo o financiamento. E, é importante entender que
“empréstimo” implica no pagamento de “juros”. Como o dinheiro não é seu, e sim,

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emprestado será necessário pagar juros, geralmente para bancos. Os juros estão inseridos no
valor da prestação. Divide-se a prestação em “amortização” e em “juros”. E os juros são
valores referentes ao “aluguel” do dinheiro que você pegou emprestado. A amortização, a
saber, é o que está sendo, em relação ao dinheiro emprestado, devolvido a quem emprestou.
E o juro, é o valor inserido na prestação referente ao “aluguel” desse dinheiro. E se paga
juros, sobre o que falta a devolver, ou seja, o saldo devedor. E de forma básica, são três as
principais formas de financiamento a saber: SAC (Sistema de Amortização Constante),
SACRE (Sistema de Amortização Crescente) e a Tabela PRICE (conhecida como
Sistema Francês de Amortização). Cada um atende a diferentes perfis financeiros para
facilitar os pagamentos aos usuários de nosso sistema financeiro.

4.1. Amortização pelo SAC – Sistema de Amortização Constante

O Sistema de Amortização Constante (SAC) é o modelo mais utilizado nos financiamentos


e empréstimos para imóveis. Neste sistema, as parcelas terão valores decrescentes, ou seja,
a cada pagamento o valor das parcelas diminui. Cada parcela paga nesse sistema
corresponderá à amortização do principal emprestado somado aos juros aplicados sobre o
saldo devedor. O cálculo é feito dividindo o valor financiado/emprestado pelo número de
meses para quitar o valor.

O SAC é a melhor forma de amortização para proteger seu poder de compra da inflação.

É um sistema que produz um montante de juros menor do que a tabela PRICE e um pouco
maior do que o SACRE. Isso significa que deve ser um sistema preferido para quem prefere
um prazo maior para quitar o financiamento/empréstimo

4.2. Amortização pela Tabela PRICE

É o sistema mais comum de amortização para veículos, mas pode também ser usada no
lugar do SAC para outros produtos e serviços, como compra de imóveis. A Tabela PRICE
utiliza como amortização parcelas de valor fixo durante todo o período do
empréstimo/financiamento. Os juros diminuem porque o saldo devedor diminui.

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4.3. Amortização pelo SACRE – Sistema de Amortização Crescente

Este sistema mistura o Sistema de Amortização Constante com a Tabela PRICE. As


prestações terão um valor crescente inicialmente, diminuindo ao longo do tempo. As
amortizações terão um valor cada vez maior ao longo do período em que o valor é
financiado/emprestado e os juros cada vez menores. O cálculo do SACRE se repete a cada
12 meses, reduzindo os juros do montante que já foi amortizado.

O SACRE é a forma de amortização onde você pagará o menor montante de juros. As


parcelas iniciais são maiores do que no sistema SAC, mas podem ter um impacto menor
sobre suas finanças no médio e longo prazo. Ideal para os profissionais de todos os perfis
descritos para a amortização pela Tabela PRICE e pelo SAC.

5. Classificação dos emprestimos

Os empréstimos podem ser classificados em empréstimos de curto, médio e longo prazo

5.1. Financiamento de curto prazo

Existem diversas fontes alternativas de financiamento de curto prazo, isto é, financiamentos


com um prazo de exigibilidade até um ano. Os mais relevantes são os seguintes:

 5.1.1. Empréstimos de curto prazo: O objectivo é financiar operações de curto prazo (a


90, 120 ou 180 dias), por exemplo, para resolver dificuldades de liquidez momentâneas.
Como contrapartida, as empresas no fim do prazo convencionado com a instituição
bancária terão de restituir o valor do empréstimo acompanhado de juros postecipados.
 5.1.2. Empréstimos em conta corrente: Tratam-se de contas correntes em que a
instituição bancária coloca à disposição da empresa um limite de crédito contratado.
Geralmente estas contas são válidas por 180 dias, podendo no entanto ser renovadas
ciclicamente. Implicam o pagamento de juros por parte da empresa contraente e uma
garantia.
 5.1.3. Descoberto bancário: Tem por objectivo ultrapassar dificuldades de tesouraria
momentâneas e implica a aceitação por parte da instituição bancária (geralmente só

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concedida aos melhores clientes). Este tipo de crédito é mais caro do que o crédito
normal pois à taxa de juro das operações activas acrescentam-se normalmente dois
pontos percentuais.
 5.1.4. Crédito por assinatura: Consiste no cumprimento de uma obrigação pela
instituição bancária, condicionado ao não cumprimento de outra obrigação assumida
pela empresa. Quer isto dizer que se a empresa não assumir a sua responsabilidade a
instituição bancária procede ao pagamento da respectiva obrigação (exemplos: aval
bancário e a fiança ou garantia bancária). No entanto, a instituição bancária cobra
geralmente uma comissão de garantia (por um período de 3 meses).

5.2. Financiamento de Médio e Longo Prazo

Os financiamentos de médio/longo prazo permitem à empresa adequar o pagamento dos seus


investimentos aos cash-flows previsionais liberados pelo próprio investimento, permitindo
assim que o seu fundo de maneio permaneça estável e os seus balanços equilibrados ao longo
dos anos.

Objectivo: Financiamento de projectos de investimentos e activos permanentes das


empresas.

5.2.1. Vantagens:

- Utilização em função das necessidades da empresa

- Possibilidade de desembolso mensal, trimestral, semestral e anual

- Possibilidade de existir um período de carência em que o Cliente apenas paga juros

Prazo: Até 5 anos

5.3. A Principal característica de um empréstimo bancário

A transação se caracteriza como um contrato realizado entre o cliente e a instituição


financeira para adiantamento de determinada quantia de dinheiro, que deve ser devolvida à
instituição no prazo determinado com o acréscimo de juros.

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6. Considerações finais

A evolução do sistema bancário mudou a maneira como guardamos, movimentamos


e gastamos o nosso dinheiro. Desde o seu surgimento o sector bancário foi contribuindo para
o crescimento do sistema financeiro global e facilitando o comércio internacional. O Banco
Central de Moçambique, sendo o regulador dos bancos no nosso país, tem a tarefa de
garantir que estes tenham um bom desempenho e permaneçam viáveis e que o sector bancário
se mantenha estável.
O crédito bancário surge como uma importante fonte de financiamento na economia,
seja para empresas ou particulares. A actividade de empréstimos bancários é um aliado
indispensável as empresas, permite-as acelerar o processo de investimento e expansão de
novos projectos e os já existentes.
O risco de crédito é dos riscos mais comuns na economia e diz respeito à
incapacidade de o cliente cumprir com as suas obrigações financeiras acordadas, com uma
instituição financeira. Para que estas instituições de crédito se protejam de eventuais perdas
financeiras.

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7. Referências Bibliográficas

Munkhdalai, L., Munkhdalai, T., Namsrai, O. E., Lee, J. Y., & Ryu, K. H. (2019).
“An Empirical Comparison of Machine-Learning Methods on Bank Client Credit
Assessments”. Sustainability (Switzerland), 11 (2019), 1–23.
https://doi.org/10.3390/su11030699

Odegua, R. (2020). “Predicting Bank Loan Default with Extreme Gradient Boosting”.
ArXiv, 5.

Moradi, S. & Rafiei, F. M. (2019). “A dynamic credit risk assessment model with data
mining techniques: evidence from Iranian banks”. Financial Innovation,

A ENCICLOPÉDIA LIVRE, WIKIPÉDIA. Sistema de Amortização. Disponível em: <http: //pt.


Wikipedia.org/wiki/Amortizacoes.> Acesso em: 15 de Novembro. de 2022.

http://www.bcb.gov/?EMPRESTIMOEFINANCIAMENTOFAQ, disponível em 20 de maio de 2013]

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